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A Psicologia é uma ciência complexa que visa à compreensão e ao esclarecimento da mente humana – é o estudo da alma, de nossas funções mentais, atitudes, comportamentos, personalidade, reações e relações interpessoais – da maneira como agimos e sentimos. É a verdadeira comparação e comprovação entre a subjetividade e a objetividade na psique humana.
Sua abordagem e seus conhecimentos não são processos fechados ou prontos, até mesmo porque, em razão de vários fatores sociais, culturais, psicológicos ou biológicos, o homem é um ser complexo, influenciável, ímpar, que não deve ser padronizado.
Homem e ciência modificam-se, e a Psicologia não poderia ser definida como apenas uma pesquisa sobre a alma e da psique humana, pesquisa essa que não se limita ao estudo de algo abstrato, e sim de um estudo concreto.
Trata-se de um estudo real, a partir do qual se passaram a desenvolver teorias, isto é, um conjunto de conhecimentos capazes de serem explicados.
A fim de desvelar suas inquietações acerca de si mesmo e do outro e explicar ações e comportamentos, algumas teorias foram desenvolvidas dentro da Psicologia:
· Estruturalismo: seu objeto de estudo é a subjetividade, a consciência humana, e seu método de estudo é a observação, a análise das estruturas das conexões da mente por meio das partes que as formam e se constituem. Cada indivíduo, na sociedade, tem direitos e deveres a desempenhar no espaço em que vive e em suas relações, sejam elas sociais, políticas ou culturais
· Funcionalismo: procura estudar o processo dos atos mentais, o modo de pensar. Para a Psicologia, a mente deve ser estudada no intuito de descobrir para que serve e qual é a sua função. Está centrada nos processos que buscam as funções da consciência da mente humana, as do comportamento humano e de sua relação e adaptação com o meio
· Associacionismo: teoria da conduta, segundo a qual a vida tem o sentido de adaptação por um processo contínuo de associações de ideias, partindo das mais simples para as mais complexas. Baseia-se na lei do efeito, em que as atitudes que tomamos e que obtivemos êxito serão lembradas e aquelas em que fracassamos serão eliminadas ou esquecidas
Abordagem psicanalítica
· Sigmund Freud pesquisou a vida mental e investigou as regiões mais confusas da mente humana: o consciente, o inconsciente e o pré-consciente ou subconsciente.
· Essa abordagem tinha como principal objetivo investigar as atitudes traumáticas mais escondidas nos conflitos emocionais e, em especial, as forças do inconsciente, que determinam o comportamento e a personalidade humana.
· Nessa busca de compreensão, rastreando a teia que é a mente humana, Freud propôs fatores distintos e interdependentes – o conceito de id, ego e superego – para caracterizar a nossa personalidade.
Id
· Espaço da mente em que se encontra toda a emoção
· Relacionado à libido
· Localiza-se em nosso inconsciente, e suas ações não levam em conta a realidade – age de forma subjetiva, não conhecendo o que é certo e o que é errado
· Crianças até 3 anos o têm aflorado em sua personalidade
Ego
· Lugar de nossa mente no qual se encontra a realidade. Estabelece o equilíbrio e o bom senso
· Tem a função básica de controlar a percepção e a noção de nossas ações
Superego
· Atua como regulador de normas, valores e regras, do conceito de certo e errado, e do que é ou não é permitido
· É autorregulador do ego, controlando-nos e, ao mesmo tempo, impulsionando-nos para um desejo de perfeição
Abordagem behaviorista
Também conhecida como comportamentalismo, tem por objetivo descrever e analisar o comportamento – a conduta, o modo de agir e as atitudes humanas.
O homem é visto como um ser orgânico que responde a estímulos e reações provenientes do mundo que o cerca.
O processo de aprendizagem é o aprender por condicionamento, caracterizado por quatro princípios de desenvolvimento do conhecimento:
· Empirismo: a fonte e processo de conhecimento ocorrem por meio de experiências, de como o indivíduo se comporta ao aprender com o outro, em seus experimentos, tendo a aprendizagem sustentada pela observação
· Determinismo: no processo de aprendizagem, qualquer evento é determinado pelo comportamento do sujeito
· Parcimônia: diante de duas explicações iguais, o sujeito construirá seu conhecimento optando pela mais simples
· Manipulação científica: os resultados do processo de construção do conhecimento devem ocorrer por meio de experimentos, que demonstram a sua validade
Abordagem da Gestalt
Caracteriza-se por leis que regem o nosso comportamento, a nossa percepção e a conclusão de ideias para tornar concreto o que aprendemos e percebemos.
Sua função é sempre procurar e observar reações e percepções emocionais em suas variadas formas, mergulhando no inconsciente para tornar claro e explícito aquilo que poderia estar oculto ou subentendido.
Está sempre buscando uma solução mais simples para fatos e coisas que ocorrem em nosso cotidiano.
Psicologia do desenvolvimento
A psicologia do desenvolvimento na aprendizagem esclarece e ajuda a compreender como ocorre o desenvolvimento mental e o comportamento cognitivo, social e afetivo ao longo da vida. Contribui com o cotidiano dos educadores em suas práticas e metodologias – em sua relação com os educandos.
O que é ensinar e como ocorre a aprendizagem no desenvolvimento?
Quando questionamos, podemos aprender por experiências, pois é nesse processo que estabelecemos uma ponte entre nossas vivências e algo que experimentamos e sentimos.
Aprendemos quando nos relacionamos com o outro, quando estabelecemos vínculos sociais, culturais e afetivos. Portanto, aprender é um processo permanente.
Mas, para que esse processo de aprendizagem ocorra, são necessários alguns elementos de uma situação estimuladora, como leituras e brincadeiras, por exemplo.
A leitura desperta o imaginário da criança, trabalhando a cognição, o visual, a percepção, o processo de criatividade, a oralidade e a interação com o outro e com ela mesma.
