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FILOSOFIA DO DIREITO

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FILOSOFIA DO DIREITO
AV1
O que é Filosofia?
A filosofia pode ser definida como a análise racional do significado da existência humana, individual e coletivamente, com base na compreensão do ser. Foca questões da existência humana, mas diferentemente da religião, não é baseada na revelação divina ou na fé, e sim na razão. Nos faz sair da escuridão do comodismo e ir encontrar a luz da sabedoria das soluções. Ela nos faz entender o que é tido como inútil e perceber com clareza o que é útil. A filosofia busca compreender o pensamento humano e os conhecimentos desenvolvidos pelas sociedades, foi essencial para o surgimento de uma atitude crítica sobre o mundo e os homens. Ou seja, a atitude filosófica faz parte da vida de todos os seres humanos que questionam sobre sua existência e também sobre o mundo, o universo.
O que é Direito?
O direito é realidade universal. Onde quer que exista o homem, aí existe o direito como expressão de vida e de convivência. É exatamente por ser o direito fenômeno universal que é ele suscetível de indagação filosófica. A Filosofia não pode cuidar senão daquilo que tenha sentido de universalidade.
O que é Justiça?
Justiça é um conceito abstrato que se refere a um estado ideal de interação social em que há um equilíbrio, que por si só, deve ser razoável e imparcial entre os interesses, riquezas e oportunidades entre as pessoas envolvidas em determinado grupo social. Trata-se de um conceito presente no estudo do direito, filosofia, ética, moral e religião. Suas concepções e aplicações práticas variam de acordo com o contexto social e sua perspectiva interpretativa, sendo comumente alvo de controvérsias entre pensadores e estudiosos.
O que é Filosofia do Direito?
Não é disciplina jurídica, mas é a própria Filosofia enquanto voltada para uma ordem de realidade, que é a realidade jurídica. A proposta de investigação que valoriza a abstração conceitual, servindo de reflexão crítica, engajada e dialética sobre as construções jurídicas, sobre os discursos jurídicos, sobre as práticas jurídicas, sobre os fatos e as normas jurídicas. Por sua proposta mais aberta, livre das amarras do direito vigente, livre dos pré‑conceitos contidos na legislação positiva, descompromissada com a moral predominante ou com os hábitos sociais majoritários, funcionam como escora reflexiva das ciências jurídicas. É o campo de investigação filosófica que tem por objeto o direito.
Na filosofia do direito, didaticamente, pode-se admitir 3 paradigmas (macroteoria, marco, modelo ou perspectiva que se aceita de forma geral por toda a comunidade científica e por extensão por toda a sociedade - É a representação de um padrão a ser seguido):
· Jusnaturalismo - O jusnaturalismo caracteriza-se pela existência de um direito natural independente do direito positivo. Defende que o direito é independente da vontade humana, ele existe antes mesmo do homem e acima das leis do homem, para os jusnaturalistas o direito é algo natural e tem como pressupostos os valores do ser humano, e busca sempre um ideal de justiça.
· Juspositivismo - O juspositivismo se destaca pela ideia de supremacia do direito positivo, tendo como características a aproximação entre Direito e norma, a estatalidade do Direito e o formalismo. A Corrente Juspositivista (juspositivismo) acredita que só pode existir o direito e consequentemente a justiça através de normas positivadas, ou seja, normas emanadas pelo Estado com poder coercivo.
· Pós-positivismo jurídico - designação provisória e genérica de um ideário difuso, no qual se incluem a definição das relações entre valores, princípios e regras, aspectos da chamada nova hermenêutica constitucional, e a teoria dos direitos fundamentais, edificada sobre o fundamento da dignidade da pessoa humana. Leva em consideração princípios e valores para determinar a interpretação legal. Não nega o positivismo, mas transcende sua visão de Direito apartado das outras ciências sócias, o que quer dizer que este nega a separação entre Direito e moral.
CONCEITOS FUNDAMENTAIS
Physis = natureza.
Arché = fonte, origem e raiz de todas as coisas da physis, de onde as coisas vêm e para onde vão.
Logos = designa a razão humana, o pensamento que busca compreender a physis; mas, pelo menos a partir de Heráclito, logos também pode ser interpretado como a razão universal, fixa e imutável que ordena e organiza todas as coisas particulares e transitórias; o logos, neste sentido, é um princípio cosmológico.
Aleteia = verdade.
Areté = virtude.
Polis = cidade-estado.
