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CADERNO HISTOLOGIA - TGI, HIPÓFISE, TIREOIDE, PARATIREOIDE, SUPRARRENAIS E PÂNCREAS

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Bruna Sobral – M3 2021.1 
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CADERNO DE 
HISTOLOGIA – M3 
2021.1 
Bruna Sobral Nogueira 
 Bruna Sobral – M3 2021.1 
2 
 
 
 A cavidade oral é uma estrutura composta 
pela língua, dentes, glândulas salivares e tonsilas 
(relacionadas a defesa do organismo). Tendo 
função de digestão mecânica/mastigação, 
salivação, umidificação dos alimentos e 
principalmente o início da digestão. 
 A boca é composta pelo vestíbulo oral, 
limitado pelos lábios e dentes, e pela cavidade oral, 
limitada pelo palato superiormente, pelo assoalho 
da boca e língua inferiormente, istmo das fauces 
posteriormente e dentes anteriormente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 As glândulas salivares secretam a saliva – 
importante na formação do bolo alimentar, 
enzimas que iniciam a digestão de carboidratos 
(lipase salivar). Dentes fazem a digestão mecânica 
e enzimas salivares, a digestão química. 
 Outra estrutura importante dessa cavidade 
é a língua. Esta tem função sensorial relacionada ao 
paladar e também uma função mecânica que 
empurra o alimento contra o palato para facilitar a 
deglutição. 
 
 A mucosa oral tem função de proteção 
contra o atrito (alimentos rígidos) e patógenos 
(MALT, células bem justapostas), com mecanismos 
sensoriais (gustação/paladar, botões gustativos) e 
de secreção (glândulas salivares). 
 
 
 
 
 
 
 
 
O epitélio associado a essa mucosa é 
estratificado pavimentoso, podendo também ser 
queratinizado em regiões de maior atrito. É 
composto principalmente por queratinócitos, 
células de defesa, mecanorreceptores e 
melanócitos. Ainda possui estruturas de tecido 
conjuntivo que são a lâmina própria papilar (mais 
próxima ao epitélio) e a lâmina própria reticular. 
Lembrando que uma mucosa é composta 
por um epitélio e um tecido conjuntivo associado. 
 Essa mucosa pode possuir variações 
regionais, sendo classificada de 3 diferentes formas 
dependendo da sua estrutura – mastigatória (A), 
de revestimento (B) e especializada (C). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 MUCOSA MASTIGATÓRIA – presente na 
gengiva, através de um epitélio estratificado 
pavimentoso queratinizado com muita adesão ao 
tecido conjuntivo adjacente (muito atrito), e do 
palato duro, com o mesmo epitélio e uma lâmina 
A 
 Bruna Sobral – M3 2021.1 
3 
 
própria de tecido conjuntivo frouxo ligada ao 
periósteo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 OBS: É possível diferenciar o palato duro do 
palato mole na microscopia pois possuem 
diferenças – o palato duro possui uma zona 
adiposa, na região entre os palatos existe uma zona 
glandular com ácinos mucosos. 
 
 MUCOSA DE REVESTIMENTO – presente no 
lábio, na bochecha, no palato mole e no assoalho 
da boca e ventre da língua. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 No lábio a sua região externa apresenta um 
epitélio pavimentoso estratificado queratinizado 
com glândulas sudoríparas e sebáceas, a zona 
vermelha tem um epitélio estratificado 
queratinizado e tecido conjuntivo vascularizado, e 
na região interna, um epitélio pavimentoso 
estratificado não queratinizado cm glândulas 
labiais (ácinos mucosos). 
 Na bochecha há um epitélio estratificado 
pavimentoso não queratinizado com glândulas 
sebáceas – presença de grânulos amarelados na 
bochecha. 
 No palato mole há um epitélio estratificado 
pavimentoso não queratinizado com nódulos 
linfoides. Existem também alguns nódulos linfoides 
na região posterior desse palato mole. 
 Por fim, no assoalho da boca e ventre da 
língua existe a presença de um epitélio 
estratificado pavimentoso não queratinizado mais 
fino (menos camadas), com uma lâmina própria 
muito mais vascularizada e uma maior 
permeabilidade – medicação por via sublingual. 
 
 MUCOSA ESPECIALIZADA - localizada no 
dorso da língua e nos botões gustativos. Está 
associada à sensação do paladar e limita-se a 
superfície dorsal da língua. Apresenta rugosidades 
particulares responsáveis pela produção da 
sensação do paladar. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 A região dorsal da língua é dividida em 
corpo (anterior) e raiz (posterior) separados pelas 
papilas valares, que formam o “V lingual”. Na raiz 
está a tonsila lingual, uma estrutura de defesa com 
tecido linfoide e epitélio estratificado 
pavimentoso. Nessa região das tonsilas, existem 
invaginações chamadas de criptas, locais em que o 
epitélio penetra na tonsila – a tonsila lingual 
apresenta uma cripta. 
 OBS: Também existe a tonsila palatina que 
possui diversas criptas e está localizada entre os 
 Bruna Sobral – M3 2021.1 
4 
 
arcos palatinos e a tonsila faríngea – as três tonsilas 
juntas formam o Anel de Waldeyer (proteção). 
 No corpo da língua, o epitélio se 
evagina/projeta formando as papilas linguais. Ao 
todo existem quatro tipos de papilar: as filiformes, 
as fungiformes, as foliadas e as circunvaladas. As 
foliadas são pouco desenvolvidas e as filiformes 
são as encontradas em maior número. 
 Os botões gustativos estão presentes 
apenas na mucosa especializada nas papilas 
fungiformes, foliadas e circunvaladas, e uma parte 
no palato mole. São sensibilizados pelo alimento e 
levam a informação ao sistema nervoso. 
Compostos por uma célula basal (renovação – tipo 
4), uma célula sensorial (ligada ao nervo – tipo 3) e 
duas células de sustentação (tipo 1 – claras e tipo 2 
– escuras). A abertura em seu ápice é chamada de 
poro gustativo, onde entra o alimento. 
 
 Como previamente citado são divididas em 
papilas filiformes, fungiformes, circunvaladas e 
foliadas. 
 FILIFORME – não possui botão gustativo, 
não sendo uma papila sensorial. Localizada na 
parte dorsal da língua, ajuda na pressão do 
alimento contra o palato e o envio do mesmo à 
faringe. Possuem uma ponta mais afilada e uma 
camada de queratina em seu epitélio. 
 
 
 
 
 
 
 FUNGIFORMES – similares a um cogumelo 
e na maioria das vezes localizadas na ponta e dorso 
da língua, permitem com que sejamos capazes de 
sentir o gosto doce de um alimento. Apresenta 
botões gustativos apicais e pequena quantidade de 
queratina. 
 
 
 
 
 
 
 
 FOLIADAS – localizadas mais lateralmente 
na língua são responsáveis pelo gosto salgado que 
sentimos dos alimentos. Possuem mais 
invaginações do tecido conjuntivo e seu botão 
gustativo é lateral – não é queratinizada. 
 
 
 
 
 
 
 
 (imagem histológica de animal) 
 
 CIRCUNVALADA – responsáveis pelo gosto 
amargo, apresentam uma depressão ao redor de 
toda ela conhecida como vala, seus botões ficam 
lateralmente – bem grandes. Junto as papilas 
circunvaladas existem glândulas lavadoras ou de 
Von Abner que desembocam no sulco da mesma e 
retiram restos de alimentos que poderiam se 
acumular na região da vala. 
 
