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Higiene e Saúde Escolar

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GUIA METODOLÓGICO
HIGIENE E SAÚDE ESCOLAR
GUIA METODOLÓGICO
Higiene e Saúde Escolar
2010
FORMAÇÃO DE PROFESSORES PARA O ENSINO PRIMÁRIO
REPÚBLICA DE ANGOLA
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
Equipa ESE/ESS de Setúbal (Portugal)
Ana Paula Gato
Fátima Bicho
Lino Ramos
Paula Leal
MP Benguela (Angola)
Colaboração de Ana Paula Saldanha
Criação e Design
JL Andrade
www.jlandrade.com
ESCOLA SUPERIOR DE EDUCAÇÃO DO
INSTITUTO POLITÉCNICO DE SETÚBAL
www.ese.ips.pt
MAGISTÉRIO PRIMÁRIO DE BENGUELA
também disponível em http://moodle.ese.ips.pt
Índice
1. Introdução, 9
2. Estrutura do guia, 11
3. Sugestões para a gestão do Programa, 13
4. Orientações Metodológicas, 21
5. Unidades temáticas - conceitos teóricos, roteiros de actividades e materiais 
pedagógicos, 37
UNIDADE TEMÁTICA - SAÚDE, AMBIENTE E ALIMENTAÇÃO
TEMA 1 – higiene e saúde, 37 
Enquadramento conceptual
Roteiros de actividades
Materiais pedagógicos
TEMA 2 – saúde ambiental, 76
Enquadramento conceptual 
Roteiros de actividades
Materiais pedagógicos 
TEMA 3 – alimentação, 103
Enquadramento conceptual 
Roteiros de actividades
Materiais pedagógicos 
UNIDADE TEMÁTICA - PROMOÇÃO DA SAÚDE DA CRIANÇA E FAMÍLIA
TEMA 4 – saúde reprodutiva, 144
Enquadramento conceptual 
Roteiros de actividades
Materiais pedagógicos 
TEMA 5 – a criança na família, 172
Enquadramento conceptual 
Roteiros de actividades
Materiais pedagógicos 
UNIDADE TEMÁTICA - PROMOÇÃO DA SAÚDE NA ESCOLA
TEMA 6 – educação para a saúde, 186
Enquadramento conceptual 
Roteiros de actividades
Materiais pedagógicos 
TEMA 7 – saúde escolar, 225
Enquadramento conceptual 
Roteiros de actividades
Materiais pedagógicos 
UNIDADE TEMÁTICA - DOENÇAS INFECCIOSAS E PROBLEMAS DE SAÚDE – SUA 
PREVENÇÃO
TEMA 8 – as doenças infecciosas e parasitárias mais comuns em angola e sua 
prevenção, 243
Enquadramento conceptual 
Roteiros de actividades
Materiais pedagógicos
TEMA 9 – as doenças sexualmente transmissíveis, 249
Enquadramento conceptual 
Roteiros de actividades
Materiais pedagógicos 
TEMA 10 – vacinação, 254
Enquadramento conceptual 
Roteiros de actividades
Materiais pedagógicos 
UNIDADE TEMÁTICA - PREVENÇÃO DE ACIDENTES E PRIMEIROS SOCORROS
TEMA 11 – primeiros socorros, 278
Enquadramento conceptual 
Roteiros de actividades
Materiais pedagógicos
Actualmente não existe uma visão fragmentada da missão do professor; as 
expectativas sociais acerca do seu papel exigem-lhe uma formação diversificada 
que o leve a ajustar a sua prática à realidade que o rodeia. Por outro lado, para 
crescer pessoal e profissionalmente, o professor deve ir fazendo um percurso de 
construção de saberes ecléticos e em permanente actualização, não esquecendo 
que as práticas profissionais estão ligadas às transformações sociais e culturais 
do meio envolvente.
Tendo em conta que o acto de educar tem uma dimensão social, e deve pre-
parar os estudantes para a vida estimulando-lhes a criatividade, a vontade de 
aprender, a curiosidade e a cidadania, a promoção da saúde nas escolas revela-
se essencial para um desenvolvimento integral dos estudantes. A formação dos 
professores na área da saúde permite-lhes aumentar o seu reportório científico e 
técnico, partir das vivências e da análise do real para aumentar as suas competên-
cias e as dos estudantes nesta área. Os aspectos multidimensionais da saúde fa-
cilitam também o trabalho de parceria com outros técnicos e com a comunidade.
Assim a disciplina de Higiene Saúde Escolar pretende contribuir para a aqui-
sição e desenvolvimento de competências na área da saúde dos futuros profes-
sores primários angolanos. Surge, não só como disciplina integradora de diver-
sos conhecimentos adquiridos noutras disciplinas e até noutros contextos, como 
oportunidade para que os estudantes possam integrar nas suas práticas ped-
agógicas as questões da saúde. Conscientes da relevância do professor primário 
INTRODUÇÃO
1
10 • PROjECTO DE FORMAÇÃO DE FORMADORES DE PROFESSORES PARA O ENSINO PRIMáRIO EM ANGOLA
como um dos mais representativos intervenientes no processo educativo dos 
mais jovens, espera-se que esta disciplina contribua para que também ele possa 
ajudar na divulgação de estilos de vida e comportamentos saudáveis, de medi-
das preventivas e de manutenção da saúde.
Este guia metodológico, não pretendendo ser uma resposta acabada para to-
das as situações que se possam colocar ao professor neste domínio, apresenta-
se como um instrumento de gestão e planeamento das actividades docentes e 
como recurso de apoio científico e pedagógico ao trabalho do professor. Privi-
legiou-se na sua organização um aprofundamento dos conceitos e problemáti-
cas de saúde, facto que foi considerado vantajoso para os professores visto que, 
como líderes locais, poderão desenvolver um trabalho notável na promoção 
da saúde das populações. Acreditamos que este documento se constitui como 
mais um contributo para a melhoria da saúde nas escolas angolanas e das co-
munidades que poderão usufruir do trabalho e conhecimentos dos professores 
primários.
A organização deste guia é baseada no programa oficial da disciplina de 
Higiene e Saúde Escolar dos cursos de formação inicial de professores para o 
Ensino Primário. É um dos produtos do processo de formação de formadores 
desenvolvido no âmbito do Projecto PREPA e resulta do trabalho realizado pe-
los formadores do Magistério Primário de Benguela e por professores da Escola 
Superior de Saúde do Instituto Politécnico de Setúbal (Portugal)1 , procurando 
articular a formação científica e a formação pedagógica desenvolvida no âmbito 
das sessões de trabalho realizadas em Benguela.
O guia está organizado numa primeira parte onde é explicada a sua estrutura; 
segue-se uma proposta de gestão do programa da disciplina e algumas orienta-
ções metodológicas e, finalmente, por unidade temática, são apresentados al-
guns conceitos teóricos, roteiros de atividades e materiais pedagógicos.
1 De referir a colaboração dos técnicos do INIDE responsáveis por esta área disciplinar.
ESTRUTURA DO GUIA
2
A estrutura do guia metodológico foi construída em conjunto com os 
professores da disciplina da Escola do Magistério Primário de Benguela, na 
1ª missão do Projecto PREPA em Novembro de 2006. Procurou-se que o guia 
constituísse um apoio científico e pedagógico. 
Em primeiro lugar, é realizada uma proposta de gestão dos temas do programa 
por unidades temáticas, onde estão incluídos os vários temas a abordar nas 
sessões lectivas, com uma distribuição de carga horária por tema. São dadas 
num capítulo posterior algumas recomendações pedagógicas em termos 
de metodologias a utilizar, especificando cada uma delas. São feitas depois, 
por unidade temática e tema, a explicitação teórica de conceitos e sugestões 
pedagógicas. As sugestões pedagógicas feitas para cada tema pretendem 
disponibilizar um leque variado de actividades e materiais, que permitam ao 
professor introduzir alguma reflexividade sobre os temas e adaptar os conteúdos 
e actividades às realidades locais.
Dado que a disciplina não tem manual, considerou-se dever integrar alguns 
conceitos que permitissem ao professor do Magistério Primário facilmente 
contextualizar os conteúdos mais relevantes, sem prejuízo de uma pesquisa mais 
aprofundada. Segue-se uma representação esquemática da estrutura do guia 
por unidade temática:
 
12 • PROjECTO DE FORMAÇÃO DE FORMADORES DE PROFESSORES PARA O ENSINO PRIMáRIO EM ANGOLA
UNIDADE TEMÁTICA
TEMA
Enquadramento conceptual
Roteiros de atividades Roteiro 1, Roteiro2, Roteiro 3, …
Materiais pedagógicos
Todo o desenrolar destas propostas de intervenção deverá assentar numa 
preocupação constante, por parte dos professores, em promover aprendizagens 
integradas, desenvolvendo uma acção concertada com os professores de outras 
disciplinas. Valoriza-se o desenvolvimento de competências de cooperação e de 
auto-aprendizagem dos estudantes. Procura-se também envolver estudantes e 
professores em tarefas significativas de interacçãocom a escola, e a comunidade, 
que possam constituir um desafio no sentido de criar mais saúde na própria 
Escola do Magistério Primário.
No âmbito do processo de formação, o primeiro trabalho realizado em con-
junto foi uma análise preliminar do programa da disciplina. Da análise, do estudo 
e discussão sobre as temáticas nele previstas, resultou uma proposta de gestão 
do programa que aqui é apresentada, sequenciando os conteúdos e propondo 
uma determinada organização do trabalho do professor, com vista a facilitar o 
planeamento das suas actividades pedagógicas.
Do programa estabelecido na reforma educativa de 2001 constam os objec-
tivos da disciplina: 
• Reconhecer a necessidade da auto-estima e de respeito pelas diversas 
realidades humanas;
• Desenvolver o sentido das responsabilidades face à saúde individual, fa-
miliar e da comunidade;
• Identificar factores que influenciem os processos de um desenvolvim-
ento harmonioso e saudável do ser humano;
• Analisar os principais indicadores de saúde na comunidade em que se 
insere: escola, bairro, comuna, município, província ou país, com as razões que os 
determinam;
SUGESTÕES PARA A GESTÃO 
DO PROGRAMA
2
14 • PROjECTO DE FORMAÇÃO DE FORMADORES DE PROFESSORES PARA O ENSINO PRIMáRIO EM ANGOLA
• Analisar, de forma autónoma e responsável, as decisões sobre saúde in-
dividual, familiar e colectiva;
• Promover a adopção de atitudes e valores que fomentem a saúde;
• Intervir como agente promotor do bem estar individual e colectivo re-
alizando projectos de promoção de educação para a saúde, utilizando técnicas 
eficazes de interacção com a comunidade: escolar, rural, urbana ou suburbana 
que sejam estimuladoras de decisões responsáveis sobre saúde;
• Motivar as crianças sob sua responsabilidade para adoptarem compor-
tamentos de acordo com as regras básicas em matéria de higiene e saúde para 
através delas atingir crianças fora do sistema escolar, a família e desta a comuni-
dade;
• Dominar técnicas de comunicação como: material escrito (Script), áudio, 
vídeo e audiovisuais1. 
