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DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO Professora Msc. Jaqueline Montenegro PLANO DE ENSINO ■ Introdução ao Direito Processual do Trabalho; Solução dos conflitos trabalhistas: Comissão de Conciliação Prévia; Do Judiciário Trabalhista: organização e funcionamento da Justiça do Trabalho; Competência da Justiça do Trabalho: Jurisdição e competência: competência em razão da matéria e da pessoa; competência funcional; competência territorial. Atos, termos, prazos e nulidades processuais; PLANO DE ENSINO ■ Partes e Procuradores: capacidade para ser parte; capacidade postulatória; representação por advogado; assistência judiciária; representação e assistência; litisconsórcio; substituição processual; sucessão processual; Dissídio individual: procedimento ordinário; procedimento sumaríssimo; procedimento sumário; procedimentos especiais; Recursos no processo do trabalho; Execução trabalhista; Dissídio coletivo. BIBLIOGRAFIA 1) CLT LTr – Legislação não comentada 2) LEITE, Carlos Henrique Bezerra. Curso de Direito Processual do Trabalho. 3) CAVALCANTE, Jouberto de Quadros Pessoa; JORGE NETO, Francisco Ferreira. Direito Processual do Trabalho. 4) SARAIVA, Renato. Processo do Trabalho - Série Concursos Públicos;. Introdução ao Dir.Proc. Trabalho ▪ Conceito; ▪ Evolução; ▪ Autonomia; ▪ Princípios do Processo do Trabalho ▪ Solução dos Conflitos Trabalhistas; ▪ Autodefesa, autocomposição e heterocomposição; ▪ Mediação e Arbitragem; ▪ Comissões de conciliação Prévia CONCEITO ■ Segundo Carlos Henrique Bezerra Leite o Direito Processual do Trabalho pode ser conceituado, a partir da nova ordem constitucional traçada pela EC-45/2004 como “o ramo da ciência jurídica, constituída por um sistema de normas, princípios, regras e instituições próprias, que tem por objetivo promover a pacificação justa dos conflitos individuais, coletivos e difusos decorrentes direta ou indiretamente das relações de emprego e de trabalho, bem como regular o funcionamento dos órgãos que compõem a Justiça do Trabalho”. (Grifei) EVOLUÇÃO HISTÓRICA Em 1932 foram criadas Juntas de Conciliação e Julgamento, que tinham competência para conhecer e dirimir conflitos trabalhistas, mas não tinham poderes para executar suas decisões, que deveria ser realizado pela justiça comum. Em 1939 é criada a justiça do trabalho, do executivo, instalada no dia 1º de maio de 1941 Foram criadas também as Comissões Mistas de Conciliação, cuja finalidade era buscar o acordo entre as partes, mas não tinham competência para o julgamento dos dissídios coletivos. Ambos eram órgãos administrativos. Havia, ainda, o Conselho Nacional do Trabalho que funcionava como um tribunal arbitral, com competência para decidir os conflitos coletivos, proferindo decisões irrecorríveis, e de último grau de jurisdição, nos dissídios individuais. ■ Em 1943 entrou em vigor a CLT. Em 1946, antes de entrar em vigor a nova Constituição, Decreto-Lei 9.797, integrou a Justiça do Trabalho definitivamente ao Poder Judiciário, organizando a carreira de Juiz do Trabalho, com ingresso mediante concurso de provas e títulos, promoções com critérios alternados de antiguidade e merecimento, assegurando- lhes as garantias pertinentes à Magistratura. ■ Em 1946 a Constituição integra a Justiça do Trabalho ao Poder Judiciário. Os conselhos regionais são convertidos em Tribunais Regionais do Trabalho e o Conselho Nacional do Trabalho no Tribunal Superior do Trabalho. ■ 1988 - A Constituição trouxe um texto repleto de direitos trabalhistas de segunda dimensão . ■ A Emenda Constitucional nº 24 de 09.12.1999 extinguiu a representação classista na Justiça do Trabalho. As Juntas de Conciliação e Julgamento passaram a ser denominadas Varas do Trabalho. ■ EMENDA CONST. 