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1 Histologia Isadora Lessa Chaves Notas de Aula da Prof. Juliana Massote Sistema Digestório O sistema digestório apresenta inúmeras funções como: Transporte de H2O e alimentos ingeridos Esses alimentos ingeridos posteriormente precisam ser digeridos (quebrados) em micronutrientes para depois serem absorvidos ao longo do trato gastrointestinal Secreção de substancias que participam do processo de digestão Líquidos Enzimas digestivas Suco pancreático: destaque para o ácido clorídrico (HCI) secretado no estomago Muco; Anticorpos Digestão Absorção Os macronutrientes digeridos em micronutrientes são absorvidos, penetrando na circulação sanguínea e sendo então distribuídos para todas as células do nosso corpos O intestino delgado e o intestino grosso são os responsáveis por essa função. Excreção O muco, bactérias, células descamadas e outras substancias que não foi digerido e absorvido, são eliminadas do organismo pelo processo de defecação Todo o trato gastrointestinal na sua superfície voltada para a luz do tubo digestivo apresenta um revestimento mucoso (mucosa) A mucosa apresenta inúmeras funções, como: Secreção: existem células presentes na mucosa ao longo do trato gastrointestinal que secretam essas diferentes substancias Absorção: a nível de intestino delgado e grosso temos os enterócitos presentes nesse revestimento. Barreira: impede a entrada de substancias nocivas ao nosso organismo, como antígenos ou diversos patógenos Proteção imunológica: presente na mucosa existem vários tecidos linfoides que vão atuar como um primeira linha de defesa imune para o corpo Órgãos do Sistema Digestório O sistema digestório inicia-se na cavidade bucal e vai até o anus. Tubo digestivo: Cavidade bucal Faringe Esôfago Estomago Intestino Delgado Intestino Grosso Anus Órgão anexos: Língua Dentes Glândulas Salivares Pâncreas Fígado Vesícula biliar Cavidade Oral (boca) Importantes regiões anatômicas da cavidade oral: Lábio superior e inferior: apresenta três regiões importantes que são a superfície voltada para a cavidade oral, o vermelhão do lábio e a superfície voltada para a pele Vestíbulo bucal superior e inferior: se localiza entre o lábio e o arco dental 2 Histologia Isadora Lessa Chaves Notas de Aula da Prof. Juliana Massote Dentes: se ligam ao osso maxilar e mandibular através do ligamento periodontal Cavidade bucal: inicia-se na parte posterior aos arcos dentais e vai até o arco palatofaríngeo, na região conhecida como istmo das fauces. Componente da cavidade bucal | | Palato: é o limite superior, conhecido como céu da boca Palato duro: localizado anteriormente, essa região é inserida no osso maxila e palatino Palato mole: posteriormente, é desprovido de osso e a sua inserção é sobe o musculo estriado esquelético Úvula: projeção muscular Mucosa jugal: é o limite lateral da cavidade, conhecida como bochecha interna. Assoalho bocal: localiza-se abaixo da língua. Formada pelo músculos mio-hioide e gênio-hioide Língua: possui a porção dorsal (superior) e o ventre (parte inferior, voltada para o assoalho). A língua apresenta o corpo, que são os 2/3 anteriores, e a raiz que é o 1/3 posterior, voltada para orofaringe. Na cavidade bucal desembocam ductos provenientes de glândulas salivares maiores, como as parótidas, as sublinguais e submandibulares. Essas possuem a função de secretar a saliva, que desaguar diretamente na cavidade bucal. Funcoes da cavidade bucal | | A cavidade bucal apresenta funções importantes como: Digestão: Umedecimento: com o auxílio da saliva ocorre um umidificação do alimento, homogeneização e lubrificação Homogeneização Lubrificação Ação mecânica: com auxílio dos dentes e os músculos da mastigação ocorre a ação mecânica sobre os alimentos, triturando-os Ação química (amilase e lipase salivar): na saliva temos presente duas enzimas digestivas que em contato com o alimento gera uma ação química Gustação No dorso (1/3 posterior) da língua apresentamos papilas linguais gustativas, que auxiliam no sentido do paladar Defesa Essa função de defesa é executada pelas tonsilas palatinas (amigdalas), que se situa entre o arco palatoglosso e o arco palatofaríngeo bilateralmente, e pelas tonsilas linguais que ficam na porção dorsal da raiz da língua. caracteristicas histologicas da cavidade bucal | | Todo o trato gastrointestinal tem um revestimento por tecido epitelial, a mucosa. A mucosa oral apresenta algumas características que diferem de acordo com a região e localização na cavidade oral. Existem 3 tipos de mucosa, que são: Mucosa mastigatória: é a mucosa presente no palato duro e na gengiva inserida no osso alveolar, na arcada superior e inferior. Essa é uma mucosa mastigatória que apresenta na sua última porção a camada córnea com queratina, essa é necessária para uma maior proteção pois essas regiões recebem muito atrito no processo mastigatório. Mucosa de revestimento não queratinizada: presente no palato mole, bochecha, assoalho lingual, ventre de língua, mucosa alveolar e na superfície bucal do lábio. Mucosa especializada dorso da língua (papilas linguais): presente no dorso da língua, é uma mucosa especializada pois nesse local estão inseridas as papilas linguais. 3 Histologia Isadora Lessa Chaves Notas de Aula da Prof. Juliana Massote Submucosa: localizado abaixo da mucosa, possui um tecido conjuntivo mais desenvolvido e em alguns lugares apresentam glândulas salivares menores. Túnica externa: é a mais externa. Em algumas regiões essa camada vai terminar em músculos estriado esquelético e em algumas a túnica externa vai ser compreendida por osso. Mucosa mastigatoria | | A mucosa mastigatória é queratinizada, sendo assim na porção superior da gengiva e no palato duro temos um epitélio estratificado pavimentoso queratinizado Esse epitélio na última camada apresenta a camada córnea, rica em queratina. Apresenta muitas papilas e cristas epiteliais, portanto a camada submucosa vai apresentar uma lamina própria papilar com um tecido conjuntivo mais frouxo e uma lamina própria reticular com o tecido conjuntivo mais denso. Vale ressaltar que no palato duro e na gengiva inserida a submucosa, as células, fibras colágenas da submucosa vão ser conectadas diretamente ao osso Figura 1 - Nessa imagem é possivel observar com mais detalhes o epitélio estratificado pavimentoso queratinizado. A região mais clara é a camada córnea. O epitélio queratinizado da mucosa mastigatória pode apresentar-se paraqueratinizado. Nesse caso as células da camada superficial não perdem os núcleos que são picnóticos. Esses núcleos só serão eliminados juntamente com a célula quando esfoliada. Picnóticos: núcleos altamente condensados. O epitélio estratificado pavimentoso queratinizado da mucosa mastigatória é muito semelhante a epiderme da pele, porem esse não possui a presença do estrato lucido. É possivel observar a camada granulosa, com células contendo granulo de querato-hialina e logo na sequencia temos o estrato córneo, sem a presença do estrato lucido Mucosa de revestimento | | Nas bochechas, palato mole, assoalho, lábio (sup. Interna), língua (sup. Ventral) e a mucosa alveolar (parte da gengiva livre de osso) temos uma mucosa de revestimento, onde essas células possui um epitélio estratificado pavimentoso não queratinizado.Esse epitélio da mucosa de revestimento é mais espesso que o da mucosa mastigatória, porém não apresenta queratina. Abaixo desse epitélio, na lamina própria e na submucosa temos a presença de glândulas salivares menores Na camada submucosa temos grandes quantidade de fibras colágenas e elásticas que ligam esse epitélio a um musculo esquelético adjacente Mucosa mastigatória X Mucosa de revestimento Epitélio estratificado pavimento queratinizado ou paraqueratinizado Epitélio estratificado pavimentoso não queratinizado Reveste o palato duro. Na rafe palatina e na gengiva, não apresenta submucosa. Reveste o palato mole, possui submucosa em toda as regiões. 