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CONCEITOS BÁSICOS DE ANÁLISE DO COMPORTAMENTO PROF. PATRICIA DO NASCIMENTO TAVARES 18/09/2021 TEMAS ABORDADOS NESTA REVISÃO Dualismo cartesiano Mentalismo X Behaviorismo Comportamento Respondente Reflexo Inato X Reflexo Aprendido Comportamento Operante Modelo de Seleção por Consequências Comportamento Apetitivo (Reforço Positivo) Controle Coercitivo (Reforço Negativo, Punição Positiva, Punição Negativa) Extinção Operante O PENSAMENTO EM DESCARTES Filosofia clássica Pautada na forma de pensamento metafísico → conhecer a essência dos objetos através da especulação racional Propósito de Descartes: Ponto de clareza na metafísica Conhecimento isento de conjecturas ou erros Percurso valeu-se da Dúvida Metódica Conhecimento Duvidoso deve ser rejeitado O PENSAMENTO EM DESCARTES “Pensarei que o céu, o ar, a terra, as cores, as figuras, os sons e todas as coisas exteriores que vemos não passam de ilusões ou fraudes” “Considerarei a mim mesmo totalmente desprovido de mãos, de olhos, de carne, de sangue, desprovido de quaisquer sentidos, mas dotado da falsa crença de possuir todas essas coisas” O PENSAMENTO EM DESCARTES Provas A existência de um sujeito para ser enganado O próprio ato de duvidar Característica de um ser pensante Ponto inquestionável: “se algo pode existir sem uma propriedade, então [...] essa propriedade não está incluída em sua essência” Essência da mente: PENSAMENTO “Mas o que sou eu, então? Uma coisa que pensa. Que é uma coisa que pensa? É uma coisa que duvida, que concebe, que afirma, que nega, que quer, que não quer, que imagina e também e que sente” O PENSAMENTO EM DESCARTES Argumentos Principais ao Cogito Argumento da dúvida: Duvidar é pensar Corpo não é pensamento → não é parte da essência da mente Argumento do conhecimento privilegiado: Acesso direto e não inferencial a respeito dos próprios estados mentais Incorrigibilidade: crença a respeito de algo. Crer é um estado mental Diferenças entre as propriedades: Divisibilidade do corpo X indivisibilidade da mente Mente pura X corpo composto (modificável) Mente não ocupa lugar no espaço X corpo delimitável, extenso Substância de natureza diferente MENTALISMO X BEHAVIORISMO Contraposição à propostas existentes O objeto de estudo: “Se, por outro lado, ela [psicologia] é uma ciência do comportamento dos organismos, humanos ou outros, então ela é parte da biologia, uma ciência natural para o qual métodos testados e muito bem sucedidos estão disponíveis. A questão não é sobre a natureza do material do qual o mundo é feito ou se ele é feito de um ou de dois materiais, mas sim as dimensões das coisas estudadas pela psicologia e os métodos pertinentes a elas” (Skinner, 1963/1969 p.221). Mentalismo confere fundamental importância a eventos que são particulares ao sujeito (privados), e cujas propriedades são ‘peculiares’ A preocupação com eventos privados não é exclusiva ao mentalismo Diferença, pois, centra-se na natureza dos fenômenos Mentalismo: não material Behaviorismo: material REFLEXO INATO E QUAL A FINALIDADE DO REFLEXO INATO? Todas as espécies animais, incluindo os seres humanos, dispõem em seu repertório comportamental de comportamentos reflexos inatos Oferecem aparato MÍNIMO para o organismo interagir com o ambiente e garantir a manutenção da espécie NÃO CONFUNDA... No cotidiano usamos o termo reflexo com outras conotações. Veja alguns exemplos: Um cliente/paciente que cita não reconhecer seu reflexo no espelho Um motorista que desvia rapidamente de um obstáculo na pista, dizemos que “tem um bom reflexo” O REFLEXO NA PSICOLOGIA Compreende uma relação entre uma ação e o que a precedeu (o que aconteceu antes) Assim... A ação, aquilo que o indivíduo faz, é denominado RESPOSTA (R) Aquilo que aconteceu antes da ação, é chamado ESTÍMULO (S) Em outras palavras... REFLEXO