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1. Definir ossos longos e ossos curtos Ossos longos – aquele que tem o comprimento maior que a largura e espessura Exemplo: fêmur, úmero, rádio, ulna, tíbia, fíbula e falanges O osso longo apresenta duas extremidades, denominadas epífises e um corpo, a diáfise. Por esta razão, boa parte dos ossos longos apresentam um canal central, também conhecido como canal / cavidade medular. Osso alongado – também apresenta comprimento maior que largura e espessura, porém são curvados em relação aos ossos longos e não apresentam canal central Exemplo: costelas e clavículas Osso laminar – é o que apresenta comprimento e largura equivalentes, predominando sobre a espessura Exemplo: ossos do crânio (parietal, frontal, occipital) escápula e osso do quadril Osso curto – apresenta equivalência das três dimensões (largura, espessura e comprimento) Exemplo: ossos do carpo e do tarso Ossos irregulares – não encontra correspondência em forma geométrica conhecida Exemplo: vértebras e osso temporal Ossos pneumáticos – apresenta uma ou mais cavidades, de volume variável revestidas de mucosa contendo ar Essas cavidades recebem o nome de seio Exemplo: ossos situados no crânio (frontal, maxilar, temporal, etmoide e esfenoide). Ossos sesamoides – desenvolvem-se na substância de certos tendões (intratendínios) ou da cápsula fibrosa (periarticulares) que envolve certas articulações. Exemplo: patela (osso sesamoide intratendínio) Osso fabela – nome dado a um osso sesamoide situado na cabeça lateral do músculo gastrocnêmio Wormianos - conhecidos como ossos intra-suturais, são ossos supranumerários que ocorrem nas suturas do crânio. São ossos irregulares e isolados que aparecem fora dos centros de ossificação do crânio e, embora pouco comuns, não são raros. 2. Epífise, metáfise e diáfise – o que é Diáfise – corpo cilíndrico central que apresenta no interior o canal medular, preenchido por medula óssea. A parece da diáfise chama-se córtex formado por osso lamelar ou cortical. À medida que avança para as extremidades a diáfise alarga-se e o córtex adelga-se originando a metáfise. Nesta região não há mais canal medular, pois todo o espaço está preenchido por lamelas ósseas que especialmente assumem orientações variadas, formando o osso esponjoso. Não há demarcação nítida entre a diáfise e a metáfise, mas gradativa transformação de uma em outra. Epífises – extremidades do osso longo cujas superfícies são revestidas pela cartilagem articular. - Nas crianças a epífise é formada pelo núcleo de ossificação secundário e pela cartilagem de crescimento que é responsável pelo crescimento longitudinal do osso. No osso infantil há demarcação nítida entre epífise e metáfise, representada pela cartilagem de crescimento. No adulto a cartilagem de crescimento já não existe e também não há separação precisa entre metáfise e epífise. 3. Periósteo – o que é Membrana que reveste o osso longo que possui na parte mais profunda, células osteogênicas que promovem o crescimento ósseo em espessura. Internamente, revestindo o canal medular há uma membrana equivalente ao periósteo, chamada endósteo também capaz de produzir ou absorver osso. Normalmente há equilíbrio em as atividades do periósteo e endósteo de tal maneira que, à medida que o tecido ósseo se deposita na superfície externa, há reabsorção correspondente na superfície interna, mantendo o córtex e o canal medular com dimensões definidas e proporcionais. 4. O que é uma fratura É o resultado de uma sobrecarga única ou repetitiva. A separação rápida das superfícies da fratura cria um espaço (cavitação), resultando em um dano grave de partes moles Tutoria – caso 1 Uma fratura produz perda da continuidade óssea que ocasiona deformação patológica, perda da função de suporte do osso e dor. A estabilização cirúrgica pode restaurar a função imediatamente e aliviá-la. Desse modo, o paciente recupera a mobilidade indolor e evita as sequelas como as síndromes de dor regional complexa. A fratura dos ossos rompe os vasos sanguíneos dentro do osso e do periósteo. Agentes bioquímicos espontaneamente liberados (fatores) ajudam a induzir a consolidação óssea. Em fraturas recentes, tais agentes são muito efetivos e raramente necessitam de algum impulso. O papel da cirurgia deve ser o de guiar e apoiar esse processo de consolidação. 