Buscar

NOTAS E COMENTARIOS HARMONIA-DOS-EVANGELHOS

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 418 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 418 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 418 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Notas o 
Comentários 
à HARMONIA 
DOS EVANGELHOS
Egidio Gioia
Notas e 
Comentários à
HARMONIA
DOS
EVANGELHOS
EGIDIO GIOIA.
Notas e Comentários à 
HARMONIA d o s EVANGELHOS
Vol. I
196 9
J U N T A D E E D U C A Ç Ã O R E L IG IO S A E P U B L IC A Ç Õ E S
Caixa Postal 320 — ZC 00 
Rio de Janeiro — GB
Dedico esta obra a todos quantos são vocacionados pelo 
SENHOR DA SE A RA ao Santo Ministério da Palavra, quer como 
ministros quer como leigos, que se dedicam, com tôdas as veras 
de sua alma crente, ao estudo e meditação das SAG RAD AS ES­
C RITU RAS, para melhor servirem ao nosso Deus e Salvador 
lesus Cristo.
APRESENTAÇÃO
O livro H a rm onia dos E van g e lh os , da autoria de João A . Broadus e A . T. Ro- 
bertson, atualizada e complementada na presente edição preparada por S. L . Watson 
e W . E . Allen, é um a obra/ notável que por muitos anos vem enriquecendo os estu­
dos em português do Nova Testamento. Aparece agora sua complementação, No,.as 
e C om entários à H a rm on ia dos E va ng e lho s , do Pastor Egidio Gioia. Esta obra do 
Pastor Egidio representa suas convicções e pensamentos sôbre a Pessoa, V ida e M i­
nistério de Jesus, formulados durante mais de trinta anos de estudos minuciosos das 
Escrituras.
Oom a experiência adquirida durante trin ta e sete anos como pastor de várias 
igrejas, entre as quais está a Primeira Igre ja Batista de Campinas, Estado de São 
Paulo, onde atualmente exerce o seu ministério; com o conhecimento resultante dos 
estudos e ensinos feitos no Nôvo Testamento enquanto servia durante três anos como 
Professor de Extensão do Seminário Teológico Batista do Sul do Brasil e como 
professor do Nôvo Testamento desde 1962 no Instituto Batista de Bauru; e com 
a capacidade de compreender as necessidades dos jovens aspirantes ao ministério, 
julgamos que dificilmente haja outro entre nós mais competente para produzir uma 
obra desta natureza.
A excelente documentação indica a larga consulta feita de obras múltiplas e 
variadas durante longos anos de pesquisas. O fato de o autor ter acesso a algumas 
obras italianas dos valdenses enriquece grandemente o livro. É de se observar que 
o Pastor Gioia, depois de relacionar as interpretações divergentes de certos trechos 
difíceis, não hesita em afirmar claramente a sua opinião quanto à interpretação 
mais correta.
O seminarista, o pastor e o professor da Escola Bíblica Dominical hão de en­
contrar um a preciosidade neste volume. Terão às suas mãos um comentário quase 
completo da vida de Jesus. Como o livro semelhante, na língua inglêsa, do grande 
missionário D r. J . W . Shepard, tem sido a obra básica nos estudos dos Evangelhos 
para muitos seminaristas americanos, assim N o ta s e C om entários à H a rm o n ia dos 
E va n g elh o s é destinado a servir como o fundamento bíblico para muitos jovens, pas- 
tôres e leigos que estudam a Palavra no Brasil. Portanto, é com imensa satisfação 
que apresentamos esta obra àqueles que desejam fazer um estudo cronológico e sis­
temático da vida de nosso Salvador bendito.
São P aulo , 7 d e novem b ro d e 1967
T hu rm on B ry a n t
A OPORTUNIDADE DÊSTE LIVRO
O meu prezado amigo, Pastor Egidio Gioia, autor dêste excelente trabalho, inti- 
tulado — Notas e Comentários à Harmonia dos Evangelhos, convidou-me a dizer 
algo a respeito do livro que em boa hora êle encaminhara ao nosso Departamento 
de Literatura Permanente, para publicação. Creio que seria suficiente a apresentação 
feita pelo irmão Dr. Thurmon Earl Bryant, ilustre catedrático na Faculdade Teológica 
Batista de São Paulo. Todavia, seu convite foi para m im muito honroso e de público 
lhe agradeço.
É excelente o arranjo do livro: o autor, tomando por base a Harmonia dos Evan­
gelhos de S. L . Watson, W . E . Allen e A . Ben Oliver, segue paralelamente as suas 
divisões e seções, facilitando, assim, grandemente o estudo dos Evangelhos. Seria 
incompreensível um pastor batista ou mesmo de outro ramo evangélico deixar de 
possuir e manusear, de contínuo, êstes dois livros: a Harmonia e êste Comentário.
Um pouco de história sôbre a literatura dêsse gênero em português. Que eu 
saiba, «a mais antiga versão portuguesa de qualquer porção das Escrituras de que 
temos notícia é uma Harmonia dos Evangelhos publicada em 1495, pela Rainha Leonora 
e D . João II», reis de Portugal. Honremos-lhes a memória. A antiga Casa Editora 
Batista, de Salvador, fundada e dirigida, creio, pelo saudoso missionário pioneiro 
Zacharias Clay Taylor, publicou uma pequena obra dêsse gênero, que ainda devo 
ter entre os meus livros, mas não posso localizá-la. Não lhe lembro exatamente o 
título, mas, se me não falha a memória, é — Harmonia do Evangelho de Jesus 
Cristo. Anos mais tarde, ali por 1920 e tanto, veio a tradução da Harmonia de 
Broadus e Robertson, edição da nossa Casa. Esgotou-se essa edição e, algum tempo 
depois, S. L . Watson e W . E . Allen editavam a Harmonia dos Evangelhos a que 
já me referi, da qual já surgiu nova edição, em que colaborou o ilustre ex-reitor do 
nosso Seminário do Sul, D r. A . Ben Oliver.
Surge, agora, para acompanhar aquela mui bem organizada Harmonia de Watson, 
Allen e Oliver, o presente Comentário de Egidio Gioia. È um trabalho honesto e 
consciencioso, em que o autor procurou seguir as linhas mestras de interpretação, 
com excelente orientação. Como sói acontecer num trabalho dessa natureza, pode 
ser que o leitor e consulente dêste Comentário não concorde in totum com a inter­
pretação dada ao texto, aqui ou ali, no que, aliás, tem plena liberdade, mas reco­
nhecerá a seriedade e o critério seguidos pelo autor como fiel ministro do evangelho 
e provecto pastor batista. As páginas que o leitor vai percorrer e, sem dúvida, 
consultar muitas vêzes, não são obra de fancaria, mas representam o labor honesto 
de meses e anos de estudo, consulta e meditação.
Saindo agora do prelo êste Comentário, nós queremos estender os nossos parabéns 
ao prezado colega Dr. Egidio Gioia pela boa obr,a realizada, pela qual receberá, 
certamente, os louros da vitória. Parabéns aos leitores que o vão consultar e por 
isto mesmo aprofundar-se nesse veio aurífero que são os Evangelhos de Mateus, Marcos, 
Lucas e João.
Embora sem autorização ou insinuação do autor, atrevo-me a recomendar êste 
livro especialmente às cátedras dos nossos Seminários e aos pastores em seus gabi­
netes de estudo e meditação.
Perdoe-me o irmão Gioia se disse demais, mas não o disse supèrfluamente. Não 
tenho o hábito de lisonja. O que aqui escrevi, o fiz de coração, com admiração e 
entusiasmo sinceros.
20-6-1968
Almir S. Gonçalves
P R E F Á C I O
Digo-o diante de Deus, que é com grande temor e tremor que faço publicar 
estas NOTAS E COMENTÁRIOS ao Texto da Harmonia dos Evangelhos, de 
Watson e Allen. Esta obra humilde é, essencialmente, de cunho devoto e doutrir 
nário, para maior aproximação de Deus, pela fé e meditação na verdade eterna 
do evangelho. M inha oração ao Senhor é de ação de graças, porque me conce­
deu o privilégio santo de meditar e expressar aquelas eternas verdades que 
estão reveladas no seu Livro Santo, a Bíblia, verdades que, pela graça de Deus, 
foram experimentadas, embora parcialmente, em m inha alma e em meu viver.
Agradeço também a Deus pelas riquezas espirituais por êle concedidas a tão 
grande número de servos seus, ministros do evangelho e professores de semi­
nários e faculdades teológicas que, através de séculos, escreveram livros de valor 
inestimável, enriquecendo, destarte, a literatura genuinamente cristã e, assim, 
pondo ao alcance das futuras gerações a explanação dos Textos Sagrados, em­
bora reconhecendo, humildemente, que o homem é limitadíssimo para exaurir 
da Sagrada Fonte tôdas as riquezas espirituais da Revelação de Deus, em Cristo 
Jesus. Portanto, nenhum motivo o homem tem de gloriar-se, “a não ser”, como 
diz o Apóstolo, “na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo”.
Entretanto, não posso deixar de agradecer ao digníssimo Diretor da Facul­dade de Teologia do Colégio Batista Brasileiro de São Paulo, Dr. Thurmon Earl 
Bryant, que, sem dúvida, constrangido pelo amor de Cristo, leu o original, fa ­
zendo cuidadosa apreciação e preciosas sugestões para melhorar seu conteúdo 
e forma.
Semelhantemente, agradeço, de coração, o interêsse genuinamente cristão 
do D r. A lm ir S. Gonçalves que, com muito carinho, leu o livro, fazendo valiosas 
sugestões para o aperfeiçoamento do mesmo. Outrossim, o Autor, cedendo seus 
direitos autorais à Casa Publicadora Batista, consultou o Dr. A lm ir S. Gonçal­
ves, que é o Diretor de Literatura Permanente da Casa Publicadora Batista, 
sôbre se poderia usar os Títulos e Explicações das 196 Seções da Harmonia dos 
Evangelhos, de Watson e Allen, para que houvesse um entrosamento das “Notas 
e Comentários” ao Texto da Harmonia, o que achou de valor se fizesse.
Que o Senhor abençoe ricamente os amados em Cristo Jesus que irão ler, 
meditar e praticar o evangelho de nosso glorioso Salvador, para sua própria 
edificação espiritual e de seus irmãos em Cristo e para a evangelização, doutri- 
namento e salvação dos pecadores.