é uma relação entre um estímulo e uma resposta sendo ESTÍMULO: alteração no ambiente RESPOSTA: alteração no organismo REFLEXO INATO Estimulação Genital → Ereção peniana/ Lubrificação vaginal DESCRIÇÃO Estimulação genital é a mudança no ambiente não estava ocorrendo, agora está) que leva à ereção peniana ou lubrificação vaginal, ambas mudanças no organismo (pênis não estava ereto, agora está – vagina não estava lubrificada, agora está) COMPORTAMENTO REFLEXO EXERCÍCIOS Para cada evento listado a seguir, assinale S quando se referir a um estímulo (mudança no ambiente) ou R, quando indicar uma resposta (mudança no organismo): Som alto e estridente Som da broca do dentista Cheiro de tinta fresca Sumo de limão na boca Sudorese Palpitação/Taquicardia Movimentos peristálticos Piscar Sugar o bico do seio Salivar Ruborização Tremores Comida na boca INTENSIDADE x MAGNITUDE Intensidade e magnitude, AMBOS, se referem à FORÇA... Força de um estímulo: INTENSIDADE Força de uma resposta: MAGNITUDE EX: Quando entramos numa sala muito quente, começamos a transpirar ESTÍMULO (S) RESPOSTA (R) Sudorese Calor LEIS OU PROPRIEDADES DO REFLEXO LEI DA INTENSIDADE-MAGNITUDE A intensidade do estímulo é diretamente proporcional à magnitude da resposta Ou seja: quanto mais de um, mais do outro Quanto maior a intensidade do estímulo, maior a duração da resposta EX1: Quanto mais sumo de limão (S) na limonada, mais salivação (R) produzida EX2: Quanto maior a temperatura (S) do ambiente, mais suor (R) é produzido LEIS OU PROPRIEDADES DO REFLEXO LEI DO LIMIAR Para que um comportamento reflexo seja eliciado, é necessária uma intensidade mínima do estímulo para que a resposta seja produzida. Ou seja: se a intensidade mínima não for aplicada, a resposta NÃO é eliciada. EX1: Despolarização da Membrana Plasmática e Condução do Impulso Nervoso LEIS OU PROPRIEDADES DO REFLEXO LEI DA LATÊNCIA Lei que estabelece que quanto maior a intensidade do estímulo, menor o intervalo (tempo) entre a apresentação deste a ocorrência da resposta Ou seja: a intensidade do estímulo e a latência da resposta são inversamente proporcionais EX1: Aplicação do instrumento HTP ALGUMAS CONSIDERAÇÕES SOBRE AS LEIS DO REFLEXO Com o aumento na intensidade do estímulo, o aumento na magnitude e na duração da resposta NÃO É ILIMITADO Ou seja, em determinado momento, aumentos na intensidade do estímulo não produzirão aumentos na magnitude da resposta e na duração desta O tempo transcorrido entre a apresentação do estímulo e a ocorrência da resposta (latência) não continuará a diminuir mesmo que se aumente a intensidade do estímulo, há um limite. EFEITOS DE ELICIAÇÕES SUCESSIVAS DA RESPOSTA Um estímulo, se apresentado ao organismo repetidas vezes seguidas em curtos intervalos de tempo, elicia a resposta várias vezes, em sequência, uma após a outra Alterações sucessivas podem alterar a relação entre estímulo e resposta, em especial: Intensidade Magnitude Latência EFEITOS DE ELICIAÇÕES SUCESSIVAS DA RESPOSTA HABITUAÇÃO DA RESPOSTA: quando uma mesma intensidade de estímulo elicia respostas com magnitudes cada vez menores e latências cada vez maiores EFEITOS DE ELICIAÇÕES SUCESSIVAS DA RESPOSTA SENSIBILIZAÇÃO DA RESPOSTA: quando uma mesma intensidade de estímulo elicia respostas com magnitudes cada vez maiores e latências cada vez menores; ESTÍMULO (S) RESPOSTA (R) Alteração no ambiente ou em parte Alteração no organismo Força é descrita quanto sua INTENSIDADE Força é descrita quanto sua MAGNITUDE Elicia/Produz DEPENDENTE DE CERTO LIMIAR LATÊNCIA DA RESPOSTA ELICIAÇÕES SUCESSIVAS HABITUAÇÃO SENSIBILIZAÇÃO REFLEXO INATO EMOÇÕES Emoções envolvem respostas reflexas contingentes a estímulos ambientais Algumas respostas emocionais são produto da história evolutiva das espécies Oferecem valor de sobrevivência à espécie EMOÇÕES Respostas emocionais