Prévia do material em texto
- -1 TEORIA E FUNDAMENTOS DA CONSTITUIÇÃO CONSTITUCIONALISMO Clara Coutinho - -2 Olá! Você está na unidade . Conheça aqui Constitucionalismo os aspectos fundamentais da Constituição, especialmente ligados à compreensão e à evolução histórica do constitucionalismo, do Direito Constitucional e da própria Constituição. Compreender a sua importância e de seus fundamentos é essencial para você, estudante de Direito, uma vez que o Direito Constitucional permeia todas as demais áreas do saber jurídico. Bons estudos! - -3 1 Constitucionalismo O denominado constitucionalismo se manifestou de diversas formas aomovimento político, jurídico e social longo do tempo. Durante os anos, o constitucionalismo passou por transformações até atingir o que hoje se denomina , tanto em seus aspectos materiais quanto formais.constitucionalismo contemporâneo 1.1 Conceito Constitucionalismo é o nome atribuído para o que representou a movimento político, jurídico e social – a Constituição –, de forma a limitar o poderorganização da sociedade ao redor de um conjunto de normas arbitrário do Estado. Essa definição, no entanto, não é a única encontrada na doutrina. Ao mesmo tempo que faz referência ao movimento político-social que tem por finalidade limitar o poder , o constitucionalismo também pode representar a existência de Constituições escritas, positivadas.arbitrário Ainda, o termo constitucionalismo pode dizer respeito nasaos propósitos e às funções das constituições diferentes sociedades, ou mesmo pode remeter à específico ao longoevolução da constituição de um Estado da história. É fato que o constitucionalismo, ainda que represente diversos significados, manifestou-se de formas variadas ao longo do tempo. Isso porque o conceito representa as “instituições (ou técnicas) que devem estar contempladas nos diversos regimes políticos e que, portanto, acabam variando de época para época” (TAVARES, 2012, p. 25). Novamente, está-se diante da ideia de que a finalidade precípua do Constitucionalismo é a de estabelecer . Ao mesmo, por meio do constitucionalismo tem-se alimites e mecanismos de controle ao poder político confirmação e o estabelecimento de direitos individuais. Cuida-se de uma ideologia, na qual o viés sociológico se manifesta por meio do que dizem respeito a aspectos da vida política,estabelecimento de regras positivas econômica e social do cidadão. O constitucionalismo, portanto, pode ser caracterizado por alguns elementos, como soberania popular, supremacia da Constituição, existência de um sistema democrático e de um governo representativo, separação de poderes, respeito aos direitos civis, instituições capazes de assegurar a efetividade da Constituição e o direito de escolha política livre (TAVARES, 2012, p. 26). Assista aí https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/746b3e163a5a5f89a10a96408c5d22c2 /7f9f5f73c0b37151bbd5dbf3924507a7 https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/746b3e163a5a5f89a10a96408c5d22c2/7f9f5f73c0b37151bbd5dbf3924507a7 https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/746b3e163a5a5f89a10a96408c5d22c2/7f9f5f73c0b37151bbd5dbf3924507a7 - -4 1.2 Evolução histórica De acordo com Tavares (2012), o constitucionalismo afigura-se como um movimento representativo da , tendo sua origem ainda entre os hebreus. Issoorganização do Estado de forma determinada e limitada porque, no âmbito do Estado teocrático instituído pelos hebreus, houve a adoção da denominada “lei do Senhor” de forma impositiva, a fim de limitar o poder político. O instituto apareceria embrionariamente ainda nessa época, embora de forma frágil. A democracia constitucional, por sua vez, se manifestou originalmente nas cidades-estado gregas, em que os núcleos políticos instituídos adotavam a democracia direta para o exercício das funções estatais. Por meio do estabelecimento de regras de distribuição de cargos públicos para o exercício de diferentes competências, o que era feito por meio de sorteio, o constitucionalismo grego proporcionava uma identidade plena entre governantes e governados (TAVARES, 2012, p. 27). Com o passar dos séculos, o constitucionalismo deu lugar a regimes caracterizados pela concentração de poder, e sua reaparição ocorreu apenas no fim da Idade Média. As regras inicialmente expressadas pelo conjunto de princípios e práticas adotados pela Igreja e pela sociedade foram positivadas com a edição da Magna Carta em 1215. - -5 Figura 1 - Carta Magna Fonte: Por David Smart. #PraCegoVer: Na imagem, temos uma réplica da Magna Carta Libertatum de 1215, que é uma carta legal inglesa que exigia que o rei João da Inglaterra proclamasse certos direitos, respeitasse certos procedimentos legais, e aceitasse que sua vontade poderia estar vinculada pela lei. Assista aí Enriqueça seu conhecimento! Clique aqui: https://www.youtube.com/watch? v=VHBduFgmzHw&feature=emb_title A Carta tinha como principal objetivo proteger os .privilégios dos barões e os direitos dos homens livres Ainda que sua função seja tão especificada e destinada à manutenção de poderes estabelecidos, a Magna Carta tornou-se símbolo de liberdades públicas, da qual os fundamentos da ordem jurídica democrática viriam a ser extraídos