45- Ampliação da competência da Justiça do Trabalho (ex. julgar acidente do trabalho, conflitos sindicais, multas do Ministério do Trabalho e relações de trabalho. A justiça do trabalho é composta pelo TST, com sede em Brasília- DF, pelos TRT´s e VT´s. TEORIAS DE AUTONOMIA ■ Há controvérsias quanto à autonomia do Direito Processual do Trabalho em relação ao Direito Processo Comum. A maioria dos doutrinadores sustenta que o Direito Processual do Trabalho é autônomo em relação ao Direito Processual Comum pelo fato de possuir princípios e institutos próprios, são chamados de dualistas. Os monistas, por sua vez, sustentam que o direito processual é um só. Segundo essa concepção o Direito Processual do Trabalho é apenas um desdobramento do processo civil não possuindo princípios e institutos próprios que o identifique como um ramo autônomo. FONTES DO DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO ■ A aplicação das normas extravagantes há que ser feita apenas quando omissa a CLT, isto é, aplica-se o direito processual comum apenas subsidiariamente ao processo do trabalho, conforme disposição constante no art. 769 da CLT: ■ Art. 769 CLT - Nos casos omissos, o direito processual comum será fonte subsidiária do direito processual do trabalho, exceto naquilo em que for incompatível com as normas deste Título. o art. 769 da CLT. FONTES. AUTONOMIA. INTERPRETAÇÃO, INTEGRAÇÃO; ■ Em relação às fontes do direito processual do trabalho, afirma-se que a principal é a CLT e as leis esparsas, tais como a Lei 5584/70 (que trata de assistência judiciária gratuita, prazos recursais, etc). ■ Subsidiariamente podemos nos valer das normas do CPC e da Lei nº 6.830/80, que é a Lei de Execução Fiscal. SUPLETIVA - LACUNAS ■ Além do art. 769 da CLT, temos que analisar o art. 15 do CPC/15, que afirma ser aquele código aplicado supletivamente ao processo do trabalho. ■ Art. 15. Na ausência de normas que regulem processos eleitorais, trabalhistas ou administrativos, as disposições deste Código lhes serão aplicadas supletiva e subsidiariamente. ■ Por fim, acerca das lacunas, vamos classifica-las em: ■ Normativa: ausência de dispositivo legal sobre a matéria. ■ Ontológica: a norma jurídica existe, mas não espelha mais a realidade, tornou-se obsoleta e não atinge a sua finalidade. ■ Axiológica: a norma existe, mas se for aplicada, acarretará uma solução injusta, pois não reflete mais o ideal da norma. Princípios da Supletividade e Subsidiariedade ■ Este Princípio permite utilizar o CPC ao Processo do Trabalho: ■ No entanto, para que se possa aplicar o CPC, o art. 769 estipula dois ■ requisitos indispensáveis: OMISSÃO DA CLT COMPATIBILIDADE COM A CLT CLT, ART. 769. Nos casos omissos, o direito processual comum será fonte subsidiária do direito processual do trabalho, exceto naquilo em que for incompatível com as normas deste Título. EFICÁCIA DA LEI PROCESSUAL NO TEMPO E NO ESPAÇO; ■ destaca-se a eficácia da lei processual no tempo, a doutrina majoritária destaca 3 (três) teorias: ■ 1. Unidade - A primeira teoria destaca que uma lei processual nova não poderia ser aplicada a um processo em curso ■ 2. Fases processuais - A segunda teoria afirma que, para fins de verificação da incidência de uma lei processual nova, há que se dividir o processo em fases (postulatória, saneatória, instrutória, decisória, etc), sendo que a legislação processual nova somente seria aplicada à próxima fase processual. ■ 3. Atos processuais - aplicável ao processo do trabalho, pela incidência dos artigos 14 e 1046 do CPC/15, afirma que a lei processual nova será aplicada aos atos processuais seguintes, não podendo retroagir. Aplica-se a teoria dos atos processuais no tocante à eficácia da lei processual no tempo. ■ Art. 14. A norma processual não retroagirá e será aplicável imediatamente aos processos em curso, respeitados os atos processuais praticados e as situações jurídicas consolidadas sob a vigência da norma revogada. ■ Art. 1.046. Ao entrar em vigor este Código, suas disposições se aplicarão desde logo aos processos pendentes, ficando revogada a Lei no 5.869, de 11 de janeiro de 1973. ■ Art. 915 CLT - Não serão prejudicados os recursos interpostoscom apoio em dispositivos alterados ou cujo prazo para interposição esteja em curso à data da vigência desta Consolidação. ■ Segundo RENATO SARAIVA, “(..) prevalece o princípio da territorialidade, vigorando a lei processual trabalhista em todo o território nacional, sendo aplicada tanto aos brasileiros quantos aos estrangeiros residentes no Brasil‖. A mesma