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Contabilidade Pública e IPSAS no Brasil APRESENTAÇÃO Nesta Unidade de Aprendizagem será feita uma relação da contabilidade pública e das normas internacionais de administração pública com o contexto brasileiro. Será detalhado como aconteceu a evolução das práticas contábeis e a utilização das normas no Brasil. Bons estudos. Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Reconhecer as Normas Brasileiras de Contabilidade Aplicadas ao Setor Público.• Definir as ferramentas utilizadas pela administração pública no Brasil.• Identificar as mudanças ocorridas na gestão pública brasileira e a sua relação com as normas internacionais. • DESAFIO Dando início ao processo de padronização das Normas Brasileiras de Contabilidade Aplicadas ao Setor Público (NBCASP) e buscando incorporar alguns aspectos dos padrões internacionais, sob a coordenação do CFC, em 2008 foram aprovadas as primeiras NBCASP com a finalidade de orientar a contabilidade aplicada ao setor público. Com isso, você, ocupando o papel de gestor público, deve realizar o processo de atualização da contabilidade da obra de uma escola. Este empreendimento foi iniciado na gestão anterior e ainda está em andamento, porém a sua contabilidade não está seguindo nenhuma das NBCASP. Sua missão é: elencar quais Normas Brasileiras de Contabilidade Aplicadas ao Setor Público devem ser empregadas, neste caso, como forma de organizar os dados já existentes. Justifique a sua resposta. INFOGRÁFICO Para se ter uma visão geral do que será retratado nesta Unidade de Aprendizagem, o infográfico a seguir apresenta os tópicos que serão abordados com vistas ao cenário da contabilidade e administração pública exercidas no Brasil. CONTEÚDO DO LIVRO Dentro do contexto da Nova Administração Pública, a literatura acadêmica considera que as reformas na contabilidade governamental são parte integral e vital das reformas nesse tipo de administração, sendo as práticas contábeis essenciais para o sucesso de sua implementação na busca pela melhoria da gestão e da tomada de decisão pelas instituições governamentais. Leia o capítulo Créditos adicionais: contabilidade pública e IPSAS no Brasil da obra Fundamentos de Contabilidade Pública que é a base teórica desta Unidade de Aprendizagem. Boa leitura. FUNDAMENTOS DE CONTABILIDADE PÚBLICA Thiago Bernardo Borges B732f Borges, Thiago Bernardo. Fundamentos de contabilidade pública [recurso eletrônico] / Thiago Bernardo Borges. – Porto Alegre : SAGAH, 2016. Editado como livro impresso em 2016. ISBN 978-85-69726-43-2 1. Contabilidade pública – Fundamentos. 2. Administração pública. I. Título. CDU 657:35 Catalogação na publicação: Poliana Sanchez de Araujo – CRB 10/2094 Créditos adicionais: contabilidade pública e IPSAS no Brasil Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: � Reconhecer as Normas Brasileiras de Contabilidade Aplicadas ao Setor Público. � Definir as ferramentas utilizadas pela administração pública no Brasil. � Identificar as mudanças ocorridas na gestão pública brasileira e a sua relação com as normas internacionais. Introdução Neste texto será feita uma relação da contabilidade pública e das nor- mas internacionais de administração pública com o contexto brasilei- ro. Você estudará como aconteceu a evolução das práticas contábeis e a utilização das normas no Brasil. Contabilidade pública e IPSAS A contabilidade pública brasileira ainda é orientada pela Lei Federal 4.320/64. Essa lei trata de normas gerais de orçamento e de contabilidade pública. Desde 2008 ela passa por modificações a fim de se adequar ao padrão internacional. Contudo, sua orientação é muito mais orçamentária do que contábil. Esse as- pecto causa conflitos em relação às Normas Internacionais de Contabilidade. Está em tramitação no Senado Federal o projeto de Lei de Qualidade Fiscal. Esse proje- to propõe revisar as normas de orçamento e contabilidade pública. Saiba mais Com base na Lei 4.320/64, a contabilidade pública