Atvidade em dupla Prat. Civil

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INSTITUTO SUPERIOR DO LITORAL DO PARANÁ -ISULPAR 
PRÁTICA JURÍDICA CIVIL 
Profª MÁRCIA NIZIO MACHADO 
ATIVIDADE AVALIATIVA 03 –1º Bimestre 
 
Acadêmicas: Eloysa Carolina Nascimento Furlan e Marcelly Santana 
Rodrigues 
 
I -Apresentação Geral da Atividade: 
a) A atividade poderá ser desenvolvida em dupla e entregue via plataforma 
Microsoft Teams. 
b) Atividades que apresentem plágio (cópia simples, sem indicação autoria) ou 
que apresentem identidade de desenvolvimento ou trechos iguais receberam 
nota zero. 
 
II - Prazo de Entrega: A atividade deverá ser realizada e entregue no horário 
regular da aula, em conformidade com a data de postagem da Atividade na 
plataforma Teams. 
 
II – Atividade: Casos Hipotéticos 
 
CASO 01: 
Com o intuito de por fim a uma demanda judicial, Roberto Carlos e Erasmo 
transacionam no sentido de que Roberto Carlos deve entregar a Erasmo, até a 
data de 20/09/2020, um apartamento de três quartos ou uma casa de dois 
quartos com varanda, no bairro Mercês, na cidade de Curitiba. Referida 
transação foi firmada por seus respectivos advogados. A data limite para 
cumprimento da prestação está se aproximando e Erasmo ainda está em dúvida 
sobre qual seria o melhor imóvel; enquanto Roberto Carlos, que fez pesquisa de 
mercado, considera ser mais vantajoso a ele entregar a Erasmo um 
apartamento. Em face dessa situação hipotética e com vistas à solução do 
impasse e ao cumprimento da obrigação, com a devida fundamentação legal: 
 
 
a) Indique a natureza jurídica da obrigação contraída; 
 R= No que tange a natureza jurídica da obrigação contraída, podemos 
identificar, que no caso em comento trata-se de obrigação alternativa. 
 Nessa referida obrigação o objeto é múltiplo, sendo assim, há diversos 
objetos em prestação, na situação em si, Roberto Carlos deve entregar um 
apartamento de três quartos ou uma casa de dois quartos e, com o cumprimento, 
libera-se do vínculo jurídico obrigacional. Conforme, prevê o artigo 252 do 
Código Civil: 
 
Art. 252. Nas obrigações alternativas, a escolha cabe ao devedor, se 
outra coisa não se estipulou. 
§ 1º Não pode o devedor obrigar o credor a receber parte em uma 
prestação e parte em outra. 
§ 2º Quando a obrigação for de prestações periódicas, a faculdade de 
opção poderá ser exercida em cada período. 
§ 3º No caso de pluralidade de optantes, não havendo acordo unânime 
entre eles, decidirá o juiz, findo o prazo por este assinado para a 
deliberação. 
§ 4º Se o título deferir a opção a terceiro, e este não quiser, ou não 
puder exercê-la, caberá ao juiz a escolha se não houver acordo entre 
as partes. (BRASIL, 2002). 
 
 b) Análise a validade do acordo judicial firmado pelos procuradores; e 
R= O acordo é válido, porém, cabe ressaltar, que só terá validade, se os 
procuradores das partes estiverem com a devida procuração para firmar acordo, 
como dispõe o artigo 165 do NCPC: 
Art. 105. A procuração geral para o foro, outorgada por instrumento 
público ou particular assinado pela parte, habilita o advogado a praticar 
todos os atos do processo, exceto receber citação, confessar, 
reconhecer a procedência do pedido, transigir, desistir, renunciar ao 
direito sobre o qual se funda a ação, receber, dar quitação, firmar 
compromisso e assinar declaração de hipossuficiência econômica, que 
devem constar de cláusula específica. 
§ 1º A procuração pode ser assinada digitalmente, na forma da lei. 
§ 2º A procuração deverá conter o nome do advogado, seu número de 
inscrição na Ordem dos Advogados do Brasil e endereço completo. 
§ 3º Se o outorgado integrar sociedade de advogados, a procuração 
também deverá conter o nome dessa, seu número de registro na 
Ordem dos Advogados do Brasil e endereço completo. 
§ 4º Salvo disposição expressa em sentido contrário constante do 
próprio instrumento, a procuração outorgada na fase de conhecimento 
é eficaz para todas as fases do processo, inclusive para o cumprimento 
de sentença. (BRASIL, 2015). 
 
c) Aponte a medida judicial cabível para Erasmo ver satisfeita a 
obrigação, caso Roberto Carlos não a cumpra no prazo acordado. 
 R= Se Roberto Carlos não cumprir o disposto no acordo no prazo 
acordado, a opção de escolha de qual bem entregar que até então cabia a ele, 
passará a ser de Erasmo, o qual poderá ingressar com ação de execução 
informando no bojo da petição inicial a sua opção de escolha. 
Nesse sentido dispõe o artigo 800, §§ 1º e 2º, do NCPC: 
Art. 800. Nas obrigações alternativas, quando a escolha couber ao 
devedor, esse será citado para exercer a opção e realizar a prestação 
dentro de 10 (dez) dias, se outro prazo não lhe foi determinado em lei 
ou em contrato. 
§ 1º Devolver-se-á ao credor a opção, se o devedor não a exercer no 
prazo determinado. 
§ 2º A escolha será indicada na petição inicial da execução quando 
couber ao credor exercê-la. (BRASIL, 2015). 
Embora o acordo tenha sido homologado judicialmente, num primeiro 
momento não é possível ingressar com o cumprimento de sentença, uma vez 
que a obrigação até então não é certa. 
 
