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Antígenos e Anticorpos ➔ ANTÍGENOS -substâncias geradas ou que são reconhecidas pelos anticorpos, ou seja, qualquer substância que pode ser especificamente ligada por uma molécula de anticorpo ou receptor de célula T; -macromoléculas estranhas que o corpo reconhece como estranhos e perigosos; -desencadeadores da imunidade adaptativa; ➢ Antígenos Bacterianos: maior parte da antigenicidade da bactéria gram-negativa está associada ao lipopolissacarídeo > consiste em um oligossacarídeo ligado a um lipídeo (lipídeo A) e a uma série de trissacarídeos repetitivos; A estrutura desses trissacarídeos determina a antigenicidade do organismo. >> Muitas bactérias são classificadas de acordo com essa estrutura antigênica; ex. o gênero Salmonella contém uma espécie principal, Salmonella enterica, que é classificada em mais de 2.300 sorovariantes, baseados na antigenicidade. -Esses antígenos polissacarídeos são denominados antígenos O; -Os lipopolissacarídeos da parede celular externa das bactérias gram-negativas se ligam aos receptores do tipo toll (TLRs) e a outros receptores de reconhecimento de padrões e induzem a produção de uma mistura de citocinas inflamatórias quando um animal é infectado > Essas citocinas causam febre e enfermidades, assim, os lipopolissacarídeos bacterianos também são chamados de endotoxinas ; -Cápsulas bacterianas são constituídas principalmente de polissacarídeos, que em geral, são bons antígenos > As cápsulas protegem as bactérias da fagocitose e da destruição intracelular, enquanto os anticorpos anticapsulares podem superar o efeito da cápsula e proteger o animal infectado ; Os antígenos da cápsula são coletivamente chamados de antígenos K . -Pili e fímbrias são projeções curtas que cobrem a superfície de algumas bactérias gram-negativas e são classificados como antígenos F ou K ; -Os anticorpos contra as proteínas das fímbrias podem ser protetores, uma vez que são capazes de evitar a aderência das bactérias às superfícies corpóreas; -Os flagelos bacterianos são filamentos longos usados na movimentação. Eles consistem em uma única proteína denominada flagelina >> Os antígenos dos flagelos são coletivamente chamados de antígenos H. -Outros antígenos bacterianos significativos incluem as porinas, as proteínas de choque térmico e as exotoxinas. >> As porinas são as proteínas que formam os poros sobre a superfície dos organismos gram-negativos; As proteínas de choque térmico são geradas em grande quantidade nas bactérias estressadas; As exotoxinas são proteínas tóxicas secretadas pela bactéria ou liberadas no ambiente circunjacente quando elas morrem; As exotoxinas são proteínas altamente imunogênicas e estimulam a produção de anticorpos chamados antitoxinas ; Muitas exotoxinas, quando tratadas com um leve agente desnaturante de proteína, como o formaldeído, perdem sua toxicidade, mas retêm sua antigenicidade; As toxinas modificadas dessa maneira são denominadas toxóides > podem ser utilizados como vacinas para prevenir doenças causadas por bactérias toxigênicas, como Clostridium tetani ; -Os ácidos nucleicos bacterianos, ricos em sequências CpG não metiladas, servem como antígenos eficientes para o sistema imune adaptativo e como fortes estimuladores da imunidade inata, atuando através dos TLRs; ➢ Antígenos Virais: Geralmente, os vírus têm uma estrutura relativamente simples, consistindo em um centro de ácido nucléico envolto por uma camada proteica (capsídeo) constituída por múltiplas subunidades (capsômeros); As proteínas do capsídeo são bons antígenos , altamente capazes de estimular a formação de anticorpos; Alguns vírus também podem estar envoltos por um envelope contendo lipoproteínas e glicoproteínas; Uma partícula viral completa é chamada de vírion; Quando um vírus infecta um animal, as proteínas do vírion são processadas e desencadeiam respostas imunes adaptativas > Entretanto, os vírus nem sempre são encontrados livres na circulação, mas vivem dentro das células, onde estão protegidos das ações indesejáveis dos anticorpos . De fato, o ácido nucleico