4 Histologia Isadora Lessa Chaves Notas de Aula da Prof. Juliana Massote O palato duro vai apresentar o osso maxila e o osso palatina. Na divisão desses ossos temos uma região central, conhecida como rafe palatina. A rafe palatina e a gengiva inserida no osso alveolar são mucosas mastigatórias aderidas diretamente ao osso sem apresentarem camada submucosa. Sendo assim essas regiões apresentam o epitélio estratificado pavimento queratinizado, abaixo dele uma lamina própria e a mucosa já aderida ao osso adjacente A metade direita e esquerda do palato duro, laterais a rafe palatina, apresentam zona que vão conter submucosa. Zona adiposa: parte anterior, nesse local a camada submucosa é rica em tecido adiposo Zona glandular: submucosa rica em glândulas salivares menores O palato mole apresenta uma mucosa de revestimento não queratinizado, sendo um epitélio estratificado pavimento não queratinizado, abaixo a lamina própria e logo depois a submucosa. A submucosa do palato mole tem a presença de glândulas salivares menores, que serão continuas as glândulas salivares da zona glandular. Língua A língua é um órgão muscular que apresenta fibras musculares estriadas esqueléticas extrínsecas e intrínsecas. Essas estão dispostas em feixes, em 3 planos de diferentes direções, possibilitando uma enorme flexibilidade e precisão nos movimentos da língua, favorecendo e auxiliando na fala, na digestão e na deglutição. A língua apresenta um superfície dorsal e uma superfície ventral. Superfície ventral: apresenta uma mucosa de revestimento, ou seja, mucosa cujo o epitélio é estratificado pavimentoso não queratinizado Superfície dorsal: é dividida em duas 3 porções, sendo os 2/3 anteriores o corpos da língua e o 1/3 posterior a raiz da língua Porção anterior: apresenta uma mucosa especializada que possui irregularidade e elevações conhecidas como papilas linguais. Porção posterior: apresenta uma mucosa de revestimento, com o epitélio estratificado pavimentoso não- queratinizado Abaixo das mucosas de revestimento do dorso e do ventre da língua, entremeado as fibras musculares, pode existir uma quantidade variável de tecido adiposo e de glândulas salivares linguais. Na raiz da língua encontramos as tonsilas linguais. superficie dorsal | | A superfície dorsal da língua é dividida em 2/3 anteriores conhecidos como corpo da língua e 1/3 posterior que é a raiz da língua. Corpo da língua (2/3 anteriores): Tem a presença de um sulco terminal em forma de V. Essa região é revestida pela mucosa especializada Onde se localiza as papilas linguais, que são: Filidormes Fungiformes Foliadas Valadas Algumas dessas papilas apresenta botões gustativos, que possuem a função do paladar 5 Histologia Isadora Lessa Chaves Notas de Aula da Prof. Juliana Massote Raiz da língua (1/3 posterior): Onde se localiza as tonsilas linguais As tonsilas linguais são recobertas por uma mucosa de revestimento, ou seja, um epitélio estratificado pavimento não queratinizado. Abaixo desse epitélio temos localizadas as tonsilas linguais o As papilas filiformes são distribuídas por toda a superfície dorsal anterior da língua. São bem pequenas porém muito numerosas na espécie humana, sendo então as mais frequentes Apresentam projeções crônicas e bastante alongadas de tecido conjuntivo, recoberto por um epitélio estratificado pavimentoso altamente queratinizado. Essas papilas não apresentam botões gustativos, sendo assim não possui função de paladar. Essas papilas auxiliam no papel mecânico da digestão, auxiliando na apreensão do alimento e no processo mastigatório. o As papilas fungiformes recebem esse nome por ter um formato de cogumelo São bem menos frequentes e se localizam entremeadas as papilas filiformes Essas papilas fungiformes apresentam alguns botões gustativos. o As papilas folhadas são numerosas cristas baixas, intercaladas por fendas mucosas bem profundas. Essas fendas estabelecem um ângulo reto com o longo eixo da língua. Abaixo das papilas folhadas podemos observar glândulas serosas, cujo os ductos desembocam nas fendas. Essas papilas são pouco desenvolvidas e frequentes nos seres humanos. Se situam na região dorsolateral da língua Apresentam botões gustativos, porem em números muito mais abundantes do que as papilas fungiformes 6 Histologia Isadora Lessa Chaves Notas de Aula da Prof. Juliana Massote o As papilas valadas situam-se anteriormente ao V lingual, ficam imediatamente anteriores ao sulco terminal. Apresentam em número de 8 a 12 papilas nos seres humanos São estruturas grandes, possuem o formato de cúpula. Cada papila é circundada por uma invaginação, semelhante a uma vala, conhecida como sulco anular. Essa invaginação é revestido por um epitélio estratificado pavimentoso, cuja a superfície voltada para o sulco apresenta numeroso botões gustativos Figura 2 - Nessa imagem é possivel observar o sulco anular dos dois lados da papila e no revestimento epitelial voltado para o sulco anular mas presente na papila é possivel observar numerosas estruturas esféricas e claras que são os botões gustativos. Próximo ao suco anular e as papilas circunvaladas encontramos glândulas salivares linguais serosas, conhecidas como Glândulas de Von Ebner. Essas glândulas apresentam ductos que vão desembocar no sulco anular. Botoes gustativos | | Os botões gustativos são estruturas ovoides que apresentam uma coloração mais pálida, que ficam situadas entre as células do epitélio que reveste a papila valada. Os botões gustativo apresentam na sua superfície apical, voltada para o sulco anular, uma abertura pequena conhecida como poro gustativo. Os botões gustativos apresentam 3 tipos de células, que são: as células neuroepiteliais (ou sensitivas), células de sustentação e células basais. Células neuroepiteliais ou sensitivas: São mais numerosas São células mais alongadas que se estendem da lamina basal até a superfície do poro gustativo. Na superfície do poro gustativo emite microvilosidades que se concentram dentro dessa pequena abertura do poro. Na base essas células se conectam a neurônios sensitivos aferentes e portanto são chamadas de células sensitivas, pois fazem sinapse com esses neurônios. O alimento ingerido penetra no sulco anular na papila valada, as substancias que emitem sabores vão ativar os receptores de superfície nas células neuroepiteliais. Essa informação sensitiva, vai fazer sinapse com esses neurônios aferente sensitivos levando essa informação sensorial até o sistema nervoso central Células de sustentação: Menos numerosas Possui uma forma semelhante as células neuroepiteliais, também são alongadas, indo desde a lamina basal até a superfície do poro onde possuem microvilosidades. O seu diferencial é que essascélulas de sustentação não fazem sinapse com os neurônios aferentes sensitivos Células basais: Situam-se na base do botão gustativos São células tronco, sendo assim dão origem as outras duas células 7 Histologia Isadora Lessa Chaves Notas de Aula da Prof. Juliana Massote glandulas linguais | | Na língua temos glândulas salivares com secreções serosas (von Ebner) e com secreções mucosas (de Weber). o Localizada próximas as papila valadas São glândulas cuja a secreção é serosa. Desembocam no sulco anular da papila valada A secreção serosa tem alto teor enzimático de lipase Lipase: impede a retenção de partículas hidrofóbicas no sulco anular ou sobre os botões gustativos O fluxo de saliva remove partículas da superfície dos botões, permitindo que esses fiquem disponíveis para os outros alimentos que penetrar façam a estimulação neuronal. Resumindo as glândulas de von Ebner tem a função de fazer a limpeza do sulco anular, para que outro alimente possa penetrar e estimular os botões gustativos. o São puramente mucosas É tipo mais numeroso de glândulas salivares linguais Se localizam posteriormente às papilas valadas, na região faríngea da língua (raiz lingual), se estendendo para frente e se misturando com as glândulas de Von Ebner Os ductos se abrem nas tonsilas linguais Essas glândulas tem como função lavar as criptas tonsilares Devido a esse mecanismo de limpeza, dessa saliva mucosa mais musipara que é desalojada nas tonsilas linguais, raramente há infecção nas tonsilas linguais Raiz da lingua | | o As tonsilas linguais se localizam na lamina própria da raiz da língua A raiz da língua inicia no sulco terminal e ela vai possuir uma mucosa de revestimento, um epitélio estratificado pavimentoso não queratinizado, que irá invaginar para a lamina própria formando as criptas. São nessas criptas que os ductos das glândulas de von Weber vão desaguar suas secreções para auxiliar na limpeza das tonsilas linguais Abaixo da mucosa de revestimento da lamina própria se localizam as tonsilas linguais que vão conter tecido linfoide difuso e alguns até formando nódulos linfoides com centros germinativos As tonsilas linguais são considerados órgãos linfoides secundários. Figura 3 - Nessa imagem aumentada é possivel vê a regiões das criptas (C), a mucosa de revestimento(E), na lamina própria é possivel observar os folículos linfoides com os centros germinativos (F) e tecido linfoide difuso (L) formando a região das tonsilas linguais. 8 Histologia Isadora Lessa Chaves Notas de Aula da Prof. Juliana Massote Musculatura e revestimento ventral | | O revestimento dorsal é um revestimento com uma mucosa especializada, com papilas filiformes O revestimento ventral é um revestimento mucosa, com epitélio estratificado pavimentoso não queratinizado No eixo conjuntivo muscularas fibras musculares da língua são fibras musculares estriadas esqueléticas que apresentam diferentes direções. Temos eixos longitudinais (A), eixo perpendicular (B) e fibras circulares (C). Labios O lábio é a estrutura que compreende a região do musculo orbicular do lábio O lábio compreende um revestimento de mucosa, sendo um epitélio estratificado pavimentoso não queratinizado na sua superfície voltada para a cavidade oral. Na superfície voltada para a face temos a pele com presença de folículos pilosos, glândulas sebáceas e sudoríparas. Figura 4 – Superfície externa – pele pilosa (pelos e glândulas). Possui um epitélio estratificado pavimentoso queratinizado. Figura 5 – Borda livre, é a borda do vermelhão do lábio. É um epitélio estratificado pavimentoso queratinizado pequeno, bem fino com pouca queratina. Esse não possui anexos, mas é uma região super vascularizada e por isso o epitélio possui a cor avermelhada. Figura 6 –Superfície interna – mucosa labial (glândulas labiais – salivares menores mucosas). Possui um epitélio estratificado pavimentoso não queratinizado. 