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DIREITO PENAL - THE INSIDER (ORIGINAL) O INFORMANTE

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Prévia do material em texto

DIREITO PENAL II - 2021 
PROFESSOR TAILSON PIRES COSTA 
 
 
 
 
 
 
 
Avaliação 2° Bimestre - 2021 
 
 
 
Trabalho de Avaliação do Curso de Direito 
Penal II para obtenção da nota de Avaliação 
do 2° bimestre da Faculdade de São 
Bernardo do Campo 
 
 
 
 
 
ALEXIA AMARAL TEIXEIRA RA 22445 
LUANA BRAGUEROLI MASSI RA 22260 
GUSTAVO MARTINS RA 22694 
ROBERTA ROSSI RA 22578 
 
 
 
 
Faculdade de Direito de São Bernardo do Campo 
2021 
2 
 
 
SUMÁRIO 
 
1.0 FICHA TÉCNICA ..........................................................................................................................03 
2.0 RESUMO ....................................................................................................................................04 
3.0 CALÚNIA.................................................................................................................................... 07 
3.1 CRIME DE CALÚNIA ASSOCIADO AO FILME................................................................... 07 
4.0 DIFAMAÇÃO.............................................................................................................................. 08 
4.1 CRIME DE DIFAMAÇÃO ASSOCIADO AO FILME .............................................................08 
5.0 INJÚRIA ......................................................................................................................................09 
5.1 CRIME DE INJÚRIA ASSOCIADO AO FILME .....................................................................10 
6.0 CONSTRANGIMENTO ILEGAL .....................................................................................................10 
6.1 CRIME DE CONSTRANGIMENTO ILEGAL ASSOCIADO AO FILME ................................... 11 
7.0 AMEAÇA.................................................................................................................................... 12 
7.1 CRIME DE AMEAÇA ASSOCIADO AO FILME ...................................................................12 
8.0 PERSEGUIÇÃO ............................................................................................................................13 
8.1 CRIME DE PERSEGUIÇÃO ASSOCIADO AO FILME........................................................... 14 
9.0 VIOLAÇÃO DE DOMICÍLIO ..........................................................................................................14 
9.1 CRIME DE VIOLAÇÃO DE DOMICÍLIO ASSOCIADO AO FILME ................................................15 
10.0 VIOLAÇÃO DE SEGREDO PROFISSIONAL ....................................................................................15 
10.1 CRIME DE VIOLAÇÃO DE SEGREDO PROFFISIONAL ASSOCIADO AO FILME ........................15 
11.0 VIOLAÇÃO DE CORRESPONDÊNCIA........................................................................................... 16 
12.0 INVASÃO DE DISPOSITIVO INFORMÁTICO................................................................................. 16 
12.1 CRIME DE VIOLAÇÃO DE CORRESPONDÊNCIA E INVASÃO DE DISPOSITIVO ASSOCIADO 
AO FILME EM QUESTÃO ................................................................................................17 
13.0 CONCLUSÃO E PARECER CONSLUSIVO JURÍDICO .......................................................................19 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
 
1. FICHA TÉCNICA: 
 
FILME O INFORMANTE 
 
TÍTULO: THE INSIDER (ORIGINAL) – O INFORMANTE (TRADUÇÃO LIVRE) 
ANO PRODUÇÃO: 1999 
DIRIGIDO POR: MICHAEL MANN 
ESTREIA: 25 DE ABRIL DE 2000 (BRASIL) 
DURAÇÃO: 157 MINUTOS 
CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA: 14 - NÃO RECOMENDADO PARA MENORES DE 
14 ANOS 
GÊNERO: BIOGRAFIA DRAMA SUSPENSE 
PAÍSES DE ORIGEM: ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
2. RESUMO 
No início do filme as cenas vão nos situando de onde se passará o cenário que 
iremos explorar no presente momento. Oriente Médio. Um homem vendado segue 
no carro com homens armados, e entende-se que o homem de venda não pode 
saber o caminho. Quando chega ao local, o homem ainda vendado é levado até o 
aparentemente líder dos integrantes. 
No primeiro diálogo, a papel do homem vendado se revela: ele é um jornalista da 
mídia americana pró-Zionista. 
O líder, Sheik se revela ser do grupo Hezbollah e questiona o repórter do por que 
ele deveria ceder tal entrevista. O jornalista enfatiza sua idoneidade e diz que o 
Programa 60 minutos e Mike Wallace, detém a maior audiência dos EUA e querem 
mostrar ao mundo a visão do grupo e não apenas um lado. 
Nesse meio tempo outro personagem surge na trama: Jeffrey Wigand interpretado 
por Russell Crowe, visivelmente frustrado e entristecido, com sua família, no que 
seria um jantar “normal”. Logo é revelado que Jeffrey fora despedido e essa é a 
razão de seu descontentamento. 
Voltamos a supracitada entrevista, se apresenta o centrado Lowell Bergman 
personagem de Al Pacino que é o produtor do programa 60 minutos. Em uma 
situação de desentendimento entre os capangas do Sheik e o Mike Wallace, Lowell 
Bergman consegue controlar muito bem a situação. 
Bergman aparece em sua casa com sua família e então a trama começa. Bergman 
recebe uma caixa misteriosa repleta de documentos e no primeiro momento não 
entende do que se trata. 
Procura alguém que possa desvendar os documentos da caixa, então seu caminho 
se cruza com Jeffrey Wigand. Bergman é um produtor e repórter investigativo e 
logo percebe o por que Wigand aceita o trabalho. Consegue enxergar que existe 
algo mais, quando Wingand revela que trabalhava na grande indústria de tabaco 
Brown & Williamson. Jeffrey, mesmo com muito medo, aceita o trabalho. 
5 
 