futuramente (SILVA, 2014, p 154). Deve-se destacar, no entanto, que o conceito de “homens livres” até https://www.youtube.com/watch?v=VHBduFgmzHw&feature=emb_title https://www.youtube.com/watch?v=VHBduFgmzHw&feature=emb_title - -6 o momento era bastante limitado. Em verdade, os direitos tutelados pelo constitucionalismo até esse momento incidiam apenas sobre uma parcela muito pequena da população. O movimento do constitucionalismo seguiu com a (1628), o (1688) e o Petition of Rights Bill of Rights Habeas (1679), todos elaborados na Europa, especificamente na Inglaterra. Assim, a monarquiaCorpus Amendment absolutista antes vigente deu lugar à . A mudança de paradigmas “pode ser tomadamonarquia constitucional como o renascimento do constitucionalismo, trazendo consigo a alteração da fonte do poder estatal, que passa das mãos do monarca (que possuía um poder fundado em sua própria imagem, compreendido como ilimitado) para o Texto Constitucional” (TAVARES, 2012, p. 29). Em outras palavras, com a consolidação do constitucionalismo, o monarca, que antes agia de acordo com suas e sem limitações expressas, passa a atuar de acordo com a Carta, observando as suas balizas evontades respeitando os ditames constitucionais. Assim, os governados que antes ocupavam o lugar de súditos passam, pouco a pouco, a figurarem como cidadãos (TAVARES, 2012). Por óbvio, com o passar dos séculos, o constitucionalismo foi se aperfeiçoando e, para além da limitação do poder soberano, passou a caracterizar a organização do Estado e a definição do seu papel. O conceito moderno de constitucionalismo vem acompanhado de uma maior frequência da instrumentalização da Constituição na forma escrita, bem como de uma maior abrangência de suas normas que, se antes beneficiavam apenas uma parcela da população, passam a tutelar direitos de grupos cada vez mais plurais, até alcançarem a totalidade da população. A partir da positivação das normas constitucionais, ou seja, a partir da consolidação das Constituições escritas, tem-se também a publicização e o estabelecimento, de forma clara, dos direitos e garantias individuais da população, bem como dos limites estabelecidos para o exercício do poder pelo Estado, além das instituições vigentes e dos mecanismos adotados. A forma escrita da Constituição, portanto, representa um sensível aumento de , que passam a ser capazes de exigir o cumprimento das regras postas.segurança jurídica aos cidadãos Destaca-se, no entanto, que a forma escrita não é imprescindível à configuração do constitucionalismo. De acordo com Tavares (2012, p. 33), [...] desde que haja uma divisão do poder, o que fatalmente implicará sua limitação e controle, estar- se-á em harmonia com uma das principais exigências do constitucionalismo.Tal orientação, contudo, poderá não estar consubstanciada num documento escrito, mas sim arraigada na prática diuturna de uma comunidade, podendo-se, em tais circunstâncias, admitir uma Constituição em sentido material- substancial. - -7 Isso significa dizer que o constitucionalismo surge muito antes da existência de uma constituição escrita, uma vez que os elementos necessários à configuração dos aspectos que caracterizam o movimento político, jurídico e social já estavam presentes. No entanto, é inquestionável que o movimento ganha nova força a partir da criação de constituições escritas, como a , em 1787, e a , emConstituição dos Estados Unidos Constituição da França 1791. A primeira constituição francesa inspirou-se no constitucionalismo inglês, mas, sobretudo, inspirou-se nos textos constitucionais editados pelos norte-americanos. Por sua vez, o desenvolvimento constitucional verificado nos Estados Unidos foi influenciado diretamente pela Revolução Francesa e por sua doutrina – especialmente Montesquieu. Por essa razão, consideram-se as influências de ambos os sistemas quase indissociáveis, em espécie de parceria doutrinária (TAVARES, 2012). De tais regimes, surgem institutos que até hoje pautam o :constitucionalismo contemporâneo Universalização dos direitos individuais. Divisão dos poderes. Princípio da soberania nacional. Princípio da igualdade. O constitucionalismo, assim, expandiu-se pelos demais Estados contemporâneos, que abandonaram a ideia de um contrato social hipotético e passaram a adotar instituições estáveis, estabelecidas na forma de constituições escritas, para promover a aplicação do pacto fundamental social. - -8 2. Direito Constitucional O Direito Constitucional é a área do Direito que tem por objeto o estudo, a análise e a interpretação das . Esse campo do saber se insere no Direito Público e é compreendido como uma normas constitucionais área , ainda que se relacione de forma íntima com diversos outros campos do Direito, como se verá aautônoma seguir. Assista aí https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/746b3e163a5a5f89a10a96408c5d22c2 /7f9f5f73c0b37151bbd5dbf3924507a7 2.1 Natureza e conceito O conceito de Direito Constitucional se relaciona diretamente com o Direito Público. As normas constitucionais a que se destina o Direito Constitucional são compostas não só pelo da Constituição, mastexto positivado também pelas , editadas pelo Poder Legislativo após a promulgação do texto