Híbris = desmedida
Kaos = desordem
Kósmos = ordem - da união de Zeus com Thémis surgem, reunidas entre si, a ordem física das estações, a ordem social da administração do rei e as partes atribuídas aos homens, significando existir uma sincronia entre o físico-natural e o sócio-político, dando a ideia de uma espécie de continuísmo entre a ordem das coisas humanas e a ordem cosmológica que tudo rege. Assim, o Olimpo não somente governa a si próprio, como também governa a ordem das coisas no Kósmos, como também dá os instrumentos para a ação dos homens uns com os outros, uns contra os outros, no que está incluída a ideia de Diké (justiça).
Nomos = costume, a convenção social, a tradição, lei, norma.
MÉTODO - Modo usado para realizar alguma coisa; técnica: método científico.
O dialético: forma de analisar a realidade a partir da confrontação de tese e antítese resultando em síntese; 
O positivista: compreende o método experimental, típico das ciências naturais;
O fenomenológico: permite afirmar que todo fenômeno jurídico se reduz a um fato (econômico, geográfico, demográfico, etc.) ordenado normativamente, segundo determinados valores;
O sistemista: consiste em colocar todo fato social em seu contexto mais amplo (sistema); dividir cada sistema em sua composição, ambiente e estrutura; distinguir os vários níveis de sistema e exibir suas relações; procurar ou conjeturar os mecanismos; verificar a hipótese ou teoria mecanísmica manipulando experimentalmente as variáveis referidas; preferir hipóteses, teorias e explicações mecanísmica às fenomenológicas e aos modelos de equilíbrio e descrições de dados; em caso do mau funcionamento do sistema, examinar todas as 4 fontes possíveis e tentar reparar o sistema alterando alguma ou todas as fontes;
O estruturalista: o estruturalismo opera no sentido de descobrir as estruturas que sustentam todas as coisas que os seres humanos fazem, pensam, percebem e sentem; 
O funcionalista: Utilizado por Malinowski. É, a rigor, mais um método de interpretação do que de investigação. Levando-se em consideração que a sociedade é formada por partes componentes, diferenciadas, interrelacionadas e interdependentes, satisfazendo, cada uma, funções essenciais da vida social, e que as partes são mais bem entendidas compreendendo-se as funções que desempenham no todo, o método funcionalista estuda a sociedade do ponto de vista da função de suas unidades, isto é, como um sistema organizado de atividades.
QUESTÕES
1 - Conte à sua maneira o mito da caverna de Platão.
O mito da caverna é uma metáfora da condição humana perante o mundo, no que diz respeito à importância do conhecimento filosófico e à educação como forma de superação da ignorância, isto é, a passagem gradativa do senso comum enquanto visão de mundo e explicação da realidade para o conhecimento filosófico, que é racional, sistemático e organizado, que busca as respostas não no acaso, mas na causalidade. Consiste na tentativa de explicar a condição de ignorância em que vivem os seres humanos e o que seria necessário para atingir o verdadeiro “mundo real”, baseado na razão acima dos sentidos.
2 - Qual a lição do drama Antígona de Sófocles?
A obra é uma das primeiras a retratar o eterno embate entre o direito natural e o direito positivo, melhor dizendo, entre a justiça e a lei. O drama apresenta um conflito entre as leis divinas, encarnadas na religiosa Antígona e as leis humanas determinadas pelo arbítrio de Creonte. A finalidade da obra trágica era justamente combater as duas posições extremistas,punindo ambas por não buscarem um acordo e desejarem prevalecer uma sobre a outra. Do lado de Antígona, havia a desobediência das leis de seu país. Do lado de Creonte, havia a desobediência das tradições. Foi assim que cada um foi punido ao final, Antígona, por sua desobediência, provocou a morte de mais duas pessoas. Então, ela tornou-se uma heroína dos valores, mas que não gozou de prêmio nenhum. Creonte, por sua ambição e por seu despotismo, perdeu seu filho e sua esposa, evidenciando que devemos pensar sobre a responsabilidade de nossas ações no mundo. Ao analisar a obra de Sófocles percebe-se a discrepância entre a lei para Antígona e para Creonte. Para a primeira haveria uma lei eterna e superior que se sobrepões a vontade dos homens. Já para o segundo, a lei seria a lei positivada, posta, a lei vigente. Ocorre então uma clara oposição entre um Direito Natural x Direito positivo.
3 - Justifique a importância da filosofia para a consolidação do direito.
