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Copyright © 2020 Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP) Todos os direitos reservados ao Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP) A reprodução não autorizada desta publicação, por qualquer meio, seja total ou parcial, constitui violação da Lei nº 9610/98. Dados internacionais de Catologação na Publicação (CIP) Elaborada pela biblioteca do Centro de Informação e Documentação Hélio Beltrão – IBP I59i Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis Inspeção de permutadores de calor [recurso eletrônico] / Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás; coordenado por Luiz Antônio Moschini de Souza. – 3. ed. – Rio de Janeiro: IBP, 2020. 86 p.: il. color. – (Guias de inspeção, 4) Formato: e-book em PDF. Modo de acesso: www.ibp.org.br/biblioteca ISBN 978-65-88039-00-7 1. Permutadores térmicos. 2. Equipamentos Industriais – Inspeção. 3. Indústria Petrolífera. I. Moschini, Luiz Antônio. II. Título CDD 658.568 www.ibp.org.br IBP - Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás Avenida Almirante Barroso, 52 - 21º e 26º andares – Centro Rio de Janeiro-RJ – CEP: 20031-918 Tel.: (+55 21) 2112-9000 Free Hand Free Hand Stamp Stamp APRESENTAÇÃO Este Guia foi produzido pelo Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP) – com objetivo de apresentar subsídios bási- cos para implementação de Planos de Inspeção em Permutadores de Calor do Tipo Casco e Tubo. Buscou-se incluir a experiência e as melhores práticas trazidas por renomados profissionais que atuam nesta área de conhecimento que foram organizadas, analisadas e formatadas para apresentação pelo Engenheiro Luiz Antônio Moschini de Souza. Este Guia se aplica a Permutadores de Calor do Tipo Casco e Tu- bos, instalados em refinarias, petroquímicas, terminais para distribui- ção, plantas de processamento de gás e correlatas incluindo aqueles sob o escopo da Norma Regulamentadora nº 13 (NR-13). o público-alvo deste Guia são estudantes de graduação, pós-gra- duação, técnicos, engenheiros e pesquisadores que atuam ou preten- dem atuar com Inspeção de Equipamentos. Lisandro Gaertner Gerente de Comissões e Gestão do Conhecimento – IBP Roberto Odilon Horta Gerente de Certificação – IBP AGRADECIMENToS o IBP agradece às pessoas que contribuíram para a elaboração deste Guia, assim como às empresas que permitiram que suas melho- res práticas fossem condensadas e apresentadas nesta obra. Não podemos deixar de destacar o empenho e dedicação dos pro- fissionais abaixo, pertencentes ao Grupo Regional de Inspeção do Rio de Janeiro e à Comissão de Inspeção de Equipamentos, que contribuíram para elaboração deste Guia com textos, experiências e boas práticas. GRUPO REGIONAL DE INSPEÇÃO DE EQUIPAMENTOS DO IBP (GRINSP-RJ) • André Freitas Ribeiro • Marcelo Schultz • André da Silva Pelliccione • M. A. Silveira • André Louro • Pablo Bartholo • Alexandre Cobo • Ricardo de oliveira Carneval • Arnoldo Fagundes • Ricardo Pereira Guimarães • Carlos André Tavares de Moura • Raphaella Medeiros • Celio Santos • Roberto Funger • J. S. Corte • Romeo Ricardo da Silva • Guilherme Miscow • Ricardo Salles • Hamilton Nery • Teofilo Antônio de Souza • Joaquim Smiderle Cortes • Tito Fernando da Silveira • João T. Leão • Thiago Avelar • J. L. R. Galvão • Thiago Venâncio • João Castilho • Walker Monteiro • Júlio Endress Ramos • Wallace Silva Carmona COMISSÃO DE INSPEÇÃO DE EQUIPAMENTOS DO IBP (COMINSP) • Aldo Cordeiro Dutra • Luis Antônio Moschini de Souza • Amilcar Andrade Sales • Luis Carlos Greggianin • Antonio Luiz de Melo Vieira Leite • Marcelo Aparecido da Silva • Arnoldo Lima Fagundes • Marco Aurélio oliveira Lima • Carlos Bruno Eckstein • Mario Pezzi Filho • Claudio Soligo Camerini • Pavel Rodrigues Bernardi • Deyson Marcelo Rothen • Pedro Feres Filho • Guilherme Victor Peixoto Donato • Pedro Vizilde Souza da Silva • Helder de Souza Werneck • Ricardo Barbosa Caldeira • Heleno Ribeiro Simões • Ricardo de oliveira Carneval • Heloisa Cunha Furtado • Ricardo Pereira Guimarães • João Roberto Silva Picanço • Roberto odilon Horta • Joaquim Smiderle Corte • Severino Albani Junior • Jorge dos Santos Pereira Filho • Teófi lo Antônio de Sousa • Jose Eduardo de Almeida Maneschy • Tito Luiz da Silveira • José Luiz de França Freire • Waldomiro Lima Pereira COORDENAÇÃO E REVISÃO TÉCNICA • Luiz Antonio Moschini de Souza REVISÃO GERAL • Roberto Odilon Horta • Lisandro Gaertner Rio de Janeiro, setembro de 2020 Luiz Antônio Moschini de Souza Coordenador Técnico PREFÁCIO Os Guias de Inspeção de Equipamentos emitidos pelo Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás – IBP – têm por objetivo orientar a realização de inspeções em equipamentos da indústria do petróleo, petroquímica e química, podendo ser utilizados por outros tipos de indústrias que possuam equipamentos similares. Os Guias contêm informações práticas sobre tipos de equipamen- tos usuais, mecanismos de danos que podem afetá-los, técnicas de inspeção usuais, aspectos de segurança individual do inspetor e as- pectos da responsabilidade sobre a inspeção. Os Guias de Inspeção elaborados pelo IBP, sob supervisão e orien- tação de profissional especializado, sintetizam as melhores práticas e experiência acumulada pelos profissionais de notório saber na área de inspeção de equipamentos em operação que compõem a Comissão de Inspeção de Equipamentos e os Grupos Regionais de Inspeção de Equi- pamentos e que voluntariamente decidiram colaborar com esta obra. Estas informações podem conter referências a padrões e normas de aplicação internacional cujas referências e autorias e direitos estão transcritas no capítulo Bibliografia Sugerida. As informações contidas nos Guias são práticas recomendadas, e não constituem regulamentações, padrões ou códigos mandatórios, sendo a aceitação e aplicação de responsabilidade exclusiva dos pro- fissionais envolvidos nas inspeções. Luiz Antônio Moschini de Souza Coordenador Técnico SuMáRIo 1 objetivo e Campo de Aplicação. . . . . . . . . . . . . . 15 objetivo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15 Campo de Aplicação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15 2 Documentos de Referência . . . . . . . . . . . . . . . . . 15 3 Definições . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16 Ação Preventiva . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16 Alteração . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16 Avaliação da Integridade . . . . . . . . . . . . . . . . . 16 Calibração . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17 Característica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17 Certificação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17 Condição Segura para operação . . . . . . . . . . . . 17 Condição de Projeto . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17 Correção . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17 CREA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17 Defeito . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17 Descontinuidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18 Documento de Autorização de Trabalho . . . . . . . 18 Eficácia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18 Eficiência . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18 Ensaio . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18 Equipamento de Proteção Individual (EPI) . . . . . . 18 Espaço Confinado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18 Especificação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18 Exame . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19 Formulário . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19 Isolamento Térmico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19 Inspeção de Segurança . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19 Inspeção em Serviço . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19Método de Ensaio Não Destrutivo . . . . . . . . . . . . 19 Não Conformidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19 organização . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19 Parte Interessada . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20 Plano de Inspeção . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20 Pressão de Projeto . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20 Pressão Máxima de operação . . . . . . . . . . . . . . 20 Pressão Máxima de Trabalho Admissível (PMTA) . . 20 Procedimento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20 Programação de Inspeção . . . . . . . . . . . . . . . . . 20 Profissional Habilitado (PH) . . . . . . . . . . . . . . . 20 Qualificação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21 Recomendação de Inspeção . . . . . . . . . . . . . . . 21 Registro . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21 Registro de Segurança . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21 Relatório de Inspeção . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21 Reparo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21 Requisito . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21 Técnica de Ensaio Não Destrutivo . . . . . . . . . . . 21 Vaso de Pressão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22 Verificação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22 Vigia (Sentinela, observador) . . . . . . . . . . . . . . 22 4 Classificação dos Permutadores de Calor . . . . . . . . . 22 Classificação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22 Quanto ao Escoamento dos Fluidos . . . . . . . . 22 Quanto ao Número de Correntes . . . . . . . . . . 23 Quanto a utilização no Processo . . . . . . . . . . 23 Codificações para Permutadores Casco e Tubo . . . 24 5 Preparativos para a Inspeção . . . . . . . . . . . . . . . 26 Análise da Documentação . . . . . . . . . . . . . . . . 26 Características de Projeto e Fabricação . . . . . 