Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
RHYAN COELHO – MEDICINA FASA 6 SUPORTE BÁSICO DE VIDA 1. Quais as diferenças entre uma parada cardiorrespiratória intra e extra hospitalar? Pacientes que têm uma PCREH (PCR em ambiente Extra-Hospitalar) dependem da assistência da comunidade. Os socorristas leigos precisam reconhecer a PCR, pedir ajuda, iniciar a RCP e aplicar a desfibrilação, ou seja, ter acesso público à desfibrilação (APD) até que um time de serviço médico de emergência (SME) com formação profissional assuma a responsabilidade e, em seguida, transporte o paciente para um pronto-socorro e/ou um laboratório de hemodinâmica. O paciente é finalmente transferido para uma unidade de cuidados intensivos (UTI), onde se dará continuidade ao tratamento. Por outro lado, pacientes que têm uma PCRIH (PCR em ambiente Intra-Hospitalar) dependem de um sistema de vigilância adequado (por exemplo, resposta rápida ou sistema de alerta imediato) para evitar a PCR. Ao ocorrer uma PCR, os pacientes dependem da interação harmoniosa dos vários departamentos e serviços da instituição e de um time multidisciplinar de profissionais, que inclua médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, entre outros. 2. Ao se deparar com uma possível parada cardiorrespiratória (PCR) extra hospitalar qual a próxima coisa a ser observada? 3. Quais as situações que podem levar um indivíduo a uma PCR? A parada cardiorrespiratória é a interrupção da circulação sanguínea, decorrente da suspensão súbita e inesperada dos batimentos cardíacos. Depois de uma parada cardiorrespiratória, a pessoa perde a consciência em cerca de 10 a 15 segundos em razão da parada de circulação sanguínea cerebral. A parada cardiorrespiratória pode acontecer na presença de três ritmos cardíacos diferentes: fibrilação ventricular (caracterizada por um ritmo cardíaco rápido, irregular e ineficaz); assistolia (ausência de ritmo cardíaco, interrupção da atividade elétrica do músculo cardíaco); atividade elétrica sem pulso (presença de atividade elétrica no músculo cardíaco, não há circulação sanguínea e os batimentos cardíacos são ineficazes). As causas da parada cardiorrespiratória são várias, podendo ser resultado de: choque circulatório, choque séptico, trauma, doença cardiovascular, entre outras. Um infarto pode causar parada cardiorrespiratória, já que este pode prejudicar o músculo do coração, impedindo-o de se contrair vigorosamente. 4. O que fazer ao aproximar-se da vítima? Os principais passos na sequência do suporte básico de vida preconizados pela American Heart Association são: · Determinar a responsividade · Ativar o serviço de resgate · Fazer compressões torácicas efetivas NÚMERO 1 – DETERMINAR A RESPONSIVIDADE Para determinar a ausência de resposta, encoste nos ombros da vítima de forma enfática e pergunte em tom audível “Você está bem?”. Você não está procurando uma resposta, mas sim algum tipo de reação – contrações das pálpebras, movimento muscular, virar-se para o som e assim por diante. Se não houver resposta a vítima não está responsiva. O paciente com desconforto respiratório, também chamado de "gasping" também deve receber os cuidados iguais aos pacientes não responsivos. Nas novas diretrizes da American Heart Association em 2010, não é considerado um passo formal a detecção da responsividade. Eles consideram este passo um ato implícito ao prestar socorro. É enfatizado apenas 2 passos: chamar ajuda e compressão torácica efetiva, chamado de "hands only" – somente mãos (para socorristas leigos não treinados); ou 3 passos: chamar ajuda, compressão torácica efetiva e ventilação (para socorristas leigos treinados ou profissionais de saúde). NÚMERO 2 – ATIVAR O SERVIÇO DE RESGATE Se a vítima não estiver responsiva, ative o serviço de resgate imediatamente. Em grande parte do território nacional já existe o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) acionado