Formação Reticular

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Temas para discutirmos na aula desta terça: 
 
Formação Reticular 
 
1. O que é uma formação reticular? 
‣A formação reticular é uma rede 
complexa de núcleos e fibras 
nervosas no interior do tronco 
encefálico que funciona como 
Sistema Reticular Ativador (SARA), 
estimulando o cérebro. 
- A parte ascendente da formação 
reticular é chamada de sistema reticular ativador ascendente (SRAA), 
formando por axônios sensitivos que se projetam em direção ao córtex 
cerebral, diretamente ou via tálamo. 
- Estímulos que podem ativar o SRAA 
- Estímulos visuais e auditivo, atividades mentais, estímulos de receptores de 
dor, tato e pressão e estímulos de receptores nos nossos membros e na 
cabeça que nos mantem informados sobre a posição de nosso corpo. 
‣Complexa interpenetração de núcleos e de tratos, que se estende na parte 
central do bulbo, da ponte e do mesencéfalo, que se associam intimamente 
às vias ascendentes e descendentes e aos nervos cranianos. 
‣Estende-se da medula espinhal ao diencéfalo, no segmento do tronco encefálico, a 
maior porção do espaço entre os núcleos dos nervos cranianos e as grandes vias 
ascendentes e descendentes. 
‣Denomina-se formação reticular uma agregação mais ou menos difusa de 
neurônios de tamanhos e tipos diferentes, separados por uma rede de fibras 
nervosas que ocupa a parte central do tronco encefálico. 
‣A formação reticular corresponde a uma estrutura intermediária entre as 
substâncias branca e cinzenta. Trata-se de uma região muito antiga do 
sistema nervoso, que, embora pertencendo basicamente ao tronco 
encefálico, se estende um pouco ao diencéfalo e aos níveis mais altos da 
medula, onde ocupa pequena área do funículo lateral. No tronco encefálico, 
ocupa uma grande área, preenchendo todo o espaço que não é preenchido 
pelos tratos, fascículos e núcleos de estrutura mais compacta. 
‣Possui grupos definidos de neurônios com diferentes tipos de 
neurotransmissores, destacando-se as monoaminas - noradrenalina, 
serotonina, dopamina 
 
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‣Esses grupos de neurônios constituem os núcleos da formação reticular com 
funções distintas. Entre esses destacam-se os seguintes: núcleos da rafe, 
locus ceruleus e área tegmentar ventral. 
 
2. Quais são os principais centros e núcleos? E onde localizam-se? 
‣ Núcleos da rafe (junção) 
‣Trata-se de um conjunto de nove 
núcleos, entre os quais um dos mais 
importantes é o 
‣Constitui uma estreita placa de 
neurônios sagitalmente orientados na 
linha média do tronco encefálico. 
‣Trata-se de um conjunto de oito núcleos 
‣Recebem aderência do córtex cerebral, hipotálamo e formação reticular. 
‣Núcleo magno da Rafe - se dispõe ao longo da linha mediana, em toda a 
extensão do tronco encefálico. 
‣Os núcleos da rafe contém neurônios ricos em serotonina 
‣A serotonina, também conhecida como 5-hidroxitriptamina (5-HT), se 
concentra em neurônios de uma parte do encéfalo conhecida como 
núcleos da rafe. Acredita-se que esteja envolvida nos processos de 
percepção sensorial, regulação de temperatura corporal, controle do 
humor, apetite e indução do sono. 
‣Locus ceruleus 
‣Constitui um pequeno grupo d células fortemente 
pigmentadas localizado no assoalho do IV 
ventrículo, inferior ao IV ventrículo. É constituído 
por neurônios adrenérgicos (ricos em 
noradrenalina). 
 
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‣ Localizado na massa cinzenta central pontinha caudal. 
‣Área tegmentar ventral 
‣Sirgada na parte ventral do segmento do 
mesencéfalo, mediamente à substancia 
negra, contem neurônios ricos em 
dopamina. 
‣Substância cinzenta periaquedutal 
‣Circunda o aqueduto cerebral. 
‣Participa da regulação da dor (via analgesia). 
 