A filosofia no direito possui a finalidade de reunir ideias sobre as realidades jurídicas, manifestando diferentes pensamentos sobre diversos assuntos. O homem detém o livre-arbítrio, mas a filosofia impõe-se na sua consciência, fazendo-o refletir para o bem do livre julgamento. Ela tem a função de desvendar o óbvio, para que possamos mudar, e assim progredirmos humanamente, a fim de transformar a justiça para que ela se equivalha ao "mundo real". Funciona como um processo, por meio do qual sem negar ou questionar a validade da postura anterior, ressalta outro ângulo. Surge como um aprender a pensar, ou seja, como um desenvolvimento da capacidade de questionar, de rejeitar como dado inequívoco a evidência imediata, pois o mais relevante não é conhecer as respostas outrora apresentadas, mas tentar alcançar, através da reflexão e questionamento já proposto, uma nova resposta. Como a ciência jurídica lida com valores; fundamentalmente, torna-se uma das ciências mais propícias para se fazer uma abordagem filosófica, posto que lida permanentemente com os valores da sociedade.
4 - O que você entendeu por filosofia do direito
É o campo de investigação filosófica que tem por objeto o direito. É saber crítico a respeito das construções jurídicas erigidas pela Ciência do Direito e pela própria práxis do Direito, buscando os fundamentos do Direito, seja para cientificar-se de sua natureza, seja para criticar a base de suas estruturas e do raciocínio jurídico, provocando às vezes, fissuras no construído que por sobre as mesmas se ergue. Procura estudar sobre a conceituação do Direito em si, explicando causas determinantes de sua transformação no espaço e tempo, em relação aos demais elementos sociais.
5 - Sintetize o surgimento do jusnaturalismo na Grécia.
A doutrina do Direito Natural nasceu na Grécia Antiga. Entre os primeiros a defenderem esta concepção estão o filósofo Heráclito de Éfeso (535-470 a. C.) e o escritor Sófocles (494-406 a. C.). Este último, em sua famosa tragédia Antígona, formulou pela primeira vez a questão central que envolve a doutrina do Direito Natural: existe um direito superior à legislação positiva estabelecida pela vontade do soberano.
A primeira aparição do Jusnaturalismo ocorre na Grécia antiga, na figura de Antígona, na clássica tragédia de Sófocles, em que ela se recusa a obedecer as ordens do rei, pois considera que pelo fato de serem ordens políticas não poderiam se sobrepor às ordens eternas dos deuses, fazendo nascer, desta forma, o conceito de “justo por natureza” e “justo por lei”.
A TEORIA DOS QUATRO DISCURSOS DE ARISTÓTELES
As quatro ciências do discurso tratam de quatro maneiras pelas quais o ser humano pode, pela palavra, influenciar a mente de outro (ou a sua própria). As quatro modalidades de discurso caracterizam-se por seus respectivos níveis de credibilidade:
· O discurso poético ou mitopoético versa sobre o possível, dirigindo-se, sobretudo à imaginação, que capta aquilo que ela mesma lucubra, o "presumível"; a "imagem", a "representação" para causar uma impressão.
· O discurso retórico tem por objeto o verossímil e por meta a produção de uma crença firme que supõe, para além da mera presunção imaginativa, a anuência da vontade; e o homem influencia a vontade de um outro homem por meio da persuasão que é uma ação psicológica fundada nas crenças comuns.
Se a poesia tinha como resultado uma impressão, o discurso retórico deve produzir uma decisão, mostrando que ela é a mais adequada ou conveniente dentro de um determinado quadro de crenças admitidas.
· O discurso dialético já não se limita a sugerir ou impor uma crença, mas submete as crenças à prova, mediante ensaios e tentativas de traspassá-las por objeções. É o pensamento que vai e vem, por vias transversas, buscando a verdade entre os erros e o erro entre as verdades. A dialética é também chamada peirástica (da raiz peirá "prova", "experiência", empiria, experiência etc.). O discurso dialético mede enfim, por ensaios e erros, a probabilidade maior ou menor de uma crença ou tese, não segundo sua mera concordância com as crenças comuns, mas segundo as exigências superiores da racionalidade e da informação acurada.
· O discurso lógico ou analítico, partindo sempre de premissas admitidas como indiscutivelmente certas, chega, pelo encadeamento silogístico, à demonstração inequívoca (apodítica "prova indestrutível") da veracidade das conclusões.
É visível uma escala de credibilidade crescente: do possível subimos ao verossímil, deste para o provável e finalmente para o certo ou verdadeiro.
