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DIREITO PENAL TEORIA DO CRIME Prof. Ricardo Antonio Andreucci 1 Elayne Albertina Gomes Macêdo - 11068040408 CONCEITO DE CRIME O crime pode ser conceituado sob o aspecto material (considerando o conteúdo do fato punível), sob o aspecto formal e sob o aspecto analítico. Prof. Ricardo Antonio Andreucci 2 Elayne Albertina Gomes Macêdo - 11068040408 CONCEITO DE CRIME Conceito material de crime: violação de um bem penalmente protegido. Conceito formal de crime: conduta proibida por lei, com ameaça de pena criminal. Conceito analítico de crime: fato típico, antijurídico e culpável. Prof. Ricardo Antonio Andreucci 3 Elayne Albertina Gomes Macêdo - 11068040408 ELEMENTO SUBJETIVO DO TIPO CRIME DOLOSO E CRIME CULPOSO Prof. Ricardo Antonio Andreucci 4 Elayne Albertina Gomes Macêdo - 11068040408 CRIME DOLOSO Segundo o disposto no art. 18, I, do CP, o crime é doloso “quando o agente quis o resultado ou assumiu o risco de produzi-lo”. Prof. Ricardo Antonio Andreucci 5 Elayne Albertina Gomes Macêdo - 11068040408 CONCEITO DE DOLO Dolo, segundo a teoria finalista da ação, é o elemento subjetivo do tipo; é a vontade consciente de concretizar as características objetivas do tipo. Prof. Ricardo Antonio Andreucci 6 Elayne Albertina Gomes Macêdo - 11068040408 TEORIAS SOBRE O DOLO Existem três teorias a respeito do conteúdo do dolo: a) Teoria da vontade = dolo é a vontade de praticar uma ação consciente, um fato que se sabe contrário à lei. Prof. Ricardo Antonio Andreucci 7 Elayne Albertina Gomes Macêdo - 11068040408 TEORIAS SOBRE O DOLO b) Teoria da representação = dolo é a vontade de praticar a conduta, prevendo o agente a possibilidade de o resultado ocorrer. Prof. Ricardo Antonio Andreucci 8 Elayne Albertina Gomes Macêdo - 11068040408 TEORIAS SOBRE O DOLO c) Teoria do assentimento (ou do consentimento) = basta para o dolo a previsão ou consciência do resultado, não exigindo que o sujeito queira produzi-lo. É suficiente o assentimento do agente ao resultado. Prof. Ricardo Antonio Andreucci 9 Elayne Albertina Gomes Macêdo - 11068040408 TEORIAS ADOTADAS PELO BRASIL O Brasil adotou, no art. 18, I, do Código Penal, a teoria da vontade (dolo direto) e a teoria do assentimento (dolo eventual). Prof. Ricardo Antonio Andreucci 10 Elayne Albertina Gomes Macêdo - 11068040408 ESPÉCIES DE DOLO Dolo direto ou determinado: é a vontade de praticar a conduta e produzir o resultado. O dolo direto pode ser de primeiro grau e de segundo grau. Prof. Ricardo Antonio Andreucci 11 Elayne Albertina Gomes Macêdo - 11068040408 ESPÉCIES DE DOLO Dolo direto de primeiro grau relaciona-se com o fim proposto e com os meios escolhidos para alcançá-lo. Prof. Ricardo Antonio Andreucci 12 Elayne Albertina Gomes Macêdo - 11068040408 ESPÉCIES DE DOLO Dolo direto de segundo grau (também chamado de dolo mediato ou dolo de consequências necessárias) relaciona-se com os efeitos colaterais da conduta, tidos como necessários. Prof. Ricardo Antonio Andreucci 13 Elayne Albertina Gomes Macêdo - 11068040408 DOLO DIRETO DE 2º GRAU Ex.: terrorista que, pretendendo matar determinada pessoa, coloca uma bomba no avião em que esta viajará, a qual vem a explodir, matando-a juntamente com os demais passageiros. Prof. Ricardo Antonio Andreucci 14 Elayne Albertina Gomes Macêdo - 11068040408 DOLO DIRETO DE 2º GRAU Houve dolo direto de primeiro grau em relação