CASO 02: 
João deve a Luiz a quantia de R$ 5.000,00 e se encontra em mora. Diante da 
dificuldade de João em quitar seu débito, Luiz aceitou como pagamento da dívida 
a transferência de uma nota promissória, com vencimento para 30 dias, em 
que João figura como beneficiário de promessa de pagamento no valor 
de R$ 6.000,00. O emitente de referida nota promissória é Frederico, conhecido 
comerciante da cidade. Com o vencimento do referido título de crédito, Luiz 
procurou receber seu crédito de Frederico, momento em que tomou 
conhecimento da situação de insolvência em que este vivia já há muitos anos, 
razão pela qual não conseguiu receber o valor pretendido. Dessa forma, voltou 
a cobrar a dívida original de João. Em face dessa situação hipotética, identifique, 
com a devida fundamentação legal: 
 
a) Qual o tipo de operação firmada entre João e Luiz? 
R = A operação realizada entre João e Luiz foi a de cessão de crédito, a 
qual se deu por meio de endosso da nota promissória (título de crédito). A 
cessão de crédito possui amparo nos artigos 356 e 358 do Código Civil, 
passando João a ser o endossante – aquele que realiza a transferência – 
e Luiz o endossatário – aquele quem receberá a transferência. 
 
b) Quais os efeitos jurídicos da referida operação? 
R = Segundo Vignando (2019), o endosso possui dois efeitos, quais 
sejam: 
(i) a transferência da titularidade da nota promissória para uma outra 
pessoa, ou seja, há a transferência de um direito, de um crédito 
para terceiro conforme disposto no artigo 14 da Lei n.º 5.766/66, e 
(ii) tornar o endossante corresponsável pelo título de crédito conforme 
previsto no artigo 15 da Lei n.º 5.766/66. 
 
c) Analise se subsiste a obrigação de João. 
R = O Código Civil dispõe em seu artigo 914, §§ 1º e 2º, que o endossante 
não responde pelo cumprimento da prestação constante do título, salvo 
se possuir cláusula expressa em sentido contrário, onde o endossante 
assuma a responsabilidade pelo pagamento, tornando-o assim codevedor 
da obrigação (BRASIL, 2002), nesse caso João não seria responsável 
pelo pagamento da nota promissória. 
Porém, como bem apontado por Vignando (2019), o artigo 903 do 
mesmo códex dispõe que “salvo disposição diversa em lei especial, 
regem-se os títulos de crédito pelo disposto neste Código.” (BRASIL, 
2002). Assim, havendo lei especial que regule o assunto é esta que 
deverá ser aplicada. 
No caso das notas promissórias, há a Lei n.º 57.663 de 1966, a 
qual dispõe que, salvo cláusula em contrário, o endossante também é 
responsável pelo pagamento do título, motivo pelo qual, nessa situação 
João seria considerado coobrigado a adimplir a obrigação, podendo 
inclusive vir a ser executado juntamente com Frederico. 
Referências bibliográficas: 
 
BRASIL. Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002. Institui o CódigoCivil. 
Disponível em < www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/L10406compilada.htm 
> Acesso em 14 de set. de 2021. 
 
BRASIL. Lei nº 13. 105, de 13 de março de 20015. Institui o Código de Processo 
Civil. Disponível em < https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-
2018/2015/lei/l13105.htm > Acesso em 14 de set. de 2021. 
 
BRASIL, Decreto n.º 57.663 de 24 janeiro de 1966. Promulga as Convenções 
para adoção de uma lei uniforme em matéria de letras de câmbio e notas 
promissórias. Disponível em < 
https://www.bcb.gov.br/pre/leisedecretos/Port/dec57663.pdf > Acesso em 14 de 
set. de 2021. 
 
FILHO, Umberto Lucas de Oliveira. Breves considerações sobre algumas 
modificações trazidas pelo novo CPC (lei 13.105/15). Disponível em: 
<https://www.migalhas.com.br/depeso/233566/breves-consideracoes-sobre-
algumas-modificacoes-trazidas-pelo-novo-cpc--lei-13-105-15>. Acesso em: 14 
de set. de 2021. 
 
 
VIGNANDO, Willian. Título de Crédito Endosso e Aval. Disponível em 
https://greissondireito.jusbrasil.com.br/artigos/742929884/titulo-de-credito-
endosso-e-
aval?ref=serp#:~:text=Quais%20os%20efeitos%20do%20endosso%2C%20o%
20endosso%20possui,a%20chamada%20a%20transfer%C3%AAncia%20da%
20titularidade%20do%20cr%C3%A9dito. Acesso em 14 de set. de 2021. 
 
SAJ ADV, Art. 786 ao art. 788 no Novo CPC comentado artigo por artigo. 
Disponível em: <https://www.sajadv.com.br/novo-cpc/art-786-a-788-do-novo-
cpc/>. Acesso em 14 de set. de 2021. 
 
TRILHANTE, Obrigações Alternativas. Disponível em: 
<https://trilhante.com.br/curso/direito-das-obrigacoes-1/aula/obrigacoes-
alternativas-1>. Acesso em 14 de set. de 2021. 
 
 
 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/L10406compilada.htm
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