viral pode ser integrado ao genoma da célula >> Nessa condição, os genes virais codificam novas proteínas, algumas das quais são expressas na superfície das células infectadas; Embora essas proteínas sejam sintetizadas dentro das próprias células animais, elas ainda podem se ligar aos receptores de antígenos e estimular a imunidade adaptativa > Essas proteínas estranhas recém-sintetizadas são antígenos endógenos , para as distinguirem dos antígenos estranhos que entram de fora e são chamados de antígenos exógenos ; ➢ Além das bactérias e vírus, os animais podem ser infectados por fungos, parasitas protozoários, artrópodes e até mesmo por vermes parasitas (helmintos). Cada um desses organismos consiste em muitas estruturas diferentes, compostas de proteínas, carboidratos, lipídeos e ácidos nucleicos. Muitas delas podem servir como antígenos e desencadear a imunidade adaptativa; ➢ Antígenos não-microbianos: Os alimentos possuem muitas moléculas estranhas que, sob determinadas circunstâncias, podem desencadear respostas imunes e causar uma reação alérgica; a poeira inalada pode conter partículas antigênicas, como os grãos de pólen que são capazes de entrar no corpo pelo sistema respiratório; As moléculas estranhas são injetáveis diretamente no organismo por meio de uma picada de cobra ou mosquito, ou por um veterinário; Além disso, as proteínas estranhas podem ser injetadas nos animais para fins experimentais; Os transplantes de órgãos são uma maneira eficaz de administrar uma quantidade grande de material estranho a um animal; ➢ Autoantígenos: Em algumas situações (e não somente nas anormais),um animal pode desenvolver respostas imunes contra componentes normais do corpo; respostas autoimunes; antígenos que induzem autoimunidade; incluem os hormônios como a tireoglobulina; componentes estruturais como as membranas basais; lipídeos complexos como a mielina; componentes intracelulares, tais como as proteínas mitocondriais, os ácidos nucleicos ou as nucleoproteínas; e as proteínas de superfície celular, como os receptores de hormônios; ➢ Antígenos de Superfície Celular: membrana citoplasmática é composta por uma mistura complexa de moléculas proteicas inseridas nela e a maioria dessas proteínas pode atuar como antígenos se eles forem injetados em outra espécie ou, ainda, em um indivíduo diferente da mesma espécie; ex. glicoproteínas (antígenos dos grupos sanguíneos) são encontradas na superfície das hemácias; As células nucleadas, tais como os leucócitos , possuem centenas de moléculas proteicas diferentes na sua superfície > Essas proteínas são bons antígenos e induzem rapidamente uma resposta imune, quando injetadas experimentalmente em uma espécie diferente; classificadas pelo sistema CD (grupamento de diferenciação); Outras proteínas de superfície celular podem induzir uma resposta imune (como a rejeição ao transplante), se transferidas para um indivíduo da mesma espécie, mas geneticamente diferente >> essas ptns são denominadas antígenos de histocompatibilidade; ➔ PROPRIEDADES DOS ANTÍGENOS -Antigenicidade : capacidade de o antígeno ser reconhecido e se ligar especificamente a componentes da RI (anticorpos,p.ex.); -Imunogenicidade : capacidade de induzir RI específica e gerar anticorpos específicos; Está relacionada com a complexidade do antígeno: que mais epítopos, melhor a RI; Imunógenos = antígeno funcional; OBS: • Existem substâncias incapazes de induzir RI, mas que são aptos a se ligar a componentes do SI • Todos os imunógenos são antígenos, mas nem todos os antígenos são imunógenos ➔ BONS ANTÍGENOS SÃO IMUNÓGENOS - Imunogenicidade: exigências - Imunogênico - Molécula que consegue desencadear bem uma resposta imunológica; Um antígeno SÓ é imunogênico se consegue desencadear uma RI; Todo imunogênico é um antígeno, mas nem todo antígeno é imunogênico -moléculas variam quanto à sua habilidade de atuar como antígenos (sua antigenicidade ) -as proteínas estranhas são os melhores antígenos , especialmente se forem grandes ; -toxinas clostridiais, flagelos bacterianos, capsídeos virais e membranas celulares de protozoários