9 Histologia Isadora Lessa Chaves Notas de Aula da Prof. Juliana Massote Faringe A faringe é um órgão comum ao sistema respiratório e digestório. A faringe é dividida em três porções: Nasofaringe: comunica com a cavidade nasal Orofaringe: comunica com a cavidade oral Laringofaringe: comunica com a laringe Nasofaringe | | A mucosa da nasofaringe é uma continuidade da mucosa das vias respiratórias vindo da cavidade nasal Na parede superior e posterior da nasofaringe temos a presença das tonsilas faríngeas, também conhecida como adenoide. Sendo este um órgão linfoide secundário. Oro e laringofaringe | | A região da orofaringe e laringofaringe é uma região que participa do processo de deglutição, sendo assim é parte do sistema digestório e sofre bastante atrito. Camada Mucosa: semelhante mucosa oral de revestimento Camada Submucosa: pouco definida (paredes laterais com glândulas mucosas) Camada Muscular: musculo estriado esquelético (controle somático) e musculatura autonômica (localizado nas porções mais inferiores, controle autônomo involuntário) Camada Adventícia: camada de tecido adventício que continua com a camada de conjuntivo das demais camadas conectadas as porções da oro e laringofaringe Tubo Digestivo O tubo digestivo se inicia no esôfago e vai até o anus. Possui um plano estrutural que é geral para todas as porções desse tubo digestivo: Camada mucosa: voltada para a luz do tubo digestivo Camada submucosa Camada muscular externa Camada de conjuntivo (serosa ou adventícia): voltada para a cavidade torácica e/ou cavidade abdominal Porção do esôfago voltada para a cavidade torácica: camada adventícia Porção do esôfago que atravessa o diafragma e se localiza na cavidade abdominal: camada serosa Camada adventícia: é uma camada de tecido conjuntivo que está em continuidade com outros conjuntivos próximos a região. A porção do esôfago voltada para a cavidade torácica, a última camada de conjuntivo está ligada ao conjuntivo de outros órgãos que estão passando na região do mediastino Camada serosa: é a camada mais externa do tubo digestivo. Ela tem um revestimento de um epitélio simples pavimentoso conhecido como mesotelio e abaixo desse temos um pouco de tecido conjuntivo. A camada serosa está presente em todas as porções do tubo digestivo que tem continuidade com o peritônio No tubo digestivo voltado para a cavidade abdominal, as regiões do tubo que não vão ter revestimento seroso serão as porções que estão em contato íntimo com a parede abdominal. inervacao intrinseca | | O sistema digestório possui uma inervação que está localizado em determinadas camadas dentro da parede do tubo digestivo. Esses sistema vai esta intrínseca a parede de todos os órgãos do tubo digestório. Deglutição: movimentos voluntários e involuntários 10 Histologia Isadora Lessa Chaves Notas de Aula da Prof. Juliana Massote É uma inervação intrínseca que possui o controle através do sistema nervoso autonômico na sua maior parte. A camada mucosa apresenta três camadas especificas: revestimento epitelial, a lamina própria e uma muscular. Camada submucosa: localizada abaixo da camada mucosa. É constituída de um tecido conjuntivo denso. Entremeado a esse tecido temos fibras nervosas autonômicas simpáticas e parassimpáticas e corpos de neurônios, formando o plexo submucoso. O plexo submucoso quando acionado para contrair ou para relaxar, vai movimentar constrição, a camadamucosa, o lumen dessa mucosa e as suas vilosidades. Sendo assim ele possui uma relação que vai estimular a mucosa. Camada muscular externa: localizada abaixo da camada submucosa. Apresenta no tubo digestivo duas camadas: Camada interna: uma camada onde os feixes de fibra se organizam de forma circular e quando contrais fazem a constrição da luz do intestino Camada externa: as fibras musculares se dispõe de forma longitudinal, quando essas se contraem elas auxiliam na propulsão dos alimentos presentes na luz As fibras circulares promovem o movimento do alimento dentro da luz do tubo e as fibras longitudinais promovem a propulsão desse alimento ao longo do tubo, sendo assim, esse plexo, as camadas musculares funcionam auxiliando no movimento peristáltico Essas fibras são reguladas através de outro plexo do sistema nervoso, que o plexo mioentérico (também conhecido como plexo de auerbach). Os corpos dos neurônios parassimpáticos desse plexo e de muitas dessas fibras estão situadas entre essas duas camadas musuclares. A maior parte do trato digestório possui na camada muscular essas duas distribuições de fibras, exceto o estomago que possui uma terceira disposta de forma obliqua A inervação intrínseca (estimulação) possui o controle do sistema nervoso autonômico onde as fibras parassimpáticas vão fazer o estimulo para os movimentos, aumentando e estimulando as atividades gastrointestinais (movimento peristáltico). As fibras simpáticas faz o movimento do controle inverso, diminuindo essa atividade. No sistema nervoso parassimpático as fibras pré- ganglionares são longas e as pós-ganglionares estão na intimidade do órgão, por esse motivo na camada entre a muscular externa e na submucosa encontramos os corpos dos neurônios no gânglio, entre a fibra pré- sináptica e pós-sináptica da divisão parassimpática. No sistema nervos simpático, a fibra pré-ganglionar é curta ficando mais próxima a coluna vertebral e a fibra pós-ganglionar chega ao plexo. Figura 7 - Os axônios mielínicos simpáticos e parassimpáticos estão presentes no plexo. Esôfago O esôfago possui a função de conduzir o alimento deglutido até o estomago, tendo em torno de 25cm de comprimento. O terço superior possui na camada muscular externa algumas fibras somáticas musculares estridas esqueléticas entremeado a musculo liso O terço médio possui um pouco de fibras somáticas musculares estiadas esqueléticas porem com uma quantidade muito maior de musculatura lisa, com envolvimento e controle autonômico exclusivo. O terço inferior inicia-se após o musculo diafragma no hiato esofágico, em que 1 ou 2cm do esôfago adentra a cavidade abdominal até que continue como estômago. Nessa porção a parte externa deixa de ser adventícia e passa a ser serosa. 11 Histologia Isadora Lessa Chaves Notas de Aula da Prof. Juliana Massote Figura 8 –Esse é um corte transversal do esôfago. Mucosa: Epitélio estratificado pavimentoso não queratinizado Lamina própria: tecido conjuntivo e glândulas esofágicas mucíparas da cárdia (próximo ao estômago) O muco produzido nessa região possui a função de neutralizar o pH ácido caso o conteúdo ácido do estomago refluir para o esôfago. Quando esse muco não é suficiente para neutralizar esse conteúdo, o paciente apresenta casos de azia ou até mesmo úlcera (quando agride a mucosa esofagiana) Muscular da mucosa descontinua Constituída de tecido muscular liso Controlada pelo plexo submucoso, presente na camada submucosa Submucosa: Tecido conjuntivo com glândulas esofágicas profundas As glândulas esofágicas secretam muco na superfície do epitélio voltado para a luz. Esse possui a função de lubrificar o esôfago para auxiliar no deslocamento do alimento deglutido Nessa região está situado o plexo submucoso ou plexo de Meissner Muscular externa: circular interna e longitudinal externa Adventícia Sua maior parte (torácica) é revestida pela camada adventícia Apenas a parte presente na cavidade abdominal possui a camada serosa Mucosa e submucosa | | A mucosa se localiza durante toda a extensão da seta preta, nessa área temo um epitélio estratificado pavimento não queratinizado Os locais arredondados da imagem são cortes transversais dos feixes musculares lisos descontínuos que formam a muscular da mucosa no esôfago. Sendo este o limite da mucosa. A região representada pela seta vermelha é a submucosa, onde temos um tecido conjuntivo com glândulas esofágicas profundas e o plexo de Meisser Muscular externa | | Na muscular externa temos internamente as fibras musculares lisas em uma disposição circular(CI) e a disposição das fibras de forma longitudinal (LE). Entre os dois feixes de fibras musculares temos o plexo miontérico. 