à vítima pretendida, e dolo direto de segundo grau em relação aos demais passageiros do avião, que acabaram sendo atingidos como efeito colateral da conduta almejada. Prof. Ricardo Antonio Andreucci 15 Elayne Albertina Gomes Macêdo - 11068040408 DOLO DIRETO DE 2º GRAU Outro exemplo interessante é o do agente que, pretendendo matar um gêmeo xifópago, nele desfere disparo de arma de fogo, matando-o (dolo direto de primeiro grau), mas matando também o outro irmão como consequência necessária dessa conduta (dolo direto de segundo grau). Prof. Ricardo Antonio Andreucci 16 Elayne Albertina Gomes Macêdo - 11068040408 ESPÉCIES DE DOLO Dolo indireto ou indeterminado: ocorre quando a vontade do sujeito não se dirige a certo e determinado resultado. O dolo indireto possui duas formas: Prof. Ricardo Antonio Andreucci 17 Elayne Albertina Gomes Macêdo - 11068040408 ESPÉCIES DE DOLO INDIRETO Dolo alternativo, quando a vontade do sujeito se dirige a um ou outro resultado, indiferentemente. Exemplo: o agente desfere golpes de faca na vítima com intenção alternativa: matar ou ferir; Prof. Ricardo Antonio Andreucci 18 Elayne Albertina Gomes Macêdo - 11068040408 ESPÉCIES DE DOLO INDIRETO Dolo eventual, quando o sujeito assume o risco de produzir o resultado, ou seja, o agente prevê o resultado e nada faz para evitá-lo, agindo com indiferença em relação a ele. Prof. Ricardo Antonio Andreucci 19 Elayne Albertina Gomes Macêdo - 11068040408 CRIME CULPOSO Segundo o disposto no art. 18, II, do Código Penal, o crime é culposo “quando o agente deu causa ao resultado por imprudência, negligência ou imperícia”. Prof. Ricardo Antonio Andreucci 20 Elayne Albertina Gomes Macêdo - 11068040408 CUIDADO OBJETIVO Cuidado objetivo é a obrigação determinada a todos, no convívio social, de realizar condutas de forma a não produzir danos a terceiros. Prof. Ricardo Antonio Andreucci 21 Elayne Albertina Gomes Macêdo - 11068040408 PREVISIBILIDADE Surge, então, a previsibilidade objetiva, que é a possibilidade de antever o resultado produzido, previsível ao homem comum, nas circunstâncias em que o sujeito realizou a conduta. Prof. Ricardo Antonio Andreucci 22 Elayne Albertina Gomes Macêdo - 11068040408 MODALIDADES DE CULPA A inobservância do cuidado objetivo necessário manifesta-se pelas três modalidades de culpa: imprudência, negligência e imperícia. Prof. Ricardo Antonio Andreucci 23 Elayne Albertina Gomes Macêdo - 11068040408 IMPRUDÊNCIA É a prática de um fato perigoso, atuando o agente com precipitação, sem cautelas. Exemplo: desobedecer sinal semafórico vermelho, indicativo de parada obrigatória. Prof. Ricardo Antonio Andreucci 24 Elayne Albertina Gomes Macêdo - 11068040408 NEGLIGÊNCIA É a ausência de precaução, de cuidados. Exemplo: deixar substância tóxica ao alcance de criança. Prof. Ricardo Antonio Andreucci 25 Elayne Albertina Gomes Macêdo - 11068040408 IMPERÍCIA É a falta de aptidão, de conhecimentos técnicos, para o exercício de arte ou profissão. Exemplo: médico que se dispõe a realizar cirurgia sem ter conhecimentos adequados sobre a especialidade da moléstia. Prof. Ricardo Antonio Andreucci 26 Elayne Albertina Gomes Macêdo - 11068040408 ESPÉCIES DE CULPA a) Culpa inconsciente, na qual o resultado não é previsto pelo agente, embora previsível. É a culpa comum, normal, manifestada pela imprudência, negligência ou imperícia. Prof. Ricardo Antonio Andreucci 27 