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Antiparasitários * Parasita: seres vivos que retiram de outros organismos os recursos necessários para a sua sobrevivência; Agressores – prejudicial ao hospedeiro. Parasitismo: Facultativo: parasita ou de vida livre (Não necessitam unicamente do hospedeiro para sobreviver. Ex: larvas de moscas); Obrigatório: temporário, periódico ou permanente. Maior problema mundial de saúde – 3 bilhões de pessoas e número indeterminado de animais. Objetivos dos antiparasitários: Manter animais saudáveis; Evitar perdas econômicas; Evitar zoonoses (tratamento antiparasitário eficaz). { Endoparasitoses } Importância: Retardo no crescimento, redução no ganho de peso, no consumo de alimentos e produtividade; Baixa fertilidade e aumento da susceptibilidade a doenças; Problema socioeconômico; Prevalência em animais domésticos e silvestres; Risco para saúde pública – zoonoses; Controle – Anti-helmínticos. Objetivos do tratamento: Limitar a eliminação dos ovos e larvas nas fezes; Reduzir número de estágios infectantes no meio ambiente; Prevenir reinfestações. No passado: espectro de ação reduzido e estreita margem de segurança (1500 a. C. – Punica granatum); 1960 – Anti-helmínticos de amplo espectro, maior eficácia e menor toxicidade. 1961 – Benzimidazol, tiabendazole; 1965 – Imidazotiazois; 1966 – Pirimidinas; 1969 – Salicilanilidas; 1980 – Avermectinas e milbemicinas. *Helmintos: nematódeos, cestódeos e trematódeos; Filo Nemathelminthes – nematódeos: Ascaris, Haemonchus, Ancylostoma; Filo Platyhelminthes – cestódeos (Taenia), trematódeos (Fascíola). Ação sobre o hospedeiro: Perda de peso; Crescimento tardio – filhotes; Predisposição a outras enfermidades; Menor absorção e digestão dos alimentos; Interferência no fluxo do alimento; Lesões teciduais; Diarreia; Perda de sangue e proteínas; Anemia. *Controle – esquema curativo, tático e estratégico; Medicamentos anti-helmínticos: Nematódeos; Cestódeos; Trematódeos; Ação em ectoparasitos – endectocidas (endoparasitas e ectoparasitas). → Anti-helmíntico ideal: Composição química estável; Atuar estágios adultos e imaturas; Amplo espectro de ação; Não interferir na imunidade; Fácil administração; Dose única ou tratamento de curta duração; Margem de segurança elevada; Compatibilidade e palatabilidade; Custo/benefício; Ausência de resíduos no leite e tecidos; “Dose ótima” – eliminação > 95%. → Classificação: Compostos inorgânicos: Anticestódeos; A base de sais de metais – Arseniato de chumbo. Compostos orgânicos naturais: Arecolina; Helmintoses em aves. Compostos orgânicos sintéticos: Mais usados; Formados por grupos químicos: pirimidinas, benzimidazóis, imidazóis, avermectina... → Formulação e administração: Via oral: Pistola dosificadora (soluções e suspensões); Seringa dosificadora (pasta); Comprimidos, grânulos ou cubos. Via parenteral – rebanhos: Intramuscular ou subcutânea; Intra-ruminal – bólus cápsulas. Via cutânea (pour on): Folículos pilosos; Lipossolúveis e hidrossolúveis. → Farmacocinética: Absorção e distribuição: Parasito – anti-helmíntico Fração não-absorvida: Trato gastrointestinal; Via oral. Fração absorvida: Pour on; Parenteral. Estômago e intestino (oral); Subcutâneo e muscular (injetável); Pele (pour on). Biotransformação: Espécie; Dose; Via de administração; Propriedade físico-químicas; Metabólitos ativos. Trato gastrointestinal – metabólito ativo. Fenbendazole e albendazole; Fígado – reações de oxidação e hidroxilação – metabólitos ativos → difusão passiva → TGI. Excreção