5. Processo de consolidação óssea - Inflamação: Depois da fratura, o processo inflamatório começa rapidamente e dura até que se inicie a formação de tecido fibroso, cartilagem ou osso (1 a 7 dias pós-fratura). Inicialmente, existe formação de hematoma e exsudação inflamatória a partir dos vasos sanguíneos rompidos. A necrose óssea é vista nas extremidades dos fragmentos da fratura. A lesão para os tecidos moles e a degranulação de plaquetas resulta na liberação de citocinas poderosas, que produzem uma resposta inflamatória típica, ou seja, vasodilatação e hiperemia, migração e proliferação de neutrófilos polimorfonucleares, macrófagos, etc. Dentro do hematoma, existe uma rede de fibrina e fibrilas de reticulina; as fibrilas de colágeno também estão presentes. O hematoma da fratura é gradualmente substituído por tecido de granulação. Os osteoclastos presentes nesse ambiente removem o osso necrótico nas extremidades do fragmento. - Formação de calo mole – Eventualmente, a dor e o edema diminuem, e o calo mole é formado. lsso corresponde aproximadamente ao tempo em que os fragmentos não estão mais se movendo de forma livre, por volta de 2 a 3 semanas pós-fratura. No fim da formação de calo mole, a estabilidade é adequada para prevenir o encurtamento, embora a angulação no local de fratura ainda possa ocorrer. O estágio de calo mole é caracterizado pelo crescimento do calo. As células progenitoras na camada cambial do periósteo e do endósteo são estimuladas para se tornarem osteoblastos. O crescimento ósseo intramembranosa e aposicional começa nessas superfícies, longe do traço de fratura, formando um manguito de osso reticulado periosteal e preenchendo o canal intramedular. Crescem os vasos capilares para dentro do calo e a vascularização aumentada se segue. Mais perto do traço de fratura, as células progenitoras mesenquimais proliferam-se e migram através do calo, diferenciando-se em fibroblastos ou condrócitos, cada uma produzindo sua matriz extracelular característica e substituindo lentamente o hematoma - Formação do calo duro – Quando as extremidades da fratura estiverem unidas por um calo mole, o estágio de calo duro começa e dura até que os fragmentos estejam firmemente unidos por novo osso (3 a 4 meses). Conforme a formação óssea intramembranosa continua o tec ido mole dentro do traço sofre ossificação endocondral, e o calo é convertido em tecido calcificado rígido (osso reticulado). O crescimento do calo ósseo começa na periferia do local de fratura, onde a tensão é mais baixa. A produção desse osso reduz a tensão mais centralmente, que, por sua vez, forma calo ósseo. Deste modo, a formação de calo duro começa na periferia e, progressivamente move-se para o centro da fratura e para o traço da fratura. A ponte óssea inicial é formada externamente, ou dentro do canal medular, longe da cortical origina l. Então, por ossificação endocondral, o tecido mole no traço é substituído por osso reticulado que se une eventualmente à cortical original. - Remodelação – O estágio de remodelação começar uma vez que a fratura tenha se unido solidamente com o osso reticulado. O osso reticulado é então lentamente substituído por osso lamelar, por meio de erosão da superfície e remodelação osteonal. Esse processo pode levar desde alguns meses até vários anos. Dura até que o osso tenha retornado completamente à sua morfo logia original, incluindo a restauração do canal medular 6. Diferenciar consolidação primária de secundária, relacionando com formação ou não de calo ósseo A consolidação dasfraturas pode ser dividida em dois tipos: consolidação primária ou direta por remodelação interna; consolidação secundária ou indireta por formação de calo. A primeira