ideia está sedimentada no art. 16 do CPC/15. ■ Lei processual estrangeira não se aplica aos processos trabalhistas que tramitam no Brasil. ■ Art. 16. A jurisdição civil é exercida pelos juízes e pelos tribunais em todo o território nacional, conforme as disposições deste Código. EFICÁCIA DA LEI PROCESSUAL NO TEMPO E NO ESPAÇO; INSTRUÇÃO NORMATIVA 41 TST ■ Art. 1º A aplicação das normas processuais previstas na Consolidação das Leis do Trabalho, alteradas pela Lei nº 13.467, de 13 de julho de 2017 , com eficácia a partir de 11 de novembro de 2017, é imediata, sem atingir, no entanto, situações pretéritas iniciadas ou consolidadas sob a égide da lei revogada. ■ Art. 2º O fluxo da prescrição intercorrente conta-se a partir do descumprimento da determinação judicial a que alude o § 1º do art. 11-A da CLT , desde que feita após 11 de novembro de 2017 ( Lei nº 13.467/2017 ). http://www.guiatrabalhista.com.br/tematicas/clt.htm MÉTODOS EXTRAJUDICIAIS DE COMPOSIÇÃO DE CONFLITOS: MEDIAÇÃO E ARBITRAGEM; ■ Os métodos de composição (solução) de conflitos são: ■ autocompositivos e heterocompositivos. ■ No processo do trabalho a conciliação aparece como a forma de conciliação mais eficaz e presente, havendo inclusive momentos de tentativa obrigatória de acordo, conforme preconizam os artigos 846 e 850 da CLT, ■ Também se destaca a composição firmado através da Comissão de Conciliação Prévia, prevista nos artigos 625-A a H da CLT unamente, quando da análise do princípio da conciliação. ■ O TST entendi que a arbitragem não podia ser aplicada aos dissídios individuais, mas a reforma trabalhista incluiu o art. 507-A na CLT possibilitando a pactuação da cláusula de compromissória de arbitragem, mesmo que nos contratos individuais de trabalho, desde que o empregado receba remuneração superior a duas vezes o limite do GRPS, seja por iniciativa do mesmo ou haja autorização expressa do mesmo. ■ § 2º Recusando-se qualquer das partes à negociação coletiva ou à arbitragem, é facultado às mesmas, de comum acordo, ajuizar dissídio coletivo de natureza econômica, podendo a Justiça do Trabalho decidir o conflito, respeitadas as disposições mínimas legais de proteção ao trabalho, bem como as convencionadas anteriormente. PRINCÍPIOS GERAIS DO PROCESSO TRABALHISTA ■ PRINCÍPIO DA INAFASTABILIDADE DA JURISDIÇÃO ■ (DA UBIQUIDADE - DA INDECLINABILIDADE - DO ACESSO INDIVIDUAL E COLETIVO À JUSTIÇA) ■ (ART. 5º, XXXV DA CRFB/88) ■ A lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito. PRINCÍPIOS GERAIS DO PROCESSO TRABALHISTA ■ PRINCÍPIO DO DEVIDO PROCESSO LEGAL ■ (Art. 5º, LIV da CRFB/88) ■ Ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal. Para Nelson Nery Júnior o princípio do devido processo legal é a base sobre o qual todos os outros princípios se sustentam. PRINCÍPIOS GERAIS DO PROCESSO TRABALHISTA ■ PRINCÍPIO DO CONTRADITÓRIO ■ (ART. 5º, LV, CRFB/88) ■ Aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentesPrincípio bilateral aplica-se ao Autor e Réu PRINCÍPIOS GERAIS DO PROCESSO TRABALHISTA ■ PRINCÍPIO DA AMPLA DEFESA ■ (ART. 5º, LV, CRFB/88) ■ Funciona como complemento do princípio do contraditório permitindo-se às partes deduzir todas as provas para comprovar suas alegações PRINCÍPIOS GERAIS DO PROCESSO TRABALHISTA ■ PRINCÍPIO DA MOTIVAÇÃO DAS DECISÕES ■ (Art. 93, IX da CRFB/88) ■ As decisões precisam ser motivadas (justificadas). Constitui uma garantia contra decisões arbitrárias. Não basta ao julgador prolatar a sentença, terá que dizer quais os fundamentos que o levaram a tal decisão, sob pena de nulidade. PRINCÍPIOS GERAIS DO PROCESSO TRABALHISTA ■ PRINCÍPIO DISPOSITIVO OU DA DEMANDA ■ (DA INÉRCIA DA JURISDIÇÃO) ■ (ART. 2º,CPC) ■ Nenhum juiz prestará a tutela jurisdicional senão quando a parte ou interessado a requerer, nos casos e formas legais. Trata-se da livre iniciativa da parte interessada. EXCEÇÃO NA JUSTIÇA DO TRABALHO Execução de ofício (art. 878, CLT) somente no caso de não estar acompanhado de advogado PRINCÍPIOS GERAIS DO PROCESSO TRABALHISTA ■ PRINCÍPIO INQUISITIVO OU DO IMPULSO OFICIAL ■ (ART. 262, CPC) ■ O processo civil começa por iniciativa da parte, mas se desenvolve por impulso