Já o brincar é um processo de exploração de diversas realidades e situações. Ao brincar, a criança desenvolve a motricidade, a criatividade e a memória, e explora a realidade e a subjetividade em seu imaginário.
A brincadeira potencializa o desenvolvimento emocional, cognitivo e afetivo: a criança aprende a conhecer, saber, fazer, conviver e ser. Proporciona o desenvolvimento do pensamento, da concentração e da atenção.
Ao brincar, estimulamos a curiosidade, a autonomia e a confiança, e proporcionamos o desenvolvimento da linguagem de uma forma prazerosa.
Educadores podem trabalhar com regras e valores durante as brincadeiras.
O mundo da criança é diferente do mundo do adulto. Nele, se encontram o encanto, o faz de conta, a imaginação, o sonhar e o descobrir-se. É por meio das brincadeiras e da espontaneidade do brincar que a criança manifesta as diferentes impressões vivenciadas em seu contexto familiar e social.
Ensinar e aprender podem ser explicados como o processo ou a intenção de promover conhecimento, uma ação destinada a desenvolver a aprendizagem a quem se ensina e como se aprende.
A aprendizagem é um objetivo intencional que, para ser alcançado, necessita dos pilares cognitivo, emocional e motor. Mas, além desses, há outros pilares: motivação, objetividade, preparação e obstáculos.
Por meio da aprendizagem, o homem evolui, construindo conceitos e sua própria sobrevivência, e é nesse processo que ele forma a sua identidade e compreende a sua personalidade, preparando-se e adaptando-se para viver em sociedade, e adquirindo a compreensão e o respeito pelo próprio espaço e pelo do outro.
Na produção de novas possibilidades, habilidades de expressão, a criança ocupa o papel de agente fundamental de seu próprio desenvolvimento, pois é por meio desse desenvolvimento que ela constrói as aquisições necessárias para o seu avanço e aprendizado.
A prática pedagógica no desenvolvimento da aprendizagem
Um educador é um facilitador e mediador no processo de ensino. Desenvolver competências em um educando é tarefa que não se cumpre com regras, mascom estímulos, reflexão, percepção e interação com o outro, valendo-se de vários recursos e ferramentas, de forma inovadora e adequada a esse desenvolvimento.
Os saberes dos educadores são sociais, práticos, curriculares, experimentais e pedagógicos, podendo ser caracterizados como saberes plurais.
Outro propósito do educador é proporcionar um clima e um ambiente agradáveis em sala de aula, pois o espaço escolar é um espaço social de interação, crescimento e desenvolvimento do relacionamento humano.
A aprendizagem e o desenvolvimento humano ocorrem em espaços em que existe a promoção do saber, do diálogo e da interação afetiva e social. O educador, ao mediar esse processo, promove mudanças significativas no aprender em seus alunos – o educador tem a função de incentivador desse processo.
O desenvolvimento humano
Trata-se de um processo de evolução/crescimento gradativo, composto de estágios e fases das quais o homem necessita, não podendo ultrapassá-las nem regredi-las até que todo o ciclo evolutivo da sua vida torne-se completo.
É um processo que inclui capacidades e sequências de oportunidades desejáveis, que permitem ao indivíduo escolher e optar pelo modo de vida que anseia ter para crescer em plenitude – é a escolha que cada indivíduo faz por opção, ciente de seus direitos e deveres, para desenvolver seu potencial.
De acordo com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, consiste em reunir aspectos de crescimento de vida: social, político, cultural e econômico.
Os fatores que interferem no desenvolvimento são provenientes da vida de contato e interação com o outro e com o espaço em que vivemos.
Fatores que intervêm no desenvolvimento na primeira infância
A primeira infância compreende o período de 0 a 6 anos de idade. Nessa etapa, é fundamental valorizar todos os estímulos, seja o cognitivo, o motor, o social ou o afetivo, a fim de proporcionar um crescimento sadio e pleno à criança.
Pesquisadores da área descrevem que o sucesso ou o fracasso na fase adulta guarda estreita relação com as experiências e os estímulos oferecidos ao indivíduo durante a infância. Quanto mais estimuladas as crianças forem, maiores serão as oportunidades delas se tornarem adultos plenos, autônomos, críticos e seguros em suas vidas.
Não basta apenas oferecer os suprimentos básicos para a sobrevivência de uma criança. É necessário respeitá-la e considerá-la como tal, conhecê-la como um ser que passa por diversas modificações e transformações.
Família e escola
É no seio familiar que ocorre o desenvolvimento, bem como a formação de valores, as relações afetivas e o respeito. Mesmo com tantos arranjos conjugais e de convívio familiar, é necessário proporcionar o equilíbrio, o afeto, a compreensão, o respeito e o diálogo em família, além do desejo de que essa instituição social não seja finda, qualquer que seja o seu desenho.
A escola, como espaço social e científico, tem por objetivo fomentar o saber e o conhecer. Portanto, é papel da escola criar maneiras e estratégias de ensino.
Juntas, família e escola devem criar uma educação integral, compatível com os valores sociais e culturais em que estão inseridas, e com base no afeto e no diálogo, com o propósito de promover um adequado desenvolvimento social, psicológico e cognitivo.
Família e escola são parceiras com os mesmos objetivos e interesses. Unidas, elas promovem uma aprendizagem de qualidade para o desenvolvimento da criança, a fim de traçar um caminho para uma fase adulta de sucesso, em que todos os obstáculos da vida e da sociedade possam ser superados.
Estímulos cognitivos
As crianças de 0 a 6 anos, independentemente de suas capacidades cognitivas, sociais, econômicas e culturais, necessitam de estímulos para o seu desenvolvimento e crescimento.
A criança é um ser ativo, que cresce e se desenvolve por meio da experiência e da exploração do espaço que está inserida. Ao nascer, ela observa as pessoas e o mundo ao seu redor e, quanto mais é estimulada, maior será o seu desenvolvimento.