Egidio Gioia
Í N D I C E
Página
Apresentação ..................................................................................................... 6
A Oportunidade dêste Livro .......................................................................... 7
Prefácio ............................................................................................................... 8
INTRODUÇÃO GERAL ...................................................................................... 13
I . Os Evangelhos .................................................................... .............................. 15
I I . Os Evangelistas ................................................................................................. 17
PARTE I — TRINTA ANOS PREPARATÓRIOS ............................................. 19
I. Introdução ............................................................................................... 19
1. Prefácio ao Evangelho de Lucas ........................................... 19
2. Prólogo do Evangelho de João — O Cristo Preexistente 20
I I . Prenúncios do Nascimento de Jesus ............................................... 24
3. Duas Genealogias de Jesus .................................................... 24
4. Anunciação do Nascimento de João Batista ................... 25
5. O Nascimento de Jeisus Anunciado à Virgem Maria . . . . 27
6. Visita da Virgem Maria a Isabel ......................................... 29
7. Nascimento de João Batista, Profecia de Zacarias e
Vida de João no Deserto ....................................................... 30
8. O Nascimento de Jesus Anunciado a José ......................... 32
I I I . Nascimento e In fânc ia de Jesus ..................................................... 34
9. O Nascimento de Jesus ........................................................ 34
10. O Nascimento de Jesus Proclamado pelos Anjos aos Pas­
tores de Belém ............................................................................ 35
11. A Circuncisão de Jesus ............................................................ 36
12. A Apresentação de Jesus no Templo ................................. 36
13. Magos do Oriente Visitam o Recém-nascido Rei dos 
Judeus .......................................................................................... 38
14. O Menino Jesus Levado para o Egito e a Matança dos 
Infantes em Belém .................................................................... 40
15. O Menino Jesus Trazido do Egito para Nazaré .............. 41
IV . Sua Vida em Nazaré ............................................................................ 42
16. A Meninice de Jesus em Nazaré ......................................... 42
17. Jesus, aos Doze Anos de Idade, Assiste à Páscoa e É 
Achado no Meio dos Doutores no Templo em Jerusalém 43
18. Jesus Ainda em Nazaré, dos 12 aos 30 Anos ................... 4&
PARTE I I — IN ÍC IO DO M INISTÉRIO DE JESUS ..................................... 45
V. Os Começos da Pregação do Evangelho ......................................... 45
19. João Batista In ic ia o Seu Ministério ................................... 45
20. O Batismo de Jesus .................................................................... 50
21. A Tentação de Jesus ................................................................ 51
P á g in a
22. Testemunho de João Batista perante a Comissão Vinda
de Jerusalém ................................................................................ 55
23. João Identifica Jesus como Sendo o Cordeiro de Deus 56
24. Os Primeiros Discípulos de Jesus ......................................... 57
25. O Primeiro Milagre de Jesus ................................................. 61
26. A Primeira Estada de Jesus em Cafarnaum (Acompa­
nhado de Seus Parentes e Primeiros Discípulos) .......... 63
V I. O Ministério In ic ia l de Jesus na Judéia ....................................... 65
27. Jesus Efétua a Primeira Purificação do Templo . ................. 65
28. A Situação de Jesus em Jerusalém Durante a Primeira 
Páscoa do Seu Ministério ...................................................... ......... 67
29. Nicodemos em Entrevista com Jesus ................................. ......... 68
30. Os Ministérios de Jesus e João em Paralelo ................... ......... 71
V II. Um Ministério de Dois Dias Numa Aldeia dos Samaritanos 78
31. Razões pelas Quais Jesus Deixou a Judéia ................... 76
32. Jesus Evangeliza a Mulher Samaritana e a Cidade de 
Sicar ............................................................................................. 77
33. Jesus, Chegado à Galiléia, É Recebido de Boa Mente
pelo Povo ...................................................................................... 82
PARTE I I I — SEU GRANDE M INISTÉRIO NA GALILÉIA ....................... 83
V I I I . Os <5omeços do Ministério Galileu ..................................................... 83
34. Os Prefácios Sinópticos do Grande Ministério de Jesus
na Galiléia .................................................................................... 83
* 35. Jesus, Estando em Caná, Cura em Cafarnaum o Filho
de um Oficial do Rei ............................................................ 84
36. A Primeira Rejeição de Jesus pelo Povo de Nazaré -- 85
37. Deixando Nazaré, Fixa Residência em Cafarnaum . . . . 88
38. Jesus Chama Definitivamente Quatro Pescadores e Pro­
mete Fazer Dêles Pescadores de Homens ......................... 88
39. Jesus, pelos Seus Sublimes Ensinos e pela Cura dum 
' Endemoninhado, Causa Grande Admiração em Cafar­
naum ............................................................................................. 90
40. Jesus Cura a Sogra de Pedro e Muitos Outros .............. 91
IX . A Par de Sua Fama Crescente, Cresce Também a Hostilidade
Contra Jesus ........................................................................................... 93
41. Jesus, Acompanhado dos Seus Quatro Discípulos, Inicia
a Sua Primeira Viagem Evangellstica pela Galiléia ___ 93
42. A Cura de um Leproso; Grande Excitação Popular ___ 95
43. Apertado pela Multidão em Cafarnaum, Jesus Cura um 
Paralítico Descido pelo Telhado da Casa ..................... 96
44. A Chamada de Levi, o Publicano, e o Banquete por Ele 
Oferecido ...................................................................................... 98
45. Jesus Profere Três Parábolas em Defesa dos Discípulos, 
Quando Criticados por Não Jejuarem ............................. 100
46. Havendo Curado um Enfêrmo em Jerusalém por Ocasião 
da Páscoa, Jesus Teve que Defender-se por Tê-lo Feito
no Sábado ...................................................................................... 102
47. Os Discípulos Colhem Espigas num Sábado e Jesus os 
Defende da Conseqüente Critica dos Fariseus.............. 106
48. Jesus Cura no Sábado a Mão M irrada dum Homem e 
Novamente Se Defende dos Fariseus Que, Encolerizados, 
Queriam Matá-lo ........................................................................ 107
P á g in a
X . Jesus Dá um Nôvo Passo: Funda uma Organização e Proclama
um Código .......... .................................................................................. 108
49. Jesus à Beira do Mar da Galiléia, Acompanhado de 
Hostes Volúveis que Atestam a Sua Larga Fama ........ 108
50. Depois de Passar um a Noite em Oração, Jesus Escolhe
os Doze Apóstolos ...................................................................... 109
51 No Sermão do Monte, Jesus Proclama o Código do Reino
Messiânico .................................................................................... 112
X I. Transição: Jesus Age A inda Sozinho, Embora Tendo Chamado
os Doze ............................................................................................ 135
52. Jesus Cura em Cafam aum o Servo de um Centurião 135
53. Jesus Ressuscita o Filho duma Viúva da Cidade de Naim, 
Repercutindo a Noticia Largamente para o Sul .......... 137
54. O Batista Envia um a ü lt im a Mensagem a Jesus, e Êste 
Depois de Lhe Responder, o Elogia perante o Povo -- 138
55. Jesus Lança Ais sôbre Três Cidades Impenitentes; Dis­
correndo acêrca da Sua Filiação Divina, Oferece Alivio
aos Aflitos ...................................................................................... 141
56. Uma Mulher Pecadora Unge os Pés de Jesus em Casa de 
Simão, o Fariseu ........................................................................ 143
X I I . Jesus Intensifica a Propaganda do Reino, Viajando, Curando
e Instruindo por meio de Parábolas ............................................... 144
57. Jesus, na Sua Segunda Viagem pela Galiléia, É Acom­
panhado pelos Doze Discípulos e por Algumas Mulheres
Que os Serviam com os Seus Bens ................................... 144
58. Jesus, Acusado pelos Fariseus de Estar em Aliança com 
Belzebu, Rebate Esta Blasfêmia, Classificando-a de Pe­
cado Imperdoável ........................................................................ 145
59. Os Escribas e Fariseus, Repugnando os Ensinos de Jesus, 
Exigem-lhe um Sinal ................................................................ 147
60. A Fam ília Espiritual de Jesus ............................................... 149
61. Primeiro Grande Grupo de Parábolas, em Que Jesus 
Faz Frente à Oposição dos Fariseus e Instrui os Discí­
pulos Quanto à Natureza e ao Crescimento do Reino 
Messiânico .................................................................................... 150
62. Jesus Acalma uma Tempestade ao Atravessar o Mar da 
Galiléia ........................................................................................ 156
63. Jesus Cura Dois Endemoninhados Gadarenos .............. 158
64. Jesus, Tendo Voltado de Gergesa, Ressuscita a Filha de 
Jairo e Cura uma Mulher .................................................. 161
65. Jesus Cura Dois Cegos e um Mudo; Outra Acusação 
Blasfema ..................................................................................... 163
X II I . Jesus Prossegue na Sua Grande Atividade de Doutrinação e
Evangelização ....................................................................................... 164
66. A ú ltim a Visita de Jesus a Nazaré ................................... 164
67. Tendo Instruído os Doze e os Enviado Dois a Dois pela 
Galiléia, Jesus Mesmo Enceta Viagem ............................. 165
68. A Intranqüilidade de Herodes Antipas ao Ouvir Noticias
dos Milagres Feitos por Jesus .............................................. 169
PARTE IV — A ÉPOCA DAS RETIRADAS — UM PERÍODO DE INSTRU­
ÇÃO ESPECIAL AOS DOZE ..................................................... 171
X IV . Primeira Retirada e Eventos Subseqüentes ................................. 171
69. A Primeira Tentativa de Retirada e a Primeira M ulti­
plicação de Pães e Peixes .................................................... 171
70. Jesus Desvia as Multidões do Propósito de o Fazerem
Rei, Isto É, um Messias Político ........................................... 173
71. Jesus, Andando sôbre o Mar Revolto, Aparece aos Dis­