original; eemendas à Constituição pela que, no Brasil, é resultante da atuação do Supremo Tribunaljurisprudência constitucional definitiva Federal na qualidade de corte constitucional (TAVARES, 2012, p. 41). Ao apresentar os diversos ramos do saber jurídico, Silva (2004) apresenta as divisões do Direito. Caracterizadas como ramos da ciência jurídica, o autor apresenta suas divisões da seguinte forma: https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/746b3e163a5a5f89a10a96408c5d22c2/7f9f5f73c0b37151bbd5dbf3924507a7 https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/746b3e163a5a5f89a10a96408c5d22c2/7f9f5f73c0b37151bbd5dbf3924507a7 - -9 Figura 2 - Divisões do Direito Fonte: SILVA, 2004. - -10 #PraCegoVer: Na imagem, temos um gráfico com as três divisões do Direito representadas na vertical: público, social e privado. Na primeira coluna, que representa o público, temos as subdivisões: Constitucional, Administrativo, Urbanístico, Econômico, Financeiro, Tributário, Processual, Penal e Internacional. Ma segunda coluna, representada pelo social, temos do Trabalho e Previdenciário. Por fim, na última coluna, representada pelo privado, temos Civil e Comercial. O Direito Constitucional, além de representar ramo específico do ensino jurídico, com objeto e conteúdo definidos, relaciona-se de maneira muito próxima com outros ramos do Direito, dialogando com quase todos os ramos do saber jurídico. Isso porque o texto constitucional não se limita à disposição sobre a organização do Estado e sobre os direitos individuais e coletivos vigentes na sociedade. Ao contrário, a Constituição trata diretamente de temas como Direito Administrativo, Processual, Penal, Tributário, Econômico, Trabalhista, entre tantos outros. Dessa forma, é na Constituição que estão as normas basilares, mais fundamentais, sobre cada um desses temas. A partir do tratamento constitucional que lhes foi dispensado, outros aspectos serão detalhados e especificados nas normas infraconstitucionais. 2.2 Objeto do Direito Constitucional O objeto do Direito Constitucional, como não poderia deixar de ser, é a Constituição e as normas que a . Contudo, estabelecer que o objeto do Direito Constitucional se encerra no estudo sistematizado deintegram seu conteúdo normativo é uma , que não reflete a totalidade do que pretende esse ramoacepção reducionista da ciência jurídica. Nesse sentido, deve-se esclarecer que também é objeto do Direito Constitucional o estudo do valor das normas, da eficácia de seu conteúdo, e dos critérios de interpretação. São englobados, portanto, além da Constituição escrita do Estado, o contexto social e cultural em que a Constituição se insere. Para Canotilho (1993), ao passo que o objeto da Ciência Política é o estudo do político, o objeto do Direito . Isso significa dizer que a Constituição disciplina,Constitucional é o estudo do estatuto jurídico do político por meio de regras normativas, postas ou impostas, diversas ações políticas, as quais são objeto de estudo do Direito Constitucional. É possível verificar essa compreensão ao perceber que a Constituição se refere, de forma expressa, aos – princípio da democracia, da separação de poderes,princípios políticos estruturantes de nossa sociedade da república; bem como estabelece a forma e estrutura do Estado, ao estabelecer, no caso do brasil, uma República Federal; e ao estabelecer os órgãos do Estado aos quais incumbe a direção política do Estado, como a Presidência e os princípios, formas e processos que deverão ser observados pelas instituições e órgãos políticos (CANOTILHO, 1993). - -11 - -12 2.3 Conteúdo científico do Direito Constitucional A Teoria da Constituição, nesse contexto, é compreendida como a ciência dedicada a discutir os limites e as possibilidades do Direito Constitucional. Dessa forma, a Teoria da Constituição envolve a descrição e a sob o ponto de vista das relações entre a realidade e o direitoexplicação da realidade constitucional constitucional formal. Nesse sentido, o conteúdo científico do Direito Constitucional abrange, para Silva (2004), três aspectos centrais, os quais dão lugar às disciplinas de: • Direito Constitucional Positivo (ou Particular). • Direito Constitucional Comparado. • Direito Constitucional Geral. O Direito Positivo tem como objeto o estudo da Constituição positivada, ou seja, da deConstituição concreta um determinado Estado. A partir da leitura e da interpretação do texto constitucional posto, é possível compreender as normas jurídico-constitucionais a que esse Estado se submete, a forma como se organiza, os direitos que estabeleceu, ou seja, sua realidade político-institucional. Como exemplo, imagine que alguém deseja estudar Direito Constitucional brasileiro: esse estudante conseguirá compreender, a partir da leitura do texto constitucional, como o Estado brasileiro se organiza, quais são as limitações estabelecidas ao Estado em face das liberdades e garantias individuais, quais são as instituições que compõem o aparato estatal, os procedimentos que devem ser observados para a efetivação da democracia, entre outros. Destaca-se que, ao fazer referência ao estudo do Direito Constitucional Positivo, não se pretende restringir o objeto à Constituição vigente. Uma