 
 
 
 
 
 Bruna Sobral – M3 2021.1 
5 
 
 
 
 
 
 
 
 
GLÂNDULAS SALIVARES 
 Responsáveis pela secreção da saliva – 
secreção que tem função germicida e protetora 
(lisozima, IgA), de umidificação, lubrificação, 
digestão (carboidratos e lipídeos), tamponamento 
entre outras. Essas glândulas possuem uma porção 
secretora e uma porção excretora. Por serem 
exócrinas necessitam de um ducto excretor que 
libera a substância na cavidade oral. 
A porção secretora é formada por ácinos 
mucosos (secreção viscosa), ácinos serosos 
(secreção aquosa com enzimas) ou ácinos mistos 
(mucoso com meia lua serosa). Estes ácinos vão 
produzir a secreção e lançá-la nos ductos 
intercalares revestidos de epitélio cúbico simples. 
OBS: Ácinos serosos normalmente tem a luz 
mais estreita com formato de bola, células mais 
coradas e piramidais com núcleo arredondado e o 
mucoso possui citoplasma pálido, grânulos de 
mucina, e núcleo achatado e basal. 
 
 
 
 
 
 
 
Com a formação deum conjunto desses 
ductos, vai ser formado o ducto estriado de epitélio 
cilíndrico simples. Esse ducto estriado é capaz de 
alterar a tonicidade da saliva, ele reabsorve sódio e 
cloro ativamente tendo ação produtora e 
produzindo bicarbonato. 
Depois, esse conjunto de ductos estriados 
vai finalmente dar origem aos ductos excretores - 
com epitélio variando desde pseudo-estratificado 
até estratificado dependendo do local. Esse é o 
último local por onde a saliva passa antes de ser 
excretada na cavidade oral (estes ductos se 
encontram e formam um único grande). 
 OBS: Para facilitar a secreção do conteúdo 
dos ácinos, existem células mioepiteliais, com 
actina no citoesqueleto, que contraem a porção 
acinosa. 
 Existem várias glândulas salivares pequenas 
distribuídas na cavidade oral. Estas geralmente são 
mucosas, e só na língua, são encontradas algumas 
serosas. Dessa forma, existem três grandes 
glândulas que se destacam pelo detalhamento da 
porção secretora – a glândula parótida, a glândula 
submandibular e a glândula sublingual. 
 
 Revestida por uma cápsula de tecido 
conjuntivo densa que penetra na mesma e a divide 
em lobos e posteriormente, lóbulos. Esses são 
formados exclusivamente por ácinos serosos. 
Possuem ductos intercalares e estriados dentro 
desses lóbulos, e entre os lobos há os ductos 
excretores. Pode ser observado tecido adiposo 
unilocular nessa glândula. Exócrina, acinosa e 
composta, com grânulos com proteína e muita 
atividade de amilase – glândula serosa. 
 
 Localizada abaixo do corpo da mandíbula 
com ducto desembocando no assoalho da boca. 
Também possui uma cápsula de tecido conjuntivo 
denso que penetra e divide a glândula em lobos e 
 Bruna Sobral – M3 2021.1 
6 
 
depois, lóbulos. Nesse caso existe a presença de 
ácinos serosos e mucosos. Seus ductos estriados e 
intercalares ficam dentro os lóbulos e os excretores 
se encontram entre os lobos. Túbulo-acinosa 
composta, secreta lisozima e lactoferrina, mais 
serosa do que mucosa – glândula mista. 
 
 Fica localizada embaixo da língua e possui 
vários pequenos ductos eu desembocam no 
assoalho da boca. Também possui uma cápsula de 
tecido conjuntivo denso que a divide em lobos e 
lóbulos. A grande diferença é que nela há 
predominância de ácinos mucosos. Túbulo acinosa 
composta e predominantemente mucosa – 
glândula mucosa. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
(vermelho – ácinos serosos e amarelo – 
ácinos mucosos) 
 
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 O sistema digestório tem como funções: 
ingestão, mastigação, digestão, absorção de 
alimentos, secreção e eliminação de resíduos. Esse 
sistema contém o tubo digestório e seus principais 
órgãos – língua, dentes, glândulas salivares, 
pâncreas, fígado e vesícula biliar. Toda a região do 
tubo digestório possui uma organização histológica 
semelhante com alterações dependendo do 
objetivo de cada região. 
 O tubo digestório é constituído por uma luz 
e uma parede, sendo que a última é composta por 
4 camadas: mucosa, submucosa, muscular externa 
e adventícia ou serosa. 
 
 Formada sempre por um tecido epitelial de 
composição variável recobrindo a lâmina própria 
de tecido conjuntivo frouxo que apresenta 
glândulas exócrinas, vasos sanguíneos e MALT 
(tecido linfoide associado a mucosa, ocasional). 
 Além disso, há uma camada muscular 
conhecida como muscular da mucosa. A mesma 
não está relacionada ao peristaltismo já que é 
muito fina. No início, tem fibras só na disposição 
longitudinal, mas a partir do estômago passa a ter 
uma circular interna e uma longitudinal externa. 
 Apresenta tecido epitelial de revestimento, 
lâmina própria e muscular da mucosa. Esse epitélio 
vai ser responsável por ser barreia seletiva, facilita 
o transporte e a digestão, promove a absorção e 
produz hormônios. 
 Na parte inicial e final do sistema digestório 
– cavidade oral, orofaringe, esôfago e ânus – 
encontra-se um epitélio estratificado pavimentoso 
não queratinizado. Já no estômago e nos intestinos 
o epitélio encontrado é simples e cilíndrico. 
 
 
 Essa camada fica logo abaixo da mucosa e 
apresenta menos variações ao longo do tubo já que 
basicamente composta por tecido conjuntivo 
denso. Também possui um plexo vascular 
importante com vasos sanguíneos e linfáticos. 
 Além disso, é nessa região que encontra-se 
o plexo nervoso submucoso ou plexo de Meissner. 
Um plexo que tem como função inervar glândulas 
da mucosa, músculo liso e glândulas da submucosa 
(somente no esôfago e duodeno). Pode também 
apresentar MALT ocasional. 
 Vale ressaltar que ao longo do tubo, a maior 
parte do epitélio é simples. As poucas áreas de 
epitélio estratificado possuem menor quantidade 
de tecido conjuntivo, com menos células de defesa 
– MOs passam com mais dificuldade pelo tecido 
estratificado. 
 
 Essa camada é subdividida em duas 
subcamadas de músculo liso que tem relação com 
a disposição espacial delas. A subcamada mais 
interna com disposição circular é a circular interna, 
e a subcamada mais externa com disposição 
longitudinal é a longitudinal externa. 
 Entre essas suas subcamadas também 
existe o plexo nervo mioentérico ou plexo de 
Auerbach, responsável por inervar a musculatura 
dessa camada. Além disso, a camada muscular 
externa é responsável pelos movimentos de 
segmentação (mistura) e de peristalse – tubo 
consegue diminuir sua luz e alongar ou encolher o 
seu comprimento. 
 
A camada serosa é composta por tecido 
conjuntivo frouxo e mesotélio – apresenta 
glândulas. Já a camada adventícia é composta 
apenas por tecido conjuntivo frouxo, bem mais 
espessa que a última. 
 Bruna Sobral – M3 2021.1 
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 Nas regiões cervical e torácica do tubo há a 
presença da camada adventícia – proximidade a 
traqueia. Na região abdominal há primordialmente 
a camada serosa, só com algumas exceções. 
 
