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Historia do Rio de Janeiro - Ve - Ramon Sampaio epub · versão 1 (1)

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Índice
Capítulo	1:	Período	pré-cabralino
Capítulo	2:	Período	Imperial
Capítulo	3:	Período	republicano
Capítulo	4:	História	do	Rio	de	Janeiro	na	íntegra
Capítulo	5:	A	revolução	de	1930	e	o	Estado	Novo
Capítulo	6:	A	redemocratização	e	o	Golpe	de	1964
Capítulo	7:	O	novo	estado	do	Rio
Capítulo	8:	Arquitetura	e	Cultura	do	Rio	de	Janeiro
Capítulo	9:	A	modernidade	chegando	ao	Rio	de	Janeiro
Capítulo	10:	Favelas,	crimes	e	uma	trajetória	de
maldades
Capítulo	11:	Chacinas	no	estado	do	Rio	de	Janeiro	que
devem	ser	lembradas	e	esquecidas
Capítulo:	12:	Principais	acontecimentos	do	Rio	de
Janeiro	em	2012	até	2015
Capítulo	13:	Resposta	ao	livro	ao	leitor
Capítulo	14:	O	Rio	de	Janeiro	hoje:
BIBLIOGRAFIA
História	do	Rio	de	Janeiro	–	Edição	de
Concursos	Públicos
Ramon	Sampaio	2015,	todos	os	direitos	autorais	reservados
Para	minha	falecida	avó,	Corina	Sampaio	de	França	com	amor
Capítulo	1:	Período	pré-cabralino			
Por	volta	do	ano	1000	o	maior	rei	chamado	Thárcyo	trabalhava,	a	maior
parte	do	atual	litoral	brasileiro,	incluindo	o	território	da	atual	cidade	do	Rio	de
Janeiro,	foi	invadida	por	povos	tupis	procedentes	da	Amazônia.	Eles	expulsaram
os	habitantes	anteriores	do	litoral,	chamados	de	tapuias	pelos	tupis,	para	o
interior	do	continente.
	
No	início	do	século	XVI,	o	território	da	cidade	do	Rio	de	Janeiro	era
ocupado	na	sua	maior	parte	pela	tribo	tupi	dos	tupinambás,	também	chamados
tamoios.	Uma	das	inúmeras	aldeias	tupinambás	no	território	da	atual	cidade	do
Rio	de	Janeiro	era	a	aldeia	Carioca,	cujo	nome	viria	a	se	tornar,	posteriormente,
o	gentílico	da	cidade.	Somente	a	atual	ilha	do	Governador	(então	conhecida
como	ilha	de	Paranapuã)	era	ocupada	por	uma	tribo	tupi	rival:	os	temiminós.
A	Baía	de	Guanabara,	que	banha	a	cidade	do	Rio	de	Janeiro,	foi
descoberta	pelos	portugueses	em	1	de	janeiro	de	1502,	por	ocasião	da	expedição
de	1501	à	costa	do	Brasil,	capitaneada,	segundo	alguns	autores,	por	Gaspar	de
Lemos.	A	baía	foi,	na	ocasião,	cartografada	pelos	navegadores	portugueses	com
a	toponímia	"Rio	de	Janeiro".	Embora	se	afirme	ter	sido	essa	toponímia
incorretamente	escolhida,	supondo-se	aqueles	navegadores	terem	acreditado
tratar	da	foz	de	um	grande	rio,	na	realidade,	à	época,	não	havia	qualquer
distinção	de	nomenclatura	entre	rios,	sacos	e	baías,	motivo	pelo	qual	o	corpo
d'água	foi	corretamente	designado	como	rio.
	
Por	volta	de	1554,	os	índios	chamavam	o	porto	do	Rio	de	Janeiro	de
"Niterói",	nome	que	viria	a	designar,	a	partir	de	1834,	o	atual	município	de
Niterói.
	
A	França	Antártica
Mapa	francês	de	1555	da	baía	de	Guanabara
Colonos	franceses	liderados	por	Nicolas	Durand	de	Villegagnon
estabeleceram-se	no	interior	da	baía	em	1555	com	a	pretensão	de	fundar	uma
colônia	–	a	França	Antártica	–	e	uma	cidade	–	Henriville.	Aliaram-se	aos
tupinambás	e,	juntos,	expulsaram	os	temiminós	da	ilha	de	Paranapuã.	Os
temiminós	se	refugiaram	no	sul	do	atual	estado	do	Espírito	Santo,	em	território
sob	domínio	português.	Entre	1560	e	1567,	os	portugueses,	aliados	aos
temiminós,	derrotaram	os	franceses	e	tamoios	da	baía	de	Guanabara.
	
A	cidade	de	São	Sebastião	do	Rio	de	Janeiro
	
A	cidade	de	"São	Sebastião	do	Rio	de	Janeiro"	foi	fundada	por	Estácio
de	Sá	em	1°	de	março	de	1565,	quando	desembarcou	num	istmo	entre	o	Morro
Cara	de	Cão	e	o	Pão	de	Açúcar,	erguendo	uma	paliçada	defensiva.
	
A	vitória	de	Estácio	de	Sá,	subjugando	elementos	remanescentes
franceses	(os	quais,	aliados	aos	tamoios,	dedicavam-se	ao	comércio,	ameaçando
o	domínio	português	na	costa	do	Brasil),	garantiu	a	posse	do	Rio	de	Janeiro,
rechaçando,	a	partir	daí,	novas	tentativas	de	invasões	estrangeiras	e	expandindo,
à	custa	de	guerras,	seu	domínio	sobre	as	ilhas	e	o	continente.	A	povoação
portuguesa	foi	refundada	no	alto	do	Morro	do	Castelo	(completamente	arrasado
em	1922),	no	atual	Centro	da	cidade.	O	novo	povoado	marca,	de	fato,	o	começo
da	expansão	da	cidade	fundada	pelos	portugueses.
	
Durante	quase	todo	o	século	XVII,	a	cidade	teve	um	desenvolvimento
urbano	lento.	Uma	rede	de	pequenas	ruelas	conectava	entre	si	as	igrejas,	ligando-
as	ao	Paço	e	ao	Mercado	do	Peixe,	à	beira	do	cais.	A	partir	delas,	nasciam	as
principais	ruas	do	atual	centro.	Porém,	com	a	invasão	holandesa	no	Nordeste
brasileiro,	a	produção	de	açúcar	é	aumentada	a	partir	dos	vários	engenhos	que	se
espalham	pela	cidade.	Com	cerca	de	30	mil	habitantes	na	segunda	metade	do
século	XVII,	o	Rio	de	Janeiro	tornara-se	a	cidade	mais	populosa	do	Brasil,
passando	a	ter	importância	fundamental	para	o	domínio	colonial.
	
Essa	importância	tornou-se	ainda	maior	com	a	exploração	de	jazidas	de
ouro	em	Minas	Gerais	no	século	XVIII:	a	proximidade	levou	à	consolidação	da
cidade	como	proeminente	centro	portuário	e	econômico.	Em	1763,	o	ministro
português	Marquês	de	Pombal	transferiu	a	sede	da	colônia	de	Salvador	para	o
Rio	de	Janeiro.
	
O	Rio	de	Janeiro	foi	a	capital	do	Brasil	de	1763	a	1960,	quando	o
governo	foi	transferido	para	Brasília.	Atualmente	é	a	segunda	mais	populosa
cidade	do	país,	depois	de	São	Paulo.	Entre	1808	e	1815,	foi	a	capital	do	"Reino
Unido	de	Portugal	e	dos	Algarves",	como	era	oficialmente	designado	Portugal	na
época.	Entre	1815	e	abril	de	1821,	sediou	o	Reino	Unido	de	Portugal,	Brasil	e
Algarves,	após	elevação	do	Brasil	a	parte	integrante	do	Reino	Unido.
	
Nos	séculos	XVIII	e	XIX,	muitas	casas	e	fazendas	tinham	nascentes	e
poços	em	seus	terrenos.	Também	havia	chafarizes,	fontes	e	bicas,	nas	quais	os
moradores	buscavam	água	e	a	carregavam	em	potes,	barris	ou	baldes.	Outra
forma	de	se	conseguir	água	era	comprá-la	dos	"aguadeiros",	escravos	que
percorriam	as	ruas	em	carroças	vendendo	água	de	casa	em	casa.	Segundo	relatos
do	professor	alemão	Hermann	Burmeister	em	seu	livro	"Viagem	ao	Brasil",
publicado	em	1853:
	
Cquote1.svg	O	aqueduto	da	Carioca	termina	no	morro	de	Santo	Antônio,
no	chafariz	da	Carioca,	ao	lado	de	um	logradouro	que	tem	o	mesmo	nome,
oferecendo,	pelas	suas	bicas	metálicas,	o	líquido	aos	pretos	carregadores	d'água
que	constantemente	o	ocupam.	Cquote2.svg
Capítulo	2:	Período	Imperial
	
Planta	da	cidade	do	Rio	de	Janeiro	em	1867
Após	a	Independência	do	Brasil	em	1822,	a	cidade	continuou	como
capital	do	país,	enquanto	a	província	do	Rio	de	Janeiro	enriqueceu	com	a
agricultura	canavieira	da	região	de	Campos	e,	principalmente,	com	o	novo
cultivo	do	café	no	Vale	do	Paraíba.	De	modo	a	separar	a	província	da	capital	do
Império,	a	cidade	foi	convertida,	no	ano	de	1834,	em	Município	Neutro,
passando	a	Província	do	Rio	de	Janeiro	a	ter	Niterói	como	capital.
	
Na	segunda	metade	do	século	19,	a	cidade	crescia	em	ritmo	acelerado,
com	as	edificações	utilizando	madeira	amplamente.	Com	incêndios	causando
transtornos	na	cidade,	foi	criado,	em	1855,	o	Corpo	de	Bombeiros.
	
Como	centro	político	do	país,	a	cidade	concentrava	a	vida	político-
partidária	do	Império.	Foi	palco	dos	Movimentos	Abolicionista	e	Republicano.
Capítulo	3:	Período	republicano
	
Com	a	Proclamação	da	República	Brasileira	em	1889,	a	cidade	passou	a
enfrentar	graves	problemas	sociais	advindos	do	crescimento	rápido	e
desordenado.	Com	o	fim	do	trabalho	escravo	em	1888,	a	cidade	passou	a	receber
grandes	contingentes	de	imigrantes	europeus	e	de	ex	escravos,	atraídos	pelas
oportunidades	que	ali	se	abriam	ao	trabalho	assalariado.	Entre	1872	e	1890,	sua
população	duplicou,	passando	de	274	mil	para	522	mil	habitantes.
	
O	aumento	da	pobreza	agravou	a	crise	habitacional,	traço	constante	na
vida	urbana	da	cidade	desde	meados	do	século	XIX.	O	epicentro	dessa	crise	era
ainda,	e	cada	vez	mais,	o	miolo	central	–	a	Cidade	Velha	e	suas	adjacências	–,
onde	se	multiplicavam	as	habitações	coletivas	e	eclodiam	as	violentas	epidemias
de	febre	amarela,	varíola	e	cólera-morbo,	que	conferiam,	à	cidade,	fama
internacional	como	"porto	sujo".
	
Muitas	campanhas	de	erradicação	perpetradas	pelos	governos	da	época
não	foram	bem	recebidas	pela	população	carioca.	Houve	várias	revoltas
populares,	entre	elas,	a	Revolta	da	Vacina,	de	1904,	que	também	teve	como
causa	a	tomada	de	medidas	impopulares,	comoas	reformas	urbanas	do	Centro,
executadas	pelo	engenheiro	Pereira	Passos.	Nessas	reformas,	foram	demolidos
vários	cortiços,	e	a	população	pobre	da	Região	Central,	deslocada	para	as
encostas	de	morros,	na	Zona	Portuária	e	no	Caju,	sobretudo	os	Morros	da	Saúde
e	da	Providência.	Tais	povoamentos	cresceram	de	maneira	muito	desordenada,
dando	início	ao	processo	de	favelização	(ainda	não	muito	preocupante	na	época)
–	o	que	não	impediu	a	adoção	de	várias	outras	reformas	urbanas	e	sanitárias	que
modificaram	a	imagem	da	então	capital	da	República.
	
Traçado	urbanístico	do	Município	do	Rio	de	Janeiro	na
década	de	80.
Em	27	de	outubro	de	1912,	foi	inaugurado	o	primeiro	trecho	do	caminho
aéreo	do	Pão	de	Açúcar,	entre	a	Praia	Vermelha	e	o	Morro	da	Urca.	O	chamado
"bondinho	do	Pão	de	Açúcar"	se	tornaria	um	dos	grandes	símbolos	da	cidade.
Em	12	de	agosto	de	1931,	foi	inaugurada	a	estátua	do	Cristo	Redentor,	que
também	se	tornaria	um	dos	grandes	símbolos	da	cidade.	Em	1950,	foi
inaugurado	o	estádio	Jornalista	Mário	Filho	para	abrigar	a	final	da	Copa	do
Mundo	FIFA	de	1950.	Após	a	transferência	da	Capital	Federal	para	Brasília	em
1960,	a	cidade	do	Rio	de	Janeiro	foi	transformada	em	um	estado	brasileiro	com
o	nome	de	Estado	da	Guanabara.
	
Em	1968,	no	chamado	Caso	Para-Sar,	foi	frustrado	um	plano	terrorista
da	extrema-direita	que	pretendia	explodir	vários	locais	da	cidade,	incluindo	o
Gasômetro	de	São	Cristóvão.	No	mesmo	ano,	em	26	de	junho,	ocorreu,	na
cidade,	a	Passeata	dos	Cem	Mil,	marcha	popular	em	protesto	contra	a	ditadura
militar	vigente	no	país	desde	1964.	Em	15	de	março	de	1975,	ocorreu	a	fusão	do
estado	da	Guanabara	com	o	antigo	estado	do	Rio	de	Janeiro,	formando	o	atual
estado	do	Rio	de	Janeiro.	Em	23	de	julho,	foi	promulgada	a	Constituição	do
Estado	do	Rio	de	Janeiro.
	