vez que o Direito Constitucional Positivo propõe a interpretação e , é certo que o histórico constitucional por este vivenciadosistematização das regras de determinado Estado poderá ser englobado nos estudos. É possível, portanto, conhecer uma Constituiçãoanterior a partir do estudo do Direito Constitucional Positivo, com o intuito de se conhecer a forma como um Estado já se organizou no passado. A compreensão da evolução histórica da Constituição e sua relação direta com a realidade político- social vivenciada também integra o Direito Constitucional Positivado. Além da possibilidade de deslocamento no tempo, da mesma forma, pode-se observar um estudo que se difere no espaço. Assim, ainda se referindo ao Direito Constitucional Positivo, o estudante poderia se propor a analisar os sistemas constitucionais francês, alemão ou americano. Em síntese, ao estudo particular das normas , constitucionais postas para um Estado dá-se o nome de Direito Constitucional Positivo .independentemente do tempo ou do local a que se refere A ciência do Direito Constitucional Comparado é aquela responsável por estudar, descrever e explicar vários sistemas constitucionais positivos diferentes, buscando identificar o que torna tais sistemas semelhantes e • • • - -13 . É a partir da comparação entre diferentes sistemas constitucionais que será possível compreenderdiferentes suas (CANOTILHO, 1993, p. 157). dimensões fundamentais e seus traços unificadores Portanto, se considerados os diversos aspectos abordados no Direito Constitucional Positivo a partir da promoção de um estudo comparado entre diferentes sistemas constitucionais constituídos para diferentes Estados, se estará diante de estudos de Direito Constitucional Comparado. Como exemplo, um estudante que compara a organização do Estado francês da forma como delineado em sua Constituição com a organização do Estado alemão, considerando o sistema constitucional da Alemanha, e que seja capaz de estabelecer-lhes as similaridades e diferenças, promoverá estudos de Direito Constitucional Comparado. Idealmente, é a partir das diversas comparações entre sistemas constitucionais positivos que se torna possível , culminando em uma melhor compreensão do Direito Constitucionalidentificar elementos estruturantes Geral como teoria. Ainda, é a partir do estudo comparado que será possível o aprimoramento de sistemas constitucionais, identificando mecanismos e instituições que podem ser úteis à organização do Estado. O Direito Constitucional Geral é responsável por analisar, organizar e sistematizar os princípios e conceitos positivos de diferentes Estados. O seu objetivo é,que permeiam os diversos sistemas constitucionais principalmente, generalizar os elementos que constituem o Direito Constitucional, facilitando a análise e a compreensão (SILVA, 2004). Se em um primeiro momento o Direito Constitucional Positivo permite e análise de um sistema constitucional estabelecido e, por meio do Direito Constitucional Comparado, é possível identificar elementos estruturantes comuns a diversos sistemas constitucionais, o resultado será o objeto do Direito Constitucional Geral. Como elementos a que se refere o Direito Constitucional Geral, faz-se referência às fontes, à evolução do constitucionalismo, às categorias gerais de Direito Constitucional, às classificações da Constituição quanto às suas formações, origens, tipos, estruturas. Em síntese, todos os aspectos que puderem ser resultado de uma abstração e aplicados em uma análise genérica poderão ser compreendidos como elementos caracterizadores do Direito Constitucional Geral. De posse de tais elementos abstratos e genéricos, seria possível compreender a existência de um Direito Constitucional ideal. Esse Direito, não positivado e fruto de uma análise teórica, tem o condão de representar as formas jurídicas puras, apriori (TAVARES, 2012). Nesse contexto, compreender o Direito Constitucional geral é relevante para que seja possível estabelecer caminhos que podem ser utilizados para compreender os vários sistemas constitucionais existentes. Ainda, é certo que a partir dos estudos de Direito Constitucional Comparado será possível concluir aspectos relevantes do Direito Constitucional Geral. Por sua vez, esse fluxo de conhecimento contribui para a evolução e o .aprimoramento dos sistemas constitucionais internos - -14 Como visto, o conteúdo científico do Direito Constitucional pode ser compreendido como uma evolução: inicia-se com o estudo de um único sistema constitucional (Direito Constitucional Positivo); na sequência, compara-se esse sistema a outros (Direito Constitucional Comparado); para, então, exprimirem-se os aspectos fundamentais que os compõem (Direito Constitucional Geral). Fique de olho - -15 3 Constituição “Constituição”, em português, é o , de firmar. No Direito, o conceito não é muito diverso: a ato de estabelecer Constituição é a lei por meio da qual o Estado se estabelece e se estrutura a partir da materialização do exercício do poder constituinte. Por meio da atividade constitucional originária, são estabelecidas as normas jurídicas fundamentais de um Estado. - -16 3.1 Conceito De acordo com Moraes, deve ser entendida como a . É aConstituição lei fundamental