Escala de credibilidade
1. Possibilidade. 2. verossimilhança. 3. probabilidade razoável. 4. certeza apodítica
A Poética estuda os meios pelos quais o discurso mitopoético abre à imaginação o reino do possível; a Retórica, os meios pelos quais o discurso retórico induz a vontade do ouvinte a admitir uma crença, a versão de um fato, uma visão de mundo, uma certa proposta de negócio, etc.; a Dialética, pela via do discurso dialético averigua a razoabilidade das crenças admitidas, e, finalmente, a Lógica ou Analítica que estuda os meios da demonstração apodítica, ou certeza científica.
FILOSOFIA DO DIREITO NA CIVILIZAÇÃO GRECO-ROMANA 
PERÍODO PRÉ-SOCRÁTICO OU COSMOLÓGICO
Problema: busca pelo Arché (o princípio de todas as coisas da physis).
Escolas: 
Jônica (Tales de Mileto, Anaximandro, Anaxímenes, Heráclito...)
Eleata (Parmênides, Zenão de Eléia...)
Itálica ou Pitagórica (Pitágoras...)
Da Pluralidade (Empédocles, Leucipo, Demócrito, Anaxágoras...)
ESCOLA JÔNICA
 Tales de Mileto (+ 623 a 543 a.C.), o pioneiro. Tentou pensar o mundo sem antepor Deus e separar a ciência da magia (OSBORNE,1998). Buscou o princípio único da explicação do mundo, o arché, na água.
 Anaximandro de Mileto (+ 610 a 546 a.C.), o astrônomo. Um fragmento de Anaximandro é o primeiro texto escrito conhecido na história da filosofia, o que faz que a chamada sentença de Anaximandro seja reconhecida como a mais antiga do pensamento ocidental (ROSSETTI, 2010). O arché é o ápeiron [ilimitado] (matéria insurgida, infinita da qual todas as outras se desprendem). Para ele, o Universo era eterno. Infinitos mundos existiram antes do nosso. Por fim eles se dissolveram na matéria primordial e posteriormente outros mundos tornaram a nascer. Anaximandro foi o primeiro a usar justiça (Diké) num contexto filosófico. Ele transpôs para o reino da natureza (physis) a representação da Diké da vida política e explicou a geração e a corrupção das coisas como processo jurídico, em que, por sentença do tempo, eles terão de pagar indenização conforme as injustiças que praticaram.
 Anaxímenes de Mileto (+ 588 a 524 a.C.), o meteorologista. Foi materialista e monista. Arché = ar. A alma (pneuma) é ar; o fogo é ar rarefeito; a água é o ar condensado (quantificação).
 Heráclito de Éfeso (+535 a 475 a.C.), o obscuro. Tinha o fogo como arché. Para ele, "tudo flui", tudo é movimento, devir (vir a ser), mudança, que acontece em todas as coisas pela alternância entre contrários: coisas quentes esfriam, coisas frias esquentam, odia vira noite e vice-versa... Ele valorizou a doutrina da guerra dos opostos marcada pelo conceito de justiça cósmica. A identidade das coisas iguais a si mesmas é ilusória. A lei secreta do mundo reside na relação de interdependência entre dois opostos, em luta permanente; mas, ao mesmo tempo, um não pode existir sem o outro. Nessa dualidade, que na superfície é uma guerra , mas no fundo é harmonia entre os contrários, Heráclito viu aquilo que definia como o logos, a lei universal da Natureza.
Anaximandro tratou o conflito entre os contrários como uma “injustiça”. O que Heráclito procurou mostrar foi, inversamente, que essa era a justiça suprema.
ESCOLA ELEATA
Parmênides de Eleia (+ 530 a 460 a.C.): pai da Ontologia. O caminho delineado por ele estabelece vias antitéticas, destacando-se o caminho do conhecimento verdadeiro. Viagem conduzida pela Deusa Justiça (Diké), rumo a verdade/realidade (aletheia), afastando-se do plano da opinião (dóxa). Trata-se da viagem do homem sábio em busca da sabedoria, dos fundamentos teóricos que balizam a condição humana e o Direito. Ele inaugurou algo radicalmente novo na filosofia ao não considerar os elementos, mas o abstrato. Parmênides considerava os sentidos enganosos e a mudança impossível enquanto a existência é atemporal, uniforme, necessária e imutável. O único Ser verdadeiro é o “Uno”, infinito e indiviso. A essência das coisas não muda (princípio da identidade). O Ser é e o Não-Ser não é e nem pode ser...