Estímulos que envolvem a linguagem, a inteligência, a memória, a atenção, a reflexão e a curiosidade contribuem para o desenvolvimento cognitivo.
Afetividade
Afetividade e cognição se completam e estão intrinsecamente ligadas ao indivíduo. É uma condição humana essencial para o desenvolvimento cognitivo e para o processo de aprendizagem.
O inatismo
Essa abordagem nos traz a ideia de que a inteligência e as ideias são inatas, ou seja, já nascemos com elas. O ser humano já nasce com o seu valor e a sua conduta previamente traçadas. Sua personalidade já é bem definida e todo o seu conhecimento é exclusivo.
É a noção de que o ser humano é imutável, indo até o fim da vida com as ideias e a compreensão com as quais nasceu, sendo o seu potencial desenvolvido apenas com o amadurecimento biológico.
Com isso, quer-se dizer que o homem é um ser fechado para si e para o mundo que o cerca, e seu desenvolvimento não sofre interferência do meio nem da sociedade. Podemos, assim, relacionar essa concepção com um tipo de sociedade individualista, na qual cada um age por si, resultando disso uma sociedade de indivíduos competitivos e egocêntricos.
Nessa abordagem, o avanço cognitivo do aluno ao aprender somente faz aprimorar e desenvolver aquilo que nasceu com ele.
O empirismo
O fundador dessa concepção foi John Locke, para quem o conhecimento deve ser científico, baseado em pesquisas e experiências; o conhecimento é uma consequência da confluência de sentidos, valores, origens e significados, pois é por meio de experiências que é possível formular ideias. As teorias precisam ser explicadas e formuladas a partir de observações. Tudo tem de ser provado e comprovado.
Defende que todos nascem como uma página em branco, e que, com o tempo, se adquire experiências, e é por meio dessas experiências que formamos nossos ideais e nos relacionamos com o meio e com os objetos ao nosso redor.
Essa teoria nos leva a refletir que devemos estar atentos às falsas ideias, a fim de sermos sujeitos críticos e reflexivos com o mundo que nos cerca.
John Locke (1632-1704) foi um filósofo inglês e um ideólogo do liberalismo, sendo considerado o principal representante do empirismo britânico. Ele rejeitava a doutrina das ideias inatas e afirmava que todas as nossas ideias tinham origem no que era percebido pelos sentidos.
O interacionismo ou construtivismo
Nessa concepção, o homem interage com o meio, responde aos estímulos externos, analisa e organiza o seu saber e, a partir do erro, constrói o conhecimento em um processo contínuo de fazer e refazer.
O termo “construtivismo” é sinônimo de “interacionismo”, e as relações se estabelecem, se arquitetam e se transformam com o meio, guardando vínculos entre si.
No interacionismo, o desenvolvimento cognitivo se inicia na infância e procura sempre compreender e explicar vivências e experiências. O sujeito se constitui produto e produtor de seu desenvolvimento. O organismo e o meio exercem funções recíprocas, influenciando um ao outro, e essa interação provoca mudanças no indivíduo.
Nessa concepção, o papel do professor é essencial, tendo como propósito para uma aprendizagem a percepção e a observação das diversas qualidades, potencialidades e características do aluno, a fim de, em sua ação pedagógica, facilite a participação do sujeito e do objeto de conhecimento.
Unidade IIi
Contribuições da teoria de Wallon para a Educação
O autor descrevia que o contato com a cultura e o meio social são essenciais para a formação integral da criança, pois esse desenvolvimento não é inato.
A escola, nesse contexto, é um espaço privilegiado para essa formação, uma vez que cativa e cultiva a socialização e a constituição do ser completo.
Wallon acreditava que crianças, adolescentes e jovens deveriam ter oportunidades iguais. Assim, proporcionando condições para que todas as crianças possam descobrir o seu potencial, e ampliando seu horizonte inclusivo e criativo, abrangendo cada fase do desenvolvimento cognitivo, afetivo e motor das crianças, a educação cumpriria o papel de contribuirpara a redução das desigualdades sociais e culturais.
Logo, a educação, se engajada numa proposta de transformação, tem por fim a formação de um sujeito crítico e reflexivo.
O desenvolvimento psicossocial e as teorias do desenvolvimento
Cada teoria do desenvolvimento humano tem uma explicação para a personalidade. Todas exercem influência fundamental no comportamento humano, levando-nos a pensar e a discutir como se constrói o conhecimento entre o sujeito e o mundo.
Teoria psicodinâmica
Tem relação com o comportamento das forças psicológicas internas, que se relacionam e interagem com o indivíduo, ocasionando comportamentos contraditórios e inconscientes. O desenvolvimento da personalidade envolve saber agir com esses sentimentos conflitantes que inquietam nossa mente.
É na primeira infância que se iniciam os primeiros conflitos entre ações, emoções e sentimentos.
Personalidade:
conjunto de habilidades para se relacionar com as pessoas característica marcante do comportamento de alguém
Teorias estruturais
Buscam as tendências de comportamento do indivíduo e sua estrutura para formar a personalidade, tendo por elemento fundamental os processos mentais de como o indivíduo percebe o mundo e como os elementos conscientes de sua mente formam estruturas por meio de várias partes analisadas, como o comportamento e a emoção.
Teorias experienciais
Propõem a observação de como o homem interage com o meio que o cerca.
Teorias da aprendizagem
Buscam conhecer respostas mediante análises dos processos, estímulos e respostas que envolvem o desenvolvimento do indivíduo.
A construção do conhecimento cognitivo da criança, por Jean Piaget
Para revelar e desvendar o desenvolvimento humano cognitivo, o teórico Jean Piaget preocupou-se em descobrir como a inteligência cognitiva da criança se desenvolve, como os conhecimentos se formam e se explicam e de que maneira passam de um estado de menor conhecimento para um de maior conhecimento.