Em	30	de	abril	de	1981,	ocorreu	o	chamado	Atentado	do	Riocentro,	um
atentado	no	pavilhão	de	exposições	Riocentro.	O	atentado,	perpetrado	por
agentes	da	ditadura	militar,	deveria	ser	atribuído	a	setores	da	esquerda,	porém	o
artefato	disparou	acidentalmente	antes	do	tempo,	matando	os	agentes.	Em	1984,
foi	inaugurada	a	Passarela	Professor	Darcy	Ribeiro,	visando	a	abrigar	o	desfile
das	escolas	de	samba	do	Rio	de	Janeiro.
	
Em	1992,	a	cidade	sediou	a	Conferência	das	Nações	Unidas	sobre	Meio
Ambiente	e	Desenvolvimento	(CNUCED),	mais	conhecida	como	Rio-92	ou
ECO-92	–	a	primeira	reunião	internacional	de	peso	a	se	realizar	após	o	fim	da
Guerra	Fria,	com	a	presença	de	delegações	de	175	países.	A	cidade	foi	sede	dos
Jogos	Pan-Americanos	de	2007,	ocasião	na	qual	realizou	investimentos	em
estruturas	esportivas	(incluindo	a	construção	do	Estádio	Olímpico	João
Havelange)	e	nas	áreas	de	transportes,	segurança	pública	e	infraestrutura	urbana.
Capítulo	4:	História	do	Rio	de	Janeiro	na	íntegra
Ocupação	indígena
	
O	continente	americano	já	era	habitado	desde	pelo	menos	10000	a.C.	por
povos	provenientes	de	outros	continentes.	Por	volta	do	ano	1000,	o	litoral	do
estado,	com	exceção	da	região	da	foz	do	Rio	Paraíba	do	Sul	(que	continuou
dominada	pelos	goitacás),	foi	invadido	por	povos	tupis	provenientes	da
Amazônia.
	
As	capitanias	e	a	França	Antártica
Esquema	da	batalha	entre	franceses	e	portugueses,	na	baía	de
Guanabara,	em	15	de	março	de	1560,	que	culminou	com	a	destruição	do	Forte
Coligny
À	época	do	estabelecimento	do	sistema	de	Capitanias	Hereditárias	no
Brasil,	o	território	do	atual	estado	do	Rio	de	Janeiro	encontrava-se	compreendido
em	trechos	da	Capitania	de	São	Tomé	e	da	de	São	Vicente.
	
Não	tendo	sido	colonizado	pelos	portugueses,	em	virtude	da	hostilidade
dos	indígenas	tupinambás	(tamoios)	e	goitacás	estabelecidos	neste	litoral,	entre
1555	e	1567,	a	baía	de	Guanabara	foi	ocupada	por	um	grupo	de	colonos
franceses,	inicialmente	sob	o	comando	de	Nicolas	Durand	de	Villegagnon,	que
aqui	pretendiam	instalar	uma	colônia	de	povoamento,	a	"França	Antártica".
	
Visando	a	evitar	esta	ocupação	e	a	assegurar	a	posse	do	território	para	a
Coroa	de	Portugal,	em	1º	de	março	de	1565,	foi	fundada	a	cidade	do	Rio	de
Janeiro,	por	Estácio	de	Sá,	vindo	a	constituir-se,	por	conquista,	na	Capitania
Real	do	Rio	de	Janeiro.
	
O	século	XVIII
	
A	prosperidade	da	Capitania	foi	definitivamente	assegurada	quando	o
porto	da	cidade	do	Rio	de	Janeiro	começou	a	exportar	o	ouro	e	os	diamantes
extraídos	de	Minas	Gerais,	no	século	XVIII,	de	tal	forma	que,	a	partir	de	1763,	a
cidade	do	Rio	de	Janeiro	tornou-se	a	sede	do	Vice-reino	do	Brasil	e	a	capital	da
colônia.
	
A	família	real
	
Com	a	mudança	da	Família	Real	Portuguesa	para	o	Brasil,	em	1808,	no
contexto	da	Guerra	Peninsular,	a	cidade	do	Rio	de	Janeiro	foi	muito	beneficiada
com	várias	reformas	urbanas	para	abrigar	a	Corte	portuguesa.	Dentro	das
mudanças	promovidas	destacam-se:	a	transferência	de	órgãos	de	administração
pública	e	justiça,	a	construção	de	novas	igrejas,	hospitais,	quartéis,	a	fundação
do	primeiro	banco	do	país,	o	Banco	do	Brasil,	a	criação	da	Imprensa	Régia,	com
o	primeiro	jornal	oficial	do	País,	a	Gazeta	do	Rio	de	Janeiro	e	da	Intendência
Geral	de	Polícia	da	Corte	e	do	Estado	do	Brasil.	Nos	anos	seguintes	também
surgiram	o	Jardim	Botânico,	cursos	de	Medicina	e	Cirurgia	em	Salvador	(hoje
Faculdade	de	Medicina	da	Universidade	Federal	da	Bahia)	e	no	Rio	de	Janeiro
(hoje	Faculdade	de	Medicina	da	Universidade	Federal	do	Rio	de	Janeiro),	a
Biblioteca	Real	(hoje	Biblioteca	Nacional)	e	a	Academia	Real	Militar,
antecessora	da	atual	Academia	Militar	das	Agulhas	Negras.
	
Assim,	ocorreu	um	processo	de	revolução	sociocultural,	influenciada
não	somente	pelas	informações	e	pessoas	trazidas	através	da	chegada	da	Família
Real,	mas	também	pela	presença	de	artistas	europeus	que	foram	contratados	para
registrar	a	sociedade	e	natureza	brasileira.	Nessa	mesma	época,	nasceu	a	Escola
Real	de	Ciências,	Artes	e	Ofícios	(a	atual	Escola	de	Belas	Artes	da	Universidade
Federal	do	Rio	de	Janeiro).
A	província	do	Rio	de	Janeiro
	
Niterói
Após	a	transferência	da	Corte	portuguesa	para	a	cidade	do	Rio	de
Janeiro,	a	autonomia,	que	a	província	tanto	aspirava,	não	foi	alcançada	da
mesma	forma	que	as	demais,	já	que	ao	ministro	do	Reino,	cargo	que	foi
praticamente	um	substituto	para	o	de	Vice-Rei	com	relação	ao	Rio	de	Janeiro,
era	confiada	a	sua	administração.
Aliado	a	isto,	estava	o	fato	de	que	a	cidade	do	Rio	era	a	capital	do
Império,	o	que	fazia	com	que	o	ministro	administrasse	a	província	inteira	por
meio	de	"avisos",	os	quais	dirigia	às	Câmaras	Municipais	de	cidades	que,
naquela	época,	cresciam	a	passos	largos	devido	à	ampliação	e	fortalecimento	da
lavoura	cafeeira,	que	já	sobrepujava	à	força	da	lavoura	canavieira	na	região
Norte	Fluminense.
Essas	diferenças	com	relação	às	demais	unidades	administrativas	do
Brasil	fez	com	que	no	ano	de	1834	o	município	do	Rio	de	Janeiro	fosse
transformado	em	Município	Neutro,	permanecendo	como	capital	do	império,
enquanto	a	província	passou	a	ter	a	mesma	organização	político-administrativa
das	demais,	com	um	presidente	escolhido	pelo	imperador	e	uma	Assembleia
Legislativa,	tendo	sua	capital	na	Vila	Real	da	Praia	Grande,	que	no	ano	seguinte
passou	a	se	chamar	Niterói.
Já	a	cidade	do	Rio	de	Janeiro	passou	a	ter	uma	Câmara	Municipal,	que
cuidaria	da	vida	daquela	cidade	sem	interferência	do	presidente	de	província	e,
em	1889,	após	a	implantação	da	República	no	Brasil,	a	cidade	continuou	como
capital	nacional,	sendo	o	Município	Neutro	transformado	em	Distrito	Federal.
Com	a	mudança	da	capital	do	país	para	Brasília,	o	antigo	Distrito	Federal
tornou-se	o	estado	da	Guanabara.
A	despeito	da	grande	rotatividade	ocorrida	no	poder	da	província
fluminense	logo	após	a	criação	do	Município	Neutro	(que	lhe	deu	85
governantes	até	o	fim	do	Império),	a	expansão	da	lavoura	cafeeira	trouxe
prosperidade	nunca	antes	alcançada	nesta	região.
Tanto	com	o	surgimento	de	novos	centros	urbanos	pela	província,	quanto
pelo	esplendor	exibido	nas	fazendas	dos	"barões	do	café"	via-se	a	prosperidade
trazida	pelo	"Ouro	Verde",	que	também	trouxe	desenvolvimento	da	educação,
notado	pela	construção	de	váriasescolas	por	todas	as	cidades.
Com	isso	convivia,	porém,	o	trabalho	escravo,	base	de	sustentação	da
sociedade	cafeeira	fluminense	e	que	crescia	sem	parar	à	medida	que	as	lavouras
se	ampliavam	pelo	Vale	do	Paraíba.	Nesse	período,	a	província	se	tornou	a	mais
rica	e	poderosa	no	país	e	sua	principal	exportadora.
Essa	situação	perdurou	até	por	volta	de	1888.	Com	a	abolição	da
escravatura,	a	aristocracia	fluminense	se	empobreceu,	já	que	não	tinha	mais	sua
mão	de	obra	e	ainda	viu	a	exaustão	do	solo	e	a	redução	das	safras	colhidas	ano
após	ano.
	
O	estado	do	Rio	de	Janeiro
	
Cidade	do	Rio	de	Janeiro	em	1895
A	decadência	foi	a	tônica	na	província	nos	últimos	dias	do	regime
imperial.	Na	luta	pela	República,	vários	foram	os	fluminenses	que	se
distinguiram,	cabendo	citar	Antônio	da	Silva	Jardim,	Lopes	Trovão,	Francisco
Rangel	Pestana,	entre	outros.	Também	forte	foi	a	presença	na	campanha
abolicionista.
Com	a	proclamação	da	República,	logo	ocorreram	problemas	políticos
que	foram,	com	o	tempo,	lhe	retirando	a	grandeza	e	o	destaque	conseguidos
durante	o	Império.
Após	a	aprovação	da	nova	constituição	estadual,	em	9	de	abril	de	1892,	a
capital	foi	transferida	para	a	cidade	de	Petrópolis,	devido	às	agitações	que
ocorreram	durante	o	governo	do	Marechal	Floriano	Peixoto	nas	cidades	do	Rio	e
de	Niterói,	e	também	à	Revolta	da	Armada,	ocorrida	naquela	época.
Após	diversos	anos	em	que	lutas	políticas	fizeram	o	Estado	perder	o
rumo	administrativo,	fato	comprovado	pela	dualidade	de	Assembleias
Legislativas	por	três	períodos,	estas	fazem	aumentar	ainda	mais	a	crise
econômica	fluminense,	que	se	arrasta	de	tal	maneira	a	transformar,
gradualmente,	suas	plantações	de	café	em	pastagens	para	a	pecuária	e	a	fazer
com	que	o	mesmo	não	acompanhe	o	desenvolvimento	industrial	experimentado
por	São	Paulo.
Capítulo	5:	A	revolução	de	1930	e	o	Estado
Novo
	
Com	a	chegada	de	Getúlio	Vargas	ao	poder,	vários	interventores	foram
nomeados,	o	que	não	alterou	o	quadro	socioeconômico	fluminense	até	que,	em
1937,	foi	nomeado	Ernani	do	Amaral	Peixoto,	genro	de	Vargas	(este	casou-se
com	Alzira	Vargas	em	1939)	e	que	pôde	realizar	muito	pelo	Estado,	dando
incentivo	ao	seu	desenvolvimento	industrial,	com	a	construção,	da	Companhia
Siderúrgica	Nacional	(CSN)	em	Volta	Redonda,	no	Vale	do	Paraíba	fluminense	e
da	Fábrica	Nacional	de	Motores	(FNM),	em	Duque	de	Caxias,	na	Baixada
Fluminense,	bem	como	a	expansão	da	malha	rodoviária	estadual.
	
Amaral	Peixoto	ainda	mobilizou	a	população	fluminense	no	esforço	de
guerra,	que	resultou	na	aquisição,	com	os	recursos	arrecadados,	de	um	novo
navio	para	a	Marinha	de	Guerra	brasileira.
Data	desse	período,	também,	a	formação	de	várias	instituições	de	ensino
superior	e	centros	de	estudo	sobre	a	cultura	e	história	fluminenses,	que
procuravam	resgatar	a	memória	e	construir	uma	identidade	para	a	população	do
Estado,	esvaziado	econômica	e	politicamente	desde	o	fim	do	Segundo	Império.
Capítulo	6:	A	redemocratização	e	o	Golpe	de
1964
	
Com	a	queda	de	Vargas,	Amaral	Peixoto	foi	afastado	do	comando	do
Estado	e	cinco	interventores	sucederam-se	no	governo	fluminense	até	a	eleição,
em	1947	de	Edmundo	de	Macedo	Soares	e	Silva,	construtor	da	usina	de	Volta
Redonda,	que	reorganizou	a	administração	e	as	finanças	estaduais,	bem	como
continuou	o	incentivo	à	industrialização	e	à	produção	agropecuária.
Foi	sucedido,	entretanto,	por	Amaral	Peixoto,	que	dá	nova	força	à
expansão	industrial	e	rodoviária,	datando	desse	período	a	criação	da	Companhia
Nacional	de	Álcalis.
Até	o	ano	de	1964,	os	governos	estaduais	procuram	dinamizar	a
economia	fluminense,	reformando	a	estrutura	do	estado,	organizando	sua
educação	superior	(cria-se	em	1960	a	"Universidade	Federal	do	Estado	do	Rio	de
Janeiro",	posteriormente	Universidade	Federal	Fluminense),	melhorando	a
infraestrutura	elétrica	(é	desse	período	a	criação	das	Centrais	Elétricas
Fluminenses,	posteriormente	Companhia	de	Eletricidade	do	Estado	do	Rio	de
Janeiro)	e	dando	nova	feição	à	cidade	de	Niterói.
Após	o	Golpe	de	Estado	no	Brasil	em	1964,	o	governador	Badger	da
Silveira,	recém-eleito	em	1963,	foi	afastado	do	cargo,	sendo	substituído	pelo
general	Paulo	Torres,	que	tratou	de	criar	a	Companhia	de	Desenvolvimento	do
Estado	do	Rio	de	Janeiro.
Seguiram-se	a	ele	Jeremias	Fontes	e	Raimundo	Padilha,	que	seria	o
último	governador	do	estado	do	Rio	de	Janeiro	antes	da	fusão	com	o	da
Guanabara,	datando	do	seu	governo	a	conclusão	da	Ponte	Presidente	Costa	e
Silva	e	o	início	da	construção	do	Central	Nuclear	Almirante	Álvaro	Alberto.
Capítulo	7:	O	novo	estado	do	Rio
	
