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Somos indivíduos sociais e interagimos com o mundo e com os outros por meio da linguagem. Na interação social, faz-se o uso de diferentes linguagens, que podem ser não verbal, verbal ou mista. Linguagem não verbal É composta por todas as formas de interação que não utilizam a palavra escrita ou falada, como é o caso de esculturas, pinturas, música instrumental, mímica, dança, cartuns, fotografias, etc. Linguagem verbal Materializa-se por meio da palavra, que pode ser oral ou escrita. São exemplos de textos constituídos por linguagem verbal: as notícias, as entrevistas, os discursos, os seminários, os artigos científicos, as receitas culinárias, os contos, etc. Ao observar um texto, oral ou escrito, verifica-se que ele não é constituído exclusivamente por uma única linguagem. Na fala, gestos acompanham as palavras; ao escrever, o layout do texto também produz significados. Nesse sentido, todo texto é multimodal. Tudo é linguagem A linguagem permite a interação humana, sendo sua principal função a comunicação. Ela surge da capacidade de simbolizar, de elaborar signos, que são formas de representação. Por exemplo, gestos representam sentimentos ou ações; uma placa na estrada com o desenho de um prato, um garfo e uma faca representam um restaurante; uma pomba branca, a paz. Linguagem mista Tanto a linguagem não verbal quanto a linguagem verbal podem estar articuladas em um mesmo texto. A linguagem mista está presente em anúncios publicitários, tiras, charges, telejornais, novelas de televisão e filmes, por exemplo. A linguagem não verbal Na maior parte das vezes, não se percebe a pluralidade da linguagem não verbal. Essa pluralidade está presente nas cores das bandeiras, no som do apito e nos gestos dos guardas de trânsito, nas luzes dos semáforos, nos sons musicais, nos desenhos, por exemplo. Como a linguagem verbal tem sido privilegiada nos meios de comunicação, chega- se a acreditar que esta é a única forma de linguagem e que, apenas por meio de textos orais ou escritos, é possível adquirir conhecimento e interpretar o mundo. No entanto, a linguagem não verbal é um instrumento importante de leitura de mundo e interação. Observe o cartum a seguir: No cartum acima, são usadas apenas as cores branca e preta. O cartum é bastante minimalista e a cor preta faz contraste com a cor branca, procurando enfatizar alguns detalhes do desenho. Além disso, o personagem como um homem com um coração visível no peito e que carrega uma maleta. Ele corre de um lado para o outro e parece ofegante, com a boca sempre aberta. A cor preta significa “cheio”; a cor branca, “vazio”. Observa- se que o coração, que estava cheio no primeiro quadro, vai se esvaziando à medida que a maleta, que estava vazia, vai ficando cheia. Ademais, o coração é um símbolo de amor, e a maleta é um símbolo de trabalho. O cartum faz uma crítica às pessoas que vivem em função do trabalho e deixam de lado suas emoções, as relações afetivas. A linguagem verbal É pela linguagem verbal, constituída de palavras, que organizamos nosso conhecimento, contamos histórias, expomos e explicamos nossas ideias. Também é pela linguagem verbal que o saber é perpetuado, isto é, passado de geração para geração. As palavras são signos linguísticos e seus significados são convencionados, ou seja, são estabelecidos arbitrariamente e aceitos socialmente. A linguagem mista Um texto também pode ser composto de linguagem mista, ou seja, apresentar linguagens verbal e não verbal integradas. Todo texto é multimodal, na medida em que, na fala, utilizam-se recursos da linguagem não verbal (gestos, entonações, expressões faciais, etc.) e, ao escrever, faz-se uso de recursos gráficos. Definir o que é língua não é fácil. Diferentes teorias linguísticas definem “língua” sob perspectivas variadas. Há estudiosos que veem a língua como um sistema imutável e normativo constituído por formas linguísticas. Teorias mais recentes, por outro lado, consideram a língua não como um fenômeno homogêneo, mas como uma atividade social que sofre todo tipo de influência do meio e está em constante transformação. Nesse sentido, a língua é situada em um contexto cultural, sendo uma construção social e uma atividade histórica. Portanto, devem ser privilegiadas as suas funções e possibilidades de interação, e não apenas seu aspecto formal e estrutural. Afinal, a língua é um sistema de signos, e os signos são criados somente na interação social. O significado de um signo linguístico se dá por uma convenção social, assim, todo signo é ideológico. Logo, a língua nunca é neutra, pois ela serve de veículo para as ideologias presentes na sociedade. Quanto maior o repertório, maior será a capacidade de um leitor para compreender, não apenas as informações explícitas em um texto mas também o que nem sempre está visível, como os preconceitos do sujeito