PRISÃO TEMPORÁRIA, HIPOTECA, ARRESTO

@import url(https://fonts.googleapis.com/css?family=Source+Sans+Pro:300,400,600,700); PRISÃO TEMPORÁRIA Lei 7.960/89

Essa prisão é exclusiva da fase do Inquérito Policial.

As hipóteses de seu cabimento estão previstos no art. 1º da lei supramencionada. Segundo esse artigo:

Art. 1° Caberá prisão temporária:

I - quando imprescindível para as investigações do inquérito policial;

II - quando o indicado não tiver residência fixa ou não fornecer elementos necessários ao esclarecimento de sua identidade;

III - quando houver fundadas razões, de acordo com qualquer prova admitida na legislação penal, de autoria ou participação do indiciado nos seguintes crimes:

a) homicídio doloso (art. 121, caput, e seu § 2°);

b) seqüestro ou cárcere privado (art. 148, caput, e seus §§ 1° e 2°);

c) roubo (art. 157, caput, e seus §§ 1°, 2° e 3°);

d) extorsão (art. 158, caput, e seus §§ 1° e 2°);

e) extorsão mediante seqüestro (art. 159, caput, e seus §§ 1°, 2° e 3°);

f) estupro (art. 213, caput, e sua combinação com o art. 223, caput, e parágrafo único);

g) atentado violento ao pudor (art. 214, caput, e sua combinação com o art. 223, caput, e parágrafo único);

h) rapto violento (art. 219, e sua combinação com o art. 223 caput, e parágrafo único);

i) epidemia com resultado de morte (art. 267, § 1°);

j) envenenamento de água potável ou substância alimentícia ou medicinal qualificado pela morte (art. 270, caput, combinado com art. 285);

l) quadrilha ou bando (art. 288), todos do Código Penal;

m) genocídio (arts. 1°, 2° e 3° da Lei n° 2.889, de 1° de outubro de 1956), em qualquer de sua formas típicas;

n) tráfico de drogas (art. 12 da Lei n° 6.368, de 21 de outubro de 1976);

o) crimes contra o sistema financeiro (Lei n° 7.492, de 16 de junho de 1986).

p) crimes previstos na Lei de Terrorismo. (Incluído pela Lei nº 13.260, de 2016)

Segundo o inciso I, cabe a prisão temporária quando a medida for imprescindível para a investigação policial.

O inciso I diz que a prisão deve se dar quando a medida for imprescindível para a investigação policial. O termo imprescindível é bastante amplo, até mais que a expressão \u201cgarantia da ordem pública\u201d, já que aqui o sujeito tem que ter feito algo que entenda ser possível ferir a ordem pública.

O termo imprescindível é bastante amplo. Qualquer coisa pode ser imprescindível para a polícia, basta ela dizer que é imprescindível para ela. Prender alguém que é chefe do tráfico, por exemplo, pode ser considerado imprescindível para a investigação...

Lembrando que é imprescindível para a investigação criminal, logo, apesar de existirem vários tipos de investigação, essa prisão é própria para a investigação do INQUÉRITO POLICIAL.

Só esse inciso basta para prender? Não. A posição majoritária é no sentido de que deve ele ser cumulado com o inciso III.

O inciso III traz um rol taxativo de crimes suscetíveis de prisão temporária. Nem todos os crimes que lá estão são hediondos.

Então é preciso que exista prova de materialidade e autoria para qualquer um desses crimes previstos no inciso III, cumulado com a imprescindibilidade do inciso I.

O inciso II diz que a prisão temporária pode ser decretada quando o indiciado não tiver residência fixa ou não fornecer esclarecimentos sobre sua identidade.

Pode ser preso somente por esse inciso? NÃO. Sobre isso não há dúvidas. É preciso que seja cumulado com o inciso III, ou seja, é preciso que o sujeito tenha cometido qualquer um dos crimes lá previstos. Mas só esses dois incisos bastam? A visão majoritária defende que são necessários os três incisos (I, II, III) para prender sujeito quando ele não tem residência fixa ou quando ele não fornece informações sobre sua identidade. Alguns entendem que, para prender com base no inciso II, basta cumulá-lo com o III.