renal: Ligação as proteínas plasmáticas; Reduz a excreção; Meia-vida longa. Compostos solúveis: Não se ligam a proteínas plasmáticas; Eliminados pela urina. → Fatores relacionados com a eficácia dos anti- helmínticos: Fatores relacionados ao parasito: Espécies e estágio do parasito; Carga parasitária – biodisponibilidade (reduzida se a carga for grande); Resistência – ovinos e caprinos. Fatores relacionados aos medicamentos: Tamanho e solubilidade; Dose; Via de administração – biotransformação e excreção; Formulação – veículo. Fatores relacionados ao hospedeiro: Espécie animal e raças; Condições fisiológicas; Tipo e qualidade dos alimentos; Reflexo da goteira esofágica (eficácia reduzida: benzimidazóis e ivermectina em caprinos). → Mecanismo de ação: Produção de energia: interferência nas reações bioquímicas envolvidas no metabolismo de energia dos parasitas (diminui captação de glicólise, diminui glicólise, diminui reações mitocondriais e fosforilação oxidativa) – morte por inanição; Coordenação neuromuscular: inibe ACh e GABA – morte por expulsão; Dinâmica microtubular – tubalina (proteína estrutural). Inanição – esgotamento das reservas; Expulsão – paralisia. → Resistência: Tratamento prejudicado: Uso em grandes escalas; Dosificação inadequada; Rebanhos ovinos e caprinos. Tolerância: Alterações no sítio de ação; Redução da taxa de absorção; Aumento do metabolismo. → Associações: Finalidade: Sinergismo – aumentar a ação; Complementar a sua ação, ampliando o espectro de ação; Ascarídeos + ancilistomídeos + cestódeos; Praziquantel + Pomato de pirantel; Praziquantel + Ivermectina. → Diagnóstico: Parasitológico de fezes; Detecção dos parasitos de maneira seletiva: Identificação precoce; Tratamento eficaz! Análises seriadas: Ausência ou eliminação intermitente; Sinais clínicos precedentes a eliminação. * O uso inadequado causa o aumento de resíduos, tanto em tecidos, como no leite (pasteurização não elimina anti-helmíntico). *Impacto no meio ambiente – endectocidas (excretados inalterados nas fezes (98%). * Meia vida Ivermectina no solo: 91-217 dias no inverno e 7-14 dias no verão. { Agentes Anticestódeos e Antitrematódeos } Platyhelminthes: Antitrematódeos – Fasciola spp (estágios imaturos); Anticestódeos – Taenia sp., Dipylidium sp., Anoplocephala sp., Paranoplocephala sp. Classes: Substitutos Fenólicos; Salicilanilidas; Isoquinolonas; Benzimidazóis; Sulfonamidina. Substitutos fenólicos: Baixo índice de segurança e reduzido espectro anti- helmíntico; Espectro anti-helmíntico: Cestódeos: Taenidae (cães): Dilepididae (cães); Anoplocephalidae (ruminantes e equinos); Davaineidae (aves). Trematódeos: Fasciolidae (ruminantes). Nematódeos hematófagos. Nomes genéricos: Nitroxinil - Dovenix® (fêmeas prenhes); Nitroscanato - Lopatol® (dois primeiros são os mais utilizados); Bitionol; Diclorofeno – Difentano 70®; Bromofenol; Hexaclorofeno. Mecanismo de ação: Interferem diretamente sobre o metabolismo respiratório do parasita. Bloqueiam a produção de energia por inibição da fosforilação oxidativa mitocondrial. Isso faz com que ocorra diminuição da produção de ATP, provocando a morte do helminto por inanição. Farmacocinética: Forte associação a proteínas plasmáticas; Distribuição favorecida aos tecidos; Meia vida de eliminação longa; Biotransformação – TGI e fígado; Excreção – via biliar – fezes. Posologia, administração e formulação: Via oral Suspensão; Comprimidos. Via parenteral – subcutânea ocasionalmente. Efeitos tóxicos: Pequena margem de segurança. Perda de apetite; Diarreia. Doses