Elayne Albertina Gomes Macêdo - 11068040408 ESPÉCIES DE CULPA b) Culpa consciente (ou culpa com previsão), na qual o resultado é previsto pelo agente, que espera inconsideradamente que não ocorra ou que possa evitá-lo. Prof. Ricardo Antonio Andreucci 28 Elayne Albertina Gomes Macêdo - 11068040408 DIFERENÇA ENTRE CULPA CONSCIENTE E DOLO EVENTUAL No dolo eventual, o agente prevê o resultado, mas nada faz para evitá-lo, agindo com total indiferença em relação a ele e assumindo o risco de sua produção. Prof. Ricardo Antonio Andreucci 29 Elayne Albertina Gomes Macêdo - 11068040408 DIFERENÇA ENTRE CULPA CONSCIENTE E DOLO EVENTUAL Na culpa consciente, o agente prevê o resultado, mas aguarda, espera e confia (inconsideradamente) na sua não produção. Prof. Ricardo Antonio Andreucci 30 Elayne Albertina Gomes Macêdo - 11068040408 CRIME PRETERDOLOSO O crime preterdolosoou preterintencional é aquele no qual coexistem os dois elementos subjetivos: dolo na conduta antecedente e culpa na conduta consequente. Prof. Ricardo Antonio Andreucci 31 Elayne Albertina Gomes Macêdo - 11068040408 CONSUMAÇÃO E TENTATIVA Prof. Ricardo Antonio Andreucci 32 Elayne Albertina Gomes Macêdo - 11068040408 CRIME CONSUMADO Art. 14. Diz-se o crime: I — consumado, quando nele se reúnem todos os elementos de sua definição legal; Prof. Ricardo Antonio Andreucci 33 Elayne Albertina Gomes Macêdo - 11068040408 CRIME CONSUMADO Consuma-se o delito quando existe a realização integral do tipo. Prof. Ricardo Antonio Andreucci 34 Elayne Albertina Gomes Macêdo - 11068040408 CRIME TENTADO O crime é tentado quando, iniciada a execução, não se consuma por circunstâncias alheias à vontade do agente. Costuma-se utilizar o termo latino conatus como sinônimo de tentativa. Prof. Ricardo Antonio Andreucci 35 Elayne Albertina Gomes Macêdo - 11068040408 TEORIAS SOBRE A TENTATIVA a) Teoria objetiva, segundo a qual existe tentativa com o início dos atos de execução. Prof. Ricardo Antonio Andreucci 36 Elayne Albertina Gomes Macêdo - 11068040408 TEORIAS SOBRE A TENTATIVA b) Teoria subjetiva, segundo a qual basta, para configurar a tentativa, a revelação da intenção delituosa, ainda que em atos preparatórios. Prof. Ricardo Antonio Andreucci 37 Elayne Albertina Gomes Macêdo - 11068040408 TEORIA ADOTADA PELO BRASIL O nosso Código Penal adotou a teoria objetiva, exigindo, para a ocorrência de tentativa, início de atos de execução (art. 14, II, do CP). Prof. Ricardo Antonio Andreucci 38 Elayne Albertina Gomes Macêdo - 11068040408 ITER CRIMINIS O fato delituoso apresenta uma trajetória, denominada iter criminis (termo latino que significa caminho do crime), que se compõe de quatro etapas: Prof. Ricardo Antonio Andreucci 39 Elayne Albertina Gomes Macêdo - 11068040408 ETAPAS DO ITER CRIMINIS a)cogitação (cogitatio); b)atos preparatórios; c) atos de execução; d)consumação. Prof. Ricardo Antonio Andreucci 40 Elayne Albertina Gomes Macêdo - 11068040408 COGITAÇÃO A cogitação não é punida no Direito Penal, pois o que se passa no foro íntimo da pessoa não tem relevância criminal. Apenas na exteriorização das intenções do agente, em atos que denotem início da execução, é que agirá o Direito Penal. Prof. Ricardo Antonio Andreucci 41 Elayne Albertina Gomes Macêdo - 11068040408 ATOS PREPARATÓRIOS Em regra, os atos preparatórios não são puníveis, a não ser que, por si sós, já configurem atos de execução de infrações