são proteínas grandes; -componentes dos venenos de cobra, as proteínas séricas, as proteínas de superfície celular, as proteínas do leite e alimentos, os hormônios e até mesmo as moléculas de anticorpos; -polissacarídeos simples, tais como o amido ou o glicogênio, não são bons antígenos >> porque eles são frequentemente degradados antes do sistema imune ter tempo para responder a eles. -Os carboidratos mais complexos podem ser antígenos eficazes , especialmente se ligados a proteínas >>> incluem os principais antígenos da parede celular das bactérias gram-negativas e as glicoproteínas dos grupos sanguíneos das hemácias; -Os lipídeos tendem a ser antígenos fracos >> por causa de sua ampla distribuição, relativa simplicidade, instabilidade estrutural e metabolismo rápido; quando ligados às proteínas ou aos polissacarídeos, podem desencadear respostas imunes; As células possuem receptores específicos capazes de se ligar e processar lipídeos, lipoproteínas e antígenos glicolipídeos; -Os ácidos nucleicos de mamíferos são antígenos muito fracos > devido à sua simplicidade relativa e flexibilidade e porque eles são degradados muito rapidamente; -os ácidos nucleicos microbianos têm uma estrutura muito diferente daquela encontrada em células eucariontes com muitas sequências CpG não metiladas > Assim, eles podem estimular potentes respostas imunes . Talvez por essa razão, os autoanticorpos contra ácidos nucleicos sejam produzidos em algumas doenças autoimunes importantes; - As proteínas são os antígenos mais eficazes porque têm propriedades que induzem melhor uma resposta imune >> Assim, moléculas grandes são melhores antígenos do que moléculas pequenas, e as proteínas podem ser, de fato, muito maiores; ex. hemocianina, uma proteína muito grande do sangue de invertebrados é um antígeno potente; A albumina sérica proveniente de outros mamíferos é um antígeno razoavelmente bom, mas pode também induzir tolerância; A angiotensina, um pequeno hormônio peptídico, é um antígeno fraco; -quanto mais complexo for um antígeno, melhor . ex. amido e outros polímeros repetitivos simples são antígenos fracos, mas os complexos lipopolissacarídeos bacterianos são bons; As proteínas complexas que contêm muitos aminoácidos diferentes, especialmente os aromáticos, são antígenos melhores que os polímeros repetitivos, tais como os lipídeos, os carboidratos e os ácidos nucleicos; -A estabilidade estrutural é uma característica importante de bons antígenos , especialmente daqueles que desencadeiam respostas de anticorpos; -Para se ligar a uma molécula estranha, os receptores da superfície das células do sistema imune adaptativo devem reconhecer seu formato. Consequentemente, moléculas altamente flexíveis que não possuem uma forma fixa são antígenos fracos . ex. gelatina, uma proteína conhecida por sua instabilidade estrutural (que é a razão de ela tremer), é um antígeno fraco, a menos que seja estabilizada pela incorporação de moléculas de tirosina ou triptofano, que fazem ligações cruzadas das cadeias peptídicas; flagelina, a principal proteína do flagelo bacteriano, é um antígeno fraco flexível > Sua rigidez e, portanto, sua antigenicidade é bastante aumentada porpolimerização. -Lembre-se também que a via de administração do antígeno, sua dose e a genética do animal receptor também influenciam a antigenicidade . -Nem todas as moléculas estranhas podem estimular uma resposta imune; ex. os pinos ósseos de aço inoxidável e as válvulas cardíacas plásticas são normalmente implantados em animais sem desencadear uma resposta imune; A falta de antigenicidade dos grandes polímeros orgânicos, tais como os plásticos , ocorre não somente devido à sua uniformidade molecular, mas também pela sua inércia . não podem ser degradados e processados pelas células de uma forma adequada a desencadear uma resposta imune; Inversamente, uma vez que as respostas imunes são orientadas pelo antígeno, as moléculas estranhas que são instáveis e destruídas muito rapidamente não persistem tempo suficiente para estimular uma resposta imune; -A imunogenicidade de uma molécula também