Prazo:

O prazo da prisão temporária é de 5 (cinco) dias, podendo haver prorrogação do pedido. Assim, pode o sujeito ficar preso, no máximo, por 10 (dez) dias em razão da prisão temporária.

Em caso de crimes hediondos, o prazo da prisão temporária é de 30 (trinta) dias, podendo ser prorrogada por igual período. Nesse caso, o sujeito pode ficar preso por, no máximo, 60 (sessenta) dias.

Passando o tempo da prisão preventiva, o sujeito é automaticamente posto em liberdade.

Quem decreta?

O juiz decreta a prisão preventiva quando PROVOCADA pela autoridade policial ou por membro do MP. JAMAIS poderá o juiz, de ofício, decretar prisão temporária!

Pode ser solto antes do tempo?

Se o sujeito for preso temporariamente por cinco dias, mas a autoridade policial conseguir concluir sua investigação antes desse prazo, ela pode soltar ou deve comunicar o juiz antes? Um doutrinador que não sei o nome entende que é preciso comunicar o juiz antes. Aury, por sua vez, discorda. Defende que não é necessário comunicar o juiz antes. Não fazendo mais sentido a prisão temporária, a polícia pode soltar.

Onde fica o sujeito preso?

A lei não diz em qual local deve ficar, apenas diz que não pode o preso temporário ficar misturado com o preso comum (que está cumprindo pena) nem com o preso preventivamente. Na prática ele pode ficar na delegacia ou em sala separada na prisão.

Como é o pedido de revogação de prisão preventiva?

Esse pedido existe, mas, como o período da prisão é curto, muitas vezes o pedido só é conhecido quando o preso temporário já foi solto. De qualquer forma, o pedido é o da revogação da prisão temporária, feito ao juiz.

Se ele indeferir, cabe HC ao Tribunal. Mas, mais uma vez, é possível que o preso já esteja solto quando for o pedido analisado pelo Tribunal ad quem. Nesse caso, o pedido vai ser prejudicado e a ação autônoma de impugnação não conhecida.

É mais fácil ter sucesso o pedido quando a prisão decorre de crime hediondo, já que a prisão pode perdurar até 60 dias...

Pode acontecer também de, após prorrogado o prazo da prisão temporária, a autoridade policial ou MP requerer a conversão em prisão preventiva (por nessa altura já ter mais provas contra o preso).

Nessa situação, imaginando que antes da conversão foi impetrado HC para soltar o preso temporário, como fica o HC, como soltar o preso? Nesse caso, esquece o HC. Deve ser feito pedido de revogação de prisão preventiva perante juízo a quo. Caso ele indefira o pedido, deve ser impetrado HC no Tribunal.

Medidas cautelares:

As medidas cautelares podem ser de natureza pessoal ou real. A pessoal recai sobre a pessoa e a real sobre objeto, patrimônio. As medidas cautelares que recaem sobre o patrimônio têm por finalidade garantir a perda do bem para a União ou para garantir o ressarcimento à vítima pelo dano causado pelo autor.

São medidas cautelares reais: sequestro, especialização de hipoteca e arresto.

Sequestro: Basicamente, o sequestro é medida de constrição patrimonial que recai sobre bens, móveis ou imóveis, de origem ilícita. Bens produto do crime, bens provenientes do crime.

Art. 125. Caberá o seqüestro dos bens imóveis, adquiridos pelo indiciado com os proventos da infração, ainda que já tenham sido transferidos a terceiro.

Esses bens, ao sofrerem essa medida, são retirados do autor do crime e encaminhados a União. Esses bens ficam com a União. É uma forma de impedir o enriquecimento ilícito do autor, impedir que ele seja favorecido com a prática delituosa, impedir que o produto do crime seja somado ao seu patrimônio.

Essa medida pode ser decretada tanto na fase de investigação quanto na fase judicial. É preciso, contudo, que hajam indícios veemente de que os bens do indiciado (fase policial) ou denunciado (fase judicial) são de origem ilícita.

Art. 126. Para a decretação do sequestro, bastará a existência de indícios veementes da proveniência ilícita dos bens.

Quem decreta essa medida, tanto na fase policial quanto na fase judicial , é o juiz. Ele pode, em qualquer momento de qualquer uma dessas fases, decretar o sequestro de ofício ou a requerimento da autoridade policial ou ministerial (MP). Isso é o diz a lei.