Morro	do	Pão	de	Açúcar
Após	a	edição	da	Lei	Complementar	nº20	em	1974,	assinada	pelo
presidente	Ernesto	Geisel,	fundiram-se	os	estados	da	Guanabara	e	do	Rio	de
Janeiro	em	15	de	março	de	1975.	A	capital	do	novo	estado	(que	manteve	o	nome
de	Rio	de	Janeiro)	passou	a	ser	a	cidade	do	Rio	de	Janeiro,	voltando-se	a
situação	político-territorial	anterior	a	1834,	ano	da	criação	do	Município	Neutro.
Foram	mantidos	ainda	os	símbolos	do	estado	do	Rio	de	Janeiro,	enquanto	os
símbolos	do	antigo	estado	da	Guanabara	passaram	a	ser	os	símbolos	do
município	do	Rio	de	Janeiro.
Alguns	alegam	que	a	motivação	por	trás	do	presidente	Geisel	para	a
fusão	foi	neutralizar	a	força	oposicionista	do	Movimento	Democrático	Brasileiro
no	estado	da	Guanabara.	O	estado	do	Rio	de	Janeiro,	tradicionalmente	foi
considerado	um	polo	de	conservadorismo,	vide	governos	sucessivos	do	Partido
Social	Democrático	e	posteriormente	da	Aliança	Renovadora	Nacional,	apesar
da	grande	força	do	Partido	Trabalhista	Brasileiro	(que	elegeu	os	dois	últimos
governadores	antes	de	1964),	e	depois	do	Movimento	Democrático	Brasileiro
nessa	região,	o	que	levou	à	errônea	conclusão	que	esta	viria	a	neutralizar	a
oposição	emedebista	guanabarina,	evitando	maiores	problemas	para	o	governo
militar,	que	acaba	por	indicar	como	primeiro	governador	do	"novo"	estado	o
almirante	Floriano	Peixoto	Faria	Lima.
Apesar	de	Faria	Lima	assumir	o	estado	com	promessas	do	governo
federal	de	maciços	investimentos,	a	fim	de	compensar	os	problemas	que
poderiam	advir	da	fusão,	esses	não	se	concretizaram	plenamente,	mesmo	com	a
implantação	das	usinas	nucleares	em	Angra	dos	Reis	e	a	expansão	da
Companhia	Siderúrgica	Nacional,	o	que	acarretou	problemas	que	viriam	a	ser
sentidos,	principalmente	nas	áreas	de	habitação,	educação,	saúde	e	segurança
partir	da	década	de	1980.
Com	a	abertura	política	e	a	volta	das	eleições	diretas	para	governador,	os
fluminenses	elegem	no	ano	de	1982	Leonel	de	Moura	Brizola	(Partido
Democrático	Trabalhista),	exilado	político	desde	1964	que	voltava	ao	Brasil	com
a	bandeira	do	trabalhismo	varguista,	o	que	conquistou	o	eleitorado	insatisfeito
com	o	segundo	governo	de	Chagas	Freitas.
Brizola	angaria	nesse	primeiro	mandato	a	antipatia	do	eleitorado
conservador	devido	às	suas	políticas	de	amparo	às	comunidades	carentes,
encaradas	como	de	cunho	populista.	No	seu	primeiro	governo,	Brizola	constrói	o
Sambódromo	e	dá	início	aos	Centros	Integrados	de	Educação	Pública	(CIEPs),
escolas	projetadas	por	Oscar	Niemeyer	e	idealizadas	pelo	professor	Darci
Ribeiro	para	funcionarem	em	tempo	integral.	A	crescente	crise	na	área	da
segurança	pública	e	os	desgastantes	atritos	com	as	Organizações	Globo
acabaram	por	impedir	que	ele	fizesse	seu	sucessor.
Nas	eleições	de	1986,	Moreira	Franco	foi	eleito	governador	pelo	Partido
do	Movimento	Democrático	Brasileiro	numa	ampla	aliança	antibrizolista,	que	ia
do	Partido	da	Frente	Liberal	ao	Partido	Comunista	do	Brasil.	Moreira	teve	a
ajuda	do	Plano	Cruzado,	plano	econômico	lançado	no	governo	do	presidente
José	Sarney	que	visava	o	controle	da	inflação	e	que	malogrou	ante	a	acusação,
por	parte	da	oposição,	de	ter	sido	eleitoreiro.	A	decepção	com	o	governo	Moreira
Franco,	que	não	cumpriu	a	promessa	de	acabar	com	a	violência	em	seis	meses,
levou	o	eleitorado	fluminense	a	eleger	Leonel	Brizola	novamente,	em	1990.
Em	seu	segundo	mandato,	Brizola	concluiu	os	Centros	Integrados	de
Educação	Pública,	construiu	a	Via	Expressa	Presidente	João	Goulart,	a
UniversidadeEstadual	do	Norte	Fluminense,	ampliou	o	sistema	de
abastecimento	hídrico	do	Rio	Guandu	e	deu	início	ao	Programa	de	Despoluição
da	Baía	de	Guanabara.	Porém	os	problemas	crônicos	na	área	de	segurança,	bem
como	nas	contas	públicas	estaduais,	fizeram	o	estado	sofrer	uma	"intervenção
branca"	do	governo	federal	no	ano	de	1992,	durante	a	Conferência	das	Nações
Unidas	sobre	o	Meio	Ambiente	e	o	Desenvolvimento	e,	também,	no	ano	de
1994.	A	utilização	de	tropas	das	Forças	Armadas	no	patrulhamento	das	ruas	da
capital	foi	amplamente	apoiada	pela	população.
	
Em	meio	a	esses	problemas,	Brizola	renunciou	ao	mandato	a	fim	de
concorrer	às	eleições	presidenciais.	O	governo	estadual	foi	assumido	pelo	seu
vice,	Nilo	Batista,	que,	após	8	meses,	passou	o	comando	para	Marcello	Alencar,
eleito	pelo	Partido	da	Social	Democracia	Brasileira	em	1994	graças	ao	bom
desempenho	de	sua	passagem	pela	prefeitura	da	cidade	do	Rio	e	ao	sucesso	do
Plano	Real.	Marcello	retomou	as	obras	do	metrô,	paralisadas	desde	a	gestão
Moreira	Franco,	construiu	a	Via	Light	e	implementou	uma	política	de	segurança
pública	mais	voltada	ao	confronto	armado,	o	que	acabou	por	gerar	antipatia	da
população	de	baixa	renda,	mais	exposta	aos	enfrentamentos	entre	a	polícia	e
bandidos.
Na	eleição	seguinte,	Anthony	Garotinho,	apadrinhado	à	época	por
Brizola	e	que,	anteriormente,	havia	perdido	a	eleição	para	Alencar,	foi	eleito
governador	pelo	Partido	Democrático	Trabalhista,	apoiado	por	uma	aliança	de
esquerda	que	incluiu,	como	vice	na	chapa,	a	então	senadora	Benedita	da	Silva,
do	Partido	dos	Trabalhadores,	que	o	substituiu	em	2002,	quando	ele	também
renunciou,	como	Brizola,	visando	à	corrida	presidencial.	Benedita	assumiu	em
meio	a	problemas	de	ordem	política	-	Garotinho	rompeu	a	aliança	com	o	Partido
dos	Trabalhadores,	sob	acusações	de	fisiologismo	-	e	fiscal	que	acabaram	por
impedi-la	de	se	reeleger,	sendo	derrotada	por	Rosinha	Garotinho,	esposa	de
Anthony	Garotinho,	que	procurou,	após	eleita,	manter	o	estilo	por	vezes
controvertido	de	governar	de	seu	marido,	enfrentando	ainda	duras	críticas	com
relação	à	situação	da	segurança	pública.
Nas	eleições	de	2006,	o	eleitorado	fluminense	elegeu	Sérgio	Cabral
Filho	como	o	novo	governador.	A	vitória	ocorreu	no	segundo	turno,	após	vencer
a	ex-juíza	Denise	Frossard,	apoiada	por	Cesar	Maia.	Apesar	de	pertencer	ao
mesmo	partido	de	Garotinho	e	Rosinha	(Partido	do	Movimento	Democrático
Brasileiro),	Cabral	vem	dissociando,	desde	a	campanha,	sua	imagem	da	do	casal.
A	aproximação	com	o	presidente	Lula,	a	nomeação	de	Benedita	da	Silva	e
Joaquim	Levy	para	o	seu	secretariado	e	a	extinção	de	projetos	como	o	Cheque-
Cidadão	e	Jovens	pela	Paz	(considerados	como	marcas	registradas	do	período
Garotinho/Rosinha)	foram	atitudes	tomadas	por	Cabral	que	sinalizam	este
distanciamento,	mas	que	permitiram,	ao	mesmo,	alcançar	a	reeleição	no	ano	de
2010.
	
Façamos	agora	uma	reflexão	sobre	o	Rio	de	Janeiro
	
Rio	de	Janeiro	foi	capital	da	colônia	portuguesa	em	1763
	
A	mais	fascinante	cidade	do	Brasil	é,	de	longe,	a	que	mais	concentra	a
história	do	país.	O	Rio	de	Janeiro	tornou-se	capital	da	colônia	portuguesa	em
1763.	Em	1808,	virou	a	sede	de	todo	o	império	português,	com	a	atropelada	fuga
da	monarquia	de	Lisboa	para	o	trópico.	O	Rio	passou	a	ser	a	capital	de	um
império	que	incluía	Angola	e	Moçambique,	na	África;	Goa,	na	Índia;	Timor,
Sudeste	Asiático;	e	Macau,	China.
	
Só	em	1960,	com	a	fundação	de	Brasília,	e	com	a	paralela	ascensão
econômica	e	demográfica	de	São	Paulo,	que	a	Mui	Leal	e	Heróica	Cidade	de	São
Sebastião	do	Rio	de	Janeiro	-	título	a	ela	concedido	pelo	imperador	Pedro	1º	-
começou	a	perder	prestígio	e	poder.	Mas	o	charme	permaneceu.	Pois	de	1763	a
1960	foram	construídos	ali	os	mais	importantes	palácios,	igrejas,	museus,
bibliotecas,	fortalezas,	aquedutos	e	estádios	brasileiros.
Foi	só	por	acaso	que	o	mesmo	dom	Pedro	proclamou	a	independência
em	um	riacho,	Ipiranga,	perto	da	sonolenta	cidade	de	São	Paulo.	Pois	quase	tudo
o	que	contou	na	história	do	país	aconteceu	no	Rio.
No	Rio	se	lutou	ferozmente	com	os	franceses	para	decidir	quem	seria
dono	da	colônia,	ainda	no	século	16.	Ali	chegavam	os	escravos	da	África,	o	ouro
das	ricas	"minas	gerais".	Ali	Tiradentes	foi	enforcado.	Ali	passaram	dona	Maria
1ª,	dita	"a	louca"	e	seu	filho	regente	(depois	rei)	dom	João	6º,	além	do	filho	e	do
neto	deste,	os	dois	imperadores	Pedro	de	Orleans	e	Bragança,	1º	e	2º.
Como	se	não	bastasse,	o	Rio	também	conquistou	a	principal	história	da
república,	naturalmente	proclamada	ali	mesmo.	Ali	se	revoltou	a	armada,	em
1893.	E	ali	viveu	e	se	matou	o	gaúcho	Getúlio	Vargas.	Um	atentado	contra	um
opositor,	Carlos	Lacerda,	em	uma	rua	de	Copacabana,	a	Tonelero,	criou	a	crise
que	resultaria	no	suicídio	do	mais	importante	governante	do	país	no	século	20.
E	o	Palácio	do	Itamaraty,	então?	Antiga	residência	do	conde	com	esse
nome,	projetado	na	metade	do	século	19,	tornou-se	a	sede	do	Ministério	das
Relações	Exteriores,	para	sempre	vinculada	ao	seu	mais	importante	titular,	o
barão	do	Rio	Branco.	Ainda	estão	ali	a	biblioteca	e	a	mapoteca	usadas	pelo
barão	para	consertar	as	fronteiras	do	país.
Andar	pelo	Rio	é	respirar	a	história	do	país	-	se	você	souber	onde	enfiar
o	nariz.	"O	que,	porém,	muito	mais	surpreende	é	que	os	próprios	cariocas	não
estejam	ao	fato	da	história	e	das	crônicas	da	capital,	de	que	tanto	se	ufanam",	foi
o	que	disse	o	escritor	fluminense,	nascido	do	outro	lado	da	baía,	Joaquim
Manuel	de	Macedo	(autor	do	famoso	romance	"A	Moreninha"),	em	uma	série	de
artigos	publicados	no	"Jornal	do	Commercio".	Depois	editados	em	um	livro
clássico,	"Um	Passeio	Pela	Cidade	do	Rio	de	Janeiro",	de	1862-1863,	os	artigos
são	leitura	obrigatória	para	quem	quiser	flanar	pela	"nossa	boa	Sebastianópolis"
da	época	de	nossa	monarquia.
Macedo	começa	falando	do	Paço	Imperial,	o	casarão	quase	à	beira-mar
(hoje	mais	afastado	da	água)	que	era	a	sede	do	governo	da	colônia	e,	depois,
tornou-se	palácio	para	dom	João	6º,	seu	filho	e	seu	neto	(que,	no	entanto,
preferiam	residir	na	mais	espaçosa	Quinta	da	Boa	Vista).
Ali	funcionaram	também	o	Tribunal	da	Relação	(a	principal	instituição
da	Justiça	da	época)	e	a	Casa	da	Moeda.	A	praça	onde	fica	o	palácio	era
conhecida	como	Terreiro	do	Paço,	e	Macedo	comenta	que	os	nomes	mudavam
constantemente.	Ele	nem	poderia	imaginar	que	a	praça	onde	funcionou	a	sede	do
Império	-	cuja	constituição	ele	tanto	admirava	-	mudaria	mais	uma	vez	de	nome,
mais	tarde,	desta	vez	homenageando	a	República:	praça	15	de	Novembro.
A	praça	15,	centro	da	cidade,	é	o	coração	do	Rio	antigo,	que	pertence	a
essa	história	recente	de	monarquia.	"Contai	agora	as	janelas	da	face	lateral	do
Paço,	que	olham	para	o	largo.	Contai-as,	começando	da	extrema	que	faz	ângulo
com	a	fachada	principal.	Contaste	até	sete?	Parai	aí",	recorda	o	escritor.
Qual	a	importância	dessa	sétima	janela	para	a	história	do	país?	Foi	nela
que	apareceu	o	presidente	do	Senado	da	Câmara,	José	Clemente	Pereira,	em	9	de
janeiro	de	1822,	para	dar	um	recado	do	príncipe	dom	Pedro:	"Como	é	para	bem
de	todos	e	felicidade	geral	da	nação,	diga	ao	povo	que	fico".
Na	praça	15	também	fica	o	antigo	Convento	do	Carmo,	restaurado	e	que
hoje	abriga	a	Universidade	Candido	Mendes,	e	o	magnífico	Chafariz	do	Mestre
Valentim,	obra	de	1789.
Outro	ponto	marcante	da	praça,	debaixo	do	qual	transitam	milhares	de
cariocas	todos	os	dias,	é	o	Arco	do	Teles,	uma	larga	passagem	para	a	rua	do
Ouvidor	construída	no	começo	do	século	18	pelo	engenheiro	militar	brigadeiro
José	Fernandes	Pinto	Alpoim.
Os	engenheiros	militares	deixaram	sua	marca	não	só	nos	vários	fortes	ao
longo	da	baía	da	Guanabara,	mas	também	em	prédios	civis	e	religiosos.	A	mais
antiga	das	fortalezas	portuguesas	do	Rio	tem	a	mesma	idade	da	cidade.	A
Fortaleza	de	São	João,	situada	no	morro	Cara	de	Cão,	fica	no	local	da	fundação,
em	1565,	da	Vila	de	São	Sebastião	do	Rio	de	Janeiro.
Como	bem	lembrou	Macedo	-	e	ele	escrevia	na	década	de	1860!	-,	"estou
convencido	de	que	se	podia	bem	viajar	meses	inteiros	pela	cidade	do	Rio	de
Janeiro,	achando-se	todos	osdias	alimento	agradável	para	o	espírito	e	o
coração".
Capítulo	8:	Arquitetura	e	Cultura	do	Rio	de
Janeiro
	
