Telessaúde e Telemedicina

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• Conceito 
A Telessaúde é um conceito AMPLO que envolve diferentes serviços remotos de ASSISTÊNCIA, 
DIAGNÓSTICO, EDUCAÇÃO e PESQUISA EM SAÚDE – exemplos: cursos de ensino à distância 
(EAD), troca de conhecimentos, orientação profissional e estudos epidemiológicos de doenças. 
Dentro da telessaúde, ou seja, como um RAMO dessa, encontramos a TELEMEDICINA, que oferece 
serviços de TELEDIAGNÓSTICO (diagnóstico à distância) por meio das TECNOLOGIAS DA 
INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO (TICs). Sendo assim, a telemedicina é extremamente útil para os 
pacientes que necessitam de LAUDOS MÉDICOS à distância e segundas opiniões qualificadas. 
 
• Programa Nacional de Telessaúde 
Desde 2007, o PNT desenvolve diferentes estratégias de QUALIFICAÇÃO DA ESF em 9 estados: 
Amazonas, Ceará, Goiás, Minas Gerais, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa 
Catarina e São Paulo. Em 2011, o Programa Telessaúde Brasil foi REDEFINIDO e AMPLIADO para 
PROGRAMA NACIONAL TELESSAÚDE REDES, tendo como objetivo apoiar a CONSOLIDAÇÃO DAS 
REDES DE ATENÇÃO À SAÚDE, ou seja, a telessaúde NÃO SE RESTRINGE À APS!!! 
A Portaria do Ministério da Saúde (MS) 2.546/2011 - que redefine para Telessaúde (TS) Brasil e a 
amplia para além da APS, abrangendo os demais níveis de atenção - prevê as seguintes atividades 
fins: 
I - Teleconsultoria: consulta registrada e realizada entre trabalhadores, profissionais e gestores da 
área de saúde, por meio de instrumentos de telecomunicação bidirecional, com o fim de esclarecer 
dúvidas sobre procedimentos clínicos, ações de saúde e questões relativas ao processo de trabalho. 
II - Telediagnóstico: serviço autônomo que utiliza as tecnologias da informação e comunicação para 
realizar serviços de apoio ao diagnóstico através de distâncias geográfica e temporal; 
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III - Segunda Opinião Formativa (SOF): resposta sistematizada, construída com base em revisão 
bibliográfica, nas melhores evidências científicas e clínicas e no papel ordenador da atenção básica 
à saúde, a perguntas originadas das teleconsultorias, e selecionadas a partir de critérios de 
relevância e pertinência em relação às diretrizes do SUS 
IV -Tele-educação: conferências, aulas e cursos, ministrados por meio da utilização das tecnologias 
de informação e comunicação. 
• Rede Universitária de Telemedicina (RUTE) 
Foi criada em 2006 com 19 Hospitais Universitários (HUs) e Hospitais de Ensino. É uma iniciativa do 
Ministério da Ciência e Tecnologia que visa apoiar o APRIMORAMENTO de projetos em telemedicina 
já existentes e INCENTIVAR o surgimento de novos. 
• Regulação pelo CFM 
A prática da telemedicina ERA regulada em 2019 pelo CFM com base na resoluão 1.643/2002, a 
qual definia a telemedicina como “exercício da Medicina através da utilização de metodologias 