oficial. ■ No Processo do Trabalho - art. 765, CLT – “Os Juízos e Tribunais do Trabalho terão ampla liberdade na direção do processo e velarão pelo andamento rápido das causas, podendo determinar qualquer diligência necessária ao esclarecimento delas.” PRINCÍPIOS GERAIS DO PROCESSO TRABALHISTA ■ PRINCÍPIO DA INSTRUMENTALIDADE ■ (ART. 154 E 244,CPC) ■ O processo não é um fim em si mesmo. É por meio do processo que o Estado cumpre a prestação jurisdicional dirimindo os conflitos e promovendo a pacificação e a segurança aos jurisdicionados. PRINCÍPIOS GERAIS DO PROCESSO TRABALHISTA ■ PRINCÍPIO DA PRECLUSÃO ■ (ART. 245 e 473 do CPC e ART. 795 da CLT) ■ Esse princípio prega que o processo consiste num caminhar para frente, sem retornos a etapas ou momentos processuais já ultrapassados. Preclusão consiste na perda da faculdade de praticar o ato processual pela transposição de um momento próprio. PRINCÍPIOS GERAIS DO PROCESSO TRABALHISTA ■ PRINCÍPIO DA ECONOMIA PROCESSUAL ■ Consiste em obter da prestação jurisdicional o máximo de resultado com o mínimo de esforço. PRINCÍPIOS GERAIS DO PROCESSO TRABALHISTA ■ PRINCÍPIO DA ORALIDADE ■ A oralidade é constatada em alguns artigos da CLT – art. 840, §2º da CLT que prevê a reclamação verbal. O art. 847 da CLT que prevê a contestação oral. As razões finais são apresentadas oralmente (art. 850 da CLT). PRINCÍPIOS GERAIS DO PROCESSO TRABALHISTA ■ PRINCÍPIO DA CONCILIAÇÃO ■ É sempre obrigatória a tentativa de conciliação, tanto em dissídios individuais como coletivos – art. 764 da CLT ■ §1º - Para os efeitos deste artigo, os juízes e Tribunais do Trabalho empregarão sempre os seus bons ofícios e persuasão no sentido de uma solução conciliatória dos conflitos. ■ §2º - Não havendo acordo, o juízo conciliatório converter-se-á obrigatoriamente em arbitral, proferindo decisão na forma prescrita neste Título. ■ §3º - É lícito às partes celebrar acordo que ponha termo ao processo, ainda mesmo depois de encerrado o juízo conciliatório Princípio Inquisitivo ■ Art. 765 CLT - Os Juízos e Tribunais do Trabalho terão ampla liberdade na direção do processo e velarão pelo andamento rápido das causas, podendo determinar qualquer diligência necessária ao esclarecimento delas. ■ Art. 852-D CLT. O juiz dirigirá o processo com liberdade para determinar as provas a serem produzidas, considerado o ônus probatório de cada litigante, podendo limitar ou excluir as que considerar excessivas, impertinentes ou protelatórias, bem como para apreciá- las e dar especial valor às regras de experiência comum ou técnica. ■ Exemplo: Pense que João ajuizou uma ação trabalhista pedindo a equiparação salarial com José, seu colega de trabalho. Não requereu a produção de prova pericial, pois entendeu que os documentos juntados ao processo serviam para provar o seu direito. Mesmo sem que nenhuma das partes tenha pedido a produção da perícia, na audiência, o Juiz entendeu que somente poderia julgar com certeza se naquela situação fosse produzida uma perícia, para ver se os argumentos do autor e réu eram verdadeiros ou não. Vejam que o Juiz, de ofício, ou seja, sem pedido de ninguém, pode determinar a produção da prova que entendernecessária. Após a produção das provas, haverá o livre convencimento do Magistrado, ou seja, ele interpretará a prova e lhe dará o valor, conforme o seu entendimento. ■ Art. 64. A incompetência, absoluta ou relativa, será alegada como questão preliminar de contestação. §1o A incompetência absoluta pode ser alegada em qualquer tempo e grau de jurisdição e deve ser declarada de ofício.§ 2o Após manifestação da parte contrária, o juiz decidirá imediatamente a alegação de incompetência.§ 3o Caso a alegação de incompetência seja acolhida, os autos serão remetidos ao juízo competente.