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A QUESTÃO DA CAXEMIRA

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CAXEMIRA
A	disputa	pelo	controle	territorial	da	Caxemira,	envolve,	sobretudo,	
a	Índia	e	o	Paquistão,	desde	a	independência	de	ambos	em	1947,	
como	resultado	da	fragmentação	do	Vice-Reino	da	Índia,	parte	do	
Império	Britânico.	Essa	fragmentação	ocorreu	principalmente	por	
causa	das	diferentes	filiações	religiosas	da	imensa	população	que	
fazia	parte	da	colônia	britânica.	A	Índia	construiu	a	sua	identidade	
nacional	bastante	vinculada	ao	hinduísmo, professado	por	mais	de	
80%	dos	cidadãos.	Já	o Paquistão	constituiu-se	em	torno	da	
identidade	religiosa	muçulmana,	em	um	processo	histórico	muito	
conflituoso	desde	o	início	dessa	reconfiguração	político-territorial.	
A	Caxemira	foi	a	grande	pendência	desse	mesmo	processo,	uma	vez	
que	o	marajá	da	região, um	hindu,	decidiu	pela	integração	à	Índia,	
apesar	de	a	absoluta	maioria	da	população	local	ser	muçulmana.
Isso	gerou	uma	guerra,	em	1947,	entre	os	dois	países	recém-
criados.	O	resultado	foi	a	divisão	da	Caxemira	em	duas	porções,	
cada	uma	controlada	por	um	dos	países	em	conflito.	De	lá	para	cá,	a	
disputa	territorial	pela	Caxemira	vem	alimentando	o	nacionalismo	
ufanista	e	bélico de	ambos	os	lados.	Esse	tipo	de	disputa	é,	em	
todo	o	mundo,	historicamente	mais	valorizado	e	intensificado	por	
regimes	de	forte	característica	nacionalista,	como	parte	da	
estratégia	para forjar	a	unidade	nacional	em	torno	de	um	inimigo	
comum.	Esse	é	o	caso	da	Índia,	onde	o	partido	do	primeiro-ministro	
Narendra	Modi	tem	esse	perfil	nacionalista	e,	por	conta	disso	vão	
na	direção	de	reforçar	o	controle	indiano	sobre	o	território	da	
Caxemira,	de	modo	a	agradar	o	eleitorado	indiano.

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