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Imagem em Infecção - MINTI 5

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Camila Magalhães ⚕ 
CEI – T3
MINTI 5
Imagem em Infecção I
A utilização de termografia em aeroportos, portos, estações ferroviárias e estações rodoviárias, utiliza apenas uma câmera termográfica colocada nos locais de embarque e desembarque para detectar, com muita sensibilidade, alguém que esteja iniciando um quadro infeccioso – como, por exemplo, os ocasionados pelos vírus ebola, H1N1, H5N1 ou Covid-19. Os sensores térmicos infravermelhos fazem parte dos testes de diagnóstico rápido que ajudam a retardar ou limitar a propagação do vírus antes que um novo contágio ocorra, pela identificação precoce de uma epidemia e fiscalização contínua de viajantes, o que pode levar à implementação de medidas apropriadas, incluindo afastamento social, isolamento das pessoas infectadas, quarentena dos casos suspeitos de contágio ou tratamentos precoces com medicamentos adequados.
Características Técnicas do Sistema de Imagens Infravermelho 
• Alta sensibilidade térmica e precisão com alta resolução 
• Sensibilidade térmica >0,03°C 
• Precisão de leitura ±1% 
• Foco automático
Imagem em Infecção II
CADEIAS LINFONODAIS
· Linfonodos axilares
achado de linfadenopatia axilar unilateral pode ser um indício de malignidade da mama, infecção do membro superior ipsilateral, linfoma ou brucelose.
· Linfonodos epitrocleares
impalpável na maior parte das pessoas hígidas. Uma exceção são os trabalhadores braçais, que tendem a ter uma hiperplasia benigna dessas cadeias.
· Linfonodos da cabeça e pescoço
Esses linfonodos encontram-se agrupados em diversas cadeias: pré e pós auriculares, occipitais, submandibulares, submentuais, cervicais anterior e posterior, sendo as cervicais as mais importantes. Um dado interessante é referente à presença de linfonodos palpáveis na membrana hipotireóideia. Eles estão aumentados nos carcinomas de traquéia e tireóide ou na tireoidite de hashimoto. Eles são conhecidos como nodos de Delfos;
Outro dado interessante (talvez mais importante que o passado) é que as neoplasias malignas intra-abdominais não enviam metástases para os linfonodos submentuais. Sendo assim, pacientes com linfadenopatias nessa região, na ausência de infecções dentárias, devem ser submetidos a um screening para linfomas, mesmo que uma neoplasia intraabdominal esteja presente.
· Linfonodos supraclaviculares
Doenças sistêmicas inflamatórias e neoplásicas podem cursar com adenomegalias supraclaviculares ipsilaterais. No entanto, é sempre importante apontar que a presença de adenomegalia unilateral na fossa supraclavicular esquerda pode ser um sinal de malignidades intra-abdominais (em geral do trato gastrointestinal, sendo o mais comum o câncer gástrico). Esse achado é conhecido como sinal de Troisier ou gânglio de Virchow.
· Linfonodos paraumbilicais
Esse achado é visto em pacientes com neoplasias intra-abdominais ou pélvicas e pode ser facilmente palpado durante a palpação do abdome. 
· Linfonodos inguinais e femorais
Essas cadeias são facilmente palpáveis quando aumentados, inclusive em paciente obesos, não requerendo, portanto, nenhum método especial de palpação. Como regra geral, aumentos das cadeias femorais geralmente se devem a processos inflamatórios benignos dos membros inferiores. 
Alguns linfonodos podem não ser palpáveis facilmente e outros merecem uma avaliação imagenológica que possa contribuir com o esclarecimento do tipo de processo que o acomete, como uma diferenciação entre um linfonodo com características neoplásicas de outro com características predominantemente inflamatórias, apesar da diferença de apresentação clínica descrita anteriormente, ao exame físico.
IMAGEM
Os linfonodos podem estar localizados mais superficialmente ou profundamente em relação aos tecidos adjacentes e os mais profundos podem não ser palpados durante um exame físico. A ultrassonografia,é um método de imagem útil para a avaliação de linfonodopatias, podendo detectar linfonodos aumentados e isolados de cadeias linfocitárias. Entretanto, o diagnóstico depende do conhecimento do padrão de normalidade e dos padrões característicos para cada grupo de enfermidades. 
