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Filosofia do Direito: Joseph Raz e Dworkin

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FACULDADE DE DIREITO
 PROFESSOR: EMANUEL DE MELO FERREIRA
 FILOSOFIA DO DIREITO
Questões: a) Em que consiste a autoridade do direito? b) em que consiste a tese da justificação normal? c) em que consiste a tese da dependência? c) em que consiste a tese das fontes? d) em que consiste o positivismo jurídico exclusivo?
Joseph Raz destacou-se por suas reflexões complexas sobre a natureza do direito, as quais inspiraram fortemente debates entre filósofos de sua geração, trazendo-lhe notoriedade acadêmica ao longo do século. A autoridade do direito foi uma forte tese desenvolvida por Raz, a qual compreende que o direito possui uma autoridade legítima e age dessa forma. Produzindo e regularizando ordens que devem ser seguidas e respeitadas por seus cidadãos, ordens as quais emitem razões que Raz chama de excludentes ou protegidas. Tais razões emitidas por autoridades são as únicas consideradas legítimas, independentemente da existência de outras razões que o indivíduo possar vir a ter. As diretrizes estabelecidas juridicamente apresentam um caráter imperativo, logo a autoridade e o direito estão intimamente interligados entre si, carecendo de estudos que dialoguem com essa relação. Raz explica a existência de duas tipologias da autoridade, a legítima (de jure) e a efetiva (de facto). A legítima mesmo com sanções para seu cumprimento de suas decisões, ainda precisará de algum apelo para promover ações voluntárias de suas ordens. A de facto age como se tivesse autoridade legítima, o que faz com que suas razões sejam efetivas, mesmo sem ter requisitos morais para isso. 
O autor aprofundou-se sobre o termo autoridade, o qual compreendia a autoridade como um serviço para mediar conflitos entre os indivíduos e as razoes jurídicas. Essa concepção entende a autoridade como um conceito prático, as afirmações que postulam a algum indivíduo autoridade, devem ser capazes de instituir a capacidade para realizar ações praticáveis. Essa visão divide-se duas teses principais, chamadas de tese da justificação normal e a tese da dependência. A tese da justificação normal afirma que uma autoridade é legitima quando viabiliza um serviço que se torna mais comum a forma de um sujeito agir conforme as diretrizes das autoridades, ao invés de seguir suas próprias vontades e agir inconsequentemente. As diretrizes de autoridade devem ser aplicadas conforme as circunstâncias abrangidas por tais entendimentos, o qual o autor nomeará de razões dependentes. Não podendo um arbitro aplicar uma decisão baseado em razões que estejam alheios a situação discutida, devendo fundamentar-se em razões que estejam intimamente ligadas ao pleito em questão.  A tese da dependência consiste na premissa que o indivíduo agirá eficientemente segundo as razões apresentadas a ele, ao seguir diretivas que estejam ligadas as razões dependentes que a autoridade institui. Um exemplo claro são as regras de trânsito, que tem o papel de evitar acidentes e possibilitar um trânsito seguro, podendo ser questionado a eficácia destas ordens ou apresentar alternativas mais eficazes. Contudo, o debate limitasse a discussões, jamais podendo questionar a autoridade das razões que foram emitidas pelas instituições.
A tese das fontes foi possivelmente a tese mais famosa desenvolvida por ele, a qual produz diversas ideias e gera inúmeros debates entre filósofos da época. Essa tese entende o direito é baseado em fatos sociais, que para Joseph é o entendimento do que seria ou não direito, a clássica separação entre direito e a moral. Tal justificação é o direito como uma instituição social, e a partir dele pretende-se instituir testes para existência e identidade das instituições jurídicas, as quais consistem em três partes: eficácia, caráter institucional e fontes. A eficácia caracteriza-se pela aceitação por parte significativa da população, assegurando ao direito relevância e respeito em determinada sociedade. O caráter institucional é criação de instituições para o regulamento do meio jurídico e de suas normas, concedendo ao direito a sua característica básica. Com a junção desses dois elementos de institucionalidade e eficácia, as leis seriam determinadas por fontes sociais que tornariam parte do direito, e não da moral. A lei detém alguma fonte quando seu conteúdo e existência é determinado sem considerações baseadas na moral, e as fontes seria uma grande variedade de tipos (decisões judiciais e costumes morais), e não apenas a legislação. Essa tese de Raz representa separação entre a moral e o direito, ideia central para o positivismo jurídico exclusivo. O ponto central do positivismo exclusivo consiste na separação do direito da moral, identificando a referência a moralidade dispensável para o direito. Tese criada por Dworkin, defende que os juízes tomam decisões baseados na moralidade política, independente do caso ele decide com base nas fontes. Tais juízes ainda possuem responsabilidade especial em casos complexos aplicar princípios e políticas coerentes com o caso estudado. 
Joseph Raz e Dworkin conservam pensamentos destoantes sobre o positivismo exclusivo, visto que Raz critica expressamente a discricionariedade proposta por Dworkin e suas teses. A separação do direito da moralidade foi bastante estudada, pois Raz pretendia nesse desprendimento identificar o direito puro, como pretende-se não apenas filosoficamente, e também na prática separar o joio do trigo.
Referências:
BOLZANI, Cesar Felipe. A teoria do direito de Joseph Raz: autoridade, direito e moral. In.: TORRANO, Bruno; OMNATI, José Emílio Medauar (Coord.) O positivismo jurídico no século XXI. Coleção teoria crítica do Direito. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2018.

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