Os objectivos da disciplina assumem que os professores primários têm pa-
pel determinante enquanto educadores para a saúde. Por outro lado apelam 
claramente ao desenvolvimento de competências na área da saúde, do exercí-
cio activo da cidadania e da intervenção social, com ênfase para as questões da 
responsabilidade, comunicação interpessoal e uso adequado de tecnologias de 
comunicação/informação. 
 Tendo em consideração os objectivos do programa e a realidade 
dos contextos educativos, certos de que apenas os professores nas várias escolas 
poderão conferir um maior sentido a todas as propostas, flexibilizou-se a gestão 
do programa com base na experiência pedagógica já existente, agrupando 
temáticas. Assim considerou-se dividir o programa em unidades temáticas: na 
Unidade Temática I, que se denomina Saúde, Ambiente e Alimentação, estão 
incluídos os seguintes temas: higiene e saúde, saúde ambiental, alimentação. 
Na Unidade Temática II, Promoção da Saúde da Criança e Família, incluem-se os 
temas de saúde reprodutiva e da criança e família. Da Unidade Temática III - Pro-
moção da Saúde na Escola, fazem parte os temas de educação para a saúde, 
saúde escolar, higiene e segurança nas escolas. Na Unidade Temática IV Doen-
ças Infecciosas e Problemas de Saúde – sua prevenção, incluem-se as doenças 
infecciosas e parasitárias mais comuns em Angola e sua prevenção, as doenças 
1 República de Angola, Ministério da Educação e Cultura – Programa de Higiene e Saúde Escolar
GUIA METODOLóGICO | HIGIENE E SAÚDE ESCOLAR • 15 
sexualmente transmissíveis e a vacinação. Na Unidade Temática V denominada 
Prevenção de Acidentes e Primeiros Socorros, estão incluídos os temas dos aci-
dentes e sua prevenção, e os primeiros socorros. 
UNIDADE TEMÁTICA 1 – SAÚDE, AMBIENTE E ALIMENTAÇÃO
Carga horária – 28h
Conteúdos programáticos
1.1 – Higiene e saúde – 10h
• Conceito de saúde
• Determinantes da saúde (internos e externos: psicoculturais, políticos, 
geográficos, económicos e sociais)
 • 26
• Estilos de vida e saúde
• Indicadores de saúde
• Conceito de doença
• Conceito de higiene
• Higiene pessoal e saúde oral
• Higiene da habitação (medidas de higiene pessoal e sua adaptação às 
realidades locais, higiene da habitação: saneamento, construção de latrinas, cui-
dados com os lixos, iluminação e ventilação)
1.2 – Saúde ambiental – 8h
• Conceito de saúde ambiental
• Dimensão ecológica da saúde 
• O ambiente e seu impacto na saúde (o ar, a água, o solo, os resíduos…)
16 • PROjECTO DE FORMAÇÃO DE FORMADORES DE PROFESSORES PARA O ENSINO PRIMáRIO EM ANGOLA
1.3 – Alimentação – 10h
• Alimentação saudável
• Os alimentos – constituição e funções
• Preparação, conservação, distribuição e transporte de alimentos
• Segurança alimentar
UNIDADE TEMÁTICA 2 – PROMOÇÃO DA SAÚDE DA CRIANÇA E FAMÍLIA
Carga horária – 18h
2.1 – Saúde reprodutiva – 10h
• A vivência saudável da sexualidade – responsabilidade e vigilância de 
saúde na idade reprodutiva
• O aparelho reprodutor humano – breve abordagem
• A condição feminina e suas implicações na saúde (prevenção da violên-
cia sobre a mulher, a mutilação genital feminina, problemas mais comuns na 
mulher em idade reprodutiva, mortalidade materna: suas causas)
• Educação para o Planeamento familiar (os métodos contraceptivos mais 
usados, o aborto: sua prevenção)
2.2 – A criança na família – 8h
• O desenvolvimento saudável da criança (desenvolvimento fisiológico, a 
criança com deficiência)
• Cuidados a prestar à criança – (alimentação, vestuário, higiene, repouso, 
tempos livres, vigilância de saúde ….); papel dos adultos 
• A vida em família e seu impacto na saúde mental da criança (a prob-
lemática dos maus tratos, abandono e orfandade)
GUIA METODOLóGICO | HIGIENE E SAÚDE ESCOLAR • 17 
UNIDADE TEMÁTICA 3 – PROMOÇÃO DA SAÚDE NA ESCOLA
Carga horária – 20h
Conteúdos programáticos
3.1 – Educação para a saúde – 7h
• Conceitos de promoção da saúde e educação para a saúde
• Técnicas de educação para a saúde
3.2 – Saúde escolar – 9h
• Conceito de saúde escolar
• O trabalho de equipa e de parceria em saúde escolar
• Actividades em saúde escolar
• As escolas promotoras de saúde
• Papel do professor em saúde escolar
• O absentismo escolar e o insucesso – problemáticas de saúde a eles asso-
ciadas (fadiga, deficiências alimentares, défices na visão, audição, na linguagem 
ou na cognição)
3.3 – Higiene e segurança nas escolas – 4h
• Higiene do ambiente escolar – papel do professor
• Ergonomia na escola – conceito, as questões da adequação dos espaços, 
recursos e postura corporal
• Segurança e protecção na escola (construção e localização dos edifícios, 
organização dos espaços, saneamento, ventilação, iluminação, mobiliário, lim-
peza e manutenção; a segurança dos estudantes; os horários escolares)
18 • PROjECTO DE FORMAÇÃO DE FORMADORES DE PROFESSORES PARA O ENSINO PRIMáRIO EM ANGOLA
UNIDADE TEMÁTICA 4 – DOENÇAS INFECCIOSAS E PROBLEMAS DE SAÚDE 
– SUA PREVENÇÃO
Carga horária – 16h
Conteúdos programáticos
4.1– As doenças infecciosas e parasitárias mais comuns em Angola e sua pre-
venção – 10h
• A cólera
• As gastroenterites
• As hepatites
• A febre tifóide
• A malária
• A doença do sono
• A elefantíase humana
• A bilharziose
• A tuberculose
• A pneumonia
• O sarampo
• A tosse convulsa
• A gripe
• As zoonoses
• Medidas de prevenção e papel da escola (a evicção escolar e a educação 
para saúde)
GUIA METODOLóGICO | HIGIENE E SAÚDE ESCOLAR • 19 
4.2 – As doenças sexualmente transmissíveis – 3h
(são apenas atribuídos 3 tempos lectivos porque este tema é também abor-
dado na disciplina de Biologia)
• A SIDA
• A blenorragia
• A gonorreia
• A sífilis
• A pediculose e a sarna
• Como prevenir as DST
4.3– Vacinação – 3h
• Conceitos de vacinas e de vacinação
• A vacinação em Angola
• Como colaborar em campanhas de vacinação
UNIDADE TEMÁTICA 5 – PREVENÇÃODE ACIDENTES E PRIMEIROS SOCOR-
ROS
Carga horária: 14 h
Conteúdos programáticos
5.1 – Acidentes e sua prevenção – 4h
• Tipificação dos diversos tipos de acidentes, conceitos
• Os acidentes domésticos
• Os acidentes rodoviários
• As intoxicações
20 • PROjECTO DE FORMAÇÃO DE FORMADORES DE PROFESSORES PARA O ENSINO PRIMáRIO EM ANGOLA
• Picadas e mordeduras
• Acidentes com minas e engenhos explosivos
5.2 – Primeiros socorros – 10h
• Feridas e queimaduras
• Fracturas
• Intoxicações (por via digestiva, respiratória e dérmica)
• Picadas e mordeduras
• Afogamento
• Asfixia 
• Actuação em caso de acidentes com minas e engenhos explosivos
• Actuação perante a criança com epilepsia
• Actuação perante a criança diabética
O trabalho desenvolvido com vista à construção deste guia conduziu à neces-
sidade de nele ver incluídas algumas sugestões em relação a metodologias que 
auxiliassem o professor a construir uma prática pedagógica inovadora e partici-
pativa. 
 Privilegiam-se metodologias activas, num conjunto de dispositivos 
pedagógicos que procuram ajudar, e inspirar, os professores da disciplina a de-
senvolver uma prática pedagógica que permita olhar para as questões da saúde 
como essenciais em qualquer projecto educativo. O uso destas metodologias 
não coloca à margem o recurso ao método expositivo de aula magistral, mas 
sugere outras formas de aprender, e ensinar, que enriquecerão o professores, os 
alunos e, muitas vezes, a própria comunidade que se vê envolvida nas activi-
dades.
• A opção pelos exemplos escolhidos parte dos seguintes pressupostos:
• Centrarem-se na realidade cultural angolana
• Acolherem as sugestões feitas no programa da disciplina
• Serem de fácil implementação
• Não acarretarem custos elevados
ORIENTAÇÕES 
METODOLÓGICAS
3
22 • PROjECTO DE FORMAÇÃO DE FORMADORES DE PROFESSORES PARA O ENSINO PRIMáRIO EM ANGOLA
• Permitirem a construção de alguns materiais inovadores que possam 
contribuir para o o desempenho pedagógico não só dos professores do Magisté-
rio Primário como dos futuros professores primários
Estratégias e Actividades de Aprendizagem1 
Tempestade de ideias (Brain Storming)
Consiste numa técnica em que o animador/professor lança para o grupo a 
sugestão para que cada elemento, possa expor as suas ideias sobre o tema de 
discussão, sem que haja julgamentos ou comentários críticos sobre as mesmas.
Pretende-se que se crie um ambiente de exposição de ideias liberto de con-
strangimentos e promotor do diálogo, reunindo o maior número de ideias face 
ao tema de discussão lançado.
Processo de desenvolvimento da actividade: 
• O professor explica a actividade, regras e etapas. Cada participante ex-
põe uma ideia;
• No quadro, ou em folha de papel um ou dois alunos aponta as ideias que 
vão sendo referidas;
• O Animador/professor lança seguidamente a discussão para a turma so-
bre as ideias expostas, havendo uma síntese final acordada com a turma.
Observação com Roteiro
 Consiste numa actividade de observação de um local de interesse, objecto, 
filme, edifício, pessoas, actividade profissional.