ESÔFAGO 
 Tubo muscular grande e fixo. Segmento 
mais estreito e de menor diâmetro do tubo 
digestório, grande parcela da sua extensão 
compreende a região torácica localizando-se 
posteriormente a traqueia. Seu limite cranial é a 
orofaringe e seu limite caudal do mesmo é na 
região cardíaca do estômago. Possui numerosas 
pregas longitudinais com sulcos. 
 Responsável pela deglutição e condução do 
alimento da cavidade oral ao estômago – órgão de 
transporte. No início dele há músculo estriado 
esquelético que participa dos processos, depois é 
substituído pelo músculo liso quando os 
movimentos peristálticos iniciam. 
 Existem dois pontos importantes nesse 
órgão que servem para controlar a condução do 
alimento. O primeiro é o esfíncter esofagiano 
superior (EES), próximo a região da traqueia, faz o 
alimento seguir da cavidade oral para o esôfago, e 
o segundo é o esfíncter esofágico inferior (EEI), não 
permite que o alimento que foi para o estomago 
volte para o esôfago. 
 O EES é representado pelo músculo 
cricofaríngeo, que é estriado esquelético, e o EEI é 
representado pela própria musculatura mais distal 
da parede do esôfago. 
 
 A camada mucosa é formada por um 
epitélio estratificado pavimentoso não-
queratinizado, uma lâmina própria de tecido 
conjuntivo frouxo – no fim aparecem glândulas 
cárdico-esofágicas na lâmina própria, são 
secretoras de muco na superfície do epitélio 
(proteção contra atrito). 
 
 
 
 
 
 
 
 
A camada submucosa é de tecido 
conjuntivo denso, com MALT ocasional (não-
comum), plexo submucoso vascular, plexo nervoso 
e glândulas esofagianas (exócrinas, túbulo-acinosa 
e mucosas). 
 A camada muscular externa do esôfago é 
diferente do padrão. Possui duas subcamadas, a 
circular interna e a longitudinal externa, com o 
plexo mioentérico entre elas. Porém, na região 
superior do esôfago (1/3) essa camada muscular 
externa é de músculo estriado esquelético, na 
região mediana (1/3) fica meio a meio, e no finalaté o fim do tubo há apenas músculo liso na 
muscular externa (1/3). 
 E, por fim, a presença da adventícia em 
grande parte da sua extensão – uma parte serosa 
existe próxima a cavidade peritoneal. 
 
 
 
 
 
 
 
 
LEGENDA: 1 – epitélio pavimentoso estratificado, 2 
– lâmina própria, 3 – muscular da mucosa, 4 – 
glândulas esofágicas (submucosa) e 5 – músculo 
estriado esquelético (início do esôfago). 
 
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 Bruna Sobral – M3 2021.1 
9 
 
OBS: no momento de mudança do esôfago 
para o estômago ocorre uma transição epitelial 
conhecida como Junção Gastroesofágica. O 
epitélio passa de estratificado pavimentoso não-
queratinizado para epitélio cilíndrico simples. 
 
 
 
 
 
 
 
 
ESTÔMAGO 
 Porção mais expandida/dilatada do tubo 
digestório que funciona como “bolsa de reserva” 
de alimentos, participando fortemente dos 
processos de digestão – quebra molecular de 
alimentos. Esse órgão é dividido histologicamente 
3 porções: cárdica, fúndica e pilórica (fundo e 
corpo com mesma “composição” histológica). 
 O processo de digestão do estômago se dá 
em função do suco gástrico produzido pelas 
glândulas gástricas presentes na mucosa – só 
possui glândulas nessa camada, no caso do 
estômago. 
 O suco gástrico é composto por água, ácido 
clorídrico, pepsina, muco e íons. A célula que 
produz essa pepsina presente no suco só existe nas 
glândulas gástricas fúndicas, não existe nas demais. 
As glândulas das outras regiões produzem 
principalmente muco e HCL. 
 O muco secretado na mucosa do estômago 
tem função protetora dessa parede, já que a 
mesma produz diversas secreções digestivas muito 
fortes com pH muito reduzido. Assim, muco rico 
em bicarbonato tenta proteger essa parede e uma 
agressão causada pelo suco gástrico. 
 Anatomicamente possui dois esfíncteres 
em suas limitações (assim como o esôfago): o 
esfíncter esofágico inferior ou esfíncter cárdico, e 
o esfíncter pilórico. Enquanto um está aberto, o 
outro está fechado, sempre. 
 
 A camada mucosa apresenta um epitélio 
cilíndrico simples muco-secretor (importante para 
a proteção das células da mucosa), uma lâmina 
própria de tecido conjuntivo frouxo e uma 
muscular da mucosa de tecido muscular liso 
dividida em duas subcamadas, circular interna e 
longitudinal externa. 
 É importante ressaltar que esse epitélio de 
superfície invagina para a lâmina própria formando 
as criptas, fossetas ou fovéolas e no fundo dessas 
abrem-se as glândulas gástricas localizadas só na 
mucosa, exócrinas e tubulosas. São grandes e 
podem ser divididas em istmo (se abre na cripta), 
colo e base (fundo). 
 
 
 
 
 
 
 
LEGENDA: GP – fosseta gástrica, M – mucosa, MM 
– muscular da mucosa, S – submucosa, O – camada 
oblíqua interna, C – camada circular média e L – 
camada longitudinal externa. 
 
 Existem alguns diferentes tipos de células 
presentes na camada mucosa. Algumas delas são: 
 CÉLULAS CILÍNDRICAS – presentes no 
revestimento superficial e na parede da cripta do 
epitélio; 
 Bruna Sobral – M3 2021.1 
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 CÉLULAS FONTE – células indiferenciadas 
que tem como função sofrer mitose e gerar células 
filhas que vão se diferenciar nos outros tipos 
celular. Se essa célula se localiza no fundo e no 
início da glândula, o processo de renovação das 
células é bidirecional. 
 CÉLULAS MUCOSAS DO COLO – células que 
produzem muco protetor e que se localiza no colo 
e no istmo da glândula com a função de proteger a 
mucosa gástrica de suas próprias secreções. 
Levemente cilíndricas com núcleo basal e 
citoplasma com vesículas com muco. Muito 
retículo endoplasmático rugoso e complexo de 
Golgi. 
 CÉLULA PARIETAL – célula em maior 
quantidade nas glândulas responsável pela 
produção de HCL e fator intrínseco. Possui aspecto 
arredondado com núcleo redondo central, 
cromatina descondensada e nucléolo evidente, 
citoplasma acidófilo devido as muitas 
mitocôndrias. 
 CÉLULA PRINCIPAL (ZIMOGÊNICA) – 
encontrada apenas no fundo da glândula e nas 
glândulas da região fúndica. Produz enzimas nas 
suas formas inativas, pepsinogênio por exemplo. É 
uma célula cilíndrica, com retículo rugoso em 
grande quantidade, núcleo mais alongado, 
cromatina descondensada e nucléolo evidente. 
Retículos basais e grânulos apicais. 
 CÉLULA ENTEROENDÓCRINA – células 
especializadas na produção de hormônios 
localizadas na base da glândula – secretam 
hormônios na lâmina própria para alcançar vasos 
sanguíneos ou células vizinhas. Seus grânulos se 
localizam na base das células. Exemplo: célula G 
secretora de gastrina. 
 
 
 
 
 
 
 Não é diferenciada no estômago. É uma 
camada formada por tecido conjuntivo denso com 
vasos sanguíneos importantes e plexo nervoso 
submucoso. Não possui glândulas e nem 
quantidade grande de MALT (ocasionais). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Essa camada é mais espessada quando 
comparada com as outras musculares externas do 
tubo digestório uma vez que possui três 
subcamadas ao invés de duas. Há a camada oblíqua 
interna, a camada circular média e a camada 
longitudinal externa. As fibras dessa camada 
“extra” possuem disposição oblíqua e contribui na 
movimentação. 
 Já a serosa é na verdade o peritônio que 
não traz nenhuma alteração no estômago. 
Composto por tecido conjuntivo frouxo com um 
mesotélio na superfície desse conjuntivo que 
reveste a superfície mais externa. 
 