12 Histologia Isadora Lessa Chaves Notas de Aula da Prof. Juliana Massote Plexos nervosos | | Submucoso (Meissner): fibras musculares lisas da muscular da mucosa. Entremeada a esse tecido conjuntivo frouxo temos corpos de neurônios dos gânglios parassimpáticos. Plexo de Meisser: as células possuem núcleo ovoides, cromatina frouxa, nucléolo evidente. (Apontado pela seta preta ao centro). Da estímulos autonômicos simpático ou parassimpático para muscular da mucosa tendo a função de movimentar a camada mucosa. Mioentérico (Auerbach): temos a disposição das fibras circulares e das longitudinais, entre elas se encontra o plexo de Auerbach. Plexo de Auerbach: Corpos de neurônio com o nucléolo evidente entremeados a um conjuntivo frouxo. Da o estimulo autonômico simpático ou parassimpático para a muscular externa, auxiliando no movimento peristáltico. Junção Gastroesofágica No terço inferior temos o músculo diafragma, em que 1 a 2 cm do esôfago adentram a cavidade abdominal. Nessa região a camada externa é serosa, pois possui uma continuidade com o peritônio. Nesse local temos a existência do esfíncter esôfago gástrico Essa região é o local de transição muito acentuada da camada mucosa, onde a camada mucosa deixa de ser um epitélio estratificado pavimento não queratinizado se tornado um epitélio simples colunar muco secretor a partir do esfíncter, cuja células são secretoras de várias substancias sintetizadas pelas células da mucosa gástrica. Estômago O estomago anatomicamente inicia-se após o esfíncter esofagogastro e é divido em 4 zonas, que são a cárdica, o fundo, o corpo e a antropilorica. Separando o duodeno do estomago temos o esfíncter pilórico. Na vista interna do estomago, voltada para a cavidade gástrica, temos uma mucosa repleta de pregas longitudinais conhecidas como pregas gástricas. Essa compreendem a camada mucosa e submucosa A camada muscular externa (ou própria) apresenta 3 camadas musculares com diferentes disposições da suas fibras. Camada interna: próxima a submucosa, essa camada possui uma disposição das fibras de forma obliqua Camada média: possui uma disposição da células de forma circular 13 Histologia Isadora Lessa Chaves Notas de Aula da Prof. Juliana Massote Camada externa: as fibras possui uma disposição longitudinal. Entre as fibras circulares e longitudinais temos o plexo de Auerbch, que fornece sinalização e controle autonômico para essas fibras musculares No estomago temos os movimentos peristálticos, que propulsiona o alimento até o duodeno, e os movimentos de mistura, esse são feitos durante todo o tempo de permanência do alimento deglutido no interior do estomago. A terceira camada muscular com fibras obliqua auxilia no movimento de mistura Principais funcoes| | É um órgão importante para estocagem do alimento deglutido. Dentro da cavidade desse órgão temos a mistura desse bolo alimentar através das fibras musculares e a homogeneização por meio das secreções produzidas pelas células secretoras. Entre as secreções temos enzimas que iniciam o processo digestório, principalmente das proteínas. Dentre os produtos de secreção que vão ser homogeneizado ao bolo alimentar, temos: Secreção exócrina: substancias secretadas pelas glândulas gástricas, sendo liberadas diretamente na luz da cavidade do estomago. Enzimas digestivas (pepsinogênio; lipase gástrica) ↪ Pepsinogênio: importante precursor da pepsina que é uma enzima proteolítica. Para que esse pepsinogênio de converta ele precisa do HCl Ácido clorídrico (HCl) Íon bicarbonato (HCO3-): esse íon é secretado e se adere ao muco Muco: protege o epitélio da acidez estomacal Fator intrínseco (absorção VB12) → anemia perniciosa ↪ É uma glicoproteína importante que se acopla a vitamina B12 e a nível de ílio, a junção dessas substancias são absorvidas ↪ Quando o indivíduo não tem FI ou seja deficientemente produzido, a absorção da VB12 fica comprometida. ↪ Lembrando que essa vitamina é um substrato que é importante na produção dos glóbulos vermelhos. Secreção endócrina: Gastrina Somatostatina Ghrelina O sistema digestório (estomago, intestino e ilhota pancreáticas) vão possuir células enteroendocrinas dispostas nas glândulas. Essas são secretoras de hormônios. Organizacao histologica | | O estomago é composto de quatro camadas, que são a mucosa, submucosas, muscular externa e serosa. Mucosa: Epitélio simples colunar muco-secretor As células colunares desse revestimento secretam muco, este forma uma barreira de proteção contra o pH ácido do lúmen estomacal Esse epitélio invagina para a lamina própria Lamina própria: Tecido conjuntivo frouxo rico em vasos sanguíneos, em células residentes do conjuntivo e migratórias. Possui a presença de glândulas gástricas retilíneas compostas ↪ As invaginações formam as criptas (ou fossetas), a partir delas temos as ramificações em glândulas gástricas ↪ Essas glândulas são constituídas de células especificas Muscular da mucosa Localizada ao final da mucosa Submucosa: tecido conjuntivo mais denso, entremeado é possivel observar o Plexo de Meissner que inerva a muscular da mucosa e a mucosa. Muscular externa: nessa região temos três camadas de musculo sendo a mais interna com disposição obliqua, a intermediaria disposição circular e a externa longitudinal. O plexo de mioentérico situa-se nessa região Serosa: a camada mais externa é constituído de um tecido conjuntivo revestido por um epitélio simples pavimentoso, conhecido como mesotelio GEP (gastroenteropancreatico) 14 Histologia Isadora Lessa Chaves Notas de Aula da Prof. Juliana Massote Tipo celulares da mucosa | | A mucosa possui tipos celulares diferentes. O epitélio de revestimento que é simples e colunar, invagina para a lamina própria formando a fosseta (ou fovéola). Nesse local temos as células mucosa superficial, que secretam um muco alcalino e viscoso. Essas células são renovadas de 3 a 5 dias, tendo um tempo de vida muito pequeno Nas glândulas temos a região do istmo, do colo e a basal. Na região do istmo, que se localiza entre o epitélio de revestimento com o início das glândulas gástricas. Nesse local temos as células tronco, essas dão origem as células do epitélio de revestimento e do epitélio glandular No colo encontramos as células mucosas do colo, que possui uma secreção menos alcalina e mais solúvel. Temos também as células parietais, que são especializadas em secreção de ácido clorídrico e fator intrínseco Na base dessa glândula temos as células principais, são responsáveis pela secreção do pepsinogênio e da lipase gástrica. Outra célula presente nesse local são as células enteroendócrinas que vão produzir os hormônios gastrina, grelina e somatostatina. o São as células que pertencem ao epitélio simples colunar Possuem a superfície apical voltada para o lúmen da fosseta ou para luz do estomago Essas células possuem um formato colunar, onde na sua superfície apical é possivel observar a presença dos grânulos de mucinogênio. Muco alcalino: possui a função de proteger o epitélio da acidez do suco gástrico. Na membrana plasmática dessas celulas temos muitas zonas de oclusão para proteger e evitar a penetração do ácido clorídrico (HCl) entre elas Figura 9 - Na última imagem temos a coloração PAS (positiva), nessa coloração temos que o corante possui uma filia muito forte com o muco, deixando-o bem corado. Nesse local de cor bonina temos a concentração de células muciparas, essas se apresentam muito no epitélio colunar. o São células grandes, muito numerosas e possuem o núcleo ovoide. Localizam na região do colo das glândulas gástricas São as células responsáveis pela produção do ácido clorídrico e pelo fator intrínseco HCl é importante para agir com o pepsinogênio e converter ele em pepsina O fator intrínseco é importante para se acoplar a vitamina B12, para que ela possa ser absorvida As células parietais apresentam na sua membrana plasmática três tipos diferentes de receptores de substancias, esses possuem a função de ativar a secreção do ácido clorídrico em maior quantidade. Essas células possuem receptores para: gastrina, histamina e acetilcolina (ACh) Figura 10 - O nervo vago possui as fibras nervosas parassimpáticas que vão liberar na fenda o neurotransmissor acetilcolina e uma vez que essas células apresentam esse receptor na sua membrana, esse acoplamento da acetilcolina é um estimulante para a produção do HCl. Isso ocorre também com as outras substancias. 15 Histologia Isadora Lessa Chaves Notas de Aula da Prof. Juliana Massote A produção do HCl possui as seguintes etapas: 1. A produção do H+, dela participa a enzima CA (anidrase carbônica) que hidrolisa o ácido carbônico em H2CO3 Dentro do citoplasma da célula parietal existe o gás carbônico que veio através dos capilares por difusão. 2. O H2CO3 é dissociado em H+ e em HCO3- (íon bicarbonato) 3. O íon bicarbonato vai entrar na corrente sanguínea dos capilares sanguíneos da lamina própria 4. O H+ vai ser transportado para o lúmen da lamina gástrica através de uma bomba de prótons, em que entra o K+ e sai H+, essa troca possui gasto de energia uma vez que ocorre contra o gradiente 5. O Cl- é transportado para dentro da célula parietal em um co-transporte, onde sai o HCO3- e entra o Cl-. O íon cloreto através de canais iônicos chega até a luz da glândula gástrica. 