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Prova sobre Colonização Brasileira

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UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
FACULDADE DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS HUMANAS
História do Brasil I – 2020.1
Discente: Yasmim Calazans Pereira
Docente: Daniela Calainho
Avaliação III
2) Como o autor S. Schwartz analisa a ideia de “nobreza da terra” para caracterizar as elites coloniais?
	Na segunda metade do século XVII, havia uma disputa de poder entre os habitantes de Olinda, os quais eram ricos senhores de engenho, e os moradores de Recife, os quais eram comerciantes portugueses. Sucedia que os senhores de engenho achavam-se “nobres”, grandes aliados da coroa portuguesa e por isso queriam ser tratados de um modo diferente. 
Schwartz cita que no Brasil, ser senhor de engenho corresponde a um título de nobreza. Os senhores de engenho faziam parte da elite colonial, porém, o prestígio desse título não significava riqueza, por mais que os senhores de engenho tivessem gosto pela hospitalidade luxuosa, alto estilo de vida com atributos de um estilo de vida nobre. Apesar desse gosto, os retornos econômicos dos plantadores não parecem ter sido exorbitantemente altos quanto em certas avaliações modernas, superestimando a produção e subestimando os custos. 
3) Sobre a introdução, produção e comércio do açúcar no Brasil colonial, identifique e explique cinco características importantes. 
	A introdução da cana-de-açúcar e do início da indústria açucareira no Brasil começa na década de 1530, onde os engenhos estabeleciam boa parte da estrutura da colônia e sua sociedade.
	Umas das principais características desse período são dos engenhos como grandes propriedades rurais e os senhores de engenho, como proprietários, tinham o poder econômico em suas mãos, a chamada aristocracia rural. Cuthbert Pudsey, inglês que visitou o Brasil no início do século XVII, registrou o caráter social dos engenhos de açúcar, o poder de seus proprietários e como os engenhos serviram como “polos de colonização”. Pudsey destacou que todos os engenhos possuíam “uma capela, uma escola, um padre, um barbeiro, um ferreiro, um sapateiro, um carpinteiro, um marceneiro, um oleiro, um alfaiate e todos os demais ofícios necessários” e que todo engenho era uma comunidade e o senhor de engenho, o poder maior daquele local, servia também como promotor e juiz da comunidade. As propriedades açucareiras colaboraram para estruturar a natureza da colônia e determinar a sua trajetória social, e a saúde da indústria estabeleceu os padrões do sucesso da colônia.
	Outra característica forte é o cultivo da cana-de-açúcar nos engenhos para produzir açúcar para a venda no mercado europeu. Há indícios que o açúcar já era produzido no Brasil na década de 1510 e de o açúcar brasileiro chegava ao mercado de Antuérpia nessa época. Porém, sob o regime dos donatários, a indústria açucareira começou a evoluir. Entre o período do início do governo geral do Brasil e meado do século XVII, o açúcar brasileiro dominou o mercado europeu. Um relatório da primeira década do século XVII no Brasil relata: “A mais excelente fruta e droga do açúcar cresce em toda esta província em tal abundância que pode abastecer não só o Reino [Portugal] como todas as províncias da Europa, sabendo-se que rende para o tesouro de Sua Majestade cerca de 500.000 cruzados e uma quantia equivalente para indivíduos privados”. 
	Mais uma característica do período, se não a mais memorável, foi o uso da mão de obra escrava africana. Em 1542, o donatário Duarte Coelho assumiu um papel rígido no lançamento da indústria açucareira, requisitando autorização real para adquirir africanos como escravos. Os escravos africanos e afro-brasileiros viriam a prevalecer na economia açucareira, após a transição dos índios para os africanos como trabalhadores na indústria, o que resultou em uma expansão na economia açucareira brasileira no final do século XVI. 
	E por último, o transporte e comercialização do açúcar no mercado europeu pelos holandeses, o que gerou uma grande crise, em meados do século XVII. A conquista de Pernambuco pelos holandeses descontrolou a indústria açucareira na região (região muito influente na produção) exercendo pressão sobre a economia açucareira administrada pelos portugueses no restante do Brasil. Após os holandeses serem expulsos do Nordeste, passaram a cultivar e produzir açúcar em suas colônias. O produto holandês obteve grande êxito no mercado europeu, que deixou o açúcar brasileiro para trás. Essa concorrência efetivou uma queda drástica na produção e cultivo do açúcar. Sendo assim, em meados do século XVIII, a concentração voltou-se à região de Minas Gerais, com a exploração de ouro, colocando a economia açucareira em segundo plano.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
FRAGOSO, João; GOUVEIA, Maria de Fátima. O Brasil colonial: volume II (1580-1720). Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2014. p.273-307.
SCHWARTZ, Stuart. B, Segredos Internos: Engenhos e escravos na sociedade colonial, 1550-1835. São Paulo: Companhia das Letras/Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPc), 1988. p.209-223.

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