enunciador, sua simpatia por determinada ideologia e até A língua Apesar de seguir regras gramaticais, a língua não é homogênea, pois, por ser produto da ação humana, está sempre em transformação. Assim, em todas as sociedades, há variações de uso que fogem à norma padrão – o que ocorre por conta da divergência da fala em cada país falante do mesmo idioma e, também, por conta de diferenças linguísticas regionais e sociais. A isso, dá-se o nome de variação linguística. Além disso, a língua é um conjunto de práticas sociais e cognitivas historicamente situadas, é um sistema de práticas sociais e históricas sensíveis à realidade sobre a qual atua, sendo-lhe parcialmente prévio e parcialmente dependente esse contexto em que se situa. mesmo intenções ocultas, como o interesse de defender uma ideia que não está expressa no texto (por exemplo: ao criticar um candidato à eleição em um texto, o autor pode ter o interesse – consciente ou não – de favorecer o candidato rival, mesmo que não o cite). Observe, na tirinha, como Mafalda percebe o sarcasmo na fala do amigo: Como vimos, a comunicação se dá quando, no mínimo, duas pessoas interagem por meio da língua. Vejamos, agora, como se constitui a comunicação (cena comunicativa): Quando nos comunicamos com alguém, transmitimos ao nosso interlocutor uma determinada mensagem (“ideia”), que, sob a forma de um código (por exemplo: língua portuguesa), é levada até ele por meio de um canal ou veículo de comunicação. 1. Enunciador / Falante / Escritor: é aquele que transmite a mensagem. 2. Destinatário / Receptor / Ouvinte / Leitor: é aquele que recebe a mensagem (ou interage) com o falante / leitor). 3. Código: o conjunto de sinais / símbolos compartilhados entre enunciador e destinatário. 4. Mensagem: é aquilo que transmitido ao destinatário pelo enunciador. 5. Canal: é meio pelo qual a mensagem é passada. (ondas sonoras, atenção...) 6. Contexto / Referente: é tudo que engloba ou envolve os interlocutores (falante/ouvinte). Agora que conhecemos os elementos que constituem a linguagem, vamos estudar um pouco sobre as funções da linguagem. Não podemos nos enganar com o fato de que a função da linguagem é apenas transmitir informações de um indivíduo a outro, a linguagem vai muito além disso. A linguagem pode apresentar seis funções, vamos ver cada uma delas a seguir. Função Referencial A função referencial da linguagem consiste em transmitir informações do enunciador ao destinatário. Essa função está centrada no contexto já que reflete uma preocupação em transmitir conhecimentos referentes a pessoas, objetos ou acontecimentos. A função referencial, por ter como foco o próprio conteúdoda mensagem, é a função que A Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) suspendeu dois alunos do curso de medicina acusados de expor documentos confidenciais do Hospital Universitário Cassiano Antonio Moraes (Hucam). Eles divulgaram o exame de um universitário diagnosticado com HIV, em 2017. O Ministério Público apura o caso. A universidade informou que a decisão foi tomada após a abertura de um inquérito administrativo disciplinar para apurar a conduta dos universitários. A comissão inicialmente considerou desligar os estudantes. A Ufes, porém, considerou que essa foi primeira vez que infringiram o regulamento da universidade e que os estudantes estão no 12º período do curso de medicina. A comissão considerou o investimento feito nos alunos durante os seis anos de graduação e suspendeu um por 60 dias e outro por 90 dias, o que vai resultar no atraso da conclusão do curso. A pena é considerada severa pela instituição. predomina nos noticiários (de TV, rádio e internet), nos jornais impressos, nas revistas de informação, nos textos técnicos, contratos, relatórios etc. Função Apelativa (Conativa) A função conativa da linguagem consiste em influenciar o comportamento do destinatário. Essa função está centrada no destinatário, já que ele é o alvo da informação. Caracteriza-se pela presença das formas tu, você, vocês (explícitas ou subentendidas no texto), por vocativos (chamamentos) e por formas verbais no imperativo, ou seja, formas que expressam pedido, recomendação, aviso, ordem etc. A função apelativa é muito usual em anúncios publicitários, placas de aviso etc. Veja alguns exemplos: Função Emotiva A função emotiva da linguagem consiste na exteriorização da emoção do enunciador em relação àquilo que fala de modo que essa emoção transpareça no nível da mensagem. Essa função está centrada no próprio enunciador, visto que é sua emoção que está em jogo na mensagem. Em mensagens marcadas por esta função, podemos detectar a emoção do remetente na entonação que usa (é difícil imaginar um locutor narrando uma partida de futebol com uma entonação sonolenta já que sua tarefa também é passar a emoção do jogo) ou em sua escolha vocabular (entre as frases “Ele saiu de casa” e “O canalha abandonou