cípulos ......................................................................................... 173
72. Tendo Chegado a Genezaré, Continua Fazendo Muitas 
Curas ........................................................................................... 175
73. Jesus Ensina em Cafarnaum; o Discurso sôbre o Pão da
Vida ............................................................................................... 176
74. Os Discípulos Acusados de Transgredirem as Leis Ceri­
moniais ......................................................................................... 181
XV . Viagem ao Norte, pela Fenícia, e a Volta a Decápolis .............. 184
75. A Segunda Retirada, na Qual Vai até ã Região de Tiro e 
Sidom e Cura a Filha da Siro-fenlcia ............................. 184
76. Jesus Prossegue na Viagem, Rodeando para o Norte, o 
Leste e o Sul, até Decápolis, Curando Muitos e Fazendo
/a Segunda Multiplicação de Pães e Peixes ................... 186
T l / Voltando à Galiléia, Jesus Encontra Forte Oposição da
Parte dos Fariseus e Saduceus ............................................. 187
X V I. Retirada para a Região de Cesaréia de Filipe ............................. 187
78. Iniciando a Terceira Retirada, Jesus Adverte os Discí­
pulos Contra o Fermento dos Fariseus e Cura um Cego
de Betsaida Júlias ...................................................................... 187
79. Jesus Põe à Prova a Fé dos Discípulos; a Grande Con­
fissão ............................................................................................. 189
80. Jesus Previne os Discípulos Quanto à Sua Paixão, Morte 
e Ressurreição; Exorta-os à Renúncia Própria e Pro­
mete-lhes Que Há de Voltar em Grande Glória .............. 195
81. A Transfiguração de Jesus e Questões por E la Suscitadas 197
82. Jesus Cura um Jovem Endemoninhado Que os Discípulos
Não Puderam Curar .................................................................. 199
83. Voltando Secretamente pela Galiléia, Jesus Prediz No­
vamente a Sua Morte e Ressurreição ................................. 201
X V II. De Volta da Terceira Retirada, Jesus Passa Alguns Dias em 
Cafarnaum com os Doze, antes de Subir à Festa dos Taber­
náculos ..................................................................................................... 201
84. Jesus Paga o Sagrado Tributo do Templo, com um Es-
táter Encontrado na Bôca de um Peixe ............................... 201
85. Os Doze Contendem pela Preeminência no Reino, e Jesus
Lhes Dá uma Lição de Humildade ................................... 202
86. O Zêlo Imprudente de João Suscita do Mestre Lições sô­
bre Tropeços ................................................................................ 203
87. O Espírito de Conciliação e Perdão com Que Se Deve 
Tratar a um Irmão Ofensor ................................................. 206
88. Jesus Requer Renúncia Própria de Seus Seguidores . . . 209
89. Jesus Rejeita o Conselho de Seus Irmãos Incrédulos 
Quanto à Publicidade de Sua Obra ................................. 210
P á g in a
P á g in a
90. Jesus, Indo a Jerusalém, Passa Secretamente por Sa- 
maria, Onde a Oposição dos Habitantes Irrita os Dis­
cípulos .......................................................................................... 212
PARTE V — O M INISTÉRIO ULTERIOR NA JUDÉIA ............................... 213
X V III . O Ensino de Jesus por Ocasião da Festa dos Tabernáculos 213
91. Estando a Festa J á em Meio, Chega Jesus e Se Põe a 
Ensinar no Templo, Causando, Assim, Grande Sensação 213
92. O Caso da Mulher Adúltera ....................................... 217
93. Jesus SeDeclara Luz do Mundo; os Fariseus, Encoleri­
zados pelas Suas Pretensões Messiânicas, Travam com
Êle Forte Controvérsia e Acabam Procurando Matá-lo 218
94. A Sensacional Cura do Cego de Nascença ......................... 221
95. A Parábola do Bom Pastor ................................................... 224
X IX . Ministério na Judéia, Fora de Jerusalém ................................... 227
96. A Missão dos Setenta ............................................................ 227
97. Pela Parábola do Bom Samaritano, Jesus Interpreta a 
Lei do Amor ao Próximo para o Doutor da Lei Que o 
Tentava ........................................................................................ 229
98. D iante da Queixa de Marta, Jesus Defende Maria por
Ter Escolhido a Boa Parte ................................................... 230
99. Pela Segunda Vez Jesus Ensina os Discípulos a Orar 232
100. Uma Cura Sensacional e uma Acusação Blasfema 233
101. Jesus, Estando à Mesa de um Fariseu, Lança Veementes
Ais Contra os Escribas, Fariseus e Doutores da Lei ___ 234
102. Tendo-se A juntado Muitos Milhares de Pessoas, Jesus 
Pronuncia um Poderoso Discurso ....................................... 236
103. Jesus Aproveita Dois Acontecimentos Contemporâneos e 
a Parábola da Figueira para Ensinar a Urgente Necessi­
dade de Arrependimento ........................................................ 239
104. Jesus, num Sábado, Cura uma Mulher Encurvada e De­
fende o Ato Diante da Critica do Príncipe da Sinagoga 241
105. Jesus, na Festa da Dedicação, Ainda É Acossado pelos 
Judeus e Retira-se de Jerusalém ......................................... 242
PARTE V I — MINISTÉRIO DE JESUS NA PERÉIA ................................. 245
X X . O Trabalho de Jesus na Feréia até à Morte de Lázaro .......... 245
106. Jesus Retira-se de Jerusalém para Betânia de Além Jor­
dão, Onde João Batizava no Principio do Seu Ministério 245
107. Depois de Certa Demora em Betânia, Jesus Percorre as 
Cidades e Aldeias da Peréia, Ensinando e Caminhando 
Novamente para Jerusalém .................................................... 245
108. Avisado de Que Herodes Antipas o Quer Matar, Res­
ponde com Santa Altivez e Conhecimento de Causa . . . . 247
109. Jesus Cura no Sábado um Hidrópico, Logo Se Dafenden-
do e Prosseguindo com Vários Ensinos ............................... 248
110. Jesus Ensina a uma Grande Multidão o Custo de Ser 
Discípulo Dêle .............................................................................. 249
111. Três Parábolas sóbre a Graça: a Ovelha Perdida, a Moe­
da Perdida e o Filho Perdido ............................................. 251
112. Duas Parábolas sóbre a Mordomia: a do Mordomo Infie l
e a do Rico e Lázaro .............................................................. 254
113. Três Virtudes Recomendadas: Magnanimidade, Fé e Mo­
déstia Cristã ................................................................................ 259
P á g in a
X X I . O Ministério' Pereu Interrompido pela Morte de Lázaro ........ 260
114. Jesus Ressuscita a Lázaro ...................................................... 260
115. Trama Contra a Vida de Jesus ........................................... 263
U iL Jesus Cura Dez Leprosos ........................................................ 264
O Advento do Reino Messiânico ......................................... 265
118. Duas Parábolas sôbre a Oração: a da Viúva Im portuna
e a do Fariseu e o Publicano ............................................. 266
X X I I . F inal do Ministério Pereu ................................................................ 267
119. A Questão do Divórcio ............................................................ 267
120. Jesus Abençoa Algumas Crianças de Tenra Idade ___ 269
121. O Jovem Rico Suscita de Jesus Ensinos sôbre o Perigoso 
Apêgo às Riquezas .................................................................... 270
X X I I I . Subindo a Jerusalém ............................................................................ 273
122. Jesus Prediz pela Terceira Vez a Sua Paixão .............. 273
123. A Ambição Descabida de Tiago e João Provoca de Jesus 
Ensinos sôbre Como Ser “Primus Inter Pares” ................ 273
124. Jesus Cura Dois Cegos Perto de Jericó ............................. 274
125. Jesus Visita a Zaqueu ............................................................ 275
126. A Parábola das Dez M inas ................................... ............. 276
PARTE V II — ÚLTIMA SEMANA DO M IN ISTÉRIO DE JESUS E SUA
CRU CIFICAÇ AO .......................................................................... 278
X X IV . Jesus Termina o Seu Ministério Público ......................................... 278
127. Cochicham em Jerusalém & Respeito de Jesus, e em 
Betânia Procuram-no e a Lázaro, para os Matarem ___ 278
128. Com a Sua Entrada Triunfal em Jerusalém Jesus Se De­
clara o Messias ........................................................................ 278
129. A Figueira Infrutífera Amaldiçoada ................................... 280
130. A Segunda Purificação do Templo ..................................... 281
131. Alguns Gregos Procuram uma Entrevista com Jesus . . . 282
132. A Figueira Infrutífera Achada Sêca ............................... 286
133. Jesus Responde aos Principais Sacerdotes e Anciãos 
Quanto à Autoridade com Que Êle Agia ......................... 287
134. Jesus Responde ao Segundo Interrogatório Malicioso: 
sôbre o Tributo .......................................................................... 291
135. Jesus Responde ao Terceiro Interrogatório: sôbre a Res­
surreição .................................................................................... 292
136. Jesus Responde ao Quarto Interrogatório: sôbre o P ri­
meiro Mandamento ..." .............................................................. 293
137. Jesus Ainda Confunde os Inim igos com uma Pergunta
a Respeito Dêle Mesmo .......................................................... 295
138. Jesus Denuncia Fortemente os Escribas e Fariseus no
Seu ü ltim o Discurso Público ................................................. 295
139. Jesus Destaca, com Louvor, a Pequena Oferta duma Viú­
va Pobre ........................................................................................ 298
140. Jesus É Rejeitado pelos Judeus ............................................. 298
X X V . Jesus, à Sombra da Cruz, Esforça-se no Sentido de Preparar
os Discípulos para o Que Havia de Acontecer ............................. 300
141. O Grande Discurso Escatológico de Jesus: a Destruição
de Jerusalém ................................................................................ 300
142. O Grande Discurso Escatológico de Jesus: Transição da 
Destruição de Jerusalém para a Sua Segunda V inda 302
143. O Grande Discurso Escatológico de Jesus: a Sua Segun­
da Vinda; Galardão e Retribuição ................................... 307
P á g in a
144. Jesus Prediz a Sua Próxima Crucificação, Enquanto Ele­
mentos do Sinédrio Tramam a Morte dêle ........................ 311
145. Jesus Ungido para a Sepultura num a Festa em Betânia 311
146. Judas Combina com os Principais Sacerdotes a Traição
de Jesus .......................................................................................... 313
147. A Páscoa: Jesus M anda Fazer os Preparativos .............. 313
148. A Páscoa: Jesus a Celebra com os Doze ......................... 316