3. Quais as relações dos núcleos da formação reticular com o SNC 
‣A formação reticular possui conexões amplas e variadas. Alem de receber impulsos 
que entram pelos nervos cranianos, ela mantem relações nos dois sentidos com o 
cérebro, o cerebelo e a medula. 
‣A formação reticular é o receptor de uma corrente continua de estímulos 
“sensoriais” multimodais e suas respostas se expressam através de impulsos que 
modulam o movimento, a própria sensibilidade, atividades automáticas, ciclo sono-
vigília, respiração e circulação, dentre outros. 
‣A formação reticular envia fibras para 5 regiões principais: córtex cerebral, tálamo, 
núcleos do tronco encefálico, cerebelo e medula espinhal. 
‣Eferências da formação reticular 
‣Medula espinhal 
‣Dois grupos principais de fibras ligam a formação reticular à 
medula, as fibras rafe-espinhais e as fibras que constituem os 
tratos reticulosespinhais. Por outro lado, a formação reticular 
recebe informações provenientes da medula através das 
fibras retículo-espinhais. 
‣As fibras retículo-espinhais terminam em interneurônios que 
irão influenciar os motoneurônios, sendo composta por fibras 
cruzadas e não cruzadas, com efeitos tanto inibitórios quanto 
expiatórios. 
‣Este trato é importante para os mecanismos posturais, 
orientação da cabeça e do corpo em relação a 
estímulos externos e para movimentos voluntários das 
partes corpóreas proximais. 
 
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‣As fibras rafe-espinhais são mais conhecidas pela implicação e 
seus neurônios serotonérgicos na modulação da sensação da 
dor. 
‣Córtex cerebral 
‣A formação reticular projeta fibras para todo o córtex cerebral, 
por via talâmico e extratalâmica. Projeta-se também para 
aéreas do diencéfalo. Por outro lado, várias áreas do córtex 
cerebral, do hipotálamo e do sistema límbico enviam fibras 
descendentes à formação reticular. 
‣Cerebelo 
‣Corresponde às fibras retículo-cerebelares, que se projetam 
principalmente sobre vérmis cerebelar. 
‣Existem conexões nos dois sentidos entre o cerebelo e a 
formação reticular. 
‣Tronco encefálico 
‣Os impulsos nervosos que entram pelos nervos cranianos 
sensitivos tenham a formação reticular através das fibras que 
a ela se dirigem, a partir de seus núcleos. 
‣Integração da atividade dos núcleos dos nervos cranianos 
‣III, IV e VI - movimentos oculares 
‣V - mastigação 
‣VII - expressão facial, salivação e lacrimejação 
‣IX - salivação, deglutição e espirro 
‣X - respiração e circulação 
‣XII - movimentos da língua 
‣Aferências 
‣Medula Espinhal 
‣Trato espinorreticular - fibras que terminam em partes da 
formação reticular, distribuindo axônios longos ascendentes 
para o tálamo. Estabelecem Feedback entre a formação 
reticular e a medula espinhal 
 
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‣Trato espinotalâmico - algumas fibras deste trato transmitem 
estímulos nociceptivos e termoceptivos para a formação 
reticular. 
‣Córtex cerebral 
‣As aderências surgem principalmente das áreas corticais que 
originam a via piramidal 
‣Tronco encefálico 
‣Colículo superior - envia fibras permitindo que sinais visuais 
influenciam a formação reticular, visto que os colículos 
superiores recebem informações visuais diretamente da retina 
e do córtex visual 
‣V - aferências do núcleo espinhal e do trigêmeo 
‣VIII - sinais auditivos e vestibulares 
‣IX - aferências sensitivas dos quimiorreceptores carótides e 
barorreceptores 
‣X - impulsos viscerais ascendentes do núcleo do trato solário, 
com o objetivo de atuarem no controle da respiração. 
‣Cerebelo 
‣Aferências relacionadas à função de regulação automática do 
equilíbrio, do tônus e da postura. 
 
4. Quais as funções das formações reticulares? 
a) atividade cortical / vigília-sono 
‣O ciclo vigília-sono é regulado por neurônios hipotalâmicos pelo Sistema 
Ativador Ascendente. 
‣A atividade de seus neurônios pode ser medida pela taxa de disparos 
dos potenciais de ação. 
‣Durante o dia (vigília) esta taxa é muito alta, indicando que ele 
está ativando o córtex. Este recebe normalmente as 
aferências dos núcleos talâmicos sensitivos. No final da 
vigília, em antecipação ao momento de dormir, um grupo de 
neurônios do hipotálamo anterior (núcleo pré-óptico 
ventrolateral) inibea atividade dos neurônios 
monoaminérgicos do Sistema Ativador Ascendente, 
desativando o córtex. 
 
