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Barramentos de Computadores Pessoais
Jorge Nuno Sousa
Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto
Rua dos Bragas
4050 Porto
PORTUGAL
email: jorgenuno@yahoo.com
Sumário: Perspectiva histórica sobre a evolução dos
barramentos de entrada/saída nos computadores
pessoais. Análise das várias arquitecturas ao nível das
especificações. Casos de sucesso e insucesso que
condicionaram o PC que usamos hoje.
1. INTRODUÇÃO
O que é um barramento?
Um barramento é apenas um “caminho” através do qual
dados viajam num computador. Esse caminho é usado
para comunicação entre dois ou mais elementos do
computador. Existem vários tipos de barramentos:
- Barramento do processador
- Barramento de endereços
- Barramento de entrada/saída
- Barramento de memória
No entanto, quando nos referimos ao “barramento“ de
um computador pretendemos quase sempre referir o
Barramento de entrada/saída, o qual também é
designado por “slots de expansão”. Este é o principal
Barramento do sistema e é através do qual a maior parte
dos dados circula, tendo como origem ou como destino
dispositivos como as drives, impressoras ou o sistema
de vídeo. Sendo este último o mais exigente em termos
de recursos.
Assim, será quase exclusivamente sobre o Barramento
de entrada/saída que este trabalho incidirá.
1.1. O Barramento do Processador
O Barramento do processador é o caminho através do
qual o CPU comunica com o chip de suporte conhecido
como “Chipset” nos sistemas mais recentes. Este
barramento é usado para transferir dados entre o CPU e
a memória Cache, por exemplo.
1.2. O Barramento da Memória
O Barramento da Memória é usado para transferir
informação entre o CPU e a memória principal do
sistema. Este barramento pode ser parte integrante do
processador ou na maioria dos casos implementado
separadamente com auxílio de um chipset dedicado.
1.3. O Barramento de Endereços
O Barramento de Endereços é usado para indicar qual o
endereço de memória ou qual o endereço do
Barramento de Endereços será usado numa operação de
transferência de dados.
2. A NECESSIDADE DE NORMALIZAÇÃO
2.1.Slots de Expansão
Os slots do Barramento de entrada/saída permitem ao
CPU comunicar com os periféricos. O barramento e os
respectivos slots de expansão são necessários porque os
sistemas tem de se adaptar às necessidades de evolução.
Possibilitam assim que se adicione dispositivos ao
computador para aumentar as suas capacidades. Como
exemplos temos as placas de som ou vídeo e mesmo
dispositivos mais específicos como placas de rede ou
placas SCSI.
Nos computadores actuais alguns dispositivos como o
controlador IDE, portas série e porta paralela estão
integrados na placa-mãe. Alguns mais recentes surgiram
com placas-mãe com mais dispositivos integrados, tais
como porta de rato e teclado, controlador gráfico e de
som, adaptador de rede e modem. Mas mesmo estes
controladores e portas usam sempre o barramento de
entrada/saída para comunicar com o CPU. Na essência,
mesmo estando integrados, eles funcionam como se
fossem placas encaixadas nos slots do sistema.
2.2. Tipos de Barramentos de Entrada/Saída
Desde o aparecimento dos primeiros computadores
pessoais que muitos tipos deste barramentos foram
criados. A razão é simples: maiores velocidades de
entrada/saída são necessárias para a melhoria global do
desempenho do sistema. Esta necessidade de maiores
velocidades envolve estas três áreas principais:
- CPU’s mais rápidos
- Software mais exigente
- Maiores exigências multimedia
Qualquer uma destas áreas requer que o barramento de
entrada/saída seja tão rápido quanto possível.
Surpreendentemente, e apesar de estar previsto há anos
o seu desaparecimento, quase todos os PC actuais ainda
incorporam ainda a mesma arquitectura de barramentos
do IBM PC/AT de 1984. Todavia, todos eles
incorporam novos barramentos de alta velocidade que
se adaptam mais às exigências actuais de performance
das novas placas.
