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Da Pessoa Natural: Pessoa e Personalidade: Art. 1° -> Pessoa: é sujeito (titular) de relações jurídicas, podendo ser pessoa natural ou pessoa jurídica. - Pessoa Natural: é o ser humano, sem discriminação de qualquer natureza como: idade, sexo, raça, nacionalidade, saúde e etc. Obs: o Art. 1° do Código Civil somente trata do conceito de Pessoa Natural. Desse modo, pessoa é todo o ser humano, como por exemplo: recém-nascido, criança, adolescente, idoso, absolutamente incapaz, relativamente incapaz; ou seja, todo o ser humano nascido com vida. Art. 1° do CC: Toda pessoa é capaz de direitos e deveres na ordem civil. ->Personalidade: é a aptidão que toda pessoa tem de adquirir Direitos e contrair Deveres na ordem civil. Art. 1° do CC – Toda pessoa é capaz de direitos e deveres na ordem civil. *No Brasil, toda pessoa é capaz de adquirir direitos e contrair deveres na ordem civil. Toda pessoa é dotada de personalidade. Obs: nota-se que o Art. 1° não está tratando da forma como a pessoa vai exercer os seus direitos e deveres, mas sim da possibilidade de adquiri-los. Capacidade: Art. 1° do Código Civil. ->Toda a pessoa é capaz de direitos e deveres na ordem civil. Capaz = capacidade de direito. - Art. 1° do CC trata da capacidade de direito ou de gozo que toda pessoa tem. * Capacidade de direito ou de gozo: toda pessoa tem. * Capacidade de fato ou de exercício: somente têm aqueles que podem exercer pessoalmente seus direitos e deveres. - Capacidade plena: quando a pessoa tem a capacidade de direito (ou de gozo) e, também, a capacidade de exercício (ou de fato). Cessação da Incapacidade: Art. 5° ->A menoridade cessa aos dezoito anos completos, quando a pessoa fica habilitada à prática de todos os atos da vida civil. Obs: a maioridade é um critério puramente objetivo, que se prova pelos documentos de registro civil, tais como certidão de nascimento ou carteira de identidade. Ou seja, aos 18 anos a pessoa atinge a maioridade e cessa para ela a incapacidade, podendo exercer todos os atos da vida civil sem ajuda de um representante ou assistente, adquirindo, assim, a capacidade plena. Direitos da Personalidade: Art. 11 Direitos da Personalidade são os direitos inerentes ao próprio ser humano (pessoa). São os direitos que dizem respeito aos atributos físicos, psíquicos e morais da pessoa, como por exemplo: vida, liberdade, honra, integridade física, nome, intimidade e etc. Ou seja, Direito da Personalidade é o direito que a pessoa tem de defender os seus direitos de existência, de defender o seu direito à vida, à integridade física, à integridade moral, à dignidade e etc. Art. 11: Com exceção dos casos previstos em lei, os direitos da personalidade são intransmissíveis e irrenunciáveis, não podendo o seu exercício sofrer limitação voluntária. · Atributos dos Direitos da Personalidade - Intransmissíveis: não podem ser transferidos para outras pessoas. Nascem e se esgotam com a própria pessoa. - Irrenunciáveis: o titular dos direitos não pode abdicar desses direitos. - Ilimitados: não existe um número certo de direitos da personalidade, por esse motivo eles não podem ser quantificados. - Absolutos: são oponíveis erga omnes. Espera-se um comportamento negativo, das outras pessoas e do próprio Estado, quanto ao respeito e proteção aos direitos da personalidade. - Extrapatrimoniais: eles não estão inseridos na esfera patrimonial da pessoa, não estão sujeitos a valores ou aferição econômica. - Impenhoráveis: não podem servir como garantia de pagamento de dívidas -pois são extrapatrimoniais- e, portanto, são insuscetíveis de valoração econômica. - Indisponíveis: a pessoa não pode dispor da forma que bem entender dos seus direitos da personalidade. - Imprescritíveis: podem ser exercidos a qualquer tempo, não se extinguem