6. Na luz da glândula o H+ e o Cl- vão reagir formando o ácido clorídrico As células parietais para produzir o ion H+, ela libera o bicarbonato para o capilar localizado na glândula própria. O capilar leva essa substancia por toda sua extensão, chegando próximo ao endotélio alguns desses HCO3- vão se difundir para essa camada, se aderindo ao muco para aumentar o pH O epitélio muciparo superficial possui o pH 7 e o da luz gástrica é entre 1 e 2. Essas células também secretam o fato intrínseco, sua secreção é estimulada pelos mesmo receptores que estimulam o ácido gástrico. Esse forma um complexo com a vitamina B12 no estomago e no duodeno, para depois ser absorvido no ilio. Fatores que podem diminui a quantidade de VB12 absorvida ou que diminua o FI, podendo causar uma anemia perniciosa: Cirurgia bariátrica: em algumas cirurgias ocorre a remoção da parte de fundo de corpo do estomago, com isso é levado as célulasparietais. Ao diminuir a quantidade dessas células, reduz a secreção de fator intrínseco. Gastrite autoimune: nesse caso a uma destruição do epitélio de revestimento e das glândulas gástricas, ou seja, da mucosa e pregas gástricas. Essa situação compromete a quantidade de células parietais com sua secreção de FI Vagotomia: o nervo vago possui receptores de acetilcolina na mucosa das células parietais, uma redução da estimulação do nervo vago pode a estimulação da célula parietal em produzir HCl e o FI Via Medicamentosa: a istamina possui os receptores de superfície que estimulam a secreção de HCl e FI, porem alguns paciente precisam utilizar medicamentos que são antagonistas do H2 e inibem a estamina. o Essas células ficam na região de fundo das glândulas gástricas São mais basofilicas, se corando bastante pela hematoxilina Apresentam uma abundância de reticulo endoplasmático rugoso (RER) no seu citoplasma Na região apical é possivel observar os grânulos pepsinogênicos, que contém o pepsinogênio e a lipase gástrica Pepsinogênio: é um precursor da enzima proteolítica pepsina. Enzima pepsina: possui a função de clivar as ligações peptídicas das proteínas. Esses peptídeos ainda serão digeridos para virar aminoácido a nível de intestino delgado, porem já começam a primeira quebra no estomago Para que haja a conversão do pepsinogenio em pepsina é necessário que tenha a presença do HCl secretado pelas células parietais 16 Histologia Isadora Lessa Chaves Notas de Aula da Prof. Juliana Massote o Essas são células produtoras de hormônios que atuam em vários alvos no TGI, como: Gatrina: aumenta a produção de HCl e pepsinogênio Somatostatina: hormônio que controla as secreções (HCl, pepsinogenio e ghrelina), inibe a estimulação Ghrelina: estimula a secreção do hormônio de crescimento Glucagon: é um hormônio hiperglicemiante, pois estimula a liberação de insulina. Tem ação sobre as células parietais e principais reduzindo a secreção do suco gástrico, além de possuir ação de inibir o esvaziamento estomacal Serotonina: hormônio que tem ação de estimular a motilidade gástricas São células mais fáceis de serem identificadas por ter uma coloração mais basofilicas, porem as marcações são mais eficiente através de colorações histológicas com reações imunohistoquímicas As células enteroendócrinas do estomago são chamadas de células G Muscular da mucosa | | Localiza-se abaixo da camada de revestimento epitelial e das glândulas temos a camada muscular da mucosa A camada muscular é sensibilizada e comandada pelo plexo de Meissner. Essa camada muscular tem a função de movimentar a mucosa e comprimir as glândulas auxiliando secreção e liberação dos seus produtos submucosa | | Não temos presença de glândula É um tecido conjuntivo fibroso Onde localiza-se o Plexo de Meissner O plexo de Meissner age regulando a contração da musculatura lisa na muscular da mucosa e na túnica média dos vasos sanguíneos dessa região Esse plexo também auxilia na compressão das glândulas gástricas presentes na camada mucosa Muscular externa ou propria | | Localiza-se abaixo da submucosa É dividida em três regiões que se diferem pela direção das fibras: Interna: obliquas Intermediaria: circulares Externa: longitudinal Entre a camada circular e longitudinal encontramos o Plexo de Mioentérico (de Auerbach). Possui um controle autonômico da movimentação das fibras musculares da camada muscular externa 17 Histologia Isadora Lessa Chaves Notas de Aula da Prof. Juliana Massote Serosa | | É a camada mais externa Possui uma camada de epitélio simples pavimentoso voltado para a cavidade abdominal. Abaixo dessa temos uma fina e delicada camada de tecido conjuntivo frouxo Essa camada é continua com peritônio parietal da cavidade abdominal e com o peritônio visceral do fígado diferenca regionais da mucosa | | Fundo/Corpo: Possui fossetas revestidas por um epitélio colunar secretor. As fossetas nessas regiões são curtas. As glândulas fúndicas são longas e retilíneas. Essas glândula é constituída por células secretoras de muco do colo, células parietais, principais e enteroendocrinas Cárdia: Possui fossetas curtas A lamina própria se encontra entre as glândulas As glândulas cárdicas se organizam de forma enovelada, sendo a que a grande maioria das suas células são secretoras de muco (mucíparas) A função é aumentar a quantidade de muco nessa região fazendo uma maior produção e lubrificação, tornando a cárdia mais básica caso haja refluxo. Piloro: Possui fossetas longas As glândulas pilóricas são enoveladas e com células mucíparas A secreção mucosa nessa região é muito importante para que o quimo quando propulsionado para o duodeno, leve parte dele para neutralizar o pH a nível duodenal. As glândulas secretora de HCl, pepsinogenio e fator intrínseco estão mais presentes nas glândulas fundicas (presente na região de fundo). As glândulas cárdicas e pilosas possuem uma maior quantidade de células mucosas Helicobacter pylori | | Conhecida como H Pylori, essa é uma bactéria muito presente na população. Essas bactérias são pouco resistentes ao pH ácido. A H Pylori apresenta alguns fatores de virulência, sendo um deles a resistência ao pH ácido estomacal. Isso ocorre porque essas bactérias apresentam na sua membrana plasmática e citoplasma uma grande quantidade de uréase Urease: enzima que hidrolisa a ureia e possui como resultado a amônia (NH3) A amônia neutraliza o pH ácido, basificando esse meio Através dessa basificação, essa região se torna propicia para que mais bacterias entre e colonize. A região “atacada” pelas H Pyloris vai sendo destruída, tendo a redução da barreira de muco. O pH ácido do estomago começa a agredir a mucosa gástrica A reação inflamatória estabelecida gera uma destruição da mucosa gástrica, desencadeando um quadro de gastrite que pode evoluir para uma úlcera. A diferença de gastrite para ulcera é em relação a profundida da destruição tecidual. 18 Histologia Isadora Lessa Chaves Notas de Aula da Prof. Juliana Massote Gastrite: se encontra apenas na camada mucosa. Gera dor, azia e queimação. Ulcera: a destruição atinge as camadas mais profundas, inicia-se no conjuntivo. O maior risco desse quadro é o seu aprofundamento, podendo se tornar uma ulcera perfurada o Para conter o avanço da infecção utilizamos antibióticos que são passiveis para a destruição dessa bactéria Para que o diagnostico seja conclusivo, é necessário realizar o teste Helicobacter Pylori Esse teste consegue detectar ou não a presença da bactéria na mucosa gástrica. Isso pode ser feito no momento em que o paciente está fazendo uma endoscopia. Durante o procedimento retira-se um fragmento da parede gástrica, esse é colocado dentro de um frasco contendo ureia e uma substancia indicadora de pH (vermelho de fenol) Quando o pH dessa substancia está mais acida o conteúdo se torna amarelo, quando esse meio é basificado ele se torna rosa. Resumo: retira-se um fragmento da parede gástrica coloca dento de um frasco que contenha ureia e vermelho de fenol, se houver a presença da bactéria teremos a uréase decompondo a ureia. Essa reação resulta na liberação de amônia que basifica o meio tornando-o rosa. Junção Gatro-Duodenal No local de transição entre o estomagoe o duodeno temos o esfíncter pilórico. Este esfíncter abre com a onda peristáltica para a passagem do quimo. Nessa região pode-se observa um espessamento da camada muscular interna, que faz com que nessa região a camada muscular externa seja mais espessa e a abertura do lúmen fique mais constrito. Intestinos Principais funcoes | | As principais funções compreendem a digestão dos alimentos, a absorção, eliminação de resíduos da digestão (nível de intestino grosso) e a função endócrina (responsável pelas células enteroendócrinas). Digestão: 1. Secreções intrínsecas (suco entérico) 2. Secreções extrínsecas (bile, suco pancreático) Auxiliam no processo digestório, essas secreções vem do fígado, da vesícula biliar e do pâncreas exócrino. 