Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Envelhecimento Introdução O envelhecimento é um processo dinâmico e previsível Não há um marcador biológico que indique o início do envelhecimento Envelhecimento (fase de toda a vida): Nascimento desenvolvimento puberdade maturidade envelhecimento morte Marcador da puberdade na mulher; menarca “Processo dinâmico e progressivo, no qual há modificações morfológicas, funcionais, bioquímicas e psicológicas, que determinam perda da capacidade de adaptação do indivíduo ao meio ambiente, ocasionando maior vulnerabilidade e maior incidência de processos patológicos que puderam leva-lo à morte” (Papaléo Netto e Pontes, 1996) “O envelhecimento se caracteriza pós redução da capacidade de adaptação homeostática perante situações de sobrecarga funcional do organismo” (Comfort, 1979) Capacidade adaptativa Redução da capacidade adaptativa homeostática frente a uma sobrecarga funcional do organismo Homeostenose: “o precipício” Fatores extrínsecos relacionados ao envelhecimento Envelhecimento usual ou comum (intensificam o envelhecimento) Dieta Sedentarismo Causas psicossociais Envelhecimento saudável Fatores genéticos Boa funcionalidade física e mental Estilo de vida ativo Baixo risco de doenças Conceitos Senescência Envelhecimento primário Alterações relacionadas ao envelhecimento normal Senilidade Envelhecimento secundário Modificações relacionadas a afecções que acometem o idoso Independência: capacidade de realizar algo por seus próprios meios (em relação a algo: financeiro, emocional, físico e social) Autonomia: capacidade de decisão Capacidade funcional: é a aptidão do idoso para realizar tarefas que permitam que cuide de si mesmo e tenha uma vida independente do meio Funcionalidade: o grau de autonomia e independência, sendo avaliada por métodos específicos Atenção Capacidade funcional e funcionalidade são avaliações consideradas como parte importante para avaliação de qualidade de vida e prognóstico de sobrevida A discriminação entre senescência e senilidade é imprecisa Nos idosos portadores de doença, somam-se o efeito do envelhecimento normal e o causado pela doença Deve-se buscar a autonomia e a independência sempre que possível Reprodução Em um ambiente em mutação, a reprodução combinada com uma duração de vida finita se mostrou uma estratégia bem sucedida para adaptação Degeneração aleatória como consequência da “negligência” de evolução não adaptativa A reprodução seleciona o sucesso evolutivo até a maturidade Processos celulares Formação de radicais livres (oxidação) em relação em cadeia Alterações mitocondriais: Diminuem em sua quantidade e aumentam em tamanho (megamitocondria) Alterações estruturais, vascualização e ruptura da crista Redução de atividade dos complexos mitocondriais, reduzindo a produção de ATP Limite de Hayflick: limite de mitoses baseado no tamanho dos telômeros – relógio celular Expressão genética: reduz a expressão de genes e proteínas associados a mitocôndria e aumentam os genes associado com inflamação, reparo do genoma e o estresse oxidativo Comprometimento de autofagia: acúmulo de resíduos que depositam e alteram as funções celulares (lipofucina, tau, beta-amiloide) Alterações fisiológicas no idoso Composição corporal Início do envelhecimento: 25 anos? Alterações na composição corporal Aumento de gordura Diminuição: Celularidade Água corporal total (intracelular) Musculatura (fibras tipo II/contração rápida), principalmente nas mãos (a partir dos 70 anos, 40% menos que com 20 anos) Pele Pele normal É o ”invólucro que nos separa do meio externo, previne a perda de água, regula o equilíbrio hidroeletrolítico, controla a temperatura corporal, recebe os estímulos sensoriais de tato, pressão, temperatura e dor” Acumula funções excretoras e protetoras Presente na pele: melanócitos, glândulas sudoríparas, sebáceas, unhas, pele, cabelos Alterações Torna-se seca: diminuição e espessamento das glândulas sebáceas Facilmente formam-se bolhas e lesões: papilas dérmica e menos profundas, menor junção entre epiderme e derme Melanócitos diminuem: 8 a 20% por década após os 30 anos Aumento de incidência de câncer de pele: diminuição da reposição de células da epiderme, maior exposição de raios UV e redução de células de Langerhans Perda de elasticididade e formação de rugas: menos número de fibras elásticas e de colágeno na derme Diminuição da temperatura e aumento de dermatites: redução da vascularização Pálpebras Há flacidez: Pálpebras superiores: limitação dos campos visuais Pálpebras inferiores: deslocamento do orifício de entrada