Os linfonodos podem ser examinados pela ultrassonografia, tanto em homens como em mulheres, tendo sido observados com essa técnica linfonodos, inclusive, com tamanho menor que 0,4 cm, ainda que usualmente sejam mais fáceis de se visualizar linfonodos de tamanhos maiores. Linfonodos intracavitários ou menores podem requerer avaliação por tomografia computadorizada, Ressonância Magnética ou mesmo através de PET.
O reconhecimento das características dos linfonodos por meios imagenológicos auxilia o médico no processo de diagnóstico, visto que somente o exame clínico muitas vezes não é suficiente para uma correta avaliação. 
Pelo exame ultrassonográfico são avaliadas as características como tamanho (comprimento, espessura, largura e volume), contorno (regular ou irregular), borda (definida ou pouco definida), forma (ovalada, arredondada, amorfa), arquitetura (preservada ou desorganizada), ecotextura (preservada, homogênea, heterogênea ou grosseira) e ecogenicidade (hipoecogênica, hiperecogênica, mista ou normal), presença de necrose, calcificação, disseminação extracapsular e vascularização.
· A avaliação de linfonodos de natureza benigna em ultrassonografia geralmente não mostra calcificações nem degenerações císticas e eles geralmente se apresentam na forma ovalada ou alongada, com hilo ecogênico, e tamanho que pode variar de 0,1 cm a 2,5 cm de comprimento. 
Linfonodo reativo com características benignas, ovalado, bordas bem definidas e hipoecóicas e hilo ecóico.
· Por outro lado, os linfonodos fortemente suspeitos de malignidade ou metástases apresentam-se na forma arredondada, geralmente hipoecogênicos, com perda do hilo, e em alguns casos com presença de calcificações, necrose, degenerações císticas e disseminação extracapsular.
Lindonodo metastático hipoecóico, sem hilo claramente identificável e com múltiplas áreas de necrose cística.
Imagem em Infecção III e IV
A TC e a RM são comumente usadas para a detecção e caracterização de condições infecciosas ou inflamatórias que podem envolver vários sistemas orgânicos do corpo. Ambos os métodos têm pontos fortes substanciais, que incluem alta resolução especial, contraste relativamente bom entre doferente tecidos e entre estruturas normais e patológicas e um curto tempo para a realização do exame (geralmente menos de 5 a 10 minutos para TC e menos de 20 a 30 minutos para RM). 
· Em geral, a TC é mais adequada para a avaliação de certas estruturas, como parênquima pulmonar, vias aéreas, intestino e osso cortical.
· Enquanto a RM é mais útil para avaliar a arquitetura interna de outras estruturas, como medula óssea, músculos e tendões, ligamentos, cartilagens e pequenos órgãos, como próstata, testículos, colo do útero e útero. 
· A tomografia computadorizada está associada a radiação substancial nos órgãos examinados, o que limita seu uso em intervalos frequentes. Por outro lado, a ressonância magnética usa o eletromagnetismo, considerado inofensivo quando comparado com as técnicas atuais empregadas. 
· Entretanto, tanto a TC como a RM são limitadas por sua baixa sensibilidade para detectar estágios iniciais da doença nos níveis molecular e celular, onde não ocorreram alterações nas estruturas de órgãos e tecidos. Eles também são limitados pela falta de especificidade de muitos dos achados de imagem observados no cenário de infecção ou inflamação.
· Introdução de várias técnicas cintilográficas, particularmente a geração de glóbulos brancos radiomarcados (WBC), para examinar pacientes com suspeita de infecção ou inflamação: 
metodologias demoradas, trabalhosas e caras, e os resultados podem não estar disponíveis em menos de 24 horas;a imagem plana convencional utilizada tem uma limitação para a localização exata dos locais afetados na maioria das regiões anatômicas do corpo; sensibilidade relativamente baixa e, em particular, a detecção de infecção e inflamação em certos locais, como estruturas esqueléticas com atividade significativa da medula vermelha, é bastante difícil; Preocupações sobre a segurança dessas preparações, devido ao potencial de contaminação com uma variedade de patógenos. Os anticorpos radiomarcados recentemente introduzidos para a detecção de locais de infecção foram retirados do mercado devido a efeitos colaterais graves em pacientes. Portanto, existe um grande desejo de empregar uma metodologia que possa superar muitas dessas deficiências.
