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Universidade Estadual de Montes Claros – Unimontes 
Centro de Ciências Sociais Aplicadas – CCSA 
 Curso de Direito – 1° Período Matutino 
Introdução ao Estudo do Direito – Professora Ma. Janice Cláudia Freire 
Sant’ana 
 
Sarah Freitas Fernandes 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
QUESTÕES DE INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Montes Claros – MG 
Abril / 2021 
1) O Direito como fato social e realidade cultural está pautado no conjunto de 
regras e costumes construídos historicamente no seio da sociedade. Dessa forma, atua 
diretamente no controle do comportamento e organização dos indivíduos, podendo até mesmo 
ganhar força de lei em determinado momento. 
 
2) O Direito Natural é aquele que não é criado pelo homem, mas inerente a sua 
própria natureza, sendo fundamental para sendo pleno desenvolvimento. É composto, segundo 
Paulo Nader, pelas propriedades do ser, a exemplo do direito à vida, liberdade, igualdade, etc., 
desempenhando, assim, papel orientador na construção de um ordenamento jurídico e do 
Direito Positivo. 
 
3) O Direito Positivo consiste no conjunto de regras que, após análise e 
observação dos fatos, valores, relações e princípios da sociedade em geral, são impostas pelo 
Estado à coletividade, por meio da atividade legislativa. 
 
4) O Common Law e o Civil Law são os dois grandes sistemas jurídicos. O 
primeiro é o Direito costumeiro ou consuetudinário, adotado pela Inglaterra, Estados Unidos e 
Canadá e fundamenta-se em precedentes jurisprudenciais. Desse modo, as decisões judiciais 
são fontes primárias do direito e geram efeitos vinculantes. No Sistema Common Law, uma 
decisão concreta possibilita a criação de uma regra geral para casos futuros. O segundo, por 
sua vez, é predominante da Europa Continental e prioriza o positivismo unido em um 
processo legislativo. No Civil Law, a norma jurídica é pautada em comandos gerais e 
abstratos, abrangendo diversos casos futuros. Assim, as decisões judiciais desse sistema 
jurídico não geram efeitos vinculantes, desempenhando função secundária como fonte do 
direito. 
 
5) O Direito Objetivo é o conjunto de normas jurídicas positivadas impostas pelo 
Estado dirigido a todos e que possui poder de coerção garantindo, assim, observância e 
cumprimento das leis. Já o Direito Subjetivo trata-se da capacidade individual de agir 
conforme o que é estabelecido pelo direito objetivo. É a faculdade e a possibilidade que cada 
indivíduo possui de inovar e reivindicar a norma em seu favor para, por exemplo, exigir seus 
direitos. 
 
6) O texto tratado refere-se ao Direito Público, uma vez que, embora parte da 
doutrina defenda que não é mais cabível a dicotomização entre público e privado, seu caráter 
distintivo, segundo Miguel Reale, reside justamente na natureza da relação jurídica, que 
atende de maneira imediata ao interesse geral, que – nesses tipos de relações – sobrepõe-se ao 
particular. 
 
7) A narrativa refere-se aos Princípios Gerais do Direito, um dos métodos 
elencados pelo artigo 4º da LINDB cuja função é suprir as lacunas da lei. A título de exemplo, 
pode-se pensar na hipótese em que um juiz, ao analisar casos concretos em que há omissão 
legal, leva em consideração o princípio da boa fé para tomar sua decisão. 
 
8) A hipótese narrada refere-se ao Costume, mais precisamente o praeter legem, o 
qual possui o mencionado papel supletivo. Exemplo disso é a ampla utilização do cheque pré-
datado, ou seja, com prazo para ser compensado, que consolidou pela via do costume uma 
finalidade que difere da inicialmente regulamentada pela lei, que o instituiu como uma ordem 
de pagamento à vista. 
 
9) A espécie de interpretação descrita no enunciado da questão é a restritiva, a 
qual é utilizada quando a redação legal é demasiadamente aberta ou ampla e, caso interpretada 
literalmente, produziria danos ou efeitos indesejados. 
 
10) As fontes materiais do Direito apontam a origem do direito e perpassam todas 
as relações sociais, sejam elas políticas, históricas, filosóficas, culturais, sociológicas ou éticas 
condicionando, dessa maneira, o desenvolvimento do direito e determinando o conteúdo das 
normas. 
 
11) As fontes formais do direito são as formas pelas quais as normas jurídicas se 
exteriorizam e são dividas em diretas e indiretas. As fontes diretas revelam-se no direito 
positivo, são as normas jurídicas escritas: a lei. Já as fontes indiretas são aquelas que servem 
de base para o surgimento do direito. 
 