ESCOLA ITÁLICA OU PITAGÓRICA
Pitágoras de Samos (floresceu em 532 a.C.) o geômetra: propôs como arché os números. É impossível distinguir Pitágoras dos demais membros da escola. Para os pitagóricos, o cosmo era regido por relações matemáticas. Eles não distinguiam forma, lei, e substância, considerando o número o elo entre estes elementos. Eles descobriram que dividindo uma corda de lira, obtinham-se diferentes tons. A escola pitagórica era conectada com concepções esotéricas e a moral pitagórica enfatizava o conceito de harmonia, práticas ascéticas e defendia a metempsicose.
Para os pitagóricos, o mais apropriado para fundar a justiça era a autoridade dos deuses, a partir da qual podemos instaurar um Estado e leis e, consequentemente, uma justiça e regras jurídicas.
ESCOLA DA PLURALIDADE
 Empédocles de Agrigento (+ 490 a 430 a.C.), o pai da retórica para Aristóteles. A natureza em sua origem é plural, uma mistura de 4 elementos (terra, água, fogo e ar) que se unem ou se separam pelo efeito de 2 forças: amor (atração) e ódio (repulsão). Nada de novo vem ou pode vir a ser, a única mudança que pode ocorrer é uma mudança na justaposição de elemento com elemento. Essa teoria dos quatro elementos tornou-se o paradigma nos dois mil anos seguintes. 
 Leucipo de Mileto (morto em 370 a.C.) e  Demócrito de Abdera (460 a 370 a.C.), os atomistas. Propuseram como arché os átomos eternos, indivisíveis, indestrutíveis, plenos e infinitos. Entre os átomos há o vazio. Da associação dos átomos surgem os seres compostos. Não há uma origem indiferenciada. Desde sempre o que há são átomos transitando no vazio. Sempre houve e haverá o tempo, a mudança, a vida e a morte, compostos que se constroem e se desconstroem, mas os átomos não se alteram. Este é o movimento da natureza.
 Anaxágoras de Clazômenas (+ 500 a 428 a.C.) – protegido de Péricles fundou a 1ª escola filosófica de Atenas. Em 431 a.C. foi acusado de impiedade e fugiu. Tentou conciliar as exigências teóricas do "ser" imutável, princípio de tudo, com as múltiplas manifestações da realidade. Esse novo princípio, Anaxágoras chamou homeomerias que seriam as sementes que dão origem à realidade em sua pluralidade de manifestações. 
Afirmava que o universo se constitui pela ação do Nous, conceito traduzido por inteligência, que é ilimitado, autônomo e não misturado com nada mais. O Nous age sobre uma mistura inicial formada pelas homeomerias, sementes que contém uma porção de cada coisa, ordenando-as e constituindo o mundo sensível.
QUESTÕES
1 - Resuma a teoria dos quatro discursos de Aristóteles.
A Poética estuda os meios pelos quais o discurso mitopoético abre à imaginação o reino do possível; a Retórica, os meios pelos quais o discurso retórico induz a vontade do ouvinte a admitir uma crença, a versão de um fato, uma visão de mundo, uma certa proposta de negócio, etc.; a Dialética, pela via do discurso dialético averigua a razoabilidade das crenças admitidas, e, finalmente, a Lógica ou Analítica que estuda os meios da demonstração apodítica, ou certeza científica.
2 - Faça um quadro sinótico das escolas do período Pré-socrático da filosofia, destacando seus principais pensadores e suas ideias.
3 - Justifique a necessidade de uma nova cosmologia.
Tendo em vista que a Cosmologia surge como um ramo da Filosofia que procura explicar a composição do Universo, sua estrutura e evolução, faz-se necessário que diante da inserção da sustentabilidade como eixo transversal no mundo do direito, esta passe a explicar a evolução do universo pautada na sustentabilidade. A nova cosmologia deve ser por natureza, ecológica, não devendo, todavia restringir-se a ecologia como puro e simples ambientalismo, como é predominante nas discussões atuais, pois isso seria reduzir o conceito de ecologia e empobrecer o debate, prejudicando uma compreensão mais ampla de sustentabilidade. A nova cosmologia deve possuir o valor de uma verdadeira revolução devendo para tanto ter como base a sustentabilidade, para que se busque construir um novo paradigma civilizatório, pautado nos verdadeiros ideais de justiça e equidade.
4 - Relacione Anaximandro, os Pitagóricos e o jusnaturalismo.