26 Histórico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26 Condições operacionais . . . . . . . . . . . . . . . . 27 observações . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27 Recursos Necessários . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28 Preparação do Equipamento . . . . . . . . . . . . . . . 29 Limpeza Interna . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29 Isolamento do Sistema . . . . . . . . . . . . . . . . 29 Trabalho em Locais Confinados . . . . . . . . . . . 29 Medidas Complementares . . . . . . . . . . . . . . 30 Segurança e Proteção Individual . . . . . . . . . . . . 30 Autorização de Trabalho . . . . . . . . . . . . . . . 30 Medidas de Segurança Complementares . . . . . 31 Vigia (de Emergência) . . . . . . . . . . . . . . . . . 31 6 Responsabilidade pela Inspeção. . . . . . . . . . . . . . 32 7 Técnicas de Inspeção . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32 Inspeção Visual . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32 Inspeção Visual Externa . . . . . . . . . . . . . . . . 33 Inspeção Visual Interna . . . . . . . . . . . . . . . . 39 Ensaios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44 Técnicas de END Empregadas na Inspeção do Casco . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44 Técnicas de END Empregadas na Inspeção dos Tubos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 56 8 Casos Específicos de Deterioração (Exemplos) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 66 9 Investigação e Análise de Falhas . . . . . . . . . . . . . 68 Parâmetros Característicos do Item . . . . . . . . . . 68 Técnicas de Amostragem e Investigação . . . . . . . 68 Amostragem na Análise de Falhas . . . . . . . . . 68 Metalografia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 70 Análise Química . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 70 Determinação das Propriedades Mecânicas . . . 71 Limpeza de Amostras para Exame . . . . . . . . . 72 Causas Desconhecidas de Deterioração . . . . . . 72 10 Reparos e Critérios de Aceitação . . . . . . . . . . . . 74 Códigos e Padrões de Construção . . . . . . . . . . . . 74 Materiais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 75 Identificação Positiva de Materiais . . . . . . . 75 Substituição de Componentes . . . . . . . . . . . . . . 76 Soldagem . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 76 Especificação do Procedimento de Soldagem . . 76 Qualificação e Identificação do Soldador . . . . 77 Ensaios Não Destrutivos . . . . . . . . . . . . . . . . . . 77 Ensaio Hidrostático . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 77 Métodos Avançados de Análise . . . . . . . . . . . . 77 11 Frequência e Programação de Inspeção . . . . . . . . 77 Intervalo de Inspeção . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 78 Cálculo da Vida Remanescente . . . . . . . . . . . 78 Ferramentas Auxiliares . . . . . . . . . . . . . . . . . 79 Cálculos Avançados para “Adequação ao uso” . 80 Inspeção Baseada em Risco – IBR . . . . . . . . . . 80 12 Registros de Inspeção . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 81 Escopo/Abrangência . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 82 Indicações/Resultados . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 83 Responsável pela Execução da Inspeção . . . . . . . 83 Instrumentos utilizados . . . . . . . . . . . . . . . . . . 83 Sistemas de Arquivamento . . . . . . . . . . . . . . . . 82 Sistemas Convencionais . . . . . . . . . . . . . . . . 84 Sistemas Digitais/Informatizados . . . . . . . . . . 85 LISTA DE FIGuRAS Figura 1 – Classificação de permutadores de calor tipo cascos e tubos – conforme norma TEMA . . . 25 Figura 2 – Trinca superficial em peça fundida revelada por líquido penetrante . . . . . . . . . . . . 45 Figura 3 – Trinca detectada por partículas magnéticas via seca. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45 Figura 4 – Esquema da origem do campo de fuga . . . 46 Figura 5 – Princípio básico da inspeção por ultrassom . 47 Figura 6 – Dados de varredura do ToFD. (a) C-Scan de solda de topo de chapa de aço com 25 mm de espessura. (b) A-scan ao longo da linha AB. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 49 Figura 7 – Esquema ilustrativo de funcionamento do sistema de varredura por phased array para dois diferentes ângulos de incidência . . . . 50 Figura 8 – Exemplo de irradiador portátil para inspeção por gamagrafia. . . . . . . . . . . . . . . . . 51 Figura 9 – Exemplo de radiografia de solda usando a técnica de parede simples – vista simples. . 52 Figura 10 – Detecção da presença de trinca pelo ensaio de correntes parasitas . . . . . . . . . . . . 53 Figura 11 – Aparelho empregado no ensaio por corrente parasitas para a detecção de descontinuidades em juntas soldadas . . . . . . . . . . . . . . 54 Figura 12 – Aparelho e acessórios da técnica ACFM . . 55 Figura 13 – Funcionamento de uma sonda na inspeção pela técnica de IRIS . . . . . . . . . . . . . . 59 Figura 14 – Configuração básica da sonda e desenho esquemático do comportamento das correntes parasitas frente a um furo . . . . 60 Figura 15 – Pequeno distúrbio causado pelas correntes parasitas na trinca circunferencial geradas por sondas convencionais. . . . . . . . . . . 61 Figura 16 – Disposição das bobinas em uma sonda array . 61 Figura 17 – Atuação das correntes parasitas geradas por um arranjo de bobinas em uma trinca circunferencial . . . . . . . . . . . . . . . . 62 Figura 18 – Configuração básica de uma sonda de Campo Remoto e detalhe ressaltando a baixa profundidade de penetração das correntes parasitas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 63 Figura 19 – Configuração básica de uma sonda de MFL . 64 Figura 20 – Princípio da reflectometria de pulso acústico (RPA) . . . . . . . . . . . . . . . . . 64 Figura 21 – Princípio de uso das técnicas conjugadas de RPA e RPu. . . . . . . . . . . . . . . . . . 65 Figura 22 – Dispositivos e aplicação do sistema de identificação de vazamento por vácuo . . . 66 15 1 OBJETIVO E CAMPO DE APLICAÇÃO1.1 Objetivo Este Guia contém um conjunto de práticas recomendadas para a inspeção de permutadores de calor do tipo casco e tubo, que visam preservar sua integridade física durante a utilização operacional em indústrias de processo. 1.2 Campo de Aplicação Este Guia pode ser aplicado nas inspeções de caráter preventivo ou corretivo de permutadores de calor do tipo casco e tubo. Visto que um grande volume de incidentes e acidentes que ocor- rem no meio industrial é causado por vazamentos decorrentes de al- gum mecanismo de deterioração nestes sistemas, a verificação de suas condições físicas e das causas da deterioração é muito impor- tante. Este Guia não deve ser utilizado em substituição aos requisitos originais de projeto e montagem dos sistemas, e também não deve ser utilizado em divergência com a regulamentação governamental vigente, e sim, como complemento a estes quando necessário, base- ando-se em “Práticas de Engenharia Geralmente Aceitas”. 2 DOCUMENTOS DE REfERêNCIA A seguir estão indicados os documentos cuja consulta pode ser neces- sária para a utilização deste Guia. 2.1 Documento organização e Apresentação dos Guias de Inspe- ção de Equipamentos do Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás, Revi- são 2, de 24/05/1996. 2.2 Normas Regulamentadoras 9NR-06 – Equipamento de Proteção Individual – EPI 16 9NR-13 – Caldeiras, Vasos de Pressão, Tubulações e Tanques Metáli- cos de Armazenamento 9NR-20 – Segurança e Saúde no Trabalho com Inflamáveis e Com- bustíveis 9NR-26 – Sinalização de Segurança 9NR-33 – Segurança e Saúde no Trabalho em Espaços Confinados 9NR-35 – Trabalho em Altura 2.3 Portaria 537/2015, do Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial – INMETRo 2.4 Portaria 582/2015, do Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial – INMETRo 2.5 API 510 – Pressure Vessel Inspection Code: Maintenance, Inspection, Rerating, Repair and Alteration 2.6 ASME Sec. V – Nondestructive Examination 2.7 API Publ. 581 Risk Based Inspection – Base Resource Document 2.8 API RP 579-1/ASME FFS-1 Fitness-for-Service 2.9 API RP 571 Damage Mechanisms Affecting Fixed Equipment in the Refining Industry 2.10 API RP 572 Inspections Practices for Pressure Vessels 3 DEfINIÇõES 3.1 Ação Preventiva Ação implementada para eliminar as possíveis causas de uma não con- formidade, defeito, ou situação indesejável, com o objetivo de pre- venir a sua reincidência. 3.2 Alteração Mudança de característica de projeto original. 3.3 Avaliação da Integridade Conjunto de ações de engenharia empreendidas em um equipamen- to, tendo por objetivo caracterizar o estado em que ele se encontra diante das exigências de adequação ao uso. 17 3.4 Calibração Conjunto de operações que estabelece a relação entre o valor indicado por um instrumento de medida e o valor estabelecido em um padrão. 3.5 Característica Propriedade diferenciadora, pode ser inerente ou atribuída, qualita- tiva ou quantitativa. 3.6 Certificação Testemunho formal de uma qualificação por meio da emissão de um certificado. 3.7 Condição Segura para Operação Condição física de um equipamento, que permite suportar as condi- ções de projeto por um período preestabelecido. Esta avaliação deve considerar, além dos critérios de dimensionamento definidos no có- digo de projeto, as normas de segurança e saúde do trabalhador e a preservação do meio ambiente. 3.8 Condição de Projeto Conjunto de variáveis operacionais que servem de base para o dimen- sionamento do equipamento. 3.9 Correção Ação implementada para eliminar uma não conformidade, defeito ou situação indesejável ocorrida. 3.10 CREA Conselho Regional de Engenharia e Agronomia. 3.11 Defeito Genericamente é o não atendimento a um requisito pretendido ou es- pecificado. Na metalurgia é a condição (tamanho, posição e orientação) de uma descontinuidade metálica que não atende ao código de projeto ou a especificação de engenharia, ou o dano que alcança intensidade capaz de expor a operação de um equipamento a um risco inaceitável. 