depende do quão estranha ela é >> Quanto maior a diferença entre a estrutura molecular de um antígeno estranho e dos antígenos próprios de um animal, maior será a intensidade da resposta imune; ex. transplante renal de um gêmeo idêntico será rapidamente aceito, porque suas proteínas são idênticas àquelas do próprio rim do receptor; Um transplante de rim de um animal não relacionado da mesma espécie será rejeitado em cerca de 10 dias, a menos que se utilizem drogas para controlar a rejeição; Um transplante renal entre espécies diferentes, como de um porco para um cão, será rejeitado em poucas horas, ainda que se administrem drogas imunossupressoras; -Imunogenicidade: exigências 1. Ser estranha •Não-próprio 🡪 RI 2. Ter alto peso molecular •< 1000 Da, não são imunógenos •> 6000 Da, são imunógenos 3. Ter complexidade química • Homopolímeros + grupos químicos • Polilisina 30.000 Da • Poliácido glutâmico/arginina/lisina 4. Ter capacidade de ser degradada • substâncias instáveis e muito degradáveis não são bons imunógenos • Para expressar epítopos >> É a menor porção da molécula antigênica responsável pela propriedade de estimular a produção dos anticorpos; ➔ EPÍTOPOS -A resposta imune adaptativa contra uma partícula estranha é uma mistura de muitas respostas imunes simultâneas, direcionada contra cada uma das moléculas estranhas da mistura > já que partículas estranhas são uma mistura complexa de proteínas, glicoproteínas, polissacarídeos, lipopolissacarídeos, lipídeos e nucleoproteínas; -Moléculas grandes as células do nosso SI não são capazes de reconhecer moléculas assim de uma só vez, então a solução é reconhecer pequenas moléculas deste antígeno (Determinantes antigênicos); -Uma única molécula grande também pode estimular múltiplas respostas imunes; -Moléculas grandes têm regiões específicas contra as quais as respostas imunes são direcionadas >> Essas regiões do antígeno que é reconhecida pelas células do SI, geralmente na superfície da molécula, são chamadas epítopos ou determinantes antigênico; - Em uma molécula proteica grande e complexa, muitos epítopos diferentes podem ser reconhecidos pelo sistema imune, mas alguns são muito mais imunogênicos que outros >> Assim, os animais podem responder a poucos epitopos favorecidos ( imunodominantes ), e o restante da molécula pode ser ignorado; -número de epitopos em uma molécula está diretamente relacionado ao seu tamanho e, normalmente, há cerca de um epitopo para cada 5 kDa de uma proteína; -Quando se designa uma molécula como “estranha”, implica-se, portanto, que ela contém epítopos que não são encontrados nos antígenos próprios > As células do sistema imune reconhecem e respondem a esses epitopos estranhos. ➔ Haptenos -Moléculas tão pequenas que sozinhas não conseguem desencadear uma RI; Moléculas pequenas que podem funcionar como epitopos, apenas quando ligadas a outras moléculas maiores; -como muitas drogas ou hormônios menores que 1.000 Da, são demasiadamente pequenas para serem processadas e apresentadas adequadamente ao sistema imune . - não são imunogênicas ; -se essas moléculas pequenas forem ligadas quimicamente a uma molécula proteica grande, novos epítopos serão formados na superfície da molécula maior > Se esse complexo molecular for injetado em um animal, respostas imunes serão desencadeadas contra todos esses epitopos; Alguns dos anticorpos produzidos em resposta ao complexo serão direcionados contra os novos epítopos formados pela molécula pequena; -A molécula antigênica à qual os haptenos se ligam, é denominada carreadora ; -Muitas alergias a drogas ocorrem porque as moléculas da droga, embora pequenas, podem se ligar covalentemente às proteínas normais do corpo e, portanto, atuam como haptenos ; -Composto de baixo peso molecular (antibióticos) -Pouca complexidade -Não proteicas ex. penicilina + albumina; ex. o antibiótico penicilina é uma pequena molécula não imunogênica. Entretanto, uma vez degradada dentro do corpo, forma um grupo “peniciloil” muito reativo, que pode se ligar a proteínas séricas como a albumina para formar o complexo peniciloil-albumina. O