Uma das principais razões pela qual novos tipos de
barramentos de entrada/saída tem um aparecimento
lento é a compatibilidade, já que esta, juntamente com a
uniformização, é essencial ao sucesso que os PCs tem
tido. Esta uniformização permitiu que milhares de
placas de entrada/saídas sejam fabricadas por diversos
fabricantes de acordo com as especificações do
barramento usado. Se um novo barramento for
introduzido muito provavelmente esse barramento terá
de ser compatível fisicamente com os anteriores para
que essas placas não fiquem obsoletas. Concluindo, as
tecnologias de barramento tendem a evoluir, em vez de
fazerem cortes abruptos com o passado.
Podemos identificar diferentes tipos de barramentos de
entrada/saída pela sua arquitectura. Os principais tipos
de arquitecturas são:
- ISA (8 e 16 bits)– Industry Standard Architecture
- MCA – Micro Channel Architecture
- EISA – Extended Industry Standard Architecture
- VESA Local Bus - Video Electronics Standards
Association
- PCI – Peripheral Component Interconnect
- PC Card (ex PCMCIA)
- AGP - Accelerated Graphics Port
- USB – Universal Serial Bus
- FireWire – IEEE 1394
A principal diferença entre eles é a quantidade de dados
que conseguem transferir num dado tempo e a
velocidade a que o conseguem. Cada uma destas
arquitecturas é implementada por um chipset conectado
ao barramento do processador. Tipicamente este chipset
controla também o barramento de memória.
3. OS PRIMEIROS BARRAMENTOS
3.1. O Barramento ISA
Este barramento foi introduzido no IBM PC original em
1981, na sua versão de 8 bits. Mais tarde com o
aparecimento do IBM PC/AT em 1984 este barramento
foi expandido para 16 bits. E até há poucos anos este
barramento era a base dos PCs e ainda hoje está
presente na maioria deles, embora com apenas um ou
dois slots. Numa área da tecnologia como a informática,
que evolui tão rapidamente, pode parecer estranho que
uma arquitectura tão antiquada ainda persista em
sistemas topo de gama dos dias de hoje, mas existem
várias razões para que tal aconteça, tais como: a
fiabilidade demonstrada, as economias de escala
conseguidas e a compatibilidade. Além de que é
suficientemente rápida para muitos dos periféricos que
lhe são conectados!
3.2. O Barramento ISA de 8 bits
A versão de 8 bits corria a uma velocidade de 4.77 MHz
no IBM PC/XT. Embora já não seja usada em nenhum
computador actual, ainda há placas desenhadas para esta
arquitectura que estão em funcionamento. Alguns
modems, placas de rede e placas de som são exemplos
disso.
Fisicamente este slot tem 62 contactos, com 8 linhas de
dados e 20 linhas de endereços podendo assim gerir 1
MB de memória.
Figura 1
As dimensões das placas para este barramento são:
106.68 x 333.5 x 12.7 mm
Embora o desenho deste barramento seja simples, a
IBM só em 1987 publicou as especificações completas
para os tempos de acesso e linhas de endereços, levando
os primeiros fabricantes de PCs compatíveis a ter de
“adivinhar” como fazer as placas. Este problema foi
resolvido quando os PCs compatíveis se tornaram um
standard incentivando assim os fabricantes a
disponibilizarem mais tempo para desenhar e construir
placas que funcionassem correctamente com o
barramento.
3.3. O Barramento ISA de 16 bits
Em 1984 foi lançado o IBM PC/AT com o processador
286 com um barramento de dados de 16 bits, permitindo
que as comunicação entre o processador e a placa-mãe
ou a memória tenha 16 bits de largura em vez dos
anteriores 8 bits.
Embora este processador possa ser instalado numa
placa-mãe com um barramento de entrada/saída de
apenas 8 bits, isso significaria um grande desperdício de
velocidade em qualquer placa ou dispositivo ligado a
esse barramento.
De facto, a introdução deste novo processador criou um
problema à IBM sobre a próxima geração de PCs.
Deveria a companhia criar um novo barramento de
entrada/saída e respectivos slots de expansão, ou
deveria tentar arranjar um método de o sistema suportar
ambos os barramentos de 8 e 16 bits? A IBM optou por
esta última solução e o PC/AT foi introduzido com slots
de expansão nos quais se podia ligar placas de 8 bits na
primeira partedo slot ou placas de 16 bits em ambas as
partes.