ocorrem mediante eventos desencadeadores (estímulos do ambiente) Emoções se manifestam através de reações fisiológicas do organismo (condição sentida) Ex.: ansiedade/nervosismo de falar em público E COMO EXPLICAMOS O MEDO DE ELEVADOR, POR EXEMPLO? A DESCOBERTADO REFLEXO APRENDIDO Nem todas as pessoas têm medo de elevador, cachorro, barata, palhaço, avião... Estes medos, portanto, foram aprendidos Respostas de medo são aprendidas por CONDICIONAMENTO PAVLOVIANO (também chamado Clássico ou Respondente) CONDICIONAMENTO PAVLOVIANO EMPARELHAMENTO DE ESTÍMULOS REFLEXO INATO REFLEXO APRENDIDO NS US UR CS CR CONDICIONAMENTO PAVLOVIANO Se os organismos podem aprender novos reflexos, podem também aprender respostas emocionais frente a novos estímulos? CONDICIONAMENTO E ESTUDO DAS EMOÇÕES JOHN WATSON: “O CASO DO PEQUENO ALBERT” CONDICIONAMENTO PAVLOVIANO E EMOÇÕES Suponha a seguinte situação: Paula, 21 anos, veio em busca de psicoterapia referindo medo de dirigir. Aos 18 anos Paula tirou sua carteira de motorista. Como não tinha veículo próprio, usava o carro do pai sempre que precisava sair. O grande sonho de Paula era estudar numa faculdade pública. Desde o ensino médio, Paula se dedicava aos estudos a fim de alcançar seu objetivo. No ano passado Paula foi aprovada no vestibular de uma faculdade pública no interior de São Paulo. Os pais de Paula decidiram que seria bom para a garota se ela morasse em uma república na região da faculdade. Assim, em um final de semana, a família decidiu viajar de carro para o interior, a fim de conhecer a moradia. Paula, por sua vez, pediu ao pai para conduzir o veículo, pois nunca tinha dirigido na estrada. Com o consentimento do pai, a garota tomou a direção. Enquanto dirigia na rodovia, a 120 Km/h, um objeto se desprendeu do bagageiro de teto do veículo que se deslocava à sua frente. Para evitar o choque do objeto contra o seu veículo, Paula jogou o carro para a esquerda, caindo no canteiro. Após esse evento, Paula parou de dirigir. Sente náuseas, palpitação e sudorese até mesmo quando viaja no banco do passageiro, evitando, com isso, sair com a família de carro. EMPARELHAMENTO DE ESTÍMULOS REFLEXO APRENDIDO: Medo de Dirigir NS Carro US “Acidente na estrada” (barulho da freada, deslocamento súbito do carro, objeto em alta velocidade, etc) UR “Medo” (palpitação, sudorese, tremores) CS Carro CR Medo GENERALIZAÇÃO RESPONDENTE Após condicionamento, estímulos que se assemelham fisicamente em termos de propriedades/características, podem passar a eliciar a resposta condicionada Ex.: uma criança que tenha sido ‘forçada’ a comer escarola na refeição (estimulação aversiva) poderá emitir respostas condicionadas diante desse estímulo (escarola) futuramente. É provável que tais respostas também ocorram diante de outros vegetais (devido a semelhanças na cor, formato, textura, etc.) GENERALIZAÇÃO RESPONDENTE GRADIENTE DE GENERALIZAÇÃO EXTINÇÃO RESPONDENTE E RECUPERAÇÃO ESPONTÂNEA EXTINÇÃO RESPONDENTE E RECUPERAÇÃO ESPONTÂNEA Uma resposta reflexa condicionada PODE DEIXAR DE OCORRER se o estímulo condicionado (CS) for apresentado repetidas vezes sem a presença do estímulo incondicionado (US) o qual foi emparelhado Efeito eliciador se extingue gradualmente Uma resposta reflexa de medo PODERÁ GANHAR FORÇA NOVAMENTE, mesmo após ser extinta QUEBRA DA RELAÇÃO US Bicada/ Dor UR Medo NS Visão do Pássaro Sem Medo CS Visão do Pássaro CR Medo FATORES QUE INFLUENCIAM O CONDICIONAMENTO PAVLOVIANO Não basta emparelhar estímulos para que haja condicionamento pavloviano. Algumas condições devem ser satisfeitas: FREQUÊNCIA DOS EPARELHAMENTOS Quanto mais frequentemente o CS for emparelhado a US, mais forte a CR Em casos de eventos muito traumáticos, apenas um emparelhamento pode ser suficiente TIPO DE EMPARELHAMENTO Respostas condicionadas (CR) mais fortes ocorrem quando NS é