hapteno peniciloil pode ser reconhecido como um epitopo estranho em alguns indivíduos e, então, induzir uma resposta imune, resultando em alergia à penicilina. ➔ ANTICORPOS -são proteínas circulantes produzidas nos vertebrados em resposta à exposição a estruturas estranhas (antígeno); -são glicoproteínas denominadas imunoglobulinas >> todos os BCRs (receptor de antígeno da célula B) solúveis; -diversos e específicos > grande habilidade em discriminar entre diferentes antígenos e se ligam a antígenos com maior força; -constituem os mediadores da imunidade humoral contra todas as classes de microrganismos;-Anticorpos, moléculas do complexo maior de histocompatibilidade (MHC) e receptores de antígeno da célula T são as três classes de moléculas usadas pelo sistema imune adaptativo para se ligar aos antígenos; -sintetizados somente pelos linfócitos B; -existem em duas formas: 1. anticorpos ligados à membrana na superfície dos linfócitos B funcionam como receptores de antígenos 2. anticorpos secretados neutralizam as toxinas, previnem a entrada e espalhamento dos patógenos e eliminam os microrganismos; como acontece? O reconhecimento do antígeno pelos anticorpos ligados à membrana nos linfócitos B imaturas ativa esses linfócitos a iniciarem uma resposta imune humoral; As células B ativadas se diferenciam em plasmócitos que secretam anticorpos de mesma especificidade do receptor do antígeno; As formas secretadas dos anticorpos estão presentes no plasma (a porção fluida do sangue), nas secreções mucosas e no fluido intersticial dos tecidos; Na fase efetora da imunidade humoral, esses anticorpos secretados se ligam aos antígenos e disparam vários mecanismos efetores que eliminam os antígenos; A eliminação do antígeno frequentemente necessita da interação do anticorpo com outros componentes do sistema imune, incluindo moléculas tais como proteínas do complemento e células que incluem fagócitos e eosinófilos; As funções efetoras mediadas por anticorpo incluem: 1. neutralização dos microrganismos ou produtos microbianos tóxicos; 2. ativação do sistema complemento; 3. opsonização dos patógenos para fagocitose aumentada; 4. citotoxicidade mediada por célula e dependente de anticorpo, pela qual os anticorpos têm como alvo células infectadas para a lise pelas células do sistema imune inato; 5. ativação de mastócito mediada por anticorpo para expelir vermes parasitas; Quando o sangue ou plasma forma um coágulo , os anticorpos permanecem no fluido residual, o que é chamado de soro >> O soro não possui os fatores da coagulação (que são consumidos durante a formação do coágulo), mas contém todas as outras proteínas encontradas no plasma; Qualquer amostra de soro que apresente moléculas detectáveis de anticorpo que se ligam a um antígeno em particular é um de antissoro ; ● Sorologia - estudo dos anticorpos e suas reações com antígenos; -A concentração de moléculas de anticorpo no soro específicas para um antígeno em particular frequentemente é estimada pela determinação de quantas diluições seriais do soro podem ser feitas antes que a ligação não seja mais detectada; -soros com alta concentração de moléculas de anticorpo específicas para um antígeno em particular são ditos terem alto título ; ● Tipos de imunoglobulinas -5 diferentes classes (ou isótipos), que diferem entre si pela função da cadeia pesada >> IgG, IgM, IgA, IgD, IgE ; -maior concentração no soro: IgG; - a segunda maior concentração (na maioria dos mamíferos) é a IgM; -terceira classe mais abundante é a IgA ( predominante em secreções como saliva, leite e fluido intestinal ) -IgD é essencialmente um BCR e raramente é encontrada em fluidos corpóreos; -A IgE é encontrada em concentrações muito baixas no soro e medeia reações alérgicas; -soro sanguíneo: A fração de maior carga negativa consiste em uma única proteína, homogênea, denominada albumina sérica ; As outras três frações principais apresentam misturas proteicas classificadas como α , β, e γ-globulinas , de acordo com sua mobilidade eletroforética; A maioria das imunoglobulinas é encontrada na fração de γ-globulinas, embora