penais autônomas. Prof. Ricardo Antonio Andreucci 42 Elayne Albertina Gomes Macêdo - 11068040408 ELEMENTOS DA TENTATIVA a) a ação, que se caracteriza por início da execução — atos executórios; b) a interrupção da execução por circunstâncias alheias à vontade do agente, que pode dar-se em qualquer momento antes da consumação. c) o dolo, que é o elemento subjetivo do crime. Quem consuma o crime age com o mesmo dolo da tentativa, pois a vontade era no sentido de consumar o delito. Prof. Ricardo Antonio Andreucci 43 Elayne Albertina Gomes Macêdo - 11068040408 ESPÉCIES DE TENTATIVA a) Tentativa perfeita, ou tentativa acabada, também chamada de “crime falho” — é aquela que se verifica quando o agente fez tudo o quanto lhe era possível para alcançar o resultado. Prof. Ricardo Antonio Andreucci 44 Elayne Albertina Gomes Macêdo - 11068040408 ESPÉCIES DE TENTATIVA b) Tentativa imperfeita ou tentativa inacabada — é aquela que ocorre quando a ação não chega a exaurir- se, ou seja, quando o sujeito ativo não esgotou em atos de execução sua intenção delituosa. Prof. Ricardo Antonio Andreucci 45 Elayne Albertina Gomes Macêdo - 11068040408 TENTATIVA BRANCA OU INCRUENTA Tentativa branca, ou incruenta, é a que ocorre quando o agente, embora tendo empregado os meios ao seu alcance, não consegue atingir a coisa ou a pessoa. Prof. Ricardo Antonio Andreucci 46 Elayne Albertina Gomes Macêdo - 11068040408 TENTATIVA CRUENTA Na tentativa cruenta, ao contrário, o agente consegue atingir a pessoa ou a coisa que visava. Prof. Ricardo Antonio Andreucci 47 Elayne Albertina Gomes Macêdo - 11068040408 PENA DA TENTATIVA A pena da tentativa é a do crime consumado, diminuída de um a dois terços, dependendo do iter criminis percorrido. Art. 14, parágrafo único, do CP. Prof. Ricardo Antonio Andreucci 48 Elayne Albertina Gomes Macêdo - 11068040408 TENTATIVA DE CONTRAVENÇÃO Dispõe o art. 4.º do Decreto- Lei n. 3.688/41 — Lei das Contravenções Penais — que não se pune a tentativa de contravenção. Prof. Ricardo Antonio Andreucci 49 4Elayne Albertina Gomes Macêdo - 11068040408 DESISTÊNCIA VOLUNTÁRIA Não havendo percorrido, ainda, toda a trajetória do delito, iniciados os atos de execução, o agente pode deter- se, voluntariamente. Ex: agente ministra veneno à bebida da vítima, arrependendo-se depois e impedindo-a de ingeri-la. Prof. Ricardo Antonio Andreucci 50 3Elayne Albertina Gomes Macêdo - 11068040408 ARREPENDIMENTO EFICAZ No arrependimento eficaz, o agente esgota todos os meios, ao seu alcance, para a prática do crime. Ele pratica todos os atos de execução. Arrepende-se, porém, e evita, com sucesso, a consumação. Prof. Ricardo Antonio Andreucci 51 2 Elayne Albertina Gomes Macêdo - 11068040408 EXCLUSÃO DA TIPICIDADE A desistência voluntária e o arrependimento eficaz excluem a tipicidade do fato (o agente não responde pelo crime do qual iniciou a execução, mas apenas pelos atos praticados, que podem configurar uma outra figura típica. Prof. Ricardo Antonio Andreucci 52 1Elayne Albertina Gomes Macêdo - 11068040408 ANTIJURIDICIDADE TEORIA DO CRIME Prof. Ricardo Antonio Andreucci 53 Elayne Albertina Gomes Macêdo - 11068040408 ANTIJURIDICIDADE É a relação de contrariedade entre o fato e o ordenamento jurídico. Não basta, para a ocorrência de um crime, que o fato seja típico (previsto em lei). É necessário também que seja antijurídico, ou seja, contrário à lei penal, que viole