elevadas: Cegueira; Intoxicação – hiperventilação, hipertermia, convulsões, taquicardia. Salicilanilidas: Espectro anti-helmíntico: Espectro de ação reduzido; Ruminantes – nematódeosresistentes aos benzimidazóis; Closantel - Closalben® Amplo espectro de ação – Haemonchus spp. Niclosamida - Atenase® Taenia. Brotianida, Clioxanida, Oxiclozanida, Rafoxanida, Resorantez (não são muito utilizados). Mecanismo de ação: Similar aos substitutos fenólicos; Desacopladores da fosforilação oxidativa mitocondrial. Farmacocinética: Similar aos substitutos fenólicos; Ligação forte a proteínas plasmáticas; Concentração plasmática máxima – 12 a 24 horas. Biotransformação – TGI e fígado; Excreção via biliar. - Closantel- Closalben® Composto lipofílico; Afinidade elevada a proteínas plasmáticas; Risco de resíduos reduzido; Distribuição tissular restringida; Meia vida = 4 a 14 dias – principalmente em caprinos e ovinos; Nível plasmático máximo – 8 a 24h VO – 24 a 48h via parenteral; Biotransformação hepática; Excreção biliar – fezes. - Niclosamida - Atenase®, Vitaminthe® Insolúvel no meio aquoso; Não é bem absorvida; Administrada em jejum; Contato com o parasito intestinal; Não tem forte ligação a proteínas plasmáticas; Excreção ocorre rapidamente. Espectro reduzido – fora de uso; Posologia, administração e formulação: Suspensão, comprimidos, grânulos e solução parenteral. Closantel - bovino/ovino 5 mg/kg – SC; 10 mg/kg – VO. Niclosamida Bovino – 50 a 70 mg/kg; Ovino – 100 mg/kg. Efeitos tóxicos: Similar aos dos substitutos fenólicos; Sinais de intoxicação: Desacopladores da fosforilação oxidativa; Hiperventilação, hipertermia, convulsões e taquicardia; Nicosamida – toxicidade nula; Closantel – intoxicação aguda – dose 50 mg/kg. Isoquinolonas: Medicamentos de eleição para cestódeos; Doses elevadas – estágios imaturos; Bastante utilizadas. Espectro anti-helmíntico: Praziquantel: Taenia spp., Dipylidium spp., Equinococcus spp., Anoplocephalos spp., Moniezia spp. Schistossoma spp. – homem. Epsiprantel (não é muito utilizado). Mecanismo de ação: Agem sobre o potencial de membrana das células musculares. Promove a inibição da bomba de sódio e potássio, interferindo no potencial de membrana, o qual não é disparado. Ocorre, então, um aumento a permeabilidade de membrana ao cálcio e maior entrada de cálcio na célula, o que resulta em contração muscular, ou seja, paralisia espástica do parasito. Essa paralisia promove a desintegração do helminto, o qual morre por inanição. Farmacocinética: Ligeiramente solúvel em água – 80% absorvido pelo trato digestivo → porção inicial intestino delgado – 24h; Dose terapêutica – 5 mg/kg: Cmax – 30 a 60 minutos; Biotransformação hepática; Metabólitos ativos destruídos nos tecidos Excreção biliar – 4 a 6 horas; Fração não absorvida – fezes e urina. Posologia, administração e formulação: Comprimidos, solução, pasta. Dose: Bovino e ovino – 15 mg/kg VO; Equino – 10 mg/kg VO; Cães e gatos – 5 mg/kg VO; 3,5 a 7,5 mg/kg SC. Associação de fármacos: Finalidade: Sinergismo – aumentar a ação; Complementar a ação; Aumentar o espectro de ação. Ex: Ivermectina + Pirantel + Praziquantel + Febantel. Efeitos tóxicos: Boa tolerabilidade - todas as espécies; Distúrbios digestivos – intensidade moderada: náuseas, vômitos, cólicas; Aplicação parenteral – dor e inflamação; Não aplicar: Cães – idade inferior a 4 meses; Gatos – idade inferior a 6 meses. Pode ser prescrito para gestante e fêmeas em lactação (não tem indício de teratogenicidade). Benzimidazóis: Tratamento de