Este barramento corria à velocidade de 6 MHz ou a 8
MHz. Mais tarde, os fabricantes acordaram que 8,33
MHz seria a máxima velocidade para ambas as versões
do barramento ISA para garantir retrocompatibilidade.
O slot de 16 bits incorpora mais 36 conectores, que são
necessários para transportar os sinais adicionais. Este
slot pode ser observado na figura seguinte.
Figura 2
As dimensões das placas para este barramento são:
121.92 x 333.5 x 12.7 mm
4. BARRAMENTOS DE 32 BITS
Quando foram lançados os processadores de 32 bits, não
havia ainda barramentos de 32 bits disponíveis. Para
tirar partido desta característica do novo processador
alguns fabricantes não esperaram pelo surgimento de
novas normas e criaram os seus sistemas proprietários,
que na maior parte dos casos eram extensões do
barramento ISA. Embora não tenham sido muito
populares, esses barramentos foram usados em algumas
placas de video ou para expansão de memória.
4.1. O Barramento MCA
A introdução dos processadores de 32 bits significa que
o barramento ISA já não se revela adequado para esta
nova geração de CPUs. O processador 386DX pode
transferir 32 bits de dados de uma só vez e o barramento
ISA apenas está preparado para um máximo de 16 bits.
Em vez de implementar uma nova extensão ao
barramento ISA, a IBM decidiu criar um novo
barramento chamado MCA (Micro Channel
Architecture), que é completamente diferente do
barramento ISA e muito superior tecnicamente.
Mas o domínio da IBM no mercado dos PCs já não era
tão forte como ela pensava. E a tentativa de cobrar
direitos de autor aos fabricantes pelo uso da nova
norma MCA, bem como da anterior ISA, levou ao
desenvolvimento de um barramento concorrente
chamado EISA apoiado por muitos fabricantes, que
diminuiu a aceitação desta nova arquitectura.
Uma outra razão para a não adopção mais universal
desta norma, foi a falta de retrocompatibilidade com o
barramento ISA, já que placas desenhadas para o
barramento ISA não são compatíveis com o barramento
MCA.
Esta arquitectura incluía algumas inovações, entre elas o
facto de correr assincronamente em relação ao
processador principal, diminuindo muito possíveis
problemas. Também se revelou extremamente fácil de
instalar uma placa num slot, já que não incluía jumpers
ou switches.
4.2. O Barramento EISA
Conforme já foi mencionado anteriormente o
barramento EISA (Extended Industry Standard
Architecture) foi criado em 1988, como resposta ao
modo como a IBM pretendia fazer o licenciamento do
barramento MCA.
Foi inicialmente desenvolvido pela Compaq, com a
intenção de retirar à IBM a condução do futuro dos PCs.
Para popularizar esta norma a Compaq forneceu aos
principais fabricantes todas as suas especificações,
criando assim o comité EISA, uma organização não
lucrativa destinada ao controlo e desenvolvimento do
barramento EISA. Contudo poucas placas foram
desenvolvidas segundo esta norma.
Este slot permite aos fabricantes desenharem placas que
possuem muitas das características das placas MCA,
mas com a vantagem de suportar as antigas placas ISA.
O barramento EISA adiciona 90 novos contactos, 55
deles destinados a sinais, sem aumentar o tamanho
físico do slot ISA de 16 bits. De relance o slot EISA de
32 bits pode até ser confundido com o slot ISA de 16
bits, embora o primeiro tenha duas linhas de conectores.
Sendo a primeira linha do mesmo tipo do slot ISA e a
segunda mais fina que possui os novos contactos. Isto
possibilita a utilização de placas ISA em slots EISA.
Mas apesar desta grande vantagem o barramento EISA
nunca atingiu grande popularidade, tendo apenas
servido de tecnologia de transição para os novos
barramentos locais.