 O objectivo desta actividade visa recolher dados a serem posteriormente or-
ganizados/sistematizados em relatório, poster, ou trabalho de grupo, jornal de 
parede ou apresentação oral à turma. Organizar a apresentação gráfica
Processo de desenvolvimento da actividade: 
• O professor propõe a construção de um roteiro de observação (ver ex-
emplo abaixo)
1 Adaptado de Trindade, R. (2001) – Experiências Educativas e Situações de Aprendizagem. Lis-
boa: Edições ASA.
GUIA METODOLóGICO | HIGIENE E SAÚDE ESCOLAR • 23 
• O professor propõe a organização em grupos (máximo de 4 elementos) 
que deverão[,]com base no roteiro previamente definido, observar a situação es-
colhida e preencher o roteiro entregue pelo professor.
• Os trabalhos de grupo serão depois apresentados na forma previamente 
definida e discutidos na turma.
Exemplo: À descoberta dos Serviços de Saúde de _______________
Nome dos elementos do grupo:
Data: _____/_____/_____
Actividades:
1. Anota o nome das instituições de saúde que identificaste, assim como a sua 
localização;
2. Anota as características dos edifícios e a sua organização;
3. Refere três aspectos positivos destas instituições de saúde observadas, rela-
tivamente á sua localização no terreno;
4. Refere três aspectos a melhorar em relação às mesmas instituições obser-
vadas;
5. Refere três sugestões que consideres pertinentes apresentar;
6. Apresenta desenho ou foto da instituição.
Estudos de caso 
É um método que permite, através do estudo de situações singulares, debater 
e compreender a a realidade associada a determinada problemática. Seja acon-
tecimento ou história individual acaba por ser representativo de um tempo e de 
uma cultura.
Os objectivos dos estudos de caso: confrontar os alunos com situações/reali-
dades concretas, a partir das quais podem desenvolver competências sociais e 
de conhecimento, abordar diferentes problemáticas contemporâneas, valorizar 
a iniciativa dos alunos.
24 • PROjECTO DE FORMAÇÃO DE FORMADORES DE PROFESSORES PARA O ENSINO PRIMáRIO EM ANGOLA
 Processo de desenvolvimento da actividade: 
• O professor ou os alunos, por sugestão do professor, seleccionam um 
caso para debater ou investigar, dependente da importância que este assuma 
para o grupo;
• O caso de estudo pode ser comum para toda a turma ou cada grupo ter 
um caso específico para estudar;
• Planifica-se o estudo tendo em conta a divisão de tarefas (Quem faz?), 
quais as questões que devem ser colocadas (Como se faz?) e o quando se faz e 
com que recursos.
• Vai-se recolhendo informação e discutindo sobre ela. Importa haver mo-
mentos de discussão e partilha entre alunos e professores e ir fazendo a avalia-
ção do trabalho realizado pelos elementos da turma ou grupo. 
• No final o trabalho é apresentado à turma, ou à escola, ou à comunidade 
e aos pais.
Visitas de estudo
As visitas de estudo constituem um estímulo à aprendizagem, permitindo aos 
alunos o contacto directo com o meio envolvente e realidades concretas de vida 
que os ajudam a integrar aprendizagens. O professor deve no entanto ter pre-
sente que as actividades pe-dagógicas de uma visita de estudo não se esgotam 
no momento da visita; esta deve ser acompanhada por uma preparação e aval-
iação adequadas.
Objectivos das visitas de estudo: promover a relação entre as aprendizagens 
teóricas e a prática, consolidar conhecimentos adquiridos em contexto da sala 
de aula, motivar os alunos para o estudo de determinado tema, promover o con-
tacto com o contexto prático e com a realidade social e cultural envolvente, de-
senvolver a observação.
ETAPAS DA VISITA DE ESTUDO
ETAPAS
GUIA METODOLóGICO | HIGIENE E SAÚDE ESCOLAR • 25 
ACTIVIDADES
Preparação da visita
• Marcação da visita
• Pedido de autorização de deslocação dos alunos aos encarregados de 
educação
• Delinear objectivos da visita
• Verificar recursos necessários (ex. transporte até
 ao local)
• Construção do guião tendo em conta o que
se espera que os alunos experimentem, realizem
 e aprendam
• Estabelecer regras para a visita em conjunto com
 os alunos
• Elaboração de questionário ou roteiros, se necessário
Realização da visita de estudo
• Orientar os alunos
• Verificar cumprimento dos objectivos e actividades 
programadas
• Assegurar momentos de convívio no tempo livre
Avaliação da visita de estudo
• Fazer a avaliação da visita através de questionário individual ou em gru-
po aos alunos
• O professor, ou professores, devem também fazer a avaliação da visita
26 • PROjECTO DE FORMAÇÃO DE FORMADORES DE PROFESSORES PARA O ENSINO PRIMáRIO EM ANGOLA
Apresentação dos trabalhos realizados
relacionados com a visita
• A visita deve dar origem a um trabalho, ou trabalhos que deverão ser 
partilhados na escola, quer 
através de um álbum temático, de cartazes, de textos em jornal da escola, de 
dramatização, ou outros.
Guião de visita de estudo(Exemplo) 
VISITA AO CENTRO DE SAÚDE DA CAMBANDA – BENGUELA
Data ____________
Local de concentração___________________________________
Hora de partida ______________________
Hora de chegada______________________
Duração da visita ____________________
Professor acompanhante ________________________
Hora de início da visita no Centro de Saúde __________________
Pessoa que nos vai receber no Centro de Saúde _______________________
Objectivos
• Reconhecer a relevância do trabalho das instituições de saúde
• Conhecer as actividades desenvolvidas num centro de saúde e program-
as de saúde existentes
• Contactar com a realidade de trabalho dos profissionais de saúde 
GUIA METODOLóGICO | HIGIENE E SAÚDE ESCOLAR • 27 
• Identificar as várias formas de intervenção em saúde
Regras a observar durante a visita
• Pontualidade
• Silêncio
• Colocar as questões de forma correcta
• Respeitar as indicações/recomendações feitas pelo professor e pelo pro-
fissional 
destacado para acompanhar a visita
QUESTIONÁRIO A PREENCHER PELOS ALUNOS DURANTE A VISITA
1. Onde funciona o centro de saúde?
__________________________________________________________
2. Qual o seu horário de funcionamento?
__________________________________________________________
3. Como está organizado?
__________________________________________________________
4. Quais os objectivos do centro de saúde?
__________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
5. Que população é abrangida pelos serviços do centro de saúde?
__________________________________________________________
6. Que actividades desenvolve o centro de saúde?
__________________________________________________________
____________________________________________________________
28 • PROjECTO DE FORMAÇÃO DE FORMADORES DE PROFESSORES PARA O ENSINO PRIMáRIO EM ANGOLA
7. Que profissionais trabalham no centro de saúde?
__________________________________________________________
____________________________________________________________
8. Que problemas de saúde são mais frequentes na região?
_________________________________________________________
____________________________________________________________
9. Que medidas devem a população e a comunidade tomar para combater 
esses problemas?
__________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
10. Como podem a escola e os professores ajudar a população a ter melhor 
saúde?
__________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
Entrevistas
As entrevistas são um método de recolha de informação que permite inter-
acção entre duas, ou mais, pessoas. Trata-se de uma forma de interacção assimé-
trica, pois enquanto o entrevistador pretende recolher dados, o entrevistado é a 
fonte de informação.
Pressupõe que os alunos façam o guião da entrevista com a ajuda do profes-
sor.
Os objectivos das entrevistas: 
• Estimular os alunos a recolher informação útil de outros actores sociais
• Analisar o sentido que as pessoas atribuem a determinadas práticas ou 
temas
GUIA METODOLóGICO | HIGIENE E SAÚDE ESCOLAR • 29 
• Recolher opiniões diversificadas sobre determinado assunto
• Recolher informação útil para determinada aprendizagem ou projecto
• Reconstituir experiências de vida passadas
• Averiguar acontecimentos
Processo de desenvolvimento da actividade: 
• Reflexão prévia – discutir se se trata da melhor forma de recolher a in-
formação pretendida; o tipo de informação a recolher; como se vai tratar a infor-
mação recolhida, como se vai recolher a informação, por escrito ou oralmente, 
quem se entrevista.
• Preparação – determinar as perguntas a fazer; podem constituir-se 
pequenos grupos que sugerem as questões; verificar se as questões são perti-
nentes face aos ojectivos da entrevista. Constrói-se o guião de entrevista com 
as questões escolhidas. Decide-se como e onde será a entrevista, quem vai ser 
entrevistador. Marca-se com o entrevistado o local e a hora, explicando-lhe os 
objectivos da entrevista. 
• Realização da entrevista – apresentar-se, explicar objectivos, pedir au-
torização para tomar notas escritas ou gravar a entrevista, fazer as perguntas, 
não interromper nem comentar o que é dito; no final agradecer a disponibilidade 
e pedir autorização 
 para publicar a entrevista no jornal da escola ou noutro documento pre-
viamente acordado com o professor.
• Avaliação – discute-se o modo como correu, a informação obtida e sug-
estões para fazer melhor em entrevistas futuras. A avaliação continua até estar 
tratada a informação recolhida.
30 • PROjECTO DE FORMAÇÃO DE FORMADORES DE PROFESSORES PARA O ENSINO PRIMáRIO EM ANGOLA
Aprendizagem em grupo
É um método que permite a aprendizagem cooperativa, num trabalho inter-
dependente que torna o o aluno responsável pelo êxito da sua aprendizagem 
e também co-responsável pela aprendizagem dos outros elementos do grupo.
Os objectivos da aprendizagem em grupo: 
• Desenvolver o diálogo, a cooperação e troca de ideias
• Aumentar a responsabilização
• Permitir o desenvolvimento de capacidades de organização, liderança e 
espírito de equipa
• Estimular a partilha de conhecimentos e aptidões
Processo de desenvolvimento da actividade: 
• O professor pede aos alunos para formarem grupos de 4 a 5 elementos
• O professor expõe a matéria, divulgando a informação que considera ad-
equada 
• O professor marca com os grupos o prazo para entrega do trabalho
• O professor distribui roteiros de trabalho ou fichas de trabalho para o 
trabalho em grupo
• O grupo estabelece as regras de funcionamento do grupo e distribui 
tarefas entre os membros
• O grupo escolhe líder e/ou porta-voz
• O grupo marca prazos para elaboração final do trabalho
• O grupo trabalha em conjunto a tarefa/trabalho distribuído
• Entrega e avaliação do trabalho de grupo
GUIA METODOLóGICO | HIGIENE E SAÚDE ESCOLAR • 31 
Dramatização (Role-play)
Este método estimula e facilita a comunicação e debate entre os alunos e per-
mite a expressão de ideias com criatividade visto que os alunos se colocam no 
papel de uma outra pessoa, assumindo uma personagem relevante para o tema.
Os objectivos da dramatização: proporcionar um ambiente adequado à co-
municação sobre um determinado tema; facilitar que os alunos se possam colo-
car em perspectivas diferentes da sua perante o tema, possibilitar a discussão de 
um problema ou experiência comum.