brasileira utilizava qua- tro sistemas de escrituração para desempenhar o seu papel. Esses sistemas eram os seguintes: Orçamentário, Financeiro, Patrimonial e de Compensação. Atualmente, eles se tornaram subsistemas e são chamados de subsistemas Orçamentário, Patrimonial, de Compensação e de Custos. O Subsistema Orçamentário é responsável por expor o registro contábil das receitas e despesas. Ele demonstra o montante dos créditos orçamentá- rios vigentes, a despesa empenhada e a despesa realizada. Deve, ao final do período, apresentar os resultados comparativos entre a previsão e a execução orçamentária. O Sistema Financeiro foi incorporado ao Subsistema Patrimonial. Antes, ele possuía a função de explicitar os resultados de todas as operações de débi- tos e créditos financeiros. Essas operações incluíam tanto as compreendidas quanto as não compreendidas na execução orçamentária. O Subsistema Patrimonial agora está reestruturado. Ele deve, analitica- mente, registrar e apresentar a consolidação de todos os atos e fatos da ad- ministração pública e seu impacto no patrimônio público. Além disso, deve caracterizar esses atos e fatos, tendo o registro dos agentes responsáveis por sua guarda e administração. Todas as alterações da situação líquida patrimo- nial também são escrituradas nele. Elas abrangem os resultados da execução orçamentária. Por último, esse subsistema deve registrar as variações inde- pendentes dessa execução. O Subsistema de Compensação recebe os registros das movimentações que representam direitos e obrigações da Fazenda Pública. Normalmente, es- sas movimentações são originárias de contratos, convênios e ajustes. Por fim, o Subsistema de Custos deve apresentar os custos da execução dos programas governamentais e da manutenção das entidades da administração pública. De acordo com a Lei 4.320/64, no Brasil, até 2009, era utilizado um regi- me contábil conhecido internacionalmente como modificado. Esse nome era utilizado porque o regime recorria ao regime de caixa para a arrecadação das receitas e ao regime de competência para a realização das despesas. Do ponto de vista internacional, ele é classificado como uma variação do regime de competência puro. Contudo, é considerado menos adequado do que este. Isso ocorre porque a Norma Internacional defende a aplicação deste último como melhor prática. Dessa forma, atualmente a contabilidade aplicada ao setor público segue o regime de competência em sua plenitude. Fundamentos de contabilidade pública154 Atualmente, segundo as Normas de Contabilidade Aplicadas ao Setor Público, o regi- me contábil adotado para a contabilidade pública é o regime de competência puro. Saiba mais O regime de caixa se refere à movimentação financeira do período. Ou seja: ele com- preende, exclusivamente, todos os recebimentos e pagamentos efetuados no exercí- cio. Inclui até mesmo aqueles relativos a períodos contábeis anteriores. O regime de competência está ligado ao fato gerador do direito ou obrigação. Assim, as receitas e as despesas são atribuídas aos exercícios de acordo com a real ocorrência, e não quando são recebidos ou pagos em dinheiro (KOHAMA, 2003), como ocorre no regime de caixa. Para compreender as vantagens do regime de competência, você pode consultar BOR- GES; MARIO; CARDOSO; AQUINO. Desmistificação do regime contábil de competência. Re- vista de Administração Pública. Vol. 44, n4. P. 877-901 Rio de Janeiro: Editora Fundação Getúlio Vargas, 2010. Saiba mais A utilização do regime de competência já é obrigatória e deve atingir to- dos os entes e as entidades públicas no Brasil até 2014. Em um país tão grande e composto de diversos entes federados, a automação da rotina contábil é mais que justificada. Dessa forma, a partir da década de 1980, com base na Lei 4.320/64, foi criado o Sistema Integrado de Administração Financeira – SIA- FI. Ele cumpre as funçõesde registro, banco de dados, provedor de relatórios contábeis, pagamento e controle. Além disso, está ancorado em um