interativas de comunicação audiovisual e de dados, com o objetivo de assistência, educação e 
pesquisa em Saúde”. Percebe-se que essa regulação NÃO EXPLICITAVA MODALIDADES da 
telemedicina. Assim, em 6 de fevereiro de 2019, o CFM estabeleceu a resolução 2.227/2018 que 
permitia os médicos realizarem CONSULTAS ONLINE, TELECIRURGIAS e TELEDIAGNÓSTICO (e 
outras formas de atendimento médico à distância). Logo em seguida, 22 de fevereiro, essa resolução 
foi REVOGADA após muitas propostas enviadas ao CFM contestando. A principal questão levantada 
é o desrespeito ao Código de Ética Médica no seu artigo 37 ““prescrever tratamento e outros 
procedimentos sem exame direto do paciente”. 
No início de 2020, com o surgimento da pandemia pelo Sars-Cov-2, em caráter de 
EXCEPCIONALIDADE e limitado enquanto durar a pandemia, a telemedicina ganhou novas 
regulações: 
(i) teleorientação, para que profissionais da medicina realizem à distância a orientação e 
encaminhamento de pacientes em isolamento; 
(ii) telemonitoramento, ato realizado sob orientação e supervisão médica para 
monitoramento ou vigência à distância de parâmetros de saúde e/ou doença; 
(iii) teleinterconsulta, exclusivamente para troca de informações e opiniões entre médicos, 
para auxílio diagnóstico ou terapêutico 
Sob regulação da portaria 467/2020, a telemedicina dispõe de novas AÇÕES para 
operacionalização no enfrentamento da COVID-19, autorizando sua prática nos âmbitos público e 
privado. Segundo essa portaria, a telemedicina, em caráter de EXCEPCIONALIDADE, pode ser 
empregada para ações que contemplem o ATENDIMENTO PRÉ-CLÍNICO, SUPORTE ASSISTÊNCIAL, 
CONSULTA, MONITORAMENTO e DIAGNÓSTICO! 
• Núcleo de Telessaúde (NT) 
É a unidade TÉCNICO-CIENTÍFICA e administrativa responsável por PLANEJAR, EXECUTAR e 
MONITORAR/AVALIAR as ações da Telessaúde, principalmente a teleconsulta e o telediagnóstico. O 
NT é caracterizado como um serviço de APOIO DIAGNÓSTICO e TERAPÊUTICO com ênfase no 
caráter EDUCATIVO das ações, a fim de QUALIFICAR os serviços oferecidos pela telessaúde. Dentre 
as responsabilidades dos NTs, estão: 
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o Responsabilizar-se pela oferta de Teleconsultoria, Telediagnóstico e Segunda Opinião 
Formativa; 
o Compor e manter equipe de Teleconsultores e corpo clínico de especialistas de referência; 
o Promover e apoiar a formação de Teleconsultores no âmbito do Telessaúde Brasil Redes. 
o Atualizar as informações e inserir dados no sistema nacional de informações do Telessaúde 
Brasil Redes, junto ao Ministério da Saúde (MS). 
o Garantir a adequação aos padrões de interoperabilidade propostos pelo Telessaúde Brasil 
Redes; 
o Apoiar o desenvolvimento de protocolos para avaliação da necessidade de encaminhamento 
ou de solicitação para a Central de Regulação Médica; 
o Monitorar e avaliar o Telessaúde Brasil Redes no seu âmbito de atuação 
o Desenvolver ações de tele-educação, com base nas necessidades loco-regionais identificada. 
(Educação Permanente em Saúde) 
 