o lar”, a segunda é certamente mais emotiva uma vez que reflete um envolvimento do falante com a situação). Função Metalinguística Consiste em usar a linguagem para se referir à própria linguagem. Centrada no código, essa função se justifica pelo fato de os humanos utilizarem a linguagem para se referir não apenas à realidade biossocial, mas também aos aspectos relacionados ao código ou à linguagem utilizados para esse fim. Veja alguns exemplos: Função Poética Esses textos possuem algo em comum? Nos dois, a linguagem foi trabalhada para produzir determinados efeitos expressivos e, assim, despertar maior interesse do leitor. Perceba que houve uma preocupação estética dos textos, organizando, assim, as palavras de modo a promover um determinado efeito, uma determinada sonoridade, um ritmo das frases e as rimas para que a mensagem ganhasse destaque, mais ênfase. Essa função da linguagem, que é centrada na mensagem, denomina-se função poética. A função poética consiste na seleção e combinação de elementos linguísticos. Gastei uma hora pensando um verso que a pena não quer escrever. No entanto, ele está cá dentro inquieto, vivo. Ele está cá dentro e não quer sair. Mas a poesia deste momento inunda minha vida inteira. ANDRADE, Carlos Drummond de Quando se trata de identificar, em um texto, uma determinada função da linguagem, dizemos que ela predomina naquele texto (ou em determinada parte dele). Isso porque dificilmente uma função ocorre isoladamente; o mais comum é que em um texto se combinem duas ou mais funções da linguagem. Função Fática A função fática consiste em iniciar, prolonga ou terminar um ato de comunicação. Está, portanto, centrada no canal, pois não visa propriamente à comunicação, mas ao estabelecimento ou ao fim do contato, refletindo também a preocupação de testar o contato, checar o recebimento da mensagem e, em muitos casos, tentar manter o contato. Palavras ou expressões como “alô!”, “oi!”, “tudo bem?”, “certo?”, “né?”, “tá ligado?”, “e aí?”, “fui!”, “tchau” e “até mais” caracterizam essa função da linguagem. Veja alguns exemplos a seguir: Exercícios 1. A leitura da charge evidencia que a) A pergunta feita pelo locutário não foi entendida pelo locutor. b) A resposta do locutário levou em conta aspectos contextuais que não condizem com a realidade brasileira. c) Houve pouco entendimento entre os interlocutores por conta da variedade linguística utilizada pelo enunciador. d) A resposta não foi compreendida pelo questionador pela variedade linguística da qual fez uso a entrevistada. e) O “ladrão” referenciado pela receptora da mensagem não condiz com aquele que foi pensado pelo locutor. Leia o trecho abaixo e responda à questão: “A biosfera, que reúne todos os ambientes onde se desenvolvem os seres vivos, se divide em unidades menores chamadas ecossistemas, que podem ser uma floresta, um deserto e até um lago. Um ecossistema tem múltiplos mecanismos que regulam o número de organismos dentro dele, controlando sua reprodução, crescimento e migrações.” DUARTE, M. O guia dos curiosos. São Paulo: Companhia das Letras, 1995. 2. Predomina no texto a função da linguagem a) emotiva, porque o autor expressa seu sentimento em relação à ecologia. b) fática, porque o texto testa o funcionamento do canal de comunicação. c) poética, porque o texto chama a atenção para os recursos de linguagem. d) conativa, porque o texto procura orientar comportamentos do leitor. e) referencial, porque o texto trata de noções e informações conceituais. Leia o texto a seguir e responda à questão A questão é começar Coçar e comer é só começar. Conversar e escrever também. Na fala, antes de iniciar, mesmo numa livre conversação, é necessário quebrar o gelo. Em nossa civilização apressada, o “bom dia”, o “boa tarde, como vai?” já não funcionam para engatar conversa. Qualquer assunto servindo, fala-se do tempo ou de futebol. No escrever também poderia ser assim, e deveria haver para a escrita algo como conversa vadia, com que se divaga até encontrar assunto para um discurso encadeado. Mas, à diferença da conversa falada, nos ensinaram a escrever e na lamentável forma mecânica que supunha texto prévio, mensagem já elaborada. Escrevia-se o que antes se pensara. Agora entendo o contrário: escrever para pensar, uma outra forma de conversar. Assim fomos “alfabetizados”, em obediência a certos rituais. Fomos induzidos a, desde o início, escrever bonito e certo. Era preciso ter um começo, um desenvolvimento e um fim predeterminados. Isso estragava, porque bitolava, o começo e todo o resto. Tentaremos agora (quem? eu e você, leitor) conversando entender como necessitamos nos reeducar para fazer do escrever um ato inaugural; não apenas transcrição do que tínhamos em mente, do que já foi pensado ou dito, mas inauguração do próprio pensar. “Pare aí”, me diz você. “O escrevente escreve antes, o leitor lê depois.” “Não!”, lhe respondo, “Não consigo escrever sem pensar em você por perto, espiando o que escrevo. Não me deixe falando sozinho.” Pois é; escrever é isso aí: iniciar uma conversa com interlocutores invisíveis, imprevisíveis, virtuais apenas, sequer imaginados de carne e ossos, mas sempre ativamente presentes. Depois é espichar conversas e novos interlocutores surgem, entram na roda, puxam assuntos. Termina-se sabe Deus onde. (MARQUES, M.O. Escrever é Preciso,Ijuí, Ed. UNIJUÍ, 1997, p. 13). 