Não leva muito tempo para o sedutor Bergman criar um vínculo com Wigand. Um 
repórter comprometido com a verdade, e um homem que sabe segredos que 
poderiam expor uma grande indústria de tabaco. 
Wigand resiste, pois tem um acordo de confidencialidade com a Brown & 
Williamson. Mas o que muda as circunstâncias, é que Jeffrey é chamado a Brown 
& Williamson, e num tom de ameaça a ele e sua família, pedem que ele assine um 
adendo de confidencialidade ainda mais restrito, com a ressalva de que se não o 
fizer, o acordo que o mandou embora com benefícios e remuneração seria 
rompido. Wigand se sente coagido e violado, pois ele já havia assinado um termo 
anteriormente e isso o deixa irritado a ponto de desafia-los e não assinar tal 
adendo. 
Jeffrey coloca a sua pele em risco e de sua família para expor a hipocrisia de 
empresários que mentiram sob juramento no tribunal alegando não saberem dos 
efeitos nocivos e viciantes da nicotina e os demais malefícios que ela causa, e que 
ainda assim, vendem indiscriminadamente. 
Mas o que nem Lowell e nem Jeffrey imaginariam é o quão a Brown & Williamson 
era poderosa e poderia tornar a vida dos dois insuportável. 
A desesperança toma conta de grande parte do filme por aparecer um conflito atrás 
do outro para que essa indústria “cancerígena” seja exposta. 
Uma das alternativas que Lowell encontra é fazer com que Jeffrey deponha de 
maneira juridicamente pública, o que poderia infringir as regras de 
confidencialidade com menor impacto jurídico sobre ele. 
Jeffrey vai até o Mississipi depor e a partir de então não tem mais volta. O 
depoimento é colhido, o programa gravado. Tudo pronto para expor tais 
empresários inescrupulosos. 
Mas, ao chegar na Emissora de Televisão, Lowell se vê de mãos atadas. Devido 
a uma implicação jurídica de grande porte, recebe a notícia que a reportagem não 
pode ir ao ar. Ele se vê cercado de um mundo cruel e corrompido. 
Dar a notícia a Jeffrey é o momento de maior tensão do filme: dizer a um homem 
que arriscou sua vida, sua carreira e sua família, que tudo foi em vão. 
6 
 
Tudo parece perdido. Um verdadeiro combate desigual. Um acordo de 
confidencialidade coloca o dinheiro acima de um bem estarde toda uma 
população. Surge um debate ético a luz da liberdade de imprensa e o capitalismo 
desenfreado. 
Lowell confronta a emissora e todos aqueles que estão em seu caminho, pois para 
ele nada é mais importante do que a seriedade e comprometimento com seu ofício, 
nem que para isso ele perca tudo. 
Usa uma estratégia de exposição com o famoso jornal New York Times e denuncia 
publicamente o acordo de silêncio entre a CBS e a Brown & Williamson, pedindo 
demissão logo em seguida. 
Desta forma, ele muda de papel e se torna um informante, lutando para colocar a 
matéria original no ar. 
Finalmente, o segredo é revelado por completo no programa "60 minutos". 
Wigand vira professor de química em uma escola de sua cidade e chega a ser 
nomeado professor do ano. Se tornou um pai divorciado, mas com sua consciência 
limpa. 
Bergman, como teve que expor e cobrar favores de muitas pessoas influentes, se 
vê fracassado em proteger suas fontes, passa a não enxergar meios de continuar 
seu jornalismo investigativo e se torna correspondente e produtor da série 
documental "Frontline" da emissora PBS. 
A empresa de tabaco Brown & Williamson é penalizada com uma multa bilionária. 
E trouxe para o debate, tanto os problemas jurídicos, quanto os dilemas 
jornalísticos; a ligação entre jornalista e sua fonte; até onde vai a ética profissional 
e pessoal; a liberdade de imprensa e a juricidade; o compromisso com a verdade 
e a proteção de vidas; os valores jornalísticos e o controle difundido da mídia 
devido ao poder e riqueza, quanto as influências pessoais, que foram vivenciados 
por Wigand, que colocou em risco sua própria segurança e a de sua família, sua 
estabilidade emocional e vida profissional em nome da verdade. 
O informante é um filme foi baseado na reportagem escrita pela jornalista 
investigativa Marie Brenner, “O homem que sabia demais” – “The man who knew 
7 
 
too much”, no título original que foi publicado na revista Vanity Fair, relatando os 
enredos da denúncia sobre a manipulação química dos cigarros e o real efeito da 
potencialização da nicotina, ocorrida em 1996 nos Estados Unidos. 
 
