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Intervenção em crise: Estudo de caso (incompleto)- Emanuel, Fonseca, Marzola e Marques (2021)

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INSTITUTO DE EDUCAÇÃO SUPERIOR DE BRASÍLIA
CENTRO UNIVERSITÁRIO IESB
Intervenção em crise:
Estudo de caso 6
Alfred, Ellen,Maria & Stephanie
Brasília, DF
2021
Caso: Caso 6
Patrícia, juíza de direito, aposentada, com 70 anos de idade, viúva, foi levada por sua filha
ao serviço de Psiquiatria do Hospital relatando um medo intenso e pensamentos
invasivos
e incapacitantes. No hospital ela foi recebida por um Psiquiatra que estava de plantão e
logo foi encaminhada para a sala da Psicologia.
Patrícia sempre foi uma pessoa ansiosa e se descrevia como perfeccionista. Se casou
aos
25 anos com um colega da faculdade de direito, com quem teve dois filhos, Eduardo e
Juliana. O casamento de Patrícia foi muito feliz e durou até a morte de seu companheiro,
há 2 anos atrás. Patrícia sofreu muito com esta perda: sua rotina foi completamente
alterada, não conseguia comer nem dormir e aparentava uma desmotivação para fazer
as
coisas diárias e para cuidar da higiene pessoal. Com a ajuda dos amigos e dos filhos,
Patrícia voltou a sua rotina normal e até começou a fazer um curso de inglês. Sentiu
animada com a ideia de fazer uma viagem para o exterior e estava começando a fazer
novos planos de vida.
Ela relatou que, há dois meses, foi vítima do conhecido golpe do “disque sequestro”, em
que um bandido, geralmente dentro de uma penitenciária, liga para uma pessoa qualquer
e anuncia que está em poder de um parente dessa pessoa exigindo resgate para não
mata-
lo.
Mesmo já conhecendo o golpe, Patrícia foi acordada às três horas da manhã
aproximadamente pelo toque do telefone e ao atende-lo, ouviu: “Mãe, Socorro! Eles me
pegaram e estão com um revólver na minha cabeça! Socorro mãe!”. Atordoada, Patrícia
prontamente responde: “Juliana! O que está acontecendo? Onde você está?”. Dito o
nome
da família, uma outra voz fala com Patrícia ao telefone se dizendo um membro da facção
criminosa e ter sua filha Juliana em seu poder, exigindo que não desligue o telefone se
não ele puxaria o gatilho da arma.
Patrícia, assustadíssima, obedece às orientações dos bandidos e começa a recolher
joias,
dinheiro e outros objetos de valor de sua casa, sai de casa de madrugada, passa por
diversos caixas eletrônicos, saca tudo o que consegue e leva o dinheiro para uma viela
escura dentro de um bairro afastado, deixa todo o dinheiro dentro de uma caçamba,
recebendo a promessa dos bandidos de que logo soltariam Juliana. Eles desligam o
telefone. Patrícia relatou ter vivido momentos de desespero e de muito medo, pensou
que
novamente passaria por uma perda terrível.
No caminho de casa, já amanhecendo, liga para o filho mais velho, conta sobre o
ocorrido,
e este a avisa que se tratava de um golpe. Somente nesta hora, “caiu em si”, e tenta ligar
para a filha que, atende o telefone e informa que estava dormindo em segurança em sua
casa. Patrícia sentiu-se um misto de sentimentos que iam de alívio a vergonha,
passando
por sensações físicas desagradáveis.
Passado algum tempo depois do ocorrido, ela percebeu que estava com dificuldades de
conciliar sono, sobressaltada, assustava-se cada vez que o telefone tocava, não
conseguia
concentrar na leitura ou mesmo assistir à televisão, sentia-se desanimada, com uma
tristeza inexplicável que a levava a chorar com frequência. Trancou o curso de inglês e
resolveu adiar a viagem que estava programando. Patrícia se viu triste e sozinha
novamente.
Relatou ainda que em muitos momentos se percebia lutando contra pensamentos
invasivos horríveis relacionados com o evento vivido. Estava sentindo uma tristeza
profunda, um medo intenso e chorando constantemente, quando resolveu ligar para a
filha
e pedir ajuda.