§ 4o Salvo decisão judicial em sentido contrário, conservar-se-ão os efeitos de decisão proferida pelo juízo incompetente até que outra seja proferida, se for o caso, pelo juízo competente. PRINCÍPIOS GERAIS DO PROCESSO TRABALHISTA ■ PRINCÍPIO DA SIMPLICIDADE / CELERIDADE ■ No processo do trabalho não há o rigor técnico que é típico do Processo Civil, permitindo maior celeridade na busca de processo mais efetivo. Esse princípio é revelado pela outorga do jus postulandi às partes, pela comunicação postal dos atos processuais, dentre outros. PRINCÍPIOS GERAIS DO PROCESSO TRABALHISTA ■ PRINCÍPIO DA EXTRAPETIÇÃO OU ULTRAPETIÇÃO ■ O princípio consiste em permitir que o julgador conceda mais do que o pleiteado ou coisa diversa daquela que foi pedida. Ex: 1) O art. 496 da CLT – autoriza ao juiz em toda e qualquer hipótese de estabilidade convolar a reintegração em indenização substitutiva; 2) os juros e correção monetária incluem-se na liquidação ainda que não tenha pedido ou condenação (art. 293, CPC e S. 211, TST . PRINCÍPIOS GERAIS DO PROCESSO TRABALHISTA ■ PRINCÍPIO DA IRRECORRIBILIDADE IMEDIATA DAS DECISÕES INTERLOCUTÓRIAS ■ (art. 893, §1º, CLT) ■ As decisões interlocutórias são, em regra, irrecorríveis de imediato. Exceções: Súmula 214, TST. PRINCÍPIOS GERAIS DO PROCESSO TRABALHISTA ■ PRINCÍPIO DO DUPLO GRAU DE JURISDIÇÃO ■ Esse princípio versa, via de regra, sobre a possibilidade de a parte recorrer a uma instância superior quando a decisão atacada lhe for desfavorável. ■ Exceção: ação de alçada - o art. 2º, §4º da Lei nº 5.584/70 prevê a irrecorribilidade das decisões proferidas nas ações de alçada (aquelas cujo valor da causa é até 2 salários mínimos) PRINCÍPIOS GERAIS DO PROCESSO TRABALHISTA ■ PRINCÍPIO DA NORMATIZAÇÃO COLETIVA ■ Decorre do Poder Normativo da Justiça do Trabalho. O Tribunal do Trabalho pode, nos casos em que se verificarem as condições necessárias, criar a norma por meio dos dissídios coletivos preferindo as chamadas Sentenças Normativas, decisões que serão aplicadas não apenas para as partes, mas sim, para uma coletividade inteira, passando a ser norma para a categoria envolvida. Princípio do Juiz natural ■ Exemplo: Se trabalhei na cidade de Vitória/ES e quero ajuizar uma ação trabalhista em face da minha ex-empregadora, sei que a ação deverá ser ajuizada naquela mesma cidade, pois o art. 651 da CLT diz que o local do ajuizamento da ação trabalhista é o local da prestação dos serviços. A regra é pré-estabelecida, criada antes do ajuizamento da ação. Não pode ocorrer de ser criada uma Vara do Trabalho específica para julgar o meu processo ou ser designado um Juiz ―especial‖ para julgar a minha ação, pois haveria ferimento ao princípio do Juiz Natural, já que esse é aquele criado pela lei antes da ocorrência do fato. Questão ■ As partes envolvidas no conflito coletivo ajuizaram, de comum acordo, dissídio coletivo de natureza econômica com fundamento no art. 114, §2º da CRFB/88, que assim dispõe: “Recusando-se qualquer das partes à negociação coletiva ou à arbitragem, é facultado às mesmas, de comum acordo, ajuizar dissídio coletivo de natureza econômica, podendo a Justiça do Trabalho decidir o conflito, respeitadas as disposições comuns legais de proteção ao trabalho, bem como as convencionadas anteriormente”. ■ Com base na situação apresentada indique e explique o princípio de processo do trabalho contido no referido comando constitucional. Questão de Concurso ■ De acordo com o parágrafo primeiro do artigo 893 da CLT, "os incidentes do processo serão resolvidos pelo próprio Juízo ou Tribunal, admitindo-se a apreciação do merecimento das decisões interlocutórias somente em recursos da decisão definitiva". Este dispositivo consagra o princípio (A) do devido processo legal. (B) do jus postulandi. (C) do jus variandi. (D) Da proteção ao hipossuficiente. (E) da irrecorribilidade das decisões interlocutórias. CONFLITOS ■ Conflito individual ■ É aquele que ocorre entre o empregado e empregador individualmente considerados. ■ Conflitos coletivos ■ É aquele que abrange a coletividade, envolvendo a categoria - uma comunidade específica de trabalhadores ou empregadores. FORMAS DE SOLUÇÃO DOS CONFLITOS TRABALHISTAS – Autocomposição – É a forma de solução dos conflitos trabalhistas realizada pelos próprios interessados, através da negociação coletiva, celebrando um documento de pacificação que consiste no diploma coletivo - acordo coletivo e convenção coletiva – Heterocomposição – É a forma de solução determinada por um terceiro. Ex: arbitragem, jurisdição ou tutela. COMISSÃO