· O conceito de tomografia por emissão de pósitrons (PET) com 18F-fluorodeoxiglucose (FDG) nasceu em 1973, quando foi proposta a viabilidade de radiomarcação de desoxiglucose (DG), um análogo da glicose, para fins de imagem in vivo. Com base nas observações feitas por Warburg na década de 1930, sabia-se que as células malignas apresentavam glicólise significativamente elevada.
· Apesar dos grandes sucessos alcançados pelas imagens de FDG-PET na avaliação de doenças malignas, o teste não é específico para o câncer.
· lesões com um número substancial de células inflamatórias também absorvem o FDG. Portanto, nas configurações apropriadas, a imagem FDG-PET pode ser efetivamente empregada para detectar e caracterizar processos infecciosos e inflamatórios. 
· o FDG-PET é bastante sensível para detectar infecções em condições ortopédicas complicadas.
· O FDG-PET e o FDG-PET/CT têm muitas vantagens sobre outras modalidades de imagem da medicina nuclear para o diagnóstico de doenças infecciosas e inflamatórias. 
Essas vantagens incluem a viabilidade de garantir resultados diagnósticos dentro de 1,5 a 2 h, resolução espacial (TC) ideal, alto contraste e localização anatômica precisa de locais de anormalidade. Comparada às modalidades de imagem anatômica, como tomografia computadorizada, ressonância magnética e ultrassonografia, a imagem FDG-PET oferece as seguintes vantagens: cobertura de corpo inteiro, alta sensibilidade, falta de artefatos devido a hardware metálico e ausência de reações a medicamentos administrados. Embora a hiperglicemia afete a precisão do FDG-PET na avaliação da suspeita ou confirmação de malignidade, a hiperglicemia leve a moderada (<250 mg/dL) de glicose sérica) geralmente não parece ter um efeito observável quando essa técnica é utilizada para detectar infecção ou inflamação.
· Nos últimos anos, a imagem com FDG-PET ou FDG-PET/CT foi proposta como um método para diferenciar processos malignos e inflamatórios em contextos em que essa distinção é essencial para o gerenciamento ideal do paciente. Isso se deve à observação de que os valores padronizados de captação de lesões inflamatórias e não neoplásicas tendem a permanecer estáveis ou a diminuir, enquanto os das lesões malignas tendem a aumentar ao longo do tempo.
Foi demonstrado que certas condições aumentam a captação de FDG: 
1. Infecção benigna dos pulmões ou mediastino, apêndice, vesícula biliar. 
2. Inflamação sem infecção, incluindo sarcoidose, trombose da artéria pulmonar, aneurisma da aorta abdominal e artrite inflamatória. 
3. Variantes normais, como gordura marrom, ovários durante a ovulação, divertículos cálcicos, útero pós-parto e músculos respiratórios ativados em pacientes com doença pulmonar obstrutiva crônica ou outros condições. 
4. Condições iatrogênicas, como as relacionadas à imunização, aspiração de bário e infecção intravenosa da linha ou do marcapasso. 
5. Trauma, espontâneo ou após cirurgia. 
6. Processos benignos como elastofibroma dorsal, fibrose progressiva e tumores mesenquimais benignos.
INDICAÇÕES PARA FDG-PET
· Osteomielite (infecção óssea e geralmente é causada por microrganismos bacterianos, fúngicos ou micobacterianos.)
Desafio diagnóstico nas formas subaguda e crônica: exames de imagem!
-Cintilografia óssea: pouco específica, principalmente em pacientes com lesão traumática prévia das estruturas ósseas, com próteses metálicas ou com articulações neuropáticas. Além disso, é freqüentemente difícil distinguir osteomielite de outras patologias, como fratura ou malignidade.
- Imagem radiomarcada de leucócitos: também é utilizada para detectar osteomielite, pois sua especificidade é geralmente maior que a da cintilografia óssea. No entanto, em pacientes que receberam antibioticoterapia antes da imagem, há baixa sensibilidade a esse teste devido à fraca migração dos leucócitos para os locais de infecção. Além disso, a imagem de leucócitos radiomarcados tem pouco valor na avaliação da osteomielite envolvendo o esqueleto axial, onde a sensibilidade é de aproximadamente 60% para a osteomielite aguda e 21% para a osteomielite crônica devido ao baixo contraste entre os locais de infecção e a medula vermelha circundante.