3. CALÚNIA 
O crime de calunia está elencado no Art. 138 do CP: 
 Art. 138 - Caluniar alguém, imputando-lhe falsamente fato 
definido como crime: 
 Pena - detenção, de seis meses a dois anos, e multa. 
 § 1º - Na mesma pena incorre quem, sabendo falsa a 
imputação, a propala ou divulga. 
 § 2º - É punível a calúnia contra os mortos. 
 
Podemos dizer que o crime de Calúnia é a falsa imputação de um fato criminoso 
definido e exato, ou seja, caluniar é dizer de forma mentirosa que alguém cometeu 
crime. 
Para a ocorrência do crime de calunia é essencial que haja atribuição falsa de 
crime, logo, chamar alguém tão somente de “ladrão” não configura a calúnia, pois 
não define a ocorrência de um fato criminoso específico, tratando-se, nesse caso, 
de difamação. 
Desse modo, são elementos da calúnia: imputar fato específico + o fato configure 
um tipo penal + a imputação seja falsa, ou porque o fato não aconteceu, ou porque 
a pessoa não foi autora. 
Pelo exposto, é nítido que a calúnia é crime formal que atinge a honra objetiva do 
indivíduo, sendo a conduta do agente dotada de dolo direto (sabe da inverdade) 
ou dolo indireto (possuía dúvidas quanto à informação e mesmo assim a externou). 
3.1 CRIME DE CALÚNIA ASSOCIADO AO FILME EM QUESTÃO 
Podemos associar o crime de calúnia quando os diretores executivos juram 
perante a lei e dizem (como o Sr. Sandefur) que a nicotina não vicia dando o 
testemunho de forma falsa e errônea sendo que era de conhecimento da empresa 
que o ramo de negócio deles era a entrega da nicotina e que essa tecnologia é 
8 
 
usada (ciência amoníaco) permitindo que a nicotina seja rapidamente absorvida 
no pulmão e afetando assim o cérebro e o sistema nervoso central. 
4. DIFAMAÇÃO 
O crime de Difamação está exposto no art. 139 do Código Penal, conforme se 
verifica abaixo: 
Art. 139 - Difamar alguém, imputando-lhe fato ofensivo à sua 
reputação: 
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa 
 
Diante disso, o crime de difamação é a imputação a alguém de fato falso ou 
verdadeiro com a finalidade e potencialidade de atingir a reputação da pessoa 
diante da sociedade (honra objetiva). Logo, é a atribuição à pessoa de fato 
desonroso. 
Salienta-se que, para que o crime de difamação e/ou o crime de calúnia ser 
configurado, é necessário que o fato chegue aos ouvidos de terceiras pessoas. 
Pois, caso fique apenas no conhecimento da vítima, configurar-se-á injúria (uma 
vez que atingirá somente a honra subjetiva). 
 
4.1 CRIME DE DIFAMAÇÃO ASSOCIADO AO FILME EM QUESTÃO 
• O crime de difamação é mostrado no filme “O informante” em 2:03:48 à 2:04:21. 
É iniciado no momento em que Jeffrey Wigand está em um restaurante comendo 
e começa a passar uma reportagem indicando que o indivíduo possui acusações 
como furto e não pagamento de pensão com a finalidade e potencialidade de 
atingir a reputação do mesmo diante da sociedade. 
Nesse momento é nítido notar a expressão de humilhação e desgosto de Jefrrey, 
o qual o mesmo deixou de terminar sua refeição. 
O intuito da reportagem foi trazer à tona uma história antiga da vida de Jeffrey para 
que a sociedade visse de forma diferente a reputação do mesmo. 
Outrossim, outro ponto que configura o crime de difamação é o fato que a 
reportagem chegou aos ouvidos de inúmeras pessoas. 
9 
 
 
• Além da cena dita anteriormente, podemos citar também a cena demonstrada 
em 2:01:00 até 2:02:04. 
Nessa cena em questão, o chefe do jornal, Mike Wallace, fica bastante bravo 
no momento em que um de seus funcionários corta algumas de suas falas 
durante uma reportagem por questão de tempo. 
Ele logo em seguida fica extremamente estressado e não acredita no fato do 
funcionário ter cortado suas falas por questão de tempo, além disso, direciona 
palavras para ele como “seu lacaio corporativo”, “quem disse que seus dedos 
incompetentes possuem o talento para me editar?” na frente de vários outros 
funcionários configurando o crime de difamação. 
 