12) As fontes estatais são aquelas que precisam da atividade legislativa (leis, 
decretos, decretos) e jurisprudencial (sentenças, súmulas, precedentes judiciais). Além disso, 
existem as convenções internacionais, onde dois ou mais Estados estabelecem um tratado, 
caracterizando as fontes formais estatais convencionais. As fontes não estatais do direito são 
as práticas manifestadas pelo costume, que abarcam todas as mais diversas relações sociais 
onde – em determinadas situações- a lei não consegue alcançar. 
 
13) Entende-se por jurisprudência o conjunto de decisões judiciais concretas e 
harmônicas, adotadas pelos tribunais, que geram precedentes podendo, assim, serem usadas 
em casos futuros. A sua importância na atualidade é indispensável na atualização das 
disposições legais, tendo como produto a compatibilidade com a evolução social. 
 
14) As fontes diretas e imediatas são aquelas que formam o direito, ou seja, são as 
normas legais. Essas fontes têm natureza jurídica na lei, nos costumes e nos princípios gerais 
do direito. 
 
15) A fonte formal e principal do direito brasileiro é a lei, pois essa universaliza o 
direito. Entende-se por legislação, no seu sentido mais amplo, as normas positivadas como, 
por exemplo, portarias, decretos, alvarás, etc.. 
 
16) A interpretação lógica da lei tem como função aplicar as regras nas quais a 
hermenêutica jurídica investiga e coloca em ordem de forma sistematizada. Tendo em vista a 
generalidade da interpretação, nota-se que ela não se restringe aos estritos termos dos códigos 
e das normas jurídicas, objetivando trazer clareza e segurança à letra da lei. 
 
17) Um juiz não pode deixar de decidir alegando existência de lacuna na lei. 
Trata-se de proibição expressa contida no artigo 140 do código de processo civil. Havendo 
omissão legal, deve recorrer a um dos métodos de integração elencados pelo artigo 4° da 
LINDB para solucionar o caso concreto. 
 
18) Os instrumentos de controle social são utilizados com o fim de induzir ao 
comportamento que caracteriza a norma e tem objetivo de gerar ordem na sociedade. Os 
principais instrumentos são a Moral (regra de conduta de foro íntimo), a Religião (sistema de 
conduta e virtudes pautadas no tangível), as Regras de Trato Social (padrões externos) e o 
Direito (que possui o poder coerção). 
 
19) A religião, as regras do trato social, a moral e o direito são instrumentos do 
controle social. A primeira é um sistema de conduta e virtudes pautadas no tangível. O 
segundo instrumento diz respeito aos padrões externos. A terceira constitui normas de 
comportamento social. Por úlimo, o direito é o instrumento de controle social que possui 
poder de coerção. A convergência e a divergência entre eles se dão nos seguintes pontos: A 
moral, as regras de trato social e a religião são unilaterais, diferente do direito; o direito e as 
regras do trato social são heterônomos, já a moral e a religião são autônomas e apenas o 
direito é coercível, diferente dos outros que são incoercíveis. 
 
20) Nesse caso, o método de integração a ser utilizado pelo juiz é a analogia, 
classificada por alguns autores como analogia legis. Sua utilização tem cabimento, como já 
mencionado, quando, em caso de lacuna no ordenamento jurídico, verifica-se a existência de 
norma jurídica reguladora de situação semelhante, principalmente quanto aos motivos, 
segundo Paulo Nader, edesde que não haja uma nota diferenciadora essencial, ou seja, um 
detalhe que altere substancialmente a categoria jurídica da hipótese paradigma, conforme 
preleciona Miguel Reale. 
 
21) O artigo 4° da LINDB infere que ‘’quando a lei for omissa, o juiz decidirá o 
caso de acordo com a analogia, os costumes e os princípios gerais de direito”. Portanto, a 
integração das normas jurídicas consiste em utilizar de uma dessas ferramenta em momentos 
em que o juiz se deparar com casos não previstos nas normas jurídicas, uma vez que elas não 
são apenas a lei. 
 
22) A utilização da analogia legis tem cabimento quando, em caso de lacuna no 
ordenamento jurídico, verifica-se a existência de norma jurídica reguladora de situação 
semelhante, principalmente quanto aos motivos, segundo Paulo Nader, e desde que não haja 
uma nota diferenciadora essencial, ou seja, um detalhe que altere substancialmente a categoria 
jurídica da hipótese paradigma, conforme preleciona Miguel Reale. 
 