18 3.12 Descontinuidade Interrupção das estruturas típicas de uma peça, no que refere à ho- mogeneidade das características físicas, mecânicas ou metalúrgicas. Não necessariamente um defeito. 3.13 Documento de Autorização de Trabalho Documento oficial da Empresa para planejamento e controle de ati- vidades com risco. 3.14 Eficácia Extensão na qual as atividades planejadas são realizadas e, como consequência, os resultados planejados alcançados. 3.15 Eficiência Relação entre o resultado alcançado e os recursos usados. 3.16 Ensaio Determinação de uma ou mais características de acordo com um pro- cedimento. 3.17 Equipamento de Proteção Individual (EPI) Todo dispositivo ou produto, de uso individual utilizado pelo traba- lhador, destinado à proteção contra riscos suscetíveis de ameaçar a segurança e a saúde no trabalho. 3.18 Espaço Confinado Espaço não projetado para ocupação humana. Qualquer espaço com a abertura limitada de entrada e saída de ventilação natural. Exemplos de espaços confinados: interior de caldeiras, tanques, carros-tanques, reatores, colunas, galerias de esgoto, tubulações, silos, porões, etc. 3.19 Especificação Documento que estabelece requisitos. Uma especificação pode se re- lacionar a atividades (p. ex. especificação de ensaio) ou a produtos (p. ex. especificação de produto). 19 3.20 Exame Atividade conduzida para avaliar se determinados produtos, proces- sos ou serviços estão em conformidade com critérios especificados. 3.21 formulário Modelo impresso para preenchimento de relato de atividades e/ou resultados. 3.22 Isolamento Térmico Componentes utilizados para reduzir a troca de calor entre o per- mutador (por consequência do fluido aquecido ou refrigerado) e o meio ambiente. É utilizado para minimizar as perdas de energia, para manter o fluido aquecido ou refrigerado na temperatura adequada ou preservar suas características físicas e químicas ou, ainda, como barreira de proteção pessoal. 3.23 Inspeção de Segurança Exame do equipamento ou de suas partes, previsto na Norma Regula- mentadora NR-13, com o objetivo de assegurar que os mesmos apre- sentem condições seguras de operação. 3.24 Inspeção em Serviço Exame do equipamento em uso, com o objetivo de verificar se o mesmo apresenta condição segura para a operação nas condições de projeto. 3.25 Método de Ensaio Não Destrutivo Técnicas utilizadas na inspeção de materiais e equipamentos, sem da- nificá-los, para determinar a possível existência de descontinuidades capazes de diminuir a integridade mecânica ou estrutural dos mesmos. 3.26 Não Conformidade Não atendimento a um requisito preestabelecido. 3.27 Organização Grupo de instalações e pessoas com um conjunto de responsabilida- des, autoridades e relações. 20 3.28 Parte Interessada Pessoa, ou grupo, que tem um interesse no desempenho, ou no suces- so, de uma organização. 3.29 Plano de Inspeção Documento que descreve as atividades necessárias para avaliar as con- dições físicas de um equipamento, considerando o histórico, os meca- nismos de danos e os riscos envolvidos para as pessoas, instalações e meio ambiente. Deve detalhar os exames e testes a serem realizados. 3.30 Pressão de Projeto Pressão considerada no dimensionamento do equipamento. 3.31 Pressão Máxima de Operação Maior valor de pressão que possa ocorrer em condições normais de operação ou em situações anormais transitórias. 3.32 Pressão Máxima de Trabalho Admissível (PMTA) Maior valor de pressão a que um vaso de pressão pode ser submetido continuamente, de acordo com o código de projeto, à resistência dos materiais utilizados, às dimensões do equipamento e seus parâmetros operacionais. 3.33 Procedimento Conjuntos de atividades inter-relacionadas, ou interativas, que trans- formam insumos em produtos e são planejadas, e realizadas, sob con- dições controladas para agregar valor. 3.34 Programação de Inspeção Conjunto das disposições formalmenteestabelecidas para assegurar a conformidade ao longo do tempo de um grupo de equipamentos às exi- gências regulamentares da legislação vigente e às especificas da empresa. 3.35 Profissional Habilitado (PH) Profissional com competência legal para o exercício da profissão de engenheiro nas atividades referentes a projeto, operação, manuten- 21 ção e inspeção de caldeiras, vasos de pressão, tubulações e Tanques Metálicos de Armazenamento, em conformidade com a regulamenta- ção profissional vigente no país. 3.36 Qualificação Comprovação das características e habilidades, segundo procedimen- tos aprovados e com resultados documentados, que permitem a um indivíduo exercer determinadas tarefas. 3.37 Recomendação de Inspeção Documento de solicitação de serviço prévio de apoio, ou necessidade de providências, decorrentes de inspeção. 3.38 Registro Documento que apresenta resultados obtidos ou fornece evidências de atividades realizadas (p. ex. Relatório de Inspeção). 3.39 Registro de Segurança Registro em livro próprio, ou meio eletrônico, da ocorrência das ins- peções e anormalidades durante a operação dos equipamentos. 3.40 Relatório de Inspeção Registro formal das inspeções realizadas nos equipamentos com laudo conclusivo. 3.41 Reparo Intervenção executada num equipamento com o propósito de recolo- cá-lo em condições de uso. 3.42 Requisito Propriedade, ou comportamento, que um produto ou serviço deve atender. 3.43 Técnica de Ensaio Não Destrutivo Modo específico de utilização de um método de ensaio não destrutivo. 22 3.44 Vaso de Pressão Equipamento projetado para resistir com segurança a pressões exter- nas ou internas diferentes da atmosférica. 3.45 Verificação Comprovação, por meio de evidência objetiva, que os requisitos es- pecificados foram atendidos. 3.46 Vigia (Sentinela, Observador) Pessoa orientada para ações de emergência, que se posiciona do lado externo do espaço confinado, monitorando as atividades no interior do equipamento. 4 CLASSIfICAÇÃO DOS PERMUTADORES DE CALOR Trocadores de calor são equipamentos destinados à troca térmi- ca. Geralmente faz-se uso de dois fluidos que, em contato entre si, ou não, trocam energia sob a forma de calor para que as suas tempe- raturas aumentem ou diminuam. Fluidos de processo são aqueles que se pretendem aumentar ou diminuir a temperatura, enquanto que os fluidos de serviço são aqueles destinados a aquecer ou refrigerar os fluidos de processo. Nestas trocas térmicas, pode haver a mudança de fase de um ou ambos os fluidos. Resumidamente, são duas as vantagens obtidas com o emprego do trocador de calor: 9 aumento da temperatura do fluido frio sem a necessidade da quei- ma de algum combustível; 9evita-se que a energia contida em um fluido já processado, seja desperdiçada para o meio ambiente. 4.1 Classificação 4.1.1 Quanto ao Escoamento dos fluidos 4.1.1.1 Escoamento em paralelo Os fluidos quente e frio, entram no equipamento pela mesma extremidade. 23 9Troca de calor intensa na entrada e tendendo para um valor médio ao longo do percurso. 9Maior possibilidade de choques térmicos no equipamento. 4.1.1.2 Escoamento em contracorrente Os fluidos entram nos equipamentos em extremidades opostas. 9Troca de calor aproximadamente constante ao longo do percurso. 9Maior eficiência térmica. 9Menor possibilidade de choques térmicos no equipamento. o arranjo dos permutadores, em relação a qualquer uma das cor- rentes, pode ser classificado como em série ou paralelo, ou uma com- binação dos dois sistemas. 4.1.2 Quanto ao Número de Correntes: 9 2-correntes; 9 3-correntes; 9N-correntes 4.1.3 Quanto a Utilização no Processo 9Resfriadores (Cooler) São equipamentos que resfriam um líquido ou gás com o emprego de água ou ar. Normalmente, o fluido resfriado é efluente de um outro permutador, e escoa para armazenamento. 9Refrigeradores (Chiller) Resfriam também fluidos de processo, porém com temperaturas mais baixas do que as obtidas com o emprego de ar ou água. o resfriamento é obtido pela expansão de um fluido refrigerante (amônia, freon, propano, etc.). 9Condensadores (Condenser) Retira calor de um vapor até a sua condensação, parcial ou total. Estão, na sua maior parte, montados nos sistemas de topo de seções de destilação e na exaustão de ejetores e grandes turbinas a vapor. Por estarem em geral ligados à especificação dos produtos, têm grande importância operacional, sendo usual sua instalação em ar- ranjo misto (série/paralelo), permitindo condições de manutenção e inspeção por etapas, sem maiores transtornos operacionais. 9Aquecedores (Heater) Aquece o fluido de processo utilizando, em geral, vapor d’água. Estão, geralmente, instalados nas baterias de preaquecimento das unidades, após uma série de permutadores de calor. outra utiliza- 24 ção é no preaquecimento da água de alimentação de sistemas de geração de vapor. Em muitos casos, podem ser retirados de ope- ração ou operar em condições precárias sem grandes prejuízos ao processo. 9Vaporizadores (Vaporizer) Cede calor ao liquido de processo, vaporizando-o, total ou par- cialmente. 9Refervedores (Reboiler) Vaporizador que trabalha conectado ao fundo da torre de fracio- namento, revaporizando o produto acumulado. Neste caso, sua retirada de operação acarreta parada da unidade ou grande trans- torno operacional. 9Gerador de Vapor (Steam Generator) Gera vapor d’água aproveitando calor excedente de um fluido de processo; por não acumularem vapor, não são considerados caldeiras. 9Permutador de Calor (Heat Exchanger) Quando a troca é realizada entre fluidos de processo (genérico). Visam principalmente economizar energia aproveitando o calor contido num produto que se quer esfriar para aquecer uma outra corrente. 