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O desenvolvimento humano se inicia na fecundação, quando um gameta masculina se uma a um feminino para formular uma única célula – o zigoto. Está célula marca o início de nós como um indivíduo e contém cromossomos e genes derivados da mãe e do pai. O zigoto unicelular divide-se muitas vezes e transforma-se, progressivamento, em um ser humano multicelular. 1. GAMETOGÊNESE A gametogênese é o processo que converte as CGP’s (células germinativas primárias) em gametas masculinos ou femininos. Esse processo prepara essas células sexuais para a fecundação. Tal processo ocorre nas gônadas masculinas e femininas e envolve meiose. Em ambos os sexos, o principal efeito da meiose é obter uma célula que contenha metade do número de cromossomos da célula original (tornando-a haploide). No sexo feminino, a gametogênese ocorre no ovário e se chama ovogênese. No caso do sexo masculino, ocorre nos testículos e é denominada espermatogênese. A meiose é um tipo especial de divisão celular que envolve duas divisões meióticas e que ocorre apenas nas células germinativas. As células germinativas diploides originam gametas haploides. A meiose permite a constância do número cromossômico de geração a geração e realoca segmentos dos cromossomos maternos e paternos através de crossing-over, que embaralha os genes produzindo recombinação do material genético. 2. CÉLULAS GERMINATIVAS As células germinativas podem ser identificadas durante a quarta semana de gestação dentro de uma membrana extraembrionária denominada saco vitelíneco. Se as células germinativas não ficarem lá, separadas para poder executar sua função assim que necessário, o feto nasce infértil. 2.1. ESPERMATOGÊNESE A espermatogênese é a sequência de eventos pelos quais a espermatogônia são transformadas em espermatozoides maduros. No homem, esse processo ocorre na puberdade, diferentemente das mulheres que tem a ovogênese iniciada durante a vida fetal. Características sexuais secundárias, disparam o crescimento dos testículos, a maturação dos túbulos seminíferos (sob influência da testosterona) e inicia a espermatogênese. As espermatogônias, que permanecem adormecidas nos túbulos seminíferos dos testículos desde o período fetal, começam a aumentar em número na puberdade. Depois de ocorrer várias divisões mitóticas, as espermatogônias crescem e sofrem modificações.As espermatogônias são transformadas em espermatócitos primários e cada espermatócito primário sofre em seguida uma divisão reducional (primeira divisão meiótica) para formas dois espermatócitos secundários haploides. Os espermátides gradualmente se transformam em espermatozoides maduros por um processo conhecido como espermiogênese. Erros na espermatogênese ou na espermiogênese são comuns. O exame de uma amostra de esperma revelará espermatozoides com anormalidades, como cabeças pequenas, estreitas ou piriformes (forma de pera), cabeças duplas ou triplas, defeitos acrossômicos e caudas duplas. Se pelo menos 50% dos espermatozoides em um ejaculado tiverem morfologia normal, não é esperado que a fertilidade seja prejudicada. Se tiverem um número maior de espermatozoides anormais (chamado de teratospermia se for excessivo), poderá haver infertilidade. Os espermatozoides são transportados passivamente dos túbulos seminíferos para o epidídimo, onde são armazenados e se tornam funcionalmente maduros. O espermatozoide maduro é uma célula ativamente móvel que nada livremente. É formada por uma cabeça e uma cauda. A cabeça forma a maior parte do espermatozoide e contém o núcleo haploide. A cauda do espermatozoide é formada por três segmentos: intermediária, principal e terminal. A peça intermediária da cauda contém mitocôndrias que fornecem ATP necessária a atividade. 