149. A Páscoa: Jesus Resolve a Contenda Ambiciosa entre
os Discípulos ................................................................................ 317
150. A Páscoa: Jesus, à Mesa com os Discípulos, Lava-lhes
os Pés .............................................................................................. 318
151. A Páscoa: Jesus Prediz Sua Traição por Judas .............. 321
152. A Páscoa: Jesus Prediz Que Pedro o Negará .................. 322
153. A Páscoa: JesusD á Alguns Rápidos Ensinos, Inclusive
o Nôvo Mandamento ................................................................ 324
154. A Páscoa: Jesus D á uma Lição Enigmática sôbre a Es­
pada e Outras Coisas Materiais ........................................... 325
155. A Páscoa: Jesus Institu i a Ceia Memorial .................... 326
156. Jesus, o Mestre, Faz um Discurso de Despedida aos Dis­
cípulos .......................................................................................... 330
157. Jesus, o Divino Mediador, Faz uma Grande Oração In- 
tercessória .................................................................................... 340
X X V I. Sofrimento e Morte de Jesus pelo Pecado do Mundo .............. 344
158. Jesus no Getsêmane Sofre Horrenda Agonia ................... 344
159. Jesus no Getsêmane É Traldo, Prêso e Abandonado 345
160. Jesus Sendo Processado: Perante as Autoridades Juda i­
cas — D iante de Anás, Interrogado e Ferido .............. 348
161. Jesus Sendo Processado: Perante as Autoridades Juda i­
cas — D iãnte de Caifás e do Sinédrio; Interrogado, 
Zombado, Esbofeteado e Condenado ................................... 349
162. Jesus Sendo Processado: Perante as Autoridades Juda i­
cas — Diante de Caifás e do Sinédrio; Três Vêzes Ne­
gado por Pedro . ...................................................................... 352
163. Jesus Sendo Processado: Perante as Autoridades Juda i­
cas — Diante de Caifás e do Sinédrio, É Formalmente 
Condenado para Ser Entregue a Pilatos ...... .................... 354
164. Jesus Sendo Processado: Sendo Êle Conduzido a Pilatos,
Judas, Roido de Remorsos, Suicida-se ............................. 355
165. Jesus Sendo Processado: Perante as Autoridades Ro­
manas — Diante de Pilatos, pela Primeira Vez É In ­
terrogado ...................................................................................... 35«
166. Jesus Sendo Processado: Perante as Autoridades Ro­
manas — D iante de Herodes Antipas, Interrogado e Es­
carnecido .................................................................................... 358
167. Jesus Sendo Processado: Perante as Autoridades Ro­
manas — D iante de Pilatos pela Segunda Vez, F inal­
mente Açoitado, Escarnecido, Condenado e Sentenciado 360
168. Jesus Sofre, M altratado pelos Soldados Romanos 365
169. Jesus Sofre, pela “Via Dolorosa” desde o Pretório (Fó­
rum) até ao Calvário ............................................................ 366
170. Jesus Crucificado: As Três Primeiras Horas n a Cruz 368
171. Jesus Crucificado: as Três ü ltim as Horas na Cruz; Rei­
na Escuridão, Morrendo Jesus às 15 horas .................... 372
172. Jesus Crucificado: Morto, Ainda Pendurado no Madeiro, 
Assinalam-se Fenômenos Sobrenaturais ........................... 374
P á g in a
173. Jesus Sepultado: Verificada a Sua Morte, É Sepultado
no Túmulo Nôvo de José de Arimatéia ............................. 376
174. Jesus Sepultado: o Sepulcro É Oficialmente Selado e 
Guardado ...................................................................................... 379
PARTE V III — RESSURREIÇÃO, APARECIMENTO E ASCENSÃO DE
JESUS ........................................................................................... 381
X X V II. Jesus Ressurge no Primeiro D ia da Semana; o Sepulcro £
Encontrado Vazio .................................................................................... 381
175. O Sepulcro Visitado pela Primeira Vez por Algumas 
Mulheres ...................................................................................... 381
176. O Sepulcro Descerrado por um Anjo Durante o Terre­
moto ............................................................................................. 382
177. O Sepulcro, Visitado pela Segunda Vez pelas Mesmas 
Mulheres, É Encontrado Vazio ........................................... 383
178. Jesus Ressurrecto: Assim o Declaram os Anjos às Mulhe­
res Perplexas e Atemorizadas ............................................... 384
179. Jesus Ressurrecto: o Fato É Narrado aos Discípulos pelas 
Mulheres; Dois Dêles Examinam o Sepulcro Vazio . . . . 385
X X V III . Jesus Aparece aos Fiéis Cinco Vêzes no Domingo da Sua Res­
surreição ................................................................................................. 386
180. Jesus Aparece Primeiramente a Maria Madalena, M an­
dando por Ela uma Mensagem aos Discípulos .................. 386
181. Jesus Aparece a Diversas Mulheres, Mandando por Elas 
Outra Mensagem aos Discípulos ............................. .......... 388
182. O Suborno dos Guardas pelos Príncipes dos Sacerdotes
para Encobrir o Fato da Ressurreição de Jesus .................389
183. Jesus Aparece a Cleopas e ao Seu Companheiro em Ca­
m inho para Emaús .................................................................... .......390
184. Jesus Aparece a Simão Pedro (Cefas) ................................. ....... 391
185. Jesus Aparece a um Grupo de Discípulos, Estando Tomé 
Ausente ...............................................................................................391
X X IX . Jesus Encarrega os Discípulos ãa Evangelização ão Munão,
Aparecendo-lhes Mais Cinco Vêzes Antes de Sua Ascensão 393
186. A Primeira das Comissões Finais Que Jesus Dá aos Dis­
cípulos ....................................................................................' . . . 393
187. Jesus Aparece de Nôvo aos Discípulos e Desta Vez In ­
clusive a Tomé .......................................................................... 394
188. Jesus Aparece a Sete dos Discípulos (Terceira Vez aos 
Mesmos) à Margem do Mar de Tiberlades ................... 396
189. Jesus Reabilita a Pedro ........................................................ 397
190. Jesus Fala em Têrmos Apocalípticos sôbre a Morte de 
Pedro e João ................................................................................ 39&
191. Jesus Aparece aos Discípulos (Quarta Vez aos Mesmos)
e a uma Grande M ultidão ..............................................................400
192. A Segunda das Comissões Finais Que Jesus Dá aos Dis­
cípulos ......................................................................................... .......401
193. Jesus Aparece a Tiago .......................................................... .......403
194. Jesus Aparece pela Décima Vez, Dando a Terceira das 
Comissões Finais aos Discípulos .................................................. 403
195. O Senhor Jesus Ressurrecto e Elevado aos Céus Suscita 
Adoração e Confirma a Obra dos Seus Servos ....................... 405
196. A Conclusão do Evangelho de João ..................................... ....... 407
BIBLIOGRAFIA ........................................................................ 411
INTRODUÇÃO GERAL
I. OS EVANGELHOS 
II. OS EVANGELiSTAS
I. OS EVANGELHOS
O evangelista Marcos, inspirado pelo Espírito Santo, começou a escrever uma 
das partes das Escrituras Sagradas com estas memoráveis palavras: «Princípio do 
Evangelho de Jesus Cristo».
Nesta breve frase de introdução nos é apresentado o AUTOR do Evangelho, 
Jesus Cristo, o Filho unigénito de Deus. E, de fato, o evangelho não podia vir de 
outra fonte, senão do próprio Deus, pois, «No princípio era o Verbo, e o Verbo 
estava com Deus, e o Verbo era Deus» (João 1:1). Por isso, o Evangelho é um só, 
porque um só é o seu AUTOR, DEUS.
H á três outros evangelistas que também escreveram o Evangelho de Jesus Cristo: 
Mateus, Lucas e João. Todos êles, movidos pelo Espírito Santo de Deus, nos narram 
fatos históricos da vida de Cristo, quando tabernaculou neste mundo. Entretanto, 
essas biografias de Jesus Cristo são apenas parciais. O próprio apóstolo João escre­
ve: «Jesus, na verdade, operou na presença de seus discípulos ainda muitos outros 
sinais que não estão escritos neste livro; êstes, porém, estão escritos para que creiais 
que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e paraque, crendo, tenhais vida em seu nome» 
(João 20:30,31).
O vocábulo evangelho vem da palavra grega (euaggelion) e significa, no verná­
culo, Boas-novas, isto é, Boas-novas trazidas pelo F ilho de Deus ao homem. Em 
últim a análise, significa SALVAÇÃO.
As Boas-novas de salvação consistem:
— Em saber que Jesus Cristo é «o Verbo que se íêz carne, e habitou entre nós, 
cheio de graça e de verdade; e vimos a sua glória, como a glória do unigénito do 
Pai» (João 1:14).
— Em saber que Jesus Cristo é o Filho unigénito de Deus, que foi gerado na 
virgem Maria, por virtude do Espírito Santo: «José, filho de Davi, não temas re­
ceber a Maria, tua mulher, porque o que nela se gerou é do Espírito Santo» (Mat. 
1:20). (i)
—• Em saber que Jesus Cristo é o Deus unigénito, que veio ao mundo revelar 
o Pai; portanto, os homens podem, se quiserem, conhecer a Deus, o Pai, por inter­
médio de seu Filho, Jesus Cristo: «Ninguém jamais viu a Deus. O Deus unigénito, 
que está no seio do Pai, êsse o deu a conhecer» (João 1:18).
— Em saber que Jesus Cristo veio ao mundo para «Buscar e salvar o que se 
havia perdido»; «porque salvará o seu povo dos seus pecados» (Luc. 19:10 e Mat. 
1 :21).
— Finalmente, em saber que Jesus Cristo fêz a obra completa da salvação dos 
pecadores, depositando sôbre o altar do sacrifício a sua própria vida, ressuscitando 
dentre os mortos, pelo poder do Espírito, e agora está à destra do Pai, para inter-
(1) V e ja Seção 8.
15
ceder a favor de todo pecador que, arrependido de seus pecados, crê evangèlica- 
mente nêle como o Filho de Deus vivo, eterno e único Salvador e Senhor de sua 
alma e de sua vida.
No Evangelho segundo João, cap. 3, v. 16, encontramos como que a sintese 
das Boas-novas de Salvação, a m iniatura do EVANGELHO: «Porque Deus amou 
o mundo de tal maneira que deu seu Filho unigénito, para que todo aquêle que 
nêle crê não pereça, mas tenha a vida eterna.»
Eis o que é absolutamente necessário ao pecador: saber, crer e aceitar o Evan­
gelho de Cristo, ao próprio Filho de Deus vivo, JESUS CRISTO, para que seja 
salvo. Deus deu seu Filho unigénito ao mundo para que, havendo feito o sacrifício 
da cruz, aniquilasse o pecado e se tornasse o eterno Salvador do mundo. E a f i­
nalidade dêste infinito amor de Deus é: «Para que todo aquêle que nêle crê não 
pereça, mas tenha a vida eterna.» Há salvação absoluta, perfeita e infalível no 
Evangelho de Jesus Cristo, pois é o próprio AUTOR do Evangelho que diz: «ARRE- 
PENDEI-VOS E CREDE NO EVANGELHO.»
16
II. OS EVANGELISTAS - Estilo e Característicos
Como vimos, Marcos afirma que o AUTOR do Evangelho é Jesus Cristo. 