DE CONCILIAÇÃO PRÉVIA - Podem ser instituídas pelas empresas ou sindicatos, de composição paritária, com representantes de empregados e empregadores. Podem ser constituídas por grupos de empresas ou de caráter intersindical (art. 625-A, CLT) - Aplicam-se aos Núcleos Intersindicais de Conciliação Trabalhista em funcionamento ou que vierem a ser criados, no que couber, as disposições previstas neste Título, desde que observados os princípios da paridade e da negociação coletiva na sua constituição (art. 625-H, CLT) COMISSÃO DE CONCILIAÇÃO PRÉVIA - Atribuição: tentar conciliar os conflitos individuais existentes (art. 625-A, CLT) - Instituída na empresa = metade indicada pelo empregador e a outra metade eleita pelos empregados em escrutínio secreto (mínimo de 2 máximo de 10 membros), fiscalizado pelo sindicato da categoria profissional. - Haverá tantos suplentes quanto forem os titulares. - Mandato de 1 (um) ano, permitida uma recondução. COMISSÃO DE CONCILIAÇÃO PRÉVIA ■ Art. 625-B, §1º, CLT - É vedada a dispensa dos representantes dos empregados membros da Comissão de Conciliação Prévia, titulares e suplentes, até um ano após o final do mandato, salvo se cometerem falta, nos termos da lei ■ Art. 625-B, §2º, CLT - O representante dos empregados desenvolverá seu trabalho normal na empresa afastando-se de suas atividades apenas quando convocado para atuar como conciliador, sendo computado como tempo de trabalho efetivo o despendido nessa atividade COMISSÃO DE CONCILIAÇÃO PRÉVIA ■ Instituída pelo sindicado = constituição e funcionamento definidas em convenção ou acordo coletivo. ■ ■ art. 625-D,§4º, CLT - Caso exista, na mesma localidade e para a mesma categoria, Comissão de empresa e Comissão sindical, o interessado optará por uma delas submeter a sua demanda, sendo competente aquela que primeiro conhecer do pedido. ■ A submissão da demanda à CCP suspende a contagem do prazo prescricional; FACULTATIVIDADE DE SUBMISSÃO DA DEMANDA À CCP ■ Art. 625-D da CLT: “Qualquer demanda trabalhista será submetida à Comissão de Conciliação Prévia se, na localidade da prestação de serviços, houver sido instituída a Comissão no âmbito da empresa ou do sindicato da categoria.” ■ ADI nºs: 2139-7 e 2160-5, em medida cautelar o STF conferiu interpretação conforme o art. 5º, XXXV, da CRFB/88, entendendo ser facultativa a submissão da demanda à Comissão de Conciliação Prévia. TRÂMITE EXTRAJUDICIAL ■ Partes firmaram acordo ■ Será lavrado um termo de conciliação ■ – art. 625-E da CLT. ■ Art. 625-E, parágrafo único da CLT - o termo de conciliação é título executivo extrajudicial e terá eficácia liberatória geral, exceto quanto às parcelas expressamente ressalvadas. ■ Acordo firmado na CCPnão cumprido ■ Ação de execução – art. 876 da CLT. TRÂMITE EXTRAJUDICIAL C.C.P. Art.625–D, CLT Extrajudicial Conciliação ■ Título Executivo Extrajudicial ■ (Art. 625-E, P. ú, CLT ■ (ACORDO NÃO CUMPRIDO) ■ Execução Judicial ■ (Propositura da Ação Executiva na Hipótese de Descumprimento do Acordo) ■ (art.876, CLT) Tentativa Frustrada de Conciliação ■ Declaração da Tentativa Conciliatória Frustrada ■ Ajuizamento da Ação ■ Trabalhista ■ (cópia da declaração) Prova: FCC - 2013 - TRT - 12ª Região (SC) - Técnico Judiciário / Direito Processual do Trabalho / Princípios do Processo do Trabalho) A proibição da criação dos chamados tribunais de exceção (art. 5º, inc. XXXVII da Constituição Federal brasileira) decorre especificamente do princípio : a) do juiz natural. b) do impulso oficial. c) do dispositivo d) da inafastabilidade da jurisdição e) da eventualidade. O princípio do Juiz Natural encontra-se previsto no art. 5º. XXXVII da CF/88, que diz que todos devem ser julgados pela autoridade competente, não sendo possível a criação de tribunais de exceção, que seriam aqueles criados para julgar determinado episódio ou pessoal. O advogado em defesa da empresa reclamada, no curso de uma ação trabalhista, pretende utilizar uma medida do direito processual comum que não está prevista na Consolidação das Leis do Trabalho. Tal situação: a) É possível em qualquer hipótese simplesmente pela omissão da Consolidação das Leis do Trabalho. b) Não é