- PET: Demonstrou-se que o FDG-PET é altamente sensível para detectar osteomielite crônica, mesmo em pacientes que foram tratados com antibióticos antes da imagem. Isso contrasta com a imagem de leucócitos, onde a sensibilidade do teste é significativamente afetada pelo uso prévio de antibióticos. 
Várias publicações na literatura relataram a superioridade do FDG-PET sobre a imagem com leucócitos radiomarcados, com uma precisão superior a 90% nesse contexto clínico. Uma vantagem adicional do FDG-PET sobre a cintilografia de medicina nuclear convencional é que as imagens tomográficas fornecidas pelo PET podem ser registradas novamente e comparadas com as imagens anatômicas fornecidas pela tomografia computadorizada e ressonância magnética para uma localização mais precisa dos locais de infecção.
· Prótese infectada
- infecção periprotética após a cirurgia inicial x afrouxamento protético sem infecção
- Várias técnicas cintilográficas, incluindo cintilografia WBC radiomarcada, cintilografia da medula óssea coloide de enxofre e cintilografia óssea, foram empregadas para diferenciar essas duas condições. Infelizmente, nenhuma das técnicas de imagem atuais pode fazer essa distinção com alta precisão.
- Após a artroplastia do quadril, ocorre o aumento inespecífico da captação de FDG ao redor dos componentes da cabeça ou pescoço do fêmur das próteses, que persiste por muitos anos, mesmo em pacientes sem complicações. A captação aumentada de FDG também pode ser vista secundária à inflamação asséptica devido a cirurgia prévia.
Apesar dessa característica, o FDG-PET tem grande potencial para o exame de pacientes com suspeita de infecção no quadril e, em menor grau, nas próteses de joelho. O uso de FDG-PET é vantajoso em comparação com as modalidades de imagem anatômica porque não é afetado por artefatos de implantes metálicos e fornece imagens de resolução mais alta do que aquelas fornecidas pelas técnicas cintilográficas convencionais.
· Pé diabético
- A neuropatia periférica é comum em pacientes com diabetes mellitus (DM) e pode resultar em ulceração do pé e, finalmente, na destruição de estruturas ósseas devido à osteoartropatia de Charcot e osteomielite.
- Geralmente, suspeita-se de infecção profunda no pé diabético em pacientes com úlcera persistente, sintomas sistêmicos ou sinais de infecção e marcadores laboratoriais persistentemente elevados para inflamação, apesar da antibioticoterapia. No entanto, em geral, sintomas sistêmicos ou sinais de infecção estão frequentemente ausentes em pacientes com osteomielite no contexto do DM. Além disso, uma grande proporção de pacientes diabéticos com infecção profunda nos pés não apresenta leucocitose apesar da doença ativa.
- A utilização de FDG-PET no cenário da neuroartropatia de Charcot permite a diferenciação confiável desse quadro em relação à osteomielite, tanto em geral quanto na presença de úlcera no pé.
· Febre de Origem Indeterminada – FOI:
- febre superior a 38,3 ° C, documentada em várias ocasiões com duração de pelo menos 3 semanas e fonte incerta após 1 semana de investigação abrangente com técnicasconvencionais como paciente internado no ambiente hospitalar. A definição foi modificada posteriormente, removendo-se o requisito de avaliação hospitalar e redefinindo o último critério para incluir pelo menos avaliação ambulatorial ou ambulatorial por um período mínimo de 3 dias ou três consultas ambulatoriais, além da exclusão de estados imunocomprometidos. 
-Infecções, malignidades, doenças vasculares do colágeno e distúrbios autoimunes são responsáveis pela maioria dos casos de FOI. 
-Entre todas as causas, as infecções são responsáveis pela maioria dos casos de FOI, seguidas de malignidade e doenças inflamatórias não infecciosas.
- imagem WBC radiomarcada e cintilografia com citrato de gálio 67 (67Ga), têm um rendimento diagnóstico relativamente baixo nessa população. 