5. INJÚRIA 
Injúria é a ação de ofender a honra e a dignidade de alguém. 
O crime de injúria se localiza art. 140 do Código Penal, como dito, é um crime 
contra a honra que se caracteriza por ofender a dignidade ou o decore de alguém. 
Art. 140 - Injuriar alguém, ofendendo-lhe a dignidade ou o 
decoro: 
Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa. 
§ 1º - O juiz pode deixar de aplicar a pena: 
I - quando o ofendido, de forma reprovável, provocou 
diretamente a injúria; 
II - no caso de retorsão imediata, que consista em outra injúria. 
§ 2º - Se a injúria consiste em violência ou vias de fato, que, por 
sua natureza ou pelo meio empregado, se considerem 
aviltantes: 
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa, além da pena 
correspondente à violência. 
§ 3 o Se a injúria consiste na utilização de elementos referentes 
a raça, cor, etnia, religião, origem ou a condição de pessoa idosa 
ou portadora de deficiência: (Redação dada pela Lei nº 10.741, 
de 2003) 
Pena - reclusão de um a três anos e multa. (Incluído pela Lei nº 
9.459, de 1997) 
 
10 
 
Destarte, a injúria é o ataque à autoestima da vítima, é uma ofensa à dignidade, 
é um juízo depreciativo capaz de ofender a vítima e aquilo que ela pensa sobre 
ela. 
 
A tipificação da injúria visa à proteção da dignidade (sentimento da pessoa a 
respeito dos seus atributos morais) e do decoro (sentimento pessoal relacionado 
às qualidades pessoais) enquanto bens jurídicos. 
 
5.1 CRIME DE INJÚRIA ASSOCIADO AO FILME EM QUESTÃO 
Visto que injúria é a ação de ofender a honra e a dignidade de alguém, podemos 
citar como exemplo as seguintes cenas do filme em questão: 
• No momento 1:52:30 até 1:56:30 quando Lowell liga para Jeffrey Wigand 
acusando -o de cometer crimes e/ou omitir informações como o não pagamentode pensão, cancelamento de um abridor de lata de U$39,95, ser casada com 
outra mulher etc.. Neste momento é nítido ver que Jeffrey Wigand se sente 
ofendido e explica a situação ao Lowell. Após de pequenas discussões, Jeffrey 
começa a debater como “já deu cheque borrachudo”, “já olhou para as tetas de 
uma mulher”, “já mentiu nos seus impostos”, “sob microscópio, qual vida não 
tem nenhuma falha” após mais algumas falas Jeffrey Wigand pergunta a Lowell 
“o que isto tem a ver com o meu testemunho” e logo é respondido com um “não 
tem nada a ver se você disse a verdade ou não” logo após Jeffrey Wigand 
responde dizendo que disse a verdade e fica muito abalado com a situação, 
uma vez que a sua verdade não vale de nada. 
 
6. CONSTRANGIMENTO ILEGAL 
O termo “constrangimento ilegal” é configurado quando um indivíduo visa 
constranger alguém, mediante grave ameaça e violência, caracteriza-se quando 
alguém obriga outro sujeito de direitos a fazer algo que este não deseja, 
geralmente sob grave ameaça ou violência. É crime que fere a liberdade individual, 
pode ser cometido por qualquer pessoa por isso é classificado como um crime 
11 
 
comum, no polo passivo do crime consumado a vítima também pode ser qualquer 
pessoa desde que tenha capacidade de “querer” / consciência de “querer”. 
O momento da consumação se dá no momento em que a vítima faz ou deixa de 
fazer aquilo que o agente mandou, esse crime pode vir a acontecer de algumas 
formas, dentre elas está o constrangimento moral. 
O crime de constrangimento ilegal está previsto no art. 146 do Código Penal: 
Art. 146. Constranger alguém, mediante violência ou grave 
ameaça, ou depois de lhe haver reduzido, por qualquer outro 
meio, a capacidade de resistência, a não fazer o que a lei 
permite, ou a fazer o que ela não manda: 
Pena – detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, ou multa. 
Aumento de pena 
§ 1º - As penas aplicam-se cumulativamente e em dobro, 
quando, para a execução do crime, se reúnem mais de três 
pessoas, ou há emprego de armas. 
§ 2º - Além das penas cominadas, aplicam-se as 
correspondentes à violência. 
§ 3º - Não se compreendem na disposição deste artigo: 
I - a intervenção médica ou cirúrgica, sem o consentimento do 
paciente ou de seu representante legal, se justificada por 
iminente perigo de vida; 
II - a coação exercida para impedir suicídio. 
 