 A região cárdica possui criptas curtas de 
tamanho similar ao das glândulas. Não é um local 
com muitas glândulas e por isso não há muito 
tecido conjuntivo – fosseta. 
 Bruna Sobral – M3 2021.1 
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 A região fúndica possui criptas curtas e 
muito menores que as glândulas. É a localidade que 
mais contribui para a produção do suco gástrico 
porque é a única que tem todas as células 
produtoras dos componentes do suco (muita célula 
principal e parietal) – fossetinha. 
 E, por fim, a região pilórica/antro possui 
criptas longas muito maiores que as glândulas 
(muita célula principal e parietal) – fossetão. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Bruna Sobral – M3 2021.1 
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INTESTINO DELGADO 
 Local do término da digestão e da absorção 
dos alimentos digeridos. Característico pela 
presença de estruturas que aumentam a superfície 
de contato como as pregas circulares (projeções da 
submucosa), vilosidades (projeções da mucosa) e 
microvilosidades (projeções da membrana 
plasmática). Além dessas, possuem glândulas 
intestinais principalmente na região da mucosa. 
 O intestino delgado é dividido em duodeno, 
jejuno e íleo que possuem algumas diferenças 
histológicas – porém todos apresentam camadas 
mucosa, submucosa, muscular e adventícia/serosa. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 A camada mucosa vai possuir vilosidades 
intestinais, epitélio cilíndrico simples com células 
caliciformes e planura estriada, lâmina própria de 
tecido conjuntivo frouxo. Os vasos presentes nessa 
região vão ajudar na absorção de nutrientes. 
 Esse epitélio cilíndrico simples possui uma 
diversidade de células sendo a principal delas o 
enterócito. Essa célula absortiva está presente em 
toda a mucosa na superfície de revestimento. Além 
dela existem células caliciformes, 
enteroendócrinas, células-tronco, glândulas 
intestinais, células de Paneth e células M. 
 
 São células cilíndricas com superfície apical 
repleta de microvilosidades, núcleo alongado, 
basal e com cromatina frouxa. Possui retículo 
endoplasmático e complexo de Golgi bem 
desenvolvidos, assim como as outras organelas. 
Também possuem junções de oclusão que 
impedem a passagem de substâncias entre os 
enterócitos. 
 Sua função é a absorção de nutrientes 
previamente digeridos. Uma vez que o intestino 
delgado recebe a secreção biliar e a secreção 
pancreática, inicia-se o processo de emulsificação 
de lipídeos. Estes, por sua vez, são quebrados por 
lipases em glicerol e ácidos graxos– porções que 
serão absorvidas e lançadas na corrente sanguínea 
através desses enterócitos. 
 OBS: Porém também são gerados 
monoglicerídeos e ácidos graxos de cadeia longa 
derivados desses lipídeos. Estes também serão 
emulsificados pela bile, mas vão gerar micelas – 
estruturas que transportam lipídeos e ajudam na 
transformação do lipídeo em quilomícron dentro 
dos enterócitos para depois serem absorvidos 
pelos vasos linfáticos. 
 
 Além dos enterócitos, as células 
caliciformes também são muito importantes. Estão 
localizadas principalmente em glândulas e 
vilosidades e tem função de secretar muco para 
lubrificação e proteção do epitélio. 
São células produtoras de muco – secretam 
glicoproteínas e proteoglicanas para permitir 
adesão, neutralização do pH local e lubrificação 
devido a viscosidade do muco. Possuem uma 
camada dupla: uma camada interna que tem 
função de proteção e uma camada externa 
relacionada a essa lubrificação. 
 Têm formato de cálice com núcleo basal. É 
mais acidófila na região apical – possui grânulos de 
mucina nesse local. 
(imagem de íleo e jejuno) 
 Bruna Sobral – M3 2021.1 
13 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Outro tipo de célula presente nesse epitélio 
são as células-tronco ou regeneradoras. Estas são 
encontradas apenas nas glândulas e tem função de 
renovação do epitélio intestinal e de suas 
vilosidades. 
 A renovação realizada por essas células é 
apenas da região apical das glândulas em células 
epiteliais e suas vilosidades mais próximas a luz do 
intestino. 
 O processo realizado ocorre da base para o 
ápice, da glândula em direção as vilosidades e pode 
levar de 3-6 dias. No caso da renovação das células 
de Paneth, pode levar até 7 dias. 
 
 Células exclusivas do intestino delgado. 
Caracterizadas pela presença de grânulos 
eosinófilos na região apical da célula. Nela ocorre a 
produção de substâncias como lisozimas, 
defensinas e outras substâncias bactericidas 
também. 
 
 
 
 
 
 
 Possuem Golgi bem desenvolvido, retículo 
endoplasmático rugoso extenso, numerosas 
mitocôndrias. As substâncias produzidas por esse 
maquinário de organelas são responsáveis pelo 
aumento da permeabilidade de bactérias e 
parasitas para facilitar a ação do sistema imune. 
 Além disso, essas lisozimas e defensinas 
ficam presas ao muco da parte mais superficial dos 
enterócitos. Dessa forma, se a bactéria passar por 
esse muco, será destruída por essas substâncias. 
 
 As células enteroendócrinas também 
presentes nessa região são células granulares que 
ficam principalmente nas glândulas intestinais que 
produzem hormônios para controlar o TGI. 
Similares as células de Paneth porém com a 
presença de grânulos basais – produzem 
hormônios que são secretados no tecido 
conjuntivo adjacente onde há a presença da 
circulação sanguínea. 
 Responsáveis pela produção da CCK que 
tem função de retardar o esvaziamento gástrico, 
de secretina que estimula a secreção pancreática, 
e de gastrina que estimula a secreção de HCL. 
 
 Presente no epitélio associado a nódulos 
linfoides, principalmente na região do íleo. Em sua 
membrana existem dobras com função de 
captação de antígenos – pegam MOs e 
macromoléculas das vesículas endocíticas e 
transportam para a membrana basolateral. 
 
 
 
 
 
 
 
(imagem íleo) 
 Bruna Sobral – M3 2021.1 
14 
 
 Compostas por células absortivas, células 
caliciformes, células tronco, células 
enteroendócrinas e células de Paneth por sua 
extensão. Os enterócitos e as células caliciformes 
estão presentes tanto nessas glândulas quanto nas 
vilosidades. 
 
 Formada por tecido conjuntivo frouxo com 
a presença do plexo submucoso ou de Meissner. 
Essa região pode ou não conter glândulas 
intestinais e nódulos linfoides. 
 
 É uma camada composta basicamente por 
tecido muscular liso. Esse tecido é dividido em dois 
subgrupos: uma camada conhecida como circular 
interna e uma outra camada conhecida como 
longitudinal externa. Entre essas duas subcamadas 
musculares há a presença do plexo mioentérico 
conhecido também como plexo de Auerbach. 
 
 
 
 
 
 Basicamente composta por um tecido 
conjuntivo frouxo e mesotélio. Forma um epitélio 
pavimentoso simples. 
 