3. Movimentos musculares de mistura Absorção: a maior parte da absorção dos micronutrientes se dá a nível de intestino delgado Eliminação de resíduos da digestão Formação e eliminação das fezes Ocorre a nível de intestino grosso. Nessa região a absorção dos micronutrientes se tornam bastante diminuída, sendo absorvido sais minerais e agua. Consequentemente ocorre a solidificação do bolo fecal e em nível de colon sigmoide e reto fica este fica armazenado até o momento da defecação. Função endócrina (GEP - Gastro Entero Pancreaticas): são as células enteroendócrinas que estão presente ao longo de toda a mucosa intestinal. Essas são secretoras de hormônios 19 Histologia Isadora Lessa Chaves Notas de Aula da Prof. Juliana Massote Todo o tubo digestivo – do esôfago ao anus - apresenta a camada mucosa (epitélio, lamina própria e muscular da mucosa), submucosa, muscular externa e camada serosa ou adventícia. Uma das principais características que modificam ao longo do trajeto e dos órgão é a camada mucosa. A nível de intestino delgado é possivel observar projeções da lamina própria e do epitélio de revestimento, formando as vilosidades. Essas possuem como função aumentar a absorção. No intestino grosso as vilosidade se tornam ausentes. Na lamina própria temos a presença de nódulos linfáticos. A muscular externa no estomago possui três camadas de distribuição de feixes de fibras musculares, já no intestino delgado e grosso temos apenas duas (circular e longitudinal) Intestino Delgado Anatomicamente: o intestino delgado apresenta em média de 6m de comprimento. Duodeno: primeira porção. É uma continuação do estomago, tendo o esfíncter pilórico entre eles. Temos o duodenos descendente e horizontal, abraçando a cabeça do pâncreas. Termina na flexura jejuno duodena, nesse percurso ele possui em torno de 20 a 25cm, sendo a menor porção. Jejuno: segunda porção. Compreende 2/5 do restante do intestino delgado. Tem continuidade com o íleo Íleo: terceira porção. Compreende 3/5 da porção do intestino delgado, terminando no ostio ileocecal. O intestino delgado apresenta características histológicas diferentes ao longo das suas regiões. Duodeno: Mucosa apresenta vilosidade longas voltadas para o lúmen intestinal, aumentando a superfície de absorção. Na camada submucosa temos glândulas muciparas (Glândulas de Brunner) que secretam um muco bem alcalino. Drenam esse muco nas criptas, caindo direto na luz intestinal Jejuno: O jejuno não apresenta glândulas muciparas Possui vilosidades longas Íleo: As vilosidades se tornam curtas e largas Existem regiões do íleo que os nódulos linfáticos se organizam pareados um do lado do outro, formando as Placas de Payer Organizacao histologica | | Mucosa: Vilosidades: são projetadas a partir de eixos de lamina própria. É revestida por um epitélio simples colunar. Possui células absortivas Glândulas ou criptas de Lieberkuhn: são invasões da vilosidade na lamina própria. Possui células secretoras. Lâmina Própria Muscular da mucosa Submucosa: formada por um tecido conjuntivo denso, é bastante vascularizada. Possui o Plexo de Meissner. E dependendo da região encontra-se glândulas muciparas. Muscular externa: possui fibras com disposição circular internamente e externamente longitudinal. Entre elas temos o Plexo Mioentérico Serosa (peritônio) 20 Histologia Isadora Lessa Chaves Notas de Aula da Prof. Juliana Massote o Macroscopicamente, o intestino delgado voltado para a luz intestinal possui pregas circulares (ou semi- circulares ou válvulas de Kerckring). Essas pregas são observadas fazendo uma projeção para luz do intestino. A submucosa no local das pregas são mais espessadas. A camada mucosa acompanha a superfície da submucosa, projetando as suas microvilosidades. Essas pregas auxiliam na absorção do intestino delgado, por isso são mais frequentes a nível de duodeno e jejuno. o As vilosidades apresentam um epitélio simples colunar que é entremeado por células caliciformes, ou seja, células glandulares exócrinas unicelulares. Essas células vão liberar o conteúdo secretor muciparo para a luz intestinal Na superfície de cada uma das células pertencentes a essas vilosidades, na parte apical, temos as microvilosidades. As vilosidades e microvilosidades possuem como função aumentar a superfície absortiva do intestino delgado Lamina própria: está presente no eixo da vilosidade e na região das glândulas intestinais Contem numerosos tipos de células, como células musculares lisas, linfócitos, plasmócitos, eosinófilos, macrófagos, etc Possui rede de capilares sanguíneos fenestrados Apresenta um capilar linfático central que possui um fundo cego, conhecido como ducto galactófaro Na altura das glândulas intestinais, temos a presença de numerosos nódulos linfoides. Figura 11 – As células em claro são as células caliciformes entremeadas aos enterócitos. As microvilosidades da superfície apical forma a borda estriada. O epitélio intestinal das vilosidades se continua formando glândulas intestinais ou criptas de Lieberkuhn A glândula intestinal apresenta células caliciformes entremeadas a enterócitos Possui algumas células troncos que vão sofrer mitose e se diferencial em diversos tipos celulares de epitélio Possui também células de Paneth Tipos celulares | | O intestino delgado possui 5 tipos celulares diferentes: Enterócitos: células mais presentes na superfície das vilosidades. Principal função a absorção de micronutrientes Caliciforme: possui como função secretar muco Paneth: presente na região das glândulas intestinais, mais ao fundo. Possui a função de manter a integridade nata da mucosa. 21 Histologia Isadora Lessa Chaves Notas de Aula da Prof. Juliana Massote Tronco: são células regenerativas Enteroendócrinas: células especializadas em produzir hormônios parácrinos (atuam diretamente no local próximo) ou endócrinos (lançados na circulação sanguínea) Recobrindo os nódulos linfoide e as placas de Payer temos as células M, são especializadas no epitélio de revestimento. Possui a função de apresentadora de antígenos o 1. Células absortivas ou enterócitos Células colunares altas (prismáticas), com núcleo oval na porção basal. Presença de microvilosidades (projeção da membrana plasmática) – Borda em escova – aumento da superfície de absorção. As microvilosidades são estruturadas por filamentos de actina Principais funções: Absorção de micronutrientes do lumen intestinal para o sistema circulatório Síntese de enzimas (participam do processo digestório): Dipeptidases Dissacaridases Enteroquinase Essas enzimas são sintéticas por essas células, secretas e pertecem ao glicocalix (superfície) das microvilosidades Dipeptidases e dissacaridades completam a digestão dos açucares e das proteínas em glicose e aminoácidos, para que esses possam ser absorvidos A enteroquinase é importante a nível de duodeno, pois essa enzima converte o tripsinogênio em tripsina que é a substancia responsável por fazer a conversão das pro- enzimas pancreáticas inativas em enzimas ativas. Figura 12 - Entre as células absortivas, temos a presença de zonas de oclusão que possui a função de impedir a passagem de substancias entre os enterócitos para que elas sejam absorvidas por processos de transportes pela membrana plasmáticas dessas células. Doença Celíaca: enteropatia de caráter autoimune ao glúten Glúten é uma proteína encontrada em alguns alimentos como trigo, aveia, cevada, centeio Os indivíduos que começa a desenvolver essa doença, o glúten desencadeia uma reação inflamatória na mucosa intestinal. Essa inflamação resulta em uma perda das vilosidades e comprometimento dessa superfície absortiva O indivíduo possui como resultado dessa perda das vilosidades uma má absorção de nutrientes, sais minerais e agua. Sintomas: diarreia, dor abdominal, fadiga, perda de peso, desnutrição, anemia Essa doença pode ser diagnosticada através do exame de sangue ou a partir de uma biopsia feita através do exame de endoscopia digestiva alta Giardíase: parasita é a G. lamblia. Na sua forma de parasita, esse possui a tendência de se aderir a mucosa duodeno e inicio do jejuno. Essa adesão resulta em uma reação inflamatória com perda das microvilosidades, apoptose das células dos enterocitos, distúrbios nas zônulas de oclusão e aumento da permeabilidade epitelial Como consequência dessa infecção temos a má absorção de nutrientes 22 Histologia Isadora Lessa Chaves Notas de Aula da Prof. Juliana Massote 2. Células Caliciformes Células globosas, com núcleo basal Produção de muco (mucina) glicoproteínas acidas hidratadas (PAS positivas) Apresenta na sua região apical uma abundância de vesículas de secreção contendo mucina. Menos abundante no duodeno e aumentam em direção ao íleo Lubrifica e protege o epitélio do intestino o 1. Células absortivas 2. Células caliciformes 3. Células de Paneth Células exócrinas (grânulos grandes, acidófilos) Possui grânulos eosinófilos na superfície apical Na superfície basal se localiza o núcleo. Controle da microbiota intestinal. Na vesículas de secreção temos substancias antibacterianas como: Lisozima: digere a parede celular de alguns grupos de bactéria Defensinas: as α-defensinas são mediadoras para os linfócitos citotóxicos (TCD8) que jogam substancias na células bacterianas Anticorpo IgA 4. Células-tronco (células indiferenciadas) Renovação do epitélio intestinal São células que possuem a capacidade de divisão e de se diferencias nos diferentes tipos de célula da mucosa intestinal As células do epitélio intestinal (enterócitos e caliciformes) possuem vida curta, renovando-se a cada 6 dias Essas células se localizam em maior frequência na metade inferior das glândulas intestinais, porem podem esta mais próximas da base também. Essas células não são possivel distinguir em uma histologia normal, sendo marcadas através de imunomarcação. 