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Acad. Pedro Paulo Brito 19.1 RODÍZIO: INTRODUÇÃO À SEMIOLOGIA Nervos Cranianos Pensando em esquema • O exame neurológico pode de forma simplificada ser dividido da seguinte maneira: Resumo meia boca (só roteiro) Nervo olfatório I • Informações processadas na área primitiva do encéfalo (não é diretamente processada no tálamo • Anosmia: perda do sabor dos alimentos • Examinar uma enquanto a outra está ocluída (cravo, café, canela, sabão) Nervo óptico II • Conecta a retina com o encéfalo • Envolve acuidade visual, campos visuais, reflexos fotomotor e fundoscopia • Acuidade visual Acad. Pedro Paulo Brito 19.1 RODÍZIO: INTRODUÇÃO À SEMIOLOGIA ▪ Utiliza tabela de Snellen para visão à distância ▪ Um olho por vez ▪ 20/20 (enxerga a 20 pés, quando a referência é 20 pés) • Campos visuais ▪ 90º a 100º na região temporal ▪ 60º nasal ▪ 50º a 60º na superior ▪ 60º a 75º na inferior ▪ Examinador frente ao paciente no mesmo nível, olho a olho ▪ Pode ser perda monocular ou binocular ▪ Amaurose: cegueira ▪ Escotoma: perda de campo visual monocular • Reflexos fotomotor (pupilar) ▪ Direto e consensual ▪ O arco se dá no mesencéfalo ▪ Aferente: nervo óptico II ▪ Eferente: nervo oculomotor III ▪ Anisocoria: diferença do tamanho pupilar • Fundoscopia ▪ Oftalmoscópio direto ▪ Disco óptico, fóvea central, mácula e artérias Nervo oculomotor III, Troclear IV e abducente VI • Avalia motricidade ocular extrínseca (MOE) • Diplopia: visão dupla. Fala a favor de lesão. Pode ser horizontal, vertical, oblíqua • Posicionar dedo em 9 posições (tipo um relógio) • Exame da convergência: alvo próximo ao nariz • Seguimento: acompanhar o dedo que se movimenta na horizontal e vertical (indo e voltando) • Sacada: olhar pro nariz do examinador e depois para o dedo posicionado lateralmente Nervo trigêmeo (V) • Sensibilidade da face (tato, dor, temperatura) e motricidade mastigatória • Examina sensibilidade nos níveis (V1 fronte, V2 maxila e V3mandíbula) • Avaliar motricidade da mandíbula: ▪ alinhamento dos dentes ▪ morder espátulas em cada lado da arcada ▪ reflexo mandibular ?? martelo no dedo interposto ao mento Nervo facial (VII) • mímica facial • franzir testas (frontal) Acad. Pedro Paulo Brito 19.1 RODÍZIO: INTRODUÇÃO À SEMIOLOGIA • fechar olhos com força (orbicular do olho) OBS: abrir o olho é oculomotor • fazer bico (orbicular da boca) • encher a bochecha (bucinador) • Sorrir (risório) • Lesões periféricas ou nucleares ▪ Paresia ou paralisia de hemiface (superior e inferior) OBS: Lesões corticais ou acima da ponta apresentam-se com fraqueza no andar inferior da face • Reflexo corneopalpebral: estímulo da córnea ▪ Piscada bilateral ▪ Aferente: trigêmeo ▪ Eferente: facial Nervo vestibulococlear (VIII) • Comparar audição de uma orelha com outra (sussurro ou diapasão) OBS: O paciente deve parar de ouvir o diapasão, mas o examinador seguirá escutando (acomodação ciliar do paciente) • Teste de Weber: posicionar o diapasão na linha média da cabeça. O som deve ser percebido em toda cabeça ▪ Deve-se avaliar diferença de intensidade entre os lados ▪ Pode indicar surdez neurossensorial contralateral ou de condução ipsilateral • Teste de Rinne: compara condução aérea e óssea em cada ouvido. ▪ Óssea deve ser menor que a aérea • VESTIBULAR: já foi avaliado no exame de equilíbrio e marcha a sua maioria • Nistagmo: movimento pendular dos olhos, de fase rápida e lenta ▪ Bate na fase rápida ▪ Fisiológico: optocinético e o babiríntico (induzidos) ▪ Pode ser lesão ocular, vestibular, cerebelar, tronco ou