1. Observem e descrevam como o sujeito chega para o atendimento
Patrícia chega para o atendimento tomada por sintomas ainda maiores do que os
relatados na queixa inicial. Em sua queixa, a mesma relata um medo intenso e prevalência de
pensamentos invasivos e incapacitantes, porém suas reações comportamentais, fisiológicas,
cognitivas e emocionais já estavam abaladas antes mesmo da recente crise. Um tempo atrás, a
paciente já havia apresentado outro período de crise após a morte do marido, como a
dificuldade de manter a rotina, insônia e desmotivação.
Recentemente, a paciente passou por outra crise em que começou a apresentar tristeza,
vergonha, dificuldades de conciliar o sono, se assusta cada vez que o telefone toca, não
consegue manter o foco na leitura ou na TV quando está assistindo algo, desânimo e choro
frequente.
2. Descrevam a queixa inicial do paciente/cliente.
A paciente relata um medo intenso e prevalência de pensamentos invasivos e
incapacitantes, que dificultam diversas atividades do seu cotidiano como leitura ou até mesmo
assistir televisão. Além disso, ela descreveu ter dificuldade em dormir, se assusta toda vez que o
telefone toca, além de sentir-se desanimada e triste, chorando com frequência.
3. Identifiquem, discutam e analisem o(s) evento(s) desencadeador(es) da situação de
crise.
Morte do companheiro há 2 anos, tendo sofrido muito com essa perda e na época não
conseguir dormir e nem comer direito, sentindo-se desmotivada para fazer as atividades diárias.
Com o auxílio familiar, voltou com a sua rotina aos poucos. Ao ser vítima do golpe do disque
sequestro, sintomas semelhantes ao da perda do marido voltaram a ocorrer, como a dificuldade
para dormir, desânimo e tristeza. Concomitantemente, sintomas relacionados ao novo evento
surgiram, como se assustar toda vez que ouve o telefone tocar e chorar com frequência. Assim,
este evento -golpe do disque sequestro- se relaciona com o anterior -perda do companheiro-
tendo em vista que a cliente ficou com medo por passar novamente por uma perda terrível e
sentiu-se desesperada com essa possibilidade.
4. Analisem a história do paciente/cliente (aspectos relevantes) .
Patrícia se descreve como ansiosa e perfeccionista. Foi casada por, aproximadamente,
43 anos. Aos 68 anos passou por uma crise, pois ficou viúva e esse luto propiciou muito
sofrimento em sua vida: rotina alterada, perda de apetite, insônia e desmotivação. Todavia, com
o auxílio de pessoas próximas, conseguiu retomar suas atividades e seguir em frente (inglês e
viagem).
Dois meses antes de ser levada ao Hospital, vivenciou um golpe durante a madrugada
conhecido por “disque sequestro”. Desde então trancou o inglês, adiou a viagem e tem sofrido
novamente com insônia, além de sustos com o toque do telefone, desconcentração, desânimo e
choro constante. Em seu relato, é possível percebermos que a crise do luto passada deixou um
trauma, isto é, um evento capaz de deixar cicatrizes. Seu relato verbal aponta claramente isso:
“pensou que novamente passaria por uma perda terrível” (p. 1).
5. Identifiquem os recursos que o sujeito possui.
A partir do que foi relatado, é perceptível que Patrícia possui recursos financeiros e sociais.
Financeiro, pois é uma juíza aposentada e seria um recurso importante para que ela pudesse
posteriormente procurar fazer acompanhamento psicológico e avaliação psiquiátrica, como
também fazer atividades que lhe deem prazer, como antes estava fazendo curso de inglês e
planos para viagens. Recursos sociais, pois anteriormente, quando enfrentou o luto, teve como
rede de apoio os seus amigos e filhos, os quais a ajudaram a conseguir voltar a sua rotina
normal e fazer novos planos de vida. É importante considerar a atitude de buscar terapia como
parte dos recursos utilizados, já que isso faria do paciente mais colaborativo com a sua
resolução de problemas dentro do contexto clínico com a ajuda do psicólogo.
6. A partir do caso, vocês farão três sessões/atendimentos de intervenção em crise.
Descrevam o que deve ser feito em cada sessão/atendimento (objetivo da sessão,
procedimento que descreva o passo a passo, técnicas, estratégias, ações, metas).