Mateus dá início à narrativa ccm o «Livro da genealogia de Jesus Cristo, filho de 
Davi, filho de Abraão». Lucas declara que o que escreveu em seu Evangelho o 
recebeu por «aquêles que desde o princípio foram testemunhas oculares». E João 
afirma que êle mesmo foi testemunha: «Êste é o discípulo que dá testemunho destas 
coisas e as escreveu». . . «O que era desde o princípio, o que ouvimos, o que vimos 
com os nossos olhos, o que contemplamos e as nossas mãos apalparam, a respeito 
do Verbo da vida (pois a vida se manifestou, e nós a temos visto, e dela testificamos, 
e vos anunciamos a vida eterna, que estava com o Pai, e a nós se manifestou); sim, 
o que vimos, isso vos anunciamos, para que vós também tenhais comunhão conosco; 
e a nossa comunhão é com o Pai, e com seu F ilho Jesus Cristo» (João 21:24 e I 
João 1:1,2).
O Dr. B .H . Carroll fala de um «Quinto Evangelho», referindo-se à expressão 
do apóstolo Paulo, em Rom. 2:16, «meu evangelho». De modo geral, cs quatro 
escritores dos Evangelhos são bem concisos em seu estilo descritivo e apropriado ã 
narração dos fatos do Evangelho, como João claramente o expressou: «E ainda 
muitas outras coisas há que Jesus fêz; as quais, se fôssem escritas um a por uma, 
creio que nem ainda no mundo inteiro caberiam os livros que se escrevessem» (João 
21:25). Mas o Espírito Santo, utilizando-se do conhecimento intelectual, da capa­
cidade, dos dons, dos talentos e da personalidade de cada um dêles, inspirou-os a 
escreverem o Evangelho conforme sua divina vontade, sem, contudo, tolher-lhes a 
liberdade de pensar e de escolher. E, daí, a diferença de estilo que constatamos 
na forma exterior das idéias, da imaginação e até dos sentimentos dos quatro 
■evangelistas.
Mateus é inspirado a dirigir-se especialmente aos judeus, citando, constante­
mente, profecias do Velho Testamento e seu cumprimento, para provar que Jesus 
é o Messias prometido, é o Cordeiro Sacrificial, é o Sacerdote divino, é o Rei do 
reino Messiânico e que a teocracia do Velho Testamento foi transformada em Reino 
dos Céus. É interessante, ainda, notar que êste Evangelho faz conexão imediata 
com o Velho Testamento, cujo Velho Pacto transforma em Nôvo Pacto.
Marcos, inspirado a escrever de modo realista, vivo e prático, apresenta Jesus 
como o Servo do Senhor, com sua mensagem distintiva: «O Filho do homem também 
não veio para ser servido, mas para servir e dar sua vida em resgate de muitos» 
(Mar. 10:45).
Acurado estudo dêste Evangelho, comparado aos outros dois, o de Mateus e o 
de Lucas, torna evidente que o Evangelho de Marcos é o mais antigo dos Sinópticos. 
É de supor-se que Marcos houvesse recebido do apóstolo Pedro e outros apóstolos 
e missionários, que foram testemunhas oculares, a narrativa fidedigna de muitos 
episódios e ensinamentos do Senhor Jesus.
Lucas é inspirado a escrever a narração de seu Evangelho com acurada inves­
tigação e exatidão histórica (pôsto que os outros evangelistas também apresentem 
um Evangelho histórico e fidedigno), acentuando o universalismo do evangelho, a 
oração e ação de graças, o valor e dignidade da mulher e, particularmente, o 
amor e a profunda simpatia de Jesus para com os pobres, as crianças, a sociedade 
sofredora e os enfermos. Lucas era o médico amado que acompanhou muitas vêzes 
o apóstolo Paulo e outros companheiros nas viagens missionárias aos povos gentios. 
Foi o único gentio que escreveu não somente o Evangelho mas o livro de Atos dos 
Apóstolos, que é a história da expansão do cristianismo, pelo poder do Espírito, no 
mundo gentio.
João, com clareza, simplicidade e, não menos, com profundidade doutrinária 
e teológica, é inspirado a escrever especialmente sôbra mais alguns dos muitos fatos, 
episódios e ensinamentos de Jesus, tendo como objetivo fundamental fazer sobressair
17
a deidade e humanidade do unigénito Filho de Deus encarnado. Daí o não se 
preocupar com a genealogia natural de Jesus, mas expressar, por seu espírito 
amadurecido na meditação e comunhão íntim a com Deus, o que cria ser o Filho 
de Deus. Entretanto, cremos, que João não escreveu seu Evangelho meramente 
como um complemento dos Sinópticos. Para o apóstolo, Jesus Cristo era o LOGOS 
preexistente, o eterno VERBO que se fêz carne e que veio trazer ao homem a Re­
velação de Deus, completa e final, e a fazer a obra expiatória da cruz, para salvar 
o mundo perdido. Assim, apresenta não meramente uma genealogia hum ana e 
natural, a qual tem comêço e fim, mas, se assim podemos parafrasear, um a «genea­
logia metafísica», eterna, que não tem princípio nem fim .
Entretanto, não deixa, também, de acentuar a humanidade real de Jesus; pois, 
sua humanidade é igualmente fundamental e imprescindível para a salvação do 
homem, segundo o eterno plano de Deus. Para tanto, basta transcrevermos o que João 
escreveu no cap. 1, v. 14, de seu Evangelho: «E o Verbo se fêz carne, e habitou 
entre nós, cheio de graça e de verdade; e vimos a sua glória, glória do unigénito 
do P a i.»
Assim, a descendência natural de Jesus está relacionada com a natureza essen­
cialmente divina e eterna do Filho de Deus, que é o LOGOS eterno. Ê DEUS.
Paulo. Quanto ao «Quinto Evangelho» ou «o Evangelho, segundo Paulo», é 
realmente precioso o que nos diz o preclaro D r. B .H . Carroll, em sua obra, tra­
duzida do inglês, «Los Cuatro Evangelios»: «Éinteressante, ao comparar Mateus, 
Marcos, Lucas, João e Paulo, notar a contribuição especial de cada um para a his­
tória completa de nosso Senhor. Nenhum dêles só nem todcs êles juntos intentam 
fazer um a -biografia completa, tal como achamos na história de um ser humano.»
«Há um ‘quinto Evangelho’, m ui distinto dos demais, igualmente necessário e 
crível como os outros. A mesma inspiração que nos deram os Evangelhos de Ma­
teus, Marcos, Lucas e João, nos deu também o Evangelho de Paulo. Nenhum 
dêles relatou tôda a história; cada um dos cinco contribui com uma parte impor­
tante e indispensável para fazer completa a história. Pois bem, dêstes cinco Evan­
gelhos, o mais importante, o mais extenso, o mais compreensivo é o Evangelho de 
Paulo. De tôdas as maneiras possíveis, Paulo afirma, com ênfase, que seu Evan­
gelho era independente de tôda fonte hum ana de informações. . . Se alguém pensa 
que é profeta, um homem inspirado, reconheça que as coisas que vos escrevo são 
mandamentos do Senhor ( I Cor. 14:37). O conteúdo de seu Evangelho ó maravi­
lhoso em sua plenitude, lucidez e compreensão.
«Estas são umas poucas coisas que podem ser ditas com verdade, acêrca do 
alcance e do valor do ‘Quinto Evangelho’ . Por que é, pois, que os harmonistas pas­
sam por alto do ‘Quinto Evangelho’?» O )
(1) Carroll-Hale, Los Cuatro Evangelios, V o l. I, In trod., págs. 20-31
18
P R I M E I R A P A R T E
TRINTA ANOS PREPARATÓRIOS
I. INTRODUÇÃO
1. Prefácio ao Evangelho de Lucas
Lucas 1 :l-5
O evangelista Lucas prefacia o Evangelho de Jesus Cristo com estas palavras, ins­
piradas pelo Espírito Santo:
«Visto que muitos têm empreendido lazer um a narração coordenada, dos fatos 
que entre nós se realizaram, segrundo no-los transmitiram os que desde o princípio 
foram testemunhas oculares e ministros da palavra, também a m im, depois de haver 
investigado tudo cuidadosamente, desde o comêço, pareceu-me bem, 6 excelentíssi­
mo Teófilo, escrever-te um a narração em ordem, para que conheças plenamente 
a verdade das coisas em que fôste instruído.»
Lucas dedicou a narração de seu Evangelho ao «excelentíssimo Teófilo», oom 
a finalidade de que êle conhecesse a verdade das coisas em que fôra instruído. Não 
sabemos quem era Teófilo (que significa amado de Deus), mas, pelo texto, concluí­
mos, evidentemente, que êle era um grande amigo de Lucas, conhecedor, em parte, 
da verdade do evangelho, e que, sem dúvida, foi fortalecido na fé-crença e na fé- 
-confiança em Jesus Cristo, enfim, foi fortalecido na verdade histórica e na verdade 
evangélica do Evangelho da Salvação.
Não há dúvida: «Sem fé, é impossível agradar a Deus» (Heb. 11:6). Cremos que 
somos salvos pela graça de Deus, mediante a fé em Jesus Cristo e no seu sacrifí­
cio vicário da cruz. CREMOS. Mas, esta fé salvadora não é cega; pelo contrário, 
é um a preciosíssima dádiva divina que nos abre os olhos do espírito, para podermos 
contemplar a face gloriosa de Deus, em Cristo Jesus, seu Filho amado, e, em Cristo, 
contemplarmos o infinito e vislumbrante universo espiritual.
E, lado a lado da fé, Deus nos prodigaliza também a CIÊNCIA . A verdadeira 
ciência é dom de Deus à criatura humana. Mais: a fé e a ciência são irmãs gêmeas. 
A ciência classifica-se ou subdivide-se em múltiplos ramos, sendo um dos mais fru ­
tíferos a Sociologia, de que faz parte a Ciência Histórica. «O critério histórico 
fundamenta-se na evidência do testemunho.» Êste testemunho pode ser divino ou 
humano. Quanto ao testemunho divino, é o critério infalível da verdade. Quanto 
ao testemunho humano, é o mais seguro meio de conhecer a verdade histórica.
Ora, no prefácio ao Evangelho de Jesus, segundo Lucas, encontramos o tes­
temunho humano fundamentado no testemunho divino: Testemunhas oculares e 
ministros da palavra de Deus transmitiram os fatos históricos do Evangelho de Cristo 
e a sua verdade eterna. Portanto, êstes fatos históricos, escritos pelo evangelista 
Lucas, constituem documento inconcusso do Evangelho de Cristo.
19
2. Prólogo do Evangelho de João — O Cristo Preexistente
João 1:1-18
1) O Logos
«No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus e o Verbo ©ra 
Deus» (João 1:1).
João está apresentando a genealogia sobrenatural e divina de Jesus Cristo, o 
F ilho eterno de Deus. Jesus Cristo é o LOGOS divino, o VERBO eterno que se íéz 
carne e tabernaculou entre os homens.