3. Observe a seguinte afirmação feita pelo autor: “Em nossa civilização apressada, o “bom dia”, o “boa tarde” já não funcionam para engatar conversa. Qualquer assunto servindo, fala-se do tempo ou de futebol.” Ela faz referência à função da linguagem cuja meta é “quebrar o gelo”. Indique a alternativa que explicita essa função. a) Função emotiva b) Função referencial c) Função fática d) Função conativa e) Função poética Leia os textos abaixo O canto do guerreiro Gonçalves Dias Aqui na floresta Dos ventos batida, Façanhas de bravos Não geram escravos, Que estimem a vida Sem guerra e lidar. — Ouvi-me, Guerreiros, — Ouvi meu cantar. Valente na guerra, Quem há, como eu sou? Quem vibra o tacape Com mais valentia? Quem golpes daria Fatais, como eu dou? — Guerreiros, ouvi-me; — Quem há, como eu sou? Macunaíma (Epílogo) Mário de Andrade Acabou-se a história e morreu a vitória. Não havia mais ninguém lá. Dera tangolomângolo na tribo Tapanhumas e os filhos dela se acabaram de um em um. Não havia mais ninguém lá. Aqueles lugares, aqueles campos, furos puxadouros arrastadouros meios-barrancos, aqueles matos misteriosos, tudo era solidão do deserto... Um silêncio imenso dormia à beira do rio Uraricoera. Nenhum conhecido sobre a terra não sabia nem falar da tribo nem contar aqueles casos tão pançudos. Quem podia saber do Herói? 4. Considerando-se a linguagem desses dois textos, verifica-se que a) a função da linguagem centrada no receptor está ausente tanto no primeiro quanto no segundo texto. b) a linguagem utilizada no primeiro texto é coloquial, enquanto, no segundo, predomina a linguagem formal. c) há, em cada um dos textos, a utilização de pelo menos uma palavra de origem indígena. d) a função da linguagem, no primeiro texto, centra-se na forma de organização da linguagem e, no segundo, no relato de informações reais. e) a função da linguagem centrada na primeira pessoa, predominante no segundo texto, está ausente no primeiro. Leia o texto a seguir Desabafo Desculpem-me, mas não dá pra fazer uma cronicazinha divertida hoje. Simplesmente não dá. Não tem como disfarçar: esta é uma típica manhã de segunda-feira. A começar pela luz acesa da sala que esqueci ontem à noite. Seis recados para serem respondidos na secretária eletrônica. Recados chatos. Contas para pagar que venceram ontem. Estou nervoso. Estou zangado. CARNEIRO, J. E. Veja, 11 set. 2002 (fragmento). 5. Nos textos em geral, é comum a manifestação simultânea de várias funções da linguagem, com o predomínio, entretanto, de uma sobre as outras. No fragmento da crônica Desabafo, a função da linguagem predominante é a emotiva ou expressiva, pois a) o discurso do enunciador tem como foco o próprio código. b) a atitude do enunciador se sobrepõe àquilo que está sendo dito. c) o interlocutor é o foco do enunciador na construção da mensagem. d) o referente é o elemento que se sobressai em detrimento dos demais. e) o enunciador tem como objetivo principal a manutenção da comunicação. As figuras de linguagem consistem em “fugas” discursivas da língua, uma vez que nem sempre uma ideia pode (ou precisa) ser comunicada literalmente. A criatividade humana permite uma comunicação fluida e que, muitas vezes, não se adapta à literalidade ou à realidade palpável do mundo. Chamamos de figura de linguagem os recursos expressivos empregados para gerar efeitos nos discursos, ampliando a ideia que se pretende passar e que não seria possível com o uso restrito e literal das palavras. Esses recursos podem dar o efeito de exagero, ausência, similaridade, lirismo ou estranheza, priorizando a alteração da construção das sentenças ou a semântica (o significado) ou a sonoridade (a forma). Veremos a seguir as principais figuras de linguagem: → Metáfora: a metáfora ocorre quando se faz qualquer comparação sem utilizar expressões que indiquem que uma comparação está sendo feita (“como”, “tanto quanto”, “parece”, entre outras). É o emprego da palavra fora do seu sentido básico, recebendo nova significação por uma comparação entre seres de universos distintos. Vejamos o exemplo a seguir: Você tem uma pedra dentro do peito. No exemplo, a metáfora serve para dizer que a insensibilidade de alguém é como um coração tão duro quanto uma pedra. O pai dela é uma fera. No exemplo, a metáfora serve para dizer que o pai dela é bravo como uma fera. → Comparação: Não confunda metáfora com “comparação” (ou símile) porque na