plano de contas, na conta única do tesouro nacional e na tabela de eventos. Do ponto de vista financeiro, a introdução do SIAFI como ferramenta de auxílio à administração financeira nas entidades públicas foi uma revolução na gestão pública brasileira. O Sistema faz um contraponto à contabilidade gerencial. Esta, até então, não era desempenhada, apesar de apresentar refe- rências na legislação. Antes desse software, o governo não tinha controle total sobre os gastos da administração pública, pois se administrava de acordo com Créditos adicionais: contabilidade pública e IPSAS no Brasil 155 a posição do caixa do Governo Federal, controlado em contas bancárias no Banco do Brasil. O SIAFI é uma ferramenta do Governo Federal e de diversos estados. Ele foi construído para ser utilizado como instrumento de registro e controle para a contabilidade. Com ele, os gestores possuem, em tempo real, a posição das contas governamentais em suas diversas ramificações. Contudo, o SIAFI não está preparado para a incorporação das novas determinações legais. Também não é utilizado pela maioria das administrações municipais. O SIAFI foi desenvolvido pela Secretaria do Tesouro Nacional (STN). Em sua estrutura, agrega os quatro sistemas de escrituração determinados na Lei 4.320/64. Esse sistema ainda não foi expandido para os municípios. Saiba mais Outro importante avanço que ocorreu nas finanças públicas do Brasil tem relação com a introdução da Lei Complementar 101 de 2000. Ela é mais conhecida como Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) e também tem foco financeiro. Desde 1995, a STN trabalha para ajustar a dívida pública nacio- nal. Para isso, tem como princípios: metas de resultados fiscais, limites para endividamento e para gastos com pessoal e limites para investimentos. Tais princípios também representam a base para a elaboração da LRF. Ela foi cria- da com o objetivo de estabelecer normas de finanças públicas voltadas para a responsabilidade na gestão fiscal. A LRF é um instrumento que está sintoni- zado com os novos paradigmas da administração pública. Esta é caracteriza- da pela implementação de funções mais gerenciais e pela participação popular no acompanhamento e na fiscalização das contas públicas. As mudanças produzidas pela LRF contribuíram para que alguns entes federados im- pulsionassem o movimento para saneamento das contas públicas. Eles também passa- ram a se preocupar com uma reestruturação mais profunda na capacidade de presta- ção dos serviços públicos e no aumento do bem-estar social. Saiba mais Fundamentos de contabilidade pública156 A partir de 2007, teve início um novo processo de mudança na contabilida- de pública brasileira. Por meio da Resolução nº 1.103/07 do Conselho Federal de Contabilidade (CFC), foi criado o Comitê Gestor da Convergência no Bra- sil. Dele participam, além do CFC, o Banco Central do Brasil (BCB), o Insti- tuto dos Auditores Independentes do Brasil (Ibracon) e a Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Esse comitê elaborou o plano de ação para adaptação do sistema contábil brasileiro às normas internacionais de contabilidade. Nesse plano ficou definido que a União se adaptaria às normas a partir de 2012. Já os estados e munícipios se adequariam a partir de 2013. Em 2008, foi editada a Portaria nº 184 pelo Ministério da Fazenda. Ela deu autoridade à STN para: a. Identificar as necessidades de adequação às normas internacionais de contabilidade publicadas pela IFAC e às normas brasileiras editadas pelo CFC; b. Editar normativos, manuais, instruções de procedimentos contábeis e plano de contas nacional. Essas ações têm como objetivo a elaboração e a publicação de demonstrações contábeis consolidadas. Isso está em conformidade com os pronunciamentos da IFAC e com as normas do CFC aplicadas ao setor público; c. Adotar os procedimentos necessários para atingir os objetivos de ade- quação estabelecidos pelo Comitê Gestor da Convergência no Brasil, instituído pela Resolução CFC n° 