Processo de desenvolvimento da actividade: 
• O professor dá o tema, define as personagens, escolhe os alunos para 
representarem, dando indicações aos alunos sobre os papéis a interpretarem. O 
professor pode fornecer um guião escrito.
• Os alunos representam os papéis que lhes foram atribuídos, enquanto os 
restantes assistem e podem tomar notas sobre a situação apresentada.
• Depois da apresentação, o professor convida os alunos a darem a sua 
opinião sobre a situação que foi dramatizada.
• No final, o professor faz a síntese da discussão e o balanço da actividade.
Portefólio
O portefólio é uma colecção organizada de trabalhos produzidos por um 
aluno, por um grupo ou pela turma, ao longo de um determinado período de 
tempo. Pode apresentar-se em dossier, numa pasta, em suporte informático, ou 
num outro suporte que a criatividade do aluno possa criar. 
Pode assumir-se como um instrumento de avaliação e/ou como elemento de 
reflexão sobre o percurso feito.
O portefólio não tem que ter obrigatoriamente um tema, pode integrar trab-
alhos sobre várias temáticas. Pode incluir fotos, textos, desenhos, relatórios,nar-
rativas de situações vividas, recortes, etc. Todos os documentos incluídos devem 
ser comentados e datados.
32 • PROjECTO DE FORMAÇÃO DE FORMADORES DE PROFESSORES PARA O ENSINO PRIMáRIO EM ANGOLA
Os seus conteúdos devem abranger as várias áreas do programa da discip-
lina, ser diversificados, mostrar as aprendizagens relevantes, expressar de forma 
clara o percurso feito pelo aluno ou turma.
Os objectivos do portefólio:
• Implicar os alunos de forma activa e responsável na sua aprendizagem
• Estimular o pensamento reflexivo
• Mostrar os saberes e competências adquiridas pelo aluno através de uma 
amostra representativa dos trabalhos realizados
• Fomentar processos de comunicação e colaboração
Processo de desenvolvimento da actividade: 
• Preparação: o professor explica e define os objectivos da construção do 
portefólio, a sua utilidade e a forma como será organizado.
• Reflexão sobre as experiências de aprendizagem realizadas: o professor 
solicita aos alunos que se questionem sobre as actividades e experiências mais 
significativas. Depois disso, os alunos seleccionam os trabalhos a incluir no porte-
fólio segundo critérios previamente estabelecidos. Todos os trabalhos incluídos 
devem ser datados e comentados pelos alunos, justificando assim a sua integra-
ção no portefólio.
• Inventário das aprendizagens realizadas: fazer a lista das aprendizagens 
realizadas e organizar os trabalhos no portefólio em função delas. Fazer uma 
introdução ao portefólio e incluir trabalhos que contemplem as categorias de 
aprendizagem do saber, do saber-fazer e do saber-ser.
• Apresentação do portefólio à escola e/ou aos pais
Álbum
Os álbuns são semelhantes aos portefólios, mas obedecem a um tema espe-
cífico e são realizados por um grupo de alunos, ou pela turma. Embora possam 
existir momentos de trabalho individual, os álbuns são trabalhos coletivos.
GUIA METODOLóGICO | HIGIENE E SAÚDE ESCOLAR • 33 
Os objectivos do álbum: dar visibilidade aos trabalhos realizados pelos alu-
nos, estimular um processo de reflexão organizado e concreto, conferir um sen-
tido concreto ao trabalho a realizar.
Processo de desenvolvimento da actividade:
 • O professor explica e define os objectivos do álbum:
• Porque é que o álbum vai ser realizado
• Qual o tema do álbum
• Quais os responsáveis pela construção e organização
• Como vai ser organizado
• Quais os critérios de inclusão de trabalhos no álbum
• Fase de planificação dos trabalhos
• Fase de produção dos trabalhos
• Avaliação dos trabalhos para decidir: se vão ser incluídos no álbum, se 
vão ser ainda melhor trabalhados para serem incluídos, como vão ser incluídos.
Debate – discussão em pequenos grupos
Os debates permitem desenvolver nos alunos mecanismos de comunicação 
e cooperação, que estimulam a aprendizagem sobre um determinado assunto.
Os objectivos do debate: estimular a expressão de diversidade de opiniões; 
contribuir para que os alunos acedam a outras opiniões num espaço mediado 
pelo professor, identificar os vários argumentos sobre um determinado tema e 
discuti-los.
Processo de desenvolvimento da actividade: 
• O professor, depois de propor o tema, constrói com a turma um determi-
nado número de regras a respeitar 
• Divide a turma em pequenos grupos, entregando um roteiro com questões 
a cada grupo 
34 • PROjECTO DE FORMAÇÃO DE FORMADORES DE PROFESSORES PARA O ENSINO PRIMáRIO EM ANGOLA
• Cada grupo discute as questões e responde a cada uma delas
• Cada grupo, através de um porta-voz, partilha com os outros as respostas 
que foram consensuais, as que não foram e as dúvidas a discutir
• O professor regista no quadro as informações dadas pelos porta-vozes dos 
grupos
• Verifica-se ao nível da turma os consensos, os não consensos e dúvidas a 
discutir
• O professor lidera depois o debate sobre as dúvidas e não consensos entre 
os grupos
• O professor faz a síntese da discussão e um dos alunos, previamente escol-
hido, faz a acta onde ficam enunciadas as conclusões e/ou decisões tomadas.
Trabalho de projecto/ Metodologia de projecto
É um método que permite, a partir de problemas identificados, desenvolver 
projectos de trabalho que favorecem a aprendizagem em equipa e a cooperação.
Definem-se como problemas tarefas/necessidades ou situações complexas 
que se constituem como desafiantes para os alunos e que exigem deles iniciativa 
e mobilização de competências.
Atribui-se um papel central à formulação/identificação do problema, valoriza-
se o trabalho em equipa e a cooperação com pares, com a comunidade ou outras 
instituições. Implica uma acção planificada e organizada.
A metodologia de projecto pressuopõe uma rotura com as metodologias 
clássicas de trabalho escolar, visto que o projecto só é mobilizador se for interes-
sante e constituir um desafio para os alunos.
O trabalho de projecto serve essencialmente como oportunidade de dar visi-
bilidade a aprendizagens já realizadas, resolver um problema ou situação, ser 
aglutinador de vontades, ter a satisfação de tarefa concluída ou êxito alcançado.
GUIA METODOLóGICO | HIGIENE E SAÚDE ESCOLAR • 35 
ETAPAS DO PROJECTO (exemplo)
ETAPAS PROJECTO “SAÚDE NA ESCOLA”
1. Selecção/definição do problema - 
diagnóstico
• Que problemas de saúde afectam a nossa 
comunidade?
2. Escolha e formulação de problemas 
parcelares
• È possível estudar todos esses problemas?
• Que problemas de saúde existentes são mais 
relevantes?
• Que interesse poderia ter o estudo/trabalho 
sobre 
esse problema? Porquê?
• Como vamos concretizar o estudo sobre esse 
problema?
• Como vamos tornar público o trabalho 
realizado?
3. Preparação e planeamento do trabalho
• Quem nos pode ajudar?
• De que recursos dispomos?
• Que tarefas temos de realizar?
• De que materiais precisamos?
• Como obtê-los?
• Como nos vamos organizar e dividir tarefas?
• Como organizar o calendário de actividades?
4. Avaliação intermédia
Finalidades da avaliação intermédia:
• Avaliar em que medida as tarefas estão
a ser cumpridas por todos
• Dar conta dos obstáculos encontrados e 
problemas que entretanto surgiram
• Identificar tarefas realizadas e a realizar
• Avaliar o modo como o grupo está a 
funcionar.
5. Preparação da apresentação pública
 do trabalho
• Em que dia, ou dias, vamos apresentar a peça 
de teatro que fizemos sobre o tema?
• Onde vamos apresentar?
• Quando nos encontramos para combinar a 
apresentação?
• Vamos fazer cartazes para divulgação?
• Quem vai ser convidado para estar presente 
no dia da estreia?
6. Apresentação pública
• Apresentação pública à escola e à 
comunidade 
• Da peça escrita e representada pelos alunos, 
com orientação do professor, sobre o tema 
escolhido. 
7. Avaliação final
Finalidades da avaliação final:
• Auto-avaliar o trabalho realizado e o 
funcionamento do grupo
• Fazer sugestões para futuros trabalhos.
36 • PROjECTO DE FORMAÇÃO DE FORMADORES DE PROFESSORES PARA O ENSINO PRIMáRIO EM ANGOLA
UNIDADES TEMÁTICAS
CONCEITOS TEÓRICOS
 ROTEIROS DE ACTIVIDADES 
MATERIAIS PEDAGÓGICOS
4
UNIDADE TEMÁTICA – SAÚDE, AMBIENTE E ALIMENTAÇÃO 
Nesta unidade temática estão incluídos os temas de Higiene e Saúde, Saúde Am-
biental e Alimentação, pretendendo-se apresentar alguns conteúdos teóricos de 
apoio ao professor, além das sugestões em relação ao desenvolvimento das ses-
sões lectivas. Esta unidade reúne conceitos-chave e informações essenciais para 
o desenvolvimento das actividades curriculares seguintes. Não podemos deixar 
de salientar que cabe ao professor adaptar a linguagem e conteúdos à realidade 
sociocultural dos seus alunos.
1. TEMA – HIGIENE E SAÚDE
 ENQUADRAMENTO CONCEPTUAL
 Saúde
O conceito de saúde tem evoluído ao longo dos tempos passando de uma con-
cepção de ausência de doença para um conceito holístico que tem em conta que 
a saúde é influenciada por múltiplos factores. A Organização Mundial da Saúde 
(OMS) definiu saúde como “ um estado de completo bem-estar físico, mental e 
social e não apenas a ausência de doença.” Em1986, na cidade de Ottawa, no 
38 • PROjECTO DE FORMAÇÃO DE FORMADORES DE PROFESSORES PARA O ENSINO PRIMáRIO EM ANGOLA
Canadá, a OMS definiu saúde como “o maior recurso para o desenvolvimento so-
cial, económico e pessoal, assim como uma importante dimensão da qualidade 
de vida.”1 
Muitas outras definições de saúde têm sido construídas a partir do conceito da 
OMS, tendo sempre em consideração que a saúde não é um estado imutável 
e pressupõe um equilíbrio entre as possibilidades da pessoa, a sua capacidade 
para satisfazer as suas necessidades básicas (alimentares, de segurança, de edu-
cação, de afecto, de relação com os outros, …) e a sua capacidade de adaptação 
ao ambiente que a rodeia. O nosso próprio conceito sobre o que é ter saúde é 
afectado por factores culturais e económicos, pela religião, pela nossa idade e 
expectativas pessoais, enfim pela nossa realidade individual. 