e suprema de um Estado lei que contém normas referentes à sua estruturação, bem como à formação dos poderes públicos, à forma de governo e à aquisição do poder de governar. Ainda, é na Constituição que estão disciplinadas a distribuição de competências, os direitos, as garantias e os deveres dos cidadãos (MORAES, 2017, p. 28). Silva (2004), por sua vez, estabelece o seguinte conceito para a Constituição: A constituição é algo que tem, um complexo de normas (escritas ou costumeiras); como forma, como a conduta humana motivada pelas relações sociais (econômicas, políticas, religiosas etc.); conteúdo, a realização dos valores que apontam para o existir da comunidade; e, finalmente, como fim, como o poder que emana do povo. Não pode ser compreendida ecausa criadora e recriadora, interpretada, se não se tiver em mente essa estrutura, considerada como é tudoconexão de sentido, aquilo que integra um conjunto de valores. Ainda, para Canotilho (1993): De todas as discussões, atuais e passadas, sobre a noção de leis fundamentais, as respostas sobre os elementos caracterizadores dessas leis apontam em duas direções: (1) são leis fundamentais (leges ) as leis de natureza contratual determinadoras dos direitos de participação no poderfundamentales por parte do rei e por parte dos estados do reino; (2) são leis fundamentais as leis de natureza superior (hierarquia superior), por regularem matérias referentes à “constituição” do reino. Possivelmente, os dois elementos estariam presentes (embora com acentuações diversas) para se poder afirmar que as “ ”teriam uma força superior às outras porque o próprioleges fundamentalis soberano estava por elas vinculado, não as podendo alterar ou modificar unilateral-mente (ideia central), e porque essas leis eram a " e fundamental da majestade pessoal docausae eficiente" monarca, referindo-se a “coisas essenciais do governo” (ideia constitucional). É inegável que a Constituição, como lei fundamental, possui diversas funções. De início, podem-se mencionar a função de garantia e de proteção, a função organizativa ou estruturante do Poder político, a função limitativa, a função procedimental, a função instrumental, a função ordenadora ou conformadora da ordem sociopolítica, a função legitimadora ou legitimante da ordem política, entre outras. Ao discorrer sobre as diversas funções da Constituição, tem-se a aproximação do conceito subjetivo de constituição em sentido material, uma vez que as - -17 funções estão diretamente relacionadas ao conteúdo das normas constitucionais e às finalidades a que servem. Também conceitualmente, a Constituição pode ser compreendida em sua dimensão formal, substancial ou material. Sob o aspecto formal, Constituição é um conjunto especial de normas jurídicas, que detêm mais relevância do que outras normas, não se submetendo a nenhuma outra. Formalmente, essas normas devem decorrer de um evento solene, a Constituinte originária. Isso significa dizer que se estarádiante de normas constitucionais ainda que a norma não verse sobre assuntos considerados constitucionais. Se ela derivar do Poder Constituinte e estiver positivada no texto constitucional, integrará a Constituição do ponto de vista formal. Do ponto de vista substancial, as normas organizacionais da sociedade política caracterizam a Constituição. Significa dizer que a norma que pretende disciplinar juridicamente a organização política do Estado de forma fundamental caracterizará, substancialmente, normas constitucionais – ainda que tais normas estejam em outros textos normativos que não a Constituição. Por fim, com relação à sua compreensão , a Constituição é o aspecto da norma constitucional que sematerial verifica no mundo fático. Os fatores sociais, políticos, econômicos, religiosos e ideológicos que configuram a sociedade é que compõem a Constituição em sentido material (TAVARES, 2012). Deve-se destacar, contudo, que mesmo com suas diversas funções, é imprescindível compreender a Constituição em sua unidade. Esse corpo normativo máximo de conteúdo plural deve compreender todas as regras necessárias à sua interpretação sistemática. - -18 3.2 Classificações da Constituição As Constituições podem ser classificadas de diferentes formas, segundo diferentes critérios. A doutrina de Silva (2004) adota a seguinte classificação: Figura 3 - Classificação das constituições Fonte: SILVA, 2004. #PraCegoVer: Na imagem, temos o gráfico com as classificações das constituições. São elas: estabilidade (que podem ser rígidas, flexíveis e semirrírrigdas), origem (democráticas ou outorgadas), modo de elaboração (dogmáticas e históricas), forma (escritas e não escritas) e conteúdo (que podem ser materiais ou formais). Abaixo, serão analisadas as diferentes classificações a que se submetem as constituições, partindo-se principalmente das diferenciações apresentadas por Silva (2004). - -19 3.3 Conteúdo da Constituição Como já visto, com relação ao conteúdo, fala-se de constituições e constituições materiais formais: Constituições materiais Se referem aos temas constitucionais que, independentemente de onde estejam dispostos – seja na Constituição ou em normas infraconstitucionais – compõem a Constituição sob o aspecto material. Assim, se o