-O gálio 67, o radiotraçador mais utilizado para a avaliação da FOI, pode ser utilizado para visualizar malignidades e distúrbios inflamatórios e granulomatosos. Em contraste, a imagem de leucócitos radiomarcada é de valor limitado nesse cenário, pois é adequada apenas para a detecção de uma infecção oculta focal, que é a causa da FOI em uma fração minima de pacientes com esse diagnóstico. 
-Apesar dessas deficiências, vários estudos demonstraram que a cintilografia com 67Ga ou a imagem WBC marcada com 111In têm um rendimento maior que a tomografia computadorizada ou a ultrassonografia na detecção de locais de doença em pacientes com FOI.
- O FDG-PET permite a identificação de distúrbios inflamatórios e cancerígenos como a causa subjacente da FOI na maioria dos pacientes e demonstrou detectar processos de doenças infecciosas e inflamatórias que não foram detectadas quando foram utilizadas técnicas cintilográficas convencionais ou ressonância magnética. 
-Uma vantagem do FDG-PET sobre outras técnicas na avaliação do FOI é sua capacidade de detectar processos de doenças inflamatórias não infecciosas como a causa subjacente da entidade. 
-Além de infecção e malignidade, o FDG-PET também pode detectar inflamação asséptica. 
-No entanto, a comparação da realização de vários outros estudos cintilográficos com a do FDG-PET para estabelecer a causa da febre em pacientes com FOI é difícil. 
- Além disso, o FDG-PET não pode excluir doenças cerebrais ou meningite, pois a captação fisiológica no córtex cerebral na maioria dos casos oculta qualquer captação patológica. 
-Da mesma forma, a excreção normal de FDG através dos rins nos sistemas coletores e na bexiga limita severamente o delineamento dos processos de doenças que envolvem esses órgãos. 
· HIV-AIDS
O FDG-PET tem um papel importante a desempenhar no tratamento de pacientes infectados pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV), particularmente naqueles com lesões no sistema nervoso central (SNC). O FDG-PET é capaz de detectar focos infecciosos, mesmo em pacientes com neutropenia e linfopenia graves.
Também foi demonstrado que o acúmulo anormal de FDG ocorre nos linfonodos de indivíduos com cargas virais de HIV detectáveis. Indivíduos saudáveis infectados pelo HIV com cargas virais suprimidas e indivíduos HIV negativos têm pouca ou nenhuma acumulação nodal de FDG ou qualquer outra área hipermetabólica, enquanto indivíduos virêmicos ao HIV com doença precoce ou avançada aumentaram a captação de FDG nos nós periféricos.
· Outras infecções de tecidos moles
O FDG-PET é uma ferramenta valiosa para avaliar possíveis infecções de enxertos vasculares. O FDG-PET é capaz de detectar a infecção do enxerto vascular mesmo quando os resultados da TC são negativos. 
· Monitoramento da resposta terapêutica
Demonstrou-se que o FDG-PET é útil para determinar os efeitos da terapia em uma variedade de neoplasias. 
Nos últimos anos, o FDG-PET foi proposto como uma ferramenta eficaz para a avaliação da eficácia terapêutica no cenário de doenças infecciosas. 
Como a cintilografia óssea detecta atividade osteoblástica reativa após o início do processo da doença na medula adjacente ou em outros tecidos, enquanto o FDG-PET detecta o processo da doença diretamente, os intervalos de tempo para que as imagens adquiridas por essas duas modalidades retornem ao normal após o tratamento bem-sucedido da osteomielite mudam de forma muito considerável. 
O FDG-PET é bastante promissor na avaliação da resposta ao tratamento em quadros infecciosos, semelhante ao que demonstrou na avaliação da resposta ao tratamento em diversas neoplasias. Uma queda de 50% na captação inicial de FDG após o tratamento com antibióticos é considerada uma resposta significativa.
Imagem em Infecção V
Principais usos e descobertas da imagem radiográfica para doenças relacionadas ao HIV. 
- O papel dos métodos de imagem no diagnóstico de doenças associadas à infecção pelo HIV depende de fatores como custo, disponibilidade e experiência do clínico ou médico na interpretação da imagem.
· Achados pulmonares relacionados ao HIV
- Pneumocystis jiroveci (PCP) – pneumonia oportunista
 Achados radiográficos em pacientes com PCP variam, mas na maioria dos casos as radiografias de tórax são suficientes para o diagnóstico dessa infecção. 