bens jurídicos protegidos pelo ordenamento jurídico. Prof. Ricardo Antonio Andreucci 54 Elayne Albertina Gomes Macêdo - 11068040408 CAUSAS DE EXCLUSÃO Estado de necessidade; Legítima defesa; Estrito cumprimento do dever legal; Exercício regular de direito. Prof. Ricardo Antonio Andreucci 55 Elayne Albertina Gomes Macêdo - 11068040408 ESTADO DE NECESSIDADE Art. 24. Considera-se em estado de necessidade quem pratica o fato para salvar de perigo atual, que não provocou por sua vontade, nem podia de outro modo evitar, direito próprio ou alheio, cujo sacrifício, nas circunstâncias, não era razoável exigir-se. Prof. Ricardo Antonio Andreucci 56 Elayne Albertina Gomes Macêdo - 11068040408 CONCEITO Estado de necessidade é uma situação de perigo atual de interesses legítimos e protegidos pelo Direito, em que o agente, para afastá-la e salvar um bem próprio ou de terceiro, não tem outro meio senão o de lesar o interesse de outrem, igualmente legítimo. Prof. Ricardo Antonio Andreucci 57 Elayne Albertina Gomes Macêdo - 11068040408 NATUREZA JURÍDICA Trata-se de causa excludente da antijuridicidade. Embora o fato seja considerado típico, não há crime em face da ausência de ilicitude. Prof. Ricardo Antonio Andreucci 58 Elayne Albertina Gomes Macêdo - 11068040408 REQUISITOS a) Existência de perigo atual (ou iminente); Prof. Ricardo Antonio Andreucci 59 Elayne Albertina Gomes Macêdo - 11068040408 REQUISITOS b) Ameaça a direito próprio ou alheio; Prof. Ricardo Antonio Andreucci 60 Elayne Albertina Gomes Macêdo - 11068040408 REQUISITOS c) Inexigibilidade de sacrifício do interesse ameaçado: a lei não exige do agente que sacrifique o seu bem jurídico para preservar o bem jurídico de terceiro.Prof. Ricardo Antonio Andreucci 61 Elayne Albertina Gomes Macêdo - 11068040408 REQUISITOS e) Inexistência de dever legal de enfrentar o perigo; Prof. Ricardo Antonio Andreucci 63 Elayne Albertina Gomes Macêdo - 11068040408 REQUISITOS f) Conhecimento da situação de fato justificante: significa que o estado de necessidade requer do agente o conhecimento de que está agindo para salvaguardar um interesse próprio ou de terceiro. Prof. Ricardo Antonio Andreucci 64 Elayne Albertina Gomes Macêdo - 11068040408 FORMAS DE ESTADO DE NECESSIDADE a) quanto à titularidade do interesse protegido: dividindo- se em estado de necessidade próprio (quando o agente salva direito próprio) ou estado de necessidade de terceiro (quando o agente salva direito de outrem); Prof. Ricardo Antonio Andreucci 65 Elayne Albertina Gomes Macêdo - 11068040408 FORMAS DE ESTADO DE NECESSIDADE b) quanto ao aspecto subjetivo do agente: dividindo-se em estado de necessidade real (em que a situação de perigo efetivamente está ocorrendo) e estado de necessidade putativo (em que o agente incide em erro — descriminante putativa); Prof. Ricardo Antonio Andreucci 66 Elayne Albertina Gomes Macêdo - 11068040408 FORMAS DE ESTADO DE NECESSIDADE c) quanto ao terceiro que sofre a ofensa: dividindo-se em estado de necessidade agressivo (caso em que a conduta do agente atinge direito de terceiro inocente) e estado de necessidade defensivo (caso em que o agente atinge direito de terceiro que causou ou contribuiu para a situação de perigo). Prof. Ricardo Antonio Andreucci 67 Elayne Albertina Gomes Macêdo - 11068040408 LEGÍTIMA DEFESA Art. 25. Entende-se em legítima defesa quem, usando moderadamente dos meios necessários, repele injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem. Prof. Ricardo Antonio Andreucci 68 Elayne Albertina Gomes Macêdo - 11068040408 CONCEITO Legítima defesa é a repulsa a injusta agressão, atual ou iminente, a direito próprio ou de outrem, usando moderadamente os meios necessários. Prof. Ricardo Antonio Andreucci 69 Elayne Albertina Gomes Macêdo - 11068040408 NATUREZA JURÍDICA Trata-se de causa excludente da antijuridicidade. Assim, embora seja típico o fato, não há crime em face da ausência de ilicitude. Prof. Ricardo Antonio Andreucci 70 Elayne Albertina Gomes Macêdo - 11068040408 REQUISITOS a) Agressão injusta, atual ou iminente. A agressão é injusta quando viola a lei, sem justificação (sine jure). Agressão atual é aquela que está ocorrendo. Agressão iminente é aquela que está prestes a ocorrer. Prof. Ricardo Antonio Andreucci 71 Elayne Albertina Gomes Macêdo - 11068040408 REQUISITOS b)Direito próprio ou de terceiro. Qualquer direito? Prof. Ricardo Antonio Andreucci 72 Elayne Albertina Gomes Macêdo - 11068040408 REQUISITOS c) Utilização dos meios necessários. Meios necessários = meios à disposição do agente. Prof. Ricardo Antonio Andreucci 73 Elayne Albertina Gomes Macêdo - 11068040408 REQUISITOS d) Utilização moderada de tais meios. Significa que o agente deve agir sem excesso. Prof. Ricardo Antonio Andreucci 74 Elayne Albertina Gomes Macêdo - 11068040408 REQUISITOS e) Conhecimento da situação de fato justificante: significa que a legítima defesa requer do agente o conhecimento da situação de agressão injusta e da necessidade de repulsa (animus defendendi). Prof. Ricardo Antonio Andreucci 75 Elayne Albertina Gomes Macêdo - 11068040408 FORMAS DE LEGÍTIMA DEFESA a) quanto à titularidade do interesse protegido: dividindo-se em legítima defesa própria (quando a agressão injusta se voltar contra direito do agente) e legítima defesa de terceiro (quando a agressão injusta ocorrer contra direito de terceiro); Prof. Ricardo Antonio Andreucci 76 Elayne Albertina Gomes Macêdo - 11068040408 FORMAS DE LEGÍTIMA DEFESA b) quanto ao aspecto subjetivo do agente: dividindo- se em legítima defesa real (quando a agressão injusta efetivamente estiver presente) ou legítima defesa putativa (que ocorre por erro — descriminante putativa); Prof. Ricardo Antonio Andreucci 77 Elayne Albertina Gomes Macêdo - 11068040408 FORMAS DE LEGÍTIMA DEFESA c) quanto à reação do sujeito agredido: dividindo-se em legítima defesa defensiva (quando o agente se limita a defender-se) e legítima defesa ofensiva (quando o agente, além de defender-se, também ataca o bem jurídico de terceiro). Prof. Ricardo Antonio Andreucci 78 Elayne Albertina Gomes Macêdo - 11068040408 OFENDÍCULAS São barreiras ou obstáculos para a defesa de bens jurídicos. Geralmente constituem aparatos destinados a impedir a agressão a algum bem jurídico, seja pela utilização de animais (cães ferozes, por exemplo), seja pela utilização de aparelhos ou artefatos feitos pelo homem (arame farpado, cacos de vidro sobre o muro, cerca eletrificada, por exemplo). Prof. Ricardo Antonio Andreucci 79 Elayne Albertina Gomes Macêdo - 11068040408 OFENDÍCULAS Parcela da doutrina distingue ofendícula de defesa mecânica predisposta. As ofendículas são percebidas com facilidade pelas pessoas e não necessitam de aviso quanto à sua existência. Ex.: cacos de vidro sobre o muro, pontas de lança em uma grade, fosso