1.103, de 28 de setembro de 2007. Já em 2009, o Decreto Federal nº 6.976 estabeleceu o Sistema de Contabi- lidade Federal e definiu como funções deste: a. Identificar as necessidades de adequação aos padrões internacionais de contabilidade aplicados ao setor público; b. Editar normativos, manuais, instruções de procedimentos contábeis e plano de contas aplicado ao setor público. Essas ações têm como obje- tivo a elaboração e a publicação de demonstrações contábeis consolida- das, em conformidade com os padrões internacionais de contabilidade aplicados ao setor público; c. Adotar os procedimentos necessários para atingir os objetivos de ade- quação aos padrões internacionais de contabilidade aplicados ao se- tor público. A adoção das normas internacionais de contabilidade tem como ponto principal a implementação do regime de competência puro. Créditos adicionais: contabilidade pública e IPSAS no Brasil 157 Exercendo suas funções, a STN, por meio do SCF e com auxílio do CFC, tem divulgado o Manual de Contabilidade Aplicado ao Setor Público. Esse documento faz parte das ações desenvolvidas para padronizar procedimentos de consolidação das contas públicas. Ele também apresenta noções gerais so- bre os procedimentos contábeis nos três níveis de governo. Em 2008 foram aprovadas as primeiras Normas Brasileiras de Contabili- dade Aplicadas ao Setor Público – NBCASP. Elas seguiam um padrão e ti- nham a finalidade de orientar a contabilidade aplicada ao setor público. Além disso, buscavam incorporar alguns aspectos dos padrões internacionais. Esse processo foi coordenado pelo CFC. As primeiras NBCASP estão descritas na Tabela 1. Norma Descrição Resolução do CFC NBC T 16.1 Conceituação, objeto e campo de aplicação 1.128/2008 NBC T 16.2 Patrimônio e sistemas contábeis 1.129/2008 NBC T 16.3 Planejamento e seus instrumentos sob o enfoque contábil 1.130/2008 NBC T 16.4 Transações no setor público 1.131/2008 NBC T 16.5 Registro contábil 1.132/2008 NBC T 16.6 Demonstrações contábeis 1.133/2008 NBC T 16.7 Consolidação das demonstrações contábeis 1.134/2008 NBC T 16.8 Controle interno 1.135/2008 NBC T 16.9 Depreciação, amortização e exaustão 1.136/2008 NBC T 16.10 Avaliação e mensuração dos ativos e passivos das entidades do setor público 1.137/2008 NBC T 16.11 Sistema de informações de custos do setor público 1.366/2011 Tabela 1. Normas Brasileiras de Contabilidade Aplicadas ao Setor Público (NBCASP). Fundamentos de contabilidade pública158 Ao analisar as instruções normativas, você perceberá a introdução de mecanismos e métodos muito diferentes dos estabelecidos pela Lei 4.320/64. Entre eles estão o re- conhecimento de bens de uso comum do povo como patrimônio público e a implan- tação da depreciação para esses bens. Também é citado o deslocamento do foco do orçamento para o patrimônio. A norma NBC T 16.11 é outro destaque. Fique atento A norma NBC T 16.11 tem caráter gerencial e trata do Sistema de Infor- mações de Custos do Setor Público – SICSP. A norma determina a instituição do SICSP com os seguintes objetivos: a. Mensurar, registrar e evidenciar os custos dos produtos, serviços, pro- gramas, projetos, atividades, ações, órgãos e outros objetos de custos da entidade; b. Apoiar a avaliação de resultados e desempenhos, permitindo a com- paração entre os custos da entidade e os custos de outras entidades públicas e estimulando a melhoria do desempenho dessas entidades; c. Apoiar a tomada de decisão em processos, tais como comprar ou alu- gar, produzir internamente ou terceirizar determinado bem ou serviço; d. Apoiar o planejamento e o orçamento, fornecendo informações que permitam projeções mais adequadas à realidade com base em custos incorridos e projetados; e. Apoiar programas de redução de custos e de melhoria da qualidade do gasto. Você deve notar que não existe, atualmente, umaIPSAS específica sobre Sistema de Custos. Essa é uma inovação pontual da legislação contábil brasileira. Segundo Ho- landa, Lattman-Weltman e Guimarães (2010), essa