6.1 CONSTRANGIMENTO ILEGAL ASSOCIADO AO FILME EM QUESTÃO 
O filme “O Informante” retrata de forma clara e continua o crime de 
constrangimento ilegal, no momento em que Wigand é ameaçado a sofrer o corte 
de benefícios prometidos na rescisão do contrato de trabalho, dessa forma, 
caracteriza-se o crime de constrangimento ilegal, pois Wigand passa a enfrentar 
as consequências da divulgação dos meios de produção da indústria de tabaco, 
passando a agir da maneira que seu ex-empregador deseja, sob grave ameaça. 
O constrangimento e a redução do indivíduo Wigand, ocorreram em algumas 
situações, dentre elas está a manipulação da reportagem que se passou no 
programa “60 minutos” em que Wigand teve sua imagem e reputação devastada 
em detrimento dos interesses da indústria de tabaco. Tornar a vida de Wigand 
pública e publicar de forma pejorativa seu passado evidência o crime de 
constrangimento ilegal cometido contra a vítima/ “o Informante”. 
12 
 
 
7. AMEAÇA 
O crime de ameaça consiste em ameaçar alguém por palavras, gestos ou 
qualquer outro meio de coisa má, injusta ou grave. A jura de mal pode ser contra 
a própria vítima, contra pessoa próxima (amigos, família) ou até contra seus bens. 
Para que ocorra o crime não precisa que o criminoso cumpra de fato o que disse, 
basta que ele tenha a intenção de causar medo e que a vítima se sinta 
atemorizada. 
O crime de ameaça é considerado um crime de menor potencial ofensivo, sendo 
apurado nos juizados especiais criminais, e o condenado poder ter a pena de 
prisão substituída por outra pena alternativa, como por exemplo a prestação de 
serviço à comunidade, o pagamento de cestas básicas a alguma instituição, 
dentre outras formas. 
Código Penal - Decreto-Lei No 2.848, de 7 de dezembro de 
1940. 
Ameaça 
Art. 147 - Ameaçar alguém, por palavra, escrito ou gesto, ou 
qualquer outro meio simbólico, de causar-lhe mal injusto e grave: 
Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa. 
Parágrafo único - Somente se procede mediante representação 
 
7.1 CRIME DE AMEAÇA ASSOCIADO AO FILME EM QUESTÃO 
No filme, o crime de ameaça acontece em algumas cenas: 
• Quando Wigand (Russel Crowe) é chamado ao escritório da empresa Brown & 
Williamson, e para que ele assinasse o segundo documento de 
confidencialidade ainda mais restrito, o presidente da empresa diz que retirará 
sua indenização e convênio médico de sua família; 
• Quando ao anoitecer aparecem pegadas em seu jardim. E Wigand encontra 
uma bala de revolver em sua caixa de correios; 
• Quando no computador de Wigand, sua esposa abre um e-mail e aparece em 
sua tela a frase: “We will kill you” em tradução livre “Nós vamos mata-lo”; 
13 
 
• Quando para atacar a credibilidade da fonte, a Brown & Williamson começa a 
investigar minuciosamente o passado de Wilgand e ameaça divulgar fatos 
como multas, um divórcio mal resolvido e outros; 
• Quando ameaçam juridicamente a CBS, que estava prestes a ser vendida e 
perderia os compradores caso sofresse um processo movido pela poderosa 
indústria do tabaco. 
 
8. PERSEGUIÇÃO 
O crime de perseguição consiste segundo a definição estabelecida por Castro e 
Sydow (2017, p. 53) "trata-se de curso de conduta de importunação, caracterizado 
pela insistência, impertinência e habitualidade, desenvolvido por qualquer meio 
de contato, vigilância, perseguição ou assédio. 
 
Em 31 de março de 2021 foi sancionada a lei 14.132/21, que incluiu o artigo 147-
A no Código Penal, criminalizando a conduta de perseguição (stalking em inglês). 
A nova lei, que entrou em vigor em 1º de abril de 2021, após a sua publicação no 
Diário Oficial da União, revogou a contravenção penal de perturbação à 
tranquilidade, prevista no artigo 65 do Decreto-Lei 3.688/41, bastante utilizado, 
até então, para punir casos de perseguição no País. 
O crime em questão pode ser cometido por qualquer meio, ou seja, o sujeito ativo 
pode cometer o crime utilizando-se do meio físico ou virtual e ainda mesclar os 
dois tipos. Como exemplo, o "stalker", poderia enviar cartas ou mensagens 
eletrônicas, aparecer em ambientes que a vítima frequenta, etc. Desta forma, o 
legislador preocupou-se em abranger em um único tipo penal a perseguição 
virtual, conhecida como "cyberstalking", que é caracterizado pelo uso da 
tecnologia para perseguir alguém pelo meio cibernético. 
O crime de perseguição se encontra no código penal no seguinte artigo: 
Art. 147-A. Perseguir alguém, reiteradamente e por qualquer 
meio, ameaçando-lhe a integridade física ou psicológica, 
restringindo-lhe a capacidade de locomoção ou, de qualquer 
14 
 