ocorre apenas com estabilidade absoluta e consiste em um processo biológico de remodelação óssea osteonal Já a segunda ocorre com estabilidade relativa (métodos de fixação flexíveis). É bem parecida com o processo de desenvolvimento ósseo embriológico e inclui a formação óssea intramembranosa e endocondral. Em fraturas diafisárias, é caracterizada pela formação de calo. Reparação óssea primária- reparo com formação mínima do calo ósseo, se os fragmentos estiverem próximos e estáveis (sem motivação anômala). Pode ocorrer de maneira natural em fraturas incompletas ou impactadas, principalmente nas regiões epifisárias e metafisárias (osso esponjoso). Reparação óssea secundária (ou por segunda intenção) - existe a participação intermembranosa e endocondral. Após um período de 2 semanas o calo ósseo é composto basicamente por tecido ósseo imatura que, associado à atuação de alguns fatores de crescimento, forma tecido cartilaginoso. Por último, essa cartilagem, já mineralizada, é reabsorvida e substituída por osso. Obs. A reparação de uma fratura pela formação do calo ósseo é o mecanismo clássico de consolidação do osso longo. *isso pode ser modificado se os fragmentos forem colocados em contato íntimo e estabilizados. 7. Estudar anomalias da consolidação (pseudoartrose) e fatores de risco associados Pseudo-artrose hipertrófica - deve-se principalmente a falta de estabilidade mecânica. Os altos níveis de tensão excedem a tolerância de tensão do tecido de granulação e do calo de fratura Embora a fratura esteja pronta para consolidar, existe estabilidade mecânica insuficiente para a pseudoartrose consolidar. O grau de instabilidade pode ser tal que o paciente pode usar a sua perna, mas sofre dor quando cansado. Em outros casos, o paciente pode relatar dor constante com carga e demonstra alguma deformidade. De acordo com os raios X, é descrita uma pata de elefante ou um casco de cavalo. O método mais efetivo de corrigir uma pseudoartrose hipertrófica é melhorar a estabilidade do local da fratura pelo uso de uma placa de compressão ou uma haste intramedular bloqueada e fresada. A estabilidade mecânica reduz a tensão tecidual a um nível onde a calcificação da fibrocartilagem pode ocorrer. A cartilagem calcificada pode então ser penetrada por novos vasos, permitindo o crescimento ósseo e finalmente a remodelação do local de pseudoartrose. Na pseudoartrose hipertrófica, a enxertia óssea habitualmente não é necessária, embora a decortição osteoperiosteal (sarrafeamento) possa acelerar a união. A pseudoartrose hipertrófica na tíbia também pode ser ad - ministrada usando outros métodos, como a osteotomia fibular combinada com um gessado para marcha, encorajando a impacção que pode levar à consolidação. A imobilização pro longada em um gessado, combinada com campos eletromagnéticos ou ultrassom também tem sido proposta. Entretanto, a incapacidade de corrigir a deformidade e para acelerar união (consolidação dentro de 3 a 5 meses) define a estabilização cirúrgica como o atual padrão-ouro. Pseudo-artrose avascular com ou sem perda óssea - a pseudoartrose a vascular origina-se na desvascularização dos fragmentos ósseos adjacentes ao local da fratura devido à lesão e/ou cirurgia. Os fragmentos avasculares podem se unir com elementos ósseos viáveis, mas, a menos que medidas adicionais sejam tomadas, eles nunca se unirão com outro fragmento desvitalizado. Começando no fragmento principal viável, um processo de remodelação revitalizará lentamente as áreas ósseas necróticas. Simultaneamente, pode haver um processo contínuo de atrito entre os fragmentos necróticos em movimento no local da pseudoartrose, o que leva a uma perda óssea por reabsorção. O retardo no reconhecimento e no tratamento permite que o processo de remodelação anormal resulte em encurtamento e osteopenia do fragmento distal devido ao desuso. Essa situação pode ser evitada pela supervisão adequada durante o seguimento e o pronto tratamento. O tratamento tem que ser planejado de acordo com a condição dos tecidos