 DUODENO – possui vilosidades maiores e 
mais numerosas, glândulas bem desenvolvidas e 
em maior quantidade na camada submucosa. 
Presenta vilosidades em forma de folha e glândulas 
duodenais na submucosa (glândulas de Brunner). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 JEJUNO – semelhante ao duodeno porém 
com vilosidades menores e em menor quantidade. 
Essas vilosidades apresentam formato de dedos e 
não há glândulas nem nódulos linfoides na camada 
da submucosa. Região com vasos mais calibrosos 
que aumentam a absorção. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 ÍLEO – vilosidades e glândulas na mucosa 
relativamente menos desenvolvidas. Possui maior 
1 
2 
5 
3 
4 
LEGENDA: BGI – glândula de Brunner, submucosa 
LEGENDA: GI 
– glândulas 
intestinais, S - 
serosa 
 Bruna Sobral – M3 2021.1 
15 
 
quantidade de nódulos linfoides dispostos de 
forma agregada. Suas vilosidades se apresentam 
digitiformes e mais curtas. Nessa região são 
formadas as Placas de Peyer onde há a presença de 
agregados linfoides. 
 
 
 
 
 
 
 
INTESTINO GROSSO 
 Tem função de absorção passiva de água e 
de íons, vitaminas. Não apresenta vilosidades e 
nem pregas circulares. Além disso, nessa região, as 
células caliciformes são as mais numerosas na 
mucosa. 
 A camada mucosa não apresenta 
vilosidades, possui um epitélio cilíndrico simples 
com muitas células caliciformes, lâmina própria, 
glândulas intestinais e uma muscular da mucosa. Já 
na camada submucosa pode apresentar nódulos 
linfoides ocasionais. E por fim, na camada serosa 
pode ser encontrado um tecido adiposo unilocular 
de epitélio pavimentoso simples e tecido 
conjuntivo frouxo. 
 
 
 
 
 
 
 
 A grande presença de células caliciformes 
nessa região vai ser importante para lubrificação e 
os enterócitos só serão necessários para o 
transporte de íons e água. Dessa forma, é mais 
importante a passagem tranquila do bolo fecal por 
essa região do que a absorção e substâncias. 
 Também há a presença de células de 
reserva (células-tronco) que são responsáveis pela 
renovação celular. Também são encontradas as 
células enteroendócrinas para ajudar na 
motilidade gastrointestinal. 
 A região do apêndice possui nódulos 
linfoides sempre presentes localizados na 
submucosa – região com muitas células M. 
 Já no reto e canal anal ocorre uma transição 
epitelial, passa de um epitélio cilíndrico simples 
com células caliciformes para um epitélio 
pavimentoso estratificado não-queratinizado – 
formação de pregas transversais. Além disso, 
possui plexos hemorroidais (submucosa) e 
músculo estriado esquelético no esfíncter anal 
externo. 
 
LEGENDA: LN 
– Placas de 
Peyer 
LEGENDA: GI – glândulas intestinais, círculo vermelho – caliciforme 
 Bruna Sobral – M3 2021.1 
16 
 
–
1FÍGADO 
 Pode ser dividido em dois lobos principais: 
direito (maior) e esquerdo, situados no quadrante 
superior direito da região abdominal. Esses dois 
lobos são ligados através do ligamento falciforme 
formado por tecido conjuntivo denso. 
 Possui um local conhecido como porta 
hepática ou hilo do fígado. Essa região é o local de 
entrada dos vasos sanguíneos aferentes e saída do 
ducto hepático comum (formado pela fusão dos 
ductos hepáticos direito e esquerdo). 
 O ducto hepático fusiona-se com o ducto 
cístico vindo da vesícula biliar e forma o ducto 
colédoco – desemboca no duodeno e lança a bile. 
 OBS: O ducto pancreático também 
desemboca na região do duodeno, ocorre mistura 
da secreção pancreática com a vesícula biliar 
ajudando a fazer a digestão em grande escala de 
alimentos. 
 O fígado é um órgão muito irrigado com 
vasos chegando através do hilo– os mais 
importantes são a veia porta e a artéria hepática. A 
primeira leva o sangue do intestino com todo o 
material absorvido para o fígado através da 
circulação porta-hepática. 
 OBS: Uma circulação porta ocorre quando 
dois sistemas de capilares são interligados por um 
vaso de maior calibre. Nesse caso os capilares 
intestinais se conectam com os sinusoides 
(capilares descontínuos e fenestrados) através da 
veia porta. 
 O suprimento sanguíneo desse órgão é 
misto – 70% venoso através da veia porta e 30% 
arterial através da artéria hepática. Assim, a veia 
porta vai ser responsável pela circulação funcional 
do fígado, enquanto a artéria hepática supre a 
parte de nutrição e oxigenação do tecido hepático. 
 Os hepatócitos possuem contato íntimo 
com os sinusoides tendo acesso ao material 
presente no sangue vindo da veia porta. 
 As funções do fígado são: secreção 
endócrina e exócrina, detoxificação, glicogênese, 
Glicogenólise, hemocaterese, armazenamento de 
glicogênio e armazenamento de vitaminas 
lipossolúveis. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Composto por um estroma (tecido de 
sustentação) e um parênquima (tecido funcional). 
Grande parcela do parênquima é formado por 
hepatócitos e o estroma é formado por substâncias 
de natureza conjuntiva, como as fibras reticulares. 
 O estroma possui a cápsula de Glisson 
externamente e algumas áreas internas com tecido 
conjuntivo frouxo e tecido reticular que envolvem 
o espaço porta. Esse espaço porta é uma região 
onde ficam localizados as tríades portais 
compostas por ramos da veia porta, ramos da 
artéria hepática e ductos biliares. 
 
 
 
 
 
 
 
 Bruna Sobral – M3 2021.1 
17 
 
 Hepatócitos no parênquima ficam unidos 
por cordões. Esses cordões juntamente com os 
sinusoides hepáticos e a veia centro-lobular 
formam o lóbulo hepático clássico. Todo o 
parênquima é organizado nesses lóbulos hepáticos 
clássicos que possuem forma de hexágonos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Na periferia desses lóbulos hepáticos 
clássicos (vértices dos hexágonos) há espaços porta 
com tríades hepáticas – ramo da artéria hepática, 
ramo da veia porta e ducto biliar – envoltos por 
tecido conjuntivo frouxo. 
 Nos sinusoides hepáticos ocorre a mistura 
de sangue. Depois essa mistura flui da periferia do 
lóbulo hepático clássico até a veia centro lobular 
que coleta esse sangue. A secreção biliar já vai no 
sentido oposto, ela é produzida pelos hepatócitos 
no centro do lóbulo e é lançada para os ductos 
biliares presentes na periferia. 
 Esses ductos biliares possuem parede 
formada por epitélio cilíndrico simples que coleta a 
bile dos hepatócitos. Os canalículos biliares ficam 
entre os cordões de hepatócitos e não tem parede. 
 
 
 
 
 
 
 Os hepatócitos são células poligonais com 
núcleo grande e central, cromatina condensada, 
nucléolo evidente e citosol acidófilo devido à 
grande quantidade de mitocôndrias. Possuem 
muito RER e Golgi em função da síntese proteica, e 
muito REL em função da detoxificação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 São responsáveis por realizar a maioria das 
funções do fígado: síntese de proteínas (albumina, 
por exemplo), produção de bile, acúmulo de 
metabólitos, gliconeogênese e detoxificação de 
substâncias. Grande acúmulo de glicogênio pós-
refeição. 
 Entre os hepatócitos, além dos canalículos 
biliares, também existem zônulas de oclusão que 
permitem que a bile não extravase para o tecido 
hepático. Esses canalículos biliares vão ser 
responsáveis por captar os sais biliares 
reabsorvidos no intestino, leva-los até o REL dos 
hepatócitos, gerar a conjugação com aminoácidos 
e depois liberar a bile de volta ao canalículo. 
 Esse hepatócitos possuem contato com os 
sinusoides hepáticos – entre a parede descontínua 
do sinusoide e o hepatócito existe o espaço peri-
sinusoidal (microvilos, fibras reticulares e células 
de Ito). Na parede desses sinusoides também 
encontram-se as células de Kupffler (macrófagos). 
 