A teoria de Piaget estuda, fundamentalmente, o desenvolvimento cognitivo, a percepção, a linguagem e o pensamento infantil.
O conhecimento, para Piaget, não é algo acabado e imutável.
Entendendo que o ser humano é um ser ativo desde bebê, ele caracteriza o desenvolvimento como o verdadeiro responsável pela aquisição de conhecimento, e garante que a inteligência se modifica e se transforma no decorrer da evolução, sempre buscando um equilíbrio com a realidade que a cerca. Portanto, segundo Piaget, todo o processo de desenvolvimento se caracteriza por estágios, fases ou etapas.
Jean Piaget (1896-1980) foi um epistemólogo suíço, considerado um dos mais importantes pensadores do século XX, que defendeu uma abordagem interdisciplinar para a investigação epistemológica. Fundou a Epistemologia Genética – teoria do conhecimento com base no estudo da gênese psicológica do pensamento humano.
Piaget propõe a existência de quatro estágios de desenvolvimento cognitivo:
1. Estágio sensório-motor: do nascimento aos 2 anos de idade
· Nessa fase, a partir de seus pequenos movimentos motores e limitado deslocamento, o bebê percebe o meio que o cerca
· Com o amadurecimento, a criança se percebe e percebe o mundo e os objetos e, com isso, vai aperfeiçoando seus movimentos, sentidos e reflexos
· Por volta dos nove meses, já tem a capacidade de descobrir que seu brinquedo faz parte de seu mundo, estabelecendo, com ele, uma relação
· Noções de tempo e espaço vão sendo construídos com relação ao meio e aos objetos, e a inteligência é prática – se manifesta pela ação de agarrar, sugar, sentir, enfim, de perceber o ambiente. Por meio de ações coordenadas, surge o pensamento
· Nessa fase, o desenvolvimento psicossocial e emocional tem início. A importância da figura materna é essencial, estimulando a aquisição da linguagem
2. Estágio pré-operatório: dos 2 aos 7 anos de idade
· É marcado pelo início da linguagem verbal, e depende do desenvolvimento da inteligência. Por volta dos 5 anos, o vocabulário aumenta e a criança é capaz de formar palavras completas
· Ocorre o aparecimento da inteligência simbólica ou semiótica, que se manifesta por uma série de gestos imitativos para representar objetos ou pessoas que não estão presentes, também conhecida como fase do faz de conta
· Essa fase é também marcada pelo animismo: a criança dá vida a animais e objetos, e os protege
· A criança constrói seus conceitos por meio de percepções vivenciadas concretas, é capaz de narrar fatos vividos e possui uma percepção global do mundo. Como se encontra na fase do egocentrismo, ainda não consegue se posicionar no lugar do outro – percebe o ponto de vista do outro a partir do seu próprio
· O desenvolvimento do sentimento está associado à socialização da criança, e sentimentos morais e de valores surgem naturalmente, provenientes das relações dela com os adultos
· Piaget acredita que somente por volta dos 4 anos de idade, a criança se insere no mundo da moralidade. No entanto, apesar de saber diferenciar regras, ela ainda não compreende o sentido delas, ou seja, o seu propósito, a sua finalidade
3. Estágio operatório-concreto: dos 7 aos 10/12 anos de idade
· A criança desenvolve a noção de tempo e espaço
· O real e o imaginário não se misturam com sua realidade, marcando o início da fase lógica. O pensar somente ocorre caso os materiais para a sua sustentação forem concretos, ou seja, possam ser observados
· A criança, agora menos egocêntrica, consegue se colocar no lugar do outro e se posicionar em relação aos fatos, respeitando o próximo
· Jogos e estabelecimento de regras são importantes para o desenvolvimento social, moral e cognitivo
4. Estágio operatório-formal: a partir de 12 anos de idade
· Nessa fase, o raciocínio é lógico, sistemático e visível, e o raciocínio abstrato está evoluído. Deduções lógicas podem ser feitas sem o apoio de objetos concretos, e a criança é capaz de pensar em todas as relações possíveis de maneira coerente, encontrando soluções a partir de hipóteses e questionamentos, e não apenas pela observação da realidade
· A razão é utilizada no lugar da assimilação egocêntrica, formando uma atitude crítica quanto ao mundo que o cerca
· A afetividade e os sentimentos morais, como respeito, honestidade e companheirismo, ocorrem por reciprocidade
O desenvolvimento do processo cognitivo
· Assimilação: processo cognitivo regido por novas experiências. Ocorre quando a criança acrescenta um novo dado àquilo que ela conhece. O desenvolvimento cognitivo é quantitativo
· Acomodação: processo cognitivo de modificação do esquema de um objeto a ser assimilado. A criança pode criar algo novo e também modificá-lo, dando um sentido mais elaborado a esse conhecimento. O desenvolvimento cognitivo é qualitativo
· Equilibração: ocorre um equilíbrio cognitivo a fim de que todos os esquemas interajam em sincronia
Os estágios elaborados por Piaget são significativos para o desenvolvimento da criança com o meio, o objeto e o mundo externo, rompendo esquemas da subjetividade para uma realidade concreta. Devemos compreender e refletir sobre quais comportamentos e atitudes estão em desenvolvimento, e atuar em elementos significativos, para o contínuo processo de desenvolvimento cognitivo da criança.
A teoria sociointeracionista de Lev Vygotsky
Para Lev Vygotsky, o homem é um ser em processo de formação, em uma atitude dialética que se desenvolve no seu contexto social, histórico e cultural. Seu processo evolutivo tem origens em processos sociais que ocorrem por meio da linguagem, do comportamento e da interação com o mundo que o cerca, e essa interação se dá a partir da sua relação com objetos, valores, culturas e crenças.
Nesse processo interativo, o homem modifica o ambiente e, pelo ambiente, também é modificado.