apresentado antes do US e permanece durante sua apresentação INTENSIDADE DO ESTÍMULO INCONDICIONADO (US) US mais intenso acarreta condicionamento mais rápido GRAU DE PREDIÇÃO DO ESTÍMULO NEUTRO (NS) NS deve ser seguido pelo US sempre que apresentado Até aqui vimos que... Os reflexos compõem uma parte dos comportamentos que constituem o repertório comportamental dos organismos Oferecem aparato mínimo para manutenção da espécie São comportamentos herdados FILOGENETICAMENTE 1º NÍVEL DE VARIAÇÃO E SELEÇÃO E como explicamos os demais comportamentos dos organismos? Modelo de Seleção por Consequências: o Modelo de Causalidade da Análise do Comportamento MODELO DE SELEÇÃO PELAS CONSEQUÊNCIAS Explicações baseadas em agentes iniciadores autônomos (desejo, vontade, impulso, pulsão) Explicações teleológicas, que apelam para um propósito ou intenção como causas finais VARIAÇÃO/ SELEÇÃO APRENDIZAGEM PELAS CONSEQUÊNCIAS A maioria dos comportamentos que englobam o repertório comportamental dos organismos são produto de um tipo especial de aprendizagem: o condicionamento operante Esse tipo de aprendizagem se dá em função de suas consequências, ou seja, em função das modificações que o comportamento do organismo produz no ambiente R Resposta S Estímulo Consequente APRENDIZAGEM PELAS CONSEQUÊNCIAS Tomemos como exemplo o comportamento de escrever com caneta sobre uma folha de papel. A consequência do comportamento é a palavra escrita. A palavra escrita não existia na folha, antes do organismo emitir a resposta Sendo a consequência reforçadora, o comportamento, então, é selecionado no repertório comportamental 2º NÍVEL DE VARIAÇÃO E SELEÇÃO: ONTOGENÉTICO R Escrever a caneta S Palavra escrita APRENDIZAGEM PELAS CONSEQUÊNCIAS O comportamento de escrever a caneta, e produzir como consequência a palavra escrita, só ocorre mediante alguns eventos: Quando o sujeito dispõe de uma caneta Quando a caneta tem tinta Quando há uma superfície para se escrever (folha de papel, bloco, etc.) CONTEXTO: PAPEL INSTANCIADOR DOS ESTÍMULOS R Resposta S Estímulo Consequente S Estímulo Antecedente APRENDIZAGEM PELAS CONSEQUÊNCIAS 3º NÍVEL DE VARIAÇÃO E SELEÇÃO: CULTURAL “As condições para o surgimento de um terceiro nível de seleção são dadas por certas características excepcionais legadas pela evolução natural à espécie humana: a ampla suscetibilidade ao condicionamento operante, o controle da musculatura vocal e a consequente possibilidade de exercer controle relativamente preciso sobre o comportamento dos membros da cultura. A possibilidade de transmissão intergeracional de operantes é, sem dúvida, a marca principal desse processo [...]”(MOREIRA, 2013, p.54). CONSEQUÊNCIAS REFORÇADORAS COMPORTAMENTO OPERANTE COMPORTAMENTO OPERANTE O comportamento operante opera/produz mudanças no ambiente Probabilidade de ocorrência futura de um dado comportamento é afetada por tais consequências Consequências que aumentam a probabilidade de ocorrência de um comportamento são chamadas REFORÇADORAS CONTINGÊNCIA DE REFORÇAMENTO Compreende uma relação entre o organismo e ambiente, no qual o organismo emite uma resposta, esta produz mudanças no ambiente, e tais mudanças retroagem sobre o organismo, alterando a probabilidade de que tal comportamento volte a ocorrer Ao oferecer biscoitos a Snoopy, quando este olha fixamente pela janela, Charlie Brown aumenta a probabilidade (chances) de, em situações similares, este comportamento de Snoopy volte a ocorrer CONTINGÊNCIAS DE REFORÇAMENTO EFEITOS DO REFORÇAMENTO Aumento da frequência (probabilidade) de ocorrência futura de um dado comportamento Diminuição da frequência de outros comportamentos diferentes do comportamento reforçado Diminuição da variabilidade na topografia (forma/estrutura) da resposta reforçada TIPOS DE ESTÍMULOS REFORÇADORES Estímulo Reforçador Natural Produzidos diretamente