inovação foi desenvolvida em um ambiente marcado pelos pressupostos da Nova Administração Pública. Fique atento Créditos adicionais: contabilidade pública e IPSAS no Brasil 159 Esse breve histórico demonstra que, nos últimos anos, no Brasil, tem ha- vido espaço para uma nova proposta. Esse espaço é resultado das normas es- tabelecidas pelo governo central. A nova proposta está ancorada em modelos internacionais que, segundo seus criadores, foram elaboradas com base em noções da Nova Administração Pública. Contudo: a. O padrão da legislação da contabilidade pública brasileira ainda é dife- rente do recomendado por países que dão mais destaque aos pressupos- tos da Nova Administração Pública; b. A prática contábil nacional está focada em características orçamentá- rias e de controle fiscal. As mudanças que estão por vir devem alterar o sistema contábil como um todo. Isso deve ocorrer principalmente em relação à produção de informação gerencial, fato que é defendido por acadêmicos. 1. O que representou a introdução do SIAFI como ferramenta de auxílio à administração financeira nas entida- des públicas? a) Uma revolução na tecnologia utilizada na contabilidade brasi- leira, já que os sistemas anteriores eram arcaicos. b) Uma revolução na gestão pública internacional, pois foi o primeiro sistema desse tipo. c) Uma revolução na gestão pública brasileira pela ótica financeira. d) Uma revolução na gestão pública brasileira pela ótica jurídica. e) Uma revolução no poder legislati- vo brasileiro pela ótica financeira. 2. Quais órgãos fazem parte do Comitê Gestor da Convergência no Brasil? a) Conselho Federal de Contabilida- de (CFC) e Comissão de Valores Mobiliários (CVM). b) Banco Central do Brasil (BCB), Ministério da Fazenda (MF) e Instituto dos Auditores Indepen- dentes do Brasil (Ibracon). c) Banco Central do Brasil (BCB), Ban- co do Brasil (BB) e Caixa Econômi- ca Federal (CEF). d) Conselho Fiscal de Contabilidade (CFC), Banco do Brasil (BB), Insti- tuto dos Contabilistas do Brasil (Ibracon) e Comissão de Consór- cios Mobiliários (CCM). e) Conselho Federal de Contabilidade (CFC), Banco Central do Brasil (BCB), Instituto dos Auditores Indepen- dentes do Brasil (Ibracon) e Comis- são de Valores Mobiliários (CVM). 3. Quais mecanismos e métodos diferentes dos estabelecidos pela Lei 4.320/64 foram introduzidos a partir das instruções normativas? a) Reconhecimento da depreciação para bens de uso comum do povo e implantação de novos Exercícios Fundamentos de contabilidade pública160 sistemas computacionais para organização das informações. b) Reconhecimento de bens de uso comum do povo, como patri- mônio público, implantação da depreciação para esses bens e deslocamento do foco do orça- mento para o patrimônio. c) Reconhecimento de bens de uso comum do povo, como patri- mônio público e implantação da depreciação para esses bens. d) Implantação da depreciação para bens de uso comum do povo e deslocamento do foco do orça- mento para o patrimônio. e) Reconhecimento de bens de uso comum do povo, como patri- mônio público, implantação do orçamento para o patrimônio e deslocamento do foco da depre- ciação para o patrimônio. 4. Qual das alternativas representa um dos objetivos da Norma NBC T 16.11, a qual trata sobre o Sistema de Infor- mações de Custos do Setor Público, o SICSP? a) Mensurar, registrar e evidenciar os custos dos produtos, serviços, programas, projetos, atividades, ações, órgãos e outros objetos de custos da entidade. b) Apoiar a avaliação de resultados, descartando a comparação entre os custos da entidade e os custos de outras entidades públicas. c) Apoiar decisões fixas em proces- sos, tais como sempre alugar e produzir exclusivamente de forma terceirizada. d) Apoiar as funções de planeja- mento e orçamento, ocultando informações menos importantes quanto aos custos incorridos e projetados. e) Apoiar programas de redução de custos, mas sem foco específico na qualidade do gasto. 