Lev Vygotsky (1896-1934) foi um cientista bielo-russo descoberto pelos meios acadêmicos ocidentais muitos anos após a sua morte. Importante pensador na sua área e em sua época, foi pioneiro no conceito de que o desenvolvimento intelectual das crianças ocorre em razão de suas interações sociais e condições de vida.
Vygotsky postulouos seguintes planos genéticos de desenvolvimento:
· Filogênese: trata-se da história evolutiva da espécie humana. Nessa abordagem, o autor descreve que uma das características da espécie humana é a plasticidade do cérebro, isto é, a capacidade do homem de superar qualquer circunstância em seu meio e adaptar-se a ela
· Ontogênese: diz respeito ao desenvolvimento de determinada espécie. O homem necessita de outro ser da mesma espécie para desenvolver-se e evoluir, ou seja, percorrer uma sequência física e biológica natural da espécie humana
· Sociogênese: é a história evolutiva do homem no meio sociocultural em que este estiver envolvido
· Microgênese: diz respeito aos aspectos psicológicos nos quais cada atitude, em variadas circunstâncias, serão minuciosamente observadas
· Desenvolvimento e aprendizagem
· Para Vygotsky, as relações com o outro não se estabelecem de forma direta, mas por intermédio de um sistema de elementos que se interpõem entre o sujeito e o mundo. Os símbolos são uma representação da cultura em que o indivíduo está inserido.
· A língua é uma forma de comunicação e interação, sendo esse o principal instrumento de representação simbólica dos seres humanos para um convívio em sociedade. A criança, desde que nasce, tem contato com o sistema de linguagem, do qual vai se apropriando por meio de sua interação com o meio, o que lhe permite comunicar-se em suas relações. Para o autor, a linguagem representa o intercâmbio social, sendo essencial para a construção do desenvolvimento.
· No desenvolvimento humano da interação e da comunicação, a linguagem assume diversas formas; a linguagem social tem como função a comunicação. Já a egocêntrica, ou interior, está ligada ao pensamento, podendo ser utilizada como forma de internalizar, ou seja, como instrumento simbólico, para o desenvolvimento psicológico.
· O desenvolvimento humano ocorre interna e externamente e o processo de aprendizagem promove o desenvolvimento com o indivíduo, que se relaciona com o meio social mediante o uso da linguagem. Portanto, o indivíduo aprende com o mundo e se desenvolve com o meio.
· Zona de Desenvolvimento Proximal (ZDP)
· Para Vygotsky, o potencial e a alavanca para um desenvolvimento cognitivo estão ligados ao fato de o sujeito conviver em um meio social: o meio e o cognitivo caminham juntos.
· Ao intercâmbio entre a interação e o meio, no processo de ensino e aprendizagem, Vygotsky chamou de Zona de Desenvolvimento Proximal (ZDP). A ZDP se situa entre o conhecimento a ser alcançado e aquele que a criança ainda não alcançou sozinha, mas poderá vir a alcançar com a mediação. É um espaço cognoscitivo, gerado pela interação entre educador e educando a fim de que este alcance um conhecimento que só lhe será possível a partir dos recursos, instrumentos e suportes utilizados pelo educador.
· O educador como mediador da Zona de Desenvolvimento Proximal
· Não existe uma ZDP igual para todos os alunos. Por isso, o educador deve proporcionar aulas mais generalizadas, a fim de que todos possam alcançar o conhecimento a partir de várias maneiras de percepção.
· Cabe ,então, ao educador conhecer, observar e perceber seus alunos, avaliar o meio em que eles estão inseridos, bem como as relações que estabelecem em seu contexto social. E cabe, ainda, considerar o conhecimento, ou seja, a bagagem inicial trazida por seus alunos.
· A construção do conhecimento e da aprendizagem – Teoria de Henri Wallon
· Wallon propôs um conhecimento integral e indissociável do desenvolvimento afetivo, motor e cognitivo. Portanto, para ele, o homem é um ser biológico e social, cujo desenvolvimento ocorre em meio às exigências do organismo e da sociedade.
· Para cada fase do desenvolvimento existe um conflito específico, que envolve rupturas e retrocessos, organização e reorganização, os quais as crianças necessitam enfrentar e devem resolver. Portanto, o desenvolvimento não ocorre de forma linear.
· Henri Wallon (1879-1962) foi um foi filósofo, médico, psicólogo e político francês que se tornou conhecido por seu trabalho científico sobre psicologia do desenvolvimento, voltado, principalmente, para a infância, no qual assume uma postura notadamente interacionista. Por sua formação, ocupou os postos mais altos no mundo universitário francês, em que liderou uma intensa atividade de pesquisa.
Para Wallon, podem ser traçadas as seguintes etapas psicogenéticas do desenvolvimento psíquico da criança:
· Impulsivo-emocional: ocorre do nascimento até cerca de 1 ano de idade, quando a criança tem uma dependência vital do meio externo e da relação com o mundo físico. É uma fase predominantemente afetiva, na qual a criança é egocêntrica, e o seu eu encontra-se, essencialmente, voltado para seus sentidos e desejos
· Sensório-motor e projetivo: ocorre até os 3 anos de idade. Nesse estágio, ela explora seu espaço e manipula seus objetos com mais autonomia e segurança. Inicia-se a comunicação por meio de uma linguagem compreensível
· Personalismo: ocorre dos 3 aos 6 anos. Nesse estágio, amplia-se a construção da consciência de si, a partir das interações da criança com o meio
· Categorial: ocorre por volta dos 4 aos 6 anos de idade e relaciona-se com a conquista do mundo exterior e com os progressos intelectuais que auxiliam a criança no desenvolvimento do processo de conhecimento. Marca o início da autonomia
· Predominância funcional: ocorre na adolescência e caracteriza-se pela crise da puberdade, quando os contornos da personalidade se estruturam ao mesmo tempo em que se desestruturam em razão das modificações corporais, temperamentais e afetivas resultantes da ação hormonal
Funções básicas para o desenvolvimento
· Emoção: é a exteriorização da afetividade, um fato fisiológico e, ao mesmo tempo, um comportamento social
· Ato motor: não é apenas o movimento, mas também uma função postural. Nossos gestos, bem como as formas e maneiras de nos articularmos, são específicos da cultura em que vivemos. Assim, para Wallon, cada ambiente tem a sua cultura, e o ato mental (a cultura na mente das pessoas) impulsiona os atos motores e afetivos, sendo a motricidade e a afetividade indissociáveis no desenvolvimento cognitivo da criança
· Cognição: segundo Wallon, o desenvolvimento cognitivo da criança se inicia quando ela é ainda um recém-nascido, em seu convívio familiar, a partir da ação do outro com sua própria ação, estimulando seus movimentos, sentidos e reflexos
· Contribuições da teoria de Wallon para a Educação
· O autor descrevia que o contato com a cultura e o meio social são essenciais para a formação integral da criança, pois esse desenvolvimento não é inato.