5. Células enteroendócrinas (GEP) Liberação de grânulos de secreção por exocitose – hormônios que terão ações: Parácrina: atuando localmente em células vizinhas Endócrino: em direção a corrente sanguínea, atuando em outros locais do TGI (trato gastro intestinal) Célula que possui núcleo globoso e basal, com vesículas de secreção de hormônios. As células enteroendócrinas produz a maioria dos hormônios que são produzidos no estomago e as suas ações incluem a regulação da secreção pancreática, indução da digestão e da absorção de nutrientes, homeostase enérgica. Hormonios secretados: Colecistoquinina (intestino delgado): possui a atividade de aumentar a ação do pâncreas e da vesícula biliar, além de diminuir a função secretora e de motilidade gástrica 23 Histologia Isadora Lessa Chaves Notas de Aula da Prof. Juliana Massote Cecretina GIP (Polipeptídio inibidor gástrico): estimula a liberação de insulina pelo pâncreas endócrino Motilina: tem a função de iniciar a motilidade gástrica intestinal o Presente no íleo, na mucosa e submucosa Associação de vários nódulos linfáticos próximos uns dos outros. Esses emitem projeções para a mucosa, formando os domos. Na região dessas placas temos a redução das vilosidades, pois o seu revestimento é feito pelo epitélio de revestimento Funcionam como órgão linfoide secundário, sendo uma primeira barreira de linfócitos aos patógenos. o Associado aos folículos e nódulos linfoides temos as células M No interior dessa células temos uma bolsa repleta de linfócitos intraepiteliais. As células M possuem uma morfologia onde se desenvolvem um recesso profundo, que se conecta ao espaço extracelular por onde os linfócitos migram para essa região As células M atuam como transportadoras de antígenos, para que esses alcem os linfócitos e desencadeie uma resposta imune Lamina propria e muscular da mucosa | | A camada mucosa que possui a lamina própria e muscular da mucosa é semelhante no duodeno, jejuno e íleo. A camada submucosa é formada por um tecido conjuntivo denso que dá suporte a região. Possui vários vasos sanguíneos, nervos e gânglios do plexo de Meissner. Na região de duodeno, jejuno e íleo (menor quantidade) temos as pregas circulares, nessa região a camada submucosa é mais espessada Camada submucosa do Duodeno: Possui todas as estruturas citadas + as glândulas de Brunner Glândulas duodenais (glândulas de Brunner – mucosas): secretam muco alcalino, rico em íon bicarbonato. Seu pH está entre 8/9. O objetivo desse muco é neutralizar o quimo ácido proveniente do estomago, sendo assim o pH diminui e se torna neutro, que é ótimo para as enzimas pancreáticas. 24 Histologia Isadora Lessa Chaves Notas de Aula da Prof. Juliana Massote A camada muscular externa se localiza abaixo da submucosa, possui uma faixa de fibras musculares lisas disposta de forma circular e mais externamente de forma longitudinal. Entre essas faixas temos o plexo mioentérico (de Auerbach) As fibras circulares de forma isolada fazem movimentos segmentares e em conjunto com as fibras longitudinais vai fazer com que haja os movimentos peristálticos propulsionando o alimento ao longo de todo o intestino delgado. A camada mais externa do intestino delgado, o peritônio, é constituída de serosa. Possui um epitélio simples pavimento no mesotélio. Intestino Grosso Anatomicamente: 1. Ceco e apêndice cecal 2. Cólon Ascendente Transverso Descendente Sigmoide 3. Reto 4. Ânus O intestino grosso apresenta as quatro camadas características das suas paredes: camada mucosa, submucosa, muscular externa e serosa adventícia. Diferenças macroscópica do intestino grosso e delgado: Presença das tênias: presentes a nível de cólons e ceco Saculações: são as dilatações visíveis entre as tênias, presente apenas no ceco e cólons Apêndices omentais: são projeções adiposas da serosa, que ficam localizadas na superfície externa do colon. Estrutura histologica | | No intestino grosso a camada mucosa não apresenta vilosidades e passam a ter uma superfície regular com invaginações para a lamina própria, formandonumerosas glândulas intestinais tubulares retas (ou Criptas de Lieberkuhn). Essas glândulas ocupam toda a extensão da superfície mucosa e entremeadas a elas temos a lamina própria Essas glândulas são constituídas de uma epitélio simples colunar entremeadas por células caliciformes (que são mais numerosas) A mucosa no intestino grosso perde as suas pregas circulares Na camada submucosa temos o Plexo de Meissner A camada muscular externa possui nas fibras internas uma disposição mais circular e nas externas uma disposição mais longitudinal. Entre elas temos o plexo mioentérico. Externamente temos a camada serosa ou adventícia. 25 Histologia Isadora Lessa Chaves Notas de Aula da Prof. Juliana Massote Se as estruturas do intestino grosso estiverem em contato com a parede abdominal temos uma camada adventícia, caso estejam em contato com o peritônio temos uma camada serosa. o Revestida por um epitélio de superfície que invagina para a lamina própria formando as glândulas intestinais. As glândulas intestinais apresentam as seguintes células: Células absortivas: mais baixas e com bordas estriadas menos desenvolvida. Tem a função de absorção de agua e íons Células caliciformes: mais numerosas e com produção de muco lubrificante. Essa lubrificação é extremamente importante, pois a medida que ocorre a reabsorção de agua do conteúdo fecal temos a solidificação desse. Sendo assim é necessário a lubrificação para facilitar o transito desse conteúdo Células endócrinas: menos numerosas Células troncos: são as células regenerativas indiferenciadas A nível de intestino grosso a lamina própria apresenta poucos vasos linfáticos e um maior desenvolvimento dos nódulos linfáticos que muitas vezes se estendem até a submucosa. Cólera: processo patológico que ocorre a partir da bactéria Vibrio cholerae. Essa é uma doença bacteriana infecciosa, que pode contaminar o intestino do indivíduo através da ingestão de agua e alimentos contaminados Essas bactérias produz toxinas que vão ter ação de fixar em receptores específicos de canais de cloreto (CFTR) presentes na superfície dos enterócitos. Como consequência temos a excreção de água e eletrólitos Temos um quadro agudo de diarreia e desidratação. o A camada submucosa é semelhante a presente no intestino delgado (exceção da parte duodenal) É nessa região que se encontra o Plexo de Meissner que inerva toda a mucosa. o Anatomicamente o intestino grosso apresenta uma área de espessamento muscular que são as tênias. A tênia é vista nos cortes histológicos como um espessamento da camada de musculatura externa com disposição longitudinal. Externamente temos a muscular externa longitudinal, que possui a camada serosa quando ligada ao peritônio e é adventícia nas regiões em que o intestino grosso está em contato com a parede da cavidade abdominal Apendice vermiorme | | Na região do ceco a uma projeção, uma bolsa de fundo cego, que é o apêndice vermiforme O apêndice vermiforme histologicamente apresenta uma citologia semelhante a do ceco, onde temos as Camada submucosa 26 Histologia Isadora Lessa Chaves Notas de Aula da Prof. Juliana Massote camadas (mucosa, submucosa, muscular externa e serosa) Nesse caso a muscular externa é mais uniforme na porção longitudinal e circular Possui a presença de grande número de nódulo linfáticos que se estende da mucosa até a submucosa Apendicite: este é um processo inflamatório agudo que pode gerar um necrose tecidual dos constituintes da parede do apêndice e como consequência uma complicação grave que é a sua supuração. Supurar: essa inflamação grave com destruição tecidual chega a romper o apêndice e o conteúdo fecal adentra a cavidade abdominal. doenca de chron | | É uma doença de origem idiopática Acredita-se que haja um predisposição genética mas também está muito associada a uma resposta imunológica anormal a vírus e bactérias Essas doença inflamatória pode afetar qualquer parte do intestino delgado ou grosso, porem possui uma maior frequência nas regiões de íleo distal e cólon Essa inflamação se torna crônica, resultando em edemas, fibrose e espessamento da parede intestinal levando a uma estenose, uma diminuição da luz intestinal. Esse processo pode se agravar levando a formação de ulceras, fistulas ou perfuração intestinal. Os paciente apresentam como sinais clínicos diarreia, dor abdominal, fadiga, perda de peso e desnutrição Reto, canal anal e anus | | Essa é a porção mais distal do tubo digestivo, onde apresenta uma porção superior que possui pregas transversais do reto e na sua porção mais distal possui uma porção dilatada conhecida como ampola do reto A mucosa do reto é semelhante a mucosa do restante do intestino grosso, porem com muita produção de muco pelas células caliciformes Abaixo do reto encontramos o canal anal, que é uma região que apresenta em torno de uns 4cm de comprimento desde o reto até o anus. Apresenta pregas longitudinais, conhecidas como colunas anais. Entre as colunas anais temos os seios anais que são áreas de depressão. A região do canal anal possui 3 zonas diferentes que apresentam constituintes teciduais semelhantes, porem possuem o epitélio de revestimento da mucosa modifica de acordo com as zonas. Elas são: Zona Colorretal: mais proximal. Apresenta um epitélio simples colunar Zona Anal de Transição (ZAT): intermediaria. Possui um epitélio estratificado pavimentoso, com a perda da muscular da mucosa Zona Pavimentosa: mais distal. Todo o epitélio é estratificado pavimentoso e continua com o epitélio pele perianal. Nessa região não existe tênias, possuindo