moles, remodelação local e a extensão da perda óssea. Várias opções estão disponíveis, incluindo encurtamento simples, encurtamento combinado com alongamento em um local diferente, interposição de enxertos ósseos (morcelizados ou estruturais, que podem ser vascularizados), encurtamento combinado com o encurtamento do outro membro, ou uma "derivação" como em um procedimento de fíbula para a tíbia. Pseudo-artrose atrófica - Nas extremidades superiores, a pseudo-artrose atrófica pode tipicamente ocorrer como pseudoartrose vascularizada. As duas extremidades do osso no local da pseudo-artrose sofrem atrofia devido à ausência de qualquer transmissão de força. A pseudo-artrose atrófica é caracterizada por reabsorção óssea e falta de formação de calo, embora haja vascularização. Essa situação requer não somente estabilização, mas também medidas osteoindutoras e osteocondutoras. Levando em conta a vascularização local, a abordagem apropriada consiste em decorticação e enxertia óssea juntamente com estabilização (de preferência com uma placa). Pseudo-artrose sinovial - o movimento persistente em um local de fratura pode resultar na formação de uma articulação falsa, em que uma cavidade fibrocartilaginosa é forrada com sinóvia produtora de fluido sinovial. Tais pseudoartrose sinoviais são comumente vistas no úmero, no fêmur e na tíbia e habitualmente viáveis, embora possam às vezes parecer atróficas. Além de uma cavidade sinovial, frequentemente apresentam deformidade axial e/ou rotacional. Consolidação retardada - A fase inicial do tratamento pode ser não-operatória. A redução da tensão mecânica no local de fratura pela diminuição da carga ou pela aplicação de um gessado por seis semanas pode direcionar a resposta loca l em direção à consolidação da fratura. Os raios X repetidos em intervalos de 6 a 8 semanas, demonstrando progresso da consolidação, indicam um manejo não- operatório bem-sucedido. Se for infrutífero e se existirem sinais de falha do implante ou falta de resposta de consolidação antes de 4 a 6 meses, então o tratamento deve ser mudado para uma intervenção operatória. O paciente deve ser prevenido sobre a possível necessidade de uma intervenção sempre que uma consolidação retardada for diagnosticada. O tipo de intervenção operatória dependerá da etiologia da consolidação retardada e do tipo e da função da montagem existente para fixação Pseudo-artrose metafisária - A pseudo-artrose em uma metáfise é diferente de uma pseudoartrose em uma diáfise, já que ocorre no osso esponjoso, com um fragmento articular curto restante. Esses são frequentemente osteoporóticos e difíceis de fixar. Os implantes mais novos como as placas bloqueadas ou as placas com lâmina podem ser úteis Pseudo-artrose diafisária - Reconstrução óssea - A reconstrução óssea é somente necessária se houver um segmento ósseo necrótico ou um defeito ósseo para ser transposto. Nos casos onde a viabilidade óssea for questionável, a reconstrução pode ser escolhida como uma medida de precaução. Decorticação ou despetalamento osteoperiosteal (sarrafeamento) A decorticação é o caminho mais simples e eficaz para expor uma pseudo-artrose sem desvascularização significativa. Ela expande a seção transversa local do osso. Em uma pseudoartrose diafisária, o periósteo está firmemente preso aos músculos adjacentes e ao osso subperiostal, que recebe seu suprimento vascular dos tecidos extra-ósseos. O cinzelamento de pedaços ósseos do aspecto exterior da cortical diafisária preserva o suprimento vascular ao osso cortical periférico via inserções periosteais e musculares que se unem à pseudo-artrose. Essa técnica é usada para realçar a resposta de consolidação,criando um leito bem vascularizado. Sempre que uma consolidação retardada ou uma pseudo-artrose for abordada do lado periosteal, tal método deve ser usado para expor o local. Pode ser executado circunferencialmente em torno da diáfise, para permitir uma correção de deformidades axiais e rotacionais, sem desvascularizar o local. O sarrafeamento