2.2. OVOGÊNESE A ovogênese é a sequência de eventos pelos quais as ovogônias são transformadas em ovócitos maduros. MATURAÇÃO PRÉ NATAL DOS OVÓCITOS Durante a vida fetal inicial, as ovogônias se proliferam por divisão mitótica no interior das gônodas e crescem para formar ovócitos primários antes do nascimento (geralmente formam-se aos cinco meses). Quando o ovócito primário se forma, as células do tecido conjuntivo o circundam e formam uma única camada de células epiteliais foliculares. À medida que o ovócito primário cresce durante a puberdade, as células foliculares epiteliais se tornam cuboides, e depois colunares, formando um folículo primário. O ovócito primário é logo envolvido por uma camada de material glicoproteico – a zona pelúcia. Os ovócitos primários iniciam a primeira divisão meiótica antes do nascimento, mas a prófase não se completa até a adolescência. Acredita-se que as células secretem uma substância conhecida como inibidor da maturação do ovócito, que age mantendo o processo meiótico do ovócito. MATURAÇÃO PÓS NATAL DOS OVÓCITOS Durante a puberdade, geralmente um folículo amadurece a cada mês e ocorre a ovulação, exceto quando são contraceptivos orais. Nenhum ovócito primário se forma após o nascimento, ao contrário da contínua produção de espermatócitos primários no homem. Os ovócitos primários permanecem em repouso até a puberdade. Com a maturação do folículo, o ovócito primário aumenta de tamanho e, imediatamente antes da ovulação, completa a primeira meiótica para dar origem a um ovócito secundário. Na ovulação, o núcleo do ovócito secundário inicia a segunda divisão meiótica, mas progride apenas até a metáfase, quando então, a divisão é interrompida. Se um espermatozoide penetra o ovócito secundário, a segunda divisão meiótica é completada e a maior parte do citoplasma é mantida em uma célula, o ovócito fecundado. Após atingir a puberdade, também denominada menarca nas mulheres, e até entrar na menopausa várias décadas depois, ciclos mensais de secreção de hormônios hipotalâmicos, pituitários e ovarianos controlam um ciclo menstrual, que resulta, a cada mês, na produção de um gameta feminino e em um útero preparado para receber um embrião fertilizado. Considera-se que o ciclo menstrual começa com a menstruação, a descamação do endométrio uterino degenerado do ciclo anterior. Em torno do quinto dia do ciclo (o quinto dia após o início da menstruação), um aumento na secreção de um pequeno hormônio peptídico do hipotálamo, o hormônio liberador de gonadotrofina (GnRH), estimula a glândula pituitária a aumentar a secreção de dois hormônios gonadotróficos (gonadotrofinas): hormônio folículo estimulante (FSH) e hormônio luteinizante (LH) (Fig. 1-5). Os níveis crescentes de gonadotrofina da pituitária regulam as fases da foliculogênese no ovário e a fase proliferativa no endométrio uterino. 2.3. GAMETAS ANORMAIS Ocorre quando cromossomos homólogos não se separam. Como resultado desse erro, alguns gametas têm 24 cromossomos ou apenas 22 cromossomos. Durante a fecundação, quando se unir a um gameta normal com 23 cromossomos, será formado um zigoto com uma quantidade de 45 ou 47 cromossomos (o normal seria 46), causando assim uma doença ou síndrome congênita. As chances de trissomias (síndrome citada) é maior em mulheres com idade avançada pois os ovócitos das mesmas estão parados na meiose I (prófase) por muitos anos, tendo assim mais chances de terem ficado defeituosos. 3. ÚTERO, TUBAS UTERINAS E OVÁRIOS 3.1 ÚTERO É um órgão muscular com parede espessas, medindo 7 a 8 cm de comprimento, 5 a 7 cm de largura e 2 a 3 cm de espessura. O mesmo se divide em 3 camadas: ➢ Perimétrio: fina camada externa ➢ Miométrio: espessa camada de músculo liso ➢ Endométrio: fina camada interna Durante a fase lútea (secretora) do ciclo menstrual, distinguem-se três camadas de endométrio (microscopicamente): uma camada compacta, uma camada esponjosa e uma camada basal. No pico do seu desenvolvimento, o endométrio tem espessura de 4 a 5mm. A camada basal do endométrio possui seupróprio suprimento sanguíneo e não se desintegra durante a menstruação. As camadas compactas e esponjosas desintegram-se e descamam durante a menstruação e no parto. 3.2. TUBAS UTERINAS As tubas uterinas possuem aproximadamente 10cm de comprimento e 1 de diâmetro. Cada tuba se abre dentro do corno do útero. A tuba uterina é dividida em quatro porções: infundíbulo, ampola, istmo e porção uterina. As tubas conduzem os ovócitos do ovário e os espermatozoides que entram pelo útero para alcançarem o sítio de fecundação na ampola da tuba uterina. 3.3. OVÁRIO Os ovários são glândulas reprodutivas localizadas próximo às paredes pélvicas laterais, de cada lado do útero que produz ovócitos. Os ovários produzem estrogênio e progesterona, hormônios responsáveis pelo desenvolvimento e regulação da gestação. 