forma, invadindo ou perturbando sua esfera de liberdade ou 
privacidade. 
Pena - reclusão, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa. 
§ 1º A pena é aumentada de metade se o crime é cometido: 
I - contra criança, adolescente ou idoso; 
II - contra mulher por razões da condição de sexo feminino, nos 
termos do § 2º-A do art. 121 deste Código; 
III - mediante concurso de 2 (duas) ou mais pessoas ou com o 
emprego de arma. 
§ 2º As penas deste artigo são aplicáveis sem prejuízo das 
correspondentes à violência. 
§ 3º Somente se procede mediante representação. 
 
8.1 CRIME DE PERSEGUIÇÃO ASSOCIADO AO FILME EM QUESTÃO 
No filme, o crime de perseguição acontece nas seguintes cenas: 
• Quando ao anoitecer a filha de Wigand relata ter visto alguém em seu quintal e 
Wigand encontra pegadas em seu jardim; 
• Quando um homem repete os movimentos de Wingand e o segue no 
estacionamento. 
9. VIOLAÇÃO DE DOMICÍLIO 
Violação de domicílio ou invasão domiciliar é um delito perpetradopela pessoa 
que entra ou permanece no domicílio de outrem de forma clandestina, contra a 
vontade ou sem a autorização de seu proprietário ou ocupante legítimo. 
Art. 150 - Entrar ou permanecer, clandestina ou 
astuciosamente, ou contra a vontade expressa ou tácita de quem 
de direito, em casa alheia ou em suas dependências: 
Pena - detenção, de um a três meses, ou multa. 
§ 1º - Se o crime é cometido durante a noite, ou em lugar ermo, 
ou com o emprego de violência ou de arma, ou por duas ou mais 
pessoas: 
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, além da pena 
correspondente à violência. 
§ 3º - Não constitui crime a entrada ou permanência em casa 
alheia ou em suas dependências: 
I - durante o dia, com observância das formalidades legais, para 
efetuar prisão ou outra diligência; 
II - a qualquer hora do dia ou da noite, quando algum crime está 
sendo ali praticado ou na iminência de o ser. 
§ 4º - A expressão "casa" compreende: 
I - qualquer compartimento habitado; 
II - aposento ocupado de habitação coletiva; 
15 
 
III - compartimento não aberto ao público, onde alguém exerce 
profissão ou atividade. 
§ 5º - Não se compreendem na expressão "casa": 
I - hospedaria, estalagem ou qualquer outra habitação coletiva, 
enquanto aberta, salvo a restrição do n.º II do parágrafo anterior; 
II - taverna, casa de jogo e outras do mesmo gênero. 
 
 
9.1 VIOLAÇÃO DE DOMICÍLO ASSOCIADO AO FILME EM QUESTÃO 
No filme o informante, durante os minutos 51:34 , o Sr Wigand se depara com sua 
filha dizendo “Papai quem está lá fora?”, imediatamente ele se dirigisse ao porão 
da casa, pega uma arma e vai até o quintal para verificar o ocorrido, após 
vasculhar o quintal inteiro, encontra uma pega chão. 
Com relação ao fato descrito acima, fica claro a caracterização do crime de 
violação de domicílio previsto no art. 150 do CP, visto que o agente adentra a 
residência do Sr. Wigand de forma clandestina e anda pelo quintal. Pela ação do 
agente ter se efetivado durante o período da noite, a pena passa de um a três 
meses de detenção para seis a dois anos, conforme § 1º do art 150. CP 
10. VIOLAÇÃO DE SEGREDO PROFISSIONAL 
O delito de violação de segredo profissional, que consiste no ato de divulgar, sem 
justificativa, segredo de que tenha tido ciência em razão de relação profissional, e 
cuja revelação possa causar prejuízo a alguém. 
Art. 154 - Revelar alguém, sem justa causa, segredo, de que 
tem ciência em razão de função, ministério, ofício ou profissão, 
e cuja revelação possa produzir dano a outrem: 
Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa de um conto 
a dez contos de réis. (Vide Lei nº 7.209, de 1984) 
Parágrafo único - Somente se procede mediante representação. 
 