· A escola, nesse contexto, é um espaço privilegiado para essa formação, uma vez que cativa e cultiva a socialização e a constituição do ser completo.
· Wallon acreditava que crianças, adolescentes e jovens deveriam ter oportunidades iguais. Assim, proporcionando condições para que todas as crianças possam descobrir o seu potencial, e ampliando seu horizonte inclusivo e criativo, abrangendo cada fase do desenvolvimento cognitivo, afetivo e motor das crianças, a educação cumpriria o papel de contribuir para a redução das desigualdades sociais e culturais.
· Logo, a educação, se engajada numa proposta de transformação, tem por fim a formação de um sujeito crítico e reflexivo.
Unidade iv
APRESENTAÇÃO
No contexto do desenvolvimento e da aprendizagem no processo educativo, a Psicologia tem um papel fundamental para a compreensão do educador sobre o processo da aprendizagem, pois contribui para que, em sua prática docente, ele promova uma aprendizagem, teórica e prática, qualitativa e significativa ao educando.
É no espaço escolar e nas interações que a socialização ocorre. É nele que as relações acontecem e se desenvolvem. É no ensinar, no conhecer, que o desenvolvimento humano evolui.
Navegando pelos pilares de acordo com sua escolha, conheça importantes conceitos, pratique com as atividades para reforçar seu aprendizado e verifique seus conhecimentos nos desafios. Os Conceitos, as Atividades e os Desafiossão os pilares da aprendizagem do seu curso e eles têm como objetivo auxiliar sua trajetória como educador.
O desenvolvimento psicossocial e as teorias do desenvolvimento
Cada teoria do desenvolvimento humano tem uma explicação para a personalidade. Todas exercem influência fundamental no comportamento humano, levando-nos a pensar e a discutir como se constrói o conhecimento entre o sujeito e o mundo.
Teoria psicodinâmica
Tem relação com o comportamento das forças psicológicas internas, que se relacionam e interagem com o indivíduo, ocasionando comportamentos contraditórios e inconscientes. O desenvolvimento da personalidade envolve saber agir com esses sentimentos conflitantes que inquietam nossa mente.
É na primeira infância que se iniciam os primeiros conflitos entre ações, emoções e sentimentos.
Personalidade:
conjunto de habilidades para se relacionar com as pessoas característica marcante do comportamento de alguém
Teorias estruturais
Buscam as tendências de comportamento do indivíduo e sua estrutura para formar a personalidade, tendo por elemento fundamental os processos mentais de como o indivíduo percebe o mundo e como os elementos conscientes de sua mente formam estruturas por meio de várias partes analisadas, como o comportamento e a emoção.
Teorias experienciais
Propõem a observação de como o homem interage com o meio que o cerca.
Teorias da aprendizagem
Buscam conhecer respostas mediante análises dos processos, estímulos e respostas que envolvem o desenvolvimento do indivíduo.
A construção do conhecimento cognitivo da criança, por Jean Piaget
Para revelar e desvendar o desenvolvimento humano cognitivo, o teórico Jean Piaget preocupou-se em descobrir como a inteligência cognitiva da criança se desenvolve, como os conhecimentos se formam e se explicam e de que maneira passam de um estado de menor conhecimento para um de maior conhecimento.
A teoria de Piaget estuda, fundamentalmente, o desenvolvimento cognitivo, a percepção, a linguagem e o pensamento infantil.
O conhecimento, para Piaget, não é algo acabado e imutável.
Entendendo que o ser humano é um ser ativo desde bebê, ele caracteriza o desenvolvimento como o verdadeiro responsável pela aquisição de conhecimento, e garante que a inteligência se modifica e se transforma no decorrer da evolução, sempre buscando um equilíbrio com a realidade que a cerca. Portanto, segundo Piaget, todo o processo de desenvolvimento se caracteriza por estágios, fases ou etapas.
Jean Piaget (1896-1980) foi um epistemólogo suíço, considerado um dos mais importantes pensadores do século XX, que defendeu uma abordagem interdisciplinar para a investigação epistemológica. Fundou a Epistemologia Genética – teoria do conhecimento com base no estudo da gênese psicológica do pensamento humano.