do canal lacrimal, provocando lacrimejamento Atrofia da fáscia palpebral: leva à herniação da gordura orbitária, produzindo bolsas embaixo dos olhos Olhos Diminuição da secreção lacrimal Diminuição da capacidade de acomodação ou de focalização de objetos próximos Catarata Musculatura A massa muscular diminui quase 50% entre 20 e 90 anos A força muscular máxima é por volta dos 30 anos Perda de 15% por década a partir dos 50 anos Perda de 30% aos 70 anos Perda de 50% aos 80 anos Redução em número e volume de fibras Musculatura da panturrilha diminui significamente Diafragma sofre pouca alteração Redução de comprimento de coluna vertebral Perda óssea Fâneros número de glândulas sudoríparas + dos vasos sanguíneos da derme e da espessura do tecido celular subcutâneo = dificultam e termorregulação Glândulas sebáceas mantêm seu número constante, mas seu tamanho aumento enquanto a liberação de gordura e a produção de cera diminuem Perda progressiva de melanócitos nos bulbos capilares: embranquecimento dos cabelos Marcha e equilíbrio Menor balanço dos braços Passos menores Bases alargadas Cifose torácica, flexão do quadril e joelhos “Volta” do corpo em blocos Maior risco de quedas Alterações cardiovasculares Apoptose e regeneração por células tronco: ao longo da vida é reposto no total 18x todas as células Perda progressiva dos miócitos Aumento do volume celular como resposta: hipertrofia do VE (aumento médio de 1g/ano em homens e 1,5g/ano em mulheres) Redução da capacidade contrátil Redução de células do nó sinusal: aos 75 anos apenas 10% do total, além de perda de células no feixe de His Acúmulo de proteína amiloide (50% em maiores de 70 anos) Alteração arterial Diferente da aterosclerose (que o comprometimento é na camada íntima), há um comprometimento da camada média das artérias causa rigidez da parede arterial Aumento da pressão sistólica: velocidade de onda de pulso aumentada + aneurisma de aorta Redução da pressão diastólica: o coração perfunde na diástole + Cuidado com anti-hipertensivos Alterações cardiovasculares aspecto funcional A FC máxima durante o exercício diminui com a idade. Formula clássica (220-idade) Diminuição ao estímulo beta adrenérgico Aumento das catecolaminas plasmáticas durante o exercício Aumento do volume diastólico final A fração de ejeção no repouso não se altera no idoso saudável A fração de ejeção em forço diminui, reduz a fase de enchimento rápido ventricular e compensa mais a sístole atrial B4 é comum em pessoas com mais de 75 anos Fibrilação atrial pode precipitar insuficiência cardíaca em idosos Diminuição da sensibilidade dos barorreceptores, alteração da PA com mudanças posturais Sistemanervoso O cérebro adulto tem aproximadamente 86 bilhões de neurônios (de 10 a 15x o número de células gliais) A perda do volume cerebral é de 2 a 3% por década a partir dos 50 anos e o peso diminui 8% do peso máximo quando adulto Lentidão da síntese de proteína Aumento da oxidação de proteínas e glicolisação Acúmulo de intraneural de neurofibrilas Alteração na condução nervosa e diminuição das sinapses Envelhecimento da membrana hematoencefálica, tornando-se menos permeável a substâncias tóxicas Rarefação da substância branca (leucariose) Enovelados neurofibrilares e placas senis (menos que no Alzheimer) Cognição deteriora O número de células da micróglia (sistema imune) permanece inalterada O número de células da micróglia (sistema imune) torna-se mais permeável a substâncias toxicas Diminuição O volume cerebral diminui 7cm³/ano após 65 anos Perda maior nos lobos frontal e temporal e perda maior de substância branca que cinzenta O fluxo sanguíneo cerebral diminui heterogeniamente de 5 a 20%, por diminuição da autorregulação Diminuição da água extracelular quanto intracelular Diminuição da síntese lipídica Perdas de axônios e mielina Diminuição dos receptores Diminuição dos neurotransmissores como ACH e dopamina Diminuição dos peptídeos reguladores Células do corno anterior da medula diminuem Perda da sensibilidade Vibratória Superficial Dolorosa Disfunção autonômica Reatividade pupilar Temperatura corporal Autorregulação cardíaca Alterações cognitivas e comportamentais Alteração da memória episódica Diminuição da função executiva Diminuição da capacidade de atenção e concentração Comprometimento de fluência verbal Capacidade de solucionar problemas e aprender informações novas diminui após os 30 anos Fluência verbal comprometida a partir dos 70 anos O sistema nervoso se mantém íntegro pela plasticidade sináptica e compensação dos danos ocorridos Sono Sono REM não se altera Os períodos