Art. 127. O juiz, de ofício, a requerimento do Ministério Público ou do ofendido, ou mediante representação da autoridade policial, poderá ordenar o sequestro, em qualquer fase do processo ou ainda antes de oferecida a denúncia ou queixa.

Pergunta: o bem ilícito adquirido por terceiro de boa-fé pode ser sequestrado? Caso alguém roube um celular e depois o venda a terceiro que nada sabe sobre a proveniência ilícita do produto, pode a Justiça sequestrar esse bem adquirido por terceiro de boa-fé? Sim. A lei permite isso .

Art. 125. Caberá o seqüestro dos bens imóveis, adquiridos pelo indiciado com os proventos da infração, ainda que já tenham sido transferidos a terceiro.

E o que pode esse terceiro fazer? Ele deve opor embargos de terceiros, demonstrando que, ao comprar o bem, agiu de boa-fé. O juiz, ao julgar os embargos, decidirá se esse terceiro pode ou não final com o bem. Enquanto não se julga, o bem pode ser sequestrado. O julgamento dos embargos ocorre ao final do processo.

Os embargos de terceiro podem ser opostos pelo autor do crime que perdeu o bem e pelo terceiro de boa-fé:

Art. 130. O sequestro poderá ainda ser embargado:

I - pelo acusado, sob o fundamento de não terem os bens sido adquiridos com os proventos da infração;

II - pelo terceiro, a quem houverem os bens sido transferidos a título oneroso, sob o fundamento de tê-los adquirido de boa-fé.

Parágrafo único. Não poderá ser pronunciada decisão nesses embargos antes de passar em julgado a sentença condenatória.

Quando o bem IMÓVEL é sequestrado, o juiz ordena que seja feita sua inscrição no Registro dos Imóveis e será autuado em apartado.

Art. 128. Realizado o sequestro, o juiz ordenará a sua inscrição no Registro de Imóveis.

Art. 129. O sequestro autuar-se-á em apartado e admitirá embargos de terceiro.

No que diz respeito aos bens MÓVEIS sequestrados:

Art. 132. Proceder-se-á ao sequestro dos bens móveis se, verificadas as condições previstas no art. 126, não for cabível a medida regulada no Capítulo Xl do Título Vll deste Livro.

Quais as condições do artigo 126? Que bastam indícios veementes de procedência ilícita do bem para que ele seja sequestrado.

O Título VII, Capítulo XI trata da busca e apreensão.

Resumindo: Não sendo cabível a medida de busca e apreensão, é cabível o sequestro de bens MÓVEIS desde que haja indícios veementes de proveniência ilícita do bem.

O sequestro, portanto, é medida que recai sobre bens ILÍCITOS, sejam eles MÓVEIS ou IMÓVEIS. Esses bens, ao serem sequestrados, tomados do autor do crime ou de quem quer que esteja com ele, são revertidos em favor da União.

O sequestro ocorre quando existem indícios veementes de que o bem é de procedência ilícita. Esses bens são sequestrados, tirados do domínio do autor do crime (indiciado ou denunciado), porque não se admite que ele seja enriquecido com a prática do crime. Ademais, não se admite que, deixando o bem em suas mãos, ele dele se desfaça ao longo do processo. Então o bem é tirado de suas mãos.

Alguns juristas defendem que bastava o bem ilícito fosse declarado indisponível, assim ele poderia ser vendido. Contudo, essa cláusula não tinha como impedir que o autor do crime dele se desfizesse. Por isso a importância dele ser retirado das mãos do autor do fato e ficarem nas mãos da União.

Caso o sujeito venha a ser condenado com sentença transitado em julgado, o juiz, de ofício ou a requerimento do interessado, pode determinar que o bem seja avaliado e vendido em leilão em público. O dinheiro adquirido pela venda em leilão é depositado no Tesouro Nacional após ser subtraído o que deve ser entregue a vítima ou o terceiro de boa-fé.

Sobre os efeitos da condenação, vide o art. 91, CP:

Art. 91 - São efeitos da condenação: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

I - tornar certa a obrigação de indenizar o dano causado pelo crime; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

II - a perda em favor da União, ressalvado o direito do lesado ou de terceiro de boa-fé: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

a) dos instrumentos do crime, desde que consistam em coisas cujo fabrico, alienação, uso, porte ou detenção constitua fato ilícito;

b) do produto do crime ou de qualquer bem ou valor que constitua proveito auferido pelo agente com a prática do fato criminoso.