metáfora não há conectivo explicitando a relação de comparação. Na comparação (ou símile) sempre há um conectivo ou uma expressão estabelecendo a relação de comparação. Vejamos os exemplos a seguir: Ela é gorda como uma vaca. “Meu coração tombou na vida tal qual uma estrela ferida pela flecha de um caçador.” (Cecília Meireles) Figuras de linguagem https://mundoeducacao.uol.com.br/gramatica/sintaxe.htm https://mundoeducacao.uol.com.br/gramatica/sintaxe.htm → Catacrese: ocorre quando, geralmente, não existe um termo específico para designar algo, e, por isso, utiliza-se outros termos para substituir essa falta. Vejamos o exemplo a seguir: Precisei chamar um marceneiro para consertar o pé da mesa. Não existe um termo específico para designar tal parte da mesa, por isso, toma-se “pé” como empréstimo para designá-la. Estou com coceira no céu da boca. → Metonímia: é o uso de um nome no lugar de outro, pelo emprego da parte pelo todo, do efeito pela causa, do autor pela obra, do continente pelo conteúdo etc.” Essa substituição é feita pela proximidade de referências entre os dois termos. Vejamos o exemplo a seguir: Comeu o prato todo. No exemplo, “prato” substitui o termo “comida”, que estava dentro do prato. Adoro ouvir Caetano Veloso. No exemplo, “Caetano Veloso” é o termo que equivale a: músicas do Caetano Veloso. → Personificação (Prosopopeia): ocorre quando se atribui características humanas àquilo que não é humano, como objetos ou sentimentos. Vejamos os exemplos a seguir: Eu podia ver o cansaço rastejando-se no chão e vindo em minha direção. Na frase, atribui-se um corpo à sensação de cansaço, que se rasteja em direção do eu-lírico. → Sinestesia: ocorre quando se constrói uma expressão que mistura duas sensações diferentes entre aquelas percebidas pelos órgãos sensoriais e também entre as referidas sensações e sentimentos. Vejamos os exemplos a seguir: Tinha olhos bem pretos, quentes e doces. Na frase, temos a mistura da visão (“bem pretos”) com o tato (“quentes”) e o paladar (“doces”) para descrever os olhos de alguém. Sua voz aveludada (audição, tato) me tornou um de seus fãs. → Ironia: ocorre quando se expressa uma ideia por meio de uma construção que diz o oposto do que realmente se quer dizer. Veja os exemplos a seguir: Não para de chover: que ótima ideia vir hoje para a praia. Que motorista excelente você, quase me atropelou. → Hipérbole: corresponde ao uso intencional de expressões muito exageradas para passar-se uma ideia. Veja o exemplo a seguir: Que demora! Estou esperando há séculos! A expressão “há séculos” é um exagero para indicar que se estava esperando há muito tempo. → Eufemismo: ocorre quando se utiliza expressões para atenuar uma ideia tida como agressiva ou desagradável. Veja o exemplo a seguir: Ele estava muito doente e acabou batendo as botas. A expressão “bater as botas” é um equivalente para “morrer”, a fim de expressar esse conceito de maneira atenuante. → Antítese: é o contraste entre duas palavras (antônimos), expressões ou pensamentos, provocando uma relação de oposição. Veja o exemplo a seguir: “Quem ama o feio, bonito lhe parece.” (Ditadopopular) Na frase, “feio” e “bonito” são ideias opostas, mas utilizadas em conjunto para passar o pensamento desse ditado popular: se alguém ama uma pessoa considerada feia, tal pessoa será considerada bonita pelo ser que a ama. → Paradoxo: O paradoxo ocorre quando duas expressões opostas são utilizadas de maneira que foge à lógica. Veja os exemplos a seguir: Ela achava-o feio e bonito ao mesmo tempo. Não faz sentido que alguém seja considerado feio e bonito ao mesmo tempo por alguém, por isso, na frase, ocorre paradoxo. Que música silenciosa ele toca! → Pleonasmo: O pleonasmo ocorre quando a mesma ideia é repetida excessivamente com palavras diferentes na mesma sentença. Quando é feito de modo intencional, é visto como figura de linguagem, quando sem intenção, trata- se de um vício de linguagem (“subir para cima”, “entrar para dentro” e similares). Veja o exemplo a seguir: “Me sorri um sorriso pontual” (Chico Buarque) A repetição é feita propositalmente por Chico Buarque para intensificar o sorriso visto pelo eu-lírico e para gerar maior sonoridade à canção. → Elipse: omissão de um termo na sentença sem haver prejuízo de sentido. Isso porque o termo omitido fica subentendido pelo contexto. Veja os exemplos: Começamos o namoro há um mês. Na frase, houve omissão do sujeito “Nós”, que está subentendido pela conjugação do verbo “começar”. O menino apoiou-se na bancada, olhos e ouvidos atentos. No exemplo houve elipse da preposição “com”: (...) com os olhos e os ouvidos atentos. “Subiu a escada. A cama arrumada. O quarto. O cheiro do jasmineiro. E a voz de uma das filhas, embaixo: — Papai! O telefone...” (Machado de Assis) No exemplo, há uma série de elipses usadas como recurso estilístico para descrever de maneira esquemática e ágil os