As dimensões das placas para este barramento são: 127
x 333.5 x 12.7 mm
Os sistemas EISA também usam um setup automático
para lidar com as interrupções das placas e com as
questões de endereçamento, que reconhece potenciais
conflitos e automaticamente configura o sistema para os
evitar. Também podemos resolver esses problemas
manualmente, bem como configurar as placas através de
jumpers e switches.
Este conceito não é novo e já tinha sido implementado
no barramento MCA. Uma nova funcionalidade do
barramento EISA é a possibilidade de partilhar
interrupções (IRQ), permitindo que várias placas
partilhem uma só interrupção. O barramento PCI
também irá implementar esta característica.
4.3. Barramentos Locais
Todos os barramentos de entrada/saída discutidos até
agora tem uma característica em comum: são
relativamente lentos. Esta limitação vem desde os
tempos do primeiro PC, quando o barramento de
entrada/saída operava à mesma velocidade do
barramento do processador. À medida que a velocidade
do barramento do processador aumentava, o barramento
de entrada/saída apenas realizava pequenos ganhos de
desempenho, devido ao aumento do número de bits. O
barramento de entrada/saída teve de manter-se em
velocidades mais baixas devido à quantidade de placas
instaladas que apenas funcionam correctamente assim.
A ideia de um PC a funcionar mais devagar do que
pode, será algo estranha para muitos utilizadores. Mas,
muitas vezes a baixa velocidade do barramento de
entrada/saída é perfeitamente suficiente para comunicar
com um rato um teclado. O verdadeiro problema está
em subsistemas mais exigentes como o controlador
gráfico ou de disco.
O problema da velocidade foi agravado com o
aparecimento de interfaces gráficas, como o Microsoft
Windows que requeriam muito processamento através
do barramento de entrada/saída, o qual rapidamente se
tornou um estrangulamento para todo o sistema. Por
outras palavras, de pouco servia ter um CPU a 66MHz
se os dados apenas podem circular a 8 MHz pelo
barramento de entrada/saída.
Uma solução para este problema foi mover alguns slots
de entrada/saída para zonas onde poderiam atingir a
velocidade do barramento do processador, processo
muito semelhante ao acesso à memória cache.
Este processo é conhecido como Barramento Local
(Local Bus), porque assim dispositivos externos podem
aceder à parte do barramento localizada no CPU – o
barramento do processador. Fisicamente, os slots
destinados a esta nova configuração terão de ser
diferentes dos existentes para evitar que placas
desenhadas para barramentos mais lentos seja
conectadas a este novo barramento de velocidade mais
elevada.
É interessante reparar que os primeiros barramentos ISA
de 8 e 16 bits tinham uma arquitectura semelhante aos
Barramentos Locais. Estes sistemas tinham o
barramento do processador como o barramento
principal e tudo corria à velocidade do processador.
Quando os processadores ultrapassaram os 8 MHz , o
barramento ISA teve de ser “desligado” do barramento
do processador pois as placas de expansão, memória e
etc. não suportavam esta velocidade. Em 1992,
começou a aparecer em vários PCs uma nova extensão
ao barramento ISA chamada VESA Local Bus, que
indiciava o regresso à arquitectura de Barramento
Local.
De salientar que um sistema não necessita de ter um slot
de expansão para incorporar a tecnologia de Barramento
Local. Esta pode ser directamente incorporada na placa-
mãe, sendo até a forma como apareceu em primeiro
lugar.
As soluções baseadas em Barramentos Locais não
vieram substituir as anteriores normas, como a ISA, já
que foram concebidas como uma extensão a esta. Um
sistema típico baseado em barramentos ISA ou EISA
possuía sempre um ou dois slots Barramento Local,
permitindo que placas antigas funcionassem ao lado de
placas mais recentes e rápidas que tiram partido de
todas as potencialidades destes.
4.3.1.O Barramento Local VESA
Entre 1992 e 1994 o Barramento Local VESA foi a
arquitectura mais popular. Foi criado pelo comité
VESA, uma organização não lucrativa fundada pela
NEC para promover o desenvolvimento de normas
relativas ao sistema gráfico e a barramentos. De um
modo similar ao que aconteceu com o desenvolvimento
da norma EISA, a NEC realizou quase todas as
especificações e após fundar uma organização não
lucrativa para o promover, abdicou de comandaro
futuro dessa norma. A grande prioridade da NEC era
melhorar o rendimento do sistema gráfico para melhorar
o desempenho global dos seus PCs topo de gama. Em
1991 o rendimento do sistema gráfico tinha-se tornado o
maior estrangulamento na maioria dos PCs.