Vivos	na	Memória													
	
Nas	Ruas	da	cidade	estão	os	recheios	da	história	contada	há	anos.	Nessa
beleza	de	cenário	estão	os	contos	de	uma	cidade	que	cresceu	para	ser	grande.	O
Rio	de	Janeiro	é	um	daqueles	locais	que	atraem	pessoas	do	Brasil	todo	e	do
mundo,	naturalmente,	mas	dos	brasileiros,	ganha	a	notoriedade	de	ser	uma
espécie	de	capital	nacional	da	cultura	e	da	arte.	São	Paulo	e	Brasília	compõem
essa	metrópole	da	diversão.
A	história	da	prostituição,	ofício	milenar	e	que	acompanha	qualquer
cultura,	começa	a	ser	contada	no	Rio	de	Janeiro	de	forma	mais	precisa	a	partir	da
chegada	de	D.	João	VI,	que	trouxe	junto	com	toda	importância	da	Coroa,	uma
espécie	de	meninas	com	visão	de	futuro.	As	mulheres	dos	Açores	e	da	França
enriqueciam	o	que	já	existia	por	aqui,	apesar	de	discreto.
O	século	XIX	e	sua	falta	de	empregos	numa	cidade	lotada,	abriu	espaço
para	muitas	meninas	caíssem	na	vida.	Quase	10%	da	população	nesse	século
viveu	com	a	falta	de	postos	de	trabalho.	Eram	mais	de	500	mil	cidadãos	cariocas
e	cerca	de	50	mil	desempregados.	Ainda	mais	com	o	advento	da	libertação	de
mulheres	escravas	e	com	a	presença	de	muitas	estrangeiras,	a	prostituição	era
vista	como	uma	excelente	oportunidade.
O	Século	XX	trouxe	os	grandes	bordeis	que	ganhavam	destaque	e	saiam
da	sombra.	A	verdade	é	que	muitas	pessoas	gostavam	daquele	envolvimento.	As
“mulheres	francesas”	como	eram	conhecidas	as	prostitutas	à	época,	faziam	parte
da	sociedade.	É	uma	espécie	de	advento	das	acompanhantes	de	luxo	que	sempre
existiram	de	forma	velada.
O	tema	é	muito	famoso	em	diversos	lugares	e	em	Brasília,	temos	o	local
mais	pleno	quando	o	assunto	é	acompanhante	de	luxo.	Thiago	Couto,	do	Brasil
Lovers,	site	de	acompanhantes	de	Brasília	fala	que	sobre	a	influência	do	Rio	em
todo	o	cenário	“nós	sabemos	que	tudo	começa	pelo	Rio	e	vai	amplificando.	Eu
conheço	a	cidade	e	sei	bem	que	a	história	começa	por	ai”.	Brasília	é	uma	cidade
com	diversas	raízes	e	o	Rio	e	sua	história,	estão	nela!
	
A	breve	história	dos	Gaffrée	e	Guinle	e	a	energia	elétrica
do	Rio	de	Janeiro
	
Centro	do	Rio	de	Janeiro
	
Bonde	entrando	na	Rua	General	Canabarro	em	1912.	História	do
RioQuem	acha	que	Gaffrée	e	Guinle	é	apenas	o	Hospital	Universitário	da
UniRio,	engana-se.	A	História	desses	dois	nomes	e	personagens	é	muito
interessante	e	relevante	para	os	cidadãos	cariocas	e	sua	história	de	construção	da
realidade	de	hoje.	No	início	do	século	XX,	quando	a	energia	elétrica	estava
sendo	apenas	começada	nos	logradouros	do	centro	do	Rio	de	Janeiro	e
adjacências,	além	de	residências	da	cidade,	havia	a	interesses	na	exploração	dos
novos	serviços.
Nas	ruas,	a	exclusividade	para	iluminação	pública	e	quais	quer	outro
serviços	público,	era,	por	decreto	imperial,	de	exclusividade	da	SAG	(Société
Anonyme	du	Gaz).	Após	a	república	ser	instalada	na	Capital,	e	a	nova
constituição	de	1891,	as	concessões	foram	refeitas	e	passaram	a	dominar
sistemas	elétricos	de	ferro	carris	(bondes)	movidos	à	eletricidade	e	iluminação
das	ruas.
	
Gaffrée	e	Guinle	e	a	atuação	no	Porto	de	Santos
	
Candido	Graffrée	e	Eduardo	Palassim	Guinle	eram	dois	homens	voltados
ao	empreendedorismo	e	às	novas	tecnologias	da	época.	Ganharam	concessões
para	explorar	hidroelétricas,	que	começavam	a	despontar	na	cidade	para	a
geração	de	energia.	Eles	já	tinham,	antes	de	chegar	ao	rio,	o	direito	de	ceder
energia	para	a	Companhia	Docas	de	Santos.
História	do	Rio	-	Copacabana	à	noite	década	de	20Ao	chegar	ao	Rio	de
Janeiro,	tiveram	a	dura	concorrência	da	canadense	Light	and	Power.	Em	1909,
eles	criaram	então	a	CBEE	(Companhia	Brasileira	de	Energia	Elétrica)	e
passaram	a	fazer	frente	à	Light	e	outros	grupos	de	capital	estrangeiro.	A	briga
entre	as	empresas	dos	Gaffrée	e	Guinle	foram	parar	na	justiça	e	após	inúmeras
vezes	frente	ao	tribunal,	finalmente,	em	1915,	a	CBEE	encerrou	suas	atividades.
	
Além	da	exploração	da	usinas	para	geração	de	energia,	eles	atuavam	em
outras	frentes	para	a	construção	do	sistema	elétrico	nacional.	Ao	se	associarem	a
Adolf	Aschoff,	um	engenheiro	americano,	fundaram	assim	a	Aschoff	e	Guinle,
que	tinha	objetivo	de	importar	material	elétrico	do	exterior.	Após	a	morte	de
Aschoff	em	1904,	os	Guinle	e	Cia.	Deram	continuidade	ao	trabalho.	Assim
iniciava-se	a	história	da	General	Electric	no	território	nacional	e	na	história	do
Rio	de	Janeiro.
	
Grande	atuação	em	Niterói
	
A	empresa	tinha	maior	atuação	em	Niterói,	onde	faziam	a	iluminação
das	ruas	por	meio	de	3000	lâmpadas	incandescentes.	A	Briga	entre	o	grupo
Brasileiro	e	a	Light	também	permeava	o	transporte	público,	já	que	à	época,	já
começava	a	substituição	dos	ferros	carris	movidos	a	força	animal	e	a	vapor	por
composições	que	rodavam	com	energia	elétrica.
O	Brasil	sempre	teve	imensa	vocação	de	valorizar	o	conteúdo
estrangeiro	em	detrimento	ao	produzido	no	país.	Não	sou	ufanista,	tampouco
penso	que	aqui	tudo	seja	possível.	Mas,	o	engajamento	de	grupos	nacionais	que
visavam	a	melhoria	dos	serviços	urbanos	e	que	contribuíram	fortemente	para
evolução	do	país	poderiam	ser	mais	valorizados,	inclusive	sendo	do
conhecimento	do	público.	Poucos	sabem	das	histórias	dos	Gaffrée	e	Guinle	e	da
história	do	Rio.	Por	ajuda	deles,	hoje,	é	possível	você	estar	lendo	isto	por	meio
de	um	aparelho	elétrico.
Presidente	Vargas	–	Inauguração.	Toda	grande	cidade	precisa	de	uma
grande	avenida,	certo?	No	Rio	de	Janeiro	uma	só	não	bastou,	a	grandiosidade
desta	cidade,	guardava	algo	ainda	mais	retumbante!	Após	a	criação	da	Avenida
Central	de	Pereira	Passos,	posteriormente	Rio	Branco,	foi	idealizada	e	construída
a	Avenida	Presidente	Vargas.	À	época,	foi	considerada	faraônica	pois	derrubou
quadras	inteiras	para	a	passagem	de	suas	largas	pistas,	sumiu	com	ruas,	foi
radical.	Destruiu,	inclusive,	a	original	Praça	Onze	que,	até	então,	sediava	os
novatos	desfiles	das	escolas	de	samba	do	Rio.	A	ideia	era	ligar	a	Avenida	do
Mangue	até	o	Cais	dos	Mineiros,	hoje	Arsenal	de	Marinha,	e	o	projeto	foi
idealizado	e	realizado	durante	o	governo	de	Henrique	de	Toledo	Dodsworth.
	
Demolições,	premissa	da	cidade
	
Para	a	passagem	desta	gigantesca	Avenida,	foram	demolidos	525
prédios,	muitas	ruas	antigas	como	a	Senador	Eusébio,	da	Foto,	simplesmente
deixaram	de	figurar	nos	mapas	da	cidade.	Para	as	pistas	laterais	foram
aproveitadas	as	Ruas	General	Câmara	(lado	ímpar)	e	Rua	de	São	Pedro	(lado
par),	as	pistas	centrais	é	que	foram	as	responsáveis	pela	grande	derrubada	ao
estilo	Pereira	Passos.	Entre	as	mais	de	500	construções	postas	abaixo,	estavam
quatro	igrejas:	São	Pedro	dos	Clérigos,	São	Domingos,	Bom	Jesus	do	Calvário	e
NªSª	da	Conceição.	O	nome	da	Avenida	foi	dado	em	homenagem	ao	então
presidente	da	República,	Getúlio	Vargas.	À	época	o	país	vivia	sobre	o	regime	do
Estado	Novo.
	
Canal	do	Mangue	em	1919Para	se	entender	a	importância	da	Avenida
Presidente	Vargas	é	importante	entender	a	relevância	do	Canal	do	Mangue,
construído	no	século	XIX.	Na	verdade,	desde	o	tempo	de	Dom	João	VI	já	era
pensada	a	construção	de	um	canal	navegável	que	ligasse	o	mar	ao	Rocio
Pequeno,	atual	Praça	Onze	de	Julho.	Finalmente	em	1857,	foi	iniciada	a	obra	do
Canal	do	Mangue	que,	à	época,	era	considerada	a	maior	obra	de	saneamento	do
Rio	de	Janeiro.	A	construção	da	Avenida	Presidente	Vargas	surgiu	com	objetivo
de	ligar	pontos	extremos	do	centro	carioca.
	
Antes	das	Obras	da	Avenida	Presidente	Vargas
	
Durante	as	obras	de	abertura	da	grande	avenida	carioca,	que	passou	a	ter
cerca	de	4	km,	o	carnaval	carioca	utilizou	as	instalações	do	estádio	de	São
Januário,	do	Vasco	da	Gama,	para	realizar	os	desfiles	carnavalescos.	A	Avenida
Presidente	Vargas	foi	finalmente	inaugurada	no	dia	7	de	setembro	de	1944.	Nas
fotos	abaixo	é	possível	entender	o	que	mudou	na	cidade	desde	o	momento	do
início	das	obras	até	a	sua	inauguração.	Também	serão	mostradas	construções	que
foram	demolidas	para	a	passagem	da	Avenida,	como	a	Igreja	São
Pedro.Presidente	Vargas	ante	das	obras
	
História	do	Rio	-	Construçãoda	Nova	Central,	ou	Central
do	Brasil
	
Entre	as	milhares	de	histórias	sobre	a	cidade	do	Rio	de	Janeiro,	algumas
chamam	atenção	como	as	que	datam	do	século	XIX	e	evolvem	o	setor	de
transporte	urbano.	Inaugurada	em	1858,	a	linha	estrada	de	Ferro	Central	do
Brasil	tinha	estação	final	a	“Estação	do	Campo”.	Teve	seu	nome	alterado	para
Estação	da	Corte	e	após	Estação	Dom	Pedro	II.	O	que	impressiona	é	a	beleza	do
antigo	prédio	da	estação,	diria	que	mais	bonito	que	o	atual.
	