5 - Explique como Anaxágoras conciliou Heráclito e Parmênides.
OS SOFISTAS
A Sofística surgiu quando a sociedade grega e sua visão de mundo foram reestruturadas por novas realidades sociais e econômicas. Os limites da Paideia (sistema de formação/educação) se ampliaram e o mito deixou de ser a explicação e justificativa fundamental para a vida; o ser humano e o logos assumiram o protagonismo e nas assembleias os cidadãos tinham igualdade de condições ao se manifestar (isegoria), impondo-se quem fazia o melhor discurso. Para Platão, os sofistas rejeitavam a verdade e relativizavam a realidade resumindo o universo a partir, somente, de seus aspectos fenomenais. 
Os sofistas são crias da nova Paideia que exigia uma educação instrumental, priorizando a gramática, a retórica e um conhecimento enciclopédico. A educação sofística buscava preparar seus alunos para uma vida prática/política e sua narrativa se construía pela boa argumentação, levando a sofística a ser reinterpretada como retórica. Os sofistas introduziram no discurso humano o relativismo, o subjetivismo e o antropocentrismo.
Defendiam a superioridade do homem sobre a polis já que foram seus criadores. Assim, a polis devia servir ao homem e não o contrário. Emergia daí a primeira ideia jusfilosófica (SANTOS, 2018). Defendiam que homens astutos e hábeis no discurso eram capazes de captar a adesão dos demais, isto é, o discurso de um único homem podia se tornar um discurso forte e virar “verdade” e lei (SANTOS, 2018). O discurso sofístico visava as discussões políticas, o convencimento do plenário. Princípios religiosos e morais só eram considerados quando úteis à imposição do argumento. Cada discurso compreendia uma verdade relativa. Ao negarem a verdade objetiva e questionarem valores éticos e jurídicos, os Sofistas contribuíam para o ceticismo e a zetética.
Foram os primeiros a estabelecer uma diferença entre natureza (physis) e lei humana (nomos), sem, no entanto, contrapô-las na etapa original. O justo e o injusto, para os sofistas, não se originava na natureza das coisas, mas nas opiniões e convenções humanas, na forma da lei (nomos), oriunda da sua opinião (doxa). Em semelhança ao que versa o positivismo jurídico atual, segundo eles, o justo é o que está segundo a lei, e injusto o que a contraria. Numa segunda etapa, os sofistas afirmariam que a natureza se opõe à lei humana. Nesta, encontra-sefundada a igualdade natural de todos os homens; naquela, sua desigualdade antinatural (YABIKU,2011).
Com os sofistas, opositores radicais da tradição, surgia o relativo, o provável, o possível, o instável, o convencional, afirmam Bittar e Almeida (2010). Na segunda etapa, de predomínio da lei humana (nomos) sobre a natureza, os sofistas optaram pela prevalência desta, que libertaria os humanos dos laços de barbárie. A deliberação sobre o conteúdo das leis não teria origem na natureza ou na divindade (Thémis ou Diké), mas na vontade humana. A justiça foi, é e será definida por critérios humanos, e não naturais. Se fossem naturais, todas as leis seriam iguais. Pode parecer democrático tudo isso. Mas atenção. Alguns cultores da sofística assinalavam, conforme Bittar e Almeida, que os homens deveriam submeter-se ao poder daquele que ascendesse ao controle da cidade por meio da força; a justiça foi, é e sempre será vantagem para aquele que domina e não para aquele que é dominado dizia Trasímaco (YABIKU,2011).
O conceito de justiça, foi igualado ao de lei. Justo era o que estava na lei, o que foi dito pelo legislador. "Em outras palavras, a mesma inconstância da legalidade (o que é lei hoje poderá não ser amanhã) passa a ser aplicada à justiça (o que é justo hoje poderá não ser amanhã). Nada do que se pode dizer absoluto (imutável, perene, eterno, incontestável...) era aceito pela sofística. Estava aberto campo para o relativismo da justiça", falam Bittar e Almeida (YABIKU,2011).
Trasímaco da Calcedônia (459 a 400 a.C.): exercia, em Atenas, a profissão de advogado e reivindicava o título de sofista. Foi espectador da luta dos partidos e parece ter tomado parte, indiretamente, na vida política, redigindo discursos para outrem, uma vez que, não sendo ele cidadão de Atenas, não podia falar na Assembleia do Povo. Tornou-se um personagem do diálogo platônico A República, sendo o principal interlocutor de Sócrates no primeiro livro desta obra. Ele é responsável pela apresentação da definição de que a justiça não é nada mais do que a "conveniência do mais forte”.