é de especial ajuda na cirurgia da pseudoartrose atrófica e avascular para fornecer um leito viável para o auto-enxerto esponjoso. Auto-enxerto esponjoso - O auto- enxerto esponjoso, frequentemente usado em combinação com a decorticação, é o meio mais eficaz de ultrapassar uma área óssea necrótica ou um defeito ósseo relativamente limitado com uma ponte de osso viável. O enxerto ósseo esponjoso é vascularizado por tecido de granulação que substitui o hematoma interfragmentar. Dentro de seis semanas, os traços entre os fragmentos ósseos esponjosos são vascularizados e unidos por uma trama de osso reticulado. Este osso reticulado é remodelado sob a influência da transmissão de forças Distração do calo e enxertos ósseos vascularizados livres A osteogênese por distração do calo (Ilizarov) e o enxerto ósseo vascularizado livre devem ser levados em consideração ao lidar com grandes defeitos ósseos segmentares (> 5 a 6 cm). Essas situações são mais frequentes nas pseudoartroses infectadas. Imobilizações A imobilização é recurso em que se restringe a atividade de um segmento do aparelho locomotor, com finalidade terapêutica. Ela pode ser feita em diferentes graus, incluir uma ou mais regiões anatômicas, e tem três indicações básicas: - Aliviar a dor; - Permitir regressão mais rápida do processo inflamatório; - Permitir melhor reparação dos tecidos. A imobilização apresenta efeitos colaterais e complicações: Efeitos colaterais da imobilização Tecido Grau moderado Grau acentuado Pele Seca, descamante Fissuras, sensível Músculo Redução do volume das fibras, flacidez Perda de fibras, fibrose intersticial, diminuição da contratilidade, força e elasticidade Articulação Atrofia Espessamento por fibrose, aderência, perda da flexibilidade, rigidez Cartilagem articular Desidratação, diminuição da espessura Fissuras, ulcerações Osso Desmineralização, osteopenia Perda de massa, degradação trabecular, osteoporose (tendência a fraturas) Atualmente realiza-se o chamado tratamento funcional, isto é, imobiliza-se o menor segmento possíveis, pelo tempo mais curto. A imobilização pode ser conseguida com vários recursos como: tipoias, enfaixamentos, talas metálicas e gesso. Tipos de imobilizações gessadas A imobilização gessada pode ser aplicada na forma de talas, normalmente usadas para traumatismos agudos e por curto período. Como a tala gessada não envolve toda a circunferência do membro, ela permite a expansão das estruturas com o edema e previne compressão. O aparelho gessado envolve toda a circunferência do membro e propicia maior estabilização. São usados principalmente após a redução de fraturas e em períodos pós-operatórios mais prolongados. Cuidados com aparelhos gessados Orientar o paciente a não o danificar, cortá-lo, molhá-lo e deve preservar as condições higiênicas. Também deve-se informar sobre os sinais de alarme para a síndrome de compartimento como formigamento e alteração da cor da extremidade, dor latejante, crescente, incomodativa, que impede o movimento das extremidades. Prótese, órtese, palmilha e meios auxiliares de locomoção Próteses Aparelhos que substituem partes do corpo humano que estejam ausentes em virtude de lesões traumáticas, cirurgias ortopédicas ou por defeito de nascimento. Três funções precisam ser consideradas: A transferência de peso, evitando pontos de pressão; O ajuste deve ser firme e podem ser usados pontos de apoio com boa sustentação, como tendão patelar, nas amputações transbiais. Se a adaptação for frouxa, o controle da prótese é prejudicado; A suspensão deve permitir que a prótese continue firme quando o membro entra na fase de balanço. Órteses Equipamentos aplicados externamente ao corpo para modificar aspectos funcionais do sistema musculoesquelético, com o objetivo de corrigir ou compensar alguma deficiência. Podem ter uso temporário ou definitivo. Podem ser classificados em quatro categoriais, de acordo com suas funções: - Estabilizadoras, mantêm a posição e impedem movimento articular impróprio. - Funcionais, podendo mudar de