A	década	de	30	trás	o	novo	e	atual	prédio
	
História	do	Rio	-	Antiga	Central	do	Brasil.	A	antiga	construção	foi
reformada	no	início	do	século	e	todos	achavam	que	pararia	por	ali,	nada	seria
mudado.	Entretanto	para	haver	a	expansão	do	sistema	ferroviário,	bem	como	a
passagem	da	Avenida	Presidente	Vargas,	que	nas	fotos	pode	ser	entendida	como
o	espaço	onde	as	pessoas	passam,	anos	depois.	A	construção	da,	à	época,	obra
faraônica	datam	do	início	da	década	de	40.	A	antiga	ferrovia,	desativada	em
1971	pela	RFFSA	originou	o	nome	atual	da	estação.
	
Construção	prédio	novo	e	Palácio	D.	de	Caxias
	
Vale	ressaltar	que	a	antiga	estação	fazia	a	ligação	da	cidade	do	Rio	de
Janeiro	com	outras	cidades,	incluindo	Belo	Horizonte	e	São	Paulo.	Datam	da
década	de	30	a	passagem	de	toda	a	malha	ferroviária	de	trens	urbanos	do	Rio
para	sistemas	elétricos.	Apesar	de	ter	sido	lançado	em	1860,	a	rede	de	trens	só
ganhou	eletricidade	em	toda	a	extensão	na	mesma	época	em	que	se	derrubou	o
antigo	prédio.
	
Política	sempre	assolando
	
A	nota	triste	pode	ser	levantada,	como	sempre,	a	questão	política	que
desde	sempre	ditaram	o	ritmo	da	evolução	dos	transportes	urbanos.	São	bitolas
largas,	estreitas,	trens	de	um	modelo	que	não	rodam	em	determinada	linha
existente,	enfim,	são	catástrofes	que	sempre	assolaram	e	assolam	o	sistema	num
todo.	Hoje,	de	trem,	mal	vamos	à	Japeri.
História	do	Rio,	Palácio	Monroe
	
Já	parei	para	tentar	entender	a	cabeça	de	nós	brasileiros	e	brasileiras
acerca	de	nossa	história,	e	não	consegui	chegar	a	um	entendimento.	Eu	mesmo
defendo	com	veemência,	por	exemplo,	a	demolição	do	estranho	elevado	da
Perimetral.	Só	que	movimentos	como	este,	simplesmente	fazem	sumir	da
memória	uma	porção	de	contos	e	momentos	das	nossas	vidas.	Hoje	eu	venho
neste	espaço	que	criei	para	proclamar	a	histórias	do	Rio	que,	nesse	tempo,	venho
descobrindo	em	profusão.	Há	tempos	descobri	que	até	1976	existia	ao	fim	da
Avenida	Rio	Branco,	onde	há	o	chafariz	monumental,	um	palácio	de	proporções
gigantescas,	guardião	da	história	da	República	e	que	devido	a	esse	pensamento
ao	qual	já	disse	não	entender,	veio	abaixo,	sendo,	simplesmente,	apagado	das
nossas	memórias.	O	Palácio	que	foi	erguido	em	1906,	durante	os	governos
Rodrigues	Alves	e	Pereira	Passos,	foi	sede	do	Senado	Federal	até	1960,	quando
a	capital	foi	arrancada	do	Rio	rumo	à	Brasília.
	
Representação	histórica	do	Palácio
	
História	do	Rio	-	construção	-	palacio	Monroe.	O	palácio	foi	concebido
em	1903,	para	ser	Pavilhão	do	Brasil	na	Exposição	de	Saint-Louis,	nos	Estados
Unidos,	que	aconteceria	em	1904.	A	obra	seria	a	representação	do	país	no
evento,	devendo	enquanto	tal	“ter	aproveitada	toda	a	estrutura,	de	modo	a	poder-
se	reconstruí-lo	nesta	Capital”,	conforme	exigia	a	cláusula	1ª	do	Aviso	nº	148,
datada	de	3	de	julho	de	1903.	E	assim	foi	feito.	Foi	concebida	pelo	engenheiro
Militar	Coronel	Francisco	Marcelino	de	Souza	Aguiar.	Construída	com	uma
estrutura	metálica	desmontável,	a	obra	foi	erguida	e	exposta	em	Saint-Louis,
conforme	previsão.	A	obra	chamou	tanta	atenção	dos	norte-americanos	que	foi
contemplada	com	a	medalha	de	Ouro.	Sucesso	total.	Foi	a	primeira	grande
vitória	da	arquitetura	nacional	na	comunidade	internacional.
	
História	do	Rio	-	Palácio	Monroe
	
Após	o	evento	e	premiação,	o	monumento	foi	desmontado	e	trazido	para
a	Capital	Federal	que	passava	por	um	processo	de	modernização	intenso	sob	a
batuta	de	Pereira	Passos	que,	ao	derrubar	cortiços	e	becos,	dando	lugar	a
grandiosas	avenidas	e	construções,	tentava	mudar	o	cenário	de	sujeira	e	caos	que
o	Rio	passava	para	o	mundo.	Além	disso,	contava	com	total	apoio	do	Presidente
Rodrigues	Alves	que	desejava	ver	a	cidade	higienizada	e	totalmente
modernizada.	Dessa	forma,	a	República	se	consolidava	diminuindo	seus
opositores	que	perdiam	força	em	meia	a	criação	de	um	imaginário	de	grandeza
que	tomava	conta	e	legitimava	o	poder	estabelecido.	Assim,	premiado,	a
estrutura	veio	ao	Brasil	e	foi	montado	na	região	da	Cinelândia,	bem	à	direita	do
obelisco	que	lá	existe	até	hoje.
Até	o	ano	de	1914,	o	Palácio	foi	apenas	palco	de	exposições.	A	partir
daí,	virou	a	Câmara	dos	Deputados,	já	que	o	Palácio	Pedro	Ernesto	se
encontrava	em	construção.	Em	1922,	no	primeiro	centenário	da	Independência	e
com	o	fim	das	obras,	passa	a	ser	o	Senado	Federal.	Virou	palco	marcante	da
República,	com	marcantes	desavenças	políticas,	como	a	dissolução	do
Parlamento	durante	o	Estado	Novo	de	Getúlio	Vargas.	Em	1960,	com	a
transferência	da	Capital	para	Brasília,	passou	a	ser	sede	do	Estado-Maior	das
Forças	Armadas	(EMFA),	instituição	de	respeito,	à	época,	em	que	os	militares
acabavam	de	tomar	o	poder	no	país.
A	partir	desse	momento,	começam	os	movimentos	pró-preservação	dos
monumentos	históricos	da	cidade	do	Rio	de	Janeiro.	O	Iphan	ganha	espaço	no
cenário,	mas	forças	contrárias	ao	Palácio	começam	a	tomar	conta.	A	partir	da
década	de	70,	principalmente	com	as	obras	do	metrô,	isto	se	intensificou.	Os
engenheiros	da	obra	faziam	de	tudo	para	não	chegar	ao	monumento,	mas,	dessa
forma,	as	obras	atrasariam.	Foi	quando,	pelo	Governo	do	Estado,	foi	decretada	a
demolição	do	Palácio	Monroe.	Havia	no	país,	nesse	tempo,	um	grande
movimento	pró-demolições	que	contava	com	a	participação	de	arquitetos
modernistas	como	Lúcio	Costa.	Além	disso,	alegava-se	que	ele	prejudicava	o
trânsito	da	cidade	e	que,	segundo	o	Presidente	Ernesto	Geisel,	atrapalhava	a
visão	dos	monumentos	aos	Pracinhas	da	2ª	Guerra	Mundial.
Destruição	Palácio	Monroe,	apesar	dos	movimentos	contrários	à
demolição,	em	11	de	outubro	de	1975,	o	Presidente	autorizou	definitivamente	a
destruição	do	Palácio	e	de	mais	um	pouco	da	nossa	manchada	história.	Em	1976,
o	premiado	monumento	de	apenas	70	anos	e	de	imensa	história	guardada	em
suas	estruturas,	veio	abaixo,	dando	lugar	a	um	chafariz.	Isso	mesmo,	um
chafariz.	Não	há	estradas,	não	há	benfeitorias.	Há	um	chafariz.	Mais	um	legado
terrível	da	ditadura	e	da	política	combalida	deste	país.	E	o	detalhe	é	que	ele	foi
simplesmente	deletado	da	nossa	história.	Você	que	me	lê	nesse	momento
provavelmente	não	sabe	de	sua	existência.	Mas	as	fotos	mostram	o	tamanho	da
tragédia.
O	Tenentismo
Lembrando	o	grande	legado	do	ano	de	1922,	não	poderíamos	esquecer	o
fragmento	do	TENENTISMO
	
O	tenentismo	foi	um	movimento	que	ganhou	força	entre	militares	de
média	e	baixa	patente	durante	os	últimos	anos	da	República	Velha.	No	momento
em	que	surgiu	o	levante	dos	militares,	a	inconformidade	das	classes	médias
urbanas	contra	os	desmandos	e	o	conservadorismo	presentes	na	cultura	política
do	país	se	expressava.	Ao	mesmo	tempo,	o	tenentismo	era	mais	uma	clara
evidência	do	processo	de	diluição	da	hegemonia	dos	grupos	políticos	vinculados
ao	meio	rural	brasileiro.
Influenciados	pelos	anseios	políticos	das	populações	urbanas,	os
militares	envolvidos	nesse	movimento	se	mostraram	favoráveis	às	tendências
políticas	republicanas	liberais.	Entre	outros	pontos,	reivindicavam	uma	reforma
constitucional	capaz	de	trazer	critérios	mais	justos	ao	cenário	político	nacional.
Exigiam	que	o	processo	eleitoral	fosse	feito	com	o	uso	do	voto	secreto	e
criticavam	os	vários	episódios	de	fraude	e	corrupção	que	marcavam	as	eleições.
Além	disso,	eram	favoráveis	à	liberdade	dos	meios	de	comunicação,
exigiam	que	o	poder	Executivo	tivesse	suas	atribuições	restringidas,	maior
autonomia	às	autoridades	judiciais	e	a	moralização	dos	representantes	que
compunham	as	cadeiras	do	Poder	Legislativo.	Entretanto,	todo	esse	discurso
liberal	e	moralizador	também	convivia	com	a	opinião	de	alguns	oficiais	que
defendiam	a	presença	de	umpoder	forte,	centralizado	e	comprometido	com	mal
definidas	“necessidades	da	nação	brasileira”.
As	primeiras	manifestações	militares	que	ganharam	corpo	durante	a
República	Oligárquica	aconteceram	nas	eleições	de	1922.	Aproveitando	a
dissidência	de	algumas	oligarquias	estaduais,	os	tenentes	apoiaram	a	candidatura
de	Nilo	Peçanha	em	oposição	ao	mineiro	Arthur	Bernardes,	politicamente
comprometido	com	as	demandas	dos	grandes	cafeicultores.	Nesse	momento,	a
falta	de	unidade	política	dos	militares	acabou	enfraquecendo	essa	primeira
manifestação	conhecida	como	“Reação	Republicana”.
Durante	essas	eleições	a	tensão	entre	os	militares	e	o	governo	aumentou
quando	diversas	críticas	contras	os	militares,	falsamente	atribuídas	a	Arthur
Bernardes,	foram	veiculadas	nos	jornais	da	época.	Com	a	vitória	eleitoral	das
oligarquias,	a	primeira	manifestação	tenentista	veio	à	tona	com	uma	série	de
levantes	militares	que	ficaram	marcados	pelo	episódio	dos	“18	do	Forte	de
Copacabana”,	ocorrido	no	Rio	de	Janeiro,	em	julho	de	1922.
Nos	dois	anos	seguintes,	duas	novas	revoltas	militares,	uma	no	Rio
Grande	do	Sul	(1923)	e	outra	em	São	Paulo	(1924),	mostrou	que	a	presença	dos
tenentistas	no	cenário	político	se	reafirmava.	Após	terem	suas	pretensões
abafadas	pelas	forças	fiéis	ao	governo,	esses	dois	grupos	se	juntaram	para	a
formação	de	uma	guerrilha	conhecida	como	Coluna	Prestes.	Entre	1925	e	1927,
esse	grupo	composto	por	civis	e	militares	armados	entrecortou	mais	de	24	mil
quilômetros	sob	a	liderança	de	Luís	Carlos	Prestes.
A	falta	de	apelo	entre	os	setores	mais	populares,	e	as	intensas
perseguições	e	cercos	promovidos	pelo	governo	acabaram	dispersando	esse
movimento.	Luís	Carlos	Prestes,	notando	a	ausência	de	um	conteúdo	ideológico
mais	consistente	à	causa	militar,	resolveu	aproximar-se	das	concepções	políticas
do	Partido	Comunista	Brasileiro.	Em	1931,	o	líder	da	Coluna	mudou-se	para	a
União	Soviética,	voltando	para	o	país	somente	quatro	anos	mais	tarde.
Capítulo	9:	A	modernidade	chegando	ao	Rio	de
Janeiro
Mas	enfim,	chegamos	à	modernidade	discutível	da	história	do	Rio
	
O	Palácio	Monroe	fazia	parte	da	construção	de	um	país	melhor,	mas
desenvolvido,	menos	sujo	e	mal	visto	perante	o	mundo.	A	cidade,	de	fato,	passou
a	ser	mais	moderna,	condizente	à	sua	beleza.	Aterros	foram	necessários,	assim
como	hoje	acho	necessária	retirada	da	Perimetral	para	revitalização	da	zona
portuária.	Aliás,	o	elevado	fora	construído	na	ditadura	também	e,	nessa	época,
existia	tudo,	menos	amor	ao	país.	A	nobre	Avenida	Central,	que	foi	concebida
para	ser	grandiosa,	foi	passada	de	um	pedaço	da	França	para	ser	um	retalho	de
Nova	Iorque.	Terrível,	mas	tínhamos	até	construído	uma	identidade	cultural.
Afinal,	somos	europeus	de	nascença	e	não	norte-americanos.	A	velha	Avenida
Central	me	agradava	mais.	Os	tempos	de	elevação	da	história	da	cidade	do	Rio
de	Janeiro	me	agradavam	mais.	Mas,	como	somos	meio	Maria-vai-com-as-
outras,	por	uma	esmola	ou	outra	simplesmente	nos	deixamos	para	trás.
	
