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PESSOAS NATURAIS - CAPACIDADE E PERSONALIDADE

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PESSOAS NATURAIS - CAPACIDADE E PERSONALIDADE
A pessoa natural é todo ser humano dotado de direitos e deveres, para o que basta existir.
A personalidade civil da pessoa começa com o nascimento com vida (art. 2º do CC/02) e cessa com a morte (art. 6º, CC/02).
Quanto à morte, a real se dá com o diagnóstico de paralisação da atividade encefálica. Para a doutrina dominante e nos termos da Lei n° 9.434/97, a morte se dá com a morte encefálica.
O art. 8º do CC/02 prevê a comoriência, que é a presunção de morte simultânea de duas ou mais pessoas, o que modifica a sucessão da herança.
Há também a morte presumida, que é a autorização judicial da abertura de sucessão definitiva de pessoas consideradas ausentes (art. 6º). O art. 7º permite a declaração de morte presumida de quem não tenha sido considerado ausente quando: for extremamente provável a morte de quem estava em perigo de vida; e se alguém, desaparecido em campanha ou feito prisioneiro, não for encontrado até dois anos após o término da guerra.
O art. 1º do CC/02 afirma que toda pessoa possui capacidade de direitos e deveres na ordem civil. Os conceitos de capacidade e personalidade são bem entrosados, visto que aquela é a medida desta. Todos possuem a capacidade de direito, de adquirir e gozar dele, mas o Código Civil limita quem possui a capacidade de fato, de exercício. Assim, algumas pessoas não poderão exercer por si sós os atos da vida civil, necessitando serem auxiliadas ou representadas, possuindo o que se denomina capacidade civil limitada. Quando possuir a capacidade de fato e a de direito, terá capacidade civil plena.
A capacidade também se distingue da legitimação, a qual consiste na aptidão para a prática de certos atos jurídicos, havendo certa limitação legal para casos específicos, como o ato de, para doar bem a um herdeiro, o proprietário necessitar do consentimento dos seus demais herdeiros necessários. Note que não há incapacidade da pessoa, ela é genericamente capaz, mas a lei limita seu ato por uma circunstância determinada.
A incapacidade é a limitação legal para o exercício da capacidade de fato (nunca para a capacidade de direito). Pode ser absoluta, quando há proibição total para o exercício do direito e quem o exerce é seu representante legal; e pode ser relativa, quando os atos da vida civil podem ser praticados pelo incapaz, mas com assistência.
São absolutamente incapazes: apenas os menores de dezesseis anos (menores impúberes) - art. 3º, CC/02. 
A incapacidade absoluta é suprida pela representação, na qual quem pratica os atos da vida civil é o representante legal do incapaz.
São relativamente incapazes: os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos (menores púberes); os ébrios habituais, os viciados em tóxicos; aqueles que, por causa transitória ou permanente, não puderem exprimir sua vontade; e os pródigos (art. 4º, CC/02). 
Vale ressaltar que o nosso ordenamento jurídico não considera os intervalos lúcidos, de modo que, se declarado incapaz, não se admitirá a pretensão de se demonstrar certo momento de lucidez. Também não se considera a velhice, por si mesma, como motivo suficiente para a incapacidade, devendo com ela ser demonstrada determinada situação patológica. A incapacidade por causa transitória é aquela em que a pessoa não é interditada, mas, por influência de, por exemplo, alta pressão arterial ou paralisia, não se encontrava em perfeitas condições de exprimir sua vontade. Interessante notar que apenas serão considerados relativamente incapazes os surdos-mudos que não possam exprimir sua vontade. Se a puderem exprimir plenamente, serão capazes. O pródigo é aquele que dissipa o seu patrimônio desvairadamente, de modo que sua incapacidade relaciona-se apenas aos atos de administração de seus bens.
A incapacidade relativa é suprida pela assistência, na qual se reconhece certa capacidade ao incapaz, de modo que é ele quem pratica o ato, mas auxiliado por seu representante legal. Determinados atos, contudo, o relativamente incapaz pode praticar sem a assistência de seu representante legal, são exceções, como ser testemunha (art. 228, I), aceitar mandato (art. 666), fazer testamento (art. 1.860, parágrafo único), exercer cargos públicos (art. 5º, parágrafo único, III), casar (art. 1.517) e ser eleitor.
A incapacidade cessa quando cessar sua causa ou pela emancipação.
No ordenamento pátrio, a menoridade cessa aos 18 anos completos, ou seja, no primeiro dia após o dia de seu aniversário (art. 5º, CC/02).
A emancipação pode dar-se de três maneiras:
Voluntária – o menor púbere, que tenha entre 16 e 18 anos, é emancipado pelos pais (ou por um dos pais, na falta do outro), através de instrumento público (art. 5º, parágrafo único, I).
Judicial - o tutor do menor ou o próprio menor maior de 16 anos (nesse caso, o tutor deve ser ouvido) pede a emancipação judicialmente, a qual será negada ou concedida por sentença.
Legal – ocorre por situações específicas previstas na lei, como o casamento, o exercício de emprego público efetivo, a colação de grau em curso de ensino superior e o estabelecimento com economia própria, civil ou comercial, ou a existência de relação de emprego, tendo o menor dezesseis anos completos (art. 5º, parágrafo único, incisos II, III, IV e V).
Com vistas a evitar emancipação maliciosa, o STF entende que a emancipação voluntária não possui condão de afastar a responsabilidade dos pais de indenizar as vítimas dos atos ilícitos praticados pelo menor emancipado.
As emancipações voluntária e judicial deverão ser inscritas no Cartório Civil de residência do emancipado, só produzindo efeitos após o registro; ao passo que a emancipação legal independe de registro e produz efeito desde logo, a partir do ato ou fato que a provocou.
A emancipação é irrevogável, o que não se confunde com a invalidade do ato, visto que o ato inválido não produz efeitos. Assim, o menor que se casou, mas se divorciou antes de atingir a maioridade civil de 18 anos continua emancipado após o divórcio.

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