nematódeos. Triclabendazole (principal fármaco da classe) Estágios adultos e imaturos de Fasciola spp. Outros compostos – doses elevadas Trematódeos e cestódeos. Custo elevado. Mecanismo de ação: O principal modo de ação está relacionado com a desorganização estrutural do parasito. Age realizando a despolimerização da tubulina (proteína estrutural presente no citoesqueleto do parasito). Os benzimidazóis agem diretamente na tubulina, promovendo sua despolimerização. Essa despolimerização gera alterações dos microtúbulos, as quais levam a um quadro de inibição da função mitótica, alterando a fisiologia celular, inibindo o transporte de nutrientes e promovendo alterações na célula, as quais levam a morte do parasito. Outro mecanismo de ação está relacionado a inibição da enzima Fumarato (faz redutase mitocondrial), interferindo no metabolismo energético. Ocorre, então, bloqueio da via metabólica respiratória, inibindo a absorção ou metabolismo da glicose, o que impede a formação de ATP. Farmacocinética: Absorção gastrointestinal; Biotransformação hepática: Sulfóxido – metabólito terapêutico; Sulfona. Nível plasmático máximo – 24 e 48h; Excreção biliar; Não usar em fêmeas lactantes. Posologia, administração e formulação: Fasinex®, Avotan® - Fascíola; Suspensão oral; Bovino – 12 mg/kg; Ovino e Caprino – 10 mg/kg. Efeitos tóxicos: Doses elevadas – incoordenação, anorexia. Sulfonamidinas: - Clorsulon: Estágios adultos e imaturos da Fasciola hepática. Clorsulon + Ivermectina Bloqueio da produção de energia (mecanismo de ação) Inibição as enzimas glicolíticas; Impede a oxidação da glicose – glicólise. Morte por inanição – esgotamento das reservas energéticas. Absorção gastrointestinal – 25% ligam-se a eritrócitos; Tolerabilidade boa – índice de segurança 25 vezes a dose usada. { Agentes antinematódeos } Fins curativos e preventivos; Helmintos do trato gastrointestinal e respiratório; Classes: Organofosforados; Substitutos fenólicos e Salicilanilidas; Imidazotiazóis; Pirimidinas; Benzimidazóis e Pró-benzimidazóis; Avermectinas e Milbemicinas; Compostos Heterocíclicos. Organofosforados: 1950 – Tratamento de ectoparasitos; Efeito tóxico; Índice de segurança pequeno; Substituídos por outros compostos (maior atividade anti-helmíntica e menor efeito tóxico): Diclorvos; Tricloform; Haloxom; Coumafós. Espectro anti-helmíntico: Diclorvos: Ascaridae, Ancylostomatidae, Trichuridae, Oxyuridae. Tricloform, Haloxom e Coumafós: Formas adultas de nematódeos gastrointestinais – ruminantes e equinos. Coumafós: Nematódeos de aves. Mecanismo de ação: Os organofosforados fazem a inibição de forma irreversível da acetilcolinesterase (AChE), evitando hidrólise e interferindo na transmissão neuromuscular, com isso, ocorre a paralisia e morte do parasita. Ação também no hospedeiro – efeitos tóxicos; Índice de segurança pequeno (pouco usados). Toxicidade: Aguda (salivação, lacrimejamento, micção e defecação, excitação, convulsões); Crônica (desmielinização, neurotoxicidade). Administração e formulação: Solução (aplicada no dorso); Pasta e pellets (adicionados a ração). Substitutos fenólicos e salicilanilidas: Atividade anticestódea, antitrematódea e antinematódea. Espectro anti-helmíntico: Disofenol: estágio adulto – Ancilostomídeos (cães e gatos); Nitroscanato - Lopatol®: nematódeos gastrointestinal de cães; Closantel - Closalben®: Estágios adulto e imaturo Haemonchus spp; Ruminantes – nematódeos resistentes aos benzimidazóis. Mecanismo de ação: Disofenol: Promove a inibição da fosforilação oxidativa mitocondrial (interfere no metabolismo energético), diminuindo a produção de ATP e reservas energéticas do parasito, o qual morre por inanição. Efeitos adversos: Perda de apetite e diarreia; Em doses elevadas – cegueira, hiperventilação, hipertermia, convulsões e taquicardia; Pequena margem desegurança. Imidazotiazóis: - Tetramisol: Espectro de ação: nematódeos do TGI e pulmonares adultos e imaturos; Aprovado para uso em ruminantes, suínos e aves. Maior toxicidade que o levamisol. - Levamisol: Espectro de ação: nematódeos do TGI e pulmonares adultos e imaturos; Aprovado para uso em equinos, ruminantes, suínos e aves; Uso em cães com microfilaricida (Dirofilaria immitis); Ação imunoestimulante (dose menor e em dias alternados. Mecanismo de ação: Os imidazotiazóis penetram no parasita através da via transcuticular e, por serem agonistas colinérgicos, atuam seletivamente em receptores nicotínicos na fenda sináptica, promovendo a abertura dos canais de cálcio (que são mediados pela acetilcolina). Essa abertura dos canais de cálcio promove a despolarização excessiva da membrana plasmática, causando contração, hiperexcitabilidade, paralisia espástica do parasito, e consequentemente, sua morte. Farmacocinética: Absorção rápida TGI (VO/SM/IM); Nível plasmático máximo - 2 a 3h VO/ 30 a 60 min SC; Distribuição rápida pelos tecidos – pulmão; Biotransformação hepática; Meia vida: 6 a 8h; Excreção renal – 90%, fezes e respiração; Período de carência – 7 dias. Efeitos tóxicos: Semelhante aos organofosforados; Sialorreia, hiperestesia, excitação, convulsões, depressão do SNC, dispneia, hiperventilação defecação e micção involuntárias (sinais de intoxicação); Sem efeito embriotóxico e teratogênico; Tóxico para equinos (nível de sensibilidade alto)! Não usar em fêmeas lactantes! Contraindicação: Associação com outros agonistas colinérgicos (toxicidade mais alta). Posologia, administração e formulação: Solução ou suspensão; Dose: 7,5 a 8mg/kg – SC ou IM; 10 mg/kg – VO. Pirimidinas; Espectro anti-helmíntico: 1966 – Nematódeos gastrointestinais de ovinos bovinos e, posteriormente, bovinos, equinos, suínos e caninos; Mínima eficácia contra estádios imaturos e nematódeos pulmonares (baixa absorção); Pirantel - Centurion®, Petzi®, Drontal®; Morantel; Oxantel – Petzi. Mecanismo de ação: Semelhante ao do Levamisole, são agonistas colinérgicos que agem na fenda sináptica, promovendo despolarização. Parasito morre por hiperexcitabilidade e consequente paralisia. Alteração na sua junção neuromuscular. Farmacocinética: Pouco absorvidas TGI; Concentração sérica – 4 horas; Biotransformação hepática; Eliminação inalterada – fezes; Cães – 40% - eliminado na urina; Ovinos – 17%. Efeitos tóxicos: Raros – semelhantes ao Levamisol; Perturbações do trato gastrintestinal – drogas seguras; Vômitos e cólicas – cães; Pode usar em cadelas prenhes e cães jovens; Não podem ser administrados simultaneamente ao Levamisol (aumento da toxicidade). Administração e formulação: Aprovado para uso em equinos, ruminantes, suínos, cães e gatos; Suspensão, pasta, solução, comprimido; Bolus de liberação contínua. Benzimidazóis e pró-benzimidazóis: Após a descoberta do Tiabendazole – 1961; Metilcarbamatos: Albendazole, Fembendazole, Flubendazole, Luxabendazole, Mebendazole, Oxibendazole, Oxfendazole, Parbendazole; Halogenados: Triclabendazole; Pró-benzimidazóis: Febantel, Netobimin, Tiofanato. Tiazólicos: Tiabendazole, Cambendazole. Espectro anti-helmíntico: Amplo espectro de ação; Estágios adultos e imaturos – nematódeos (ruminantes, equinos, suínos, cães, gatos e aves); Ação larvicida e ovicida; Eficácia em controlar cestódeos e trematódeos; Atuam em vias bioquímicas do parasita que não são compartilhadas pelo hospedeiro – grande margem de segurança. Mecanismo de ação: 1. Inibição da síntese de tubulina desaparecimento dos microtúbulos citoplasmáticos inibição do transporte de glicose morte do parasita (mebendazol e flubendazol); 2. Inibição da fumarato redutase inibição da geração de energia mitocondrial na forma de ATP morte do parasita (demais benzimidazóis). Farmacocinética: A maioria apresenta baixa solubilidade em água – menor dissolução nos fluídos TGI menor absorção maior tempo de permanência no TGI (exceto tiabendazol, albendazol e oxfendazol); Baixíssima toxicidade; Baixa concentração da droga ativa nos tecidos; A fração absorvida tem metabolismo hepático e excreção renal; A porção não absorvida é eliminada nas fezes; Baixo teor de resíduos nos tecidos; Período de carência: 14 dias; Ocorre resistência cruzada entre todos os benzimidazóis. Avermectinas e milbemicinas: Década de 80; Fermentação do fungo Streptomyces; Semi-sintéticos – ivermectina e moxidectina; Bio-sintéticos – doramectina; - Milbemicina: Milbemicina; Moxidectina. Mecanismo de ação: Absorção transcuticular – nematóides gastrintestinais; Via oral – parasitos hematófagos (nematódeos e artrópodes) As avermectinas e milbemicinas tem seu mecanismo de ação relacionado a ligação ao receptor de glutamato. Ao se ligar aos receptores GLU, ocorre a abertura dos canais de cloro, aumentando a condução intracelular. Esse aumento da condução, leva a hiperpolarização da membrana e, consequentemente, paralisia motora do parasito. Outro mecanismo citado em literatura: ocorre interação de canais iônicos que são mediados por outros neurotransmissores. Ocorre aumento da liberação de GABA, gerando dificuldade na transmissão do impulso nervoso para os músculos e levando a paralisia motora do parasito, o qual é expulso pelas fezes. - Avermectinas: Ivermectina, Abamectina, Doramectina, Espirinomectina, Selamectina. Espectro de ação: Amplo; Eficazes contra nematódeos gastrointestinais e pulmonares – ruminantes, equinos e suínos; Microfilárias D. immitis (cães); Ação eficaz contra bernes, miíases e sarna (exceção: demodécica) – endectocidas; A ivermectina foi aprovada para cães apenas por via oral como preventivo da dirofilariose. Farmacocinética: Absorção – vias oral, SC e transcutânea; Metabolismo hepático; Excreção: fezes (composto original), urina (menor proporção); Excretada também no leite (respeitar tempo de carência – animais de produção) Alto índice terapêutico. Administração e formulação: Subcutânea; Transdermal (pour on); Oral. Efeitos tóxicos: Alto índice terapêutico; Não atravessa barreira hematoencefálica; Dolicocefálicos – Collie, Shetland Sheepdog, Old English Sheepdog, Australian Sheepdog e gatos alterações no SNC e morte! Bezerros – abamectina, moxidectina; Margem de segurança restrita. Compostos heterocíclicos: - Piperazina: Reduzido espectro de ação; Ascaris spp., e Oxyuris spp. em bovinos, equinos, suínos, aves, cães e gatos. Mecanismo de ação: bloqueio neuromuscular por ação anticolinérgica na junção mioneural, o que leva a paralisia do parasito, o qual é expelido vivo nas fezes. Efeitos tóxicos: em doses altas pode causar irritação da mucosa gástrica e ataxia. Não é recomendada em animais com doenças neurológicas. { EctoparasiticidAS } MAPA (1890) – Rhipicephalus (Boophilus) microplus – maior prejuízo! Mosca-do-berne, Dermatobia