• Importância da Telessaúde 
Dentre as principais características, estão: 
o Aumentar o acesso à assistência básica em LOCAIS REMOTOS, SITUAÇÕES EXTREMAS ou 
em locais que haja CARÊNCIA DE MÃO DE OBRA MÉDICA. 
o Em populações ribeirinhas ou de cidades com acesso restrito, pode-se proporcionar o 
atendimento necessário, evitando LONGOS DESLOCAMENTOS. 
o Permite a troca de conhecimento entre profissionais da saúde em TEMPO REAL 
o Educação à distância 
o Facilidade para discussão de casos + SEGUNDA OPINIÃO 
o Melhoria no atendimento de URGÊNCIAS com orientação à distância 
o Agilidade na entrega de exames → LAUDO DIGITAL 
o Arquivamento de documentos via digital em nuvens 
o Disponibilidade do Prontuário Médico Eletrônico 
 
• Tele-Educação 
A educação à distância é uma forma de ensino que possibilita a APRENDIZAGEM com a mediação 
humana de RECURSOS DIDÁTICOS veiculados pelos meios de comunicação. Os principais 
elementos mediadores entre PROFESSORES-ALUNOS são os computadores, smartphones e a 
internet, sendo importante destacar que, no ead, o potencial de aprendizagem se dá de ACORDO 
COM O INTERESSE INDIVIDUAL. 
Modalidades da tele-educação: 
o Webpalestras - É um tipo de WEBCONFERÊNCIA com caráter expositivo, em que a 
comunicação do palestrante para um grupo aberto de participantes se dá por som e imagem 
e a interação entre os participantes e destes com o palestrante para o envio de perguntas e 
considerações é limitada a um chat. As palestras eletrônicas também são conhecidas como 
webinar (“web based seminar”) e utilizam ferramentas que possibilitam a interação de um 
palestrante com vários grupos ou equipes de saúde dispersas geograficamente. 
o Cursos de Educação à Distância (EAD) - Os cursos de EAD podem ser desenvolvidos em 
parceria com outros serviços ou instituições parceiras do NT, propiciando experiências 
potencialmente interessantes, tanto pontuais como duradouras. 
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o Objetos de aprendizagem - O conceito de Objeto de Aprendizagem (OA) vai desde definições 
mais restritivas, que o atrelam ao conceito de desenvolvimento orientado a objetos e o 
colocam comouma entidade estritamente digital e encapsulada, até concepções mais 
abertas, que o colocam como uma entidade digital ou não, que pode ser usada, reusada ou 
referenciada durante o ensino com suporte tecnológico. 
 
• Telediagnóstico 
O telediagnóstico possui algumas áreas da telemedicina que se sobressaem mais, como radiologia, 
dermatologia, cardiologia, oftalmologia e pneumologia. Para o funcionamento desse, é preciso uma 
REDE que interligue PROFISSIONAL DE SAÚDE APS + CENTRO TELEDIAGNÓSTICO + 
TELECONSULTOR, o que necessita de uma infraestrutura tecnológica e de protocolos 
organizacionais. 
O telediagnóstico é a área mais desenvolvida e melhor adaptada da telemedicina! 
Diversos estudos sobre ACURÁCIA e CONCORDÂNCIA da teledermatologia demonstram BONS 
RESULTADOS em comparação a consultas presenciais. 
Os exames mais utilizados nesse âmbito são: Raio X, USG, ECG. 
Desafios do telediagnóstico: 
o Financiamento. 
o Treinamento para profissionais de APS/ESF. 
o Disponibilidade de especialistas treinados e equipe técnica para manutenção. 
o Planejamento adequado e sua qualidade deve estar em permanente avaliação. 
o A criação de serviços de telediagnósticos não terá efeito se o tratamento não for 
disponibilizado para o paciente 
 
• Teleconsultoria 
DIFERE de Teleconsulta = interação à distância entre profissional de saúde e paciente, que era 
proibida no Brasil pelo Art. 62 do Código de Ética Médica, salvo em situações de emergência, o que 
é regulado pela Resolução 1.643/02 (revogada e restabelecida) do CFM. 
Até Portaria nº 467 de março de 2020, que dispõe, em caráter excepcional e temporário, sobre as 
ações de Telemedicina, com o objetivo de regulamentar e operacionalizar as medidas de 
enfrentamento da emergência de saúde pública, decorrente da epidemia de COVID-19. As ações 
de Telemedicina podem contemplar o ATENDIMENTO PRÉ-CLÍNICO, DE SUPORTE ASSISTENCIAL, 
DE CONSULTA, MONITORAMENTO E DIAGNÓSTICO, por meio de tecnologia da informação e 
comunicação (TIC), no âmbito do SUS, bem como na saúde suplementar e privada. Ainda, os 
médicos poderão emitir atestados ou receitas médicas em meio eletrônico. 
Em um estudo comparativo com relação a telessaúde antes e após a pandemia, foi percebido que, 
antes, a TS não era explorada em seu pleno potencial, havendo o maior uso atualmente. 
Os objetivos da TELECONSULTORIA são: resolver, a curto prazo, a demanda do solicitante, por 
meio de resposta direta; e ampliar a capacidade resolutiva de quem as solicita. Todas as atividades 
de TCS para a APS são de apoio assistencial com caráter educacional, baseadas na melhor evidência 
científica disponível e seguindo os princípios do SUS e da APS. 
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A TCS pode ser de 2 tipos: 
a) síncrona - realizada em tempo real, geralmente por chat, web ou videoconferência, após 
agendamento prévio (profissional envia solicitação à equipe do núcleo de TS (NT) para agendar um 
horário com o teleconsultor). Em geral envolvem casos clínicos e pcts ou questões de saúde mais 
complexas e interdisciplinares. Duração máxima de 30 mins. 
 O TS Brasil Redes disponibiliza plataforma online e serviço telefônico gratuito (0800 644 6543) 
para os médicos de todo o País. O serviço está disponível de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h30 
(horário de Brasília). 
b) assíncrona - realizada por meio de mensagens off-line; + frequentes (até 70%), geralmente 
questões relacionadas a APS (problemas comuns de saúde, relações entre indivíduos-famílias-
comunidades, solicitação de material de leitura/aprendizagem sobre assunto específico p/ 
desenvolver atividade de interesse, como folders, palestras...). O prazo p/ receber a resposta é no 
máximo 72h. 
A cada 2 TCS solicitadas por profissionais médicos, 1 encaminhamento de pct para outros níveis de 
atenção é evitado. 
 