B . H . Carroll distingue três elementos essenciais de divindade:
a) A eternidade absoluta de seu ser: «No princípio era o V ERBO .»
b) A personalidade distinta: «E o VEKBO estava com Deus» — duas pessoas, 
juntas.
c) Natureza e essência da Deidade: «E o VEKBO era Deus.» (i)
W .C . Taylor, interpretando o têrmo LOGOS, diz: «O têrmo LOGOS não signi­
fica somente Razão, mas a Fala com que a Kazão se comunicou aos hom ens... O 
têrmo LOGOS tem duas linhas na sua hereditariedade... Para o grego, o LOGOS 
era a Razão que procede de Deus. Para o hebreu, o LOGOS era a Vontade e Plano 
de Deus entrando na história, para guiá-la e controlar seu curso ... A idéia hebraica 
é a mais forte no significado resultante do vocábulo. O LOGOS é a plena expressão 
da mente divina e do seu coração, no tocante à redenção do hom em ... O LOGOS 
de Deus, sua Expressão de si mesmo, tomou para si um a realidade perfeita. Cristo 
é sinônima de Deus em têrmos da experiência hum ana.» (2)
A expressão «No princípio», nos versetos 1 e 2, evidentemente significa «na eter­
nidade», pois o VEKBO é o eterno Filho de Deus. É o próprio Deus. Esta mesma 
expressão, «no princípio», acha-se também em Gên. 1:1, porém se refere ao princípio 
ou origem ou comêço de tôdas as coisas existentes pelo ato criador de Deus, em 
sentido absoluto da criação da matéria não existente, e que Deus criou-a do nada; 
e, também, dos sêres celestiais e tudo quanto possa existir como criação de Deus.
Ainda temos a expressão «desde o princípio», em João 8:44, que, indubitavel­
mente, não tem o mesmo sentido da de João 1:1,2, mas se refere ao comêço de um 
ato de rebelião de um ser angélico criado por Deus, que é o diabo, e que. portanto, 
não era eterno.
2) A Trindade e a Triunidade de Deus
Os têrmos Trindade e Triunidade, referindo-se a Deus, não se acham na Es­
critura Sagrada. TRINDADE D IV IN A não significa três deuses num só nem, três 
pessoas numa só e nem significa que Deus se manifesta em três modos diferentes.
A Escritura nos revela «Deus uno em essência e em três pessoas distintas, 
eternas e iguais». (3)
«Essência é aquilo que faz que uma coisa seja o que é: natureza íntima das 
coisas.» (4) «Pessoa, indivíduo, que subsiste por si, espiritual: v.g. em Deus há 
três pessoas distintas e uma só Divindade.» (5) «Personalidade, qualidade do que 
é pessoal; caráter essencial e exclusivo de um a pessoa; aquilo que a distingue de 
outra; individualidade consciente.» (0)
As três pessoas da SANTÍSSIMA TRIN DADE têm um a só essência, um a Só 
personalidade, que chamamos T RIU N IDADE de Deus.
í l ) B .H . Carroll. Los Cuatro Evangelios, Carroll-Hale, V o l. I, pág . 69, Casa Bautista de Publicacio- 
nes, E l Paso. Texas
(2) W .C . Taylor. Comentário do Evangelho de João, V o l. I, pág. 184, Casa Publicadora Batista, Rio
(3) Strong, Sistematic Theology — Complete ~ Três Volumes em um, pág . 334
(4) Figueiredo, Nôvo Dicionário da Língua Portuguesa, V o l. I, pág . 560
(5) Moraes, D icionário da Língua Portuguesa, V o l. II, pág . 443
(6) Pequeno Dicionário Brasileiro da Língua Portuguesa, 109 edição, pág . 924
20
O Pai é Deus: «Trahalhai, não pela comida que perece, mas pela comida; que 
permanece para a vida eterna, a qual o Filho do homem vos dará; pois neste, 
Deus, o Pai, im prim iu seu sêlo (João 6:27).
O Filho é Deus: «No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o 
Verbo era Deus» (João 1:1).
O Espirito Santo é Deus: «Ananias, por que encheu Satanás o teu coração, para 
•que mentisses ao Espírito Santo e retivesses parte do preço do terreno?... Não 
mentiste aos homens, mas a Deus»(A t. 5:3,4).
DEUS £ PA I, F ILH O E ESPIR ITO SANTO.
a) Deus é uno em essência e em três pessoas DISTINTAS.
«A essência de Deus é única e indivisível, mas tem três modos de subsistência, 
e não três modos de manifestação. A pluralidade da Divindade não é pluralidade de 
essência, mas pluralidade pessoal.» Portanto, a essência de Deus é única e indivisível, 
em três pessoas distintas e em três modos de subsistência. Por isso, o nome da 
TRIUNIDADE D IV INA é: «EU SOU O QUE SOU.» «EU SERE I O QUE SEREI.»
b) Deus é uno em essência e em três pessoas eternas.
O Pai é eterno: «Pai, desejo que onde eu estou, estejam comigo também aquê- 
les que me tens dado, para verem a m inha glória, a qual me deste; pois que me 
amaste antes da fundação do mundo» (João 17:24).
O Filho é eterno: «Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu; o go­
verno está sóbre os seus ombros; e o seu nome será Maravilhoso, Conselheiro, Deus 
Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz» (Is. 9:6).
O Espirito Santo é eterno: « . . . quanto mais o sangue de Cristo, que pelo Espirito 
eterno se ofereceu a si mesmo imaculado a D e u s ...» (Heb. 9:14).
c) Deus é uno em essência e em três pessoas iguais.
Deus é Pai, primordialmente, em virtude da relação que êle mantém para com 
o Eterno Filho. «Esta relação é de prioridade e não de superioridade.» O Filho 
nos é apresentado pelas Escrituras como sendo o LOGOS, a IM AGEM e a EFUL- 
GÊNCIA de Deus, o Filho unigénito do Pai (João 1:14-18).
Deus declara o Verbo eterno como tendo autoridade de Filho, ungindo-o como 
Rei do Universo e constituindo-o Sumo Sacerdote (Salmo 2:7; I I Sam. 7:14; Heb. 
1:8-10). O F ilho de Deus nunca, jamais, teve um comêço de existência, mas uma 
relação eterna com o Pai. A subordinação do Filho ao Pai não é uma subordinação 
de essência, como também a prioridade do Pai não significa superioridade.
O teólogo Strong, em sua famosa Teologia Sistemática, resume a igualdade das 
três pessoas da TRINDADE no seguinte: «O Pai não é Deus por ser Pai, porque 
Deus não é somente Pai, mas também Filho e Espírito Santo. O Filho não é Deus 
por ser Filho, porque Deus não é somente Filho, mas também Pai e Espírito Santo. 
O Espírito Santo não é Deus por ser Espírito Santo, porque Deus não é somen­
te Espírito Santo, mas também Pai e F ilho .» (i) Deus é Pai, Filho e Espírito San­
to . E Deus se revelou no Pai, no Filho e no Espírito Santo.
O modo da triúna existência de Deus é inescrutável. Entretanto, a Escritura 
nos revela Deus nessa inescrutável existência eterna, e nós, pela graça de Deus, 
CREM OS. E isso nos basta. E negar a doutrina da TRINDADE E TRIUN IDADE 
de Deus, porque é inescrutável ao homem, é pecado de presunção, pois o homem 
finito jamais poderá definir o Infinito . Negar a TRIN DADE de Deus é negar a 
Verdade da Palavra de Deus. Negar a TRINDADE é negar que Jesus Cristo é a 
Verdade. Negar a T RIN DADE é negar o Espírito da Verdade. Negar a T R IN ­
DADE é negar que Cristo é o verdadeiro Deus ( I João 5:20). Negar a TRINDA­
DE é negar a igualdade do Pai, do Filho e do Espírito Santo (João 10:34; At. 
5:3). Negar a SANTÍSSIMA TRIN DADE é cometer horrível pecado.
Entre os muitos heréticoi que negam a TRINDADE D IV IN A acham-se os 
modernos «Testemunhas de Jeová» e os «Mórmons». Sua literatura é perniciosís­
sima, saturada de erros bíblicos de tôda sorte, exatamente porque negam a dou-
(1) Strong, obra cit., pág. 334
2t
trina da Trindade. Mas a doutrina da Trindade nos fornece a chave de tôdas as 
outras doutrinas bíblicas. Quem erra na doutrina da Trindade, errará fundamen­
talmente em tôdas as demais doutrinas da Bíblia Sagrada.
3) O Cristo Preexistente fêz-se Carne (João 1:14,15)
Neste PRÓLOGO de profunda revelação divina, o Apóstolo inspirado apresenta 
o Cristo histórico do Evangelho na sua preexistência eterna, sua divindade, sua 
obra criadora, sua relação com o Pai, sua encarnação, sua missão redentora, sua 
revelação, sua graça e sua glória.
Jesus Cristo é o Verbo eterno, a luz da vida, em sua expressão real, perfeita, 
completa e infin ita. O Verbo eterno que se fêz carne revelou a natureza e a pa­
ternidade de Deus, revelou o plano divino da salvação do homem e revelou seu 
amor, sua justiça, sua santidade, sua verdade e sua glória.
«No princípio», isto é, antes que existissem quaisquer sêres celestes, humanos 
ou animais, o VERBO estava face a face com Deus. No Filho unigénito de Deus 
estava a vida na sua essência e na sua maravilhosa expressão. E a vida que es­
tava no VERBO era a luz dos homens — luz intelectual, luz moral, luz espiritual, 
luz divina. Jesus Cristo é a revelação plena e perfeita de Deus aos homens: «Nêle 
estava a vida, e a vida era a luz dos homens; e a luz resplandece nas trevas, e as 
trevas não a compreenderam» (João 1:3-6).
Luz é figura da verdade e do conhecimento. A luz espanca as trevas e perma­
nece brilhando: «Eu, que sou a luz, vim ao mundo, para que todo aquêle que crê 
em m im não permaneça nas trevas» (João 12:46). Verdadeiramente, «Em ti está 
a fonte da vida; na tua luz, veremos a luz.» (Salmo 39:9). A Luz divina, que é 
Jesus Cristo, o Filho de Deus, tem não somente o testemunho da TRINDADE, 
mas até o testemunho humano de que êle é a vida e a luz. Deus mesmo provi­
denciou êstó testemunho na pessoa de João Batista. Sua missão singular e glo­
riosa era A e testemunhar que Jesus Cristo era o VERBO eterno e o verdadeiro 
Deus, a luz dos homens para ilum inar os corações que jazem nas trevas do pecado 
e da morte (João 1:26-34). Jesus Cristo, que era a luz, já estava no mundo que 
êle criou, mas o mundo não o conheceu (João 1:10,11). O mundo, na sua incre­
dulidade e depravàção, já não podia conhecer o seu Criador. Entretanto, havia, 
na terra, um povo que devia conhecê-lo: era o povo de Israel, o povo escolhido 
de Deus, a quem, através de milênios, se havia revelado e lhe havia manifestado 
seu santo Nome, sua Personalidade, sua misericórdia e seu amor.