tema disser respeito à organização do Estado e às limitações ao seu poder, se estará diante de norma reputada materialmente constitucional. Constituições formais São aquelas resultantes do Poder Constituinte democraticamente legitimado. Ainda, é requisito do estabelecimento da Constituição formal que seja observado um procedimento específico e idôneo, que possua intenção normativa – ou seja, que decorra diretamente do desejo expresso de se estabelecer uma nova Constituição (CANOTILHO, 1993). - -20 3.4 Formas da Constituição As Constituições podem ser ou (ou seja, costumeiras):escritas não escritas Escritas Uma vez que possa ser identificado o texto constitucional como resultado da positivação das normas constitucionais, em uma ordenação racional, por meio de um documento escrito, se está diante de uma ou instrumental. Atualmente, a maiorconstituição escrita parte dos diplomas constitucionais se apresenta na forma escrita. Não escritas Por sua vez, a diz respeito ao conjunto de regras a queconstituição não escrita costumeiramente se atribui a força de norma constitucional. As normas constitucionais, nesse caso, originam-se da sociedade, sem que haja uma instituição ou órgão solenemente constituído para essa finalidade. A partir de orientações derivadas da jurisprudência e dos costumes, têm-se regras constitucionais não positivadas. Quando escrito, o texto da Constituição como lei fundamental organiza-se em partes, títulos, capítulos, preâmbulos, princípios. O corpo textual que servirá de fonte de Direito Constitucional é, portanto, organizado e sistematizado. A Inglaterra é frequentemente lembrada como exemplo de sistema constitucional que não possui uma Constituição escrita. Contudo, de acordo com Tavares, “hoje o ordenamento jurídico inglês compõe-se do denominado Direito estatutário e das convenções constitucionais, ao lado da jurisprudência e dos costumes (especialmente parlamentares)” (2012, p. 92). Para o autor, não há mais na contemporaneidade Constituições puramente consuetudinárias. - -21 3.5 Modo de elaboração da Constituição Quanto ao modo de elaboração, as Constituições podem ser ou . Esses conceitos estãodogmáticas históricas intrinsecamente relacionados com os conceitos de Constituição escrita e não escrita. A constituição dogmática é caracterizada por ser sempre escrita. O texto do documento constitucional dogmático apresenta, de forma sistemática, os dogmas que devem disciplinar a organização do Estado e da Sociedade. Para Tavares (2012, p. 97): As Constituições chamadas de dogmáticas, também denominadas “sistemáticas”, são fruto da elaboração levada a efeito por um corpo destinado a sua confecção: as Assembleias Constituintes. Em geral, são tecidas a partir de institutos e instituições já consagrados na teoria, na doutrina. A , por sua vez, é caracterizada pela formação lenta, ao longo do tempo, das normas queconstituição histórica pautam a sociedade. A evolução sociopolítica das tradições e costumes dá origem às normas fundamentais de organização de um Estado e, também nesse caso, o exemplo mais popular é o exemplo da Constituição da Inglaterra. De acordo com Tavares (2012, p. 98): A constituição histórica é aquela resultante da gradativa sedimentação jurídica de um povo, por meio de suas tradições. É o caso da Constituição da Inglaterra. Pode-se dizer que é também o caso da Constituição dos Estados Unidos da América do Norte, baseada no texto escrito em 1789 e em sua jurisprudência constitucional. - -22 3.6 Origem da Constituição Silva (2004) divide as Constituições quanto à origem em Constituições e . Enquantodemocráticas outorgadas as decorrem da organização de um órgão constituinte, representativo daconstituições democráticas população, as são elaboradas e estabelecidas sem a participação do povo, mas comoconstituições outorgadas resultado da vontade de um governante ou instituição. Constituições democráticas (ou populares) São então promulgadas como consequência da atividade legislativa do Poder Constituinte democraticamente legitimado pelo povo, com o intuito de atender seus interesses. A participação popular representativa é característica central das Constituições democráticas. A Constituição Francesa, de 1791, possui essa característica e é historicamente o primeiro exemplo de constituição popular. Constituições outorgadas Destaca-se o seu caráter impositivo. Sem que haja legitimidade popular, tais normas passam a ter vigência. Como forma de diferenciá-las das Constituições promulgadas, constantemente lhes é atribuído o nome de Carta. Tavares (2012) menciona como exemplos brasileiros a Constituição de 1824, outorgada pelo Imperador D. Pedro I; a Constituição de 1937, outorgada pelo Presidente Getúlio Vargas; e a Carta de 1967 e 1969. Destaca-se que, no caso da Carta de 1967, esta foi elaborada pelo Congresso Nacional, mas a função de poder constituinte lhe foi outorgada por meio do Ato Institucional nº 4, após o afastamento dos membros da oposição ao Regime Militar. Ou seja, ainda que do ponto de vista formal tenha sido elaborada por Poder Constituinte, lhe faltava a legitimidade popular necessária para se configurar como uma Constituição promulgada ou democrática. Da mesma forma, em alguns casos há a