Existe uma responsabilidade crescente dos indivíduos, das famílias e da comu-
nidade perante as ameaças à saúde. Os problemas de saúde exigem uma abor-
dagem multisectorial e multidisciplinar, o que significa que os profissionais de 
saúde, as autoridades, os professores, as associações, as famílias e os próprios 
indivíduos se devem organizar e trabalhar juntos para que a seja possível alcan-
çar melhor saúde.
Na 1ª Conferência Internacional de Promoção da Saúde, promovida pela OMS e 
realizada em Ottawa (Canadá) em 1986, a promoção da saúde é definida como “ 
o processo que habilita o indivíduo a aumentar e a melhorar o seu controlo so-
bre a sua saúde”, sendo enunciados como requisitos fundamentais para alcançar 
uma vida saudável: a paz, a educação, a alimentação, o rendimento, um ecos-
sistema estável, justiça social e equidade. Na mesma conferência reconhece-se 
a necessidade de reduzir as desigualdades existentes para que todas as pessoas 
possam alcançar o seu potencial máximo de saúde, dar prioridade às políticas 
públicas saudáveis e de que todos participem para que seja possível alcançar 
melhor saúde. A promoção da saúde exige: 
A acção concertada de todos os intervenientes (governos, parceiros sociais e 
económicos, instituições de solidariedade social, autarquias, empresas, meios de 
comunicação);
A intervenção de indivíduos, família e comunidade;
A intervenção dos profissionais de saúde como mediadores entre os vários sec-
tores intervenientes em favor da saúde;
1 OMS, Carta de Ottawa, 1986
GUIA METODOLóGICO | HIGIENE E SAÚDE ESCOLAR • 39 
Uma abordagem multidisciplinar e intersectorial.
Determinantes de Saúde
Quando falamos de determinantes de saúde falamos de factores que influen-
ciam a saúde. Podem ser determinantes de saúde externos, ou seja, relaciona-
dos com o ambiente social, económico, político e ambiental e sobre os quais o 
indivíduo não tem muitas vezes controlo directo, como são por exemplo:
• Clima;
• Vias de comunicação;
• Qualidade do ar e da água;
• Condições de saneamento;
• Qualidade dos alimentos;
• Funcionamento do sistema de saúde e legislação de saúde;
• Rendimento e situação de emprego;
• Género;
• Distribuição da população e pirâmide etária;
• Migrações;
• Política de planeamento familiar;
• Funcionamento do ensino;
• Condições de habitação.
Podemos dizer que, por exemplo, o clima é um determinante da saúde porque as 
condições climáticas afectam o nosso estado de saúde, nomeadamente o muito 
calor ou muito frio, ou os desastres naturais como as cheias, sismos, maremotos 
ou incêndios.
 A má qualidade da água também afecta a nossa saúde: basta pensarmos em 
doenças que podem ser adquiridas pelo consumo de água contaminada, como 
por exemplo a cólera. As vias de comunicação podem também ter impacto so-
bre a nossa saúde pois o seu mau estado, ou inexistência, podem dificultar o 
nosso acesso a cuidados de saúde. 
40 • PROjECTO DE FORMAÇÃO DE FORMADORES DE PROFESSORES PARA O ENSINO PRIMáRIO EM ANGOLA
As condições de habitação como a falta de limpeza, falta de arejamento, elevado 
número de pessoas a compartilharem o mesmo espaço, falta de saneamento, 
podem constituir um risco para a saúde. O mesmo se pode dizer em relação a 
outros determinantes externos da saúde.
A influência na saúde dos determinantes socioeconómicos é muito significativa, 
pois o rendimento, o emprego, as condições de habitação e de saneamento são 
decisivos para a saúde das pessoas. A grande maioria das pessoas a nível mundial 
tem uma situação de saúde precária porque o seu rendimento não lhe permite 
ter acesso a cuidados de saúde, a uma habitação adequada ou a uma alimenta-
ção equilibrada. As situações de guerra, as migrações forçadas, a não existência 
de serviços e de profissionais de saúde, a subnutrição, a falta de água potável, a 
falta de saneamento básico, os baixos níveis de escolaridade contribuem para 
que as pessoas não tenham saúde.
Existem ainda os determinantes de saúde internos, que estão ligados às nos-
sas crenças e valores, à nossa religião, à nossa idade e desenvolvimento, à forma 
como vivenciamos as emoções, ao nosso estilo de vida: o que comemos e como 
comemos; os nossos cuidados com a higiene; o consumo de álcool, tabaco ou 
drogas; se temos ou não uma vida sexual segura; se dormimos as horas sufici-
entes, as formas de uso dos tempos livres; as formas de relacionamento com os 
outros.
 Figura 1 – Determinantes externos da saúde1 
 
Factores 
sanitários 
Factores 
socioeconómicos 
Factores 
 demográficos 
 
Factores culturais 
 
Factores políticos 
Factores 
geográficos 
Promoção, 
protecção 
e recuperação 
da saúde 
1 Adaptado de Monnier e tal, 1990
GUIA METODOLóGICO | HIGIENE E SAÚDE ESCOLAR • 41 
Estilos de vida e saúde
Os estilos de vida saudáveis implicam práticas e comportamentos da pessoa que 
contribuam para a sua saúde. Os comportamentos saudáveis são fundamentais 
para a qualidade de vida e saúde. “O componente estilo de vida representa o con-
junto de decisões que toma o indivíduo com relação a sua saúde e sobre os quais 
exerce apenas certo grau de controlo1 . Muitos dos problemas de saúde poderiam 
ser evitados se adoptássemos comportamentos, estilos de vida mais saudáveis. 
Uma alimentação equilibrada, a prática de exercício físico, o controlo do consu-
mo de bebidas alcoólicas, o não consumo de drogas, o sexo seguro, a condução 
prudente, os cuidados de higiene diários, a vigilância de saúde, a não violência, 
significam maior bem-estar e prevenção de futuros problemas de saúde.
As pessoas em qualquer faixa etária são influenciadas por padrões de estilos de 
vida não saudáveis. Sabemos que o tabagismo está associado, por exemplo, a 
maior risco de cancro; que o excesso de peso aumenta o risco de doenças car-
diovasculares; que a não utilização do preservativo aumenta o risco de contrair 
doenças sexualmente transmissíveis; que o consumo de bebidas alcoólicas au-
menta o risco de acidentes e de comportamentos violentos, além de patologias 
como cirrose hepática e neoplasias do sistema digestivo. Práticas como higiene 
pessoal inadequada, repouso e sono insuficientes aumentam também o risco de 
contrair doenças. O impacto dos estilos de vida na saúde tem implicações para 
toda a vida.
O papel dos professores é crucial no sentido de promoverem nos seus alunos 
comportamentos saudáveis, pois as crianças são influenciadas pelo exemplo dos 
seus educadores e/ou pessoas significativas.
Doença
Apesar de todos os avanços nas ciências da saúde e nas tecnologias, a humani-
dade ainda sofre com um grande número de doenças. As pessoas vivem mais 
tempo, existem grandes movimentos migratórios, viajamos mais, transportamos 
materiais e seres vivos de região para região, de país para país e entre continen-
tes, acontecem mudanças bruscas com frequência nas nossas vidas. São-nos ex-
igidas adaptações contínuas. Alguns problemas de saúde persistem e têm sur-
1 In Kuhn, Eunice. Promoção da saúde bucal em bebés participantes de um programa educa-
tivo-preventivo na cidade de Ponta-Grossa-P” R. [Mestrado] FundaçãoOswaldo Cruz, Escola 
Nacional de Saúde Pública; 2002. 77 p.
42 • PROjECTO DE FORMAÇÃO DE FORMADORES DE PROFESSORES PARA O ENSINO PRIMáRIO EM ANGOLA
gido novas doenças. “Doença é um estado em que o funcionamento da pessoa, em 
termos físicos, emocionais, intelectuais, sociais, de desenvolvimento, ou espirituais, 
está diminuído ou afectado, quando comparado com a situação anterior”1 Num 
sentido restrito significa um acontecimento biológico, caracterizado por mudan-
ças anatómicas, fisiológicas, bioquímicas ou por uma combinação de vários fac-
tores.
Num estado inicial da doença podem já existir alterações e a doença não ser 
ainda detectável, manifestando-se mais tarde através de sinais ou sintomas. As 
doenças podem classificar-se de forma geral em doenças agudas e crónicas. Uma 
doença aguda é de curta duração e geralmente grave; a doença crónica per-
siste por mais de 6 meses e a pessoa pode manter-se durante anos sem grandes 
problemas ou alterações; no entanto, pode ter recaídas ou agravamento do seu 
estado que podem até conduzir à morte. De uma situação de doença aguda ou 
crónica pode resultar um estado de incapacidade, ou seja, redução temporária 
ou permanente da actividade da pessoa. 
A doença pode ter grande impacto nas pessoas e nas suas famílias, nomeada-
mente levar a alterações emocionais e comportamentais, alterações na imagem 
corporal e na imagem e conceito que a pessoa tem dela própria, além do im-
pacto negativo que pode ter a nível familiar e profissional. 
Uma experiência de doença pode levar a pessoa a ter no futuro comportamen-
tos mais saudáveis.
 Indicadores de saúde 
Os indicadores de saúde são parâmetros utilizados internacionalmente com o 
objectivo de avaliar a saúde das populações, fornecer dados para um adequado 
planeamento em saúde e estudar a evolução da situação de saúde de diferentes 
populações. Ou seja, os indicadores de saúde reflectem o estado de saúde das 
pessoas numa comunidade. 
Os indicadores de saúde podem dividir-se em vários grupos, conforme aquilo 
que pretendem medir, podem por exemplo: 
• tentar traduzir a saúde ou a falta dela num grupo populacional; 
• medir as condições do meio que têm influência sobre a saúde;
1 Potter e Perry , 2006, p.11
GUIA METODOLóGICO | HIGIENE E SAÚDE ESCOLAR • 43 
• medir os recursos naturais e humanos relativos às actividades de presta-
ção de cuidados de saúde.
• documentar a qualidade dos cuidados;
• comparar instituições ou serviços ;
• contribuir para estabelecer prioridades;
• avaliar impacto dos cuidados de saúde prestados/acções desenvolvidas;
• identificar os factores determinantes das doenças de modo a permitir a 
sua prevenção.
Exemplo de alguns indicadores de saúde:
• Esperança de vida - é empregue para referir a esperança de vida ao nascer, 
ou seja o número de anos que se espera venha a viver um recém-nascido. No en-
tanto pode ser calculada para qualquer idade, por exemplo a esperança de vida 
aos 15 anos indica o número médio de anos de vida que restam a quem já atingiu 
aquela idade. 