O Messias tinha o direito divino de ser escolhido e recebido pelo povo; mas, 
que fizeram? «Êste é o herdeiro; matemo-lo, para que a herança seja nossa» (Luc. 
20:14). Mas, no meio das trevas da ignorância e do pecado, havia um pequenino 
«resto» que aguardava o «Oriente do Alto» e «a Consolação de Israel», e que re­
conheceria e receberia o Messias prometido, o Salvador do mundo (Luc., caps.
1 e 2 ). Estes receberiam o poder de se tornarem filhos de Deus (João 1:12).
Todos os sêres humanos são criaturas de Deus, mas poucos são filhos de Deus. 
Sòmente aquêle que crê no NOM E de Jesus Cristo é que recebe o poder de se 
tornar filho de Deus. Esta filiação é, pois, espiritual, metafísica e pessoal. Não é 
por hereditariedade de raça ou de fam ília ou mesmo da vontade do homem, e 
nem ê por hereditariedade religiosa ou espiritual.
A verdadeira filiação divina está num nôvo nascimento, nascimento espiritual, 
nascimento do Espirito Santo: «os quais não nasceram do sangue, nem da vontade 
da carne, nem da vontade do varão, mas de Deus» (João 1:13 e 3:5,6). E, como? 
CRENDO no NOM E de Jesus Cristo, o Verbo eterno que se fêz carne. Crendo 
que êle é o Filho unigénito de Deus, e é verdadeiro Deus e verdadeiro homem. 
Crendo que o Verbo se fêz carne, para que pudesse fazer o sacrifício da cruz, para 
levar no seu corpo o pecado do mundo e lavar em seu sangue o pecado de todo 
aquêle que nêle crê e o recebe, pela fé, como seu Redentor, Salvador e Deus.
É dêste Cristo histórico que testificam a Santíssima Trindade (M at. 3:13-17) e 
João Batista (João 1:15-34) e, ainda, todos os apóstolos, os evangelistas e os dis­
cípulos de Cristo, em todos os tempos. «E o Verbo se fêz carne, e habitou entr* 
nós, e vimos a sua glória, como a glória do unigénito do Pai, cheio de graça e de 
verdade» (v. 14).
22
Somente Jesus Cristo é cheio de graça, porque êle é Deus. Maria, a bendita 
virgem e mãe de Jesus, não era cheia de graça, mas, como afirma, o texto sagra­
do: «agraciada». Maria recebeu a graça de Deuse não é despenseira da graça. 
A graça pertence a Deus, e somente êle é quem a distribui a quem êle quer.
«Cristo é, pois, a revelação da graça divina dada aos homens para a redenção 
dêles, e também da verdade divina na sua relação com a graça (Salmo 85:11). 
Qual vida, a Palavra, o VERBO eterno, é ‘cheio de graça’ ; qual luz, êle é ‘pleno 
de verdade’ . Importa notar que êste versículo confuta plenamente a heresia so- 
ciniana da simples humanidade de Cristo, segundo a qual Cristo não teria exis­
tido antes de ser concebido da virgem Maria. Também da heresia ariana, a qual 
nega sua divindade, embora considerando-o como o primeiro e o mais nobre de 
todos os sêres criados, e o instrumento com o qual foi criado o universo. . . Êste 
verseto contém, ainda, a confutação de muitas outras heresias nascidas na igreja 
primitiva, por não ter compreendido a União da natureza humana e divina da 
pessoa de Cristo. Entre estas, notamos a dos docetos, os quais, tendo a teoria dos 
gnósticos (de que foram um ramo), que o mal tenha por origem e centro a maté­
ria, fugiam naturalmente da idéia de que o Filho de Deus houvesse tomado um 
corpo material, e negavam a encarnação, sustentando que o corpo de Cristo não 
era um a realidade, mas um a sombra, um a aparência por êle tomada para satisfa­
zer às funções da vida. A heresia de Apolinário, que ensinava que Cristo assume 
sòmente o corpo humano, no qual a divindade estava em lugar da alma. A heresia 
dos nestorianos, segundo os quais, havia em Cristo, não só duas naturezas, mas 
duas personalidades, um a divina, outra humana, cada uma das quais cumpria aquê- 
les atos a que elas pertenciam. A de Eutíquio, que sustentava serem as duas 
naturezas tão intimamente unidas que formavam uma só, tendo os atributos de 
ambas. Tôdas estas heresias são confutadas por quem claramente entende o que 
é dito: ‘E o VERBO se fêz carne.’» O)
4) A recepção da plenitude de Cristo, da graça, da verdade e do conhecimento 
do Pai
a) A recepção da plenitude de Cristo
«Pois todos nós recebemos da sua plenitude, e graça sôbre graça» 
(João 1:16).
Estas palavras não são de João Batista, mas de João, o Apóstolo, interpre­
tando todos os outros apóstolos e crentes genuínos. Em Jesus Cristo habita a 
plenitude de Deus (Col. 2:9), o que significa que «a inteira soma dos divinos 
atributos acha-se reunida em Cristo». Cristo é o despensador da graça, porque 
êle é pleno de graça, e, da plenitude desta graça transbordante, vem «graça sôbre 
graça», isto é, «graça acumulada, efusões abundantes de graça, graça acrescen­
tada à graça, à medida que a fé se torne mais apta para recebê-la e usufrui-la». (2)
b) A recepção da graça e da verdade
«Porque a lei foi dada por intermédio de Moisés; a graça e a verdade 
vieram por Jesus Cristo (João 1:17).
A lei, aqui, é contrastada à graça e à verdade. «A lei opera a ira» e de modo 
algum justifica pela graça; pelo contrário, condena. Em Rom. 10:5, o apóstolo 
Paulo, interpretando a lei de Moisés (Lev. 18:5), diz: «O homem que pratica a 
justiça que vem da lei viverá por ela.» É verdade. Mas, quem já alguma vez pra­
ticou a justiça que vem da lei? Sòmente um, Jesus Cristo. A lei, pois, é verdade 
que vem de Deus, para que o homem conheça que Deus é justo e santo, e que 
exige do homem justiça e santidade. Mas a realidade desta verdade da lei sòmente 
foi expressa e cumprida por Jesus Cristo. Em Cristo, pois, temos a verdade: «Eu 
sou a verdade» (João 14:6). E, semelhantemente, em Cristo temos a graça, e dêle 
recebemos a graça e a verdade.
(1) R . G . Stewart, Commentario Esegetico Pratico dei Nuovo Testamento, V o l. 1. pág. 755. Matteo-
-Giovanni, Firenze. Libreria e Tipografia Claudiana, Itália
(2) Stewart, obra c it., pág . 757
*»o
c) A recepção do conhecimento do Pai
«Ninguém jamais viu a Deu». O F ilho unigénito, que está no seio 
do Pai, êsse o deu a conhecer» (João 1:18).
«Deus é Espírito», portanto, não pode ser visto pelos órgãos visuais do homem. 
Quando lemos, na Escritura, de criaturas humanas terem visto a Deus (Êx. 24:9,10; 
Is. 6:1; Jó 11:7) são teofanias de Deus, isto é, Deus se manifestando em formas 
acessíveis à visibilidade dos olhos do corpo humano. Mas, «o F ilho unigénito», que 
é o VERBO eterno, viu a Deus. O VERBO, neste texto, é chamado «o Deus un i­
génito» (monogenes theos), o que está em perfeita consonância com João 1:1. O) 
Êle está no seio do Pai. É um com o Pai. Por isso, somente êle pode dar a co­
nhecer quem é o P a i. E somente êle pode plenamente interpretar a natureza 
e a vontade do Pai. «Portanto, João, em seu Prólogo, nos diz que Cristo é o 
Verbo de Deus, pelo qual (e por quem) revela seus propósitos e executa sua von­
tade no mundo.» (2)
«João dá ênfase em Cristo como revelação final: esta ênfase em Cristo como 
a revelação final de Deus é um dos sustentados e firmes característicos dos es­
critos joaninos. João conclui o Prólogo a êste Evangelho com a asserção de que 
ninguém jamais viu a Deus em qualquer tempo, senão o F ilho unigénito que o 
tem declarado ou revelado.» «Na sua obra salvadora, Cristo nos revelou a reali­
dade do ser de Deus. A única posição cristã é que a revelação final de Deus veio 
em Cristo (como uma realidade objetiva) e que a bondade de Deus revelada em 
Cristo — o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo — é reveladâ para nós outros 
em nenhuma outra parte e em nenhum outro senão em Cristo.» (8 )
«Cristo é o revelador de Deus. Nêle, certamente, não temos um a revelação 
que diz respeito à substância da natureza divina. Realidades essenciais dessa clas­
se são o material da especulação filosófica. Em Jesus Cristo, porém, se nos dá a 
conhecer a últim a realidade de Deus como ser espiritual e m oral.» (4)
REFLEXÕES
Jesus Cristo é a própria Vida. «Eu sou a vida» (João 14:6). Êle é, pois, o 
Autor^da vida. É o próprio Deus eterno que veio ao mundo, encarnou-se na Vir­
gem e tabernaculou no mundo em forma humana (João 1:14). Jesus Cristo é o 
Livro Vivo do Deus humanado. Os dias em que o Filho eterno de Deus estêve na 
terra são páginas escritas com letras vivas, divinas e eternas. Êle é o Revelador 
perfeito, absoluto e final da natureza e da personalidade de Deus. Êle é quem 
foi escolhido, desde a eternidade, e enviado ao mundo pelo Deus eterno e mise­
ricordioso, para ser o único Mediador entre Deus e o homem, a fim de que êste 
possa receber, pela graça, vida eterna, mediante a fé em Cristo crucificado, res- 
surrecto e glorificado, Êle é o Filho de Deus vivo. Êle é o Salvador do mundo.
II. PRENÚNCIOS DO NASCIMENTO DE JESUS
3. Duas genealogias de Jesus
(A genealogia em Mateus é de José e a em Lucas talvez seja de Maria.) 
(Veja-se discussão do problema das genealogias, no 1» tópico do apên­
dice.)