ambientes, os estados de alma, de perfis etc. → Zeugma: é um tipo de elipse: ocorre quando há omissão de um termo na sentença, mas porque tal termo já foi utilizado anteriormente e, portanto, será subentendido. Veja o exemplo a seguir: Ele vai bastante à praia, mas também às montanhas. No exemplo, em vez de repetir o termo “vai [às montanhas]”, já utilizado no início da sentença, optou-se por omiti-lo, visto que está subentendido. → Assíndeto: O assíndeto é outro tipo de elipse: trata-se da omissão de conjunções (“e”, “mas”, “porque”, “logo” etc.) Veja os exemplos a seguir: “Vim, vi, venci.” (Júlio César) Não havia sido convidada para a festa, foi mesmo assim. Nos exemplos, foram omitidas as conjunções “e” e “mas”, que apareceriam entre as palavras grifadas. → Polissíndeto: é a repetição proposital de uma mesma conjunção como recurso estilístico. Veja o exemplo a seguir: “Vão chegando as burguesinhas pobres e as criadas das burguesinhas ricas e as mulheres do povo, e as lavadeiras da redondeza.” (Manuel Bandeira) No excerto, a mesma conjunção “e” é usada repetidamente para ligar as sentenças. → Anáfora: a repetição proposital de uma mesma palavra ou expressão como recurso estilístico, dando ênfase àquilo que se repete. É muito utilizada em poesias e músicas. Veja o exemplo a seguir: “É preciso casar João, https://mundoeducacao.uol.com.br/gramatica/conjuncao.htm é preciso suportar, Antônio, é preciso odiar Melquíades é preciso substituir nós todos.” (Carlos Drummond de Andrade) A repetição do termo “é preciso” em todo verso constitui a anáfora. → Hipérbato: ocorre quando há inversão proposital de palavras ou de trechos nos enunciados como recurso estilístico. Veja o exemplo a seguir: “Ouviram do Ipiranga às margens plácidas De um povo heroico o brado retumbante” (Hino Nacional Brasileiro) Os primeiros versos do Hino Nacional Brasileiro são compostos por hipérbatos para gerar rima e pelo recurso estilístico. O enunciado poderia ser escrito da seguinte maneira para facilitar o seu entendimento: Ouviram o brado retumbante de um povo heroico às margens plácidas do Ipiranga. → Aliteração: é a repetição de um mesmo som consonantal propositalmente em um texto como recurso estilístico. Veja os exemplos a seguir: “Vozes veladas, veludosas vozes, Volúpias dos violões, vozes veladas Vagam nos velhos vórtices velozes Dos ventos, vivas, vãs, vulcanizadas.” (Cruz e Souza) No excerto, ocorre aliteração com o som da letra “V” e das letras “S” e “Z”, o que pode dar a ideia de vozes sussurrando. “Maioral, melhores momentos Marginal, maldito movimento Melodia, memória mó mensageiro” (MC Lon) No excerto, a repetição do som consonantal da letra “m” gera aliteração. → Assonância: é a repetição de um mesmo som vocálico propositalmente em um texto como recurso estilístico. Veja o exemplo a seguir: “Berro pelo aterro, pelo desterro Berro por seu berro, pelo seu erro Quero que você ganhe, que você me apanhe Sou o seu bezerro gritando mamãe” (Caetano Veloso) No excerto, ocorre assonância com o som das letras “e” e “o”. → Onomatopeia: é a tentativa de reproduzir sons e barulhos pela escrita. É muito comum em histórias em quadrinhos. Veja os exemplos a seguir: Derrubou o prato enquanto enxugava a louça: CRASH! “Do berro, do berro que o gato deu: miau!” (Cantiga popular) → Gradação: enumeração que denota crescimento ou diminuição. Veja o exemplo a seguir: Estava muito frio, congelando, uma temperatura glacial. Na frase, temos a gradação na descrição do frio para intensificar a ideia de que a temperatura estava realmente baixa. → Silepse: é empregada mediante a concordância da ideia e não do termo utilizado na frase. Dessa forma, ela não obedece às regras de concordância gramatical e sim por meio de uma concordância ideológica. Dependendo do campo gramatical que ela atua, a silepse é classificada em: • Silepse de Gênero: quando há discordância entre os gêneros (feminino e masculino); Ex.: A velha São Paulo cresce a cada dia. - Notamos a união dos gêneros masculino (São Paulo) e feminino (velha). Vossa excelência está preocupado. - O adjetivo preocupado concorda com o sexo da pessoa, que nesse caso é masculino, e não com o termo Vossa excelência. • Silepse de Número: os números são singular e plural. A silepse de número ocorre quando o verbo da oração não concorda gramaticalmente com o sujeito da oração, mas com a ideia que nele está contida Ex.: O povo se uniu e gritavam muito alto nas ruas. – O uso do singular e plural denota o uso da silepse de número: povo (singular) e gritavam (plural). Como vai a turma? Estão bem? O povo corria por todos os lados e gritavam muito alto. • Silepse de Pessoa: três são as pessoas gramaticais: a primeira, a segunda e a terceira. A silepse de pessoa ocorre quando há um desvio de concordância. O verbo, mais uma vez, não concorda com o sujeito da oração, mas sim com a pessoa que está inscrita no