Tal como nas primeiras implementações de
Barramentos Locais, o Barramento Local VESA oferece
acesso directo à memória à velocidade do processador e
pode transferir 32 bits de dados de uma só vez
permitindo que estes circulem aproveitando toda a
largura de banda disponibilizada pelo processador 486.
A taxa de transferência máxima varia entre 128 e 132
M/sec, ou seja, uma grande evolução em relação às
primeira normas de barramentos.
Apesar de todas as vantagens que o Barramento Local
VESA, esta tecnologia tinha também algumas sérias
desvantagens:
- Dependência do processador 486. O Barramento
Local VESA está intimamente ligado ao
barramento do processador 486. E sendo este
barramento algo diferente do usado no
processador Pentium e todos os seus sucessores,
o seu rendimento ficou bastante comprometido
quando estes se popularizaram. Ainda
apareceram sistemas que incorporavam Slots
VL-Bus e slots PCI, mas devido aos
compromissos que este desenho implicava o
desempenho ficava muito comprometido.
- Limitações de velocidade. A especificação do
Barramento Local VESA, prevê velocidades até
66 MHz, mas as características eléctricas do
respectivo conector limitam a velocidades de
operação das placas a um máximo de 40-50
MHz. Mas na prática correr este barramento a
velocidades superiores a 33 MHz causava muitos
problemas. Assim 33 MHz tornou-se a
velocidade limite aceitável. Sistemas que
usassem processadores com velocidades de
barramento superiores, deveriam usar buffers e
reduzir a velocidade do Barramento Local ou
Neutel
Highlight
então adicionar estados de espera. Quando o
CPU usa um modificador da velocidade de
relógio (normalmente duplicam a velocidade) o
Barramento Local VESA usa a velocidade
original do CPU.
- Número limitado de placas instaladas.
Dependendo das condições de carga eléctrica do
sistema o número de placas com Barramento
Local que podem ser instaladas é limitado.
Embora as especificações deste barramento
indiquem ser possível conectar até 3 placas, isso
só poderia ser conseguido com velocidades até
40 MHz. Apenas uma placa poderia ser
suportada a uma velocidade de 50 MHz.
É fácil constatar que o Barramento Local VESA não era
um projecto de engenharia bem conseguido. O conceito
era, de facto, simples: pegava-se nos pinos do
processador 486 e ligava-se directamente ao slot. Ou
seja, o Barramento Local VESA é essencialmente o
barramento do processador 486. Isto permitia um
desenho bastante barato, pois não são necessários
chipsets adicionais. Um desenhador de placas-mãe
facilmente adicionava slots VL-Bus às placas
concebidas para o processador 486 e a um custo muito
baixo. Esta é a principal razão estes slots terem sido
implementados em todos os sistemas 486 num intervalo
de tempo reduzido.
Mas o processador 486 não foi concebido para ter
múltiplos dispositivos conectados ao mesmo tempo.
Diferentes placas introduziam capacitâncias que
causavam problemas de temporização. Como o
Barramento Local VESA corria à mesma velocidade do
processador, implicava que a diferentes velocidades de
processador correspondessem diferentes velocidades do
barramento, impedindo que uma maior compatibilidade
fosse alcançada. Embora o Barramento Local VESA
pudesse ser adaptado a outros processadores, incluindo
o 386 ou até o Pentium, ele tinha sido desenhado para o
486, não deixando de ser uma adaptação noutros
processadores com todos os compromissos em termos
de rendimento que isso trouxe.
Fisicamente, o slot deste barramento é uma extensão
dos slots dos barramentos existentes no sistema, ou seja,
é colocado prolongando o barramento existente.
Apesar do baixo custo, o Barramento Local VESA, foi
rapidamente substituído por um novo barramento
chamado PCI.