pelo número 192. A pessoa que faz a chamada deve fornecer o local da emergência, o número do telefone de onde está chamando, o que aconteceu, o número de vítimas envolvida (se houver mais de uma), que cuidados de emergência estão sendo ministrados e qualquer outra informação solicitada. NÚMERO 3 – REALIZANDO AS COMPRESSÕES TORÁCICAS As compressões torácicas ajudam o sangue a circular com base em dois princípios: primeiro, elas elevam a pressão na cavidade torácica, fazendo o coração bombear; segundo, elas fornecem compressão direta no próprio coração. Para as compressões torácicas externas, a vítima deve estar na posição de decúbito dorsal (deitada de costas), sobre superfície firme e plana. As roupas da vítima não impedem você de fornecer compressões torácicas eficazes, mas podem impedir o posicionamento correto das mãos; se necessário, afaste as roupas. Ajoelhe-se perto dos ombros da vítima, a distância entre seus joelhos deve ser a mesma que entre seus ombros. 5. Quantas pessoas são necessárias para realizar ressuscitação cardiopulmonar (RCP)? Qual deve ser a posição dos indivíduos que estão realizando RCP? Um ou dois socorristas. Ajoelhe-se perto dos ombros da vítima, a distância entre seus joelhos deve ser a mesma que entre seus ombros. O posicionamento correto das mãos sobre o tórax da vítima é essencial para se evitar a ocorrência de lesões internas decorrentes das compressões torácicas e para a perfeita efetividade da manobra. Suas mãos devem ficar sobre a extremidade inferior do esterno. Para esta posição, trace uma linha imaginária entre os mamilos, o ponto médio localiza-se no exato local que sua mão deverá posicionar-se para as compressões torácicas. 6. Como devem ser as compressões torácicas de alta qualidade? Para fazer as compressões torácicas, proceda da seguinte forma: · Com as mãos corretamente posicionadas, endireite os braços deixando-os retos, firme os cotovelos e posicione os ombros diretamente acima das mãos. Seu nariz, ombros e cicatriz umbilical devem estar quase alinhados em uma reta. Nessa posição, os impulsos recairão diretamente sobre o esterno da vítima. · Pressione direto para baixo, usando o peso da parte superior do corpo para comprimir o esterno da vítima – mínimo 5 cm – o que forçará o sangue do coração. Pode ser necessário comprimir mais o tórax de uma pessoa obesa ou musculosa e menos em uma pessoa muito magra ou pequena. · Libere completamente a pressão para permitir o retorno do tórax e que o sangue volte para o coração. Deixe o tórax voltar para a posição normal após cada compressão, mas nunca retire as mãos do esterno. · Mantenha as mãos sobre o tórax da vítima durante toda a compressão – não as levante, nem troque de posição. As compressões torácicas devem ser fortes, rápidas e rítmicas; não deve haver movimentos bruscos, golpes ou movimentos de parada-início durante o procedimento. · Faça compressões torácicas ao ritmo de no mínimo 100 compressões por minuto. 7. Qual a sequência mnemônica para atendimento a uma PCR? Em uma PCR, um mnemônico pode ser usado para lembrar os passos do SBV - “CABDE”: ❖C: Checar responsividade e a respiração da vítima, Checar o pulso da vítima, Compressões torácicas (30 compressões), Chamar por ajuda. ❖A: Abertura das vias aéreas. ❖B: Boa ventilação (2 ventilações) – 1 segundo cada. ❖D: Desfibrilação e Avaliação Neurológica. ❖E: Exposição. 8. Como chegar o pulso de um paciente adulto? Checar pulso central (carotídeo) em até 10 segundos. 9. Como devem ser realizadas as ventilações caso o paciente esteja apenas em parada respiratória? A técnica mais utilizada é a da respiração boca-a-boca. Observe a descrição a seguir, que apresenta, passo-a-passo, como utilizar essa técnica: 1°passo: Ajoelhe-se junto à vítima, na altura do ombro. 2°passo: Verifique se há objetos na boca, obstruindo a respiração (prótese, dente solto etc.). 3°passo: Ponha uma das mãos na testa e a outra sob o queixo da vítima. 