a IgM migre juntamente com as β-globulinas; 1. Imunoglobulina G - produzida por plasmócitos no baço, linfonodos e medula óssea; é a encontrada em maior concentração no sangue; papel fundamental na resposta imune mediada por anticorpos; O peso molecular de aproximadamente 180 kDa; a molécula apresenta estrutura típica de BCR , contendo duas cadeias leves idênticas e duas cadeias pesadas γ idênticas ; As cadeias leves podem ser do tipo κ ou λ; menor das imunoglobulinas > por isso pode migrar mais facilmente dos vasos sanguíneos do que outros isótipos. >> característica de extrema importância durante inflamações, pois o aumento da permeabilidade vascular permite que a IgG participe da defesa de tecidos e de mucosas; liga-se a antígenos específicos, como os encontrados na superfície de bactérias > essa ligação pode provocar aglutinação 1 e opsonização; ativam a via clássica do sistema complemento apenas quando há um número suficiente de moléculas agrupadas ao antígeno e na configuração adequada 1 reação de um anticorpo presente naturalmente ou produzido no plasma - a aglutinina - com determinados antígenos na membrana das hemácias - o aglutinogênio - formando um aglomeramento de pequenas massas de células. 2. Imunoglobulina M - também é produzida por plasmócitos em órgãos linfóides secundários; segunda imunoglobulina mais concentrada no soro, na maioria dos mamíferos; Quando ligada à superfície de linfócitos B, atua como BCR, composto por um monômero de 180 kDa; No entanto, a forma secretada de IgM é composta por 5 (eventualmente seis) subunidades de 180 kDa ligadas entre si em forma circular por pontes dissulfeto > Assim, seu peso molecular totaliza 900 kDa; Um pequeno polipeptídeo denominado cadeia J une duas das unidades para formar o círculo; composto por duas cadeias leves, κ ou λ, e duas cadeias pesadas do tipo µ; As cadeias µ diferem das cadeias γ pela presença adicional de um quarto domínio constante (CH4), bem como adição de um segmento de 20 aminoácidos na região C-terminal, porém não apresentam região de dobradiça ; O sítio de ativação do sistema complemento da IgM está localizadono domínio CH4 ; principal imunoglobulina produzida durante a resposta imune primária; também pode ser produzida em respostas secundárias, porém tende a ser subestimada pela predominância de IgG; produzida em pequenas quantidades, mas é mais eficiente (em base molar) do que a IgG para a ativação do sistema complemento, opsonização, neutralização viral e aglutinação; Devido ao seu grande tamanho , as moléculas raramente entram nos fluidos teciduais, mesmo quando há sítios de inflamação aguda; 3. Imunoglobulina A - secretada por plasmócitos localizados nas mucosas e produzida nas paredes do intestino, trato respiratório, sistema urinário, pele e glândulas mamárias; Sua concentração sérica é geralmente menor do que a da IgM; seus monômeros apresentam peso molecular de 150 kDa, embora a imunoglobulina seja normalmente secretada na forma de dímeros; Cada monômero é composto por duas cadeias leves e duas cadeias pesadas α formadas por três domínios constantes ; A formação da IgA dimérica ocorre pela união de duas moléculas por uma cadeia J; Polímeros de maior tamanho são ocasionalmente encontrados no soro. A produzida em mucosas é transportada pelas células epiteliais para secreções externas; A maior parte produzida na parede intestinal, por exemplo, é carreada para o fluido intestinal > O transporte ocorre mediante a ligação de IgA ao receptor para imunoglobulina polimérica (plgR), ou componente secretor , presente em células epiteliais intestinais; O componente secretor se liga a dímeros de IgA, formando uma molécula complexa, chamada IgA secretora (S-IgA), e protegendo-a contra a degradação por proteases intestinais; IgA secretora é a principal imunoglobulina presente nas secreções externas de animais não ruminantes . é fundamental na proteção contra a invasão microbiana aos tratos intestinal, respiratório e urogenital, de glândulas mamárias e olhos; não ativa a via clássica do sistema complemento nem pode atuar como opsonina , entretanto pode aglutinar antígenos particulados e neutralizar vírus . Além disso, impede a aderência de micróbios invasores às mucosas . 