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Vigilância em Saúde AULA 4 – VIGILÂNCIA SANITÁRIA: FUNÇÕES E OBJETIVOS O que é vigilância sanitária? É uma área da saúde pública, uma prática de saúde coletiva. Como atividade de saúde, a VISA integra o sistema único de saúde (SUS) e como tem poder de polícia só pode ser exercida pelo estado. Missão e objetivo A missão da VISA, portanto, é promover e proteger a saúde da população, garantindo os direitos constitucionais do cidadão e defendendo a vida. Seu objetivo é proteger e promover a saúde, evitando incapacidades e doenças. Instrumentos usados pela VISA para realizar seu papel O principal instrumento de ação da VISA é a norma sanitária, ou seja, a legislação que especifica o que está certo e errado, o que pode e o que não pode ser feito pelo setor regulado. Nesse sentido, a VISA desenvolve uma função normativa e regulatória, e uma função educativa. Função: Em sua função normativa e regulatória, a VISA: • Cria normas e padrões sanitários para: o a produção, fabricação, transporte, armazenagem, distribuição e comercialização de produtos o o funcionamento de serviços • fiscaliza o cumprimento dessas normas e pune os infratores quando necessário em sua função educativa, a VISA • informa e orienta: o setor regulador, para que eles cumpram os padrões sanitários estabelecidos, e os cidadãos, para que eles possam exigir o seu direito de consumir produtos e serviços seguros e de qualidade e para que tenham mais informações em suas possíveis escolhas. COMPETÊNCIAS DA VIGILÂNCIA SANITÁRIA a vigilância sanitária desempenha um papel fundamental no monitoramento de bens de consumo e serviços que influenciam na saúde sua atuação é direcionada para a regulação de produtos e serviços de interesse da saúde, com ênfase na fiscalização de boas práticas destes estabelecimentos. O objetivo é reduzir riscos associados a falhas ou problemas de fabricação de produtos, assim como de prestação de serviço O poder de polícia da vigilância sanitária é exercido para o cumprimento de leis e normas. Lei 6.437/1977 é a lei que configura infrações à legislação sanitária federal e estabelece as respectivas sanções ao seu descumprimento Vale destacar que estados e municípios também podem ter leis sobre infrações sanitárias e podem editar normas técnicas que oriente os estabelecimentos sobre como eles devem funcionar, desde que não contrarie uma norma federal. No nível federal, as normas técnicas são emitidas pela ANVISA e se chamam resoluções de diretoria colegiada (RDC) O componente estadual do sistema nacional de vigilância sanitária, é constituído pelos órgãos de vigilância sanitária das secretarias estaduais de saúde, autarquias estudais e laboratórios centrais e estaduais (LACEN) O componente municipal do sistema nacional de vigilância sanitária, é constituído pelos órgãos de vigilância sanitária das secretarias municipais de saúde. O componente laboratorial do SNVS é constituído pelos LACENs dos estados e o INCQS. Eles complementam as ações da vigilância sanitária na produção de análises laboratoriais para controle de qualidade e verificação da conformidade dos produtos. Risco sanitário São os perigos que podem ameaçar nossa saúde no dia-a-dia, quando consumimos um produto ou quando utilizamos um determinado serviço. Os riscos à saúde são classificados em cinco tipos – ambientais, ocupacionais, iatrogênicos, institucionais e sociais. Essa classificação, no entanto, não é rígida. Muitas um risco ambiental, como a falta de saneamento básico (água e esgoto) está relacionado à questões sociais. Prevenção de riscos • avaliação do risco: possui natureza cientifica; busca definir os efeitos de uma exposição; afere o risco associado • gerenciamento do risco: possui natureza administrativa; normatiza procedimentos com o risco avaliado e ação regulatória; pondera as preocupações sociais, econômicas e politicas • comunicação do risco: a comunicação do risco aumenta a capacidade de os cidadãos escolherem, dentre as opções existentes, aquela que oferece menos riscos; exigem seus direitos; e atuarem como parceiros do poder público no âmbito da VISA • riscos ambientais: se refere à ações do homem no meio-ambiente que pode desencadear muitos fatores de risco à saúde e inclui componentes como a água, tanto de consumo quanto a proteção de mananciais; o esgoto; o lixo, incluindo o hospitalar; a poluição do ar; da água e do solo. • Risco ocupacionais: são relacionados ao ambiente de trabalho, como o processo, o local de produção, as substanciais