O efeito principal da condenação penal é a aplicação da pena, contudo, além desse efeito, existem outros, quais sejam: a indenização do acusado e a perda de bens em favor da União, quando não prejudicados direitos do lesado e de terceiros de boa-fé. Assim, havendo a condenação, o bem sequestrado será revertido em valor pecuniário, por meio do qual indenizar-se-á a vítima e terceiro de boa-fé prejudicado. Ademais, o restante deve ser depositado nos cofres públicos.

Art. 133. Transitada em julgado a sentença condenatória, o juiz, de ofício ou a requerimento do interessado, determinará a avaliação e a venda dos bens em leilão público.

Parágrafo único. Do dinheiro apurado, será recolhido ao Tesouro Nacional o que não couber ao lesado ou a terceiro de boa-fé.

O juiz pode, na sentença, determinar o valor MÍNIMO da indenização. A vítima, se quiser, pode executar esse valor, já que a sentença é um titulo executivo judicial. Se não concordar com o valor da sentença, a vítima pode impugnar esse valor no cível.

Caso o sujeito seja absolvido, o bem sequestrado pode ser por ele levantado.

Além dessa hipótese, existem outras de levantamento do sequestro, quais sejam:

Art. 131. O sequestro será levantado:

I - se a ação penal não for intentada no prazo de sessenta dias, contado da data em que ficar concluída a diligência;

II - se o terceiro, a quem tiverem sido transferidos os bens, prestar caução que assegure a aplicação do disposto no art. 74, II, b, segunda parte, do Código Penal;

III - se for julgada extinta a punibilidade ou absolvido o réu, por sentença transitada em julgado.

Especialização de hipoteca e arresto: são medidas que recaem sobre bens de origem lícita. São bens lícitos do autor. Esses bens são tomados do autor do fato crime para garantir a reparação dos danos da vítima. Isso porque, durante o curso do processo, nada impede que o acusado livre-se dos bens, fazendo com que a vítima não seja ressarcida.

A especialização de hipoteca faz-se com bens IMÓVEIS e o arresto, com bem MÓVEIS (art. 137) e IMÓVEIS (art. 136).

Essas duas medidas apenas podem ocorrer na fase judicial, na ação penal, exceto o arresto preparatório de hipoteca (art. 136, CPP).

Art. 134. A hipoteca legal sobre os imóveis do indiciado poderá ser requerida pelo ofendido em qualquer fase do processo, desde que haja certeza da infração e indícios suficientes da autoria.

Art. 135. Pedida a especialização mediante requerimento, em que a parte estimará o valor da responsabilidade civil, e designará e estimará o imóvel ou imóveis que terão de ficar especialmente hipotecados, o juiz mandará logo proceder ao arbitramento do valor da responsabilidade e à avaliação do imóvel ou imóveis.

§ 1o A petição será instruída com as provas ou indicação das provas em que se fundar a estimação da responsabilidade, com a relação dos imóveis que o responsável possuir, se outros tiver, além dos indicados no requerimento, e com os documentos comprobatórios do domínio.

§ 2o O arbitramento do valor da responsabilidade e a avaliação dos imóveis designados far-se-ão por perito nomeado pelo juiz, onde não houver avaliador judicial, sendo-lhe facultada a consulta dos autos do processo respectivo.

§ 3o O juiz, ouvidas as partes no prazo de dois dias, que correrá em cartório, poderá corrigir o arbitramento do valor da responsabilidade, se Ihe parecer excessivo ou deficiente.

§ 4o O juiz autorizará somente a inscrição da hipoteca do imóvel ou imóveis necessários à garantia da responsabilidade.

§ 5o O valor da responsabilidade será liquidado definitivamente após a condenação, podendo ser requerido novo arbitramento se qualquer das partes não se conformar com o arbitramento anterior à sentença condenatória.

§ 6o Se o réu oferecer caução suficiente, em dinheiro ou em títulos de dívida pública, pelo valor de sua cotação em Bolsa, o juiz poderá deixar de mandar proceder à inscrição da hipoteca legal.