os folhetos musculares uniformes. A musculatura externa à medida que chega no canal anal se espessa formando o esfíncter interno do anus. Já o esfíncter externo é formado a partir de musculo estriado esquelético proveniente de musculo do assoalho pélvico Juncao retal-anal | | 27 Histologia Isadora Lessa Chaves Notas de Aula da Prof. Juliana Massote Glândulas Anexas Fígado funcoes gerais | | O fígado apresenta várias funções, como: Exócrina: responsável por secretar a bile, que é secretada através do sistema ductal que vão compreender as vias biliares Exócrina (bile) → Vias biliares A bile produzida e secretada pelos hepatócitos, chegam ao duodeno com a função de emulsificar as gorduras para que essas sejam digeridas pela lipase pancreática. Endócrina: secreta proteína, lipoproteínas, glicose, etc. Essas secreções passam pelo capilares sinusoides que transitam entre os cordões de hepatócitos no interior dos lóbulos hepáticos. Endócrina → Capilares sinusoides Metabólica: para que ocorra essa função é necessário que participe o sistema porta- hepático. O fígado metaboliza, armazena, neutraliza as substancias vinda do tubo digestivo, pâncreas e baço. Metabólica → Sistema porta-hepático No sistema porta-hepático os vasos portais possuem contato com o intestino, o baço e pâncreas. Sendo assim esse sistema conduz os micronutrientes e as substancias absorvidas até o fígado. formacoes conjuntivas | | O fígado apresenta um envoltório de tecido conjuntivo denso, conhecido como Cápsula de Glisson. Essa capsula compreende externamente o peritônio visceral e na profundidade os septos de tecido conjuntivo denso Os septos separam esse órgão em lóbulos hepáticos As formações conjuntivas vão estaenvolvendo todo o fígado, que é um órgão grande, lobulado, macroscopicamente possui o lóbulo direito, quadrado, esquerdo e caudado. A região portal do Hilo é o local onde ocorre a entra e saída dos vasos e ductos. É nessa região que temos a entrada da veia porta, da artéria hepática e inervações e a saída dos ductos hepáticos direito e esquerdo, os vasos linfáticos e inervações A capsula do Hilo emite septos que envolvem os lóbulos hepáticos, formando a bainha perivasculobiliar. Os lóbulos hepáticos na extremidade, nos vértices dos hexáculos, temos ramos dos vasos sanguíneos, dos vasos linfáticos e dos ductos biliares, formando a tríade portal. Envolvendo essas tríades temos a bainha de conjuntivo, a perivascular. Vale ressaltar a existência da rede de fibras reticulares que vão sustentar, constituindo o estroma das células dos hepatócitos. lobulacao hepatica | | Anatomicamente o fígado possui lóbulo direito, esquerdo, quadrado e caudado. A vesícula fica situada inferiormente. Os septos vindo da capsula divide esse órgão em septos, tornando-o lobulado microscopicamente 28 Histologia Isadora Lessa Chaves Notas de Aula da Prof. Juliana Massote Cada lóbulo possui uma conformação próxima a um hexágono, possuindo no centro a veia centrolobular. Os hepatócitos se organizam em fileiras, conhecidas como cordões de hepatócitos que são situados perpendicularmente a veia centroglobular se dirigindo ao septo do lóbulo. Os hepatócitos são células poliédricas que possuem núcleo esférico. Entre os hepatócitos transitam os capilares sinusoides e os canalículos biliares. Nesses dois compartimentos circulam substancias diferentes em sentidos distintos. A veia porta entra pelo hilo e se ramifica percorrendo entre os septos, esses ramos da veia porta dão origem aos capilares sinusoides. O sangue chega do hilo, é difundido pelos ramos da veia porta e desses surgem os capilares sinusoides. O fluxo sanguíneo segue do ramo da veia porta em direção a veia centroglobular. Fluxo sangue: Veia Porta → Veia centroglobular A bile vai ser secretada pelos hepatócitos e vai ser lançada nos canalículos biliares, seguindo um fluxo inverso do fluxo sanguíneo. Os hepatócitos secretam a bile, lança nos canalículos que se confluem em ductos biliares, que por sua vez formam ductos ainda maiores transitando pelos septos, até saírem pelo hilo como ducto hepático direito e esquerdo. Fluxo biliar: Veia centroglobular → Tríade Portal Nas extremidades dos lóbulos temos o espaço porta com a tríade portal, nesse local encontramos ramo da veia portal, ramo da artéria hepática e ducto biliar interlobular. Esse espaço é sustentado por uma bainha perivasculobiliar constituída de tecido conjuntivo. triade porta | | A tríade é composta por um ramo da veia porta, um ramo da artéria hepática e um ducto biliar interlobular. Ao seu redor encontramos a bainha perivasvulobiliar. Para diferenciar histologicamente esses componentes observamos as características morfológicas de cada uma. As veias possuem um lúmen dilatado, a parede vascular fina e o revestimento na intima é de um epitélio simples pavimentoso. As artérias possuem a camada de revestimento endotelial, a camada media preenchida por tecido muscular liso e o lumen é mais bem delimitado. Os ductos com calibre menor são revestidos por um epitélio simples cubico e ductos com calibre maior pode ser bi cúbico. Vascularizacao hepatica | | A veia porta conduz os sangues vindo do intestino, pâncreas e baço diretamente para o fígado, sendo assim todos os micronutrientes absorvidos passam primeiramente pelo fígado, na porção venosa, através do sistema porta hepático pela veia portal. O fluxo sanguíneo nesse local possui pouco oxigênio, pois a maior quantidade de gás solubilizado é o CO2 O ramo da veia porta se ramifica por capilares menores (vênulas) e a partir de cada uma delas temos os capilares sinusoides que passam entre os cordões de hepatócitos Os hepatócitos recebem os micronutrientes absorvidos e os produtos de excreção do pâncreas ou do baço para a metabolização. Após esse processo essas substancias são devolvidas aos canalículos para ser desaguado na veia centrolobular. O fluxo sanguíneo venoso não oxigenam esses hepatócitos para que eles possam fazer a respiração aeróbica e produzir ATP para cumprir suas funções. Sendo por isso necessário os ramos da artéria aorta. Da artéria aorta surgem ramos hepáticos que penetram no hilo hepático, esses por sua vez se ramificam até que cheguem a tríade portal. Esses ramos se “fusiona” com os ramos da veia porta e formam os capilares sinusoides. O sangue circulando pelos hepatócitos possui oxigênio através da arteira hepática A artéria hepática leva esse oxigênio, que será transportado para os hepatócitos. Esses 29 Histologia Isadora Lessa Chaves Notas de Aula da Prof. Juliana Massote por sua vez devolvem CO2 para o sangue venoso que desagua na veia centroglobular. Os capilares que oxigenam e nutrem os hepatócitos estão menos oxigenados que outros órgãos, porem as células que estão mais próximos do septo são melhores oxigenados. Os hepatócitos mais próximos da veia centroglobular possuem uma oxigenação menor. Caso haja algum processo patológico no fígado, onde o fluxo de oxigênio seja diminuído. Os primeiros locais que começam a ter hepatócitos sofrendo lesão estão localizados próximos a veia centroglobular. Os ductos biliares interlobulares se ramificam formando os canalículos que se localizam entre os hepatócitos. O fluxo da bile é contrário ao fluxo dos capilares sinusoides, saindo da veia centrolobular em direção ao ducto biliar. Resumindo: Veia porta → vênulas distribuidoras → vênulas de entrada → fusionam com as arteríolas → capilares sinusoides Artéria hepática → arteríolas distribuidoras → arteríolas de entradas → fusionam com as vênulas → capilares sinusoides parenquima hepatico | | O parênquima hepático possui os lóbulos hepáticos e as vias biliares intra-hepaticas o Os lóbulos hepáticos são constituídos por: Cordões de hepatócitos: fileiras de uma única célula Labirinto hepático: Veia centrolobular Capilares sinusoide Espaço perissinusoidal (de Disse): localizado no espaço entre os capilares sinusoides e os cordões de hepatócitos Os hepatócitos são células que apresentam muito reticulo endoplasmático rugoso, liso e mitocôndrias. Essa célula possui a capacidade de fazer a gliconeogenese, ou seja, captar a glicose e transforma-la em glicogênio para armazena-lo dentro do citoplasma, como uma reserva energética. Figura 13 - Por apresentar uma reserva de glicogênio temos uma coloração de PAS positiva, marcando de bonina o local onde se encontra glicogênio. No labirinto hepático temos os capilares sinusoides (CS), os cordões de hepatócitos e entremeado a eles o espaço de Disse (não é possivel vê na histologia) 30 Histologia Isadora Lessa Chaves Notas de Aula da Prof. Juliana Massote Figura 14 - Na parede dos capilares temos os núcleo célula endotelial e, compondo, temos a célula de Kupffer que é o “macrófago” do fígado. Esse possui a função de fagocitar microorganismos (veia porta), hemácias senescentes (hemocaterese), restos celulares e secretar proteínas de resposta imune. A célula de Kupffer também é muito difícil de ser observada dentro dos capilares sinusoides, porém ela corresponde a 15% da população células do hepatócito O espaço de Dissel é possivel ser observado em uma microscopia eletrônica. Nesse espaço
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