Protágoras de Abdera (490 a 415 a.C.):  "O homem é a medida de todas as coisas. Das coisas que são, enquanto são, das coisas que não são, enquanto não são“.  “Em toda questão, sempre se pode sustentar o pró ou o contra”. Fundado em Heráclito, esses pensamentos expressavam bem o relativismo e o oportunismo dos Sofistas. Se o homem era a medida de todas as coisas, então coisa alguma podia ser medida para os homens, ou seja, as leis, as regras, a cultura, tudo devia ser definido pelo conjunto de pessoas, e aquilo que valia em determinado lugar não devia valer, necessariamente, em outro. Este axioma também significava que as coisas são conhecidas de uma forma particular e muito pessoal por cada indivíduo, o que vai contra, por exemplo, o projeto de Sócrates de chegar ao conceito absoluto de cada coisa. Assim como Sócrates, Protágoras foi acusado de ateísmo (tendo inclusive livros seus queimados publicamente), motivo pelo qual fugiu de Atenas, estabelecendo-se na Sicília.
Górgias de Leontinos (+ 485 a 380 a. C.): ao contrário de outros sofistas não professava ensinar aretê ("excelência", ou "virtude"). Acreditava não haver uma forma absoluta de aretê, mas que o conceito era relativo a cada situação (por exemplo, a virtude num escravo não equivale à virtude num estadista). Sua crença era a de que a retórica, a arte da persuasão, é a rainha de todas as ciências, na medida em que é capaz de persuadir qualquer curso de ação. embora a retórica existisse no currículo de cada um dos sofistas, górgias atribuiu-lhe maior proeminência do que qualquer um deles.
PERÍODO SOCRÁTICO
Sócrates (+ 469 a 399 a.C.), provocou uma ruptura sem precedentes na história da Filosofia grega. Enquanto os filósofos pré-Socráticos, chamados de naturalistas ou fisicistas, procuravam responder a questões do tipo: "O que é a natureza ou o fundamento último das coisas?" Sócrates, procurava responder à questão: “Qual é a natureza ou a realidade última do homem?”.
Para Sócrates a filosofia não era uma profissão, como para os sofistas, era um modo de vida. Ele mudou o foco da physis para a ética (OSBORNE, 1998). Para ele o coletivo tinha primazia sobre o individual. Refutava a ideia de que Direito é a expressão dos mais fortes. Preferia sofrer uma injustiça do que cometê-la. 
Para Sócrates, o conhecimento objetivava desvendar a alma (conhece-te a ti mesmo) e, era possível, mas partia da consciência da própria ignorância (só sei que nada sei) [OLIVEIRA, 2018]. Para ele o justo não se esgota no legal porque acima da justiça humana existe uma justiça natural e divina.
MAIÊUTICA: O MÉTODO SOCRÁTICO
Maiêutica = parto. Sócrates procurava não incutir ideias nos seus interlocutores. Mas, fazê-los parir suas próprias ideias, confrontá-las e desvelar suas inconsistências.
Diante de uma afirmação qualquer [p. ex.: estudar é perda de tempo], deve-se buscar situações ou contextos que invalidem a proposição [conheço pessoas que estudaram e, graças aos estudos hoje estão muito bem]. Se uma alternativa falsear a afirmação, ela deve ser corrigida e o processo retomado quantas vezes seja necessário até que a afirmativa seja considerada verdadeira ou infalseável.
Sócrates combateu os sofistas por dizerem que podiam transmitir conhecimentos e ensinar virtudes. Para Sócrates isso não podia ser ensinado com palavras e que os sofistas não agiam conforme pregavam.
A JUSTIÇA PARA SÓCRATES
Sócrates deu a vida em defesa do respeito às leis da polis, para que não existissem maus cidadãos (transgressores), nem ameaça a ordem, mantida pelo equilíbrio entre o indivíduo e a coletividade. Para ele, na essência humana haveria o espírito de justiça, assim como no Kosmos. O autoconhecimento deveria revelar o link entre o eu e o todo. As leis da polis deveriam materializar o caminho da vida boa. Somente quem soubesse o que é justo poderia agir com justiça. Só quem soubesse o que é o bom poderá agir com bondade. Primeiro era preciso conhecer, para depois agir. Esta vinculação entre saber e ser, pensar e agir constituía a razão humana.
PLATÃO (428 A 347 A.C.)