sujeito. Ex.: Todos os pesquisadores estamos ansiosos com o congresso. - O verbo não concorda com o sujeito, e sim com a pessoa gramatical: pesquisadores (terceira pessoa); estamos (primeira pessoa do plural). O que não compreendo é como os brasileiros persistamos em aceitar essa situação. Os agricultores temos orgulho de nosso trabalho. "Dizem que os cariocas somos poucos dados aos jardins públicos." (Machado de Assis) Exercícios 1) I. "À custa de muitos trabalhos, de muitas fadigas, e sobretudo de muita paciência..." II. "... se se queria que estivesse sério, desatava a rir..." III. "... parece que uma mola oculta o impelia..." IV. "... e isto (...) dava em resultado a mais refinada má-criação que se pode imaginar." Quanto às figuras de linguagem, há neles, respectivamente, a) gradação, antítese, comparação e hipérbole b) hipérbole, paradoxo, metáfora e gradação c) hipérbole, antítese,comparação e paradoxo d) gradação, antítese, metáfora e hipérbole e) gradação, paradoxo, comparação e hipérbole 2) Não há morte. O encontro de duas expansões, ou a expansão de duas formas, pode determinar a supressão de duas formas, pode determinar a supressão de uma delas; mas, rigorosamente, não há morte, há vida, porque a supressão de uma é a condição da sobrevivência da outra, e a destruição não atinge o princípio universal e comum. Daí o caráter conservador e benéfico da guerra. Supõe tu um campo de batatas e duas tribos famintas. As batatas apenas chegam para alimentar uma das tribos, que assim adquire forças para transpor a montanha e ir à outra vertente, onde há batatas em abundância; mas, se as duas tribos dividirem em paz as batatas do campo, não chegam a nutrir-se suficientemente e morrem de inanição A paz, nesse caso, é a destruição; a guerra é a conservação. Uma das tribos extermina a outra e recolhe os despojos. Daí a alegria da vitória, os hinos, aclamações, recompensas públicas e todos os demais efeitos das ações bélicas. Se a guerra não fosse isso, tais demonstrações não chegariam a dar-se, pelo motivo real de que o homem só comemora e ama o que lhe é aprazível ou vantajoso, e pelo motivo racional de que nenhuma pessoa canoniza uma ação que virtualmente a destrói. Ao vencido, ódio ou compaixão; ao vencedor, as batatas. (ASSIS, Machado fr. Quincas Borba. Rio de Janeiro, Civilização Brasileira/INL, 1976.) Assinale dentre as alternativas abaixo, aquela em que o uso da vírgula marca a supressão (elipse) do verbo: a) Ao vencido, ódio ou compaixão, ao vencedor, as batatas. b) A paz, nesse caso, é a destruição (…) c) Daí a alegria da vitória, os hinos, as aclamações, recompensas públicas e todos os demais efeitos das ações bélicas. d) (…) mas, rigorosamente, não há morte (…) e) Se a guerra não fosse isso, tais demonstrações não chegariam a dar-se (…) 3) Tecendo a manhã Um galo sozinho não tece uma manhã: ele precisará sempre de outros galos. De um que apanhe o grito que um galo antes e o lance a outro; e de outros galos que com muitos outros galos se cruzem os fios de sol de seus gritos de galo, para que a manhã, desde uma teia tênue, se vá tecendo, entre todos os galos. E se encorpando em tela, entre todos, se erguendo tenda, onde entrem todos, se entretendendo para todos, no toldo (a manhã) que plana livre de armação. A manhã, toldo de um tecido tão aéreo que, tecido, se eleva por si: luz balão. (MELO, João Cabral de. In: Poesias Completas. Rio de Janeiro, José Olympio, 1979) Nos versos “E se encorpando em tela, entre todos, se erguendo tenda, onde entrem todos, se entretendendo para todos, no toldo…” tem-se exemplo de a) eufemismo b) antítese c) aliteração d) silepse e) sinestesia 4) A catacrese, figura que se observa na frase “Montou o cavalo no burro bravo”, ocorre em: a) Os tempos mudaram, no devagar depressa do tempo. b) Última flor do Lácio, inculta e bela, és a um tempo esplendor e sepultura. c) Apressadamente, todos embarcaram no trem. d) Ó mar salgado, quanto do teu sal são lágrimas de Portugal. e) Amanheceu, a luz tem cheiro. 5) Assinalar a alternativa correta, com relação às figuras de linguagem, presentes nos fragmentos a seguir: I. “Não te esqueças daquele amor ardente que já nos olhos meus tão puros viste.” II. “A moral legisla para o homem; o direito, para o cidadão.” III. “A maioria concordava nos pontos essenciais; nos pormenores porém, discordavam.” IV. “Isaac a vinte passos, divisando a vulto de um, para, ergue a mão em viseira, firma os olhos.” a) anacoluto, hipérbato, hipálage, pleonasmo b) hipérbato, zeugma, silepse, assíndeto c) anáfora, polissíndeto, elipse, hipérbato d) pleonasmo, anacoluto, catacrese, eufemismo e) hipálage, silepse, polissíndeto, zeugma 6) Leia estes versos: “As ondas amarguradas Encostam a cabeça nas pedras do cais. Até as ondas possuem Uma pedra para descansar a cabeça. Eu na verdade possuo Todas as pedras que há no mundo, Mas não descanso”. (Murilo Mendes) A