hominis; Mosca-dos-chifres, Haematobia irritans. Cães e gatos: Pulgas Ctenocephalides felis e C. canis; Sarna demodécica – Demodex spp.; Sarna sarcóptica – Sarcoptes sp. Variedade de praguicidas para reduzir suas populações. Século 19 – Cristian (1895) Austrália – uso de soluções arsenicais como carrapaticidas; Resistência (surgem novos fármacos): Diclorodifeniltricloroetano (DDT) – Zeidler (1900- 1939); Hexaclorociclohexano (HCH ou BHC); Toxafeno; Dieldrina. Importância diminuída, por apresentarem efeitos tóxicos para os animais, sua comercializaçãofoi proibida em 1985 (portaria nº 329 MAPA) – acúmulo no tecido adiposo com tempo prolongado Nova geração de praguicidas: Molécula sintetizada na Alemanha (1941), comercializada (1947) como inseticida agrícola; 1956 – Diazinon; Dioxation, o cumafós e o etion. Resistência – desenvolvimento de inseticidas piretroides (sintetizados das piretrinas naturais) possuíam instabilidade química e elevado custo; Elliot (1973) – síntese da permetrina (estabilidade à luz e meio ambiente); Falta de orientação – uso de defensivos; Utilização errônea do produto – RESISTÊNCIA! Ectoparasitas: Insetos: Pulgas – Ctenocephalides felis e C. canis; Piolhos; Mosca do berne – Dermatobia hominis. Ácaros: Sarnas – Demodex spp., Sarcoptes spp.; Carrapatos – Rhipicephalus. Classes: Hidrocaarbonetos; Organofosforados; Carbamatos; Piretróides; Imidinas; Avermectinas; Fipronil; Lufenuron. Indicação: Controle de ácaros, pulgas, carrapatos, moscas, piolhos, bernes e larvas. Controle eficaz: Nos animais: diferentes vias de aplicação e formulações; No meio ambiente: soluções para limpeza de instalações e pedilúvio. Vias de aplicação nos animais: Pulverização, banho de imersão, “pour on” ou “spot on”, brinco, spray, shampoo, coleira, injetável e oral. Hidrocarbonetos: Organoclorados: altamente tóxicos, são proibidos para uso; DDT; BHC; Lindano. Derivados de hidrocarbonetos: utilizados para limpeza de instalações e pedilúvio (solução de 5 a 20%). Possuem também ação desinfetante, fungicida e bactericida; Cresóis; Fenóis; Xilenóis. Organofosforados: Endo e ectoparasiticida. Mecanismo de ação: inibição irreversível da acetilcolinesterase (AChE) paralisia e morte. Vias de administração: oral, parenteral (SC) e tópica. Fármacos: Diclorvos, Tricloform, Coumafós, Malation, Fention, Diazinon. Toxicidade – ingestão acidental ou lambedura Efeitos muscarínicos (náuseas, vômitos, dor abdominal, hipermotilidade TGI, sudorese, lacrimejamento, sialorreia, bradicardia, dispnéia, miose); Efeitos nicotínicos (contrações musculares, espasmos, tremores, hipertonicidade que causa marcha e postura rígida); Efeitos no SNC (estimulação seguida de depressão); Morte por parada respiratória. Tratamento da intoxicação: Bloqueador muscarínico (sulfato de atropina); Reativador das colinesterases (pralidoxima) – mais chance de êxito se a administração for o mais rápido possível. Carbamatos: Combate de artrópodes; Mecanismo de ação: Inibição reversível da acetilcolinesterase (AChE); A AChE carbamilda é hidrolisada em 1 a 2 horas após o processo. Via de administração: tópica. Fármaco: Metilcarbamato; Toxicidade: semelhante aos organosfosforados, com efeitos mais reversíveis. Tratamento da intoxicação: sulfato de atropina. Piretróides: Alto poder acaricida, atuando também contra moscas, piolhos e pulgas. Mecanismo de ação: interferência nos canais de sódio. Via de administração: tópica. Fármacos: Deltametrina, Cipermetrina, Flumetrina. Toxicidade: extremamente tóxicos aos insetos e