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3. Gasometria Arterial quinta-feira, 10 de setembro de 2021 Mayara Suzano dos Santos – Turma XIV A | FASM GASOMETRIA ARTERIAL pH Respiratória (pCO2) BE Causas Metabólica (HCO3) BE Causas Resposta Compensatória Acidose ↓ ↑ Nl ou ↑ Ansiedade, drogas excitatórias, dor, VMI ↓ ↓ Diarreia, cetoacid. Hiperventilação, ↑ bases e ↑ secreção de H+ Alcalose ↑ ↓ Nl ou ↓ DPOC, drogas depressores, PNM ↑ ↑ Vômito, antiácido Hipoventilação, ↓ bases e ↓ secreção de H+ Alc. Mista Nl/↑ ↓ - - ↑ - - - Acid. Mista Nl/↓ ↑ - - ↓ - - - • Identificação de alterações no pH o Receptores ▪ Quimiorreceptores centrais ▪ Quimiorreceptores periféricos no arco aórtico e corpo carotídeo o Centro respiratório → região do tronco encefálico que controla a ventilação para regulação do pH • Análise da gasometria arterial 1. Determinar distúrbio primário ou predominante → pH, pCO2 e HCO3 2. Calcular da resposta compensatória (detalhes mais adiante) a. Para uma acidose metabólica → calcular pCO2 esperado → calcular ânion-gap b. Para uma alcalose metabólica → calcular pCO2 esperado c. Para uma acidose respiratória crônica (mínimo de 4 dias para esta resposta) d. Para uma alcalose respiratória crônica (mínimo de 4 dias para esta resposta) 3. Calcular ânion-gap, se acidose metabólica 4. Correção 5. Avaliação clínica → identificar compatibilidade entre clínica e exame VALORES DE REFERÊNCIA pH = 7,35 a 7,45 pCO2 = 35 a 45 HCO3 = 22 a 26/28 BE = -2 a +2 3. Gasometria Arterial quinta-feira, 10 de setembro de 2021 Mayara Suzano dos Santos – Turma XIV A | FASM • RESPIRATÓRIO o Causado pelos ácidos voláteis ▪ Resposta efetuada pelo CO2 o Distúrbios ▪ ↑ pCO2 = ↓ pH ▪ ↓ pCO2 = ↑ pH ▪ A definição se o distúrbio é crônico ou agudo depende da resposta de outros tampões, especialmente o [HCO3], mas também pode ser observado pelo BE o Resposta compensatória → demora em média 4 dias para a resposta renal ▪ Se acidose respiratória aguda → ↑ 1 mEq/L HCO3 a cada ↑ 10 mmHg pCO2 ▪ Se acidose respiratória crônica → ↑ 4 mEq/L HCO3 a cada ↑ 10 mmHg pCO2 ▪ Se alcalose respiratória aguda → ↓ 2 mEq/L HCO3 a cada ↓ 10 mmHg pCO2 ΔHCO3 = 0,1 x ΔpCO2 Etiopatogenia: ✓ Incapacidade dos pulmões de remover CO2 produzido metabolicamente (hipoventilação) ✓ PCR ou TEP → ↓ perfusão pulmonar → ↓ defeitos no transporte de CO2 dos tecidos para o pulmão ✓ Superprodução de CO2 ΔHCO3 = 0,4 x ΔpCO2 Etiopatogenia: ✓ Drogas excitatórias do SNC → Estimulação do centro respiratório → hiperventilação ✓ Hipoxemia → estímulo quimiorreceptores → hiperventilação ✓ Doenças pulmonares ✓ Hipotermia → ↓ taxa metabólica → ↓ produção de CO2 ΔHCO3 = 0,2 x ΔpCO2 3. Gasometria Arterial quinta-feira, 10 de setembro de 2021 Mayara Suzano dos Santos – Turma XIV A | FASM ▪ Se alcalose respiratória crônica → ↓ 4 mEq/L HCO3 a cada ↓ 10 mmHg pCO2 • METABÓLICO o Causado por qualquer ácido não volátil ▪ Resposta efetuada pelo HCO3 o Distúrbios ▪ ↑ HCO3 = ↑ pH ▪ ↓ HCO3 = ↓ pH o Resposta compensatória → resposta respiratória ocorre em algumas horas ▪ Se acidose metabólica, aplicar a fórmula de Winter: ✓ pCO2 do paciente < pCO2 esperado = alcalose respiratória (tentativa de compensação) ✓ pCO2 do paciente = pCO2 esperado = acidose metabólica compensada ✓ pCO2 do paciente > pCO2 esperado = acidose respiratória = acidose mista (metabólica + respiratória) pCO2 esperado = 1,5 x HCO3 + 8 ± 2 Etiopatogenia: ✓ Dieta ✓ DRC ✓ DM ✓ IAM ✓ Mutações em transportadores renais ✓ Intoxicação ✓ Diarreia ΔHCO3 = 0,4 x ΔpCO2 3. Gasometria Arterial quinta-feira, 10 de setembro de 2021 Mayara Suzano dos Santos – Turma XIV A | FASM ▪ Se alcalose metabólica, aplicar a fórmula: • BE (Excesso de Bases = outras bases) → indica distúrbios respiratórios crônicos o Existe o BB (Buffer Base) → concentração total de bases ▪ Normalmente é o dobro da [HCO3] → oscila entre 46-50 mEq/L ▪ O BE indica justamente essa oscilação da BB → por isso seu valor de referência é -2 a +2 o Normal (Nl) → quando o BE é normal e está associado a um distúrbio respiratório, indica que este distúrbio é agudo ▪ Não houve tempo de compensação renal (necessário 4 dias) o Alterado ▪ Em distúrbios metabólicos, o BE irá necessariamente alterar ✓ Acidose metabólica = ↓ HCO3 = ↓ BE ✓ Alcalose metabólica = ↑ HCO3 = ↑ BE ✓ Nestes casos, sua única utilidade é indicar a gravidade → variações > 10 mEq/L sugerem > gravidade ▪ Em distúrbios respiratórios, indica a compensação deste e o diferencia entre agudo ou crônico ✓ BE normal = agudo ✓ BE alterado = crônico • Distúrbios mistos → presença de alcalose e acidose de diferentes etiologias simultaneamente o Deve-se calcular a resposta compensatória esperada para definir a presença de distúrbio misto ou compensado ▪ Se o valor obtido no exame do DIFERENTE do calculado → distúrbio misto ▪ Se o valor obtido no exame for IGUAL ao calculado → distúrbio compensado RESPOSTA COMPENSATÓRIA A resposta compensatória não corrige totalmente o pH do meio interno. Ela apenas evita alterações bruscas do pH. Quando houver normalização espontânea do pH, caracteriza- se um distúrbio misto. pCO2 esperado = HCO3 + 15 3. Gasometria Arterial quinta-feira, 10 de setembro de 2021 Mayara Suzano dos Santos – Turma XIV A | FASM • Íons o Princípio da eletroneutralidade → cations e ânions encontram-se em níveis equivalentes CÁTIONS = ÂNIOS ▪ Principais cátions do corpo → Na ▪ Principal ânio no corpo → Cl > HCO3 o Ânion-gap (intervalo de ânions não medidos) → distinção das causas de acidose metabólica e definição/controle de tratamento de alguns distúrbios o Acidose metabólica normoclorêmica → ↑ [ânions não medidos] e [Cl] normal = ↑ ânion-gap Etiologia (relação com ↑ ácidos no corpo) Acidose lática → choque, PCR, sepse, convulsões, isquemia mesentérica Cetoacidose → diabética, alcoólica, jejum prolongado Síndrome urêmica Intoxicação exógena → salicilato, metanol, etilenoglicol Acidose •↑ Produção de ácidos no organismo Dissociação •Ácidos se dissociam em H+ e um ânion Consumo de HCO3 •H+ se associa ao HCO3 •Depleção HCO3 sérico ↑ Ânion-gap •↑ dos ânions provenientes da dissociação •[Cl] normal Ânion-gap = [Na+] – (Cl- + HCO3-) = 8-12 mEq/L 3. Gasometria Arterial quinta-feira, 10 de setembro de 2021 Mayara Suzano dos Santos – Turma XIV A | FASM ▪ Dissociação de acordo com a etiologia ✓ Acidose lática → H+ + lactato ✓ Cetoacidose → H+ + cetoânions (acetoacetato, β-hidroxibutirato) ✓ Uremia → H+ + sulfato ✓ Intoxicação → H+ + ânions matabólitos do veneno associado o Acidose metabólica hiperclorêmica → ↑ [Cl] e [ânions não medidos] normal = ânion-gap normal ▪ MNEUMÔNICO PARA ETIOLOGIA DAS ACIDOSES METABÓLICAS REFERÊNCIAS: Editora Guanabara Koogan, 2002. -GUYTON, A.C. e Hall J.E.– Tratado de Fisiologia Médica. Editora Elsevier. 13ª ed., 2017. Etiologia (relação com a perda de HCO3 ou retenção de H+) Diarreia e perdas digestivas do pós-pilóricas (fístulas, etc) Acidoses tubulares renais tipos I, II e IV Hipoaldosteronismo DRC Reposição excessiva de SF 0,9% Nutrição parenteral Acetazolamida Acidose •Perda de HCO3 para o meio externo •Retenção de H+ Retenção de Cl •↑ retenção renal de Cl •↑ [Cl] Ânion-gap normal •Não há acúmulo de ânions não medidos
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