• Incapacidade - redução temporária ou prolongada da actividade de uma 
pessoa devido a doença aguda ou crónica.
• Taxa de mortalidade – A taxa de mortalidade é o número de óbitos por 
cada mil habitantes numa dada região num determinado período de tempo. 
• Taxa de natalidade – taxa de natalidade de uma população é o número 
de crianças nascidas por grupo de 1000 pessoas por ano. Ela pode ser represen-
tada por:Taxa natalidade = a n/p*1000 onde n é o número de crianças nascidas 
no ano e p é a média populacional do período em questão (considera-se a popu-
lação estimada a 1 de Julho do ano em questão).
• Taxa de mortalidade infantil – é normalmente expressa em número de 
óbitos de crianças com menos de um ano, a cada mil nascidos vivos, num deter-
minado período. O índice considerado aceitável pela OMS é de 10 mortes / mil 
nascimentos. A taxa de mortalidade infantil em Angola em 2008 foi de 130 em 
1000 crianças até ao ano de idade1. 
1 http://www.unicef.org/infobycountry/angola_30953.html
44 • PROjECTO DE FORMAÇÃO DE FORMADORES DE PROFESSORES PARA O ENSINO PRIMáRIO EM ANGOLA
• Taxa de cobertura vacinal – percentagem de pessoas vacinadas numa de-
terminada população. Por exemplo em 2008 em Angola 87% das crianças com 
menos de um ano foram vacinadas contra a tuberculose e 75% contra a polio-
mielite1 .
• Taxa de fecundidade - é o número de crianças nascidas vivas durante o 
ano em relação ao número de mulheres em idade fértil (entre os 15 e os 49 anos) 
desse ano, traduzindo-se em número de crianças nascidas vivas por 1000 mul-
heres em idade fértil.
• Uso da droga e álcool – pode calcular-se por determinado grupo, por ex-
emplo: proporção de alunos numa determinada escola, proporção de habitantes 
numa vila, aldeia ou bairro, por grupos etários em determinada população.
•	 Proporção	da	população	em	habitações	deficientes;
•	 Proporção	da	população	vivendo	abaixo	do	nível	de	pobreza.
Alguns indicadores sobre a situação angolana (estimativas de 2008)2 
• População: 18.021 milhões
• Esperança de Vida ao nascer: 47 anos 
• População a viver em centros urbanos: 57%
• Taxa de fertilidade: 5.8 crianças por mulher
Higiene pessoal
Os cuidados com o nosso corpo, incluindo a higiene pessoal, são necessários 
para o conforto, sensação de bem-estar e protecção com vista à manutenção da 
saúde. Por outro lado a manutenção de uma adequada higiene pessoal mani-
festa o respeito que devemos ter para connosco próprios e para com as pessoas 
com quem nos relacionamos.
Os hábitos de higiene das pessoas estão ligados às práticas sociais da família ou 
comunidade, ao seu estatuto socioeconómico, às crenças e valor atribuído à hi-
1 idem
2 ibidem
GUIA METODOLóGICO | HIGIENE E SAÚDE ESCOLAR • 45 
giene, às preferências pessoais e aos conhecimentos que as pessoas têm sobre a 
importância das boas práticas de higiene para a saúde. A higiene do nosso corpo 
é também fundamental para proteger a nossa saúde e evitar as doenças.
Sobre alguns aspectos comuns relacionados com a higiene pessoal 1
A sudorese, ou suor, é um dos factores que contribui para um odor corporal, que 
se torna muitas vezes desagradável se não forem realizados os cuidados de hi-
giene apropriados. O homem tem dois tipos de glândulas sudoríparas, as glân-
dulas ecrinas, que produzem apenas líquido refrescante para o corpo, e as glân-
dulas apocrinas, cuja secreção transporta gorduras e proteínas das células para 
o exterior do corpo.
As glândulas ecrinas estão distribuídas por todo o corpo e segregam directa-
mente para a superfície da pele, nomeadamente em situações de tensão ou cal-
or. O suor que produzem é composto por 99% água e 1% de outras substâncias 
químicas e não tem um odor forte. As glândulas apocrinas, estão localizadas nas 
axilas, no couro cabeludo e nas regiões umbilical, púbica e anal. A secreção das 
glândulas apocrinas é alimento para as bactérias que estão na epiderme, e os 
produtos do metabolismo das gorduras e proteínas segregadas, digeridas pelas 
bactérias, é que produzem o cheiro desagradável do suor. 
São os europeus e os africanos que possuem maior quantidade de glândulas su-
doríparas apócrinas. Têm que ter por isso um cuidado mais atento à sua higiene 
pessoal, devendo lavar-se diariamente e usar, se for possível, um desodorizante. 
As roupas retêm o calor do corpo e por isso favorecem o suor e a consequente 
produção dos resíduos bacteriológicos que geram mau cheiro, por isso devem 
ser mudadas e lavadas com frequência. 
Também o mau hálito pode ser ocasião de incómodo. São apontadas várias cau-
sas para o mau hálito. É atribuído à inflamação das gengivas, à simples presença 
de alimentos retidos entre os dentes, à cárie dentária e também às amígdalas, 
ou ao tipo de alimentos consumidos. Na escola as crianças podem ser ensina-
das a escovar os dentes de modo a deixá-los limpos.Falaremos mais adiante das 
questões da higiene oral.
1 Adaptado de Cobra, Rubem Q. - Higiene pessoal.Site www.cobra.pages.nom.br, INTERNET, 
Brasília, 2001
46 • PROjECTO DE FORMAÇÃO DE FORMADORES DE PROFESSORES PARA O ENSINO PRIMáRIO EM ANGOLA
O cabelo, independentemente do estilo, deve estar sempre limpo e bem corta-
do, e a barba feita. Barba e cabelos crescidos e sujos geram, além de mau cheiro, 
comichão (prurido) do couro cabeludo devido ao suor e a parasitas (piolhos). A 
sujidade do couro cabeludo poderá levar a infecções. Aconselha-se a lavagem do 
cabelo pelo menos duas vezes por semana.
Lavagem das mãos 
A lavagem das mãos com água e sabão, visa a remoção de bactérias, células des-
camativas, suor, sujidade e oleosidade da pele. Deve fazer-se deste procedimen-
to um hábito e incuti-lo nas crianças.Associados à lavagem das mãos estão os 
cuidados com as unhas, que devem ser limpas e cortadas sempre que necessário, 
pois unhas grandes e sujas são um meio propício para o desenvolvimento de 
bactérias.
A má lavagem ou não lavagem das mãos está associada a doenças como in-
fecções gastrointestinais e hepatite A, assim como à transmissão de microrganis-
mos responsáveis por doenças como a cólera. A Poliitica Nacional de Saúde im-
plementada pelo Governo em 2010, prevê que uma correcta lavagem das mãos 
possa diminuir em 35% os casos de diarreia1. Em 2011 o Ministério da Saúde 
lançou uma campanha nacional para a lavagem das mãos.
A lavagem das mãos das crianças é uma medida importante para evitar trans-
missão de doenças, deve ser feita cuidadosamente, e muitas vezes com o auxílio 
de um adulto, sempre antes de comer, após usar a casa de banho, após mexer em 
animais, no final de actividades em que tenha manuseado produtos como terra, 
areia, tintas e/ou outros produtos, que podem trazer alergias ou infecções se não 
forem removidos.
Lavar sempre as mãos:
• Antes e depois de mexer em comida
• Após se ter servido da casa de banho ou da latrina
• Depois de espirrar, tossir e de se assoar
1 A este propósito consultar a Politica Nacional de Saúde no Decreto Presidencial nº262/10 de 
24 de Novembro, publicado no Diário da República de 24 de Novembro de 2010, I Série, nº222
GUIA METODOLóGICO | HIGIENE E SAÚDE ESCOLAR • 47 
• Após ter tocado em animais ou em lixo
• Após a prática de actividades ao ar livre
Como lavar as mãos:
• Usar SABÃO E ÁGUA ( se não tiver sabão pode usar cinza)
• Esfregar as mãos vigorosamente durante PELO MENOS 20 SEGUNDOS 
• Lavar bem as costas das mãos, pulsos, entre dedos e debaixo das unhas 
• Enxaguar bem
• Secar bem as mãos com toalha ou pano limpo
 
 O banho
Deve-se tomar banho diário utilizando-se uma esponja, ou um pano. Deverá ter-
se especial atenção à lavagem das axilas, da região genital, da região anal e dos 
pés. Deverá usar-se sabão ou sabonete e a aplicar-se, se possível, um desodori-
zante comum, após o banho. 
Pode tomar-se banho de imersão em banheira ou num grande alguidar, mas o 
mais recomendado é o duche. Se não for possível usar banheira ou duche as pes-
soas podem lavar-se por partes, tendo um alguidar para lavar o tronco e a cabeça 
e um outro para os órgãos genitais e pés. Também se pode tomar o banho diário 
num rio, tendo em atenção os cuidados que se deverão ter se este for habitado 
por animais potencialmente perigosos, ou se a pessoa não souber nadar. No rio 
as crianças deverão estar sempre acompanhadas por adultos.
Saúde oral1 
Uma boa higiene oral remove eficazmente os restos alimentares e ao mesmo 
tempo faz com que as bactérias não ataquem os dentes e gengivas. A acção das 
bactérias pode provocar a destruição dos dentes e a inflamação das gengivas. 
1 http://www.min-saude.pt/portal/conteudos/enciclopedia+da+saude/saude+oral/higiene-
oral.htm
48 • PROjECTO DE FORMAÇÃO DE FORMADORES DE PROFESSORES PARA O ENSINO PRIMáRIO EM ANGOLA
A higiene oral é o procedimento que pode prevenir eficazmente as doenças da 
boca. Uma correcta e eficaz higiene pode travar a progressão da maioria das 
doenças que afectam a cavidade oral. A principal função da higiene oral é a re-
moção da placa bacteriana da superfície dos dentes e deve iniciar-se assim que 
surgem os primeiros dentes no bebé.
A placa bacteriana é uma película aderente e transparente constituída por bacté-
rias e seus produtos, formando-se constantemente sobre dentes e gengivas. É a 
principal causa da cárie dentária e de doenças que podem levar à perda de den-
tes.Todos nós desenvolvemos placa bacteriana. As bactérias proliferam constan-
temente na nossa boca. A placa bacteriana, em presença de hidratos de carbono 
(especialmente açúcares), produz os ácidos que vão desmineralizar os tecidos 
duros do dente (esmalte e dentina). Assim, sempre que se ingerem alimentos ou 
bebidas açucaradas, produzem-se ácidos. Com os ataques ácidos repetidos, o 
esmalte deteriora-se e as lesões de cárie iniciam-se. A placa bacteriana que não é 
removida também provoca inflamação gengival, conduzindo à gengivite (gengi-
vas vermelhas, inchadas e sangrantes). Podemos prevenir a sua acumulação e as 
consequências que daí advêm. Assim deve-se:
• Escovar cuidadosamente todas as superfícies dos dentes pelo menos 
duas vezes por dia; 
• Usar fio dentário diariamente para remover a placa bacteriana que se 
acumula entre os dentes e no sulco gengival; 
• Moderar o consumo de doces e bebidas açucaradas, pois estes facilitam 
a adesão das bactérias às faces dentárias e são usados para a produção de ácidos 
que destroem os dentes.