pelo comportamento Estímulo Reforçador Arbitrário Mediados pelo comportamento de outrem Estímulo Reforçador Social Mudança produzida pelo comportamento do organismo no ambiente impacta sobre o comportamento de outrem Estímulo Reforçador Primário Caracterizam-se por sua capacidade inata de, nas devidas condições motivacionais, fortalecer comportamentosque os produzem (SR+) ou que os eliminam (SR-) Estímulo Reforçador Positivo Acréscimo (+) de um estímulo apetitivo/atrativo contingente à emissão da resposta EXTINÇÃO OPERANTE COMPORTAMENTO OPERANTE EXTINÇÃO OPERANTE É comum que algumas consequências produzidas por alguns comportamentos deixem de ocorrer quando um determinado comportamento é emitido. Compreende procedimento de suspensão do reforço, em que a frequência do comportamento retorna ao nível operante O comportamento deixa de ser consequenciado (não há reforçadores positivos ou negativos) e tende a diminuir sua frequência (podendo até deixar de acontecer) EX.: Discar um número e ninguém atender Mãe não dar atenção à birra dos filhos EFEITOS DA EXTINÇÃO Aumento na frequência da resposta no início do procedimento, antes de a frequência começar a diminuir Aumento na variabilidade da topografia da resposta Evocação de respostas emocionais Por que algumas pessoas são mais perseverantes que outras? RESISTÊNCIA À EXTINÇÃO OPERANTE RESISTÊNCIA À EXTINÇÃO “Dizemos que, quanto mais tempo, ou quanto maior o número de vezes que um determinado comportamento continua a ocorrer sem ser reforçado, maior é a resistência à extinção” (Moreira & Medeiros, 2019, p. 59). FATORES QUE INFLUENCIAM A RESISTÊNCIA À EXTINÇÃO Número de exposições à contingências de reforçamento Custo da resposta Intermitência do reforçamento RESISTÊNCIA À EXTINÇÃO SUPRESSÃO DA RESPOSTA RESISTÊNCIA À EXTINÇÃO O controle aversivo do comportamento ESTÍMULOS AVERSIVOS CONTINGÊNCIAS DE REFORÇAMENTO NEGATIVO CONTINGÊNCIAS DE REFORÇAMENTO NEGATIVO O reforçamento não se dá apenas pela apresentação de estímulos, contingentes à emissão de uma resposta como nos exemplos: Trabalhar e ser remunerado Pedir um copo d’água e recebe-lo Dar sinal para o ônibus e o mesmo parar para sua subida O reforçamento também se dá pela REMOÇÃO (-) de um estímulo do ambiente, contingente ao responder. Na tirinha, o comportamento de Linus (fazer o sanduíche) é evocado mediante à remoção do estímulo aversivo ‘surra’ da irmã A contingência é classificada como de reforçamento porque houve um aumento na frequência/probabilidade de um comportamento (fazer o sanduíche). O estímulo removido do ambiente denomina-se ESTÍMULO REFORÇADOR NEGATIVO FUGA: Sav presente no ambiente ESQUIVA: Sav não está presente – Resposta antecipatória (eminência de contato) REFORÇAMENTO POSITIVO VS REFORÇAMENTO NEGATIVO REFORÇAMENTO POSITIVO REFORÇAMENTO NEGATIVO Situação Pedido da irmã para lhe fazer um sanduíche Ameaça de surra Comportamento Fazer o sanduíche Fazer o sanduíche Consequência Agradecimento da irmã Remoção da surra Operação Acréscimo de um estímulo agradável ao ambiente (agradecimento) Remoção de um estímulo aversivo do ambiente (surra) Classificação do Estímulo SR+ SR- Efeito sobre o Comportamento ↑ Probabilidade de ocorrência futura ↑ Probabilidade de ocorrência futura CONTINGÊNCIAS DE PUNIÇÃO Contingências de punição tornam a ocorrência de alguns comportamentos menos prováveis Diminuição da probabilidade/frequência do comportamento (punido) voltar a ocorrer O estímulo contingente à emissão da resposta é denominado ESTÍMULO PUNIDOR Não existe um estímulo que seja punidor por natureza – dependente da história Ex.: A bronca dos pais contingentes a comportamentos de birra de uma criança pode ter efeito punidor, mas também, efeito reforçador CONTINGÊNCIAS DE PUNIÇÃO TIPOS DE CONSEQUÊNCIAS PUNITIVAS PUNIÇÃO POSITIVA ↓ a probabilidade de o comportamento ocorrer