4.2 Codificações para Permutadores Casco e Tubo O TEMA recomenda a seguinte padronização para a codificação de permutadores de calor casco e tubos: TAMANHo – D – L – TIPo – XYZ D – Diâmetro nominal do permutador, correspondente ao diâme- tro interno do costado (em polegadas). L – comprimento nominal dos tubos (em polegadas). XYZ – Codificação correspondente à extremidade frontal, casco e extremidade de ré do permutador. A codificação do permutador obedece à figura 1. 25 Figura 1 – Classificação de permutadores de calor tipo cascos e tubos – conforme norma TEMA. 26 5 PREPARATIVOS PARA INSPEÇÃO Como em qualquer inspeção, o planejamento e a preparação das atividades em campo são essenciais para que seus objetivos possam ser plenamente cumpridos. Para esse efeito, as características e condições operacionais de cada permutador de calor e do sistema no qual este se inclui devem ser analisadas em detalhe. Tal análise deve ser conduzida com os ob- jetivos específicos de: (i) identificar os mecanismos de acumulação de dano potencialmente atuantes, seja por características específi- cas do equipamento, seja por variáveis inerentes a seu serviço; (ii) identificar a natureza dos possíveis danos presentes e os sítios pre- ferenciais para sua manifestação; (iii) dimensionar corretamente as atividades de campo e os recursos necessários à sua implementação e (iv) levantar subsídios para posterior análise dos resultados obtidos. Aspectos gerais relacionados às atividades anteriores à inspeção propriamente dita são a seguir comentados. 5.1 Análise da Documentação 5.1.1 Características de Projeto e fabricação Analisar os desenhos, croquis, folhas de dados e demais documen- tos técnicos análogos disponíveis, atentando para os seguintes dados: 9Data de fabricação do equipamento. 9Condições de projeto (fluidos, pressão de projeto, pressão de opera- ção prevista em projeto, pressão de teste hidrostático, temperatura de projeto, temperatura de operação prevista em projeto, etc.). 9Características construtivas do equipamento (espessura dos compo- nentes, materiais utilizados, tipo dos principais componentes, pre- sença de chicanas, anéis, tirantes, espaçadores, juntas de expansão e elementosafins, possibilidade de acesso interno ao casco, etc.). 5.1.2 Histórico Analisar o histórico do equipamento, minimamente através dos registros associados às três campanhas anteriores, atentando para as seguintes informações: 27 9Data de início de operação, data de início da última campanha, possível ocorrência de hibernações e data das últimas inspeções realizadas. 9Pressão máxima de trabalho admissível do equipamento e a pres- são de teste hidrostático usualmente praticada. 9Natureza, extensão e suficiência das atividades de inspeção já conduzidas no equipamento. 9Evidências ou manifestações anteriores de danos ou defeitos e cri- térios de análise empregados em sua avaliação. 9Dados dos dispositivos de segurança (tipo, características, pressão de abertura, data da última atividade de manutenção, etc.). 9ocorrências que possam interferir na vida útil do equipamento, tais como, surtos de pressão/temperatura, fluidos contaminantes e vibrações ou carregamentos não previstos. 9Recomendações de inspeção anteriores, atendidas ou não. 5.1.3 Condições Operacionais Verificar os registros operacionais do equipamento e do sistema em que este se inclui, atentando para as condições operacionais efe- tivamente adotadas (fluidos, pressão de operação em regime normal, pressão máxima de operação, temperatura de operação, etc.). Verificar os procedimentos de parada e partida do equipamento, atentando para eventuais condições de maior solicitação. Avaliar, com base nas condições operacionais praticadas, a ação dos fluidos de processo e de eventuais contaminantes sobre os mate- riais envolvidos. 5.1.4 Observações Planos de inspeção e/ou procedimentos para condução de ativi- dades em campo, previamente estabelecidos devem ser identifica- dos, analisados e ter sua adequação avaliada. A documentação citada na Norma Regulamentadora NR-13 deve ter sua existência confirmada e seu conteúdo deve ser analisado quanto à suficiência e à aderência aos demais documentos relativos ao equipamento e/ou ao sistema que o inclui. Tal análise deve incluir os seguintes itens: 9Prontuário. 9Registro de segurança. 28 9Relatórios de inspeção. 9Projeto de instalação, alternativo ou não. 9Manual de operação, se aplicável. 9Projetos de alteração ou de reparo, se aplicáveis. 9Qualificação dos operadores, se aplicável. A análise da documentação pode ser eventualmente estendida a outros equipamentos do sistema, mesmo àqueles já desativados, principalmente no que se refere à busca de evidências de danos acu- mulados em serviço. 5.2 Recursos Necessários Reunir e/ou elaborar desenhos, croquis e formulários destinados a facilitar o registro em campo das atividades de inspeção. Reunir ferramentas, instrumentos e demais insumos necessários à condução em campo das atividades de inspeção previstas. As condi- ções físicas e a adequação ao uso dos recursos devem ser confirmadas pelo inspetor. Verificar a data de calibração de todos os instrumentos que a requeiram e executar teste de recebimento dos insumos a serem uti- lizados, quando aplicável. Sugere-se que o inspetor leve para o local da inspeção ou tenha disponível para quando necessário os seguintes recursos: 9 Lanterna e/ou luminária. 9Marcador industrial e/ou afins. 9Máquina fotográfica e/ou filmadora. 9 Lupa. 9Trena. 9Paquímetro. 9Panos e lixas. 9Escova manual. 9Espátula, raspador e/ou afins. 9Espelho com haste extensível. 9Recipiente(s) para a coleta de amostras. 9 Insumos para ensaios por líquidos penetrantes. 9Medidor de espessura por ultrassom. 9Medidor portátil de dureza. 9Micrômetro, ímã, nível, martelo, etc. 29 5.3 Preparação do Equipamento As atividades de preparação requeridas pela inspeção dependem das características específicas de cada equipamento/sistema, da na- tureza dos possíveis danos presentes e dos sítios preferenciais para sua manifestação. 5.3.1 Limpeza Interna Exames internos exigem que o equipamento objeto de inspeção esteja vazio, lavado, drenado, desgaseificado, purgado e em tempe- ratura próxima a ambiente. Diversos procedimentos podem ser aplicados para a limpeza inter- na do equipamento, frequentemente combinados entre si, tais como: 9Hidrojateamento, com água quente ou fria. 9Hidrojateamento de alta pressão. 9 Jateamento de vapor. 9utilização de solventes. 9uso de escovas manuais/elétricas. 9uso de discos abrasivos e/ou lixas. 9Raspagem de resíduos. Regiões de interesse específico, tais como, juntas soldadas, por exemplo, podem requerer limpeza mais efetiva do que outras áreas consideradas pelo inspetor como menos propensas a dano. A escolha do método mais adequado em cada caso deve ter em vista a possibilidade de mascaramento de eventuais evidências de dano por deficiência na limpeza, bem como o risco de introdução de novos danos ou de deformações localizadas no equipamento, motiva- das pelas próprias atividades de preparação. 5.3.2 Isolamento do Sistema A inspeção interna exige o isolamento do equipamento a ser ins- pecionado dos demais equipamentos do sistema através de raquetes e/ou flanges cegos. 5.3.3 Trabalho em Locais Confinados Os Requisitos legais referentes ao trabalho em espaços confinados são objeto da Norma Regulamentadora NR-33. 30 Destaca-se que ventilação ou exaustão permanentes são funda- mentais para minimizar o risco associado à presença de substâncias asfixiantes, tóxicas, inflamáveis e/ou explosivas e à eventual forma- ção de misturas potencialmente perigosas, como é o caso do sulfeto de ferro (FeS), por exemplo, que sofre combustão espontânea quando seco e exposto ao oxigênio. Sob nenhuma hipótese deve ser permitida a entrada sem con- junto autônomo (“máscara autônoma de demanda com pressão po- sitiva”) ou equipamento de ar mandado (“respirador de linha de ar comprimido com cilindro auxiliar para escape”) em locais confinados com atmosferas inertes, tais como, nitrogênio (N2), dióxido de carbo- no (Co2) e freon, por exemplo, ou potencialmente agressivas. Sempre que exista risco considerável associado ao trabalho em locais confinados na presença de tais substâncias, a atmosfera inter- na ao equipamento deve ser continuamente monitorada quanto aos níveis percentuais de oxigênio e de demais gases ou misturas que representem ameaça à segurança e/ou à saúde. Deve ser igualmente considerado que, em determinados casos, mesmo após o pleno cumprimento de todos os procedimentos apli- cáveis de descontaminação, substâncias nocivas ou potencialmente perigosas podem ser liberadas lentamente dos resíduos aderidos ao equipamento. 5.3.4 Medidas Complementares A adequação da iluminação e dos acessos aos locais de interesse deve ser analisada de modo a verificar a necessidade de andaimes, escadas e luminárias. A área de trabalho deve ser delimitada e devidamente sinalizada através de avisos pelos responsáveis pela segurança industrial. 5.4 Segurança e Proteção Individual 5.4.1 Autorização de Trabalho A condução de quaisquer atividades em campo deve ser precedi- da pela emissão de autorização de trabalho por funcionário qualifica- do para tanto. o inspetor deve se informar com o emissor da autorização de trabalho quanto aos riscos específicos envolvidos com suas atividades 31 e às características e precauções relativas às substâncias eventual- mente presentes, bem como quanto aos equipamentos de proteção individual requeridos. 5.4.2 Medidas de Segurança Complementares Antes de quaisquer atividades em locais confinados, o pleno isola- mento do equipamento a ser inspecionado dos demais equipamentos do sistema deve ser confirmado em campo pelo inspetor. Antes da utilização de dispositivos elétricos portáteis, o inspetor deve verificar visualmente suas condições físicas e o estado dos cabos e extensões. Não devem ser utilizados cabos elétricos com emendas ou condutores expostos. Devem ser utilizadas preferencialmente fontes de baixa tensão com o intuito de se evitar acidentes provenientes de choques elétricos. o inspetordeve ter em vista que o monitoramento da atmosfera em locais confinados não é representativo quando feito apenas em região próxima à entrada do equipamento. 