Os principais cuidados a executar para ter uma correcta higiene oral são:
• Escovar os dentes pelo menos duas vezes por dia, sendo que uma delas 
deve ser, obrigatoriamente, antes de se deitar; 
• Utilizar uma escova de tamanho adequado. Normalmente as escovas 
dentárias devem ter uma cabeça pequena e serem macias, para evitar lesões so-
bre os dentes e gengivas; 
• Utilizar diariamente fio para retirar restos alimentares e bactérias dos es-
paços que existem entre os dentes e entre estes e as gengivas. O seu uso deve ser 
executado antes da escovagem, para que a acção protectora do dentífrico seja 
mais prolongada; 
GUIA METODOLóGICO | HIGIENE E SAÚDE ESCOLAR • 49 
• Nas crianças, a lavagem dos dentes deve ser acompanhada por um adul-
to, tendo especial atenção à quantidade de dentífrico colocado na escova e à 
possibilidade deste ser engolido; 
• No final da higiene oral não se deve passar a boca por água, mas sim 
cuspir os excessos de dentífrico, pois assim a acção dos compostos fluoretados 
ou antimicrobianos será mais prolongada.
Técnica correcta de escovagem
• Inclinar a escova em direcção à gengiva num ângulo de 45º de encontro 
à gengiva e fazer pequenos movimentos horizontais e vibratórios, tipo vaivém 
ou circulares, de modo a que os pêlos da escova limpem o sulco gengival (espaço 
que fica entre o dente e a gengiva). Fazer cerca de dez movimentos nas superfí-
cies dentárias abrangidas pela escova; 
• A escova deve abranger dois dentes de cada vez; 
• Escovar com uma sequência que permita que todas as superfícies den-
tárias sejam escovadas. Começar num extremo do maxilar e acabar no outro ex-
tremo; 
• Escovar suavemente as superfícies exteriores (do lado da bochecha) e 
interiores (do lado da língua); 
• Escovar as superfícies de mastigação, fazendo movimentos curtos tipo 
vaivém; 
• Escovar a sua língua suavemente, desde a base em direcção à ponta, de 
modo a remover as bactérias e a refrescar o seu hálito; 
• E nunca é demais reforçar: a escovagem dos dentes demora 2 a 3 minu-
tos.
As escovas dos dentes devem ser guardadas em local seco e com os pelos volta-
dos para cima; devem ser substituídas quando os pelos começam a ficar defor-
mados (geralmente de 3 em 3 meses). A escova de dentes é um objecto pessoal 
que não deve ser utilizado por mais ninguém, pois há risco de transmissão de 
bactérias ou vírus de uma pessoa para outra.
50 • PROjECTO DE FORMAÇÃO DE FORMADORES DE PROFESSORES PARA O ENSINO PRIMáRIO EM ANGOLA
Higiene da habitação
A casa é o nosso espaço privado e deve ser conservado em boas condições poisdisso também depende a nossa saúde. Assim devemos ter em conta alguns cui-
dados práticos com a casa:
• Cada coisa deve ter um lugar – a arrumação evita os acidentes e torna a 
nossa vida mais fácil;
• A casa deve ter janelas que permitam o seu arejamento;
• A limpeza periódica da casa torna-a mais agradável e evita que insectos 
e roedores possam fazer estragos e/ou prejudicar gravemente a nossa saúde;
• A roupa e a loiça devem ser lavadas e bem secas para evitar possíveis 
contaminações;
• Uma casa deve ter casa de banho ou latrina; no caso de ser latrina esta 
deve estar num compartimento à parte;
• Devem ter-se sempre alguns utensílios básicos que devem ser usados 
exclusivamente para limpeza da habitação: vassoura, pá, panos para limpar pó, 
panos para lavar o chão, balde;
• As janelas devem estar protegidas com rede mosquiteira;
• Muitas vezes a água é um bem escasso; assim podemos aproveitar e usar 
a água da chuva para usos gerais, como lavar chão, descarga em latrinas, lava-
gem de roupa. A água utilizada, por exemplo para lavar legumes, pode ser uti-
lizada na lavagem do chão;
• Os tetos devem ser forrados com um material liso que impeça a aglom-
eração de insectos, como mosquitos ou moscas;
• O interior da casa deve estar livre de roedores e insectos, pois estes trans-
mitem doenças graves;
• O lixo deve ter um recipiente próprio, devendo ser despejado logo que 
está cheio;
• Devemos manter o espaço em redor da habitação limpo.
GUIA METODOLóGICO | HIGIENE E SAÚDE ESCOLAR • 51 
As latrinas 
Se as pessoas não têm acesso a casas de banho ou latrinas ou não têm possibi-
lidades de as construir, enterrar as fezes no chão é uma solução simples. Isto re-
duzirá o risco de contacto com as fezes e prevenirá doenças. Em Angola, segundo 
dados da Politica Nacional de Saúde, cerca de 41% dos agregados familiares não 
têm acesso a instalações sanitárias e a esgotos.Também o Ministério da Educação 
de Angola, no Balanço da Implementação da 2ª Reforma Educativa, refere que 
apenas 10% das escolas do país têm casa de banho em boas condições1. Assim 
a construção adequada de latrinas é um meio importante de reduzir algumas 
doenças provocadas pela falta de saneamento, tanto nas habitações familiares, 
como em escolas existentes em zonas sem saneamento, nomeadamente no 
meio rural e/ou no interior do país.
Construir e usar latrinas é uma maneira de diminuir o risco de espalhar micróbios, 
além de melhorar o bem-estar da família e/ou comunidades. Usar uma latrina 
evita que as moscas, mosquitos, e outros animais, tenham contacto com fezes, 
não permitindo assim que eles espalhem os micróbios pelas casas e alimentos. É 
importante manter as latrinas limpas. O chão deve ser lavado regularmente com 
água e sabão e periodicamente pode ser desinfectado com creolina ou lexivia.
CONSTRUÇÃO DE LATRINAS2 
Onde construir? 
É conveniente construir a latrina próxima de casa, mas com cerca de 15m de dis-
tância de um poço ou fonte de água, pois a água poderá ser contaminada.
Uma ou duas fossas?
Pode construir-se uma única fossa com aproximadamente 3m de profundidade 
(ou mais profunda se for por mais tempo). Se não se puder escavar tão profunda-
mente, poderão então fazer-se duas fossas mais rasas. 
Se forem escavadas duas fossas, a primeira deve ser usada até que esteja quase 
cheia. Será então fechada enquanto a segunda fossa é usada. Depois de pelo me-
nos um ano, o material que está na primeira fossa pode ser retirado de maneira 
1 Governo de Angola, Balanço da 2ª Reforma Educativa em Angola, 2011, p.6
2 Adaptado de Brian Skinner, Richard Franceys e Isabel Carter in tilz.tearfund.org/.../0/FS3012La-
trineP.gif .
52 • PROjECTO DE FORMAÇÃO DE FORMADORES DE PROFESSORES PARA O ENSINO PRIMáRIO EM ANGOLA
segura e ser usado para adubar a terra. A fossa esvaziada está então pronta para 
ser usada novamente. A latrina deve estar tapada por um abrigo.
Escavação e revestimento da fossa
É recomendável que um revestimento de pelo menos 0,5m seja colocado no 
terço superior da parede interna da fossa em todos os tipos de solos. Isto apoia a 
placa onde a pessoa se agacha e pode também apoiar parte do abrigo. A neces-
sidade de revestimento para o resto da fossa depende da firmeza do solo:
• Solo firme e resistente: pode não requerer revestimento abaixo do reves-
timento de 0,5 m do terço superior.
• Solo rochoso: pode construir algumas fossas acima do nível do solo ro-
deadas de montes de terra e com uma escada até ao topo da fossa.
• Terra solta, pouco compacta: deverá revestir a fossa para evitar que as 
paredes desmoronem.
• A parte inferior do revestimento deve ter orifícios pequenos para que o 
líquido possa escoar através dos orifícios para fora da fossa. As fossas circulares 
são mais firmes do que as de outros formatos.
• Se existir um solo firme e não necessitar revestir toda a fossa, escava-se 
primeiro somente até à profundidade do revestimento e constrói-se aí a parede 
de revestimento. Quando a parede de revestimento endurecer, poderá continuar 
a escavar-se a fossa com um diâmetro um pouco inferior. Uma armação de guia 
e um prumo (ex. uma pedra amarrada num pedaço de cordel) são materiais úteis 
para se obter um buraco do tamanho certo com paredes verticais. Um octógono 
(8 lados) é uma boa referência para se fazer um buraco redondo.
Figura 1 – Exemplos de revestimento de fossas1 
1 in tilz.tearfund.org/.../0/FS3012LatrineP.gif
GUIA METODOLóGICO | HIGIENE E SAÚDE ESCOLAR • 53 
A tampa da latrina
Para latrinas vedadas com tampa e fossas ventiladas (FVA) o melhor material para 
a placa onde a pessoa se agacha é o betão armado ( ou concreto), uma vez que 
é forte, não apodrece e pode ser limpo facilmente. As tampas planas devem ter 
pelo menos 8cm de espessura e barras de 6mm de diâmetro por cada 15cm em 
ambas as direcções.
O tamanho da tampa pode ser o mesmo do revestimento exterior, se este foi 
construído com tijolos. Se o revestimento for feito com tambores ou vime, a 
placa deve ser um pouco maior para que pelo menos 20cm se apoiem no chão 
ao redor de toda a fossa. Não deve existir nenhuma brecha debaixo da tampa 
para que moscas e odores não saiam da fossa. Pode também construir-se um 
piso feito com materiais tradicionais, tais como madeira sã e grossa coberta com 
barro.
Tamanho do buraco onde a pessoa se agacha
O buraco não deve ser muito grande pois as crianças pequenas podem cair den-
tro dele. Um buraco com 10cm largura, 40cm de comprimento, com um buraco 
redondo de 20cm de diâmetro em um dos lados é uma boa indicação.
 Figura 2 – Medidas do buraco1 
 
 Só deve ser usada uma tampa para o buraco onde a pessoa se agacha com as 
latrinas vedadas (porque impediria a ventilação). Esta tampa deve encaixar-se de 
maneira perfeita para controlar os odores e as moscas.