Piaget propõe a existência de quatro estágios de desenvolvimento cognitivo:
1. Estágio sensório-motor: do nascimento aos 2 anos de idade
· Nessa fase, a partir de seus pequenos movimentos motores e limitado deslocamento, o bebê percebe o meio que o cerca
· Com o amadurecimento, a criança se percebe e percebe o mundo e os objetos e, com isso, vai aperfeiçoando seus movimentos, sentidos e reflexos
· Por volta dos nove meses, já tem a capacidade de descobrir que seu brinquedo faz parte de seu mundo, estabelecendo, com ele, uma relação
· Noções de tempo e espaço vão sendo construídos com relação ao meio e aos objetos, e a inteligência é prática – se manifesta pela ação de agarrar, sugar, sentir, enfim, de perceber o ambiente. Por meio de ações coordenadas, surge o pensamento
· Nessa fase, o desenvolvimento psicossocial e emocional tem início. A importância da figura materna é essencial, estimulando a aquisição da linguagem
2. Estágio pré-operatório: dos 2 aos 7 anos de idade
· É marcado pelo início da linguagem verbal, e depende do desenvolvimento da inteligência. Por volta dos 5 anos, o vocabulário aumenta e a criança é capaz de formar palavras completas
· Ocorre o aparecimento da inteligência simbólica ou semiótica, que se manifesta por uma série de gestos imitativos para representar objetos ou pessoas que não estão presentes, também conhecida como fase do faz de conta
· Essa fase é também marcada pelo animismo: a criança dá vida a animais e objetos, e os protege
· A criança constrói seus conceitos por meio de percepções vivenciadas concretas, é capaz de narrar fatos vividos e possui uma percepção global do mundo. Como se encontra na fase do egocentrismo, ainda não consegue se posicionar no lugar do outro – percebe o ponto de vista do outro a partir do seu próprio
· O desenvolvimento do sentimento está associado à socialização da criança, e sentimentos morais e de valores surgem naturalmente, provenientes das relações dela com os adultos
· Piaget acredita que somente por volta dos 4 anos de idade, a criança se insere no mundo da moralidade. No entanto, apesar de saber diferenciar regras, ela ainda não compreende o sentido delas, ou seja, o seu propósito, a sua finalidade
3. Estágio operatório-concreto: dos 7 aos 10/12 anos de idade
· A criança desenvolve a noção de tempo e espaço
· O real e o imaginário não se misturam com sua realidade, marcando o início da fase lógica. O pensar somente ocorre caso os materiais para a sua sustentação forem concretos, ou seja, possam ser observados
· A criança, agora menos egocêntrica, consegue se colocar no lugar do outro e se posicionar em relação aos fatos, respeitando o próximo
· Jogos e estabelecimento de regras são importantes para o desenvolvimento social, moral e cognitivo
4. Estágio operatório-formal: a partir de 12 anos de idade
· Nessa fase, o raciocínio é lógico, sistemático e visível, e o raciocínio abstrato está evoluído. Deduções lógicas podem ser feitas sem o apoio de objetos concretos, e a criança é capaz de pensar em todas as relações possíveis de maneira coerente, encontrando soluções a partir de hipóteses e questionamentos, e não apenas pela observação da realidade
· A razão é utilizada no lugar da assimilação egocêntrica, formando uma atitude crítica quanto ao mundo que o cerca
· A afetividade e os sentimentos morais, como respeito, honestidade e companheirismo, ocorrem por reciprocidade
O desenvolvimento do processo cognitivo
· Assimilação: processo cognitivo regido por novas experiências. Ocorre quando a criança acrescenta um novo dado àquilo que ela conhece. O desenvolvimento cognitivo é quantitativo
· Acomodação: processo cognitivo de modificação do esquema de um objeto a ser assimilado. A criança pode criar algo novo e também modificá-lo, dando um sentido mais elaborado a esse conhecimento. O desenvolvimento cognitivo é qualitativo
· Equilibração: ocorre um equilíbrio cognitivo a fim de que todos os esquemas interajam em sincronia
Os estágios elaborados por Piaget são significativos para o desenvolvimento da criança com o meio, o objeto e o mundo externo, rompendo esquemas da subjetividade para uma realidade concreta. Devemos compreender e refletir sobre quais comportamentos e atitudes estão em desenvolvimento, e atuar em elementos significativos, para o contínuo processo de desenvolvimento cognitivo da criança.
A teoria sociointeracionista de Lev Vygotsky
Para Lev Vygotsky, o homem é um ser em processo de formação, em uma atitude dialética que se desenvolve no seu contexto social, histórico e cultural. Seu processo evolutivo tem origens em processos sociais que ocorrem por meio da linguagem, do comportamento e da interação com o mundo que o cerca, e essa interação se dá a partir da sua relação com objetos, valores, culturas e crenças.
Nesse processo interativo, o homem modifica o ambiente e, pelo ambiente, também é modificado.
Lev Vygotsky (1896-1934) foi um cientista bielo-russo descoberto pelos meios acadêmicos ocidentais muitos anos após a sua morte. Importante pensador na sua área e em sua época, foi pioneiro no conceito de que o desenvolvimento intelectual das crianças ocorre em razão de suas interações sociais e condições de vida.
Vygotsky postulou os seguintes planos genéticos de desenvolvimento:
· Filogênese:trata-se da história evolutiva da espécie humana. Nessa abordagem, o autor descreve que uma das características da espécie humana é a plasticidade do cérebro, isto é, a capacidade do homem de superar qualquer circunstância em seu meio e adaptar-se a ela
· Ontogênese: diz respeito ao desenvolvimento de determinada espécie. O homem necessita de outro ser da mesma espécie para desenvolver-se e evoluir, ou seja, percorrer uma sequência física e biológica natural da espécie humana
· Sociogênese: é a história evolutiva do homem no meio sociocultural em que este estiver envolvido
· Microgênese: diz respeito aos aspectos psicológicos nos quais cada atitude, em variadas circunstâncias, serão minuciosamente observadas
· Desenvolvimento e aprendizagem
· Para Vygotsky, as relações com o outro não se estabelecem de forma direta, mas por intermédio de um sistema de elementos que se interpõem entre o sujeito e o mundo. Os símbolos são uma representação da cultura em que o indivíduo está inserido.
· A língua é uma forma de comunicação e interação, sendo esse o principal instrumento de representação simbólica dos seres humanos para um convívio em sociedade. A criança, desde que nasce, tem contato com o sistema de linguagem, do qual vai se apropriando por meio de sua interação com o meio, o que lhe permite comunicar-se em suas relações. Para o autor, a linguagem representa o intercâmbio social, sendo essencial para a construção do desenvolvimento.