elaboração de um texto constitucional por um Imperador ou Ditador que, com o intuito de validar popularmente sua vontade, submete o texto à aprovação popular por meio de plebiscito. Nesses casos, ainda que haja uma participação popular, a Constituição não é considerada democrática, uma vez que não foi facultado à sociedade participar de sua elaboração. São denominadas constituições cesaristas. No Brasil, a Constituição de 1937, outorgadapor Getúlio Vargas, previa a realização de um plebiscito com o intuito de referendar o conteúdo da carta constitucional. Contudo, como esse plebiscito nunca foi realizado, a Constituição que poderia ter sido cesarista permaneceu apenas como constituição outorgada, diante da em sua concepção e elaboração.inexistência de participação popular Fique de olho As diversas classificações das constituições podem variar de autor para autor. Mas, de modo - -23 3.7 Estabilidade da Constituição Com relação à sua estabilidade, as Constituições podem ser classificadas como , ou rígidas flexíveis semirrígidas . Inicialmente, é necessário esclarecer que toda Constituição pode ser alterada, uma vez que é seu papel organizar a sociedade em que se insere, e que essa mesma sociedade está em constante evolução e alteração. Ainda que seja possível assim se caracterizar, na prática não há Constituição que seja imutável, inalterável. Constituições rígidas São assim consideradas quando a possibilidade de alteração da norma constitucional é limitada por normas e procedimentos específicos, exigindo-se solenidades especiais, as quais que só poderão ser iniciadas se atendidos os requisitos previamente estabelecidos. Esses procedimentos divergem sensivelmente do processo legislativo ordinário. Constituições flexíveis São assim classificadas quando a alteração do texto Constitucional depender de procedimentos corriqueiros, como aqueles estabelecidos para a edição de leis ordinárias. Assim, elas podem ser livremente modificadas pelo legislador ordinário, não havendo necessidade de procedimento solene ou específico. Constituições semirrígidas São aquelas Constituições em que parte do texto é caracterizado como rígido, e a outra parte é caraterizada como flexível. Estas também podem ser denominadas .semiflexíveis A Constituição da República de 1988 é considerada uma constituição rígida, sendo que Moraes (2017) ainda a classifica como super-rígida. Isso porque, além da previsão de que a Constituição só poderá ser alterada por um processo legislativo específico, por meio de emendas constitucionais, como previsto em seu artigo 59, inciso I, a Constituição é imutável em alguns pontos, nos termos de que dispõe o seu artigo 60, parágrafo 4º. As diversas classificações das constituições podem variar de autor para autor. Mas, de modo geral, estão sempre preocupadas em representar as principais características dos diplomas constitucionais, de acordo com o conteúdo, a forma, o modo de elaboração, a origem e a estabilidade que apresentam. - -24 3.8 Outras classificações As Constituições podem ainda ser classificadas quanto à sua extensão e finalidade, como Constituições analíticas . Ao passo que as se prestam a dispor sobre diversos assuntos relevantes àe sintéticas constituições analíticas organização do Estado e da sociedade, as se limitam aos princípios basilares e àsconstituições sintéticas garantias sociais fundamentais. São bons exemplos: • Constituição do Brasil Constituição analítica • Constituição dos Estados Unidos Constituição sintética Ainda sobre a constituição dos Estados Unidos, com apenas sete artigos e vinte e sete emendas, é a mais sucinta constituição em vigor. Com relação à ideologia, as Constituições podem ainda ser classificadas em ou . No caso das liberais sociais , estas são marcadas pela divisão de poderes com declaração expressa da liberdade doconstituições liberais cidadão, estabelecendo claros limites à atuação do Estado. Em um momento posterior, tem-se as constituições , em que, além da previsão de liberdades individuais, há previsão de atuação do Estado com o intuito desociais corrigir desigualdades sociais, visando à efetivação da igualdade material entre os cidadãos. Também é possível classificar as constituições em dualistas ou pactuadas, sendo estas as constituições derivadas de um pacto entre o regente e o Poder Legislativo, o que tem como consequência a sujeição do monarca aos esquemas constitucionais, e resultando a constituição de dois princípios: o monárquico e o democrático. Segundo Tavares (2012, p. 94): Com Paulo Bonavides poder-se-ia invocar a existência de constituições “pactuadas”, termo empregado pelo constitucionalista para nominar aquelas cartas originadas de um “compromisso instável de duas forças políticas rivais” , de maneira que o equilíbrio fornecido por tal espécie de25 Carta é precário: “O pacto selado juridicamente mal encobre essa situação de fato, ‘e o contrato se converte por conseguinte numa estipulação unilateral camuflada’”. Os exemplos mencionados para esse conjunto específico de Constituições são, em primeiro lugar, a Carta Magna, de 1215, momento no qual se observou a supremacia dos barões ingleses em relação ao poder real; também foi o caso da Constituição da Grécia, de 1844, elaborada