congênito ▪ • Reflxo vestíbulo-ocular (VOR): segura a cabeça do paciente e gira rapidamente para um lado e depois o outro ▪ Paciente deve seguir olhando para o lado contralateral (focado no objeto, como o nariz do examinador) • Prova Dix-Halpike: pesquisa de nistagmo posicional que ocorre na vertigem paroxística posicional benigna (VPPB) • Teste calórico ▪ Água fria ou quente Acad. Pedro Paulo Brito 19.1 RODÍZIO: INTRODUÇÃO À SEMIOLOGIA ▪ Água fria: devio dos olhos para o lado estimulado com nistagmo para o lado oposto (HIPOATIVA: como se a cabeça girasse contralateral aonde foi colocado) ▪ Água quente: desvio tonico para o lado oposto e nistagmo ipsilateral (HIPERATIVA: como se a cabeça girasse ipsipateralmente aonde foi colocado) ▪ O nistagmo bate” pro local da fase rápida (correção do movimento) Nervo glossofaríngeo (IX) e vago (X) • Solicitar para o paciente abrir a boca e falar A, observando a elevação do palato • Sinal da cortina: indica fraqueza unilateral • Avalia reflexo nauseoso com estímulo nos pilares (com um abaixador de língua), próximo às amigdala com elevação do palato • Paciente pode queixar disfagia, dificuldade para deglutir, favorecendo a disfunção • Pode observar disartria para fonemas K e G (queijo gato) Nervo acessório (XI) • Responsável pela motricidade do pescoço • Trapézio e ECOM OBS: É válida aqui a viagem de Guilherme. Repare como se tem um nervo que apresenta o núcleo protegido pela cabeça para inervar a musculatura do pescoço. Denotando a importância dessa região Nervo hipoglosso (XII) • Motricidade da língua • Inspeção para identificar atrofia, fasciculações ou desvio • Colocar a língua para fora e realizar movimento • Depois avaliar a língua pedindo para o paciente empurrar a bochecha • Em caso de fraqueza, o paciente desvia para o lado fraco à protrusão • Disartria: nos fonemas linguais Disartria: disfunção na execução motora AFASIA: disfunção na elaboração ou compreensão da linguagem Acad. Pedro Paulo Brito 19.1 RODÍZIO: INTRODUÇÃO À SEMIOLOGIA Foi possível nos tornamos competentes conscientes do assunto? 1. LISTAR AS ETAPAS DO EXAME “BÁSICO/RASTREIO” DOS NERVOS CRANIANOS (SEM CONSULTA) 2. LISTAR AS ETAPAS DO EXAME “AMPLIADO” DOS NERVOS CRANIANOS (COM CONSULTA) 3. UTILIZAR ADEQUADAMENTE O TERMO DIPLOPIA, HEMIANOPSIA, ESCOTOMA 4. DIFERENCIAR PARALISIA DO III, IV, VI 5. DIFERENCIAR PARALISIA FACIAL CENTRAL DE PERIFÉRICA 6. UTILIZAR ADEQUADAMENTE O TERMO DISARTRIA E RECONHECER O USO INADEQUADO DO TERMO DISLALIA 7. REALIZAR ADEQUADAMENTE A PESQUISA DO REFLEXO VESTÍBULO- OCULAR ENTENDENDO SUA UTILIDADE NA DIFERENCIAÇÃO DE SÍNDROMES VESTIBULARES CENTRAIS DE PERIFÉRICAS 8. EXPLORAR ADEQUADAMENTE O SINTOMA DE ALTERAÇÃO VISUAL (BAIXA ACUIDADE, ALTERAÇÃO DE CAMPO VISUAL, DIPLOPIA) Entao vamos de ED 1. Durante a avaliação dos campos visuais, avaliamos a extensão dos campos visuais. Descreva a técnica desta avaliação. Para avaliar os campos visuais, é utilizado o campo do examinador como referência. Examinador se coloca à frente do paciente, no mesmo nível, e ambos tapam um olho contralateralmente (depois a avaliação será igualmente feita para o lado contralateral). Após isso, será testado os quadrantes do paciente, com algum objeto, como uma caneta ou o dedo do examinador. Esse objeto é colocado nas áreas laterais superiores e inferiores do campo de visão, de forma que o paciente consiga distinguir se está parado, ou em movimento, enquanto olha fixo para o nariz do examinador. 