4. CICLOS REPRODUTIVOS FEMININOS: Iniciando-se na puberdade, as mulheres passam por ciclos mensais, que preparam o sistema reprodutivo para a gravidez. 4.1. HORMÔNIOS > Hormônio folículo estimulante (FSH): estimula o desenvolvimento dos folículos ovarianos e a produção de estrogênio por suas células foliculares. > Hormônio luteinizantes (LH): atuam como “disparador” da ovulação (liberação do ovócito secundário) e estimula as células foliculares e o corpo lúteo a produzir progesterona. Esses hormônios induzem o desenvolvimento do endométrio. 4.2. CICLO OVARIANO O FSH e o LH produzem mudanças cíclicas nos ovários – o ciclo ovariano – o desenvolvimento dos folículos, a ovulação e a formação do corpo lúteo. Durante o ciclo são produzidos e 5 a 12 folículos primários, entretanto apena um único folículo primário se desenvolve em um folículo maduro e libera seu ovócito. OVULAÇÃO: Na metade do ciclo, os níveis de FSH e LH aumentam de maneira súbita, assim como o folículo ovariano. No processo de ovulação ocorre a expulsão do ovócito secundário do folículo. Quando expelido para a ampola da tuba, o ovócito (que passa a ser chamado de secundário) é circundado por uma zona pelúcida e por uma ou mais camadas de células foliculares. 4.3. CICLO MESTRUAL O ciclo menstrual é o período durante o qual o ovócito amadurece, é ovulado e entra na tuba uterina. A progesterona e o estrogênio causam mudanças cíclicas no endométrio. O ciclo menstrual médio é de 28 dias, sendo considerado o primeiro dia o que se inicia o fluxo menstrual. FASES DO CICLO MENSTRUAL ➢ Fase menstrual: camada funcional da parede uterina se desintegra e é expelida ➢ Fase proliferativa: crescimento dos folículos ovarianos; aumento de espessura do endométrio; artérias espiraladas se alongam ➢ Fase lútea: formação e crescimento do corpo lúteo, produção alta de progesterona. Se a fecundação ocorrer, a fase lútea prossegue, o blastocisto se implanta no endométrio e não há menstruação. Caso contrário, ocorre a menstruação. 5. FECUNDAÇÃO Normalmente, o local onde a fecundação ocorre é na ampola tuba uterina. Se não ocorrer a fecundação do ovócito lá, ele vai lentamente em direção ao útero e se degenera. Isso acontece porque o tempo de vida útil de um ovócito é de 2 dias, e o caminho até chegar ao útero efetivamente são de 4 dias. Sendo assim, a fecundação precisa ocorrer durante o caminho. O processo inteiro de fecundação (desde o primeiro contato do espermatozoide com o ovócito até a mistura dos cromossomos paternos e maternos) duram cerca de 24h. 5.1. FASES DA FECUNDAÇÃO 1) Passagem do espermatozoide até a corona radiata (que circunda o ovócito e a zona pelúcida) 2) Penetração do espermatozoide na zona pelúcida. Assim que isso acontece, ocorre uma reação zonal – uma mudança nas propriedades da ZP que a torna impermeável a outros espermatozoides. 3) Fusão das membranas plasmáticas do ovócito e do espermatozoide. A cabeça e a cauda do espermatozoide entram no citoplasma do ovócito, mas sua membrana celular e sua mitocôndria ficam para trás. 4) A penetração do ovócito pelo espermatozoide ativa o ovócito a complementar a segunda divisão meiótica, formando um ovócito maduro. 5) Depois da formação do pronúcleo masculino e do feminino, ambos se fundem em uma agregação de cromossomos única e diploide, formando assim o zigoto. O zigoto é geneticamente único já que é uma combinação dos cromossomos maternos e paternos. 6. CLIVAGEM Após 24h da fecundação, o zigoto inicia uma rápida série de divisões celulares mitóticas denominada clivagem. Ela subdivide o zigoto em várias células-filhas menores denominas blastômeros. O embrião como um todo não aumenta de tamanho durante a clivagem e permanece envolto pela ZP. Em 4 dias, o embrião consiste em 16 a 32 células e se chama mórula.. 6.1. FORMAÇÃO DO BLASTOCISTO Logo após a mórula ter alcançado o útero (4 dias após a fecundação), surge no interior da mórula uma cavidade blastocistica (espaço preenchido por um líquido). Conforme tal líquido aumenta de quantidade ele separa os blastômeros em duas partes. Uma responsável pela formação embrionária da placenta (trofoblasto) e uma que formará o embrião. Aproximadamente 6 dias após a fecundação, o blastocisto eclode da zona pelúcida e adere ao epitélio endometrial. Tendo assim, o fim da primeira semana embrionária.
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