VESÍCULA BILIAR 
 Responsável por armazenar e concentrar a 
secreção biliar na sua luz, além de ser estimulada 
pela CCK. Possui uma parede formada por 3 
camadas: mucosa, muscular e adventícia/serosa 
(depende do local). Sua mucosa é absortiva com 
S 
C 
LEGENDA: S – 
sinusoides 
hepáticos, C – 
cordões de 
hepatócitos 
 Bruna Sobral – M3 2021.1 
18 
 
um epitélio que absorve íons – muito importante 
para a concentração da bile. Essa mucosa 
também apresenta altas pregas com ramificações 
que ficam achatadas quando há grande quantidade 
de bile na vesícula. 
 OBS: O processo de concentração de bile 
faz com que a bile secretada pela vesícula seja 
muito mais eficiente na emulsificação de gorduras 
do que a bile secretada pelo fígado. 
 
 
 
 
 
 
 A camada muscular é fina e composta por 
músculo liso – camada circular interna e 
longitudinal externa – eficiente para lançar a bile 
no duodeno através da contração e relaxamento 
do esfíncter de Oddi (estimulado pela CCK). 
 A camada adventícia encontra-se na região 
encosta no fígado (tecido conjuntivo frouxo) e a 
camada serosa na face livre (peritônio). 
 OBS: Colelitíase ou cálculo biliar pode ser 
responsável por entupir o colédoco, por isso a 
vesícula deve ser retirada nessas situações. Impede 
a saída da secreção pancreática podendo gerar 
uma pancreatite. 
 
PÂNCREAS 
 Pode ser dividido anatomicamente em 
cabeça, colo, corpo, processo uncinado e cauda. 
Possui similaridades com a glândula parótida. 
 O ducto pancreático caminha por quase 
toda a extensão da glândula e desemboca na papila 
duodenal junto ao colédoco. É classificado como 
uma glândula mista exócrina e endócrina. 
 O suco pancreático (secreção exócrina 
dessa glândula) é composto por zimogênios – 
componentes enzimáticos, pró-enzimas – que vão 
ser ativados no duodeno, e por um componente 
iônico rico em bicarbonato. Esses componentes 
são muito importante já que as enzimas participam 
da digestão e o suco iônico vai elevar um pouco do 
baixo pH presente no duodeno – busca o pH ótimo 
para a atuação das enzimas. 
 O grande centralizador desse processo de 
ativação de enzimas é a tripsina. Essa vai ser 
responsável por ativar todas as outras enzimas – 
tripsinogênio é transformado em tripsina através 
das enteroquinases presentes na planura estriada, 
e esta ativa todo o resto. 
 Já o pâncreas endócrino é representado 
pelas ilhotas pancreáticas que produzem 
hormônios relacionados a metabolismo de 
açúcares. 
 
 Composto um estroma de sustentação e 
um parênquima funcional revestido por uma 
cápsula de tecido conjuntivo na superfície. Essa 
cápsula emite septos que separam o parênquima 
em lóbulos com estroma interno de tecido 
conjuntivo frouxo, inervação e vasos sanguíneos. 
Cápsula -> septos -> estroma interno. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 O parênquima exócrino é classificado como 
acinoso seroso composto – porém, pâncreas não 
possui ductos estriados. Essa porção possui ácinos 
e ductos intercalares que depois se fusionam e 
 Bruna Sobral – M3 2021.1 
19 
 
formam os ductos excretores. Os ductos 
excretores são maiores e se encontram fora do 
lóbulo, nos septos. Os intercalares são 
intralobulares e os excretores são extralobulares. 
 Na luz dos ácinos serosos há uma célula 
centro acinosa. Essa célula pertence ao ducto 
intercalar, possui formato trapezoidal, núcleo 
redondo na região parabasal, RER bem 
desenvolvido e basal, Golgi supranuclear e muitos 
grânulos de secreção no citoplasma apical. 
 A célula produz grânulos com secreção e 
armazena-os, somente quando a CCK se ligar ao 
receptor dessa célula a mesma vai liberar a 
secreção. Esses ácinos e ductos são comandados 
por hormônios produzidos por células 
enteroendócrinas – células S e células G, por 
exemplo. A CCK age nos ácinos promovendo a 
secreção de enzimas e a secretina atua nos ductos 
promovendo asecreção aquosa rica em 
bicarbonato. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 As enzimas do suco pancreático são 
capazes de digerir proteínas, lipídeos, ácidos 
nucleicos, açúcares – esse suco possui um pH de 
7,8-8,2 devido a presença do bicarbonato. 
 Por fim, o pâncreas endócrino é uma 
glândula cordonal que produz hormônios que vão 
ser diretamente liberados no sangue. Possui várias 
subunidades com diversas células que produzem 
diferentes hormônios. 
 OBS: Sabe-se que a vascularização dessas 
duas porções é compartilhada porque o 
polipeptídio pancreático produzido na porção 
endócrina atua paracrinamente, controlando os 
ácinos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ácinos 
 Bruna Sobral – M3 2021.1 
20 
 
 
 
O sistema endócrino é responsável pela 
regulação da atividade corporal junto ao sistema 
nervoso – atua em diferentes órgãos, 
principalmente glândulas, buscando a 
homeostasia. 
 Esse sistema atua por meio da produção de 
hormônios – moléculas sinalizadoras – através das 
células glandulares endócrinas. É composto por 
glândulas controladas por uma via principal, a do 
hipotálamo – possui relação direta com o sistema 
nervoso central, atua sobre a hipófise (por 
exemplo). 
 MECANISMO BÁSICO DOS HORMÔNIOS – 
célula produtora secreta o hormônio que vai agir 
na célula com receptor específico para ele. Várias 
diferentes células podem conter esse receptor, 
dessa forma, ocorrem diferentes respostas. 
 Hormônios são moléculas que podem ser 
proteicas, lipoproteicas, aminoácidos ou lipídeos. 
Os proteicos possuem receptores na membrana 
plasmática das células-alvo, já os outros podem 
atingir receptores intracelulares (nesse caso a 
reposta é mais rápida). 
 A sinalização pode ocorrer de forma 
endócrina – célula secretora libera hormônio no 
sangue e este encontra as células alvo – ou 
parácrina – hormônio é produzido e se difunde 
pela matriz para alcançar a célula-alvo – ou 
autócrina – hormônio atua na própria célula 
produtora. 
 
 
 
 
 
 
 
 A hipófise funciona como uma glândula 
endócrina central pois produz hormônios que 
controlam outras glândulas. Realiza o mecanismo 
de retroalimentação negativa, onde produz 
hormônios que atuam na glândula estimulando a 
inibição da mesma (estimula a paralização do 
funcionamento da glândula). 
 
CARACTERÍSTICAS PRINCIPAIS 
 A glândula hipófise é considerada uma 
endócrina cordonal. Possui uma região estreita 
com o hipotálamo na depressão do osso esfenoide 
– sela túrsica. 
 
 
 
 
 
 
 
 Além disso, possui uma relação anatomo-
histo-fisiológica com o hipotálamo principalmente 
na sua parte neural, também conhecida como 
neuro-hipófise. Já a sua outra parte é conhecida 
como adenohipófise e possui apenas uma relação 
histofisiológica com o hipotálamo - considerada a 
parte epitelial. 
 A glândula é dividida em adeno-hipófise – 
parte distal e parte tuberal – e a neuro-hipófise – 
processo infundibular/parte nervosa, haste 
infundibular (liga ao hipotálamo) e eminência 
média. Todas essas estruturas são envoltas por 
uma espessa cápsula fibrosa de tecido conjuntivo 
denso que se continua com a dura-máter do 
sistema nervoso central. 
 A fenda de Rathke separa os dois lobos 
anterior e posterior da hipófise – é uma estrutura 
quase imperceptível. 
 