2. Como testamos o reflexos fotomotor e quais são suas vias de aferência e eferência? O reflexo fotomotor é testado incidindo uma luz de uma caneta no olho do paciente, de forma que ocorrerá uma miose tanto no olho incidido (direta) quanto no contralateral (consensual). A aferencia avaliada é a do nervo óptico, e a eferência é a do nervo oculomotor. 3. Um paciente com ptose palpebral unilateral, devemos suspeitar de lesão em que nervo craniano? O músculo levantador da pálpebra é inervado pelo nervo oculomotor. Logo, se ele apresenta uma ptose (queda) da pálpebra, devemos desconfiar de uma lesão de nervo oculomotor ipsilateralà ptose. 4. Como é feita a avaliação do III, IV e VI nervos cranianos? Para avaliar os campos visuais, é utilizado o campo do examinador como referência. Examinador se coloca à frente do paciente, no mesmo nível. Após isso, utiliza-se a técnica das 9 posições, onde o examinador coloca o dedo na região superior, medial, inferior, lateral Acad. Pedro Paulo Brito 19.1 RODÍZIO: INTRODUÇÃO À SEMIOLOGIA superior, lateral medial lateral inferior (laterais esquerdas e direitas). Outra técnica a ser utilizada é a de seguimento, onde o paciente acompanha o dedo do examinador, que segue horizontalmente para um lado e para o outro, e verticalmente para cima e para baixo. Também existe o exame de sacada, no qual o paciente fixa o olhar no nariz do examinador e depois olha para o dedo localizado lateralmente. Por fim, o exame da convergência, em que o paciente segue um objeto que se aproxima do seu nariz. Dessa forma o paciente conseguirá trabalhar a musculatura inervada por esses pares cranianos. 5. Qual a queixa principal de um paciente com disfunção dos nervos responsáveis pela movimentação ocular extrínseca? A principal queixa de um paciente com disfunção na musculatura ocular extrínseca é a diplopia (visão dupla). 6. O nervo trigêmeo é considerado um nervo misto. Como fazemos sua avaliação motora? A porção motora do nervo trigêmeo corresponde à musculatura da mastigação. Logo, testaremos esses músculos, pedindo para que o paciente morda bilateralmente 2 mordedores de língua (avaliar arcada), além de realizar movimentos de lateralização mandibular e morder, para o examinador avaliar a contração do temporal e masseter. 7. Em um paciente com paralisia facial periférica esquerda, onde pode estar essa lesão? A lesão pode estar localizada no nervo facial, ou no núcleo do nervo facial 8. Como avaliamos o orbicular dos olhos e orbicular de lábios? A avaliação do orbicular dos olhos é feita pedindo para o paciente fechar os olhos, ou utilizando o reflexo corneopalpebral. Já o orbicular dos lábios, pede-se para que o paciente faça um bico com a boca. 9. Em um paciente com surdez de condução, como estarão os testes de Rine e Weber? No sinal de Rinne, o paciente não escutará a vibração do diapasão ao colocar próximo ao ouvido, mas escutará ao colocar no mastoide. Já no de weber, o paciente escutará melhor no lado acometido. 10. Um paciente com atrofia e fasciculações em língua, qual nervo encontra-se comprometido, e como é feita essa avaliação? O nervo comprometido é o hipoglosso. Para fazer essa avaliação, primeiro inspeciona-se a língua do paciente, enquanto este está de boca aberta. Depois pede para que ele coloque a língua para fora e realize movimentos com a língua. Por fim, pede para que o paciente empurre com a língua a mão do examinador que está sobreposta à bochecha. A avaliação deve ser bilateral. Acad. Pedro Paulo Brito 19.1 RODÍZIO: INTRODUÇÃO À SEMIOLOGIA Referências: • Tratado de neurologia da academia brasileira de neurologia 2ª ed, cap 4
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