manuseadas e a intensidade no ritmo de trabalho. • Riscos sociais: estão relacionados ao transporte, alimentos e substancias terapeuticas. Podem estar relacionados também a violência e a grupos vulneráveis. • Riscos iatrogênicos: são os riscos decorrentes de tratamentos médico ou do uso de medicamentos, como efeito colaterais, infecções hospitalares, contato com substancias, etc. pode ser definido como um efeito adverso, doença ou complicação causada por procedimento médico ou uso de remédios. • Risco institucionais: são decorrentes de serviços de instituições diversas como creches, escolas, clubes, asilos, hotéis, shoppings, academias e outros. Atuação: a lei n°8.080 de 190 atribuiu a vigilância sanitária um conjunto amplo de ações, direcionadas a prevenção, diminuição e eliminação de riscos à saúde, além dos problemas sanitários que decorrem da produção e circulação de produtos e serviços de interesse da saúde As ações de vigilância sanitária podem ser organizadas de acordo com a lei 8.080/90: • Produtos: alimentos, medicamentos, cosméticos, saneantes e outros de interesse da saúde • Serviços: de saúde, e de interesse à saúde • Ambientes: incluído o do trabalho Produtos: alimentos, bebidas e água minerais O controle sanitário da produção de alimentos de origem animal e de bebidas de origem vegetal é competência do ministério da agricultura. Contudo, o comercio destes produtos é responsabilidade da vigilância sanitária O controle sanitário de alimentos é realizado através de ações em todas as etapas de sua produção, como: • Inspeção de industrias ou unidades de produção, manipulação e comercialização de alimentos. Atuação: • Concessão de licenças de funcionamento • Registro de produtos ou dispensa de registro • Monitoramento da qualidade do produto com o objetivo de verificar a conformidade e orientações aos produtores e manipuladores de alimento, Atuação • Produtos: medicamentos, drogas, insumos farmacêuticos e correlatos Fazem parte deste grupo medicamentos, os insumos farmacêuticos, os soros e as vacina. São considerados correlatos os equipamentos e artigos médicos, odontológicos e hospitalares e os kits de diagnostico destinados à atenção à saúde. Também são alvo de atuação os produtos de higiene, produtos de limpeza, os cosméticos e perfumes. Há alguns produtos quem antes de poderem ser comercializados, precisam de aprovação da ANVISA. Essa aprovação se dá por meio do registro destes produtos junto à agencia. Fabricar ou comercializar produtos sem registro é crime. Atuação Produtos: serviços Nos serviços, a VISA tem por função verificar as condições de funcionamento e identificar os possíveis riscos e danos à saúde dos pacientes, dos trabalhadores e ao meio ambiente dos serviços de saúde e de interesse da saúde Objetiva também a verificação da adesão às normas e aos regulamentos técnicos vigentes de tais serviços. Atuação: Do meio ambiente, incluindo o do trabalho. Também é preocupação da vigilância sanitária a poluição do ar, da água e do solo, assim como os desastres provocados por produtos perigosos. Portanto,o objetivo é desenvolver um conjunto de medidas capazes de proteger o meio ambiente bem como evitar ações predatórias. Atribuições: • O controle sanitário de portos, aeroportos, fronteiras e recintos alfandegados • As ações afeitas à área de relações internacionais • A promoção de estudos e manifestações sobre a concessão de patentes • De produtos e processos farmacêuticos previamente à anuência pelo instituto nacional de propriedade industrial (INPI) ORGANIZAÇÃO DA VISA Estrutura da VISA no Brasil • No nível federal, estão a agencia nacional de vigilância sanitária (ANVISA) e o instituto nacional de controle de qualidade em saúde da fundação Oswaldo cruz (INCQS/Fiocruz) • No nível estadual, estão o órgão de VISA e o laboratório central (Lacen) de cada uma das 27 unidades de federação (26 estados e o distrito federal) • No nível municipal, estão os serviços de vigilância sanitária de cada um dos 5561 municípios brasileiros ou, pelo menos, daqueles que já organizaram seus serviços de vigilância sanitária. DESCENTRALIZAÇÃO: RESPONSABILIDADES DA UNIÃO • Responder, solidariamente com os municípios, o distrito federal e os estados, pela integralidade da atenção à saúde da população • Desenvolver, a partir da identificação de necessidades, um processo de planejamento, regulação, programação pactuada e integrada da atenção à saúde, monitoramento e avaliação • Participar do financiamento tripartite do sistema único de saúde • Coordenar, nacionalmente, as