figura de linguagem que ocorre nos versos 5 e 6 é: a) metáfora b) sinédoque c) hipérbole d) aliteração e) anáfora 7) Na frase: "O pessoal estão exagerando, me disse ontem um camelô", encontramos a figura de linguagem chamada: a) silepse de pessoa b) elipse c) anacoluto d) hipérbole e) silepse de número 8) Cada frase abaixo possui uma figura de linguagem. Assinale aquela que não está classificada corretamente: a) O céu vai se tornando roxo e a cidade aos poucos agoniza. (prosopopeia) b) "E ele riu frouxamente um riso sem alegria". (pleonasmo) c) Peço-lhe mil desculpas pelo que aconteceu. (metáfora) d) "Toda vida se tece de mil mortes." (antítese) e) Ele entregou hoje a alma a Deus. (eufemismo) 9) No trecho: “…dão um jeito de mudar o mínimo para continuar mandando o máximo”, a figura de linguagem presente é chamada: a) metáfora b) hipérbole c) hipérbato d) anáfora e) antítese 10) "Seus óculos eram imperiosos." Assinale a alternativa em que aparece a mesma figura de linguagem que há na frase acima: a) "As cidades vinham surgindo na ponte dos nomes." b) "Nasci na sala do 3° ano." c) "O bonde passa cheio de pernas." d) "O meu amor, paralisado, pula." e) "Não serei o poeta de um mundo caduco." Gabarito: 1) Alternativa d: gradação, antítese, metáfora e hipérbole. Gradação, porque as ideias se apresentam de forma progressiva “muitos trabalhos, muitas fadigas, muita paciência”; Antítese, porque utiliza termos com sentidos opostos “... que estivesse sério, desatava a rir...”; Metáfora, porque faz uma comparação sem utilizar conectivo de comparação - como, tal qual - “parecia uma mola oculta”; Hipérbole, porque exagera de forma intencional “a mais refinada má-criação”. 2) Alternativa a: Ao vencido, ódio ou compaixão, ao vencedor, as batatas. Na frase acima é possível identificar facilmente a omissão de algo como “seja dado/sejam dadas”. Assim, a frase completa, ou seja, sem a utilização da figura de linguagem elipse, seria: “Ao vencido, seja dado ódio ou compaixão, ao vencedor, sejam dadas as batatas.”. 3) Alternativa c: aliteração. Aliteração é a repetição de sons consonantais, tal como se verifica nos versos acima em que o som do “t” se repete - tela, todos; tenda, todos; todos, toldo. 4) Alternativa c: Apressadamente, todos embarcaram no trem. “Embarcar” é uma palavra que deriva de barco, e significa entrar no barco, mas na ausência de termos específicos para eles, também é usada para outros meios de transporte. Essa é a função que caracteriza a catacrese, ou seja, usar uma palavra por não haver outra mais específica. 5) Alternativa b: hipérbato, zeugma, silepse, assíndeto. Hipérbato, porque a ordem da oração está alterada. A ordem direta seria: “... que já viste nos meus olhos tão puros.” ("viste nos meus olhos", em vez de "nos olhos meus viste"); Zeugma, porque foi omitida a palavra “legisla” para evitar a repetição: “A moral legisla para o homem; o direito (legisla) para o cidadão.”; Silepse, porque o verbo “discordar” não está concordando com a palavra “maioria” (como na primeira oração “A maioria concordava...”), mas com a ideia de que a palavra “maioria” traz de várias pessoas, ou seja: “a maioria discordavam nos pormenores” (a ideia implícita é "(pessoas) discordavam nos pormenores"); Assíndeto, porque não foram usados conectivos. Com conectivos, a oração poderia ficar assim: “Isaac a vinte passos, divisando a vulto de um, então, para, ergue a mão em viseira e firma os olhos.”. 6) Alternativa c: hipérbole. A hipérbole é uma figura de pensamento que apresenta um exagero intencional do autor para dar ênfase às expressões. Observamos a presença da ideia intensificada em “todas as pedras que há nomundo”, porque é um exagero alguém dizer que tem todas essas pedras. 7) Alternativa e: silepse de número. Na oração acima, o verbo “estar” concorda com a ideia de número de pessoas que a palavra “pessoal” transmite: “O pessoal estão exagerando” em vez de "O pessoal está exagerando". 8) Alternativa c: Peço-lhe mil desculpas pelo que aconteceu. (metáfora). A alternativa está incorreta, porque a metáfora representa uma comparação, algo que não está presente na oração acima. O recurso estilístico utilizado é hipérbole, o qual se identifica na expressão “mil desculpas”, que é um exagero para explicar o quanto alguém sente pelo que aconteceu e quer muito se desculpar. 9) Alternativa c: "O bonde passa cheio de pernas.". A figura de linguagem presente em “óculos imperiosos” e “bonde cheio de pernas” é a prosopopeia ou personificação, uma vez que em ambos os casos são atribuídas qualidades humanas a seres irracionais. 10) Alternativa c: "O bonde passa cheio de pernas.". A figura de linguagem presente em “óculos imperiosos” e “bonde cheio de pernas” é a prosopopeia ou personificação, uma vez que em ambos os casos são atribuídas qualidades humanas a seres irracionais.
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