4.3.2. O Barramento PCI
No início de 1992, a Intel promoveu a criação de um
novo comité com os mesmos objectivos que o Comité
VESA. Reconhecendo a necessidade de ultrapassar as
fraquezas dos barramentos ISA e EISA o formou o
PCISIG (Peripheral Component Interconnect Special
Interest Group).
As especificações foram lançadas em Junho de 1992 e
actualizadas em Abril de 1993, redesenhando o
barramento tradicional do PC ao inserir um outro
barramento que faz a ponte entre o CPU e o normal
barramento de entrada/saída. Assim, evitava-se a
ligação directa ao barramento do processador com todos
os problemas eléctricos e de temporizações que isso
acarretaria.
A variante mais usada (32 bits)
pode ver-se na figura 3 funciona a
uma tensão 5V e frequência de
33Mhz, existem outras
possibilidades deixadas em aberto
pelas especificações, tais como:
- Barramento de 64 bits
- Frequência de 66 MHz
- Tensão de 3.3 V
- Conector para Pcs portáteis “SmallPCI”
Figura 3
A implementação de 64 bits pode ser vista na figura 4
no meio de um slot ISA e de um slot PCI de 32 bits.
Esta variante opera a 3.3 V e é cerca de 50% maior.
Figura 4
Outra Característica dos slots PCI, é a sua colocação
invertida em relação aos slots existentes até então, o que
permite aos fabricantes incluir um slot misto (ISA/PCI
ou EISA/PCI) que pode ser usada por uma ou outra
arquitectura alternadamente. Na figura 4 é possível
observar que o slot ISA e o slot PCI de 64 bits estão
colocados mais juntos. As Placas-mãe mais recentes,
incorporam um único slot ISA partilhando a baía com
um dos vários slots PCI existentes no sistema.
As mais modernas técnicas de desenho optimizado
foram incluídas neste barramento suportando
multiprocessamento, partilha de interrupções,
transferências rápidas (Burst) entre outras.
Muitas inovações raramente vistas em anteriores
barramentos foram também incluídas, como:
- Configuração sem Jumpers
- Identificação dos dispositivos, por um código
atribuído ao fabricante pelo PCISIG,
possibilitando a utilização de controladores de
software (Drivers) genéricos
- Desenho flexível, com possibilidade de introdução
de novos códigos para novos dispositivos, bem
como, variantes e extensões ao desenho original
- Independência da plataforma, podendo ser usado
em sistemas não X86.
- Suporte para “Plug’n’Play”
De salientar que este barramento, embora tenha sido
inventado pela INTEL, é independente desta plataforma
podendo ser encontrado em computadores APPLE ou
SUN ou em qualquer sistema de 32 bits que o
implemente.
Em teoria este barramento possibilita taxas de
transferência de 132Mbytes/sec, sendo este valor o
dobro na variante de 64 bits. Na prática o barramento
não terá estas taxas de transferência tão elevadas, mas
eram certamente muito superiores a qualquer
barramento existente até então.
As especificações identificam três configurações para a
placa-mãe, cada uma desenhada para um determinado
tipo de sistema com determinados requisitos eléctricos.
Uma especificação de 5V para computadores de
secretária, uma outra de 3.3V para computadores
portáteis e ainda uma outra universal para placas-mãe e
placas de expansão que funcionam em ambos os
sistemas.
4.3.3. O Barramento AGP
Este barramento especificamente desenhado para
conectar placas gráficas, conforme o próprio nome
indica - Accelerated Graphics Port, é uma extensão da
tecnologia PCI na sua variante de 66MHz, mas apenas
32 bits.
Foi criado com dois grandes objectivos:
- Libertar do barramento PCI os dados relativos
à placa gráfica, permitindo que este ficasse
com mais recursos para outras tarefas.
- Ter mais largura de banda para a placa gráfica,
melhorando assim o seu desempenho
Um outro objectivo da INTEL foi criar uma nova forma
de desenhar as placas-mãe para o incluir conjuntamente
com o Pentium II, retirando assim mercado à renascida
concorrência que continuou a desenvolver produtos para
o anterior desenho. No entanto, o slot AGP acabou por
aparecer também nestes sistemas.