 
10.1 VIOLAÇÃO DE SEGREDO PROFISSIONAL ASSOCIADO AO FILME 
Nos minutos 1:12:14, o Sr Wigand revela através de uma entrevista ao jornal ..., 
os segredos da empresa onde trabalhava como chefe de pesquisa e 
desenvolvimento, quebrando o acordo de confidencialidade firmado entre ele e a 
empresa. Por se tratar de um segredo, onde o Sr. Wigand tinha ciência por ocupar 
16 
 
um cargo alto e a revelação deste causaria danos a empresa, caracterizasse o 
crime de violação de segredo profissional, previsto no art. 154 do Código Penal 
. 
11. VIOLAÇÃO DE CORRESPONDÊNCIA 
O crime de violação de correspondência está transcrito no Art. 150, conforme 
abaixo: 
Art. 151 - Devassar indevidamente o conteúdo de 
correspondência fechada, dirigida a outrem: 
Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa. 
Sonegação ou destruição de correspondência 
§ 1º - Na mesma pena incorre: 
I - quem se apossa indevidamente de correspondência alheia, 
embora não fechada e, no todo ou em parte, a sonega ou destrói; 
Violação de comunicação telegráfica, radioelétrica ou telefônica 
II - quem indevidamente divulga, transmite a outrem ou utiliza 
abusivamente comunicação telegráfica ou radioelétrica dirigida 
a terceiro, ou conversação telefônica entre outras pessoas; 
III - quem impede a comunicação ou a conversação referidas no 
número anterior; 
IV - quem instala ou utiliza estação ou aparelho radioelétrico, 
sem observância de disposição legal. 
§ 2º - As penas aumentam-se de metade, se há dano para 
outrem. 
§ 3º - Se o agente comete o crime, com abuso de função em 
serviço postal, telegráfico, radioelétrico ou telefônico: 
Pena - detenção, de um a três anos. 
§ 4º - Somente se procede mediante representação, salvo nos 
casos do § 1º, IV, e do § 3º. 
 
12. INVASÃO DE DISPOSITIVO INFORMÁTICO 
A invasão de dispositivo informático é um crime formal (ou de consumação 
antecipada), que se consuma sem a produção do resultado naturalístico 
consistente na efetiva obtenção, adulteração ou destruição de dados ou 
informações da vítima, que se houver, constitui no simples exaurimento do crime 
 
Art. 154-A. Invadir dispositivo informático de uso alheio, 
conectado ou não à rede de computadores, com o fim de obter, 
adulterar ou destruir dados ou informações sem autorização 
expressa ou tácita do usuário do dispositivo ou de instalar 
vulnerabilidades para obter vantagem ilícita: (Redação dada 
pela Lei nº 14.155, de 2021) 
17 
 
Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. (Redação 
dada pela Lei nº 14.155, de 2021) 
§ 1º Na mesma pena incorre quem produz, oferece, distribui, 
vende ou difunde dispositivo ou programa de computador com o 
intuito de permitir a prática da conduta definida no caput. 
(Incluído pela Lei nº 12.737, de 2012) Vigência 
§ 2º Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) a 2/3 (dois terços) se 
da invasão resulta prejuízo econômico. (Redação dada pela Lei 
nº 14.155, de 2021) 
§ 3º Se da invasão resultar a obtenção de conteúdo de 
comunicações eletrônicas privadas, segredos comerciais ou 
industriais, informações sigilosas, assim definidas em lei, ou o 
controle remoto não autorizado do dispositivo invadido: (Incluído 
pela Lei nº 12.737, de 2012) Vigência Pena - reclusão, de 6 (seis) 
meses a 2 (dois) anos, e multa, se a conduta não constitui crime 
mais grave. (Incluído pela Lei nº 12.737, de 2012) Vigência Pena 
– reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. (Redação dada 
pela Lei nº 14.155, de 2021) 
§ 4º Na hipótese do § 3o, aumenta-se a pena de um a dois terços 
se houver divulgação, comercialização ou transmissão a 
terceiro, a qualquer título, dos dados ou informações obtidos. 
(Incluído pela Lei nº 12.737, de 2012) Vigência 
§ 5º Aumenta-se a pena de um terço à metade se o crime for 
praticado contra: (Incluído pela Lei nº 12.737, de 2012) Vigência 
I - Presidente da República, governadores e prefeitos; (Incluído 
pela Lei nº 12.737, de 2012) Vigência 
II - Presidente do Supremo Tribunal Federal; (Incluído pela Lei 
nº 12.737, de 2012) Vigência 
III - Presidente da Câmara dos Deputados, do Senado Federal, 
de Assembleia Legislativa de Estado, da Câmara Legislativa do 
Distrito Federal ou de Câmara Municipal; ou (Incluído pela Lei nº 
12.737, de 2012) Vigência 
IV - dirigente máximo da administração direta e indireta federal, 
estadual, municipal ou do Distrito Federal. (Incluído pela Lei nº 
12.737, de 2012) Vigência Ação penal (Incluído pela Lei nº 
12.737, de 2012) Vigência 
Art. 154-B. Nos crimes definidos no art. 154-A, somente se 
procede mediante representacao, salvo se o crime e cometido 
contra a administracao pública direta ou indireta de qualquer dos 
Poderes da União, Estados, Distrito Federal ou Municipios ou 
contra empresas concessionarias de servicos publicos. (Incluido 
pela Lei nº 12.737, de 2012) Vigencia 
 