4. Imunoglobulina E - produzida principalmente por plasmócitos presentes em mucosas; Apresenta formato de “Y” típico das imunoglobulinas, composta por quatro cadeias, com quatro domínios constantes nas cadeias pesadas e peso molecular de 190 kDa; está presente no soro em concentrações extremamente baixas > Por este motivo, sua função não pode compreender, simplesmente, a ligação e o revestimento de antígenos, como outras imunoglobulinas; desencadeia inflamação aguda, atuando como uma molécula sinalizadora >> Assim, ligam-se fortemente aos receptores de alta afinidade para IgE (Fc RI ) de mastócitos e basófilos; Quando é ligada ao antígeno, ocorre uma rápida liberação de moléculas inflamatórias pelos mastócitos; A inflamação aguda resultante aumenta as defesas no local onde esta ocorre e ajuda a eliminar o antígeno; medeia reações de hipersensibilidade do tipo I, é responsável por parte da imunidade contra helmintos e tem a meia-vida mais curta de todas as imunoglobulinas ( dois a três dias ), sendo facilmente destruída quando tratada com calor brando; 5. Imunoglobulina D - presente em equinos, bovinos, ovinos, suínos, cães, roedores e primatas, porém ainda não foi detectada em coelhos ou em gatos ; BCR encontrado principalmente ligado aos linfócitos B, e apenas uma pequena quantidade da molécula é secretada no sangue; são compostas por duas cadeias pesadas δ e duas cadeias leves. Diferente das demais classes de imunoglobulinas, a IgD é evolutivamente instável e apresenta muitas variações em sua estrutura; a IgD de cavalos, bois, ovelhas, cães, macacos e humanos possui três domínios constantes de cadeia pesada e uma região de dobradiça muito longa codificada por dois éxons; A IgD de suínos apresenta uma região de dobradiça curta, codificada por um único éxon; Em bovinos, ovinos e suínos, mas não em equinos ou cães , o domínio Cδ1 é quase idêntico ao domínio da Cµ1 da IgM; Os demais domínios constantes são totalmente distintos . Em camundongos, dois domínios da região constante (Cδ1 e Cδ3) são separados por uma região de dobradiça longa e bastante exposta > Devido a esta característica e ao fato de não apresentarem pontes dissulfeto intercadeias, a IgD de camundongos está mais suscetível à degradação por proteases e não pode ser detectada no soro, embora o seja no plasma; é destruída em tratamento com calor brando; RESUMO: ESTRUTURA: -formados por duas cadeias maiores (cadeias pesadas, H, heavy) e duas cadeias menores (cadeias leves, L, light). A cadeia leve se liga a cadeia pesada por pontes dissulfeto; -Apresentam regiões variáveis e constantes > As regiões variáveis são responsáveis por determinar a especificidade aos diferentes antígenos ; Já a região constante é altamente conservada e, assim, determina as diferentes classes de anticorpos -se divide ainda em duas regiões: região Fab (Fab, Fragment Antigen Binding), e a região Fc (Fc, Fragmento cristalizável) > A região Fab é responsável pela ligação ao antígeno, enquanto que a região Fc é responsável por determinar a função do anticorpo -As cadeias peptídicas das imunoglobulinas são enoveladas de forma que uma molécula de imunoglobulina consiste em 3 regiões globulares ( duas regiões Fab e uma região Fc ) ligadas por uma dobradiça flexível > função tornar a imunoglobulina mais flexível , o que facilita a interação do anticorpoao antígeno; -Cada uma destas regiões globulares é formada por domínios pareados > Assim, cada uma das regiões Fab é composta por dois domínios de interação ( VH -VL e CH1-CL ), enquanto a região Fc apresenta dois ou três domínios pareados, dependendo da classe da imunoglobulina (ou seja, CH2-CH2, CH3-CH3, e, na IgE e na IgM, CH4-CH4 ). -As cadeias peptídicas dentro de cada domínio estão intimamente ligadas. -Nas regiões Fab, existe uma fenda entre os dois domínios variáveis, VH e VL ; -Os aminoácidos das regiões determinantes de complementaridade (CDRs) recobrem esta fenda, resultando em uma superfície de formato altamente