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Habilidades profissionais – Dr. João Diedrich Rafaela Hadas – 2021 1 Anatomia do esôfago Tubo muscular que se estende entre da faringe ao estômago; Localiza-se posteriormente à traqueia, iniciando na altura da 7ª vértebra cervical; Perfura o diafragma pela abertura chamada hiato esofágico e termina na parte superior do estômago; Mede cerca de 25 centímetros de comprimento; Porções do esôfago Porção Cervical: contato íntimo com a traquéia; Porção Torácica: é a porção mais importante, passa por trás do brônquio esquerdo (mediastino superior, entre a traquéia e a coluna vertebral); Porção Abdominal: repousa sobre o diafragma e pressiona o fígado, formando nele a impressão esofágica; esfíncter esofágico superior; Esfíncter esofágico inferior; Linha Z. Parede Composta pelas camadas mucosa e muscular, a qual é subdividida nas camadas circular (interna) e longitudinal (externa). Ainda possui a camada adventícia. Não possui a camadas serosa; A distribuição dos subtipos musculares, músculos liso e estriado, dentro das camadas musculares do esôfago é bastante variável: Considerando o comprimento médio do esôfago de 23 cm, os 14 cm distais do esôfago seriam compostos de musculatura lisa, o segmento medial por ambos subtipos musculares, e o centímetro mais proximal do esôfago por musculatura estriada; Os esfíncteres inferior e superior do esôfago são compostos, respectivamente, por musculatura lisa e estriada. Inervação Compreende a porção intrínseca – composta pelos plexos submucoso (Meissner) e mioentérico (Auerbach), localizados, respectivamente, entre as camadas muscular mucosa e muscular própria e entre as camadas muscular circular e longitudinal e a porção extrínseca – formada pelo nervo vago. Esôfago Habilidades profissionais – Dr. João Diedrich Rafaela Hadas – 2021 2 Endoscopia Serve para avaliar a mucosa da região (esôfago), não sendo possível avaliar a função da região; Indicações precisas para endoscopia: disfagia (indicação em 100% das vezes), odinofagia (dor ao engolir o alimento), anemia (para investigação), perda ponderal, história familiar de neoplasia, paciente com idade > 40 anos. Doenças motoras do esôfago Espasmo esofagiano difuso Peristalse normal X contrações não-peristálticas; ‘’Contrações desordenadas do esôfago’’; Fatores de risco: sexo feminino, jovem, ansiedade, DRGE; Sintomatologia: dor torácica, disfagia e regurgitação; ‘’Esôfago em saca rolhas’’; Diagnóstico: REED e manometria; Diagnóstico diferencial: coronariopatia, câncer de esôfago e esclerodermia; TTO: hidralazina, nitrato, anticolinérgico, esofagomiotimia e esofagectomia. Acalasia Aperistalse + hipertonia EEI; Disfunção dos plexos de Auerbach; Fatores de risco: Chagas, idiopática ou câncer de esôfago; Sintomas: disfagia progressiva, regurgitação, halitose, odinofagia, perda de peso (não aguda), aneruptação (paciente não consegue arrotar, homem jovem); Diagnóstico: RX simples, alargamento mediastinal, REED e manômetria, EDA; TTO: nitratos, bloqueadores de canal de cálcio, toxina botulínica, dilatação pneumática, heller e esofagectomia. *Bico de passarinho (estreitamento do esôfago distal). *As doenças motoras do esôfago têm como exame padrão ouro a manometria (evidencia laudo numérico, grau de disfunção). Habilidades profissionais – Dr. João Diedrich Rafaela Hadas – 2021 3 Doença do refluxo gastroesofágico (DRGE) Afecção crônica; Esofagianos ou extra esofagianos; Associados ou não a lesões teciduais; Fatores protetores: EEI, ângulo de His, diafragma/hiato, diferença de pressão, saliva, gravidade, muco e peristaltismo; *Ângulo de his Alteração do tônus do EEI – desestruturação anatômica – agressão repetida (acarreta complicações como: inflamação, edema, ulcerações, estenose esofágica ou esôfago de Barret); Sintomas: típicos (pirose, regurgitação e plenitude) e atípicos (rouquidão, asma de início recente, tosse crônica, broncoespasmo e precordialgia); Diagnóstico: REED, manometria, phmetria de 24 horas (exame 99% eficaz), endoscopia e impedanciometria (exame 100% eficaz, mede por pulso elétrico); Métodos não-farmacológicos: - Elevação da cabeceira; - Horário da última refeição; - Evitar: cigarro, café, chocolate (alimentos ácidos); - Perda de peso; Métodos farmacológicos: - IBP (melhor medicação, mais segura, mais barata – omeprazol, pantoprazol etc); - Bloqueadores H2; - Pró-cinéticos; *Bombas H+: histamina, gastrina, acetilcolina (ao uso de IBP inibe-se essa bomba H+ e consequentemente a gastrina). *Pró-cinéticos: domperidona. Indicações de cirurgia em pacientes que possuem DRGE severa: fundoplicatura (promove melhor ‘’fechamento’’ do esôfago). *Neste caso, o exame padrão ouro não seria manometria nem PH metria, e sim impedanciometria. Hérnia de hiato Forma do refluxo se instalar; Quando o estomago ‘’passa’’ pelo pilar diafragmático/hiato esofágico; Exame padrão ouro: REED (raio X de esôfago e estomago contrastado). Esôfago de Barret Metaplasia intestinal especializada (agressões continuadas ao esôfago que resultam em mudança do epitélio normal, decorrente de metaplasia); Aumenta em 30 X o risco de desenvolvimento de câncer (displasias decorrentes de metaplasia); Extensão à EDA (endoscopia digestiva alta): - Barret curto < 3 cm; - Barret longo > 3 cm; Fatores de risco: masculino, brancos, > 50 anos, DRGE; Tratamento: sem displasia (controle DRGE, EDA anual 2ª); displasia BG (nova EDA com biópsia, tratamento clínico 3 meses – nova EDA com biópsia, se manter displasia BG – fundiplicatura) e displasia AG (esofagectomia, ablação de mucosa). Normal Hérnia por deslizamento Hérnia paraesofágica Habilidades profissionais – Dr. João Diedrich Rafaela Hadas – 2021 4