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DOENÇA RENAL CRÔNICA TERMOS DESCONHECIDOS Cateter de Shilley: cateter para realização de hemodiálise colocado na v. jugular com uma entrada e uma saída específicas para a máquina de hemodiálise -> muito utilizado em doença renal aguda quando não se tem fístula Asterixis: movimento involuntário (flapping) no punho quando em dorsiflexão – função anormal do diencéfalo, mioclonia negativa – falta de inibição muscular -> na uremia ocorre por aumento de substâncias tóxicas que se acumulam em neurônios Astenia: Sensação de fraqueza. DEFINIÇÕES DRC: anormalidade da estrutura (albuminúria ≥ 30mg/dia ou alterações equivalentes) e/ou função dos rins (TFG < 60ml/min/1.73m2) presentes por mais de três meses com implicação para a saúde. - Cronicidade: perda dos néfrons é irreversível -> não ocorre regeneração do parênquima renal - Progressividade: perda da função renal danifica ainda mais os rins EPIDEMIOLOGIA - DRC: problema de saúde nacional. - Aumento da incidência devido ao aumento da expectativa de vida e prevalência de DM, HAS e obesidade. - No Brasil, segundo SBN, referentes a 2002, o nº de pacientes em diálise era de 54.000, com prevalência de 300 pacientes/milhão de habitantes. - Nos EUA quadruplicou-se o número de DRC nos últimos 20 anos -> melhor prognóstico -> caso que antes viria a óbito agora sobrevive -> quadros mais graves chegam ao hospital. ETIOLOGIA - Nefroesclerose hipertensiva (35%): Dano no rim devido à hipertensão; - Glomerulopatia diabética (30%): angiopatia dos capilares nos glomérulos renais - Glomerulopatias primárias (12%) *Síndrome nefrítica: Inflamação dos glomérulos renais *Síndrome nefrótica: Elevação da permeabilidade da parede capilar dos glomérulos que implica em uma perda exacerbada de proteínas na urina *Nefropatia por IgA: Deposição de imunocomplexos - Rins policísticos (4%): múltiplos cistos expandidos afetando ambos os rins e que, em última análise, destroem o parênquima -> autossômica dominante (vida adulta) e recessiva (infância) - Outras (20%): Nefrite lúpica: causada por lúpus eritematoso sistêmico Nefrites intersticiais crônicas: inflamação renal com maior lesão nos túbulos e tecido intersticial. Necrose tubular aguda com lesão permanente: hipotensão ou sepse que provocam hipoperfusão renal e fármacos nefrotóxicos. Nefropatia isquêmica e ateroembolismo renal: infarto renal Nefropatia do HIV: esclerose glomerular e focal colapsante -> disfunção podocitária e apoptose Mieloma múltiplo: produzem excesso de cadeias leves Ig monoclonais (proteínas de Bence Jones) -> filtradas pelos glomérulos (nefrotóxicas) -> lesão de todas as áreas do parênquima renal. Granulomatose de Wegener: vasculite necrotizante dos pequenos vasos -> inflamação da parede vascular e perivascular e granulomatose extravascular. Anemia falciforme: eventos de veno-oclusão intraparenquimatosos, principalmente na medular renal. Amiloidose: superprodução de Ig monoclonal de cadeia leve tipo Kappa Síndrome hepatorrenal (SHR): rápida deterioração da função função -> cirrose FATORES DE RISCO Obesidade Sedentarismo Tabagismo Dislipidemia DM FISIOLOGIA E ANATOMIA - Parênquima renal: córtex (externo): glomérulos -> depuração do sangue -> formação do filtrado (urina) e medula (interna): pirâmides de Malpighi -> papilas renais. - Irrigação: a. aorta -> a. renal -> Aa segmentares (lobos renais) -> A.a interlobares (córtex renal) -> artérias arqueadas. - Urina: parênquima renal -> cálices renais maiores e menores -> pelve renal - Néfron: unidade funcional -> glomérulo + sistema tubular (túbulo contorcido proximal, alça de Henle, túbulo contorcido distal e túbulo coletor) Na: reabsorvido no ramo ascendente da alça de Henle, TCD e Ducto coletor de forma ativa junto com outros ânions: bicarbonato e Cl H2O: reabsorvida por osmose em TCP e até a metade da alça de Henle. Pode ocorrer no TCD dependendo das condições hidroeletrolíticas Glicose: reabsorvida principalmente em TCP - Regulação vasomotora renal: vasoconstrição da A. eferente (angiotensina II) e vasodilatação da A. aferente (PGE, cininas, NO) FISIOPATOLOGIA - DRC é resultado de progressivas fibroses geradas por qualquer tipo de lesão renal. 