4°passo: Empurre a mandíbula para cima, inclinando a cabeça da vítima para trás. 5°passo: Mantenha a vítima com a boca aberta. Verifique, então, se ela recuperou o movimento da respiração. Caso contrário, inicie o procedimentode respiração artificial propriamente dito. 6°passo: Aperte o nariz da vítima com os dedos polegar e indicador e inspire profundamente. 7°passo: Coloque a sua boca sobre a boca da vítima, cobrindo-a totalmente. 8°passo: Expire na boca da vítima, forçando o ar para dentro dos pulmões. 9°passo: Faça pressão moderada com as mãos, na região do estômago da vítima para expelir o ar. 10°passo: Inspire profundamente e repita o procedimento. A respiração artificial deve ser feita em intervalos de cinco segundos, até que a vítima recupere o movimento da respiração ou até que o atendimento médico especializado chegue ao local. 10. E como devem ser realizadas as ventilações caso ele apresente parada respiratória e cardíaca? Independentemente da técnica usada para aplicar ventilações, será necessária a abertura de via aérea, que poderá ser realizada com a manobra da inclinação da cabeça e elevação do queixo (Chin lift) ou, se houver suspeita de trauma, a manobra de elevação do ângulo da mandíbula (Jaw thrust). ◦ Para não retardar as compressões torácicas, a abertura das vias aéreas deve ser feita somente depois de aplicar trinta compressões. OBS: Ventilações devem ser feitas em uma proporção de 30 compressões para 2 ventilações (30/2), com apenas um segundo cada, ofertando a quantidade de ar suficiente para promover a elevação do tórax. Para ventilar um paciente em PCR no SBV existem três formas: ➢Boca a boca; ➢Dispositivo Válvula Máscara (Pocket-Mask); ➢Dispositivo Bolsa-Válvula-Máscara (AMBU) 11. O que é DEA? O desfibrilador externo automático (DEA) é um dispositivo médico computadorizado. Um DEA pode examinar o ritmo cardíaco de uma pessoa. Ele pode reconhecer um ritmo que necessite de um choque e pode avisar ao socorrista quando um choque é necessário. O DEA usa mensagens sonoras, luzes e mensagens de texto para indicar ao socorrista os passos a tomar. 12. Como o DEA deve ser utilizado? · Ligar o DEA. Você faz isso pressionando um botão ou abrindo a tampa do DEA. Então, o DEA lhe indicará o que fazer a seguir. Caso você esteja com outra pessoa além da vítima, continue a RCP enquanto o outro socorrista aplica as pás auto-adesivas na vítima. · Aplicar as pás auto-adesivas no adulto. Remova a roupa do tórax da vítima. Abra o pacote das pás para adultos do DEA e retire o plástico de proteção das mesmas. Aplique o lado adesivo das pás diretamente na pele do tórax da vítima. O desenho no pacote das pás mostra onde colocá-las. Para a maioria dos DEA, você coloca uma pá na parte superior direita do tórax, abaixo da clavícula da vítima. Você colocará esta pá justamente à direita do esterno. Coloque a outra pá do lado esquerdo do tórax da vítima, uns poucos centímetros abaixo da axila esquerda. · “Afastar” todos do paciente e permitir que o DEA analise o ritmo cardíaco. Quando você “afasta” todos da vítima, você se assegura de que ninguém a esteja tocando. Então, o DEA pode analisar o ritmo cardíaco. Alguns DEA indicam para apertar um botão para iniciar a análise. O DEA lhe indica, a seguir, se é necessário um choque. O DEA usará uma mensagem sonora ou uma luz que se acende de forma intermitente ou uma mensagem de texto. · “Afaste” todos do paciente e aperte o botão CHOQUE. Se o DEA fornecer uma mensagem de “choque recomendado”, “afaste” todos da vítima e depois pressione o botão de CHOQUE. Quando o choque é fornecido, os braços e outros músculos da vítima se sacudirão. Reinicie imediatamente as manobras de RCP com as compressões torácicas (na velocidade 100 compressões/minutos) até o momento do DEA indicar para se afastarem da vítima para nova análise do ritmo cardíaco (em geral, após 2 minutos).
Compartilhar