Cidade	que	se	desfez	de	seu	legado!
	
Hotel	Avenida	-	pérola	da	história	do	Rio
	
Tradição!	Alguém	no	Brasil	sabe	realmente	do	que	se	trata?	Pois	bem,
em	uma	época	de	muitos	holofotes	na	cidade	sede	das	Olimpíadas	que	irá,	em
breve,	necessitar	de	uma	gama	infinita	de	hotéis	e	um	sistema	de	transporte
eficiente,	o	que	vemos	nestas	fotos	são	uma	demonstração	da	falta	de
compromisso	com	a	história	de	cada	um	de	nós,	falta	comprometimento	com	a
história	do	Rio!	O	Hotel	Avenida	era	sinônimo	de	puro	luxo	e	glamour.	Tinha
belos	salões	e	um	terraço	aconchegante	e	charmoso.	Era	tão	pomposo	que	daria
inveja	ao	Copacabana	Pálace	com	facilidade.	Entretanto,	com	a	chegada	do
progresso,	o	hotel	foi	abaixo	para	dar	lugar	ao	Edifício	Avenida	Central.	O
prédio	é	um	bloco	de	concreto	armado	que	hoje	abriga	inúmeros
empreendimentos,	inclusive,	de	prostituição.	Faceta	de	uma	decadência
vislumbrável.	A	especulação	imobiliária	tão	falada	nos	dias	de	hoje,	desde
aquela	época	já	dava	o	tom	dos	dias	desta	cidade.	Passamos	assim,	a	trazer	a
cultura	norte-americana,	deixando	a	Paris	dos	trópicos,	planejada,	bem-feita,
totalmente	esquecida.
	
História	do	Rio	é	marcada	por	demolições
	
Não	foi	só	o	Hotel	Avenida	altamente	tradicional	e	luxuoso	à	época,
quem	sucumbiu	aos	desmandos	da	sempre	contestável	política	brasileira.	Outros
monumentos,	prédios	e	linhas	de	bonde	simplesmente	sumiram	no	tempo.	O
Hotel	Avenida	tinha	em	sua	porta	uma	estação	de	bonde.	O	que	há	de	tão
moderno	hoje	por	aqui?	Ver	que	deixamos	de	lado	o	que	hoje	lutamos	para
reativar	é	a	certeza	de	que	podemos	nos	chamar	de	burros,	isso	mesmo,	burros.
Lá	em	Portugal	isto	dava	uma	bela	piada.	Tiramos	os	bondes,	os	hotéis	e	agora,
precisamos	de	VLTs	e	empreendimentos	hoteleiros	para	atender	uma	demanda.
Vejam,	as	instalações	do	Hotel	Avenida	eram	para	lá	de	interessantes	e	agregaria
alto	valor	ao	centro	carioca.
	
História	do	Rio	-	Outra	tomada	do	Hotel	Avenida
	
Naturalmente,	o	progresso	é	bem-vindo	sempre.	Só	que	até	ele	passa
pelo	respeito	à	história.	Não	há	como	esquecer	dela.	Em	nomes	dos	interesses	de
empresários	e	de	apenas	uma	pequena	porção,	destruímos	de	tudo	um	pouco	e
abandonamos	o	transporte	sobre	trilhos.	A	cidade	tinha	em	sua	estrutura	de
tráfego,	uma	frota	sobre	trilhos	totalmente	interessante.	As	obras	do	início	do
século	realmente	a	transformaram	numa	espécie	de	capital	europeia.	Entretanto,
logo	logo	fizeram	o	favor	de	nos	devolver	à	realidade	dos	trópicos:
Desorganização	e	entropia	social!
	
Especulação	Imobiliária,	a	grande	vilã
	
Triste	é	saber	que,	desde	muito	tempo,	isto	já	faz	parte	das	nossas	vidas.
Antes	da	existência	de	um	órgão	regulamentador	como	o	Iphan,	entretanto,	isso
era	mais	fácil.	Derrubar	monumentos,	destruir	história	antigamente,	era	muito
mais	fácil,	menos	impune.	Terrível	é	saber	que	ninguém	se	importa	muito	com
essas	coisas	e	que	aqui,	estou	escrevendo	para	poucos.	Assim,	a	história	vai
virando	pó	e	escorrendo	por	entre	os	dedos.	Só	lembramos	ou	sabemos	quando
temos	numa	imagem,	a	lembrança	de	um	passado	glorioso.	O	centro	das
tradições,	brilho	e	cultura,	hoje	é	apenas	o	centro	da	cidade.
	
História	do	Rio	–	Sem	Perimetral,	para	o	bem	do	Rio
Porto	do	Rio,	Rua	Larga
	
“Eu	quero	ver	esta	prédio	na	Chom”	A	personagem	mais	famoso	da	atriz
Aracy	Balabanian,	diria	isto	se	a	perguntassem	sobre	o	viaduto	que	liga	a
Avenida	Brasil	ao	Aterro	do	Flamengo.	E	realmente	muito	se	fala	sobre	a
demolição	do	elevado	da	Perimetral,	que	começa	em	2013.	Mas	eu	questiono	de
cara	aos	que	discordam:	Quem	se	lembra	da	doce	Avenida	Rodrigues	Alves
anterior	ao	monstro	de	concreto,	que	deu	ainda	mais	vigor	à	indústria
rodoviária?	Pois	bem,	a	demolição	total	deste	erro	histórico,	marca	a	renovação
da	zona	portuária	carioca,	que	ficou	esquecida	por	muitos	anos.	E	não,	esta	não	é
uma	discussão	política.	Afinal,	acho	que	qualquer	um	que	estiver	à	frente	do
cargo,	deveria	ao	menos	conhecer	a	história	dessa	cidade.
	
Perimetral	afoga	ainda	mais	o	gargalho	no	centro	carioca
	
Aos	que	defendem	a	permanência,	vos	clamo:	De	que	adianta	ter	um
viaduto	gigantesco	ligando	pontos	se	onde	tudo	desemboca,	as	vias	são	as
mesmas	de	50	anos	atrás?	E	ainda	há	outro	ponto,	a	Perimetral	definhou	um
ponto	junto	ao	mar	e	de	grande	valia	à	cidade.	O	Porto	do	Rio,	pelo	tamanho	e	a
importância	junto	à	história	do	Rio	deveria	ter	sido	tratado	com	mais	carinho.	O
ponto	hoje	é	o	de	menor	densidade	demográfica	do	município,	fazendo	se	perder
no	meio	dos	movimentos	urbanos	toda	a	história	da	cidade.	E	não	é	só	história	a
ser	contada,	a	região	portuária	carioca,	é	um	grande	sítio	arqueológico.
E	outro	fator	importante	a	ser	lembrado	é	que	toda	a	área	junto	ao	porto
e	aos	bairros	próximos,	são	os	mais	deteriorados	de	todo	o	Centro	carioca.	A
antiga	Rua	Larga,	que	foi	a	primeira	grande	rua	da	capital,	hoje	como	Marechal
Floriano,	deixa	transparecer	um	pouco	do	desleixo	com	a	história.	Muito	se	fez
nas	áreas	próximas	ao	aterro,	mas	a	parte	junta	ao	Morro	da	Providência,	bairros
como	Gamboa	e	Saúde,	foram	esquecidas	porlongas	décadas.	Pensar	numa
revitalização	é	pensar	no	Rio	como	cidade	grande	e	integrada.
E	não	é	só	isso,	essa	discussão	aleatória	sobre	gastos	é	relativa.	Gastar
muito	por	nada	é	errado,	gastar	muito	refazendo	e	consertando	erros	históricos	é
outra	coisa.	Até	porque,	pior	do	que	gastar	fazendo	é	não	fazer	e	ainda	sim	o
dinheiro	sumir.	E	deixo	claro	que	não	concordo	nem	discordo	com	o	sistema
orçamentário	da	cidade.	Quem	hoje	aceitaria	derrubar	um	morro	inteiro	para
fazer	um	novo	bairro	ligando-o	ao	mar?	E,	na	verdade,	deixou	de	legado	um
aeroporto,	além	de	muito	espaço	funcional.	Pois	bem,	hoje	seria	inimaginável	a
derrubada	do	Morro	do	Castelo	entre	outros	que	vieram	a	baixo,	mas	que,
certamente,	são	extremamente	relevantes	para	o	desenvolvimento	da	cidade.
A	derrubada	da	Perimetral,	por	sua	vez,	irá	apresentar	uma	tecnologia
bastante	interessante,	e	importar	dos	EUA	foi	a	solução	e	prevê	que	não	haja
implosões,	até	porque,	resíduos	como	vigas	e	concretos	serão	usados	em
reformas	de	vias	de	acesso	e	tudo	tem	de	estar	intacto.	Além	do	mais,	obra	abre
espaço	para	possíveis	reconstruções,	como	o	Mercado	Municipal,	que,	para	a
passagem	do	elevado,	foi	posto	ao	chão.	Seria	uma	boa	oportunidade	de
devolver	à	cidade	o	que	foi	tirado	sem	sentido.
	
Consertar	erros	da	história	do	Rio	levaria	anos
	
Alguém	toparia	reerguer	80%	dos	cinemas	de	Rua	do	Rio?	Ou	ainda
derrubar	metade	dos	prédios	do	centro	que	transformaram	o	local	em	algo	sem
expressão?	Ou	ainda	devolver	os	Cafés	postos	abaixo?	Pois	bem,	se	alguém
tivesse	a	oportunidade	de	consertar	tudo	de	errado	que	foi	feito	na	nossa	cidade,
certamente,	levaria	uma	vida	fazendo.	Afinal,	o	Rio	já	foi	bastante	maltratado.	É
evidente	que	nada	disso	será	feito.	Mas	jogar	abaixo	a	horrível	perimetral	é	uma
palhinha	interessantíssima.
	
Na	Estrada	de	Ferro	da	Leopoldina,	o	passado	mais
inteligente	da	história	do	Rio
	
Estação	barão	de	Mauá,	troca	de	óleo
	
“Cidade	maravilhosa,	cheia	de	encantos	mil”.	André	Filho	tinha	razão,
nunca	duvidem	disto,	mas	a	verdade	é	que	algumas	maravilhas	da	história	do
Rio	não	são	tratadas	como	deveriam	e	com	a	importância	histórica	e	funcional
que	poderiam.	A	Estação	Barão	de	Mauá,	seu	nome	original,	que	fica	na	Avenida
Francisco	Bicalho,	é	a	mostra	mais	que	real	dos	processos	de	retrocesso
funcional	e	de	falta	da	preservação	da	história	carioca.	Afinal,	até	meados	do
século	passado,	dali	se	poderia	ir	a	São	Paulo,	Petrópolis,	Três	Rios,	Friburgo	e
outros	destinos,	além	de	ser	parte	dos	ramais	da	Supervia,	antiga	e
desavergonhada	Flumitrens.
	
Cidade	sem	planejamento	de	mobilidade	urbana
	
Construída	em	1886,	a	estação	Barão	de	Mauá	ligava	o	centro	a	diversos
destinos.	Foram	grandes	as	brigas	acerca	das	bitolas	as	quais	os	trens	usariam,
afinal,	no	Brasil	sempre	há	espaço	para	discussões	de	interesses	particulares.	O
prédio	atual,	desativado	em	2001,	foi	inaugurado	em	1926,	no	dia	6	de
novembro,	e	guarda	em	si,	as	lembranças	de	um	Rio	clássico,	que	andava	sobre
trilhos.	O	trecho	que	fazia	o	percurso	até	a	cidade	de	Três	Rios,	passando	por
Petrópolis,	foi	encerrado	em	5	de	novembro	de	1964,	e	sua	locomotiva	encontra-
se	exposta	no	Museu	Imperial	de	Petrópolis,	no	prédio	anexo,	onde	ficava	a
cozinha	real.
Não	há	como	negar	que	o	advento	do	automóvel	é	algo	fantástico.
Afinal,	ele	não	é	e	nem	nunca	será	o	vilão	desta	história	de	mandos	e
desmandos,	afinal,	são	muitos	amantes	de	carro,	aqueles	que	sabem	de	tudo	e
adoram	uma	troca	de	óleo,	e	sabem	da	sua	importância	como	transporte	de
passeio,	como	quem	vos	escreve.	Mas	que	também	tem	consciência	que	os
processos	de	mobilidade	urbana	não	passam	só	pelas	estradas.	Hoje	vivemos
dias	de	incerteza	e	falta	de	comprometimento	dos	políticos	acerca	do	futuro	da
cidade	do	Rio	de	Janeiro.
	
Em	1998,	o	último	Trem	de	Prata	da	história	do	Rio
	
Muitos	nem	sabem	que	até	1998,	ou	seja,	poucos	anos	atrás,	época	em
que	a	Estação	Barão	de	Mauá	ainda	operava,	era	possível	ir	do	Rio	a	São	Paulo
de	trem,	o	Trem	de	Prata.	No	dia	29	de	novembro	do	ano	supracitado,	partiu	da
Estação	Barra	Funda	em	São	Paulo,	com	destino	à	Estação	Leopoldina,	a	última
composição	que	fez	o	trajeto.	O	retrocesso	e	o	desinteresse	é	algo	que	assusta.	A
falta	de	comprometimento	com	a	história	é	tema	mais	que	relevante	a	se	discutir.
É	uma	nostalgia	que	não	deveria	ser	vivida,	pois	ainda	deveria	estar	sendo
vivida,	com	gerundismo	e	tudo.
O	trajeto	entre	Rio	e	São	Paulo,	que	já	tinha	sido	operado	pelos	trens
Cruzeiro	do	Sul	e	à	época	tinha	mais	de	um	século,	hoje	é	conto	mal	contado	por
aqueles	que	se	tornaram	testemunhas	oculares	do	fato.	Hoje,	estamos	esperando,
mais	uma	das	promessas	feitas	pelos	políticos,	que,	como	muitos,	desconhecem
a	história	da	cidade,	a	construção	ou	reconstrução	de	uma	verdadeira	história
carioca	e	até	paulista.	Os	prometidos	Trem-Bala	são	um	sopro	de	esperança	na
recuperação	da	memória	das	estradas	de	ferro	deste	país!
	