1. Perda de massa renal -> hiperfiltração adaptativa: perda progressiva de néfrons -> néfrons remanescentes -> resposta fisiológica -> hipertrofia e hiperfluxo compensatórios (tentam excretar além de sua carga base de solutos, os solutos que também outros néfrons perdidos excretariam) e aumento da função tubular -> adaptações deletérias ao longo do tempo -> processo de lesão glomerular (glomeruloesclerose segmentar focal) -> glomeruloesclerose global difusa acompanhada de fibrose e atrofia de todo o néfron e lesão tubulointersticial. 2. Alterações hemodinâmicas: - Lesão mecânica da arteríola glomerular.- Estiramento de células mesangiais (capacidade de contração, suporte estrutural ao glomérulo, fagocitose de substâncias estranhas na barreira de filtração e produção de endotelina – vasoconstr. das arteríolas aferente e eferente). - Proliferação de mesângio. - Ativação de citocinas inflamatórias e fatores pró- fibróticos. 3. Proteinúria tubular: presença contínua de proteína em quantidade anormal na luz tubular ativa as vias inflamatórias peritubulares -> lesão tubulointersticial crônica -> aumento de lesão celular por peroxidação e deposição de complemento em membrana apical de túbulo proximal. - Ainda não há conclusão se a proteinúria é causa da lesão renal ou apenas marcador de gravidade 4. Hipóxia: devido à glomerulosclerose e redução do fluxo tubular. 5. Ativação de renina- angiotensina intrarrenal: ↑ de Angiotensina II ↑ efeitos deletérios -> vasoconstrição de arteríola eferente -> aumenta resistência ao fluxo de saída dos capilares glomerulares -> ↑ P hidrostática glomerular 6. Redução de NO: perda de inibição de proliferação mesangial e da síntese de matriz extracelular - Todas essas alterações resultam na substituição das células nativas renais por fibrose - Diabetes: hiperglicemia -> ativa via dos poliois, ativa PKC, formação de AGEs -> ativa citocinas inflamatórias -> lesão de alguns néfrons -> hiperfiltraçao adaptativa Pesquisar lesão renal no DM2 logo que diagnostica e no DM1 5 anos após o diagnóstico QUADRO CLÍNICO Manifestações iniciais: edema em membros inferiores (tornozelos), edema bipalpebral, bilateral, matinal, noctúria (hábito de urinar a noite) por perda da capacidade de concentrar urina, hipertensão. - Às vezes, IRA não causa sinais ou sintomas e é detectada através de testes de laboratório realizados por outra razão -> anemia não é característica de IRA SÍNDROME URÊMICA DEFINIÇÃO: Conjunto de sinais e sintomas resultantes dos efeitos tóxicos do acúmulo de toxinas urêmicas (ureia - acima de 380mg/dl causa sintomatologia) no sangue em decorrência da perda de função renal. A sintomatologia começa a aparecer quando FG < 30ml/min -> pode acontecer também em DRA -> síndrome urêmica é indicação de diálise MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS HIDROELETROLÍTICOS E ÁCIDO-BÁSICOS - Aparece quando TFG < 20ml/min - Retenção de Na: fase inicial (hiperfiltração adaptativa): hiponatremia -> excreta muito Na/ fase avançada: hipernatremia -> dificuldade em excretar estado hipervolêmico -> estimula a liberação de PNA e suprime o sistema RAA -> aumenta a excreção de sódio -> hiponatremia - Hipocalcemia: por deficiência de Calcitriol (vitamina D ativa) -> diminui a absorção de cálcio intestinal e ativa a excreção pelos rins - Hipercalemia: uremia inibe a entrada de potássio nas células -> queda na atividade da enzima NaK- ATPase da membrana celular (tamponamento celular)-> quando refratária ao tratamento medicamentoso é indicativo de diálise -> onda T apiculada - Hiperfosfatemia: diminui excreção de fosfato -> forma complexo com o Ca -> diminui Ca livre -> aumenta PTH - Dor de cabeça, confusão mental, náusea e vomito: acidose metabólica hiperclorêmica (aumenta como forma de substituir o bicarbonato plasmático): menor produção do tampão amônia -> incapaz de eliminar a quantidade normal de H+ -> promove: Desmineralização óssea -> H+ é tamponado no osso, em troca da liberação de Ca e fosfato Aceleração do catabolismo proteico NEUROLÓGICAS Afinidade da ureia por