· No desenvolvimento humano da interação e da comunicação, a linguagem assume diversas formas; a linguagem social tem como função a comunicação. Já a egocêntrica, ou interior, está ligada ao pensamento, podendo ser utilizada como forma de internalizar, ou seja, como instrumento simbólico, para o desenvolvimento psicológico.
· O desenvolvimento humano ocorre interna e externamente e o processo de aprendizagem promove o desenvolvimento com o indivíduo, que se relaciona com o meio social mediante o uso da linguagem. Portanto, o indivíduo aprende com o mundo e se desenvolve com o meio.
· Zona de Desenvolvimento Proximal (ZDP)
· Para Vygotsky, o potencial e a alavanca para um desenvolvimento cognitivo estão ligados ao fato de o sujeito conviver em um meio social: o meio e o cognitivo caminham juntos.
· Ao intercâmbio entre a interação e o meio, no processo de ensino e aprendizagem, Vygotsky chamou de Zona de Desenvolvimento Proximal (ZDP). A ZDP se situa entre o conhecimento a ser alcançado e aquele que a criança ainda não alcançou sozinha, mas poderá vir a alcançar com a mediação. É um espaço cognoscitivo, gerado pela interação entre educador e educando a fim de que este alcance um conhecimento que só lhe será possível a partir dos recursos, instrumentos e suportes utilizados pelo educador.
· O educador como mediador da Zona de Desenvolvimento Proximal
· Não existe uma ZDP igual para todos os alunos. Por isso, o educador deve proporcionar aulas mais generalizadas, a fim de que todos possam alcançar o conhecimento a partir de várias maneiras de percepção.
· Cabe ,então, ao educador conhecer, observar e perceber seus alunos, avaliar o meio em que eles estão inseridos, bem como as relações que estabelecem em seu contexto social. E cabe, ainda, considerar o conhecimento, ou seja, a bagagem inicial trazida por seus alunos.
· A construção do conhecimento e da aprendizagem – Teoria de Henri Wallon
· Wallon propôs um conhecimento integral e indissociável do desenvolvimento afetivo, motor e cognitivo. Portanto, para ele, o homem é um ser biológico e social, cujo desenvolvimento ocorre em meio às exigências do organismo e da sociedade.
· Para cada fase do desenvolvimento existe um conflito específico, que envolve rupturas e retrocessos, organização e reorganização, os quais as crianças necessitam enfrentar e devem resolver. Portanto, o desenvolvimento não ocorre de forma linear.
· Henri Wallon (1879-1962) foi um foi filósofo, médico, psicólogo e político francês que se tornou conhecido por seu trabalho científico sobre psicologia do desenvolvimento, voltado, principalmente, para a infância, no qual assume uma postura notadamente interacionista. Por sua formação, ocupou os postos mais altos no mundo universitário francês, em que liderou uma intensa atividade de pesquisa.
Para Wallon, podem ser traçadas as seguintes etapas psicogenéticas do desenvolvimento psíquico da criança:
· Impulsivo-emocional: ocorre do nascimento até cerca de 1 ano de idade, quando a criança tem uma dependência vital do meio externo e da relação com o mundo físico. É uma fase predominantemente afetiva, na qual a criança é egocêntrica, e o seu eu encontra-se, essencialmente, voltado para seus sentidos e desejos
· Sensório-motor e projetivo: ocorre até os 3 anos de idade. Nesse estágio, ela explora seu espaço e manipula seus objetos com mais autonomia e segurança. Inicia-se a comunicação por meio de uma linguagem compreensível
· Personalismo: ocorre dos 3 aos 6 anos. Nesse estágio, amplia-se a construção da consciência de si, a partir das interações da criança com o meio
· Categorial: ocorre por volta dos 4 aos 6 anos de idade e relaciona-se com a conquista do mundo exterior e com os progressos intelectuais que auxiliam a criança no desenvolvimento do processo de conhecimento. Marca o início da autonomia
· Predominância funcional: ocorre na adolescência e caracteriza-se pela crise da puberdade, quando os contornos da personalidade se estruturam ao mesmo tempo em que se desestruturam em razão das modificações corporais, temperamentais e afetivas resultantes da ação hormonal
Funções básicas para o desenvolvimento
· Emoção: é a exteriorização da afetividade, um fato fisiológico e, ao mesmo tempo, um comportamento social
· Ato motor: não é apenas o movimento, mas também uma função postural. Nossos gestos, bem como as formas e maneiras de nos articularmos, são específicos da cultura em que vivemos. Assim, para Wallon, cada ambiente tem a sua cultura, e o ato mental (a cultura na mente das pessoas) impulsiona os atos motores e afetivos, sendo a motricidade e a afetividade indissociáveis no desenvolvimento cognitivo da criança
· Cognição: segundo Wallon, o desenvolvimento cognitivo da criança se inicia quando ela é ainda um recém-nascido, em seu convívio familiar, a partir da ação do outro com sua própria ação, estimulando seus movimentos, sentidos e reflexos
· Contribuições da teoria de Wallon para a Educação
· O autor descrevia que o contato com a cultura e o meio social são essenciais para a formação integral da criança, pois esse desenvolvimento não é inato.
· A escola, nesse contexto, é um espaço privilegiado para essa formação, uma vez que cativa e cultiva a socialização e a constituição do ser completo.
· Wallon acreditava que crianças, adolescentes e jovens deveriam ter oportunidades iguais. Assim, proporcionando condições para que todas as crianças possam descobrir o seu potencial, e ampliando seu horizonte inclusivo e criativo, abrangendo cada fase do desenvolvimento cognitivo, afetivo e motor das crianças, a educação cumpriria o papel de contribuir para a redução das desigualdades sociais e culturais.
· Logo, a educação, se engajada numa proposta de transformação, tem por fim a formação de um sujeito crítico e reflexivo.

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