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1 Potencial Consciência da Ilicitude DIREITO PENAL www.grancursosonline.com.br AN O TAÇ Õ ES Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online POTENCIAL CONSCIÊNCIA DA ILICITUDE Fato típico + antijurídico + culpabilidade. O primeiro elemento da culpabilidade é a imputabilidade. Nas teorias da evolução da culpabilidade (psicológica, psicológica norma- tiva) ou do crime (neokantista, finalista), a culpabilidade é alterada. Antes havia a culpabilidade de dolo (vontade), consciência e atual consciência da ilicitude de culpa; depois, na teoria finalista, o dolo e a culpa se transformaram em elemen- tos, como a imputabilidade e exigibilidade. POTENCIAL CONSCIÊNCIA DA ILICITUDE • Para que haja o juízo de reprovação, é necessário que o agente possua a consciência da ilicitude do fato ou que, ao menos, nas circunstâncias, tenha a possibilidade de conhecê-la , ou seja, que ela seja real ou potencial para que o agente tenha culpabilidade; • Desconhecimento da lei x desconhecimento da ilicitude do fato; Desconhecimento da lei é diferente do conhecimento da ilicitude do fato. O requisito de probidade é reconhecer a ilicitude do fato, e não a lei. Conhecer a lei é uma coisa, saber que determinada conduta é criminosa é outra coisa. Alguém pode não conhecer a Lei Maria da Penha, mas sabe que não se pode bater em mulher. Nem toda gente sabe o que dispõe o artigo 150 do Código Penal, porém toda gente sabe que violar domicílio de outrem é crime. O não conhecer a lei não exclui a imputabilidade. Entende-se, ou poderia se entender, que em determinada conduta errada o agente responde. Se não havia como entender que determinada conduta era errada, ocorrerá o erro de proibi- ção, que é o contrário da potencial consciência de ilicitude. O que exclui a poten- cial consciência da ilicitude é o erro de proibição escusado, invencível. • Valoração paralela na esfera do profano; O profano é o leigo. É necessário observar o mundo do agente. Na culpabili- dade, observam-se as características do autor. Por exemplo, fabricar clandesti- http://www.grancursosonline.com.br 2 Potencial Consciência da Ilicitude DIREITO PENAL www.grancursosonline.com.br AN O TA Ç Õ ES Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online namente açúcar é crime. Um professor de Direito tem a obrigação de saber isso. O homem comum, não. Se a valoração for negativa, não existe potencial cons- ciência de ilicitude, logo há erro de proibição. Se a valoração for positiva, existe potencial consciência de ilicitude, logo responde, há culpabilidade. • Excludente da potencial consciência da ilicitude; O que exclui a potencial consciência da ilicitude é o erro de proibição, que o Código Penal denomina erro sobre a ilicitude do fato. O Código Penal Militar (CPM) e a Lei das Contravenções chama de erro de direito. O erro de proibição é saber se a conduta é lícita, proibida ou não. Por exemplo, o agente fabrica açúcar achando que é normal. O agente está errando sobre a ilicitude do fato. Só vai excluir a potencial consciência da ilicitude se esse erro, na situação, era um erro inevitável. Um erro que pode ser descul- pável, um erro escusável, invencível. • Inevitável x evitável; O erro que exclui a potencial consciência da ilicitude é o erro inevitável, que é causa de isenção de pena, exclui a culpabilidade. Se o erro é evitável, é apenas causa para diminuição de pena. O CP prevê o erro evitável, quando ainda era possível chegar a um conheci- mento. Erro sobre a ilicitude do fato (erro de proibição) Art. 21. O desconhecimento da lei é inescusável. O erro sobre a ilicitude do fato, se inevitável, isenta de pena; se evitável, poderá diminuí-la de um sexto a um terço. Parágrafo único. Considera-se evitável o erro se o agente atua ou se omite sem a consciência da ilicitude do fato, quando lhe era possível, nas circunstâncias, ter ou atingir essa consciência. O desconhecimento da lei não é desculpa, mas o erro sobre a ilicitude do fato, se for inevitável (escusável, invencível), isentará de pena (exclusão de cul- pabilidade). Se for um erro evitável (inescusável) poderá diminuir essa pena de 1/6 a 1/3. http://www.grancursosonline.com.br 3 Potencial Consciência da Ilicitude DIREITO PENAL www.grancursosonline.com.br AN O TAÇ Õ ES Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online EXIGIBILIDADE DE CONDUTA DIVERSA A culpabilidade é formada por imputabilidade, potencial consciência da ilici- tude e exigibilidade de conduta diversa. Na culpabilidade, há causas que a extinguem: na imputabilidade, a inimpu- tabilidade; na potencial consciência da ilicitude, o erro de proibição; na exigibili- dade de conduta diversa, a inexigibilidade de conduta diversa. É requisito da culpabilidade a exigibilidade de outra conduta: em determinada circunstância, o agente deveria ser capaz de agir de outro modo. Se para a sua consciência o agente não tinha como agir de outro modo, exclui a culpabilidade, isenção de pena. A lei traz dois casos de inexigibilidade de conduta diversa: coação irresistível e obediência hierárquica. A coação irresistível, que é causa de inexigibilidade de conduta diversa, é a coação moral, porque a coação física irresistível exclui o fato típico, exclui a con- duta, pois não há dolo nem culpa. Art. 22. Se o fato é cometido sob coação irresistível ou em estrita obediência a or- dem, não manifestamente ilegal, de superior hierárquico, só é punível o autor da coação ou da ordem. Coação Moral Irresistível A coação moral irresistível é chamada de vis compulsiva, que exclui a cul- pabilidade. A vis absoluta é a coação física irresistível, que exclui a conduta/fato típico (tipicidade). A coação moral irresistível é a coação psicológica. É possível coagir moral e psicologicamente através da prática de atos físicos. Por exemplo, é caso de coação moral quando o agente coage outra pessoa: tor- tura o filho para que o pai cometa um crime. Outro exemplo é a conduta física pretérita, que também é caso de coação moral: A tortura fisicamente B para que B cometa um crime sob a ameaça de que, se não cometer, será torturado nova- mente. Portanto, na hora da prática do crime, o agente não está sendo coagido fisicamente, mas é uma coação física pretérita. http://www.grancursosonline.com.br 4 Potencial Consciência da Ilicitude DIREITO PENAL www.grancursosonline.com.br AN O TA Ç Õ ES Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online Somente é coação física irresistível se a mesma se der no momento da pra- tica do crime. O melhor exemplo dado pela doutrina é o de colocar a arma na mão do agente e forçá-lo a puxar o gatilho. Não havendo voluntariedade na conduta do agente, não há dolo; se não houver dolo nem culpa, o agente não responde. Atenção! O artigo 22 do CP refere coação irresistível sem diferenciar coação moral e física, a doutrina é que diferencia uma da outra. A coação física é uma excludente de tipicidade e a coação moral é uma exclu- dente de culpabilidade, chamada de exculpante. Ameaça Grave e Irresistível Para que haja a coação moral irresistível, a ameaça, além de ser grave, não precisa ser uma ameaça contra o agente, pode ser contra o filho. Por exemplo, o gerente do banco que ajuda a quadrilha a furtar o banco porque a quadrilha sequestrou o seu filho. E pode também ser uma ameaça irresistível contra bens. Somente uma ameaça grave dá ensejo à coação moral irresistível. �����Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula preparada e ministrada pelo professor Wallace França. http://www.grancursosonline.com.br
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