lipídios (bainha de mielina) + acúmulo de toxinas em neurônios + PTH aumenta o influxo de cálcio para neurônios = neurotoxicidade - Desorientação, letargia, confusão mental, surto psicótico, delirium, nistagmo, disartria, asterixis, mioclonia espontânea, fasciculações, hiper-reflexia e sinal de Babinski bilateral: acúmulo de toxinas nitrogenadas -> encefalopatia urêmica aguda - Pode evoluir para convulsões tônico-clônicas generalizadas e coma: edema cerebral grave - Parestesias nos pés, hipoestesia “em bota” e síndrome das pernas inquietas: toxinas dialisáveis e pelo excesso de PTH HEMATOLÓGICAS - Astenia, indisposição física e mental, depressão, déficit cognitivo, insônia, cefaleia, diminuição da libido, anorexia e tendência ao sangramento: anemia por redução de eritropoietina, redução do estoque de Fe, aumento da demanda de Fe por inflamações aguda e crônica, PTH promove a fibrose medular (queda da produção de hemácias) e o aumento das toxinas dializáveis e aumento do PTH -> reduz meia vida das hemácias para cerca de metade - Hemorragias, equimoses e sangramento espontâneo do TGI: inibição da atividade plaquetária, tempo prolongado de sangramento; atividade reduzida do fator III; agregação e aderência plaquetária anormais; consumo de protrombina alterado - Infecções recorrentes: imunodepressão por disfunção de neutrófilos + disfunção linfocitária + redução de NO CARDIOVASCULARES: - Angina: doença isquêmica miocárdica -> incidência aumentada por fatores de risco tradicionais (HAS, dislipidemia, DM, hiper-homocisteinemia) e fatores de risco não tradicionais (Inflamação sistêmica, redução do NO, disfunção endotelial) - Sopro, presença de terceira bulha (B3/B4), ictus deslocado para fora -> IC sistólica, diastólica ou ambas, hipertrofia ventricular esquerda e cardiomiopatia dilatada por hipervolemia (sobrecarga) - Atrito pericárdico/Dor pleurítica: decorrente da pericardite urêmica -> pode evoluir para derrame pericárdico com exsudato hemorrágico - Hipertensão arterial: rins auxiliam no controle da PA pelo mecanismo de controle da volemia (Natriurese pressórica) -> DRC ativa SRAA -> retenção de sódio e água. Além da ativação do SNS -> redução do NO endotelial -> vasoconst. - Arritmia: alteração do sistema nervoso autônomo PULMONARES - Dispneia/ortpneia/DPN: ICC e miopatia urêmica -> disfunção da musculatura respiratória - MV normal ou diminuído: calcificação do parênquima pulmonar (depósitos de fosfato de cálcio decorrente do hiperparatireoidismo secundário) - Estertores crepitantes com expectoração rósea e espumosa: devido a edema pulmonar decorrente da IC + aumento da permeabilidade vascular + hipervolemia Obs.: hipervolemia refratária ao tratamento medicamentoso -> indicação de diálise - Atrito pleural: pleurite/Egofonia: derrame pleural/ Broncofonia: consolidação - Soluços: uremia -> irritação dos nervos diafragmáticos eferentes ou aferentes ou de centros medulares que controlam os músculos respiratórios, particularmente o diafragma -> contração involuntária do diafragma concomitante ao fechamento espasmódico da glote, o que prejudica a passagem de ar para as vias respiratórias inferiores. ENDÓCRINO-METABÓLICAS: - Anormalidades menstruais, dificuldade/incapacidade de levar uma gestação a termo: níveis baixos de estrogênio estão baixos - Disfunção sexual e oligospermia: concentrações plasmáticas baixas de testosterona - Pseudo-diabetes: resistência à insulina -> DRC reduz a habilidade de estimular a captação de glicose por defeito na sinalização -> aumento na concentração circulante de insulina. - Emagrecimento: aumento da velocidade do catabolismo + ingesta baixa de proteínas devido a desnutrição proteico-calórica - Xantelasma/Xantoma/Arco corneano: dislipidemia -> hipertrigliceridemia isolado (tipo IV)-> mais pela inibição da degradação do que pelo aumento da produção de lipoproteínas -> acúmulo de VLDL parcialmente metabolizadas e distúrbios na metabolização do HDL -> altos níveis sanguíneos de triglicérides (TG) e baixos de HDL - Deficiência de vitamina D: conversão acontece no rim GASTRINTESTINAIS E NUTRICIONAIS: - Hálito urêmico: decomposição da ureia