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‣Simultaneamente, o núcleo reticular do tálamo inibe a atividade 
dos núcleos tálamos sensitivos, barrando a passagem para o 
córtex dos impulsos originados nas vias sensoriais. 
‣Inicia-se, assim, o estado de sono de ondas lentas, no qual a 
atividade elétrica do córtex é devida a circuitos intrínsecos 
sem influência de informações sensoriais externas e o 
eletroencefalograma é sincronizado. 
‣Pouco antes do despertar, os neurônios do SAA voltam a 
disparar, cessa a inibição dos núcleos talâmicos sensitivos 
pelo núcleo reticular e inicia-se novo período de vigília. 
‣O córtex cerebral tem uma atividade espontânea, que determina os vários 
níveis de consciência. 
‣Esta atividade pode ser detectada colocando-se eletrodos na superfície do 
crânio (eletroencefalograma EEG). 
‣Os traçados elétricos que se obtêm de um indivíduo ou de animal dormindo 
(traçados de sono) são muito diferentes dos obtidos de um indivíduo ou 
animal acordado (traçados de vigília). 
‣Em vigília, o traçado elétrico é dessincronizado, isto é, apresenta ondas de 
baixa amplitude e alta frequência, e durante o sono, denominado sono de 
ondas lentas, o traçado sincronizado, com ondas lentas e de grande 
amplitude. 
‣SISTEMA ATIVADOR RETICULAR - SARA 
‣Importante regulador do sistema sono e vigília que dependem de 
mecanismo localizados no tronco encefálico. 
‣Esses mecanismos envolvem a formação reticular, a partir disso 
concluiu-se que existe na formação reticular um sistema de fibras 
ascendente que têm ação ativador no córtex cerebral > SARA. 
 
b) controle eferente da sensibilidade 
‣A presença de vias aferentes reguladores da sensibilidade explica a 
capacidade que temos de selecionar, entre as diversas informações 
sensoriais que no chegam em determinado momento, aquelas mais 
relevantes e que despertam nossa atenção, diminuindo algumas e 
concentrando-se em outras, o que configura o fenômeno da atenção 
seletiva. 
 
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‣A atenção seletiva é um fenômeno que pode ocorrer simultaneamente 
a outro denominado habitação, quando deixamos de perceber 
estímulos apresentados continuamente. 
‣Quando prestamos atenção em um filme, deixamos de 
perceber as sensações táteis da cadeira do cinema. 
‣Ignorar o barulho de um ventilador, quando estamos muito 
interessados na leitura de um livro - exemplo de ruído 
ambiental contínuo. 
‣Isto se faz por um mecanismo ativo, envolvendo fibras eferentes ou 
centrífugas, capazes de modular a passagem dos impulsos nervosas 
nas vias aferentes específicas. 
‣O controle da sensibilidade pelo sistema nervoso central ocorre geralmente 
por inibição e as vias responsáveis pelo processo originam-se no córtex 
cerebral e, principalmente, formação reticular. Dentre estas, destacam-se, 
por sua grande importância clinica, as fibras que inibem a penetração do 
sistema nervoso central de impulsos dolorosos, caracterizando as 
chamadas vias de analgesia. 
 
c) motricidade somática 
‣A formação reticular exerce ação controlada sobre a motricidade somática, 
através dos tratos reticuloespinhais pontino e bulbar. Estes tratos são 
importantes para a manutenção da postura e da motricidade voluntária 
da musculatura axial e apendiculares proximais. 
‣Para suas fincões motoras, a formação reticular recebe aferências do 
cerebelo e de áreas motoras do córtex cerebral. Entretanto, há evidência de 
que os tratos reticuloespinhais veiculam também comandos motores 
retículoespinhais veiculam também comandos motores descendentes, 
gerados na próprias formação reticular e relacionados com alguns padrões 
complexos e estereotipados de movimentos, como, por exemplo, os da 
locomoção. 
 
d) controle do SNA 
‣O sistema límbico e o hipotálamo são dois centros supraespinhais mais 
importantes para o controle do sistema nervoso autônomo. 
‣Ambos têm amplas projeções para a formação reticular, a qual, por sua vez, 
se liga aos neurônios pré-ganglionares do SNA. 
 