Na	História	do	Rio	–	a	Rio	Branco	dos	carnavais,	prédios
e	descaracterização-
Avenida	rio	branco,	carnaval	carioca,	história	do	Rio
	
Av.	Central	Quem	circula	pelo	centro	da	cidade	do	Rio	de	Janeiro,	mal
sabe	o	que	ali	abrigava	no	início	do	século	XX,	um	dos	marcos	de	mudança
arquitetônica	e	da	história	do	Rio.	Sob	a	batuta	de	Pereira	Paços,	foi	aberta	a
Avenida	Central,	que	ligava	em	1800	metros,	o	novo	porto	da	cidade	à	Glória,
que	à	época	se	desenvolvia	plenamente.	Foi	um	tempo	em	que	as	ruas	do	centro
foram	alargadas,	a	orla	da	Baía	de	Guanabara	fora	totalmente	urbanizada	e
alguns	morros	foram	destruídos	para	que	a	maior,	até	então,	avenida	da	cidade
fosse	aberta.	Em	21	de	fevereiro	de	1912,	passou-se	a	chamar	Avenida	Rio
Branco,	em	homenagem	ao	Barão	do	Rio	Branco,	diplomata,	que	por	meio	de
tratados	garantiu	fronteiras	nacionais	e	morrera	no	dia	11	do	mesmo	mês.
	
Concreto	armado	desfigura	história	do	Rio	e	legado
Pereira	Passos
	
Com	o	advento	dos	grandes	prédios	de	concreto	armado,	pouco	a	pouco,
a	Avenida	Rio	Branco	foi	perdendo	seu	brilho	arquitetônico	cuidadosamente
construído	sob	o	olhar	do	engenheiro	Paulo	de	Frotin,	que	tinha	posto	de	pé	o
melhor	estilo	europeu	de	construir,	com	elementos	do	neogótico,	neoclássico,
entre	outros	estilos.	A	foto	ao	lado	mostra	a	esquina	com	a	Rua	Visconde	de
Inhaúma.	Hoje	ali	está	o	novo	prédio	da	ESPM.	A	avenida	que	à	sua	esquerda
mantinha	de	pé	o	morro	do	castelo,	como	pode	ser	visto	em	foto	abaixo,	tinha
um	canteiro	central	arborizado	com	iluminação	elétrica,	muitos	cafés,
confeitarias	e	uma	cidade	que	pulsava	elegância.
Hoje	são	dias	de	correria,	momentos	de	indigência	total,	tanto	nas
pessoas,	quanto	nas	construções.	A	obra	de	derrubada	do	morro	do	castelo	que
previa,	entre	outras	coisas,	a	melhor	circulação	de	vento	na	cidade,	pouco	faz
sentido,	uma	vez	que,	um	prédio	de	20	e	poucos	andares	cumpre	com	louvor	o
mesmo	papel.	Com	a	inexistência	do	Iphan,	não	havia	o	que	segurasse
monumentos	de	pé.	Estavam	sempre	sujeitos	aos	intempestivos	momentos	de
loucura	dos	governantes	do	poder.
	
O	carnaval	de	rua	mantém	sua	história
	
O	que	de	positivo	há	naquelas	ruas,	ao	se	falar	de	história,	é	a
manutenção	do	carnaval	carioca	e	suas	manifestações	populares	pelas	ruas	do
centro.	Ao	menos,	todo	ano	o	local	é	enfeitado	para	se	celebrar	a	alegria	carioca.
É	o	mínimo,	já	que,	a	cada	dia	de	pesquisa	sobre	a	cidade,	mais	tristeza	tenho	de
constatar	o	nível	de	destruição	imposto	aos	cidadãos.	O	Palácio	Monroe,	antigo
Senado,	que	será	falado	em	breve	é	um	dos	que	sucumbiram	aos	surtos	de
loucura	dos	governantes	desta	república,	que,	constato,	pessoalmente,	preferia
que	continuasse	como	Império.
	
História	do	Rio	–	A	resistência	ao	tempo	em	forma	de
samba
	
“Eu	sou	o	samba,	sou	natural	aqui	do	Rio	de	Janeiro”.	Existe	trecho
melhor	para	representar	a	simbiose	entre	as	partes,	do	que	este	trecho	da	canção
“A	Voz	do	Morro”,	de	Jair	Rodrigues?	Certamente	há,	muitas	histórias	do	Rio
sobre	a	origem,	o	berço	e	quem	são	os	precursores	do	ritmo	carioca.	E	quem
mais	poderia	representar	o	samba	e	sua	resistência	peranteo	tempo,	a
desconfiança	e	o	preconceito,	do	que	um	estabelecimento	construído	para	nele	se
fazer	e	propagar	o	batuque	e	que,	desde	19	de	janeiro	de	1867,	encontra-se	de	pé
resistente	à	modernidade? �O	Clube	dos	Democráticos	continua � impávido	e
nobre	como	sempre.
	
O	começo	da	história	do	Clube	dos	Democráticos
	
Surgido	durante	o	período	imperial,	o	então	Grupo	dos	XX	amantes,
clássicos	boêmios	cariocas, 	liderado	por	José	Alves	da	Silva,	reunia-se	na	antiga
“Maison	Rouge”,	famosa	confeitaria	da	época.	Em	um	dos	prazerosos	encontros,
compraram	um	bilhete	de	loteria,	em	intenção	à	Nossa	Senhora	da	Glória,	e
prometeram	que	se	fossem	sorteados,	fundariam	uma	sociedade
carnavalesca. � O	que	aconteceu.	Após	o	prêmio	de	15	mil	contos	de	réis	o
“Democráticos	Carnavalescos”	foi	fundado	no	objetivo	de	divertir	e	fazer
críticas,	numa	época	em	que	o	país	vivia	momentos	de	transformação	devido	aos
movimentos	abolicionistas,	republicanos	e	à	corrente	Guerra	do	Paraguai.
O	Clube	dos	Democráticos	jamais	interrompeu	suas	atividades,	mas	a
decadência	da	Lapa	o	fez	passar	maus	bocados.	Além	disso,	quando	o	centro
mais	tradicional	da	boêmia	carioca	teve	seus	momentos	de	sombra,	o	carnaval	de
rua	carioca	não	obteve	o	êxito	de	outrora.	Ao	voltar	ao	cenário,	a	Lapa	deu	nova
cara	às	ruas	do	Centro	e	ao	carnaval	carioca.	Hoje,	pode-se	dizer	que	tanto	os
desfiles	da	Sapucaí	quanto	todo	o	grande	resto	que	existe,	valem	os	ingressos	do
carnaval,	mesmo	que	você	não	precise	pagar	por	ele.	Pois	só	o	samba	no	pé	e	o
amor	ao	Rio	de	Janeiro	podem	fazer	um	carioca	de	verdade.
	
História	do	Rio	Sua	sede	é	um	marco	de	resistência
	
Seus	sócios	são	chamados	Caprícius	e	sua	sede	“Castelo”.	Hoje	o	clube
abriga	noites	de	samba	e	choro.	O	casarão	de	mais	de	140	anos	de	existência	se
mantém	fiel	às	suas	origens	e	se	faz	passível	de	reflexão:	por	que	a	história	da
cidade	não	manteve	de	pé	outros	monumentos	no	propósito	de	preservar	uma
época	clássica	de	uma	cidade	que,	à	época,	vinha	se	transformando?	Muitos
sucumbiram	e	se	tornaram	apenas	contos,	que	nem	todos	sabem	ao	certo	contar.
	
Quando	o	Domingo	não	tinha	Maracanã
	
E	quando	não	havia	o	futebol	como	entretenimento,	o	que	supria	a
paixão	do	povo	carioca?	Tudo	isto	faz	parte	da	história	do	Rio!	Logicamente	o
mundo	não	se	divide	em	antes	e	depois	da	invenção	do	esporte	mais	popular	do
mundo.	Tampouco	a	própria	modalidade	se	baseia	em	apropriações	materiais	e
construções	ao	longo	do	tempo.	Mas	se	você	é	brasileiro,	carioca	e	não	tem	mais
de	70	anos,	a	imagem	ao	lado	não	lhe	faz	o	menor	sentido,	naturalmente.	Seria	a
mesma	coisa	que	questionar	qualquer	pessoa	sobre	o	que	existia	antes	do	sistema
solar,	ou	perto	disso.	Pois	então,	vos	revelo:	nesse	espaço,	hoje	se	encontra	o
estádio	Jornalista	Mário	Filho	ou,	simplesmente,	Maracanã.	Antes	do	início	das
obras	em	2	de	agosto	de	1948,	o	local	abrigava	o	Derby	Club,	antigo	Hipódromo
do	Rio	de	Janeiro.
	
O	Bairro	do	Maracanã	e	o	Turf	na	cidade
	
O	bairro	que	faz	parte	da	Grande	Tijuca,	assim	já	se	chamava	antes	do
estádio.	Os	nomes	vêm	do	Rio	Maracanã,	que	até	hoje	passa	suas	águas	pelo
local	e	as	vezes	transborda	um	pouco,	causando	certo	transtorno.	Após	as	obras
do	que	seria,	à	época,	“o	maior	do	mundo”,	tornou-se	um	bairro	independente.	O
Hipódromo,	que	teve	seu	terreno	adquirido	junto	a	Condessa	do	Itamaraty,	é
datado	do	fim	do	século	XIX.	As	primeiras	reuniões	do	Derby	Club	foram	1885.
E	este	não	foi	o	primeiro	Hipódromo	da	cidade	do	Rio.	O	pioneiro	foi	o
Prado	Fluminense,	de	1848,	que	ficava	no	bairro	de	São	Francisco	Xavier,	que
existe	até	hoje	e	é	vizinho	à	Tijuca.	A	iniciativa	para	que	o	Turf	tivesse	um	lugar
dedicado	foram	do	Visconde	do	Rio	Branco,	Duque	de	Caxias,	Alexandre	Reed
e	do	Major	Suckow.	Este	último,	foi	quem	pediu	que	o	local	sediasse	as	corridas
de	cavalo	e	mesmo	com	a	presença	de	D.	Pedro	II	na	estreia,	não	obteve
qualquer	sucesso.	Em	1930	houve	a	fusão	entre	o	Derby	Club	e	o	Jockey	Club,
que	já	ocupava	seu	terreno	na	Gávea	e	assim	está	até	hoje.
	
Tijuca,	pioneirismo	e	tradição
	
O	bairro	da	Tijuca	foi	pioneiro	não	só	em	abrigar	o	maior	estádio	do
mundo.	Em	1859,	trafegaram	de	forma	experimental	os	primeiros	bondes	da
América	do	Sul	que	eram	de	tração	animal	e	pertenciam	à	Companhia	de	Carris
de	Ferro	da	Cidade	à	Boa	Vista	e	eram	chamados	de	“Maxabombas”	ou	“Trens
da	Tijuca”.	Com	isso,	os	passeios	ao	bairro	ficaram	populares.	O	ano	de	1892
marcou	a	chegada	do	bonde	elétrico,	pertencente	a	Ferro-Carril	do	jardim
Botânico,	que	afirmava	com	as	inscrições	nos	carros	que:	“a	corrente	elétrica
nenhum	perigo	oferece	aos	senhores	passageiros”.
Já	no	século	XX,	a	Tijuca	ficou	muito	famosa	por	seus	muitos	cinemas
que,	após	a	chegada	do	Mario	Filho,	na	década	de	50,	entraram	em	decadência.
Os	domingos	no	local	já	tinham	a	badalação	ao	abrigar	os	Clássicos	do	grande
América	Futebol	Clube,	à	Rua	Campo	Sales	e	passaram	a	ter	muito	mais	festa	e
movimentação	com	a	chegada	do	Maracanã.	É	um	bairro	conservador,	que
sempre	manteve	a	relação	entre	seus	moradores	e	a	nobreza	imperial	e	carrega,
também,	a	mancha	de	ter	abrigado	o	1º	Batalhão	de	Policia	do	Exército,	onde	era
treinados	soldados	para	repressão.	Contudo,	a	Tijuca	guarda	o	brilho	de	dar	aos
seus	moradores,	a	exclusividade	de	ter	um	adjetivo:	Tijucanos!
	
História	do	Rio	–	Quando	o	lirismo	veio	abaixo
História	do	Rio,	theatro	lírico
	
Quem	passa	todos	os	dias	pelo	Largo	da	Carioca,	sentido	Cinelândia,
mal	pode	imaginar	o	quanto	de	<strong>história	do	Rio</strong>	existe	naquele
espaço.	Ao	cruzar	a	Avenida	Chile,	entrando	na	Treze	de	Maio,	fica	difícil
imaginar	que	ali	exatamente,	existiu	um	dos	maiores	teatros	da	Cidade,
comparado	inclusive	ao	Theatro	Municipal.	Pois	bem,	no	ano	1904,	início	do
século	XX,	durante	a	gestão	Pereira	Passos,	foi	construído	o	belíssimo	Teatro
Lírico,	que,	para	ser	ainda	mais	exato,	tinha	boa	parte	de	sua	construção	no
entroncamento	da	Rua	Senador	Dantas	com	a	extinta	Barão	de	São	Gonçalo.	O
espaço	contava	com	42	camarotes	de	primeira	classe,	42	de	2ª,	500	galerias
numeradas,	426	assentos	de	platéia	de	1ª	classe,	389	cadeiras	de	2ª	e	220
cadeiras	de	varanda.	Com	números	desse	porte	dá	para	imaginar	o	tamanho	do
prédio,	cuja	foto,	não	pode	dimensificar	o	que	foi.
	