etc. Prof. Ricardo Antonio Andreucci 80 Elayne Albertina Gomes Macêdo - 11068040408 DEFESA MECÂNICA PREDISPOSTA Já as defesas mecânicas predispostas estão ocultas, ignoradas pelo suposto agressor, sendo necessário o aviso quanto à sua existência. Ex.: cerca eletrificada, armadilhas em geral, arma oculta, cão feroz etc. Prof. Ricardo Antonio Andreucci 81 Elayne Albertina Gomes Macêdo - 11068040408 ESTRITO CUMPRIMENTO DO DEVER LEGAL Ocorre quando a lei, em determinados casos, impõe ao agente um comportamento. Nessas hipóteses, amparadas pelo art. 23, III, do Código Penal, embora típica a conduta, não é ilícita. Prof. Ricardo Antonio Andreucci 82 Elayne Albertina Gomes Macêdo - 11068040408 ESTRITO CUMPRIMENTO DO DEVER LEGAL Exemplos: policial que viola domicílio onde está sendo praticado um delito, ou emprega força indispensável no caso de resistência ou tentativa de fuga do preso (art. 284 do CPP); soldado que mata o inimigo no campo de batalha; oficial de justiça que viola domicílio para cumprir ordem de despejo. Prof. Ricardo Antonio Andreucci 83 Elayne Albertina Gomes Macêdo - 11068040408 ESTRITO CUMPRIMENTO DO DEVER LEGAL Somente ocorre a excludente quando existe um dever imposto pelo Direito, seja em regulamento, decreto ou qualquer ato emanado do Poder Público, desde que tenha caráter geral, seja em lei, penal ou extrapenal. Prof. Ricardo Antonio Andreucci 84 Elayne Albertina Gomes Macêdo - 11068040408 EXERCÍCIO REGULAR DE DIREITO Essa excludente da antijuridicidade vem amparada pelo art. 23, III, do Código Penal, que emprega a expressão direito em sentido amplo. A conduta, nesses casos, embora típica, não será antijurídica, ilícita. Prof. Ricardo Antonio Andreucci 85 Elayne Albertina Gomes Macêdo - 11068040408 EXERCÍCIO REGULAR DE DIREITO Exemplos: desforço imediato no esbulho possessório (art. 1210, § 1º, do CC); direito de retenção por benfeitorias; intervenções médico-cirúrgicas; a correção dos filhos pelos pais etc. Prof. Ricardo Antonio Andreucci 86 Elayne Albertina Gomes Macêdo - 11068040408 CULPABILIDADE Culpabilidade é juízo de reprovação social. Para a Teoria Finalista Bipartida, funciona como pressuposto de aplicação da pena. Para a Teoria Finalista Tripartida constitui elemento do crime. Prof. Ricardo Antonio Andreucci 87 Elayne Albertina Gomes Macêdo - 11068040408 CULPABILIDADE Na culpabilidade, existe reprovação pessoal contra o autor devido à realização de um fato contrário ao direito, embora, nas circunstâncias, tivesse podido atuar de maneira diferente de como o fez.Prof. Ricardo Antonio Andreucci 88 Elayne Albertina Gomes Macêdo - 11068040408 ELEMENTOS a) imputabilidade; b) potencial consciência da ilicitude; c) exigibilidade de conduta conforme o Direito. Prof. Ricardo Antonio Andreucci 89 Elayne Albertina Gomes Macêdo - 11068040408 IMPUTABILIDADE Chama-se imputabilidade a capacidade do agente de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. Prof. Ricardo Antonio Andreucci 90 Elayne Albertina Gomes Macêdo - 11068040408 INIMPUTABILIDADE Inimputabilidade é a incapacidade do agente de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. Prof. Ricardo Antonio Andreucci 91 Elayne Albertina Gomes Macêdo - 11068040408 CAUSAS EXCLUDENTES DE IMPUTABILIDADE Doença mental; Desenvolvimento mental incompleto; Desenvolvimento mental retardado; Embriaguez completa (caso fortuito ou força maior). Prof. Ricardo