em amônia na saliva - Disgeusia: paladar metálico desagradável -> gosto amargo decorrente da transformação da ureia, por bactérias presentes na língua - Dor abdominal, náusea, vômitos, queimação: devido a gastrite, doença péptica e úlceras mucosas em qualquer nível do TGI - vômito bilioso (amarelo): pode ocorrer após vários episódios de vômito, quando todo o conteúdo gástrico já foi eliminado ou devido a obstruções e outras alterações do trato digestivo. - Hematêmese, enterorragia: hemorragia no TGI por disfunção plaquetária e inflamação urêmica da mucosa gastrointestinal, que pode evoluir com erosões ou ulcerações - Disfagia: gastroparesia urêmica por neurotoxicidade - Diarreia urêmica e íleo urêmico: inflamação da mucosa, disautonomia, supercrescimento bacteriano e deficiência de vitamina D DERMATOLÓGICAS: - Palidez e presença de equimoses - Prurido urêmico: acúmulo de PTH (hiperparatireoidismo secundário) em terminações nervosas e cálcio na pele - Alteração da pigmentação: deposição dos metabólitos pigmentados ou urocromos. - Neve urêmica: compostos azotêmicos liberados pelo suor. - Cabelos secos e quebradiços. - Xerodermia urêmica - Descoloração da extremidade ungueal. OSTEO-ARTICULARES: - Hiperfosfatemia-> inibe a produção de calcitriol (vitamina D ativa) -> hipocalcemia (diminui absorção de Ca intestinal) -> estimula a secreção de PTH por feedback negativo (hiperparatireoidismo secundário) -> ativa osteoclastos e aumenta a degradação óssea -> osteodistrofia renal -> osteomalácia/raquitismo - Artrite: acúmulo de compostos azotêmicos nas articulações ou causa séptica DIAGNÓSTICO CLÍNICO - Anamnese: investigação clínica cuidadosa para definir a causa da DRC + revisão do uso de medicamento que possam afetar a função renal EXAMES COMPLEMENTARES - Urina 1: identifica proteinúria e hematúria - Urina 24h: quantifica a proteinúria - Eletroforese de proteínas séricas - Creatinina sérica (VR: 0,9- 1,4 mg/dL): TFG -> fórmula mais recomendada para o clearence de creatinina pelo KDIGO: CKD- EPI *Cockcroft-Gault era mais usada antigamente: (140 – idade) X peso(kg)/72 X creatinina sérica (mg/dl) (× 0,85 se do sexo feminino) - Ureia - Hemograma: identificação de anemia - PTH/vitamina D - Potássio (hipercalemia), Cálcio (hipocalcemia), Sódio (hipernatremia – pode ser hiponatremia por conta do edema), fosfato (hiperfosfatemia) - US trato urinário: relação cortico-medular e tamanho dos rins -> aumentado (diabetes) e diminuído (doença glomerular) -> pode identificar doença renal policística, obstrução ureteral, etc - Tomografia, ressonância e ecodoppler: doenças renovasculares - Fundoscopia/ECG/radiografia torácica/ECO: lesão de órgão alvo - Gasometria: acidose metabólica IMPORTANTE: identificar fatores que podem causar perda aguda da função renal -> substâncias nefrotóxicas (anti-inflamatórios não hormonais, antibióticos e contrastesradiológicos, ciclosporina), estados de hipovolemia (uso de diuréticos, desidratações), piora de débito cardíaco, infecções urinárias e o uso de inibidores da ECA em fases já muito adiantadas da doença ou em pacientes com estenose de artéria renal, infecções urinárias, controle excessivamente rápido da PA em hipertensos graves - > pode ser uma DRC agudizada ESTADIAMENTO 1. Função renal normal/sem lesão renal: pessoas que têm doenças que predispõem o desenvolvimento de DRC (diabéticos, hipertensos). TFG >90mL/min/1,73m² 2. Fase de lesão com função renal normal: início da lesão renal em que a TFG está preservada. TFG >90mL/min/1,73m². 3. Fase de insuficiência renal funcional ou leve: Início da perda de função dos rins, mas os níveis de creatinina e ureia ainda são normais e não há sinais ou sintomas clínicos indicativos de doença renal. TFG = 60-89mL/min/1,73m². 4. Fase de insuficiência renal laboratorial ou moderada: Sinais e sintomas da uremia são discretos e geralmente estes estão mais ligados a doenças que causaram a insuficiência renal (LES, HAS, DM). Esse paciente já tem níveis de ureia e creatinina elevados. TFG = 30-59mL/min/1,73m². 5. Fase de insuficiência renal clínica ou severa: Paciente apresenta sinais e sintomas de uremia (anemia, hipertensão arterial, edema, fraqueza, mal-estar, sintomas digestivos). TFG = 15- 29mL/min/1,73m². 6. Fase terminal ou falência renal crônica (DRFT): Faixa de função renal na qual os rins perderam o controle do meio interno. Paciente intensamente sintomático. TFG <15mL/min/1,73m². A classificação final será composta pela combinação dos estágios “G” + “A”, devendo-se acrescentar a letra “D” se o paciente estiver em diálise. Por exemplo: G1A2 (TFG normal, porém, presença de dano renal); G3aA1 (DRC leve a moderada); G5DA3 (falência renal “proteinúrica” em diálise). TRATAMENTO FARMACOLÓGICO ANTI-HIPERTENSIVOS - Inibidores da enzima conversora de angiotensina (ECA): bloqueiam a formação de angiotensina II -> relaxamento dos vasos sanguíneos, reduzindo PA -> efeito vasodilatador sobre a arteríola eferente -> queda na pressão glomerular -> alívio da hipertensão glomerular produzida pelo mecanismo de compensação dos néfrons remanescentes. - BRA: mesmo efeito ao inibir receptores de Angio II - Diurético de alça (furosemida): inibe o transportador de Na+/K+/2Cl- presente na parte ascendente da alça de Henle, que reabsorve sal e água do filtrado -> inibem ainda a reabsorção de ion magnésio e cálcio. ANEMIA - Eritropoietina recombinante subcutânea. Analisar se há deficiência de Fe antes ALTERAÇÕES NA DIETA/ REPOSIÇÕES - Hipocalcemia: reposição de cálcio (carbonato de cálcio). - Hiperfosforemia: restrição dietética de fósforo (evitar carne, leite e derivados, ovos, refrigerante, pão com grãos integrais, nozes, cereais, legumes). Uso de quelantes de fósforo (sevelamer) quando fósforo sérico for superior a5mg/dl. - Hiperparatireoidismo: pulso (oral ou intravenoso) de calcitriol ou de outro metabólito da vitamina D. Se não houver resposta clínica: tratamento cirúrgico (paratireoidectomia) - Reduzir ingesta de sal TRATAMENTO POR FASE FASE PRECOCE (G1, G2 E G3A) - HA e proteinúria são os principais problemas dessa fase, sendo necessário controla-los -Controle da PA: alvo < 140 x 90 mmHg (ou < 130 x 80 mmHg, se possível, na DRC “proteinúrica”) - Drogas de escolha são os inibidores da ECA ou BRA - À medida que a doença avança, os diuréticos tiazídicos perdem sua eficácia - Restrição de proteínas na dieta: controverso e levemente benéfico FASE INICIAL DA SÍNDROME URÊMICA (G3B E G4) - Controle da HA, da anemia, osteodistrofia renal e metabolismo cálcio-fósforo. -Furesemida: diuréticos de alça - Os inibidores da ECA ou BRA devem ser feitos com muito cuidado, pelo risco de hipercalemia, retenção aguda de escórias nitrogenadas e piora do ritmo de filtração glomerular DOENÇA RENAL EM FASE TERMINAL (G5) - Melhor é o transplante renal, mas a maioria dos pacientes acaba entrando na diálise - Restrição proteica menos acentuada - Restrição de sódio, potássio e água - Reposição oral de bicarbonato de sódio, ferro e ácido fólico DIÁLISE - Síndrome urêmica = terapia substitutiva renal (hemodiálise; diálise peritoneal – indicado para pacientes que já perderam muitas fístulas e alto risco de contaminação - transplante renal) PROGNÓSTICO - Diagnóstico precoce da DRC (albuminúria ≥ 30mg/24h quando persistente) sinaliza os pacientes com maior risco de evoluir para DRC progressiva em fase terminal. - Sobrevida média de 5 anos para 35% dos indivíduos, principalmente pela grande incidência de doenças CV Síndrome residual: o tratamento dialítico não é inteiramente capaz de depurar todas as toxinas que deveriam ser eliminadas pelo rim, causando seu acúmulo . Aparecem sintomas como astenia, falta de energia, distúrbios do sono e cognição, alterações psiquiátricas, disfunção sexual e déficit de crescimento e maturação sexual DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL (DRA X DRC) - Comparação com exames antigos; - Síndrome de osteodistrofia renal (alterações radiológicas sugestivas, hipocalcemia, hiperfosfatemia e dor óssea) + anemia indicam DRC - Ultrassonografia renal para analise do tamanho renal é o melhor exame -> dimensões reduzidas (< 8 cm no maior eixo) indicam nefropatia crônica e normal ou aumentado sugerem nefropatia aguda
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