O abrigo
O abrigo pode ser construído de qualquer material que estiver disponível local-
mente. Para uma latrina FVA, é necessário que esteja escuro do lado de dentro 
mas isto não é necessário para os outros tipos de latrina.Pode construir-se o abri-
go em um formato espiral pois não precisa de porta mas mesmo assim oferece 
privacidade.
1 in tilz.tearfund.org/.../0/FS3012LatrineP.gif
54 • PROjECTO DE FORMAÇÃO DE FORMADORES DE PROFESSORES PARA O ENSINO PRIMáRIO EM ANGOLA
Latrinas FVA
As latrinas FVA (Fossas ventiladas e aperfeiçoadas) devem possuir um tubo verti-
cal, com pelo menos 15cm de diâmetro ou uma chaminé de tijolos conectada à 
fossa. A parte superior do tubo deve ser coberta com uma tela para impedir que 
as moscas usem o orifício de ventilação para entrarem ou sairem da fossa. Para 
evitar que a tela deteriore devido à luz do sol ou aos gases corrosivos da latrina, 
ela deve ser de fibra de vidro ou de aço inox e não de plástico ou arame normal. 
Os buracos devem ter aproximadamente 1,2 – 1,5mm quadrados. 
O vento que sopra na parte superior do tubo de ventilação puxa o ar para fora da 
fossa enquanto o ar fresco sopra para dentro da fossa através do buraco onde apessoa se agacha. Este fluxo de ar é melhorado se a porta estiver do lado onde o 
vento costuma soprar.
O abrigo FVA precisa ficar um pouco escuro para impedir que as moscas que en-
tram na fossa saiam através do buraco onde a pessoa se agacha, transportando 
com elas organismos causadores de doenças, pois as moscas são atraídas pela 
luz.
Latrinas para crianças
As crianças pequenas têm, geralmente, medo de usar uma latrina ou acham que 
é difícil usá-la. Uma ideia alternativa para crianças pequenas é cavar um buraco 
raso (0,5m de profundidade) com uma placa pequena com tampa (tal como a 
latrina vedada mas mais pequena). Não é necessário ter um abrigo. Incentive as 
crianças a usarem esta latrina e a colocar a tampa de volta no lugar. Se esta fossa 
rasa ficar com mau cheiro, coloque um pouco de cinza para ajudar. Mova a placa 
para uma fossa nova quando os 20cm do fundo estiverem cheios e encha a fossa 
usada com terra.
Manter a latrina limpa
Deve lavar-se regularmente a placa da latrina onde a pessoa se agacha, com uma 
escova e com água e sabão. (Pode ser usada a água que foi usada para lavar 
roupas). Deve-se lavar as mãos todas as vezes que se usar a latrina.
GUIA METODOLóGICO | HIGIENE E SAÚDE ESCOLAR • 55 
Bibliografia
Angola - Decreto Presidencial nº262/10 de 24 de Novembro, publicado no Diário 
da República de 24 de Novembro de 2010, I Série, nº222
Kuhn, Eunice (2002) Promoção da saúde bucal em bebés participantes de um 
programa educativo-preventivo na cidade de Ponta-Grossa-P” R. [Mestrado] 
Fundação Oswaldo Cruz, Escola Nacional de Saúde Pública;77 p.
Potter, Patricia; Perry, Anne Griffin (2006) Fundamentos de Enfermagem.Lisboa: 
Lusociência.
Referências Electrónicas
Angola – Ministério da Educação (2011) – Balanço da Implementação da 2ª Re-
forma Educativa em Angola. Disponível em http://www.med.gov.ao/VerPubli-
cacao.aspx?id=705 
Cobra, Rubem Q. (2001)- Higiene pessoal. Disponível em htpp:// www.cobra.
pages.nom.br, INTERNET, Brasília. 
Portugal - Ministério da Saúde (2006) Higiene oral para prevenir. Disponív-
el em http://www.min-saude.pt/portal/conteudos/enciclopedia+da+saude/
saude+oral/higieneoral.htm 
Skinner , Brian; Franceys, Richard e Isabel Carter (2005) Planejamento de latrinas 
de fossas. Disponível em http://tilz.tearfund.org/NR
56 • PROjECTO DE FORMAÇÃO DE FORMADORES DE PROFESSORES PARA O ENSINO PRIMáRIO EM ANGOLA
UNICEF (2010) Info by country - Angola Statistics. Disponível em http://www.
unicef.org/infobycountry/angola_30953.html 
GUIA METODOLóGICO | HIGIENE E SAÚDE ESCOLAR • 57 
ROTEIROS DE ACTIVIDADES – TEMA 1: HIGIENE E SAÚDE
ROTEIRO DE ACTIVIDADES 1.1.
Saúde e doença. Os indicadores de saúde.
OBJECTIVOS DE APRENDIZAGEM
• Conhecer os conceitos de saúde, doença, indicadores de saúde.
• Conhecer os indicadores de saúde mais significativos em Angola
• Analisar as implicações da saúde e doença na vida pessoal, familiar e es-
colar
NOÇÕES E CONCEITOS ESSENCIAIS
Saúde – Doença – Indicadores de saúde 
DESENVOLVIMENTO DAS ACTIVIDADES 
Utilizando o método de tempestade de ideias o professor solicita aos alunos que 
possam dizer quais os seus conceitos de saúde e de doença.
Escreve num quadro os vários conceitos mencionados pelos alunos, faz a síntese 
e discute com os alunos os vários conceitos. 
Menciona depois os conceitos teóricos existentes.
Explicita o que são indicadores de saúde.
Divide a turma em grupos de 4 a 5 elementos e distribui uma ficha escrita com 
texto sobre indicadores de saúde com as respectivas fórmulas. E com exercícios 
para resolução. Estabelece tempos para a resolução dos exercícios. Os grupos 
resolvem os exercícios e partilham com a turma.
RECURSOS
Alunos
Professor
58 • PROjECTO DE FORMAÇÃO DE FORMADORES DE PROFESSORES PARA O ENSINO PRIMáRIO EM ANGOLA
Papel e lápis/canetas
Ficha para resolução dos exercícios (Ficha de trabalho nº1)
AVALIAÇÃO
Resolução da ficha de exercícios.
Reflexão sobre o contributo da actividade para o aumento dos conhecimentos 
sobre as questões da saúde e doença.
ROTEIRO DE ACTIVIDADES 1.2.
Determinantes de saúde e estilos de vida
OBJECTIVOS DE APRENDIZAGEM
• Reflectir sobre a noção de determinantes da saúde e o seu impacto na 
saúde.
• Analisar os principais determinantes de saúde em Angola.
• Consciencializar e reflectir sobre a relevância dos estilos de vida na situa-
ção de saúde das pessoas.
NOÇÕES E CONCEITOS ESSENCIAIS
Estilos de vida - Determinantes de saúde
DESENVOLVIMENTO DAS ACTIVIDADES 
O professor apresenta os conceitos de estilos de vida, estilos de vida saudáveis 
e determinantes de saúde. Após expor os conceitos, propõe trabalho de grupo 
sobre estilos 
de vida e determinantes de saúde, a partir de dois textos e de um roteiro de 
trabalho.
GUIA METODOLóGICO | HIGIENE E SAÚDE ESCOLAR • 59 
Desenvolvimento da actividade: 
• O professor, depois de propor o tema, constrói com a turma um determi-
nado número de regras a respeitar durante o trabalho
• Divide a turma em pequenos grupos entregando os dois textos (Texto 
apoio nº1 e 2) e uma ficha (ficha de trabalho nº 2) com questões a cada grupo 
• Cada grupo lê os textos, discute as questões e responde a cada uma de-
las
• Cada grupo, através de um porta-voz, partilha com os outros as respos-
tas que foram consensuais, as que não foram e as dúvidas a discutir
• O professor regista no quadro as informações dadas pelos porta-vozes 
dos grupos
• Verifica-se ao nível da turma os consensos, os não consensos e dúvidas a 
discutir
• O professor lidera depois o debate sobre as dúvidas e não consensos en-
tre os grupos
• O professor faz a síntese da discussão e um dos alunos, previamente es-
colhido, faz a acta onde ficam enunciadas as conclusões e/ou decisões tomadas.
O professor deve ficar com todos os documentos que resultaram do trabalho de 
grupo.
RECURSOS
Alunos
Professor
Papel e lápis/canetas
Textos de apoio 1 e 2 e ficha de trabalho nº2.
AVALIAÇÃO
Realização do trabalho de grupo e apresentação escrita e oral do trabalho real-
izado.
60 • PROjECTO DE FORMAÇÃO DE FORMADORES DE PROFESSORES PARA O ENSINO PRIMáRIO EM ANGOLA
Discussão sobre os aspectos positivos e negativos da metodologia utilizada.
Que são estilos de vida saudáveis?
Que determinantes de saúde considero terem mais impacto na saúde da popu-
lação local?
ROTEIRO DE ACTIVIDADES 1.3.
Higiene pessoal 
OBJECTIVOS DE APRENDIZAGEM
• Reflectir sobre a relevância da higiene pessoal na saúde.
• Promover nos alunos a consciência de que serão no futuro educadores 
também nas questões de higiene.
• Consciencializar que o bem-estar depende em grande parte dos cuida-
dos com a higiene pessoal.
NOÇÕES E CONCEITOS ESSENCIAIS
Higiene – Cuidados de higiene
DESENVOLVIMENTO DAS ACTIVIDADES 
O professsor propõe trabalho em grupos sobre o tema higiene pessoal desafi-
ando os alunos a construir propostas de actividades a desenvolver com crianças 
do ensino primário, idades entre os 7 e os 9 anos de idade sobre o tema. 
Os grupos construirão histórias ou dramatizações sobre o tema a partir de uma 
ficha de trabalho fornecida pelo professor (ficha de trabalho nº3)
Cada grupo apresenta o trabalho realizado em sala de aula.
Os restantes grupos, enquanto assistem, tomam notas sobre os aspectos mais 
positivos da apresentação e sugestões de melhoria, que depois partilham com 
a turma.
GUIA METODOLóGICO | HIGIENE E SAÚDE ESCOLAR • 61 
RECURSOS
Alunos
Professor
Papel e lápis/canetas
Ficha de trabalho nº3.
AVALIAÇÃO
Discussão do método e dos seus aspectos positivos.
Como posso ser um bom educador nas questões da higiene e saúde das crian-
ças?
ROTEIRO DE ACTIVIDADES 1.4
Higiene da habitação e do meio
OBJECTIVOS DE APRENDIZAGEM
Sensibilizar para a importância da higiene da habitação e do meio na prevenção 
de doenças provocadas por parasitas, roedores e insectos.
Aprender medidas de higiene do meio preventivas de doenças infecciosas e/ou 
parasitárias.
NOÇÕES E CONCEITOS ESSENCIAIS
Higiene da habitação e

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