12.1 CRIME DE VIOLAÇÃO DE CORRESPONDÊNCIA E INVASÃO DE 
DISPOSITIVO ASSOCIADO AO FILME EM QUESTÃO 
No filme o informante, durante os minutos 1:08:17, após o Sr Wigand chamar a 
polícia federal para verificar uma ocorrência de ameaça, os policiais do FBI 
18 
 
confiscam seu computador sem nenhuma ordem legal, nele contém arquivos e 
correspondências pessoais. Mais tarde, o Sr. Wigand liga para Lowell e explica o 
que aconteceu. E é levantado a questão,que possivelmente um desses agentes 
já tenham trabalhado em segurança empresarial, mais especificamente para 
indústria de cigarros, fato suficiente para agirem desta forma, tentando destruir as 
provas que contém no computador. 
Com o fato descrito acima, fica evidenciado os 2 crimes, Invasão de dispositivo 
informático previsto no art. 154 – A, pois o computador foi confiscado com o fim de 
destruir dados e informações sem a autorização do Sr. Wigand, e Violação de 
Correspondência previsto no art. 151 CP, visto que no computador, contem 
correspondências pessoais, e com a invasão do dispositivo, estas seriam violadas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
19 
 
13. CONCLUSÃO E PARECER CONSLUSIVO JURÍDICO 
Após assistirmos o filme, analisar cenas de relevância e importância jurídica 
conjuntamente com o próprio enredo do filme, concluímos que a questão ética 
profissional do jornalismo, o interesse financeiro exacerbado e a saúde pública 
foram pontos colocados em questão no filme. A trama revela as consequências de 
criticar atitudes de grandes empresas, as dificuldades de a mídia manter o 
jornalismo informativo e imparcial, e claro, as mentiras da indústria do tabaco em 
relação ao caráter viciante da nicotina, componente constitutivo do produto 
fabricado pela indústria. 
Posto isso, é necessário abordarmos esses pontos que trazem relevância no 
campo jurídica e reflexões da atual realidade que o mundo globalizado enfrenta. 
O homem por ser um indivíduo que vive em sociedade e, portanto, sujeito a regras 
e mandamentos imperativos, como por exemplo as leis, também está sujeito a 
ética universal que segue ideais universais com uma alta carga de valores 
universais/ coletivos que visam o bem estar comum dos indivíduos em sociedade. 
Dessa forma, o primeiro ponto colocado em questão foi a ética profissional do 
jornalismo, o acesso à informação é um direito assegurado no texto constitucional 
em seu art. 5º inciso XXXIII, que garante aos cidadãos direito ao acesso a 
informações como diz: 
“XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos 
informações de seu interesse particular, ou de interesse coletivo 
ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de 
responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja 
imprescindível à segurança da sociedade e do Estado;” 
 
O papel dos meios de comunicação é passar a informação de forma segura e 
eficaz, objetiva informar aquele telespectador da maneira transparente e objetiva, 
porém no filme em questão, a mídia optou em mascarar a realidade em benefício 
das linhas políticas de seus proprietários e diretores que visam a comercialização 
da informação, e não, a melhoria do senso crítico daquela população. 
A questão da saúde pública também foi levantada na problemática do filme, até 
que ponto um contrato de confidencialidade pode chegar são perguntas que 
20 
 
fazemos a nós mesmos no decorrer de todo o filme. A conscientização da 
comercialização de um componente viciante é um direito do indivíduo e, portanto, 
é um dever do Estado informar e esclarecer seus efeitos, como expresso no art. 
196 da CF, que diz: 
 “Art. 196. A saúde é direito de todos e dever do Estado, 
garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à 
redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso 
universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, 
proteção e recuperação.” 
A saúde pública também é um direito social, assegurado no artigo 6º da 
Constituição Federal, ou seja, um direito que deve ser garantido de forma 
homogênea aos indivíduos a fim de assegurar o exercício de direitos 
fundamentais. A temática saúde pública consiste em todo o conjunto de medidas 
executadas pelo Estado para garantir o bem-estar físico, mental e social da 
população. Visto isso, conclui-se que a melhor conduta a ser adota, no caso 
hipotético do filme, é a interferência direta do Estado quebrando o sigilo de 
informações que seriam importantes que fossem reveladas a população-
consumidora de tecnologia e aplicações da ciência. 
Seguindo a concordância dos fatos narrados no filme e os crimes elencados no 
decorrer do trabalho, temos como caracterizar algumas condutas criminosas por 
parte dos agentes, e, portanto, é necessário evidenciar e punir aqueles indivíduos 
que de alguma forma agiram em benefício próprio, deixando a população em 
segundo plano e haver a responsabilização daqueles que praticaram determinadas 
condutas descritas no filme.

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