possível utilizar medida processual que não esteja prevista em lei trabalhista. c) Ficará condicionada a verificação judicial e restrita a fase de execução da sentença. d) É possível diante da omissão da Consolidação das Leis do Trabalho, exceto naquilo em que for incompatível com o processo judiciário do trabalho. e) É possível em face da ausência de norma processual da Consolidação das Leis do Trabalho, restringindo-se a fase de conhecimento. conforme Art. 769 da CLT, a saber: lacuna da CLT e compatibilidade com o processo do trabalho. O processo do trabalho admite a presença de reclamante e reclamado, atuando na primeira instância (A) pessoalmente, sendo facultada a constituição de advogados. (B) somente através de advogados, porque foi revogado pela Constituição Federal de 1988 o direito de reclamação diretamente pela parte. (C) pessoalmente, sendo vedada a constituição de advogados, por ofender o princípio de acesso à Justiça. (D) somente através de advogados ou de sindicatos, nos termos da norma constitucional aplicável. (E) pessoalmente, apenas para o reclamado, sendo obrigatória ao reclamante a constituição de advogado. princípio do jus postulandi, previsto no art. 791 da CLT. Considere a seguinte situação hipotética: Reclamação trabalhista em que a reclamante requer o reconhecimento do vínculo de emprego com a empresa “GHJ Ltda.”. A empresa reclamada, por sua vez, nega o referido vínculo, alegando que a reclamante não trabalhou para ela, não tendo, inclusive, jamais ingressado no interior do estabelecimento. O Magistrado converteu a audiência em diligência e se dirigiu à empresa reclamada com as partes. No local, o Magistrado solicitou que a reclamante indicasse o banheiro feminino. Esta não soube indicar e o Magistrado percebeu qual das partes estava faltando com a verdade. Esta hipótese é um exemplo específico do princípio: (A) dispositivo. (B) da imediação. (C) da estabilidade da lide. (D) da eventualidade. (E) da perempção. o Juiz esteve em contato direto com as provas, já que, por meio da conversão da audiência em diligência, compareceu à reclamada, juntamente com a reclamante, buscando saber quem estava falando a verdade. Esse contato direto entre Juiz e provas demonstra a incidência do princípio da imediação, específico em relação à produção das provas. Dentre os princípios norteadores do Processo do Trabalho estão a oralidade e a concentração dos atos em audiência. Nessa seara, conforme previsão legal, a) o depoimento das partes e testemunhas que não souberem falar a língua nacional será feito por meio de intérprete nomeado pelo juiz e as despesas correrão por conta da parte vencida no processo. b) se, até 30 minutos após a hora marcada, o Juiz não houver comparecido, os presentes poderão retirar- se, devendo o ocorrido constar do livro de registro das audiências. c) o Juiz manterá a ordem nas audiências, mas não poderá mandar retirar do recinto os assistentes que a perturbarem em razão da publicidade das audiências na Justiça do Trabalho, sendo que nesse caso deverá adiar a sessão. d) as audiências dos órgãos da Justiça do Trabalho serão públicas e realizar-se-ão em dias úteis previamente fixados, entre 8 e 18 horas, não podendo ultrapassar 5 horas seguidas, salvo quando houver matéria urgente. e) as audiências dos órgãos da Justiça do Trabalho serão públicas e realizar-se-ão na sede do Juízo ou Tribunal não podendo ser designado outro local para a realização das audiências. art. 813 da CLT, “As audiências dos órgãos da Justiça do Trabalho serão públicas e realizar-se-ão na sede do Juízo ou Tribunal em dias úteis previamente fixados, entre 8 (oito) e 18 (dezoito) horas, não podendo ultrapassar 5 (cinco) horas seguidas, salvo quando houver matéria urgente”. ■ Letra ―A: errado, pois o §2º do art. 819 da CLT diz que as despesas correrão por conta da parte a que interessar o depoimento. ■ Letra ―B: errada, pois o art. 815 da CLT fala em 15 minutos. ■ Letra ―C: errado, pois o art. 816 da CLT diz que o Juiz pode determinar a retirada de pessoas que perturbarem o recinto. ■ Letra E: errado, pois o art. 813, §1º da CLT diz que, excepcionalmente, pode ser designado outro local para