Mateus 1:1-17 e Lucas 3:23-38
1) Livro da genealogia de Jesus Cristo
Pelo exame intrínseco do Evangelho segundo Mateus, inferimos que o Autor, 
inspirado pelo Espirito Santo, teve o escopo de apresentar, aos judeus, Jesus como 
o Messias profetizado no Velho Testamento. Por isso, começou traçando a genea­
logia de Abraão, pai da raça hebraica, e terminou com José, dando, assim, a 
descendência legal de Jesus. «A tábua genealógica de Jesus Cristo, com a qual 
se abre o primeiro Evangelho, constitui o vínculo de união entre o Velho e o Nôvo 
Testamentos.»
(1) A .T . Robertson, W o rd Pictures in New Testament, V o l. ,V , pág . 17
(2) W .C . Conner, La Fé del Nuevo Testamento, págs. 430, 431
(3) W .C . Conner, Revelation and God, págs. 113, 119, Broadman Press. Nashville, Tennessee, U .S .A .
(4) E .Y . Mullins, La Religion Cristiana em su Expression Doctrinal, pág . 168, El Paso, Texas
24
O evangelista Lucas também apresenta a genealogia de Jesus, porém sob pontos 
de vista diferentes (Lucas 3:23-38). Pelos relatos das duas genealogias, nos Evange­
lhos Sinópticos, concluímos que Mateus traça a descendência régia de Cristo, por 
José, espôso de Maria (M at. 1:16); Lucas, a descendência natural, que talvez seja 
a de Maria (Luc. 3:23,38).Mas João apresenta não a genealogia régia ou natural 
e nem a genealogia do Verbo, porquanto o Verbo é eterno e não tem genealogia, 
mas sim a encarnação sobrenatural e divina de Jesus Cristo, o eterno Filho de Deus 
(João 1:1,14).
O vocábulo livro, aqui, significa registro, resenha dos nomes principais que 
formam a árvore genealógica de Jesus como homem. Provàvelmente, parte desta 
resenha foi obtida por Mateus, pelo compulsar dos registros genealógicos públicos 
do Estado hebraico, que cuidadosa e escrupulosamente registrara as genealogias 
durante séculos, tendo em vista especialmente a divisão da herança das tribos de 
Israel (Esd. 2:62).
A resenha dos nomes em Mateus, comparada com os nomes dados nas gera­
ções no Velho Testamento, apresenta diferenças e omissões, aparente discrepância 
essa, que tem sua cabível e aceitável explicação no que acabamos de considerar.
Mas o nosso argumento de crentes é a fé que temos: que o Espírito Santo 
inspirou a Mateus como também a Lucas a fazerem a resenha desta genealogia, 
extraindo os nomes necessários, quer dos registros públicos quer dos Livros Sagra­
dos e outras fontes fidedignas (o que não é incompatível com a inspiração da 
Escritura), omitindo os nomes que convinham e acrescentando os que julgavam 
necessários (Lucas 1:1-4).
2) O nome «JESUS CRISTO»
Jesus, em hebraico Jehoshua, Josué, que significa: Jeová salva, Salvador, é o 
nome próprio de nosso Senhor.
Cristo, em hebraico Meshiah, significa: O Ungido, isto é, o Ungido de Deus, e 
é o nome que indica o seu ofício de Sumo Sacerdote, Rei e Profeta, Sacerdote Eter­
no, Rei espiritual, Profeta infalível.
3) Os epítetos «Filho de Davi» e «Filho de Abraão»
O vocábulo filho, aqui, em ambos êstes epítetos, significa descendente. Filho de 
Davi é, também, o título com que o Messias seria chamado, segundo a profecia. 
Jesus é, pois, da descendência real de Davi, a quem foi feita a promessa do trono 
eterno. E, Filho de Abraão, porque na descendência de Abraão cumprir-se-ia a pro­
messa a êle feita por Deus: «Em ti serão benditas tôdas as famílias da terra» (Gên. 
12:3).
Assim, êstes dois epítetos caracterizam, a priori, que Jesus é o M essias.
4. Anunciação do nascimento de João Batista
(Ao sacerdote Zacarias)
(Jerusalém,^ no templo. Em 7 ou 6 a. C .)
Lucas 1:5-25
Zacarias servia ao Senhor, no Templo, como sacerdote. Fazia parte de uma das
24 turmas de sacerdotes que, havia m il anos passados, o grande rei Davi assim di­
vidira, sendo que cada turm a de 25 sacerdotes servia durante sete dias.
Sua espôsa tinha o mesmo nome da espôsa do primeiro sumo sacerdote, Aarão. 
Chamava-se Isabel, Elizabeth.
í!ste piedoso casal, já avançado em idade, distinguia-se pela pureza e santidade 
de vida. Ambos eram justos, não no sentido absoluto do têrmo, mas era aquela 
mesma justiça que Abraão recebera graciosamente de Jeová — a justiça que vem 
da fé — a qual se manifesta nas boas obras, pois andavam «irrepreensíveis cm todos 
os mandamentos e preceitos do Senhor». Tinham, portanto, vida exemplar, de cren­
tes genuínos, tanto diante de Deus quanto diante dos homens. Não tinham filhos 
(como Sara, Rebeca e Ana), contudo, apesar de, em Israel, ser opróbrio o não ter 
filhos, êste admirável casal nãò cometeu pecado contra o Senhor, neste respeito: 
conformara-se à vontade e desígnio de Deus.
25
1) Anúncio e promessa do nascimento de João Batista, pelo anjo Gabriel (Luc.
1:5-14)
Êste ofício de sacerdote — o de entrar no Santuário —■ era sumamente honro­
so; por isso, somente duas vêzes por dia, às 9 e às 15 horas (Êxodo 30:7), era 
oferecido o incenso santo ao Senhor, e só era permitido a um dos sacerdotes de 
cada vez, pertencente às 24 turmas, e sendo auxiliado por dois outros: um removia 
as cinzas do serviço do dia anterior; outro, punha sóbre o altar de ouro o braseiro 
cheio de brasas vivas, tiradas do altar do holocausto; e, o terceiro, lançava solene­
mente o incenso santo sôbre as brasas vivas. E, enquanto o fumo odorífero do 
incenso se elevava, êste terceiro sacerdote (que, neste dia era Zacarias), fazia 
intercessão pelo povo.
O incenso oferecido a Deus é emblema da intercessão de Cristo, e era feito exa­
tamente na hora do sacrifício (Ef. 5:2); esta hora era chamada «a hora de oração». 
O povo todo estava na parte exterior do templo, onde se achava o altar do holo­
causto. Foi nesta hora soleníssima, em que Zacarias orava intercedendo pelo povo, 
e quando o sacrifício e o incenso eram oferecidos a Deus, que o anjo Gabriel lhe 
apareceu, «pôsto em pé, à direita do altar do incenso». «E Zacarias, vendo-o ficou 
turbado, e o temor o assaltou.»
Sim, a presença do que é santo perturba o coração impuro. Mas o Senhor co­
nhece o homem na sua imperfeição e, por isso, o anjo encorajou-o, dizendo-lhe: 
«Não temas, Zacarias; porque a tua oração foi ouvida, e Isabel, tua mulher, te dará 
à luz um filho, e lhe porás o nome de João .»
O nascimento e missão dêste menino que havia de nascer e que se chamaria 
João, o Batista, já haviam sido preditos no livro das profecias de Isaías e no de 
Malaquias (Is. 40:3; M al. 4:5; conf. Mar. 1:1-3). Agora cumpria-se a palavra do 
Senhor. João (nome que significa, em hebraico, «dádiva de Jeová», «Jeová grati­
ficou»), deveria ser, para os pais, uma constante fonte de alegria, pois as multidões, 
mais tarde, haveriam de converter-se dos seus maus caminhos e os que se conver­
tessem se tom ariam servos do Senhor: «e terás gôzo e alegria, e muitos se regozi­
jarão com o seu nascimento».
E o anjo, continuando sua mensagem divina, profetiza qual seria a vida, O cará­
ter e a missão de seu filho (Luc. 1:15-17). Seria «grande diante do Senhor», por­
que seria o Precursor do Filho de Deus. Seu caráter e sua vida seriam de santida­
de; seria nazireu (Núm. 6:3), separando-se voluntàriamente para o ministério a 
que Deus o vocacionara desde a eternidade, e seria «cheio do Espírito Santo»; 
e isto seria a coroa de sua santificação e a plena certeza da vitória de sua missão 
pelo poder do Espirito. Antes mesmo de seu nascimento, João seria cheio do Es­
pírito Santo, o que significa que o Espírito Santo tomaria conta totalmente do me­
nino, porque a graça de Deus nêle se manifestaria, por haver êle sido escolhido e 
separado para o ofício único de Precursor do Messias.
João Batista, entretanto, não foi gerado, como Jesus, por obra e-virtude do 
Espírito Santo (Mat. 1:20), mas simplesmente nasceu de Zacarias e Isabel. Nasceu 
de natureza pecaminosa do homem e, quando chegou à idade de responsabilidade, 
êle também caiu em pecados, como qualquer filho de Adão, e teve de arrepender-se 
de seus pecados para ser perdoado e salvo pela graça de Deus, mediante a fé que 
lhe foi graciosamente oferecida por Deus, crendo que Jesus Cristo era o Messias 
prometido e o seu Salvador pessoal, como provou-o, anunciando às multidões que 
Jesus era «o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo» (João 1:29)
A boa-nova anunciada pelo anjo a Zacarias foi que seu filho estava cheio do 
Espírito Santo, mesmo antes de nascer. Era êste, sem dúvida, um poderoso motivo 
de encorajamento para os pais, para que pudessem orientar seu filho no preparo 
para a sua futura e gloriosa missão de Precursor do Messias. Mésmo antes de nas­
cer, seus pais orariam por seu filho, e, depois de seu nascimento, continuariam, 
ainda mais intensamente, no sagrado ministério da oração a seu favor e persevera­
riam no magistério santo de ensinar-lhe as Sagradas Letras, guiando-o no Caminho 
do Senhor.
REFLEXÕES
Ê bem oportuno, nesta altura, os pais crentes se lembrarem de que seus filhos 
devem ser dedicados a Deus, mesmo antes de nascerem, e que devem ser criados 
diligentemente, pacientemente e com todo o sacrifício, no santo temor do Senhor.
26
Devem ser tomados pela mão e levados até à presença de Deus, pela oração, pela 
aprendizagem da Palavra de Deus, pelo culto doméstico, pelo culto na igreja e pela 
observância sincera dos mandamentos do Senhor. Seguir o exemplo de Zacarias e 
Isabel será,

Continue navegando