5. Nos últimos anos, no Brasil, exis- te uma transição para uma nova proposta de padrões contábeis, seguindo iniciativas internacionais relacionadas aos conceitos da Nova Administração Pública. Sobre isso é CORRETO afirmar que: a) A prática contábil nacional sem- pre esteve focada em resultados e desempenho. b) As mudanças que estão por vir não devem afetar muito a prática contábil no Brasil, já que muitas ações já foram feitas nesse sentido. c) É importante salientar que é im- prescindível a aplicação da IPSAS específica de Sistema de Custos. d) A contabilidade pública brasileira ainda possui uma legislação em um padrão diferente do recomen- dado pelos países com a aplicação mais profunda dos pressupostos da Nova Administração Pública. e) A legislação contábil brasileira nunca esteve ancorada nos pres- supostos da Nova Administração Pública, já que seguia um padrão internacional diferenciado. Créditos adicionais: contabilidade pública e IPSAS no Brasil 161 DECRETO FEDERAL Nº 6.976. Recuperado de: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ Ato2007-2010/2009/Decreto/D6976.htm>. Acesso em 27/06/2016. LEI COMPLEMENTAR 101 DE 2000. Recuperado de: <http://www.planalto.gov.br/cci- vil_03/leis/LCP/Lcp101.htm>. Acesso em 27/06/2016. LEI FEDERAL 4.320/64. Recuperado de: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/ L4320.htm>. Acesso em 27/06/2016. NORMAS BRASILEIRAS DE CONTABILIDADE APLICADAS AO SETOR PÚBLICO – NBCASP. Recuperado de: <http:// portalcfc. org.br/ wordpress/ wp-content/ uploads/ 2013/01/Setor_ P%C3%BAblico.pdf>. Acesso em 27/06/2016. PORTARIA Nº 184 (MINISTÉRIO DA FAZENDA). Recuperado de: <http://www.fazenda. gov.br/acesso-a-informacao/institucional/legislacao/2008/portaria184>. Acesso em 27/06/2016. RESOLUÇÃO Nº 1.103/07 DO CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE (CFC). Recupera- do de: <www.cfc.org.br/sisweb/sre/docs/RES_1103.doc>. Acesso em 27/06/2016. Leituras recomendadas ANDRADE, N. A. Contabilidade pública na gestão municipal. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2007. ARAUJO, I. P. S.; ARRUDA, D. G.; BARRETO, P. H. T. O essencial da contabilidade pública: teoria e exercícios de concursos públicos resolvidos. São Paulo: Saraiva, 2009. BEZERRA FILHO, J. E. Contabilidade pública: teoria, técnicas de elaboração de balanços e 500 questões. 3. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008. KOHAMA, H. Contabilidade pública: teoria e prática. 11. ed. São Paulo: Atlas, 2010. LIMA, D. V.; CASTRO, R. G. Contabilidade pública: integrando união, estados e municípios. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2009. OLIVEIRA, A. B. S. Controladoria governamental: governança e controle econômico na implantação das políticas públicas. São Paulo: Atlas, 2010. PEREIRA, J. M. Curso de administração pública: foco nas instituições e ações governa- mentais. São Paulo: Atlas, 2008. PISCITELLI, R. B.; TIMBÓ, M. Z. F. Contabilidade pública: uma abordagem da administração financeira pública. 11. ed. São Paulo: Atlas, 2010. Referências Fundamentos de contabilidade pública162 Conteúdo: DICA DO PROFESSOR Confira no vídeo a seguir como ocorreu o processo de atualização da contabilidade pública no Brasil. Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! EXERCÍCIOS 1) O que representou a introdução do SIAFI como ferramenta de auxílio à administração financeira nas entidades públicas? A) Uma revolução na tecnologia utilizada na contabilidade brasileira, já que os sistemas anteriores eram arcaicos. B) Uma revolução na gestão pública internacional, pois foi o primeiro sistema deste tipo. C) Uma revolução na gestão pública brasileira pela ótica financeira. D) Uma revolução na gestão pública brasileira pela ótica jurídica. E) Uma revolução no poder legislativo brasileiro pela ótica financeira. 