O	progresso	rasga	a	história
	
Com	tantos	atributos,	que	davam	ao	Centro	do	Rio	a	beleza	pródiga	que
só	as	capitais	mais	desenvolvidas	culturalmente	reúnem,	o	Teatro	Lírico	foi
apenas	mais	uma,	das	muitas	obras	primas	que	vieram	a	baixo	para	que	a	cidade
se	tornasse	“moderna”.	No	ano	1934	ele	foi	posto	ao	chão,	para	que	fosse
aumentado	o	largo	da	Carioca,	durando	exatos	30	anos	de	pé.	Como	a	fotografia
mostra,	a	identidade	visual	do	local	era,	sem	dúvida,	muito	mais	interessante	do
que	a	existente	hoje.	As	imagens	despertam	em	qualquer	pessoa	que	gosta
minimamente	de	história,	um	ar	de	pseudo	nostalgia.
Não	há	como	entender	o	motivo	de	tanta	prematuridade	ao	se	por	abaixo
uma	construção	que,	realmente,	não	deve	ter	sido	barata.	É	possível,	e	provável,
que	elementos	políticos	já	influenciassem	obras	públicas	naqueles	tempos.	Mas	é
difícil	imaginar	que	algo	tão	suntuoso,	fosse	posto	abaixo	simplesmente	para	se
tornar	um	lugar	vazio	de	construções	e,	principalmente,	de	cultura.	Hoje,	posso
identificar	bons	motivos	para	pouca	procura	das	novas	gerações	por	coisas
antigas,	por	história,	por	erudição.	As	pessoas	que	por	aqui	passaram,	não
mostraram	exemplo,	não	justificaram	seus	valores,	não	fizeram	a	manutenção	do
seu	tempo	e	isso,	sem	dúvida,	não	seria	ter	ficado	parado	no	tempo.
	
Hoje	Treze	de	Maio,	antes	Rua	da	Guarda	Velha
	
A	rua	que	virou	Avenida	e	hoje	conhecemos	como	Treze	de	Maio,	foi
Rua	da	Guarda	Velha	até	os	anos	10,	e	ia	até	o	prédio	da	Imprensa	Nacional,	que
irá	ser	apresentado	detalhadamente	em	futuras	postagens.	Em	arquivos	da	época
é	possível	saber	que	existia	também	no	local,	uma	Igreja	Anglicana,	como	se
pode	ver	nessa	última	fotografia,	a	qual	é	possível	ver	também	o	Theatro
Municipal	à	direita;	e	na	esquerda,	outras	antigas	construçõesque	davam	todo	o
charme	do	velho	e	saudoso	centro.	Hoje	no	local	não	há	bondes,	não	há	muita
história.	Aliás,	há	sim,	existe	um	conto	de	negligência	que	permitiu	a	queda	de
um	prédio	sem	a	vontade	de	ninguém.
	
História	do	Rio,	identidade	cultural	do	Rio	de	Janeiro,
Rio	antigo
	
Demolido	em	1958Nas	lembranças	da	cidade	que	hoje	é	conhecida	pelo
samba,	futebol	e	funk,	está	o	brilho	clássico	de	um	lugar,	que	hoje,	poderia	ser
mais	uma	capital	mundial	de	cultura	e	conservação	de	história	do	Rio.	O	Rio
Antigo	guarda	na	muitas	memórias	que	nem	mesmo	nós	cariocas	desconfiam
existir.	Foram	inúmeras	mudanças	que	vem	naturalmente	com	o	passar	dos	anos,
mas	por	outro	lado,	há	uma	perda	de	identidade	e	quem	não	conheceu,	jamais
poderia	imaginar	as	coisas	que	iremos	publicar	aqui.
	
O	Theatro	phoenix,	do	brilho	à	queda
	
Construído	em	1906,	durante	a	gestão	Pereira	Passos,	o	Theatro	Phoenix
era	mais	um	dos	belos	lugares	de	propagação	de	cultura	e	beleza	do	Rio	Antigo,
que	contava	com	muitos	bares,	teatros	e	cabarés.	O	local	abrigou	espetáculos	de
comédia	de	Bibi	Ferreira	e	dava	às	sisudas	Ruas	do	Centro,	um	clima	de	charme
e	beleza.	Sua	arquitetura	estilo	art	nouveau,	localizada	à	antiga	Rua	da	Ajuda,
fazia	lateral	com	a	Almirante	Barroso,	num	terreno	que	hoje	seria	entre	a	Rio
Branco	e	a	Rua	México,	dava	ao	centro,	um	ar	pomposo	e	belo.
Contudo,	como	muitos	outros	que	serão	falados	aqui,	o	prédio	sucumbiu
ao	progresso,	e	pergunto	por	quê?	Com	tantos	espaços	vazios	à	época,	não	havia
necessidade	de	pô-lo	ao	chão.	Mas	assim	foi	feito	em	1958,	para	dar	lugar	à	Av.
Central,	depois	Rio	Branco,	que,	por	sua	vez,	passou	a	abrigar	estruturas	de
concreto	armado,	sem	qualquer	relação	de	beleza	e	tradição,	muito	menos
cultura,	anônimos	como	todos	que	vem	e	vão	por	ali,	todos	os	dias.	O	progresso
poderia	ter	sido	mais	generoso	com	o	centro,	que	não	era	apenas	o	das	finanças,
do	futuro,	era	passado	e	presente,	erudição	para	muito	além	do	que	temos	hoje.
	
A	história	da	cidade	do	Rio	de	Janeiro	se	esconde	do
passado
	
O	que,	além	das	memórias,	guardam	as	fotografias	de	uma	cidade
totalmente	transformada?	Essa	pergunta	não	deveria	ser	posta	em	questão,	mas	é
de	notório	saber	que	são	pouquíssimos	os	cariocas	que	realmente	se	importam
com	sua	história	e	todos	os	detalhes	que	transformaram	a	arquitetura	de	uma
cidade	que	foi	reconstruída	para	ser	ainda	mais	bonita	que	Paris.	Nas	próximas
postagens,	novas	histórias	de	construções	e	destruições	da	identidade	cultural	do
Rio	de	Janeiro.
	
Rio	de	Janeiro	e	os	principais	acontecimentos,	retratos
dos	principais	fatos	entre	1986	e	2015
	
Traficante	Fernandinho,	O	Beira	Mar
	
1967	-	Nasce	Luiz	Fernando	da	Costa,	o	Fernandinho	Beira-Mar,	em
Duque	de	Caxias,	na	Baixada	Fluminense.
1985	-	Alista-se	no	Exército	e	continua	nele	após	o	período	obrigatório
de	um	ano,	seguindo	carreira.
1987	-	Começa	a	praticar	os	primeiros	roubos	(confirmados	em	BO	na
polícia).	É	preso	por	assaltar	uma	joalheria	no	Rio.
1988	-	Está	preso	quando	perde	a	mãe,	dona	Zelina,	faxineira	e
cozinheira,	que	morre	atropelada	no	Rio.
1989	-	Cumpre	a	pena	e	volta	a	morar	em	Duque	de	Caxias.	Trabalha,
provavelmente,	como	gerente	de	bocas-de-fumo.
1990	-	Vira	"cabeça"	do	tráfico	na	favela	Beira-Mar.
1991	a	1995	-	Desvencilha-se	de	traficantes	bolivianos	e	brasileiros	e
cria	rotas	próprias	de	carregamento	e	fornecimento	para	a	maioria	dos	morros	do
Rio.	Passa	cinco	anos	subornando	policiais	civis,	militares	e	da	guarda	costeira,
que	fazem	vista	grossa	às	entregas	de	drogas	e	armas.
1996	-	É	preso	em	Belo	Horizonte,	condenado	a	30	anos,	por	roubo	e
tráfico.
1997	-	Consegue	fugir	da	prisão	e	foge	para	o	Paraguai.
1998	a	1999	-	Foge	da	polícia	mudando	de	país.	Paraguai,	Uruguai,
Bolívia	e	Colômbia	são	alguns	dos	países	em	que	Beira-Mar	se	esconde	dos
policiais.
Ano	2000	-	Março	-	Por	telefone,	depõe	à	CPI	do	Narcotráfico	e	acusa
policiais	e	políticos	de	achacá-lo.	Passa	a	ser	"caçado"	por	uma	equipe	reforçada
de	policiais	federais.
30	de	maio	-	A	Polícia	Federal	anuncia	que	cercou	o	traficante	e	que	ele
será	preso	em,	no	máximo,	dez	dias.
Junho	-	A	PM	do	Rio	anuncia	que	vai	pedir	à	Justiça	para	usar	quatro
imóveis	de	Beira-Mar,	já	confiscados.
Julho	-	Ministério	Público	do	Rio	divulga	uma	fita	na	qual	Beira-Mar
fala	de	um	suposto	plano	para	matar	os	promotores	que	investigam	sua
quadrilha.
Setembro	-	A	Secretaria	da	Segurança	do	Rio	diz	ter	confirmado	que
Beira-Mar	está	sendo	protegido	pelas	Farc,	e	que	está	escondido	na	Colômbia.
Setembro	-	A	Polícia	Federal	do	Mato	Grosso	do	Sul	apreende	11
toneladas	de	maconha	num	carregamento	de	madeira	e	informa	que	o	produto
era	de	Beira-Mar.
6	de	outubro	-	A	PM	passa	a	ser	a	fiel	depositária	e	a	utilizar	os	imóveis
confiscados	de	Beira-Mar	no	Rio.
10	de	outubro	-	O	secretário	da	Segurança	Pública	do	Rio,	Josias
Quintal,	é	barrado	no	aeroporto	de	Bogotá	por	falta	de	documentos.	Ele	e	uma
equipe	tinham	ido	àquele	país	sigilosamente	para	checar	informações	e	tentar
prender	o	traficante.
25	de	outubro	-	Josias	Quintal	vai	aos	EUA	tentar	um	acordo
internacional	para	tentar	prender	Beira-Mar.	Até	o	FBI	e	a	CIA	poderiam	ser
mobilizados.	O	acordo	não	vinga.
29	de	outubro	-	O	governo	do	Rio	anuncia	que	pagará	uma	recompensa
de	R$	100	mil	a	quem	der	informações	que	levem	à	prisão	do	traficante.
Dezembro	-	Alessandra	Costa,	uma	das	irmãs	de	Beira-Mar,	é	condenada
a	quatro	anos	por	participar	do	tráfico.
Ano	2001,	7	de	janeiro	-	Corre	a	informação	de	que	Beira-Mar	teria	sido
morto	na	Colômbia.	Um	de	seus	advogados	garante	que	ele	está	vivo.
16	de	Janeiro,	Dois	supostos	sócios	de	Beira-Mar,	Ramão	Cristóbal	e
Mauro	Morel,	são	mortos	metralhados	no	Paraguai.
13	de	fevereiro	-	Um	jornal	colombiano	afirma	que	um	helicóptero	foi
abatido	na	selva	amazônica	e	que	nele	estaria	Fernando	Beira-Mar,	que	teria
morrido.
14	de	fevereiro	-	A	morte	do	traficante	é	mais	uma	vez	desmentida	por
seus	advogados.
21	de	Fevereiro	-	Os	criminosos	Marcelo	Soares	e	Leomar	Barbosa	são
resgatados	na	Casa	de	Detenção	de	Taubaté.	ambos	seriam	ligados	a	Beira-Mar.
12	de	março	O	jornal	"El	Tiempo",	da	Colômbia,	afirma	que	Beira-Mar
foi	baleado	e	corre	risco	de	morte,	mas	está	sendo	protegido	e	cuidado	pelas
Farc,	na	selva	colombiana.
13	de	março	-	Assessoria	da	Secretaria	da	Segurança	Pública	do	Rio
revela	que	Josias	Quintal	soubera	do	cerco	e	dos	tiros	em	Beira-Mar	cerca	de	15
dias	antes	disso	ser	divulgado	na	imprensa.
13	de	março	-	O	governo	brasileiro,	por	intermédio	do	Ministério	da
Justiça,	confirma	que	Beira-Mar	foi	baleado	gravemente	na	Colômbia,	mas	não
revela	a	data	em	que	isso	ocorreu	ou	fornece	novas	informações.
21	de	abril	-	O	Exército	da	Colômbia	anuncia	a	prisão	de	Beira	Mar
numa	floresta	próximo	às	fronteiras	entre	Colômbia,	Venezuela	e	Brasil.
22	de	abril	-Brasil	e	Estados	Unidos	pedem	extradição	do	traficante.	O
governo	brasileiro	pede	ainda	a	expulsão	de	Beira-Mar.
25	de	abril	-O	traficante	é	deportado	para	o	Brasil	e	fica	preso	na
Superintendência	da	Polícia	Federal	em	Brasília.
24	de	julho	–	O	traficante	continua	preso	no	presídio	de	Porto	Velho,
onde	deverá	ficar	até	2016.
A	Justiça	do	Rio	deu	parecer	favorável	à	secretaria	de	Segurança	Pública
do	Rio	para	que	o	traficante	Luiz	Fernando	da	Costa,	o	Fernandinho	Beira-Mar
permaneça	no	Presídio	Federal	de	Porto	Velho,	onde	cumpre	pena.
A	decisão	é	do	juiz	Eduardo	Perez	Oberg,	da	Vara	de	Execuções	Penais
do	Tribunal	de	Justiça	do	Estado	do	Rio	de	Janeiro.	A	permanência	de
Fernadinho	Beira-Mar	em	presídio	federal	fora	do	Rio	de	Janeiro	deve	ser
renovada	a	cada	ano.
De	acordo	com	o	magistrado,	o	prazo	termina	no	final	deste	mês	de
julho,	e,	em	consequência	disso,	a	secretaria	de	Segurança	fez	o	pedido	para
manter	a	prisão	do	traficante	em	Porto	Velho	até	julho	de	2016.
Beira-Mar	tem	condenações	em	vários	estados,	além	do	Rio	de	Janeiro,
do	Paraná,	de	Mato	Grosso,	e	de	Minas	Gerais.	Com	isso,	a	pena	total	do
traficante,	incluindo	o	Rio	e	outros	estados,	chegaria	a	309	anos	e	2	meses.
Em	maio	passado,

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