5.4.3 Vigia (de Emergência) Não deve ser conduzida inspeção em locais confinados sem a pre- sença de um profissional que atue como vigia de emergência, inde- pendente do risco específico previamente associado às atividades em campo. Atribuições específicas do vigia de emergência são detalhadas na Norma Regulamentadora NR-33. o vigia de emergência deve se posicionar de tal forma que, a qualquer momento, possa manter contato e prestar assistência ao inspetor em local confinado. Sob nenhuma hipótese o vigia de emergência pode abandonar seu posto, mesmo que por breve período, durante a permanência do inspetor em local confinado. Em caso de emergência com o inspetor em local confinado, o vigia de emergência deve acionar alarme e aguardar a chegada de so- corro. Em nenhuma circunstância o vigia de emergência deve entrar no local confinado sem colaboração externa. 32 6 RESPONSABILIDADE PELA INSPEÇÃO A NR-13 – Norma Regulamentadora para Vasos de Pressão, Tubula- ções e Tanques Metálicos de Armazenamento, define que a inspeção de segurança de vasos de pressão deve ser realizada sob a responsa- bilidade técnica de um PH. É de responsabilidade do Profissional Habilitado, orientar a pre- paração das inspeções de segurança, participar das inspeções, revisar e assinar os Relatórios de Inspeção. Aos Técnicos de Inspeção e Inspetores de Equipamentos cabe a responsabilidade de preparar as inspeções de segurança de acordo com as orientações do PH, executar as inspeções, elaborar e assinar os Relatórios de Inspeção. 7 TÉCNICAS DE INSPEÇÃO 7.1 Inspeção Visual A inspeção visual é uma das principais técnicas e, provavelmente a mais antiga. Ela permite a percepção humana direta do inspetor quanto ao estado superficial físico do equipamento. Esta técnica é realizada através do sentido humano da visão, po- dendo ser auxiliada por instrumentos ou acessórios disponíveis, tais como, lentes, lupas, microscópios óticos, endoscópio, câmeras, etc. Partindo desta inspeção, pode ser considerada a necessidade de utilização de outras técnicas mais sofisticadas. A periodicidade das inspeções visuais deve ser estabelecida em função das condições do processo e ambientais do local da instalação, e deve estar definida no programa de inspeção do permutador de ca- lor, com o devido cuidado para que não sejam ultrapassados os limites definidos na legislação vigente. Para os permutadores de calor novos deve ser feita inspeção ini- cial no local definitivo de instalação, atendendo ao disposto na legis- lação vigente. 33 As primeiras providências para a realização da inspeção estão des- critas no item anterior, “Preparativos para inspeção”, onde são ressal- tadas as medidas de segurança e proteção individual do inspetor. 7.1.1 Inspeção Visual Externa Consiste na verificação visual detalhada da superfície externa do permutador de calor, tais como, casco, carretel e sistemas que o compõem, complementada, sempre que necessário, pela utilização de ferramentas auxiliares e aplicação de ensaios não destrutivos. A inspeção externa pode ser realizada com o permutador de calor em condições normais de operação, ou por ocasião das paradas do equipamento. Para que a inspeção possa ser conduzida de forma objetiva, cabe ao inspetor seguir o planejado na fase de preparação e cumprir com- pletamente cada etapa da inspeção. 7.1.1.1 Etapas da inspeção visual externa a) Condições de operação Como primeira ação da inspeção externa, com o equipamento em operação, deve ser verificado se as condições de pressão e temperatura estão compatíveis com as de projeto. Trabalho aci- ma dos limites de projeto compromete a segurança das pessoas, instalações e do meio ambiente. b) Identificação e instalação No texto da Norma Regulamentadora NR-13 estão descritas con- dições de identificação e instalação para os equipamentos nela enquadrados, e que devem ser verificadas durante as inspeções externas. Para os permutadores de calor não enquadrados na NR-13, apesar de não existirem regras definidas, é recomendá- vel que tenham identificação similar. c) Isolamento térmico Inspecionar visualmente todo o isolamento térmico, buscando identificar locais de possíveis infiltrações de umidade, de águas de chuvas ou de sistemas de dilúvio. Juntas sobrepostas das chapas que compõem o capeamento me- tálico abertas ou malfeitas e/ou trincas no recobrimento asfáltico das partes sem capeamento são áreas de infiltrações. 34 o inspetor deve observar ainda se existem cintas frouxas ou sol- tas e regiões com bolsões (estufamentos). Por questões de segurança essas regiões devem ser abordadas com cuidado em permutadores de calor operando, nos quais o histórico mostre ocorrência de corrosão interna intensa, principalmente naqueles que operam em temperatu- ras altas. Em permutadores de calor fora de operação, todo o trecho deve ser removido para análise da causa. Recomenda-se remover trechos do isolamento térmico para ava- liar as condições das chapas do costado, principalmente nos permuta- dores de calor que operam em baixas temperaturas (isolados a frio). Para esses permutadores de calor, é necessária uma amostragem mais abrangente ou mesmo a remoção total do isolamento, pois a experi- ência mostra que pode haver condensação de umidade entre a parede do permutador e o isolante térmico, com instalação de processo cor- rosivo em áreas localizadas, estando o restante da superfície comple- tamente sã. Essas áreas estão localizadas principalmente nas partes inferiores dos permutadores de calor. Permutadores de calor, isolados a frio, que possuem pintura anti- corrosiva sob o isolamento térmico, devem ser inspecionados quanto à existência de falhas localizadas (rompimento da película), que pro- piciam o aparecimento de áreas anódicas em relação ao restante da superfície. O capeamento metálico do isolamento deve ser verificado quan- to ao estado físico e, se necessário, ser recomendada a substituição total ou parcial. 7.1.1.2 Pintura de proteção Na inspeção visual da pintura, o inspetor deve observar a ocor- rência dos seguintes defeitos: a) Empolamentos Principais causas de empolamentos em pinturas: 9Presença de umidade, óleos, graxas ou de sujeiras durante a aplicação. Aparece em curto prazo após a aplicação. 9operação do equipamento, mesmo por períodos curtos, em tem- peraturas acima do limite de resistência da tinta. Aparecimento imediatamente após a ocorrência. 9 Incompatibilidade entre camadas das tintas que compõem o esquema de pintura. 35 9 Intervalos inadequados entre as demãos, causando problemas de ancoragem entre as camadas. 9Condições de processo que permitam formação de hidrogênio atômico (o hidrogênio formado no interior do permutador migra através da parede metálica). Pode haver empolamento da pin- tura, que nesse caso poderá aparecer de forma generalizada ou localizada. Para identificar a causa provável do empolamento, devem-se romper alguns deles e observar o interior da bolha, verificando se existe alguma forma de contaminação ou presença de água ou algum outro líquido. No caso de empolamentos por hidrogê- nio, o interior das bolhas estará sempre limpo e seco. O inspetor deve verificar ainda se o empolamento está restrito à tinta de acabamento ou se atinge também a tinta de fundo. No primeiro caso deve recomendar recomposição da pintura de acabamento e, no segundo, recomendar o reparo ou repintura usando o esquema completo de pintura. b) “Empoamento” Significa deterioração superficial da pintura, de modo uniforme e progressivo, por ação de raios ultravioleta. Deve ser avaliada a intensidade do desgaste para decidir o que recomendar; refazer a pintura de acabamento ou todo o esquema, ou ainda, especi- ficar um esquema mais adequado. c) Abrasão/erosão Desgaste em áreas localizadas, devido à ação de partículas só- lidascarreadas por ventos frequentes em uma mesma direção. A avaliação deve se conduzida da mesma forma que o item an- terior. d) Fendilhamento, gretamento, enrugamentos e presença de pontos de corrosão dispersos pela superfície pintada. o aparecimento desses defeitos sugere: 9Em pinturas novas: aplicação incorreta. 9Em pinturas relativamente recentes: esquema de pintura ina- dequado. 9Em pinturas velhas: término da vida útil do esquema de pintura adotado. Para todos esses defeitos, a reparação requer a aplicação do esquema de pintura completo. 36 áreas queimadas ou com mudança de coloração em permuta- dor de calor refratados internamente indicam possível avaria do refratário interno. Nesse caso, a inspeção visual em operação deve ser complementada por medição de temperatura da chapa na região afetada, para verificação de possíveis riscos para a integridade do equipamento. É prática usual recomendar a repintura total, caso a área afetada seja maior que 30 % da superfície total. Existem normas ASTM que apresentam padrões fotográficos, os quais podem ser usados como auxiliares na avaliação de pinturas. As regiões dos permutadores de calor mais suscetíveis ao apare- cimento de processos corrosivos devidos às falhas na pintura são: 9Cordões de solda manuais: nessas regiões, devido às irregulari- dades da superfície, não há uniformidade da espessura da pelí- cula protetora. 9Parte superior do permutador devido à ação mais acentuada de intempéries (chuva, raios ultravioleta, etc.). 9Geratriz inferior dos permutadores de calor horizontais: causa- da por condensação de umidade. 9Bocais e conexões: parte dos permutadores de calor onde a pin- tura está sujeita a danos mecânicos por ocasião das manuten- ções. 9 Selas: quando o permutador de calor é simplesmente apoiado nas selas (metálicas ou de concreto) ou fixado por cordões de solda intermitentes. 