Antonio Andreucci 92 Elayne Albertina Gomes Macêdo - 11068040408 DOENÇA MENTAL O art. 26, caput, do Código Penal tratou da doença mental como um pressuposto biológico da inimputabilidade. Deve ela ser entendida como toda moléstia que cause alteração na saúde mental do agente. Prof. Ricardo Antonio Andreucci 93 Elayne Albertina Gomes Macêdo - 11068040408 DESENVOLVIMENTO MENTAL INCOMPLETO Como desenvolvimento mental incompleto deve ser entendido aquele que ocorre nos inimputáveis em razão da idade e também aquele que ocorre nos silvícolas inadaptados. Prof. Ricardo Antonio Andreucci 94 Elayne Albertina Gomes Macêdo - 11068040408 MENORES DE 18 ANOS Art. 27. Os menores de 18 (dezoito) anos são penalmente inimputáveis, ficando sujeitos às normas estabelecidas na legislação especial. Prof. Ricardo Antonio Andreucci 95 Elayne Albertina Gomes Macêdo - 11068040408 CRITÉRIO BIOLÓGICO Nesse dispositivo, o Código Penal adotou o critério biológico para aferição da imputabilidade do menor. Presunção absoluta de inimputabilidade do menor de 18 anos. Prof. Ricardo Antonio Andreucci 96 Elayne Albertina Gomes Macêdo - 11068040408 DESENVOLVIMENTO MENTAL RETARDADO Caracteriza-se por déficit de inteligência, que pode ocorrer sem qualquer outro transtorno psíquico, embora indivíduos mentalmente retardados possam apresentar certos transtornos psíquicos, de modo associado. Oligofrênicos (grau grave, grau médio e grau leve) Prof. Ricardo Antonio Andreucci 97 Elayne Albertina Gomes Macêdo - 11068040408 EMBRIAGUEZ COMPLETA – CASO FORTUITO OU FORÇA MAIOR Art. 28. (...) § 1.º É isento de pena o agente que, por embriaguez completa, proveniente de caso fortuito ou força maior, era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. Prof. Ricardo Antonio Andreucci 98 Elayne Albertina Gomes Macêdo - 11068040408 ACTIO LIBERA IN CAUSA Ocorre quando o agente se coloca, propositadamente, em situação de inconsciência para a prática de conduta punível. São casos de conduta livremente desejada, mas cometida no instante em que o sujeito se encontra em estado de inconsciência. Prof. Ricardo Antonio Andreucci 99 4 Elayne Albertina Gomes Macêdo - 11068040408 SEMI-IMPUTABILIDADE Art. 26. (...) .Parágrafo único. A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o agente, em virtude de perturbação de saúde mental ou por desenvolvimento mental incompleto ou retardado não era inteiramente capaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. Prof. Ricardo Antonio Andreucci 100 3 Elayne Albertina Gomes Macêdo - 11068040408 SEMI-IMPUTABILIDADE Nesse caso, o agente tem parcialmente diminuída sua capacidade de entendimento e de determinação, o que enseja a redução da pena de um a dois terços. Prof. Ricardo Antonio Andreucci 101 2 Elayne Albertina Gomes Macêdo - 11068040408 SEMI-IMPUTABILIDADE Não há exclusão da imputabilidade, persistindo a culpabilidade do agente e a consequente aplicação de pena, ainda que reduzida. Excepcionalmente, pode o juiz optar pela imposição ao semi-imputável de medida de segurança. É o chamado Sistema Vicariante. Prof. Ricardo Antonio Andreucci 102 1 Elayne Albertina Gomes Macêdo - 11068040408 MANUAL DE DIREITO PENAL Prof. Ricardo Antonio Andreucci 103 Elayne Albertina Gomes Macêdo - 11068040408 ricardo_andreucci Prof. Ricardo Antonio Andreucci 104 Elayne Albertina Gomes Macêdo - 11068040408
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