a prática do ato. Considerando-se os princípios gerais do processo aplicáveis ao processo judiciário trabalhista é correto afirmar: A) irrecorribilidade das decisões interlocutórias é um dos aspectos da oralidade, plenamente identificado no processo trabalhista. b) Não se aplica o princípio da concentração dos atos processuais em audiência, como ocorre no processo comum. c) Não há omissão das normas processuais na Consolidação das Leis do Trabalho que justifique a aplicação subsidiária do processo comum. d) Havendo omissão das normas processuais na Consolidação das Leis do Trabalho fica a critério de cada Juiz a aplicação do direito processual comum, cujo critério para adoção é a concordância das partes. e) A execução trabalhista poderá ser promovida apenas pelas partes interessadas, não havendo o impulso oficial ex-officio pelo próprio Juiz competente. “Na Justiça do Trabalho, nos termos do art. 893, § 1º, da CLT, as decisões interlocutórias não ensejam recurso imediato, salvo nas hipóteses de decisão: a) De Tribunal Regional do Trabalho contrária à Súmula ou Orientação Jurisprudencial do Tribunal Superior do Trabalho; b) suscetível de impugnação mediante recurso para o mesmo Tribunal; c) que acolhe exceção de incompetência territorial, com a remessa dos autos para Tribunal Regional distinto daquele a que se vincula o juízo excepcionado, consoante o disposto no art. 799, § 2º, da CLT”. Zeus, funcionário de uma empresa pública com contrato regido pelas normas da CLT - Consolidação das Leis do Trabalho – ajuizou reclamação trabalhista em face da empresa para reclamar o pagamento de gratificação denominada “sexta-parte” e as suas integrações. A ação foi distribuída na 1a Vara do Trabalho da cidade do Rio de Janeiro. O advogado de Zeus informou-lhe que o Juiz Titular daquela Vara, em outros processos análogos, rejeitou o referido pedido. Para que o processo não fosse julgado por aquele Juiz, Zeus deliberadamente ofendeu o magistrado em audiência, inclusive ameaçando-o de morte. Conforme norma expressa da CLT, na presente situação está configurada a suspeição do Juiz? a) Sim, por configurar o interesse na causa por parte do Juiz. b) Não, porque não é caso de parentesco por consanguinidade até o terceiro grau civil. c) Sim, pelo risco da manutençãode sua integridade física. d) Não, porque o litigante procurou de propósito o motivo de que se originaria a suspeição. e) Não, por não haver previsão na CLT de que a inimizade pessoal possa gerar suspeição do Juiz. “Art. 796 - A nulidade não será pronunciada: (...) b) quando arguida por quem lhe tiver dado causa”.. Mirto, juiz de direito, indignado com determinadas situações que estão ocorrendo na Empresa Z, gostaria de instaurar reclamação plúrima trabalhista. Porém, há um princípio que impede que o magistrado instaure de ofício o processo trabalhista. Trata- se especificamente do princípio: a) da imparcialidade do juiz. b) do devido processo legal. c) do contraditório. d) dispositivo. e) inquisitório. O advogado da empresa reclamada Ostes Produções Ltda, em defesa de seu constituinte, pretende utilizar determinada medida processual prevista apenas no Código de Processo Civil − CPC e não contemplada na Consolidação das Leis do Trabalho − CLT. Na situação, a) a pretensão deve ser rejeitada por absoluta falta de previsão legal, tanto da CLT quanto do CPC. b) a medida não deve ser aceita, pois a CLT contém regramento próprio e exauriente para todas as situações processuais do Processo Judiciário Trabalhista. c) na fase de conhecimento do processo não poderá ser utilizada norma processual supletiva, possibilidade cabível apenas em fase de execução e tão somente com aplicação da Lei de Execuções Fiscais. d) o direito processual comum será fonte subsidiária do direito processual do trabalho nos casos omissos, exceto naquilo em que for incompatível com as normas do Processo Judiciário do Trabalho. e) havendo qualquer omissão da CLT, em seu Título do Processo Judiciário Trabalhista, poderá a parte subsidiariamente aplicar normas do CPC, não havendo o que se questionar sobre compatibilidade de normas.
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