ações de prevenção e controle da vigilância em saúde que exigem ação articulada e simultânea entre os estados, distritos federal e municípios. • Formular e implementar políticas para áreas prioritárias, conforme definido nas diferentes instancias de pactuação • Elaborar, pactuar e implementar a politica de promoção da saúde PORTARIA N° 399, DE 22 DE FEVEREIRO DE 2006 DESCENTRALIZAÇÃO: RESPONSABILIDADES DOS ESTADOS • Responder, solidariamente com municípios, distrito federal e união pela integridade da atenção à saúde da população • Participar do financiamento tripartite do sistema único de saúde • Formular e implementar políticas para área prioritárias, conforme definido nas diferentes instancias de pactuação • Desenvolver, a partir da identificação das necessidades, um processo de planejamento, regulação, programação pactuada e integrada da atenção à saúde, monitoramento e avaliação • Coordenar e executar e as ações de vigilância em saúde compreendendo as ações de media e alta complexidade desta área, de acordo com as normas vigentes e pactuações estabelecidas. • Elaborar, pactuar e implantar a politica de promoção da saúde, considerando as diretrizes estabelecidas no âmbito nacional O PDR deverá expressar o desenho final do processo de identificação e reconhecimento das regiões de saúde, em suas diferentes formas, em cada estado e no distrito federal, objetivando a garantia do acesso, a promoção da equidade, a garantia da integralidade da atenção, a qualificação do processo de descentralização e a racionalização de gastos e otimização de recursos. O PDI deve expressar os recursos de investimentos para entender as necessidades pactuadas no processo de planejamento regional e estadual. No âmbito regional deve refletir as necessidades para se alcançar a suficiência na atenção básica regional e na macrorregião no que se refere à alta complexidade. REGIONALIZAÇÃO • O planejamento regional deve considerar os parâmetros de incorporação tecnológica que compatibilizem economia de escala com equidade no acesso; • Para garantir a atenção na alta complexidade e em parte da média, as regiões devem pactuar entre si arranjos inter-regionais, com agregação de mais de uma região em uma macrorregião. As regiões podem ter os seguintes formatos: • Regiões intraestaduais, compostas por mais de um município, dentro de um mesmo estado; • Regiões Intramunicipais, organizadas dentro de um mesmo município de grande extensão territorial e densidade populacional; • Regiões Interestaduais, conformadas a partir de municípios limítrofes em diferentes estados; • Regiões Fronteiriças, conformadas a partir de municípios limítrofes com países vizinhos. DESCENTRALIZAÇÃO: RESPONSABILIDADES DO DISTRITO FEDERAL Responder, solidariamente com a união, pela integralidade da atenção à saúde da população; Garantir a integralidade das ações de saúde prestadas de forma interdisciplinar, por meio da abordagem integral e contínua do indivíduo no seu contexto familiar, social e do trabalho; englobando atividades de promoção da saúde, prevenção de riscos, danos e agravos; ações de assistência assegurando o acesso ao atendimento às urgências. Executar e coordenar as ações de vigilância em saúde, compreendo as ações de média e alta complexidade desta área, de acordo com as normas vigentes pactuadas estabelecidas. DESCENTRALIZAÇÃO: RESPONSABILIDADES DOS MUNICIPIOS Todo município é responsável pela integridade da atenção à saúde da sua população, exercendo essa responsabilidade de forma solidaria com o estado e a união Todo município deve: • Garantir a integralidade das ações de saúde prestadas de forma interdisciplinar; englobando atividades de promoção da saúde, prevenção de riscos, danos e agravos; ações de assistência, assegurando o acesso ao atendimento às urgências • Promover a equidade na atenção à saúde considerando as diferenças individuais e de grupos populacionais • participar do financiamento tripartite do Sistema Único de Saúde; • assumir a gestão e executar as ações de atenção básica, incluindo as ações de promoção e proteção, no seu território; • assumir a gestão e execução das ações de vigilância em saúde realizadas no âmbito local, compreendendo as ações de vigilância epidemiológica, sanitária e ambiental, de acordo com as normas vigentes e pactuações estabelecidas • elaborar, pactuar e implantar a política de promoção da saúde, considerando as diretrizes estabelecidas no âmbito nacional PORTARIA N° 399, DE 22 DE FEVEREIRO DE 2006
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