1. Solicitação da TCS: O solicitante deve receber orientações de como descrever a solicitação e 
fazer a leitura da resposta. Deve ter claro que uma assíncrona deve ser lida em até 15 minutos e 
uma síncrona dura 30 minutos p/ não interferir na agenda de atendimento de sua unidade de 
saúde. Declarar explicitamente o enfoque da solicitação (promoção a saúde, dgt, prognóstico e 
seguimento, tto, etc). 
o O profissional solicitante não precisa se preocupar em escolher profissional/ especialista p/ 
responder as questões que irá enviar, pois essa tarefa cabe ao regulador, quem irá definir 
qual é o melhor teleconsultor para cada caso. 
o Fundamental que o solicitante avalie a resposta recebida, em especial quanto a satisfação 
com o serviço recebido, adequação da resposta e se houve evitação de encaminhamentos 
para outros níveis de atenção à p/ retroalimentação, avaliação e se necessário reorientação 
das ações de um NT. 
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2. Regulação da TCS: um médico regulador do NT recebe, analisa, classifica e orienta o fluxo de 
solicitações de TCS. Após julgar se pode ser respondida por um teleconsultor, encaminha a 
solicitação p/ aquele com a área profissional conveniente. 
o Regulação avalia o escopo, que envolve questões relacionadas à AB/APS: problemas 
comuns de saúde; relações entre os indivíduos, suas famílias e a comunidade; processo de 
trabalho das equipes de saúde; casos clínicos de pacientes ou questões de saúde mais 
complexas e interdisciplinares; materiais de leitura sobre um assunto específico para o 
desenvolvimento de alguma atividade de interesse como grupos de pacientes e palestras. 
Solicitações que fujam do escopo serão devolvidas pelo Telerregulador, com a devida 
justificativa. 
3. Elaboração da resposta da teleconsultoria: o teleconsultor elaborará sua resposta e a enviará ou 
discutirá o caso com o profissional solicitante. Por fim avaliará o processo. 
o Como o trabalho desenvolvido nos NT é orientado pela APS, TODA resposta, sempre que 
possível e aplicável, deverá conter referência aos atributos da APS. Atributos essenciais da 
APS: acesso de 1º contato, longitudinalidade, integralidade e coordenação do cuidado; 
atributos derivados: orientação familiar, orientação comunitária e competência cultural. 
Visando fortalecimento da orientação à APS nos serviços de AB, ESF ou UBS tradicional. 
o Assim como o solicitante, o teleconsultor também avalia o processo a cada TCS, 
principalmente para indicar as respostas com potencial de transformação em SOF, mas tbm 
fornecendo dados p/ o aprimoramento do protocolo de resposta como de todo o fluxo de 
trabalho.