 23) Diferentemente do que ocorre na analogia legis, na qual aplica-se uma lei 
prevista para uma situação semelhante a um caso que não possui regulamentação legal, a 
analogia júris consiste na aplicação, por indução e a partir de casos singulares, dos princípios 
gerais de direito – muitas vezes não se distinguindo da técnica de integração pelos próprios 
princípios – em casos de completa ausência de norma jurídica aplicável. 
24) O fundamento da analogia é o levantamento de semelhanças em casos 
abstratamente previstos e não previstos em lei, para que o princípio da igualdade seja 
evidenciado. 
 
25) Costume é o conjunto de normas de ordem social, criadas por hábito 
comportamental reiterado e prática espontânea de conduta. Os costumes são divididos em 
“Secundum Legem”, “Praeter Legem” e “Contra Legem”. O primeiro é o costume que 
esclarece a lei, pois está de acordo e serve de interpretação para ela. O segundo é um 
comportamento habitual não previsto em lei e éutilizável em casos de omissão da Lei, como 
infere o artigo 4 ° da LINDB, para preencher uma lacuna existente. O terceiro, por sua vez, 
não tem admissibilidade no direito brasileiro por opor-se à lei. 
 
26) O costume ‘’Contra Legem’’ não tem a capacidade de revogar uma lei, pois, 
segundo Paulo Nader, uma lei só é revogada por outra e gera o mesmo efeito à lei escrita que 
uma lei em desuso, como afirma François Gény. 
 
27) A analogia legal é uma forma de integração do sistema jurídico. Em casos de 
ausência de norma ou omissão por falha de regulação, essa analogia íntegra as lacunas em 
casos concretos, por meio de situações análogas. Diferente disso, a interpretação extensiva, 
como o próprio nome sugere, é uma forma de interpretar a norma existente, extraindo e 
universalizando os elementos fornecidos por ela. 
 
28) Julgar por equidade significa aplicar os princípios gerais do direito, seguindo 
um padrão em conformidade com a lei. Já o termo julgar com equidade refere-se a um 
julgamento pautado na igualdade, justiça e imparcialidade. Desse modo, entende-se que o juiz 
sempre deve “julgar com equidade” e não pode “julgar por equidade” contra a lei, já que essa 
é a principal fonte do direito. 
 
29) A espécie de interpretação a ser utilizada pelo juiz é a histórica, eis que 
examina o processo evolutivo da norma do nascedouro até o momento de aplicação da 
mesma, a fim harmonizá-la com as características sociais e culturais da atualidade. 
 
30) A interpretação histórica da lei diz que quando o intérprete deseja determinar 
o significado de alguma norma jurídica, deve-se fazer uma pesquisa a fim de saber os 
costumes do povo na época em que a norma foi escrita, entendendo, assim, a intenção do 
legislador (mens legislatoris). Exemplo disso, temos os debates do legislativo em torno de 
projetos que se efetivaram como leis. 
 
31) No enunciado da questão é descrito o costume, que funciona tanto como fonte 
indireta quanto método de integração da lei, mais precisamente a espécie contra legem, uma 
vez que trata-se de hábito reiterado com consciência espontânea de obrigatoriedade ao arrepio 
da lei, ou seja, contra seus ditames, como no caso das lombadas, havendo bastante 
controvérsia quanto a sua aceitação e validade como fonte. Há, no entanto, respeitável 
posicionamento que defende que tais costumes constituem legítima participação do povo na 
evolução do direito. 
 
32) No caso vertente, a técnica empregada é a interpretação sistemática, por meio 
da qual a norma não é analisada isoladamente, mas considerando as características e 
orientações gerais do ordenamento jurídico como um todo, sobretudo para preservar a 
harmonia e a coerência do mesmo. Exemplo dessa técnica é o entendimento pela 
possibilidade da união estável homoafetiva, a despeito da Constituição Federal citar apenas os 
termos homem e mulher, restringir o conceito de família a uma noção heteronormativa seria 
incompatível com os princípios da dignidade, igualdade e a diretriz como um todo do sistema 
idealizado na própria constituição. 
 
33) A "Lei Maria da Penha" pode ser aplicada quando se trata de relação 
homoafetiva entre mulheres, pois, segundo Maria Berenice Dias, a lei citada, de modo 
expresso, enlaça ao conceito de família as uniões homoafetivas, uma vez que o parágrafo 
único do artigo 5° da lei em questão reitera que independem de orientação sexual todas as 
situações que configuram violência doméstica e familiar. Desse modo, prevalece a mens legis, 
porque a lei, após ser produzida, tem vontade própria e autônoma em relação a quem a criou, 
como afirma Rudolf Von Jhering.

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