variável > Esta fenda forma o sítio de ligação ao antígeno ; -Os CDRs de ambas as cadeias, leves e pesadas , contribuem para a ligação do antígeno, embora a cadeia pesada contribua, normalmente, com maior parte deste processo; -Devido ao fato de as imunoglobulinas serem bilateralmente idênticas, os CDRs de cada região Fab também são idênticos >> Assim, a molécula apresenta dois sítios idênticos de ligação ao antígeno e se liga a dois epítopos também idênticos . -Uma vez que os dois sítios de ligação ao antígeno em cada região Fab são idênticos, as imunoglobulinas podem se ligar de maneira cruzada a dois antígenos ao mesmo tempo; -Quando expressa na membrana plasmática das células B, os anticorpos de membrana apresentam em sua porção C terminal um domínio transmembrana , que permite a inserção na membrana plasmática da célula . Este domínio está ausente nos anticorpos secretados; -fragmento Fc une-se a vários receptores celulares e proteínas do sistema do complemento sanguíneo; Deste modo funciona como mediador de diferentes efeitos fisiológicos dos anticorpos (detecção de partículas opsonizadas; lise celular; desgranulação dos mastócitos, basófilos, e eosinófilos; e outros processos). ➢ Variantes de Imunoglobulinas ● Subclasses : A IgG bovina, por exemplo, é uma mistura de três subclasses – IgG1, IgG2 e IgG3 – codificada pelos genes de cadeia pesada IGHG1, IGHG2 e IGHG3, respectivamente; diferem quanto às sequências de aminoácidos e propriedades físicas, como a mobilidade eletroforética; também apresentam diferentes atividades biológicas ; a IgG2 bovina, por exemplo, aglutina partículas antigênicas, enquanto a IgG1, não; Todos os animais de uma espécie possuem todas as subclasses; número e as propriedades das subclasses de imunoglobulina variam entre as espécies; ● Alótipos - Além das diferenças nas subclasses, cada animal apresenta variantes herdadas nas sequências de aminoácidos . Assim, as imunoglobulinas de um animal podem ser diferentes daquelas de outro animal da mesma espécie; Estas variações alélicas nos genes de cadeias pesadas são refletidas em diferenças estruturais denominadas de alótipos; ● Idiótipos - O terceiro grupo de variantes estruturais encontrado nas imunoglobulinas; resulta de variações nas sequências de aminoácidos dentro dos domínios variáveis das cadeias leves e pesadas ; variantes são chamadas de idiótopos; Alguns idiótipos podem ser encontrados no sítio de ligação ao antígeno; Outros localizam-se em áreas do domínio V que não se ligam ao antígeno; -Equinos: possuem sete genes IGHG, e todos são expressos > há sete subclasses de IgG: IgG1 até IgG7; -Bovinos: apresentam três genes IGHG > três subclasses de IgG: IgG1, IgG2 e IgG3; A IgG1 constitui cerca de 50% da IgG sérica e é destacada por ser a imunoglobulina predominante no leite das vacas, em vez da IgA; possuem um único receptor Fc em seus macrófagos e neutrófilos, que é estruturalmente diferente de qualquer outro receptor Fc e se liga apenas à IgG2; Uma vez que a IgG2 bovina possui uma região da dobradiça muito pequena, o receptor pode representar a adaptação especial na estrutura desta imunoglobulina; IgA, a IgM e a IgE também ocorrem; e a IgD também pode ser expressa; -Caninos e Felinos: possuem quatro genes IGHG > quatro subclasses de IgG, chamadas IgG1, IgG2, IgG3 e IgG4; cães apresentam IgA, IgM, IgD e IgE; felinos possuem ao menos três, e possivelmente quatro, genes IGHG (IgG1, IgG2, IgG3, IgG4), uma subclasse de IgM e possivelmente duas subclasses de IgA (IgA1 e IgA2), assim como duas possíveis subclasses de IgE; ➔ Antígeno - anticorpo • O reconhecimento do antígeno pelo anticorpo envolve ligação não covalente e reversível; • Forças eletrostáticas, ligações de hidrogênio, forças de van der Waals e interações hidrofóbicas. • A força da ligação entre um único local de combinação de um anticorpo e um epítopo de um antígeno é chamada de afinidade do anticorpo > Esta força geral de ligação é chamada de avidez e é muito maior do que a afinidade a qualquer local de ligação do antígeno;
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