Os ganhos de desempenho foram conseguidos usando
algumas inovações técnicas:- Versão 2.1 da especificação PCI com
frequência de 66MHz, que duplica a taxa de
transferência de 133Mbytes/sec para
266Mbytes/sec
- Um modo de multiplicar a velocidade de
relógio, atingido-se nas versões mais recentes
4X, que fornece uma taxa de transferência de
1064Mbytes/sec
- Possibilidade de usar a memória principal para
texturas, pois os dados para as texturas não
necessitam de ser processados pelo controlador
gráfico. Esta tecnologia chama-se DIME
(Direct Memory Execute)
Figura 5
Esquema desta arquitectura envolvendo o Chipset, o
CPU e a memória RAM
Fisicamente o barramento assemelha-se bastante ao
PCI, mas está colocado de forma diferente na placa-mãe
que podemos observar na figura 6
Figura 6
Slot AGP
Uma nova norma ainda não concluída poderá vir a ser
implementada como uma extensão ao AGP, trata-se do
AGP PRO. Será uma norma destinada a estações
gráficas de alto rendimento.
Esta nova norma tem como objectivo principal o
fornecimento adicional de energia eléctrica às placas
gráficas, já que está previsto que algumas destas possam
ter consumos na ordem dos 50 até 110 Watts! Para
facilitar o arrefecimento está previsto que os dois slots
PCI adjacentes tenham de permanecer desocupados, o
que será apenas uma medida transitória até se reajustar,
caso esta norma tenha sucesso, o desenho das placas.
Duas conexões serão adicionadas ao tradicional
conector AGP, uma antes e outra depois do existente.
5. CONCLUSÕES
Os barramentos são um componente relativamente
estável, nesta área em constante revolução. Em quase
vinte anos da história do PC, existiram numerosos
barramentos, mas a opção pela retrocompatibilidade
com os dispositivos já instalados garantiu uma suave
evolução. Podemos praticamente afirmar que só
existiram duas grandes normas: ISA e PCI, sendo o VL-
Bus uma tecnologia de transição entre elas e o AGP a
natural evolução do PCI.
Esta política deverá ser continuada no futuro, pois já se
fala em slots PCI-X e AGP PRO (ambas compatíveis
com as placas existentes)
O Mercado dos PCs, condiciona todas as evoluções na
área da informática, mesmo plataformas para uso mais
profissional usam tecnologias inicialmente destinadas
ao mercado doméstico, essencialmente destinado ao
lazer e entretenimento. Foi assim na utilização do
barramento PCI e será agora com a tecnologia de
processamento de imagem tridimensional. O contrário
também acontece, pois tipicamente um sistema topo de
gama ou as suas tecnologias, estarão disponíveis no
mercado de grande consumo, a baixo preço, poucos
anos após o seu lançamento destinado exclusivamente
ao mercado profissional. Exemplo dentro da área deste
trabalho é o novo barramento usado pelo processador
Athlon da AMD, que usa tecnologia do processador
Alpha.
A convergência dos sistemas informáticos,
telecomunicações e vídeo levará à adopção de novas
normas e equipamentos de que a tecnologia FireWire é
o primeiro exemplo. Certamente que se seguirão outras
normas que tornarão ainda mais difusa a separação entre
barramentos e interfaces no sentido físico em que os
conhecemos.
O futuro também poderá trazer computadores num-só-
chip que incluirão embebidos numa única pastilha de
silício processador, memória, chipset, etc. Ou seja
elimina-se alguns barramentos (dados, memória) no
sentido físico, já que internamente eles terão de existir,
mas ganham preponderância os barramentos de
entrada/saída para conectar esses dispositivos ao
exterior.
6. BIBLIOGRAFIA
Scott Mueller, Upgrading & Repairing PCs Eighth
Edition, 1996
PC-ACTUAL, Novembro 1999
Web:
PCI & AGP – Local Bus Programming & Information,
http://members.hyperlink.net.au/~chart/pci.htm
Click & Learn, http://www.mkdata.dk/click/index.htm
Webopedia, http://webopedia.internet.com/

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