 Bruna Sobral – M3 2021.1 
21 
 
ADENOHIPÓFISE 
 Parte da glândula que possui cordões 
celulares ramificados (parênquima) com estroma 
entre eles – pequena quantidade de tecido 
conjuntivo frouxo com capilares fenestrados. Esse 
estroma é dividido em externo e interno. O externo 
é formado por uma cápsula fibrosa e o interno é 
composto por tecido conjuntivo de sustentação. 
 Esses cordões de células do parênquima 
são formados por células cromófilas (afinidade por 
corantes, citoplasma corado) e células cromófobas 
(sem afinidade pelo corante, citoplasma claro). 
Essa afinidade se dá pela presença de grânulos 
citoplasmáticos contendo hormônios ou não, 
dependendo da carga desses grânulos. 
 Os hormônios produzidos por essa parte da 
glândula são proteínas ou glicoproteínas que ficam 
nesses grânulos de secreção – células cromófobas 
ou são jovens ou já secretaram o conteúdo de seus 
grânulos. 
 As células cromófilas acidófilas são mais 
avermelhadas e maiores. Alguns exemplos são as 
somatotróficas (produtores de GH) e as 
mamotróficas ou lactotróficas (secretam 
prolactina). Já as células cromófilas basófilas são 
mais arroxeadas e menores. Alguns exemplos são 
as adrenocorticotróficas (secretam ACTH), as 
gonadotróficas (secretam LH e FSH), as 
tireotróficas (secretam TSH) e as melanotróficas 
(secretam MSH). 
 
 
 
 
 
 
 
 OBS: a única região que apresenta esses 
três tipos de células é a parte distal. A região 
intermédia e a tuberal não têm células cromófilas 
acidófilas. Já as células cromófabas estão presentes 
em todas as regiões da adenohipófise. 
 
 PROLACTINA – atua na mama durante a 
gestação para desenvolver o tecido mamário. 
Causa a proliferação das células terminais do duto 
gerando os alvéolos mamários. 
 GH – estimula o desenvolvimento de 
tecidos como ósseo e o muscular, estimulando o 
crescimento do corpo. 
 ACTH – atua no córtex da glândula adrenal 
estimulando a produção de hormônios andrógenos 
e glicocorticoides. 
 TSH – atua na tireoide fazendo com que ela 
produza T3 e T4. 
 FSH e LH – o primeiro atua no testículo e no 
ovário, estimulando a célula de Sertori e o 
desenvolvimento folicular. Já o segundo estimula 
as células de Leydig a produzir testosterona e no 
ovário, o término da gametogênese, ovulação e 
formação do corpo lúteo. 
 MSH – estimula a produção de melanina 
pelos melanócitos. 
 
 A vascularização da adenohipófise é muito 
importante uma vez que é considerada uma porta-
hipofisária – permite que o hipotálamo controle a 
hipófise. 
 O sistema porta tem como função garantir 
que aquilo que foi secretado no primeiro plexo 
capilar seja direcionado para o local onde deve agir 
– direcionamento do fluxo. 
 O primeiro plexo capilar é formado pela 
capilarização da artéria hipofisária superior que 
penetra na eminência média e se capilariza ali. O 
que une o primeiro plexo ao segundo dão as veias 
porta-hipofisárias que se capilarizam na 
 Bruna Sobral – M3 2021.1 
22 
 
adenohipófise formando o segundo plexo capilar – 
drenado pela veia hipofisária inferior. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
NEURO-HIPÓFISE 
 É dividida em haste infundibular, eminência 
média e parte nervosa. Composta por axônios de 
neurônios secretores cujos corpos celulares estão 
hipotálamo (núcleos hipotalâmicos paraventricular 
e supraóptico). 
 Os grânulos de secreção produzidos no 
corpo celular dos neurônios hipotalâmicos são 
encaminhados por transporte axonal anterógrado. 
Axônios são muito longos e formam o tecido da 
neurohipófise. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Dessa forma, os hormônios secretados pela 
neurohipófise são produzidos pelo hipotálamo e 
encaminhados para neurohipófise pelo axônio 
amielínicos – é apenas o sítio de liberação de 
ocitocina e ADH (vasopressina). 
 Nessa região também são encontradas 
células de glia (pituicitos) importantes para a 
sustentação desses axônios. Também é possível 
observar corpúsculos de Hering que são o 
“engarrafamento” das vesículas contendo 
hormônios e aparecem como regiões dilatadas na 
microscopia. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 OCITOCINA – liberado na amamentação, 
parto e orgasmo feminino – estimula a contração 
das células (controlada por feedback positivo). 
 ADH – hormônio antidiurético que aumenta 
a reabsorção de água. 
 OBS: Os capilares são fenestrados em toda 
a hipófise. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Bruna Sobral – M3 2021.1 
23 
 
–
 
TIREOIDE 
 Glândula endócrina folicular que produz 
hormônios que são lançados na corrente 
sanguíneapor capilares fenestrados. Essa glândula 
produz os conhecidos hormônios tireoidianos, T3 e 
T4, responsáveis por regular o metabolismo basal, 
e a calcitonina. 
 Para que esses hormônios sejam 
produzidos a tireoide precisa ser estimulada pelo 
hormônio hipofisário TSH. Já a calcitonina tem sua 
produção estimulada pelos níveis de cálcio no 
sangue. 
 A tireoide se localiza na região anterior a 
traqueia, é composta por lobos direito e esquerdo 
ligados pelo istmo. É revestida por uma cápsula de 
tecido conjuntivo frouxo que penetra na glândula 
com septos e divide a mesma em lóbulos não muito 
bem definidos. Na parte posterior a ela ficam 
localizadas as paratireoides. 
 
 Apresenta grupos de células que em seu 
interior possuem substrato para a produção de T3 
e T4. Esses grupos formam os folículos tireoidianos 
– conjuntos de células foliculares e coloide. É nesse 
local que armazena-se grande quantidade de 
secreção. 
 
 
 
 
 
 
 Os folículos são delimitados pelos tireócitos 
e, em menor quantidade, também são encontradas 
células parafoliculares (células C). Os tireócitos 
produzem a tireoglobulina que fica armazenada no 
coloide e que depois ajuda na síntese de T3 e T4. 
Logo, essas células possuem retículo 
endoplasmático rugoso e complexo de Golgi bem 
desenvolvidos. 
 O TSH atua estimulando esses tireócitos 
que também tem como segunda função a emissão 
de pseudópodos para endocitar o coloide e 
sintetizar T3 e T4. 
 Para a biossíntese do hormônio primeiro 
ocorre a síntese de tireoglobulina produzida nos 
tireócitos e misturada ao coloide. Depois, ocorre a 
captação de iodeto na corrente sanguínea e este 
ao chegar no coloide se torna iodo. Depois disso, 
esse iodo junta com a tireoglobulina e forma DITs 
(2 iodos e tireoglobulina) e MITs (1 iodo e 
tireoglobulina). Se juntar dois DITs forma-se o 
hormônio T4 e se juntar um MIT com um DIT, 
forma-se o hormônio T3. 
 A célula folicular (tireócito) é uma célula 
cúbica, com núcleo esférico e central que pode 
mudar de forma dependendo da atividade da 
glândula. Em atividade costumam ser cúbicas altas 
ou cilíndricas e em repouso são cúbicas baixas. 
 OBS: Se na imagem histológica houver um 
coloide com “bolhas” nas laterais, indica que está 
ocorrendo endocitose do mesmo pelos tireócitos. 
 