conformação e possibilitar algum movimento articular, mas as características elásticas dos materiais usados na sua confecção promovem o retorno ao formato inicial. - Corretoras, usadas durante o crescimento esquelético, com a finalidade de diminuir deformidades ósseas. - Protetoras, evitam a progressão de lesões já existentes. Palmilhas - Órteses especificas para os pés. Podem ser usadas para: - Corrigir a discrepância do comprimento dos membros inferiores; - Adequar o posicionamento dos pés dentro de calçados; - Reduzir os pontos de pressão no pé. Meios auxiliares de locomoção Equipamentos usados para dar suporte aos indivíduos durante a marcha. - São eles: - Bengalas; - Muletas (axilares, canadenses – apoio no antebraço); - Andadores; - Cadeiras de rodas. 8. Como o osso é formado Composição – 1/3 é formado por matriz orgânica fibrosa (90% colágeno do tipo I); 2/3 restantes é formado por sais inorgânicos (cristais de hidroxiapatita, citrato de sódio, magnésio, flúor e carbonato). Observação: dureza não é sinônimo de resistência, os ossos possuem propriedades paradoxais como: dureza, força e leveza. Tipos de osso Osso Compacto (ou lamelar) – apresenta mínima quantidade de espaços entre as trabéculas (5 a 30% de porosidade). Também é conhecido como tecido ósseo denso, correspondendo a quase 80% da massa óssea do esqueleto. Responsável pelo suporte mecânico do corpo. Possui ósteon, considerado a unidade primária do osso. Osso Trabecular (esponjoso ou primário) – apresenta 30 a 90% de porosidade. É mais flexível e normalmente se encontra na terminação dos ossos longos (epífases e metáfises), próximo de articulações e dentro de corpos vertebrais. Tipos celulares ósseos Osteoblastos – células mononucleadas responsáveis pela síntese da matiz óssea que, mais tarde, será mineralizada. Osteócitos – células ósseas maduras que não possuem função ativa na síntese de matriz óssea, porém, desempenham papel muito importante na manutenção do equilíbrio e vitalidade do tecido ósseo. Osteoclastos – células grandes multinucleadas. Sua função é reabsorver a matriz óssea mineralizada, escavando cavidades ao seu redor, graças a liberação de enzimas reabsortivas. 9. Importância do hematoma na fratura Após a fratura, o suprimento sanguíneo é interrompido e o sangramento decorrente vai ser responsável de um hematoma, processo que ocorre até 12 horas após a fratura. As plaquetas liberam o PDGF (fator de crescimento derivado de plaquetas) que terá o papel de recrutamento de células inflamatórias. Na sequência, células pré-osteoblásticas presentes principalmente no periósteo e tecido ósseo adjacente, vão se diferenciar em osteoblastos ativos e dar início ao processo de reparação óssea. O osso neoformado em torno dos fragmentos fraturados é o calo ósseo e sua quantidade depende do tipo de reparo que ocorrerá. 10. Divisão anatômica, irrigação e características dos ossos em cada região Sua irrigação sanguínea é feita através dos canais de Volkman (vasos sanguíneos maiores) e os canais de Havers (vasos sanguíneos menores), sem apresentar vasos linfáticos. O sangue chega aos osteócitos (células ósseas) por meio do sistema do sistema de Havers ou ósteon (sistemas de canais microscópicos que abrigam pequenos vasos sanguíneos.) As veias acompanham as artérias através dos forames nutrícios e os ossos que contêm medula óssea vermelha (função hematopoiética)têm muitas veias calibrosas. Os vasos linfáticos também são abundantes no periósteo. Os nervos acompanham os vasos sanguíneos que irrigam os ossos, e o periósteo tem rica inervação sensitiva que conduzem dor. O periósteo é muito sensível à ruptura ou tensão, o que explica a dor aguda nas fraturas ósseas. O osso propriamente dito tem relativamente poucas terminações sensitivas e dentro dos ossos, os nervos vasomotores causam constrição ou dilatação dos vasos sanguíneos, controlando o fluxo sanguíneo através da medula óssea. Fases do calo ósseo: hematoma, fase inflamatória, calo mole (fibrosa), calo duro (ossificação) e remodelação óssea.