de apneia ocorrem no sono REM: jovens possuem 5 episódios, enquanto idosos podem chegar a 50 Possíveis consequências de apneia - Noites mal dormidas - Sono entrecortado - Sonolência durante o dia - Mau humor - Perda de memória - Cefaleia - Depressão - Arritmias cardíacas - Hipertensão pulmonar Sono não REM Aumento das fases 1 e 2 (facilidade de despertar) Diminuição dos estágios 3 e 4 (sono mais profundo) Sistema respiratório A partir de 25 anos: VO2 máxima diminui em 5mL/kg/min/década Alterações Pulmões mais volumosos Brônquios e bronquíolos se alargam Alvéolos se tornam mais flácidos com perda do tecido septal O tórax rígido, calcificação da costela com o esterno Aumento de ar nas vias de condução (espaço morto) Diminuição de ar em alvéolos e piora da relação ventilação perfusão Capacidade vital do pulmão diminui, chegando em 75%; porém, o volume residual aumenta em 50% Surfactante - Produção diminuída - Formação de atelectasia - Aumento da permeabilidade alveolar (pode levar a edema pulmonar) Controle da respiração Diminuição da força e da resistência da musculatura respiratória Tosse menos vigorosa Função mucociliar mais lenta Maior risco de pneumonia Diminuição dos receptores da respiração - Central (pH e CO2): bulbo - Periférico (O2 e CO2): quimiorreceptores carotídeo e aórtico Sistema hematopoético Função da medula óssea não se modifica Aos 70 anos, a celularidade óssea no osso ilíaco é de 30% menor que no adulto jovem As células periféricas são mantidas O feedback da EPO está mantido, mas a secreção dela está diminuída em resposta a anemia por deficiência de ferro, devido a presença de citocinas inflamatórias (IL6) que aumentam com a idade O número de plaquetas não se altera com o envelhecimento, mas fatores pró-coagulantes, fibrinogênio, fator V, VII, VIII, IX, ciniogênio, pré- calicreína aumentam, sendo o envelhecimento um fator de risco para trombose Sistema urinário Perda de tecido renal a partir dos 50 anos Função renal chega a metade aos 85 anos Peso renal: 60 anos: 250g 70 anos: 230g 80 anos: 190g A creatinina: diminuída Secreção tubular: aumentada (permanece em valores normais mesmo com a diminuição de função) Função glomerular e tubular Perda de habilidade de concentrar a urina Incapacidade de equilibrar o organismo frente a uma desidratação ou sobrecarga hídrica Diminuição de reposta ao ADH Mais propensos a hiponatremia e hipocalemia Deve-se manter uma ingesta hídrica adequada, mas o idoso devido à falta de sede, solidão, imobilidade e evitar incontinência urinária, ingerem inadequadamente água Sistema endócrino Declínio de função tireoidiana Alteração de mecanismo de regulação do cálcio Intolerância à glicose Aumento do colesterol TGI Esôfago Hipertrofia da musculatura esquelética do terço superior do esôfago Diminuição das células ganglionares mioentéricas (coordenam a peristalse) Aumento da espessura da musculatura lisa Motilidade esofagiana pode ser anormal por diminuição da amplitude de concentração muscular após a deglutição ou por concentrações terciárias 35 a 50% das pessoas entre 50 e 75 anos podem ter incompetência esfincteriana distal do esôfago, refluo e esofagite Estômago Diminuição das células parietais e aumento dos leucócitos intestinais Diminuição da secreção de ácido clorídrico e pepsina, dificultando a digestão de alimentos, principalmente ricos em proteínas Mais de 50% dos idosos são colonizados por H. pylori (prevalência aumenta com idade) Dificuldade de esvaziamento gástrico pela diminuição da motilidade, gastroparesia Estômago mais exposto a lesões, com gastrite e úlcera pépticas. Causa sangramento em maiores de 60 anos Intestino delgado Diminuição de absorção: - Vitamina D - Cálcio - Ferro Diminuição da sensibilidade nos neurônios mioentéricos (presença de úlceras indolores) Má absorção vasculares: angiodisplasias Intestino grosso Atrofia da mucosa, anomalia das glândulas mucosas e atrofia da camada muscular externa Perda dos neurônios intrínsecos sensoriais, diminuição da resposta visceral a perfuração e a isquemia Constipação Incontinência fecal: baixo tônus do esfíncter anal Divertículos são frequentes: 40% em pessoas acima de 50 anos Fígado Diminuição - 37% do tamanho - Fluxo sanguíneo - Diminuição do sistema reticuloendotelial dos hepatócitos: reduzindo a capacidade de metabolização, aumentando a susceptibilidade a intoxicações por medicamentos - Conteúdo do citocromo p450 diminui - Diminuição da produção de bile (alto índice litogênico: formção de cálculos) Depósito de lipofucsina Produção proteica e provas hepáticas não se alteram
Compartilhar