-Mycobacyterium tuberculosis
No início da infecção pelo HIV, os achados radiográficos para pacientes com tuberculose pulmonar podem ser semelhantes aos de pessoas com status imunológico normal: lesões heterogêneas e ocasionalmente cavitantes ocorrem nos segmentos apical e posterior dos lobos superiores e no segmento superior do lobos inferiores. Em pacientes com infecção avançada pelo HIV, a radiografia não demonstrará cavitação ou tendência a localizar segmentos específicos do pulmão. Em vez disso, opacidades difusas, geralmente grosseiras, heterogêneas, reticulares e ocasionalmente nodulares são observadas em ambos os pulmões.
-Fungos 
as infecções fúngicas mais comuns identificáveis às radiografias de tórax são a histoplasmose, a coccidioidomicose. Alguns casos de aspergilose foram também observados. 
-Citomegalovírus 
Na maioria dos pacientes, a infecção por citomegalovírus (CMV) coexiste com outras infecções oportunistas, principalmente a PCP. 
Em alguns pacientes com pneumonia por CMV patologicamente comprovada, as radiografias de tórax mostram doença intersticial bilateral. 
-Neoplasias Pulmonares 
O padrão radiográfico típico observado em pacientes infectados pelo HIV com sarcoma de Kaposi (SK) consiste em opacidades nodulares mal definidas com aproximadamente 1-2 cm de diâmetro espalhadas por ambos os pulmões. A coalescência (junção) de opacidades pode formar áreas homogêneas de consolidação, o que pode ser visto mais tarde no curso da doença. A tomografia computadorizada é utilizada ocasionalmente no diagnóstico.
 
-Linfoma 
O acometimento intratorácico ocorre em 10% dos pacientes com AIDS com linfoma não-Hodgkin (NHL). 
-Carcinoma pulmonar primário 
· Achados gastrointestinais relacionados ao HIV
-Uma observação potencialmente importante é a existência de áreas multifocais de envolvimento do trato GI (por exemplo, duodeno, mais intestino delgado ou cólon) na maioria dos pacientes com doença avançada pelo HIV e patologia gastrointestinal. Anormalidades multifocais são incomuns na população em geral, independentemente da natureza da patologia gastrointestinal. Na doença pelo HIV, múltiplos focos de SK, infecção oportunista amplamente distribuída, múltiplas infecções oportunistas, tumor e infecção coexistentes ou mesmo tumores coexistentes (por exemplo, SK e linfoma) podem causar anormalidades multifocais.
-A detecção de anormalidades multifocais do trato gastrointestinal pode ser um indicador importante da infecção pelo HIV em pacientes não diagnosticados e em risco para o HIV. 
-Em pacientes já diagnosticados com infecção pelo HIV, a radiografia com bário do trato GI ajuda a identificar os indivíduos que podem precisar de endoscopia e a direcionar a seleção dos locais de biópsia. 
-A radiografia de bário também é valiosa na detecção de doenças não relacionadas ao HIV de fácil tratamento, como a úlcera péptica, que pode coexistir com a infecção pelo HIV. 
-A tomografia computadorizada (TC) podefornecer informações sobre doenças intraluminais e de órgãos sólidos ou linfonodos. 
-O ultrassom pode ser útil como uma modalidade alternativa quando o acesso à imagem avançada é limitado.
-Sistema hepatobiliar 
As infecções do fígado e do sistema biliar com vários organismos podem resultar em abscessos hepáticos solitários ou múltiplos ou em diferentes formas de envolvimento biliar, incluindo estenose papilar e colangite esclerosante. A doença hepática pode ser diagnosticada com TC ou ultra-som; a doença biliar pode ser diagnosticada com TC, ultra-som ou colangiopancreatografia endoscópica retrógrada (CPRE).
-Candida 
Candida albicans é o organismo oportunista que mais freqüentemente afeta o trato GI em pacientes com doença pelo HIV. Os achados radiográficos da esofagite por Candida (monilial) variam de leve irregularidade da mucosa do esôfago proximal a médio, até nodularidade difusa, formação extensa de placas e ulceração profunda ocasional. A disseminação é incomum, mas pode levar a abscessos no fígado, baço ou rim. 