2) Quais órgãos fazem parte do Comitê Gestor da Convergência noBrasil? A) Conselho Federal de Contabilidade (CFC) e a Comissão de Valores Mobiliários (CVM). B) Banco Central do Brasil (BCB), Ministério da Fazenda (MF) e Instituto dos Auditores Independentes do Brasil (Ibracon). C) Banco Central do Brasil (BCB), Banco do Brasil (BB) e Caixa Econômica Federal (CEF). D) Conselho Fiscal de Contabilidade (CFC), Banco do Brasil (BB), Instituto dos Contabilistas do Brasil (Ibracon) e a Comissão de Consórcios Mobiliários (CCM). E) Conselho Federal de Contabilidade (CFC), Banco Central do Brasil (BCB), Instituto dos Auditores Independentes do Brasil (Ibracon) e a Comissão de Valores Mobiliários (CVM). 3) Quais mecanismos e métodos diferentes dos estabelecidos pela Lei 4.320/64 foram introduzidos a partir das instruções normativas? A) Reconhecimento da depreciação para bens de uso comum do povo e implantação de novos sistemas computacionais para organização das informações. B) Reconhecimento de bens de uso comum do povo, como patrimônio público, implantação da depreciação para esses bens e deslocamento do foco do orçamento para o patrimônio. C) Reconhecimento de bens de uso comum do povo, como patrimônio público e implantação da depreciação para esses bens. D) Implantação da depreciação para bens de uso comum do povo e deslocamento do foco do orçamento para o patrimônio. E) Reconhecimento de bens de uso comum do povo, como patrimônio público, implantação do orçamento para o patrimônio e deslocamento do foco da depreciação para o patrimônio. 4) Qual das alternativas representa um dos objetivos da Norma NBC T 16.11, a qual trata sobre o Sistema de Informações de Custos do Setor Público, o SICSP? A) Mensurar, registrar e evidenciar os custos dos produtos, serviços, programas, projetos, atividades, ações, órgãos e outros objetos de custos da entidade. B) Apoiar a avaliação de resultados, descartando a comparação entre os custos da entidade e os custos de outras entidades públicas. C) Apoiar decisões fixas em processos, tais como sempre alugar e produzir exclusivamente de forma terceirizada. D) Apoiar as funções de planejamento e orçamento, ocultando informações menos importantes quanto aos custos incorridos e projetados. E) Apoiar programas de redução de custos, mas sem foco específico na qualidade do gasto. 5) Nos últimos anos, no Brasil, existe uma transição para uma nova proposta de padrões contábeis, seguindo iniciativas internacionais relacionadas aos conceitos da Nova Administração Pública. Sobre isso é CORRETO afirmar que: A) A prática contábil nacional sempre esteve focada em resultados e desempenho. B) As mudanças que estão por vir não devem afetar muito a prática contábil no Brasil, já que muitas ações já foram tomadas neste sentido. C) É importante salientar que é imprescindível a aplicação da IPSAS específica de Sistema de Custos. D) A contabilidade pública brasileira ainda possui uma legislação em um padrão diferente do recomendado pelos países com a aplicação mais profunda dos pressupostos da Nova Administração Pública. E) A legislação contábil brasileira nunca esteve ancorada nos pressupostos da Nova Administração Pública, já que seguia um padrão internacional diferenciado. NA PRÁTICA Como aplicação das normas brasileiras de contabilidade aplicadas ao setor público, pode-se citar como exemplo a norma NTC T 16.3, que versa sobre o planejamento e seus instrumentos sob o enfoque contábil. De acordo com esta norma, são estabelecidas bases para o controle contábil como forma de auxiliar na tomada de decisão no controle da administração pública. SAIBA MAIS Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor: NBCASP - Normas Brasileiras de Contabilidade Aplicadas ao Setor Público sob a ótica das IPSAS: um estudo comparativo Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! O Efeito das Normas Internacionais de Contabilidade do Setor Público (IPSAS) sobre a Aplicabilidade dos Índices de Kohama para Análise de Balanços Patrimoniais da União Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! Normas internacionais de contabilidade para o setor público Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
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