peixes, baixa toxicidade aos mamíferos. Efeitos adversos: salivação, movimento de pedalar, convulsão e incoordenação. Descrição do produto: Spray de prata - ação larvicida, repelente, cicatrizante e hemostática. Ação prolongada, pois não escorre após a aplicação, aderindo profundamente a lesão e formando uma película protetora que repele as moscas. Imidinas: Amplo espectro – ácaros, piolhos e carrapatos em cães, suínos e bovinos. Mecanismo de ação: inibe a enzima monoamina oxidase (MAO) (enzima mitocondrial catalisadora) → hiperexcitação e paralisia dos parasitas → desprendimento. Via de administração: tópica. Fármacos: Amitraz. Toxicidade: ataxia, incoordenação, sonolência, depressão, bradicardia, hipotermia, midríase, êmese e diarreia. Avermectinas: Endo e ectoparasiticidas – bernes, ácaros, piolhos e carrapatos em suínos, bovinos, ovinos, caprinos e equinos. Em cães para tratamento de sarnas. Mecanismo de ação: aumento da liberação GABA → dificuldade na transmissão do impulso nervoso para os músculos → paralisia do parasito. Via de administração: injetável. Fármacos: Ivermectina, Moxidectina, Doramectina. Efeitos tóxicos em determinadas raças de cães! Fipronil: Controle de pulgas, carrapatos, berne e mosca- do-chifre, R. microplus, H. irritans e D. hominis. Bovinos – não se encontram em lactação ou no primeiro trimestre de gestação. Mecanismo de ação: bloqueio pré e pós-sináptico da passagem dos íons cloro pelos neurotransmissores GABA, matando os parasitas por hiperexcitação. Vias de administração: tópica (spray, “pour on” e “spot on”). Fármaco bem tolerado. Lufenuron: Controle de pulgas em cães e gatos. Eficaz contra pulgas imaturas e ovos, mas não tem efeito contra pulgas adultas. Não é mais muito utilizado. Mecanismo de ação: inibe a síntese da quitina (constituinte essencial da casca do ovo da pulga e do exoesqueleto de pulgas imaturas) Comprimido ou suspensão. Via de administração: oral. Flurolaner: Acaricida e inseticida; Eficaz contra carrapatos e pulgas no cão. Mecanismo de ação: potente inibidor do SNC do artrópode, atuando antagonicamente nos canais de cloreto (receptor GABA e receptor glutamato), gerando hiperexcitação e, consequentemente, a morte do parasita. Absorção: concentração máxima - 24h. Excreção: fezes. Administração: oral. Toxicidade: efeitos gastrointestinais ligeiros e transitórios (diarreia, vômitos, inapetência e hipersalivação). Raramente convulsões e letargia. Obs: não deve ser administrado em cães com idade inferior a 8 semanas ou animais com menos de 2 kg. Imidacloprid: Controle de pulgas. Mecanismo de ação: interfere na transmissão de impulsos do sistema nervoso, promovendo hiperexcitação e morte por paralisia. Absorção: TGI rapidamente. Excreção: rápida – 96% em 48h urina e fezes. Via de administração: oral. Toxicidade: apatia, miotomia, dificuldade respiratória, bradicardia, queda de pressão arterial, tremores e, em casos graves de intoxicação, podem ocorrer mioespasmos. Nitempiram: Controle de pulgas e miíase. Mecanismo de ação: bloqueia receptor nicotínico da acetilcolina. Degradação rápida; Concentração máxima: 12 min a 1h; Excreção: urina em 24h; Efeito nas pulgas em 30-60 min; Contraindicado em filhotes com menos de 4 semanas. Toxicidade: fezes amolecidas e exacerbação na frequência do ato de lamber-se. Referências bibliográficas e imagéticas: SPINOSA, Helenice de Souza; GÓRNIAK, Silvana Lima; BERNARDI, Maria Martha. Farmacologia Aplicada à Medicina Veterinária. [S.l: s.n.], 2017.
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