9Pedestais: causada por acúmulo de detritos depositados, por ob- jetos largados por ocasião de manutenções ou por acúmulo de águas de chuvas. A avaliação da pintura de proteção deve contemplar, além da ve- rificação de defeitos, a conformidade das cores empregadas com a legislação de segurança em vigor. 7.1.1.3 Chapas do casco, tampas, carretel e pescoço dos bocais A inspeção visual das chapas do casco, das tampas e do carretel deve ser meticulosa o bastante para que os problemas detectados possam ser avaliados com o cuidado necessário para que não sejam sub ou superestimados. Deve-se pesquisar conforme tabela 1: 37 Tabela 1 – Inspeção do casco, tampas, carretel e bocais Danos Partes Afetadas Causas Recomendações para Ação Corretiva Corrosão lo- calizada Qualquer parte do permutador Regiões de falhas dos re- vestimentos protetores. Regiões de acúmulo de umidade. Regiões afetadas por vazamentos de produtos. Regiões com baixa aera- ção em relação ao con- junto. Regiões de contato com materiais dissimilares. Análise do trecho corroído para tomada de decisão quanto a: a) conviver com a situação – nesse caso, recomendar ações para estacionar o processo corrosivo. b) reparar – recomendar o preenchimen- to por soldagem usando procedimento qualificado. c) substituição do trecho corroído – de- limitar a área a substituir e recomendar a substituição. Atentar para a neces- sidade da emissão de projeto de alter- ação ou de reparo. Parte exposta das roscas das conexões roscadas. Porcas e parte exposta dos chumbadores. Substituição das peças afetadas definin- do a ocasião adequada: aguardar parada ou substituição imediata. Vazamento em junta de vedação Conexões Estojos frouxos. Reaperto dos estojos com torque reco- mendado. Estojos apresentando deformação. Substituição dos estojos, promover maior aeração dos estojos ou resfriar os estojos. Corrosão em faces de vedação de flanges. Instalar braçadeiras com selante. Correção ou substituição dos flan-ges. Falha da junta de veda- ção. Analisar os riscos envolvidos e tomar de- cisão de parada imediata e substituição ou manter operação até parada pro- gramada, sempre baseada na avaliação dos riscos a pessoas, meio ambiente e instalações. Vazamento por furo em chapa Corpo, tampos ou pescoço de con- exão Corrosão externa ou in- terna localizada. Efetuar reparo (temporário ou defini- tivo) ou retirar de operação para análise e definição da ação corretora. Trincas em chapas Chapas do corpo, tampos ou pescoço de conexão Corrosão sob tensão. Fa- diga. Dupla laminação que aflorou à superfície ex- terna. Trincas nucleadas por in- clusões internas. Identificada a causa raiz, definir a critic- idade da trinca para decidir se pode ser monitorada em operação ou se deve ser reparada de imediato. Cada caso deve ser analisado cuidadosamente, prefer- encialmente por um especialista. Trincas em cordões de solda e zonas adja- centes Soldas do corpo e dos tampos Tensões residuais de sol- dagem. Tratamento térmico não adequado. Pressão causada por hidrogênio ou metano retido em descontinui- dades internas. Identificada a causa raiz, definir a critic- idade da trinca para decidir se pode ser monitorada em operação ou se deve ser reparada de imediato. Cada caso deve ser analisado cuidadosamente, prefer- encialmente por um especialista. continua 38 Tabela 1 – Inspeção do casco, tampas, carretel e bocais (continuação) Danos Partes Afetadas Causas Recomendações para Ação Corretiva Empola- mento por hidrogênio Chapas do corpo, tampos e pescoço de conexão Geração de hidrogênio atômico no processo. Fazer análise da região afetada, dimen- sionando os empolamentos maiores e pesquisando a existência de trincas ao redor. Consultar literatura específica ou especialista. Deforma- ções no casco, tampas ou carretel Partes pressuriza- das Sobrepressões. Aquecimentos localiza- dos Tensões geradas por tu- bulações acopladas ao permuta- dor de calor. Identificada a causa raiz, definir a criti- cidade da região afetada para decidir se pode ser monitorada em operação ou se deve ser reparada de imediato. Cada caso deve ser analisado cuidadosa- mente, preferencialmente por um espe- cialista. 7.1.1.4 Suportes e bases dos permutadores de calor A inspeção visual desses componentes deve estar sempre contem- plada no planejamento da inspeção externa. Deve ser verificada tam- bém a área exposta dos chumbadores e, com auxílio de um martelo de inspeção, avaliada a integridade das porcas de fixação do equipamento. O concreto da proteção contrafogo e das bases deve ser verifica- do quanto à existência de trincas ou esboroamento devido à corrosão das ferragens internas. 7.1.1.5 Aterramento elétrico Nos permutadores de calor de aço-carbono e baixa liga, é comum a instalação de processo corrosivo intenso no clip de fixação do cabo de cobre ao permutador. 7.1.1.6 Escadas e plataformas O problema mais comum encontrado nas escadas e plataformas é a corrosão devido à deterioração da pintura de proteção. Devem ser verificados com atenção os degraus e guarda-corpos das escadas, pois da sua integridade depende a segurança do pessoal que acessa o equipamento. Para as plataformas, deve ser verificada a existência de regiões com sinais de acúmulo de águas de chuvas. Nessas regiões, é recomendável fazer um furo na chapa para a drenagem das águas, evitando a formação de poças. 39 7.1.1.7 Dispositivos de segurança Devem ser verificados: 9O estado físico aparente, integridades dos lacres, identificação do TAG, condições dos estojos e sinais de vazamentos. 9 Se a pressão de abertura do dispositivo é menor ou igual à pressão máxima de trabalho admissível (PMTA). 9 Se existem válvulas de bloqueio a montante ou à jusante e se, caso positivo, estão instalados dispositivos contra o bloqueio inad- vertido (DCBI). O programa de inspeção deve ser consultado para verificar se existe coincidência da inspeção externa do permutador de calor com a manutenção e calibração do dispositivo. Para mais informações recomendamos consultar o Guia de Válvu-las de Segurança do IBP. 7.1.2 Inspeção Visual Interna Consiste na verificação visual detalhada da superfície interna do permutador de calor e acessórios que o compõem, complementada, sempre que necessário, pela utilização de ferramentas auxiliares e aplicação de ensaios não destrutivos. A inspeção visual interna é de grande importância para a identifi- cação de mecanismos de danos internos, de atuação localizada e cuja identificação por meio de ensaios não destrutivos externos seja difícil. Em uma inspeção visual interna de um permutador de calor, o inspetor dirige sua atenção para: 9No momento da abertura do permutador de calor, verificar a existên- cia de depósitos, resíduos, incrustações, observando o tipo, quanti- dade e localização. Recolher amostras para análise, se necessário. 9 Inspecionar casco, tampas, carretel, cordões de solda, feixe tu- bular, conexões e acessórios, quanto a deformações, trincas, cor- rosão, erosão ou danos devido à limpeza ou manutenção. Há a necessidade de remoção do feixe tubular, quando aplicável. 9 Sempre que possível a retirada de alguns tubos para corte e inspe- ção interna é recomendável. 9Verificar a ocorrência de danos por hidrogênio. 9Avaliar o estado interno das conexões quanto à corrosão e obs- trução. 40 9Verificar a integridade do eventual revestimento interno (clad, lining, pintura, refratários e outros) quanto à corrosão, descola- mentos, trincas nas soldas, erosão. 9Examinar o posicionamento, a fixação e a integridade de compo- nentes do feixe tubular, quando aplicável, tais como: tirantes, es- paçadores, alianças, anéis bipartidos, tampas flutuantes, espelhos fixos e flutuantes, parafusos e porcas. 9Verificar o estado das sedes de vedação dos diversos componentes tais como: flanges do casco, carretel, tampas e espelhos. 9 Identificar os locais a serem preparados para inspeções por En- saios Não Destrutivos. 9A medição de espessura é o ensaio de realização mais frequente e tomado como base para os cálculos das taxas de corrosão. 9 Identificação da corrosão uniforme generalizada. Essa pesquisa deve ser feita principalmente por ocasião da primeira inspeção interna após a entrada em serviço e em permutador de calor nos quais nunca foram feitas medições de espessuras. 9o inspetor deve buscar indícios de corrosão uniforme generalizada observando atentamente os cordões de solda e regiões adjacen- tes. A altura exagerada além da permitida pelo código de projeto, e o perfil irregular do reforço dos cordões de solda pode indicar a ocorrência de processo corrosivo. Se houver essa indicação, a inspeção visual deve ser complementada com medições de espes- suras na área suspeita. 9 Identificação da corrosão localizada. Essa forma de corrosão é bem mais fácil de ser observada. A utilização de feixe luminoso paralelo à superfície facilita a visualização. Nesse caso, a inspeção deve ser complementada pelo dimensionamento dos defeitos maiores para permitir tomada de decisão quanto a reparar ou manter sob acom- panhamento. No caso de cascos de permutadores onde o diâmetro interno não permite o acesso interno, podem-se adotar outras téc- nicas de inspeção, tais como, endoscopia e ultrassom externo. 9 Identificação de empolamentos e deformações. Os permutadores de calor onde o processo operacional permite a formação de hidro- gênio estão sujeitos a empolamentos, que devem ser pesquisados na inspeção visual, com auxílio de iluminação lateral. Caso não seja possível, devido à impossibilidade de acesso interno, deve-se adotar outras técnicas de inspeção. 41 Observação: No caso de permutadores com espelho fixo, sem pos- sibilidade de retirada do feixe e sem acesso interno, deve ser dada especial atenção a região da selagem dos tubos espelho, realizar END no feixe tubular (IRIS, Correntes Parasitas, Campo Remoto, etc.) e no casco (medição de espessura, videoscopia). A realização do teste de pressão pode ser aplicada tanto no casco como nos tubos para avaliação da integridade do permutador, observando-se os limites de projeto, condições operacionais e estado atual do equipamento. 