1ª SESSÃO
Objetivo: Acolhimento psicológico, criação do rapport, identificação da queixa inicial,
investigação do evento desencadeante e esclarecimento de como funciona a psicoterapia breve
Procedimento:
Terapeuta comoouvinte ativo a fim de enfrentar o agente estressor e as sequelas cognitivas,
emocionais e comportamentais do sujeito.
- Perspectiva cooperativa: comunicar o paciente do esforço e trabalho conjunto para superar o
problema. Utilizar a entrevista inicial onde será esclarecido que é uma psicoterapia breve, de
quais são os papéis a serem desempenhados pelo terapeuta e o paciente, e o que se espera que
cada um faça da necessidade de antecipar resistências e de uma formulação realista do que se
espera de uma psicoterapia de pouca duração, na qual, diante da possibilidade de não resolução
dos problemas, ajudará ela a entendê-los melhor e a enfrentá-los com maior capacidade.
- Formar aliança de trabalho : Rapport
Identificar, discutir e analisar o evento desencadeante
- Extrair a percepção do paciente sobre o acontecimento: Solicitar ao paciente o que o
acontecimento significa para ele,sua vida e futuro.
- Explorar a angústia do paciente: É necessário avaliar a natureza precisa dos sintomas.( início,
natureza, intensidade,duração, frequência e etc..).
- Atividade proposta: Técnica de resolução de problemas da TCC que envolve seis passos, os
quais serão desenvolvidos pela própria paciente com a ajuda do psicoterapeuta
1º PASSO: identificar o problema o mais cedo possível
2º PASSO: Especificar o problema com exatidão
3º PASSO: Considerar o maior número de soluções possíveis
4º PASSO: Pensar sobre as implicações de cada solução
5º PASSO: Escolher a melhor solução ou a combinação de soluções
6º PASSO: Definir os passos para atingir uma solução
2ª SESSÃO
Objetivo: Formulação de objetivos, metas e feedback da atividade proposta na 1ª sessão.
Procedimento: Para que seja possível traçar metas e objetivos realistas é necessário
identificar e analisar os sentimentos e comportamentos da Patrícia frente ao evento
desencadeador da crise. De antemão, o terapeuta e paciente juntos iriam analisar e examinar a
história de vida dela, identificando crises passadas e quais foram os mecanismos de
enfrentamento que a mesma desenvolveu. A partir disso, Patrícia e o terapeuta irão traçar
esquemas hipotéticos e essenciais para o comportamento do sujeito e objetivos realistas.
Para finalizar a sessão, será passado uma atividade para realizar ao longo da semana e trazer
na próxima sessão (Anexo 1). Essa etapa é importante para manter a paciente ativa no trabalho
junto ao objetivo e tem por objetivo refletir sobre a importância de conseguir identificar o porquê
de cada situação, o que isso significa sobre si mesma, quais as consequências disso e quais
pensamentos alternativos ela poderia ter referente a situação.
3ª SESSÃO
Objetivo: Acolhimento do que foi elaborado pela cliente a partir da segunda sessão; auxiliá-la
com o conteúdo que trouxe acerca da atividade passada anteriormente; abordar a importância
da terapia continuada.
Procedimento:
- Escuta ativa, visando acolhimento.
- Gerar reflexões a partir da escuta, buscando compreender seus sentimentos,
pensamentos, crenças e em como lidar com eles:
1. Quais são os pensamentos que estão me causando sofrimento nesse momento? Tenho
evidências que apoiam eles? Eles são falsos, parcialmente ou 100% verdadeiros?
2. Por que essa situação faz eu me sentir dessa maneira? O que isso significa sobre mim?
3. A maneira com que estou agindo frente a essa situação é coerente com a realidade?
Prioriza o que é mais importante para mim e me aproxima dos meus valores e objetivos?
- Auxiliar a cliente com a examinação das percepções disfuncionais: Ajudá-la a analisar e
determinar quais percepções são mais válidas e adequadas, sendo cuidadoso para não
parecer insensível frente a percepção da sua realidade. Além disso, ajudá-la a perceber e
estruturar suas percepções caso essas sejam distorcidas.
- Determinar as estratégias de enfrentamento disponíveis: análise de quais das
estratégias propostas no segundo encontro foram bem sucedidas, buscando
implementar as que tiveram maior sucesso.
- Conversar acerca da importância da psicoterapia continuada, caso seja necessário,
tendo em vista a maneira com a qual a cliente responderá às sessões de psicoterapia
breve.

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