novamente pela ADIÇÃO (+) de um Sav Trafegar em uma via em velocidade superior à permitida e receber uma multa Levar uma surra ao fazer birra PUNIÇÃO NEGATIVA ↓ a probabilidade de o comportamento ocorrer novamente pela REMOÇÃO (-) de um SR Exceder os pontos na CNH e perder o direito de dirigir Ficar de castigo ao fazer birra RECUPERAÇÃO DA RESPOSTA REFORÇAMENTO PUNIÇÃO Respostas 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 3 5 2 10 8 4 30 60 80 75 90 92 76 80 78 92 80 85 86 85 86 76 60 25 20 27 15 3 2 3 Respostas 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 90 85 90 86 83 80 67 30 15 13 8 5 2 7 1 6 3 5 4 1 3 80 85 90 86 83 91 90 82 85 EFEITOS COLATERAIS DO CONTROLE AVERSIVO ESTÍMULOS AVERSIVOS EFEITOS COLATERAIS DO CONTROLE AVERSIVO Eliciação de respostas emocionais EFEITOS COLATERAIS DO CONTROLE AVERSIVO Supressão de outros comportamentos além do comportamento punido EFEITOS COLATERAIS DO CONTROLE AVERSIVO Ocorrência de respostas incompatíveis com o comportamento punido EFEITOS COLATERAIS DO CONTROLE AVERSIVO Respostas de contracontrole EXERCÍCIO 1 Paulo tem 12 anos. Cursa a 6a série do ensino fundamental em uma escola pública. A escola o encaminha para psicoterapia reportando dificuldades em leitura e escrita, e comportamento “agressivo”. Ao psicólogo, Paulo conta que frequentemente é levado à diretoria por envolver-se em brigas com os colegas de sala. Diz que os colegas o chamam de “burro” e “tiram sarro” (SIC) quando não consegue realizar as atividades propostas pelos professores. Quando isso acontece, parte para cima dos mesmos, dando-lhes socos e chutes. Estruture uma contingência do comportamento de Paulo, indicando o efeito comportamental. ANTECEDENTE RESPOSTA CONSEQUÊNCIA EXERCÍCIO 2 Leonardo tem 19 anos, solteiro, filho único. Dedica-se integralmente aos estudos. Frequenta o cursinho pela manhã e, após almoço, permanece em seu quarto estudando por longas horas. Está estudando para o vestibular de engenharia. Prestou vestibular nos últimos 3 anos e não foi aprovado. Desde que Leonardo terminou o ensino médio, os pais permitiram que o mesmo se dedicasse aos estudos, para passar no vestibular. Contudo, em razão de dificuldades financeiras, informaram ao filho que, caso o mesmo não passe no vestibular no final do ano, não custearão mais as despesas com o cursinho. Leonardo relata sentimentos de incapacidade e tristeza diante das reprovações nos vestibulares anteriores e perante a cobrança dos pais. Diz sentir-se culpado, pois não consegue se dedicar o quanto deveria aos estudos, desagradando os pais. Estruture uma contingência do comportamento de Leonardo e indique o efeito comportamental. ANTECEDENTE RESPOSTA CONSEQUÊNCIA REFERÊNCIAS Borges, N. B., & Cassas, F. A. (2012). Clínica Analítico-Comportamental: aspectos teóricos e práticos. Porto Alegre: Artmed. Moreira, M. B., & Medeiros, C. A. (2019). Princípios Básicos de Análise do Comportamento. 2ª Ed. Porto Alegre: Artmed. Sério, T. M. de A. P. (2005). O behaviorismo radical e a psicologia como ciência. Revista Brasileira de Terapia Comportamental e Cognitiva, 7(2), 247-262. Zilio, D. (2010). A natureza comportamental da mente: behaviorismo radical e filosofia da mente. São Paulo; Cultura Acadêmica. Queremos saber a sua opinião sobre esse Aulão de Revisão! Digite o link a seguir em seu navegador ou use um leitor QR Code: https://forms.office.com/r/gx4z7zXrTU Pesquisa de Satisfação do Aulão de Revisão Para realizar a leitura dos QR Codes com seu smartphone, sugerimos os aplicativos “Barcode Scanner” ou “QR Code Reader”. Em alguns celulares, a câmera reconhece os códigos sem necessidade de instalação de um aplicativo extra. MUITO OBRIGADO(A)! PATRICIA DO NASCIMENTO TAVARES patricia.tavares@fmu.br .MsftOfcThm_Text1_Stroke_v2 { stroke:#000000; }
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