-Citomegalovírus 
O CMV e outros herpesvírus podem causar esofagite que é radiograficamente indistinguível da infecção por Candida em estudos com contraste. Mais comumente, o CMV afeta o intestino delgado e o cólon, causando doenças que clinicamente, radiograficamente e patologicamente podem simular doença inflamatória intestinal idiopática ou colite isquêmica. 
-Criptosporidiose 
Em pacientes com doença pelo HIV e criptosporidiose, as manifestações radiográficas nos estudos com contraste são inespecíficas e variadas, e variam do espessamento difuso e regular das dobras duodenais e jejunais a um padrão de dobras irregular mais desorganizado. 
-Sarcoma de Kaposi 
O SK pode afetar qualquer parte do trato gastrointestinal da faringe ao ânus. A maioria das pessoas com lesões gastrointestinais é assintomática, embora o SK mais avançado possa envolver sangramento gastrointestinal, obstrução, perfuração e diarréia. As manifestações radiográficas típicas do SK gastrointestinal são placas submucosas, algumas com ulceração central. Massas polipóides maiores são relativamente comuns. 
-Linfoma 
Além do SK, uma variedade de linfomas agressivos de células B está associada à doença pelo HIV. Até o momento, o NHL tem sido o linfoma mais comum em pacientes com doença avançada pelo HIV embora a doença de Hodgkin também possa ocorrer. A biópsia percutânea por agulha guiada por TC, de linfonodos aumentados, pode ser muito útil no diagnóstico de linfoma.
· Imagem cerebral relacionada ao HIV 
Em pacientes com doença avançada pelo HIV, os sinais e sintomas neurológicos são causados por uma variedade de infecções do sistema nervoso central (SNC), tumores e efeitos diretos do HIV no tecido neural. A tomografia computadorizada e a ressonância magnética (RM) são ferramentas importantes para o diagnóstico precoce e o acompanhamento do tratamento desses processos, embora o diagnóstico preciso continue difícil e o prognóstico final geralmente seja grave.
-Toxoplasmose 
O aparecimento mais frequente de encefalite por Toxoplasma gondii não tratado, nas tomografias computadorizadas, consiste em múltiplas lesões profundas e superficiais em ambos os hemisférios cerebrais, associadas a edema. 
A aparência da TC da encefalite por Toxoplasma não é patognomônica, podendo ser radiograficamente indistinguível do linfoma primário do SNC. A ressonância magnética parece mais sensível que a tomografia computadorizada na detecção da patologia do SNC relacionada ao HIV. 
Se as imagens tomográficas não revelarem uma lesão acessível à amostragem de biópsia, a ressonância magnética é um complemento útil. Alguns pesquisadores acreditam que a ressonância magnética é o método de escolha para todas as patologias do SNC relacionadas ao HIV e evitam a tomografia computadorizada na maioria dos casos. 
-Encefalite e Leucoencefalopatia por HIV 
Muitos casos de encefalite e encefalopatia são resultados diretos ou imunologicamente correlacionados com a infecção pelo HIV. As manifestações clínicas do complexo de demência da AIDS, incluindo alterações de personalidade, confusão, perda de memória e déficits motores, se desenvolvem ao longo de semanas a meses. 
-Criptococose
Cryptococcus neoformans é uma causa comum de infecções oportunistas do SNC em pacientes com AIDS. A tomografia computadorizada pode demonstrar achados inespecíficos como atrofia ou hidrocefalia. A ressonância magnética pode demonstrar criptococcomas parenquimatosos focais, cistos ou doença parenquimatosa. 
-Tuberculose 
A tuberculose no SNC pode assumir várias formas. A meningite tuberculosa ocorre com maior incidência em áreas onde as infecções tuberculosas endêmicas são frequentes. A infecção do SNC pode ocorrer mesmo sem evidência de tuberculose em outras partes do corpo. A tomografia computadorizada com contraste demonstra alterações meníngeas nas proximidades das cisternas basais e sobre o córtex cerebral. A ressonância magnética talvez seja mais sensível que a tomografia computadorizada para detectar infecção tuberculosa do SNC.
-Neoplasias
O linfoma intracraniano geralmente está localizado centralmente nos gânglios da base, tálamo ou corpo caloso. Em até metade dos pacientes com LNH do SNC, a imagem revela múltiplas lesões.

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