pelo seu uso, nem pela sua inércia. - Vitalícios: acompanham a pessoa do seu nascimento até o momento da sua morte. Obs: alguns direitos da personalidade surgem antes do nascimento, no caso da proteção ao nascituro. Domicílio: Art. 70 ao 78 do Código Civil. ->Domicílio é o local onde a pessoa é encontrada, onde ela vai responder por suas obrigações, exercer seus direitos e celebrar seus negócios jurídicos. O nosso Direito adota a pluralidade domiciliar. Art. 70 do Código Civil: O domicílio da pessoa natural é o lugar onde ela estabelece a sua residência com ânimo definitivo. - Residência: a pessoa possui o ânimo definitivo de se estabelecer no local. - Moradia: a pessoa não tem intenção de ficar. Assim, pode-se inferir que o domicílio tem dois elementos: o objetivo (lugar, local) e o subjetivo (intenção de permanecer com ânimo afetivo). Art. 71 do Código Civil: Se a pessoa tiver diversas residências, onde, alternadamente, viva, considerar-se-á domicílio qualquer delas. Se a pessoa não tiver uma residência habitual ->Art. 73 do Código Civil: Ter-se-á por domicílio da pessoa natural, o lugar onde for encontrada. Exemplo: integrantes de circos, ciganos, andarilhos, etc. Domicílio Profissional ->Art. 72 do Código Civil: É também domicílio da pessoa natural, quanto às relações concernentes à profissão, o lugar onde esta é exercida. Domicílio Legal ->Art. 76 do CC. É o domicílio determinado pela lei. São previstos, no art. 76 alguns tipos de domicílio legal: - Incapaz: domicílio de seu representante; - Servidor Público: o lugar onde exerce suas funções; - Marítimo: onde o navio estiver matriculado; - Militar: onde servir; - Preso: onde cumprir pena. Domicílio Voluntário ->Art. 78 do CC: Nos contratos escritos, poderão os contratantes especificar domicílio onde se exercitem e cumpram os direitos e obrigações deles resultantes. Exemplo: domicílio de eleição. Extinção da Personalidade Natural: juridicamente, se tem dois tipos de morte, a morte real e a morte presumida. A morte real, se dá a partir da existência de um corpo, enquanto na morte presumida, não existe um corpo. · Morte Real: - Prova: Certidão de Óbito; ->Art. 6°: A existência da pessoa natural termina com a morte; presume-se esta, quanto aos ausentes, nos casos em que a lei autoriza a abertura de sucessão definitiva. - Consequências jurídicas da extinção da personalidade: extingue-se a obrigação de pagar pensão alimentícia; extingue-se os contratos personalíssimos; dissolve-se o vínculo conjugal; extingue-se o usufruto, etc. · Ausência e Morte Presumida: A morte presumida não necessariamente irá precisar da declaração de ausência, tendo em vista que essa é um processo longo e trifásico. Ele passa pela declaração judicial, que é a declaração de que aquela pessoa desapareceu; um ano depois, passa pela abertura sucessão provisória, que é quando o patrimônio é transferido, em caráter precário; e, somente dez anos depois, chega-se na última etapa, a sucessão definitiva, que é quando o patrimônio é transferido sem ser em caráter precário -pois, como a sucessão é definitiva, os beneficiários não mais precisam de garantias de não prejuízo caso a pessoa retorne. Nos casos em que a pessoa desaparece em circunstancias que tornam muito provável que a pessoa tenha morrido (como acidentes aéreos ou desastres naturais de grande escala) não é necessária a declaração de ausência. Esse caso está contemplado no Art. 7°, I, do Código Civil. Obs: é um caso de morte real sem cadáver, é expedido um certificado de óbito por ordem judicial, e a sucessão é definitiva. Se a pessoa aparecer depois, se tratará de um procedimento de jurisdição voluntária, que exige a citação de todos os interessados, podendo o juiz julgar por equidade e, então, não fazendo coisa julgada material.
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