Art. 136. O arresto do imóvel poderá ser decretado de início, revogando-se, porém, se no prazo de 15 (quinze) dias não for promovido o processo de inscrição da hipoteca legal. (Redação dada pela Lei nº 11.435, de 2006)

Art. 137. Se o responsável não possuir bens imóveis ou os possuir de valor insuficiente, poderão ser arrestados bens móveis suscetíveis de penhora, nos termos em que é facultada a hipoteca legal dos imóveis. (Redação dada pela Lei nº 11.435, de 2006).

§ 1o Se esses bens forem coisas fungíveis e facilmente deterioráveis, proceder-se-á na forma do § 5o do art. 120.

§ 2o Das rendas dos bens móveis poderão ser fornecidos recursos arbitrados pelo juiz, para a manutenção do indiciado e de sua família.

Art. 138. O processo de especialização da hipoteca e do arresto correrão em auto apartado. (Redação dada pela Lei nº 11.435, de 2006).

Art. 139. O depósito e a administração dos bens arrestados ficarão sujeitos ao regime do processo civil. (Redação dada pela Lei nº 11.435, de 2006).

Art. 140. As garantias do ressarcimento do dano alcançarão também as despesas processuais e as penas pecuniárias, tendo preferência sobre estas a reparação do dano ao ofendido.

Art. 141. O arresto será levantado ou cancelada a hipoteca, se, por sentença irrecorrível, o réu for absolvido ou julgada extinta a punibilidade. (Redação dada pela Lei nº 11.435, de 2006).

Art. 142. Caberá ao Ministério Público promover as medidas estabelecidas nos arts. 134 e 137, se houver interesse da Fazenda Pública, ou se o ofendido for pobre e o requerer.

Art. 143. Passando em julgado a sentença condenatória, serão os autos de hipoteca ou arresto remetidos ao juiz do cível (art. 63). (Redação dada pela Lei nº 11.435, de 2006).

Art. 144. Os interessados ou, nos casos do art. 142, o Ministério Público poderão requerer no juízo cível, contra o responsável civil, as medidas previstas nos arts. 134, 136 e 137.

Art. 144-A. O juiz determinará a alienação antecipada para preservação do valor dos bens sempre que estiverem sujeitos a qualquer grau de deterioração ou depreciação, ou quando houver dificuldade para sua manutenção. (Incluído pela Lei nº 12.694, de 2012)

§ 1o O leilão far-se-á preferencialmente por meio eletrônico. (Incluído pela Lei nº 12.694, de 2012)

§ 2o Os bens deverão ser vendidos pelo valor fixado na avaliação judicial ou por valor maior. Não alcançado o valor estipulado pela administração judicial, será realizado novo leilão, em até 10 (dez) dias contados da realização do primeiro, podendo os bens ser alienados por valor não inferior a 80% (oitenta por cento) do estipulado na avaliação judicial. (Incluído pela Lei nº 12.694, de 2012)

§ 3o O produto da alienação ficará depositado em conta vinculada ao juízo até a decisão final do processo, procedendo-se à sua conversão em renda para a União, Estado ou Distrito Federal, no caso de condenação, ou, no caso de absolvição, à sua devolução ao acusado. (Incluído pela Lei nº 12.694, de 2012)

§ 4o Quando a indisponibilidade recair sobre dinheiro, inclusive moeda estrangeira, títulos, valores mobiliários ou cheques emitidos como ordem de pagamento, o juízo determinará a conversão do numerário apreendido em moeda nacional corrente e o depósito das correspondentes quantias em conta judicial. (Incluído pela Lei nº 12.694, de 2012)

§ 5o No caso da alienação de veículos, embarcações ou aeronaves, o juiz ordenará à autoridade de trânsito ou ao equivalente órgão de registro e controle a expedição de certificado de registro e licenciamento em favor do arrematante, ficando este livre do pagamento de multas, encargos e tributos anteriores, sem prejuízo de execução fiscal em relação ao antigo proprietário. (Incluído pela Lei nº 12.694, de 2012)

§ 6o O valor dos títulos da dívida pública, das ações das sociedades e dos títulos de crédito negociáveis em bolsa será o da cotação oficial do dia, provada por certidão ou publicação no órgão oficial. (Incluído pela Lei nº 12.694, de 2012)

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