por assembléia popular e ratificada pelo Rei. • • - -25 Por sua vez, é a que apresenta direcionamentos para os problemas concretos, a seremconstituição nominalista resolvidos mediante aplicação pura e simples das normas constitucionais. Nesse sentido, o aplicador da Constituição deve apenas interpretar a norma de forma literal. No caso da , se estáconstituição semântica diante de diploma que demanda interpretação e análise de seu conteúdo sob aspectos sociológicos, ideológicos, metodológicos, possibilitando uma maior aplicabilidade político-normativa-social do texto constitucional (MORAES, 2017, p. 31). Deve-se ressaltar, contudo, que também é compreendida como semântica a constituição que apenas formaliza a existente situação do poder político, atuando como instrumento de estabilização. Ou seja, por essa classificação, a constituição semântica tem como objeto perpetuar no poder aqueles atores que o detêm. - -26 4 Objeto da Constituição De acordo com Canotilho (1993), o processo e a forma da Constituição, em um Estado Democrático, só têm sentido quando relacionados com um determinado conteúdo. Decerto, a lei fundamental não pode ser vazia de significado e conteúdo. É preciso que compreenda, no mínimo, alguns aspectos relevantes para que esteja configurada. - -27 4.1 Elementos da Constituição Canotilho (1993) apresenta em sua obra alguns elementos materiais caracterizadores e distintivos do que seria o conceito ideal de constituição, identificado fundamentalmente com os postulados político-liberais. São os seguintes elementos: (a) a constituição deve consagrar um sistema de garantias da liberdade (esta essencialmente concebida no sentido do reconhecimento de direitos individuais e da participação dos cidadãos nos actos do poder legislativo através do parlamento); (b) a constituição contém o princípio da divisão de poderes, no sentido de garantia orgânica contra os abusos dos poderes estatais; (c) a constituição deve ser escrita (documento escrito). A partir desse conceito ideal, surge a distinção entre os e os Estados constitucionais Estados não- :constitucionais Estados constitucionais São aqueles em que há uma constituição que contém os elementos reputados essenciais para a configuração da Constituição. Ou seja, um documento escrito, por meio do qual direitos e liberdades individuais são assegurados e que, ao mesmo tempo, visa limitar o poder e disciplinar a atuação do Estado, por meio do estabelecimento de instituições e procedimentos. Estados não-constitucionais São todos os outros, remetendo-se especificamente ao que dispõe o artigo 16º da Declaração Universal dos Direitos do Homem e do Cidadão, de 1789. De acordo com o dispositivo, “a sociedade em que não esteja assegurada a garantia dos direitos nem estabelecida a separação dos poderes não tem Constituição”. - -28 Figura 4 - Declaração dos Direitos Humanos e do Cidadão Fonte: Elaborado por Assembleia Nacional Constituinte Francesa, 1789. #PraCegoVer: Na imagem, o olho da providência aparece brilhando no topo e representa uma homologação divina às normas ali presentes,mas também alimenta teorias da conspiração nosentido de que a Revolução - -29 Francesa foi motivada por grupos ocultos. A imagem é composta por essas imagens e duas colunas com dezessete artigos e um preâmbulo dos ideiais libertários e liberais da primeira fase da Revolução Francesa. Assista aí https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/746b3e163a5a5f89a10a96408c5d22c2 /3ee2cb393decafad3d5dbf682dfbc910 é isso Aí! Nesta unidade, você teve a oportunidade de: • conhecer os conceitos de Constitucionalismo e sua evolução histórica; • ser introduzido ao Direito Constitucional e a aspectos fundamentais relacionados à ciência jurídica desse ramo do saber; • entender a estrutura e as diversas classificações da Constituição; • perceber a relevância de uma adequada compreensão do Direito Constitucional; • iniciar seus estudos sobre as diferentes formas de Constituições. Referências CANOTILHO, J. J. G. . 6. ed. Coimbra: Almedina, 1993.Direito Constitucional MORAES, A. de. . 33. ed. rev. e atual. São Paulo: Atlas, 2017.Direito Constitucional SILVA, J. A. da. . 37. ed. rev. e atual. São Paulo: Malheiros, 2004.Curso de Direito Constitucional Positivo TAVARES, A. R. . 10. ed. rev. e atual. São Paulo: Saraiva, 2012.Curso de direito constitucional • • • • • https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/746b3e163a5a5f89a10a96408c5d22c2/3ee2cb393decafad3d5dbf682dfbc910 https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/746b3e163a5a5f89a10a96408c5d22c2/3ee2cb393decafad3d5dbf682dfbc910 Olá! 1 Constitucionalismo 1.1 Conceito Assista aí 1.2 Evolução histórica Assista aí 2. Direito Constitucional Assista aí 2.1 Natureza e conceito 2.2 Objeto do Direito Constitucional 2.3 Conteúdo científico do Direito Constitucional 3 Constituição 3.1 Conceito 3.2 Classificações da Constituição 3.3 Conteúdo da Constituição 3.4 Formas da Constituição 3.5 Modo de elaboração da Constituição 3.6 Origem da Constituição 3.7 Estabilidade da Constituição 3.8 Outras classificações Constituição do Brasil Constituição dos Estados Unidos 4 Objeto da Constituição 4.1 Elementos da Constituição Assista aí é isso Aí! Referências