 
 
 
 
 
 As células C são produtoras de calcitonina 
que tem como função reduzir a calcemia. Esta 
consegue inibir os osteoclastos e parar a 
reabsorção óssea, reduzindo a quantidade de 
cálcio que é jogada para o sangue. Célula redonda, 
citoplasma mais claro om grânulos de secreção – 
regulada pelos níveis séricos de cálcio. 
 Bruna Sobral – M3 2021.1 
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 T3 e T4 basicamente regulam o 
metabolismo basal dos tecidos – estimulam a 
fosforilação oxidativa, aumenta síntese e 
degradação de proteínas e gorduras, regula a 
produção de calor, influencia no crescimento e 
desenvolvimento dos tecidos corporais e do 
sistema nervoso. 
 A tireoide é a primeira glândula a se formar 
no período embrionário, sendo essencial para o 
crescimento do feto e para o desenvolvimento do 
SNC – também atuam na absorção de carboidratos 
no intestino. 
 A liberação desses hormônios é regulada 
pelo hormônio hipofisário TSH, que 
consequentemente é regulado pelo TRH 
hipotalâmico. Ele atua quando há uma redução nos 
níveis de T3 e T4 no sangue ou quando há uma 
redução da temperatura corporal. 
 
PARATIREOIDES 
 São 4 pequenas glândulas cordonais 
localizadas na posteriormente aos lobos da tireoide 
– 2 no lobo direito e 2 no lobo esquerdo. São 
responsáveis pela produção de PTH, com efeito 
contrário a calcitonina – aumenta a calcemia 
ativando o osteoclasto. Também possuem uma 
cápsula de tecido conjuntivo que se envolve nessas 
glândulas e as separa da tireoide. 
 A paratireoide é formada por dois tipos 
celulares: as células principais, menores, mais 
basófilas e em maior número, e as células oxifílicas, 
maiores mais eosinófilas e menos numerosas. 
 
 
 
 
 
 
 As células principais são formadas no 
período embrionário e já estão presentes ao 
nascimento – produtoras de PTH e por isso 
possuem RER e Golgi muito desenvolvidos. Já as 
oxifílicas não tem função bem esclarecida e se 
formam somente dos 5-7 anos de idade – possuem 
muitas mitocôndrias e são mais acidófilas. 
 A paratireoide é estimulada sempre que os 
níveis de cálcio no sangue estiverem baixos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Bruna Sobral – M3 2021.1 
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–
 
SUPRARRENAIS 
 São duas glândulas que se localizam logo 
acima dos rins porém sem nenhuma relação 
fisiológica com os mesmos. Apresentam córtex e 
medula diferenciados histologicamente, são 
altamente irrigadas pelas artérias suprarrenais que 
penetram na cápsula da glândula e se ramificam 
formando um plexo capilar com capilares 
fenestrados. 
 Quando esses vasos entram na cápsula, 
formam as artérias capsulares que penetram no 
tecido da região cortical em forma de artérias de 
pequeno calibre – as artérias corticais. Já as 
artérias longas atravessam toda a região cortical 
como arteríola e só sofrem capilarização na 
medula. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 A vascularização da adrenal é capaz de 
conectar o córtex com a medula permitido que o 
primeiro influencie no segundo. 
 Existe uma cápsula fibrosa de tecido 
conjuntivo denso associada a um tecido adiposo na 
superfície das adrenais, bem espessa. Depois vem 
a região do córtex que encobre completamente a 
medula (bem centralizada) – 80% córtex e 20% 
medula. Dessa forma, a cápsula representa o 
estroma externo e o tecido funcional, com as 
células secretoras, compõe o estoma interno e o 
parênquima. 
 O estroma interno caminha internamente 
para o córtex adrenal, sustentando o parênquima 
cordonal do córtex e da medula – formado por 
tecido conjuntivo frouxo, quase reticular. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Possui cordões de células que se 
apresentam em diferentes locais do córtex, isso 
permite que o mesmo seja dividido em 3 zonas: 
glomerulosa (mais externa e estreita), fasciculada 
(mediana e extensa) e reticulada (mais interna). 
 O córtex da adrenal é onde ocorre a 
produção de hormônios esteroides. Dessa forma, 
as células desse córtex possuem núcleo claro e 
redondo, nucléolos evidentes, cromatina 
descondensada, reticulo endoplasmático liso e 
mitocôndrias bem desenvolvidas e gotículas 
lipídicas com colesterol. 
 Nas camadas do córtex, nenhuma das 
células apresenta grânulos de secreção pois são 
responsáveis por produzir hormônios 
esteroides/lipídicos que não podem ficar presos 
dentro de vesículas – hormônios são produzidos e 
logo secretados. 
 ZONA GLOMERULOSA – cordões celulares 
forma de arcos arredondados que lembram bolsas 
ou glomérulos. Entre eles há o estroma e os 
capilares fenestrados. Nesse local ocorre a 
produção de mineralocorticoides, principalmente 
a aldosterona. Possui células mais cilíndricas e não 
apresentam tantas gotículas lipídicas quanto a 
próxima camada. 
 Bruna Sobral – M3 2021.1 
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 ZONA FASCICULADA – cordões paralelos 
entre si e perpendiculares à cápsula, são 
alongados, retilíneos formando fascículos. Células 
mais volumosas com núcleo maior chamadas de 
espongiócitos. Camada responsável pela produção 
de glicocorticoides e dos andrógenos. Possuem 
muitas gotículas lipídicas no citosol. 
 ZONA RETICULADA – cordões ramificados 
formando uma espécie de rede. Estas células 
também produzem andrógenos e glicocorticoides 
em menor quantidade. Além disso são divididas em 
células claras, similares aos espongiócitos mas com 
menos gotículas, e as células escuras, pigmento 
amarelado que indica envelhecimento dessas 
células – zona de “cemitério” do córtex adrenal. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Células cromoafins que formam cordões 
sustentados pelo tecido reticular com capilares 
entre eles. Essas células são secretorasde 
catecolaminas e estão acompanhadas pelas células 
ganglionares, que ainda não se sabe sua função. 
 As células cromoafins são pequenas e 
armazém os hormônios em grânulos de secreção 
que contém as catecolaminas (adrenalina e 
noradrenalina) ligadas a uma proteína que permite 
que fiquem retidas no grânulo. 
 O controle dessa região ocorre de forma 
neural, com a presença de terminações sinápticas 
colinérgicas que liberam Ach e que são individuais 
– uma para cada célula. 
 
 
 
 
 
 
 
 
PÂNCREAS ENDÓCRINO 
 Possui uma região conhecida como cauda 
onde se localizam a maior quantidade de ilhotas 
pancreáticas. É uma glândula com organização 
cordonal que apesar de conter vários grupos 
celulares embolados uns com os outros, possuem 
entre eles, capilares fenestrados. 
 Existem diferentes tipos celulares no 
pâncreas endócrino sendo que existem quatro 
grupos mais famosos relacionados ao metabolismo 
dos açúcares: a célula alfa, secretora de glucagon, 
célula beta, secretora de insulina, célula delta, 
secretora de somatostatina, célula F ou PP, 
secretora de polipeptídeo pancreático, e a célula G, 
que produz a gastrina. Sendo que delas, as células 
beta são mais numerosas. 
 As ilhotas ficam imersas em meio aos ácinos 
serosos e dentro delas existe uma distribuição 
preferencial. Todas essas células estocam 
hormônios de secreção, tem cromatina levemente 
descondensada e nucléolo evidente. As células 
beta costumam ficar na periferia nas ilhotas e as 
células alfa, no centro.

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