7.1.2.1 Etapas da inspeção visual interna 7.1.2.1.1 Preliminares 9Avaliar as condições do local para determinar as medidas de pro- teção necessárias. 9Todos os equipamentos e acessórios necessários para a inspeção, incluindo andaimes, escadas, ferramentas, iluminação, ventilação e outros, podem ser providenciados e/ou montados antecipada- mente para minimizar o tempo de parada do equipamento. 9A limpeza e preparação para as inspeções dependem do tipo de dano esperado e de sua localização. Normalmente, a limpeza re- querida pelo pessoal de operação é suficiente para o objetivo da inspeção. Podem ser utilizados jatos de água quente ou fria, jatos de vapor, aplicação de solventes ou raspagem dos resíduos. onde houver necessidade de uma limpeza mais adequada, esta pode ser feita pelo próprio inspetor com ferramentas manuais, em áreas pequenas, ou por meio de ferramentas motorizadas como escovas, discos abrasivos, lixas, jatos de água de alta pressão ou jatos com partículas abrasivas. Em geral, quando os mecanismos de danos são trincas ou pites, há necessidade de uma limpeza mais cuida- dosa evitando o encobrimento de microtrincas pelo processo de limpeza. 7.1.2.1.2 Utilização das ferramentas As ferramentas de uso mais comum são: lanterna, marcadores, raspadores, lixas, estilete, régua, trena, martelo, lupas, escova e máquina fotográfica. 9 Lanterna – É uma das principais ferramentas do inspetor para a inspeção visual. Em geral a iluminação do ambiente é feita por 42 luminárias adequadas, para ambientes confinados ou não. A lanterna auxilia o inspetor possibilitando efeitos de iluminação e sombras. o feixe luminoso, quando colocado paralelamente à superfície da peça, ressalta deformações, tais como: empolamentos, corrosões localizadas e empenamentos. 9Marcadores – Constituídos por giz comum, lápis de cera e bisna- gas de tinta, servem para assinalar os locais onde seja necessária atenção especial. observa-se que marcadores de cor marrom po- dem conter óxido de ferro e deve ser evitada a sua utilização em ligas inoxidáveis austeníticas, devido a possibilidade de contami- nação da liga. As marcações incluem desde regiões pequenas com empolamentos ou trincas até regiões maiores onde seja necessário fazer reticulados para mapear danos existentes. 9Raspadores – Ferramentas utilizadas para a remoção de resíduos ou produtos de deterioração em locais onde o inspetor suspeita da existência de danos ou verifica a intensidade do dano. 9 Lixas – utilizadas na preparação da superfície para ensaios ou me- lhorar a limpeza para inspeção visual. 9Escova – Utilizada para melhorar a limpeza superficial de regiões específicas. Em alguns casos seu uso deve ser cuidadoso, pois es- covas de aço podem encobrir microtrincas. 9Estilete – Utilizado para localizar e explorar danos superficiais com maior profundidade, tais como, pites ou poros. 9 Lupas – utilizadas para auxiliar na inspeção de superfícies onde possam existir danos de pequenas dimensões. 9Martelo – A alteração do som emitido pelo martelamento pode indicar a existência de danos. Estes danos podem ser perda de espessura localizada em cascos, bocais, tubulações, indicação de trincas ou falta de fixação em revestimentos metálicos. Em geral são usadas marteladas leves e exige experiência do inspetor para a interpretação do teste com martelo. É necessário cuidado quan- to à existência de revestimentos frágeis, que possam ser danifica- dos durante o teste. 9Trena e régua – utilizadas para a medição e localização de danos. 9Máquina fotográfica – Ferramenta imprescindível para o registro de danos e elaboração de relatórios. Há restrições quanto à utili- zação de máquinas eletrônicas e flash em ambientes com possibi- lidade da presença de fluidos combustíveis ou explosivos. 43 7.1.2.1.3 Roteiros para inspeção 9Antes da realização da inspeção, consultaro item “Preparativos para inspeção”, ressaltando a consulta aos relatórios de inspeção anteriores, onde pode haver referências a existência de danos, localização e providências solicitadas ou realizadas. 9A primeira atividade junto ao equipamento é a inspeção visual; a inspeção externa e a inspeção interna estão detalhadas no item específico acima. 9Entrando no equipamento, o inspetor pode fazer uma inspeção visual ampla, quando se observa nas regiões expostas se há cor- rosão, qual o tipo de dano, se é generalizado ou localizado, os locais onde ocorre ou se pode existir outros danos. São assinalados os locais onde serão realizados os ensaios específicos que forem necessários. 9A inspeção pode ser iniciada em uma das extremidades e termina- da na outra, de forma a ser percorrida toda a superfície, evitando que sejam deixadas áreas sem inspeção. Caso necessário, e se possível, remover acessórios internos. 7.1.2.1.4 Locais para atenção especial 9Bocais de entrada ou saída de fluidos no equipamento e proximi- dades, principalmente nos feixes tubulares, onde haja turbulência ou aumento de velocidade de escoamento. 9Regiões opostas a entradas de líquidos ou vapores, bem como em locais onde ocorra a incidência de fluidos, estão sujeitas a erosão e corrosão. 9 Locais onde há metais dissimilares em contato pode haver corro- são galvânica. 9Regiões do fundo ou topo do permutador de calor onde podem ocorrer depósitos ou condensação de vapores. 9Regiões de variação de nível de líquido. 9Cordões de solda, cruzamentos de cordões de solda, soldas de bocais, soldas de componentes internos podem apresentar trincas e corrosão devido a tensões residuais ou alterações metalúrgicas ocorridas durante o processo de solda. 9Peças fabricadas por dobramento de chapas podem apresentar trin- cas nos cantos vivos e em locais onde haja tensões concentradas. 44 9Pode ocorrer deformações ou ovalizações em cascos. 9Regiões de mandrilagem ou soldas de selagem nos espelhos do feixe tubular. 9As regiões do casco onde se apoiam as chicanas são suscetíveis a desgaste por abrasão e corrosão. 7.2 Ensaios A inspeção, com Ensaios Não Destrutivos (END) de permutadores de calor do tipo casco e tubo, como a própria definição do equipa- mento a que se destina indica, pode ser dividida na inspeção dos componentes do casco e na inspeção dos tubos. Na inspeção do cas- co, as técnicas de END empregadas, os procedimentos utilizados, os objetivos da inspeção e as descontinuidades detectadas são em tudo semelhantes a inspeção do casco do vasos de pressão. Já a inspeção dos tubos emprega técnicas específicas para essa aplicação com ca- racterísticas diferentes das usadas no casco. 7.2.1 Técnicas de END Empregadas na Inspeção do Casco 7.2.1.1 Inspeção por líquidos penetrantes o ensaio por líquidos penetrantes é considerado um dos melhores métodos de teste para a detecção de descontinuidades superficiais de materiais isentos de porosidade, tais como: metais ferrosos e não ferrosos, alumínio, ligas metálicas, cerâmicas, vidros, certos tipos de plásticos ou materiais organossintéticos. Líquidos penetrantes tam- bém são utilizados para a detecção de vazamentos em tubos, tan- ques, soldas e componentes. o líquido penetrante é aplicado com pincel, pistola, ou com lata de aerossol ou mesmo imersão sobre a superfície a ser ensaiada, que então age por um tempo de penetração. Efetua-se a remoção deste penetrante da superfície por meio de lavagem com água ou remoção com solventes. A aplicação de um revelador (talco) irá mostrar a lo- calização das descontinuidades superficiais com precisão e grande simplicidade, embora suas dimensões sejam ligeiramente ampliadas. Este método está baseado no fenômeno da capilaridade que é o poder de penetração de um líquido em áreas extremamente peque- nas devido a sua baixa tensão superficial. o poder de penetração é uma característica bastante importante uma vez que a sensibilidade do ensaio é enormemente dependente do mesmo. 45 Figura 2 – Trinca superficial em peça fundida revelada por líquido penetrante. 7.2.1.2 Inspeção por partículas magnéticas o ensaio por partículas magnéticas é usado para detectar des- continuidades superficiais e subsuperficiais em materiais ferromag- néticos. São detectados defeitos, tais como: trincas, inclusões, dupla laminação, falta de penetração, dobramentos, segregações, etc. Figura 3 – Trinca detectada por partículas magnéticas via seca. 46 o método de ensaio está baseado na geração de um campo mag- nético que percorre toda a superfície do material ferromagnético. As linhas magnéticas do fluxo induzido no material desviam-se de sua trajetória ao encontrar uma descontinuidade superficial ou subsuper- ficial, criando assim uma região com polaridade magnética, altamen- te atrativa às partículas magnéticas. No momento em que se provoca esta magnetização na peça, aplicam-se as partículas magnéticas so- bre a peça, que serão atraídas à localidade da superfície que contiver uma descontinuidade formando assim uma clara indicação de defeito. Figura 4 – Esquema da origem do campo de fuga. Para que as descontinuidades sejam detectadas é importante que elas estejam de tal forma que sejam “interceptadas” ou “cruzadas” pelas linhas do fluxo magnético induzido; consequentemente, a peça deverá ser magnetizada em pelo menos duas direções defasadas de 90º. Para isto utilizamos os conhecidos yokes, máquinas portáteis com contatos manuais ou equipamentos de magnetização estacionários para ensaios seriados ou padronizados. 