 
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e) controle neuro-endócrino 
‣Estímulos elétricos da formação reticular do mesencéfalo causam liberação 
de ACTH e de hormônio antidiurético. 
‣O controle hipotalâmico da liberação de vários hormônios adeno-
hipofisários, estão envolvidos mecanismos noradrenérgicos e 
seotoninérgicos. (ACTH e ADH). 
 
f) controle dos reflexos e respostas motoras 
‣Na formação reticular há uma série de centros, que, ao serem estimulados 
eletricamente, desencadeiam respostas motoras, estereotipadas, 
características de fenômenos como vômito, deglutição, locomoção, 
mastigação, movimentos oculares, alem de alterações respiratórias e 
vasomotoras. 
‣Esses centros contêm neurônios gerados de padrões de atividade motora 
estereotipada e podem ter sua atividade iniciada ou modificada seja por 
estímulos químicos, por comandos centrais (corticais ou hipotalâmicos) ou 
por aferências sensoriais. 
‣Neste último caso, funcionam como centros integradores de reflexos em que 
os impulsos aferentes dão origem a sequencias motoras complicadas, cuja 
execução envolve núcleos e áreas diversas e às vezes distantes do sistema 
nervosa central. Um exemplo de reflexo desse tipo é o do vômito, onde se 
mostra também o funcionamento do centro do vômito, situado na formação 
reticular do bulbo, próximo ao núcleo do trato solitário, estendendo-se até a 
parte inferior da ponte, onde se situa o centro da deglutição. 
‣Na formação reticular do bulbo, próximo ao núcleo do nervo abducente, 
situa-se também o núcleo parabducente, considerando o centro controlador 
dos movimentos conjugados dos olhos no sentido horizontal. 
‣Na formação reticular do mesencéfalo, situa-se o centro locomotor, que, no 
homem, age em conjunto com os centros locomoveres da medula. 
‣Os neurônios gerados de padrões de atividade motora estereotipada ao 
redor do núcleo motor facial coordenam a mímica característica de 
situações emocionais como sorriso e choro, que são difíceis de serem 
produzidas voluntariamente. 
‣Assim como a medula, portanto, a formação reticular do tronco também 
contem grupos de neurônios que coordenam reflexos e padrões motores 
estereotipados que podem se tornar mais complexos sob o controle 
voluntário do córtex cerebral. 
 
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‣Centro respiratório e o centro vasomotor controlam não só o ritmo 
respiratório como também o ritmo cardíaco e a pressão arterial, funções 
indispensáveis à manutenção da vida. São, pois, centros vitais, cuja 
presença no bulbo torna qualquer lesão desse órgão extremamente 
perigosa. 
 
5. Tipos dos neurônios e neurotransmissores 
a) monoaminérgicos centrais 
b) serotoninérgicos 
‣localizam-se no tronco encefálico na formação reticular, nos nove núcleos da 
rafe. 
‣Participam da regulação do ciclo vigília-sono, de comportamentos 
motivacionais e emocionais. 
‣Participam também do controle afetivo, digestão, termorregulação, 
comportamento sexual e tônus motor. 
c) noradrenérgicos 
‣Distribuída em vários núcleos na formação reticular do bulbo e da ponte. 
‣Núcleo mais importante: locus cerules. Situado no assoalho do IV ventrículo 
e possui cerca de 12.000 neurônios. 
‣As projeções noradrenergicas desse núcleo atingem quase todo o SNC. 
‣Está envolvido na regulação do alerta, da atenção seletiva, é da vigília, 
assim como no aprendizado e na memória. Está envolvido também na 
regulação do humor e da ansiedade. 
‣São especialmente ativados por estímulos sensoriais novos e inesperados. 
‣Encontram-se menos ativos nas atividades calmas. 
d) dopaminérgicos 
‣Localizam-se no mesencéfalo. 
‣Tem distribuição mais restrita e localizada. 
‣Existem neurônios dopaminergicos com distribuição mais restrita, em várias 
partes do encéfalo, em especial no hipotálamo 
 
 
 
 
 
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Identificar nas peças as estruturas do tronco encefálico e cerebelo.TRONCO ENCEFÁLICO 
 
 
 
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CEREBELO 
 
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	Temas para discutirmos na aula desta terça:
	Formação Reticular
	1. O que é uma formação reticular?
	2. Quais são os principais centros e núcleos? E onde localizam-se?
	3. Quais as relações dos núcleos da formação reticular com o SNC
	4. Quais as funções das formações reticulares?
	a) atividade cortical / vigília-sono
	b) controle eferente da sensibilidade
	c) motricidade somática
	d) controle do SNA
	e) controle neuro-endócrino
	f) controle dos reflexos e respostas motoras
	5. Tipos dos neurônios e neurotransmissores
	a) monoaminérgicos centrais
	b) serotoninérgicos
	c) noradrenérgicos
	d) dopaminérgicos
	Identificar nas peças as estruturas do tronco encefálico e cerebelo.
	TRONCO ENCEFÁLICO