7.2.1.3 Inspeção por ultrassom Detecta descontinuidades internas em materiais, baseando-se no fenômeno de reflexão de ondas acústicas quando encontram obstácu- los à sua propagação, dentro do material. um pulso ultrassônico é gerado e transmitido através de um transdutor especial, encostado ou acoplado ao material. os pulsos ultrassônicos refletidos por uma descontinuidade, ou pela superfície oposta da peça, são captados pelo transdutor, convertidos em sinais 47 eletrônicos e mostrados na tela LCD ou em um tubo de raios catódicos (TRC) do aparelho. os ultrassons são ondas acústicas com frequências acima do limi- te audível. Normalmente, as frequências ultrassônicas situam-se na faixa de 0,5MHz a 25MHz. Figura 5 – Princípio básico da inspeção por ultrassom. Geralmente, as dimensões reais de um defeito interno podem ser estimadas com uma razoável precisão, fornecendo meios para que a peça ou componente em questão possa ser aceito, ou rejeitado, baseando-se em critérios de aceitação das normas aplicáveis. utiliza-se igualmente ultrassom para medir espessura e quantificar perdas por corrosão com extrema facilidade e precisão. Para atender à necessidade de inspeção de componentes de for- ma automática, rápida e menos suscetível aos erros de interpretação do inspetor, foram desenvolvidas técnicas de ensaios não destrutivos acoplados a sistemas mecatrônicos de varredura e facilidades de tra- tamento de imagens. a) Técnica de medição de espessura A técnica de medição de espessura normalmente emprega apa- relhos de ultrassom muito simples, com apenas um mostrador digital, no qual após o ajuste conveniente empregando blocos de calibração de material semelhante é possível medir a es- pessura remanescente da parede do casco e inferir um possível processo de corrosão uniforme que porventura esteja ocorrendo e até estimar o tempo até se chegar a espessura mínima de projeto. 48 b) Técnica de ultrassom convencional manual A técnica de ultrassom com cabeçotes convencionais normais e angulares permite a inspeção das chapas e das soldas do casco para a detecção de descontinuidades. A técnica permite a loca- lização e o dimensionamento da descontinuidade. c) Mapeamento de corrosão com ultrassom Foram desenvolvidos nos últimos anos dispositivos de movimen- tação de cabeçotes (scanners) que permitem a varredura do cabeçote por uma grande área do casco em poucos minutos. Essa inspeção permitenão só detectar como dimensionar, em três dimensões, uma região porventura corroída internamente no casco. d) Técnica ToFD A técnica de ToFD (Time-of-Flight Diffraction) é baseada no tem- po de percurso da onda difratada na extremidade de uma des- continuidade para determinação da sua profundidade dentro do material. Ao difratar, a onda sofre conversão de modo gerando múltiplos ecos que devem ser descartados. A fim de evitar a so- breposição destes ecos com os de interesse, se utilizam somente ondas longitudinais que, por possuírem maior velocidade, alcan- çarão primeiramente o receptor, enquanto as que sofreram con- versão de modo mais lentas, apresentarão ecos bem distantes dos de interesse. A técnica utiliza dois transdutores, um emissor e um receptor para cobertura do volume de material a ser inspecionado. A aquisição de vários sinais de A-Scan armazenados sucessivamen- te ao longo de um cordão de solda permite a formação de uma imagem D-Scan, onde as amplitudes positivas e negativas do si- nal ultrassônico são decodificadas em termos de tons de cinza. 49 Figura 6 – Dados de varredura do ToFD. (a) C-Scan de solda de topo de chapa de aço com 25 mm de espessura. (b) A-scan ao longo da linha AB. A técnica ToFD representa um grande avanço por permitir o regis- tro gráfico da inspeção do cordão de solda por ultrassom. e) Phased Array o ultrassom phased array consiste basicamente na substituição de vários transdutores de ângulos diversificados, os quais são necessários para cobrir toda a região de interesse a ser ins- pecionada, por apenas um ou dois transdutores com diversos cristais independentes, geralmente entre 64 e 128 cristais por transdutor, podendo ser ampliado de acordo com a aplicação. Tais transdutores são pulsados de modo multiplexado e em pa- ralelo obedecendo a algumas regras de foco programadas pelo inspetor. 50 No caso de inspeção em soldas, a varredura perpendicular às mesmas é controlada eletronicamente, não havendo movimento mecânico dos transdutores. Figura 7 – Esquema ilustrativo de funcionamento do sistema de varredura por phased array para dois diferentes ângulos de incidência. Com a técnica, o feixe sônico pode ser focado na região de inte- resse e de forma uniforme, garantindo precisão no dimensionamento de descontinuidades. 7.2.1.4 Inspeção por emissão acústica o princípio do método é baseado na detecção de ondas acústicas emitidas por um material em função de uma força ou deformação aplicada nele. Caso este material tenha uma trinca, descontinuidade ou defeito, a sua propagação irá provocar ondas acústicas detectadas pelo sistema. os resultados do ensaio por emissão acústica não são convencio- nais. Na realidade este método não deve ser utilizado para deter- minar o tipo ou tamanho das descontinuidades em uma estrutura, mas sim, para se registrar a evolução das descontinuidades durante a aplicação de tensões para as quais a estrutura estará sujeita, desde que as cargas sejam suficientes para gerar deformações localizadas, crescimento do defeito, destacamento de escória, fricção, ou outros fenômenos físicos. Aplica-se a emissão acústica quando se quer analisar ou estudar o comportamento dinâmico de defeitos em peças ou em estruturas me- tálicas complexas, assim como registrar sua localização. o ensaio por emissão acústica permite a localização da falha, captados por senso- res instalados na estrutura ou no equipamento a ser monitorado. 51 7.2.1.5 Inspeção por radiações ionizantes o método está baseado na mudança de atenuação da radiação eletromagnética (Raios-X ou Gama), causada pela presença de des- continuidades internas, quando a radiação passa pelo material e dei- xar sua imagem gravada em um filme, sensor radiográfico ou em um intensificador de imagem. Figura 8 – Exemplo de irradiador portátil para inspeção por gamagrafia. A radiografia foi o primeiro método de ensaio não destrutivo in- troduzido na indústria para descobrir e quantificar defeitos internos em materiais. 52 Figura 9 – Exemplo de radiografia de solda usando a técnica de parede simples – vista simples. Raios-X industriais abrangem hoje várias técnicas: 9Radiografia: é a técnica convencional via filme radiográfico, com gerador de Raios-X por ampola de metal cerâmica. Um filme mos- tra a imagem de uma posição de teste e suas respectivas descon- tinuidades internas. 9Gamagrafia: mesma técnica tendo como fonte de radiação um componente radioativo, chamado de "isótopo radioativo” que pode ser o Irídio, Cobalto ou modernamente o Selênio. 9Radioscopia: a peça é manipulada a distância dentro de uma cabi- ne a prova de radiação, proporcionando uma imagem instantânea de toda peça em movimento, portanto tridimensional, através de um intensificador de imagem acoplado a um monitor de TV. Ima- gens da radioscopia agrupadas digitalmente de modo tridimensio- nal em um software possibilitam um efeito de cortes mostrando as descontinuidades em três dimensões o que nada mais é do que uma tomografia industrial. 7.2.1.6 Inspeção por correntes parasitas o campo magnético gerado por uma sonda ou bobina alimentada por corrente alternada produz correntes induzidas (correntes parasi- tas) na peça sendo ensaiada. O fluxo destas correntes depende das características do metal. 53 Figura 10 – Detecção da presença de trinca pelo ensaio de correntes parasitas. As sondas superficiais do ensaio por correntes parasitas têm a for- ma de canetas, no interior das quais existem bobinas, que passadas sobre o material detectam trincas ou descontinuidades superficiais, ou ainda podem ter a forma de circular, oval ou quadrada por onde passa o material. Neste caso detectam-se descontinuidades ou ainda as características físico-químicas da amostra. A presença de descontinuidades superficiais e subsuperficiais (trincas, dobras ou inclusões), assim como mudanças nas característi- cas físico-químicas ou da estrutura do material (composição química, granulação, dureza, profundidade de camada endurecida, têmpera, etc.) alteram o fluxo das correntes parasitas, possibilitando a sua detecção. o ensaio por correntes parasitas se aplica em metais tanto não ferromagnéticos como em ferromagnéticos com algumas restrições. 54 Figura 11 – Aparelho empregado no ensaio por corrente parasitas para a detecção de descontinuidades em juntas soldadas. É um método limpo e rápido de ensaios não destrutivos, mas re- quer tecnologia e prática na realização e interpretação dos resulta- dos. Tem baixo custo operacional e possibilita automatização a altas velocidades de inspeção. 7.2.1.7 Inspeção por ACfM A técnica ACFM (Alternating Current Field Measurement), ou seja, medição do campo de corrente alternada tem como base uma corren- te alternada que circula em uma fina camada próxima à superfície dos materiais condutores e não necessita de contato direto entre a sonda e a peça a ser inspecionada. Quando uma corrente elétrica uniforme é aplicada numa área sob inspeção com uma descontinuidade tipo trinca, circulará ao redor dos extremos e faces desta. Esta variação da corrente elétrica está asso- ciado a um campo magnético que será medido por pequenos detec- tores existentes na sonda que permitem reconhecer as perturbações no campo induzido. 55 Em se tratando de uma técnica de inspeção relativamente recente, recomenda-se que sejam realizadas várias inspeções em juntas soldadas de permutadores de calor com posterior confirmação das descontinuidades indicadas pela técnica de partículas magnéticas. Essa técnica é bastante utilizada para identificar trincas de fadi- ga e outros tipos de trincas superficiais. Figura 12 – Aparelho e acessórios da técnica ACFM. 7.2.1.8 Inspeção Termográfica (Termografia) A inspeção termográfica (termografia) é uma técnica de inspeção não destrutiva e não intrusiva que utiliza os raios infravermelhos para medir temperaturas ou observar padrões diferenciais de distribuição de calor nas superfícies inspecionadas, com o objetivo de
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