Toda filosofia de Platão é um processo de educação para a justiça e para um Estado bem ordenado. Ele tratava a justiça como fundamento do universo. A justiça era uma deusa que ditava as leis do cosmos, da sociedade e do homem. 
Pelo intelecto (nous) o humano/filósofo dialogava com o mundo divino das ideias, da verdade e do bem supremo e ao mesmo tempo dirigia a sua vida cotidiana.
Para Platão os Sofistas eram mercadores de opiniões e não portadores da verdade. O humano sincero deveria procurar a verdade, a justiça e o bem.
A virtude não se ensina teoricamente como a matemática, mas na prática, influenciando os aprendizes pelos atos.
PLATÃO: OBRAS
Diálogos da juventude:
Apologia de Sócrates
Críton ou Do Dever
Íon ou Da Ilíada
Laqués ou Da coragem
Lísis ou Da Amizade
Cármides ou Da Sabedoria
Eutífron ou Da Santidade
Diálogos da transição:
Eutidemo ou Da Erística
Hípias menos ou Da Mentira
Crátilo ou Da Etimologia 
Hípias Maior ou Do Belo
Menexeno ou Do Epitáfio
Górgias ou Da Rétorica
República - livro I
Protágoras ou Dos sofistas
Ménon ou Da Virtude
Diálogos da maturidade:
Fédon ou Da Alma
Banquete ou Do Bem
A República
Fedro ou Da Beleza
Diálogos da velhice:
Parmênides ou Das Formas
Teeteto ou da Ciência
Sofista ou Do Ser
Político ou Da Realeza
Filebo ou Do Prazer
Timeu ou Da Natureza
Crítias ou Da Atlântida
Leis (inacabado)
JUSTIÇA EM PLATÃO
Platão era um idealista. Para ele a Justiça era a harmonia perfeita entre as partes da alma humana, a situação na qual a parte racional governava a irracional. Na polis, a justiça decorreria da harmonia entre a virtude e o vício ou quando os indivíduos justos governassem os injustos e o bem suplantasse o mal e a verdade o erro. 
A noção de justiça em Platão passa pela utopia de uma polis onde cada indivíduo tem um lugar e uma função e deve agir pelo bem comum. A cidade (polis) perfeita, terá de possuir as quatro virtudes: (1) sabedoria(sophia); (2) coragem (andreia); (3) temperança (sophrosyne) e (4) justiça (dikaiosyne).
A justiça em A república
Céfalo (citando Simônides, o poeta): a justiça consiste em falar a verdade e restituir a alguém aquilo que lhe é devido.
Sócrates: justiça consiste em restituir a cada um o que lhe convém (o caso da arma do amigo suicida). A injustiça produz nuns e noutros as revoltas, os ódios, as contendas; ao passo que a justiça gera a concórdia e a amizade.
Polemarco: a arte da justiça consiste em fazer o bem aos amigos e mal aos inimigos.
Trasímaco (o sofista): a justiça não é outra coisa senão a conveniência do mais forte. Cada governo estabelece as leis de acordo com a sua conveniência. Uma vez promulgadas essas leis, fazem saber que é justo para os governos aquilo que lhes convém, e castigam os transgressores, a titulo de que violaram a lei e cometeram uma injustiça.
Glauco: se dermos ao homem justo e ao injusto o poder de fazer o que quiser veremos onde é que a paixão leva cada um. Pois bem, apanharemos o justo, caminhando para a mesma meta que o injusto, devido à ambição, coisa que toda a criatura está por natureza disposta a procurar alcançar como um bem; mas, por convenção, é forçada a respeitar a igualdade. E o poder a que me refiro seria mais ou menos como o seguinte: terem a faculdade que se diz ter sido concedida ao antepassado do lídio Giges (pastor que encontrou o anel da invisibilidade, seduziu a rainha, assassinou o rei e tornou-se o pior tirano da região).
PLATÃO FORMAS DE GOVERNO
Formas puras de governo - visam ao bem comum:
Monarquia
Aristocracia
Democracia
Formas degeneradas de governo - buscam vantagens pessoais:
Tirania
Oligarquia 
Demagogia
AO FINAL DO PERÍODO SOCRÁTICO
A Filosofia estava consolidada como forma de viver que: busca a verdade pela via da razão e defende que somente a razão, com seus princípios e regras, é o critério da explicação de alguma coisa. Procura oferecer respostas conclusivas para os problemas. A solução é submetida à análise, à crítica, à discussão e à demonstração, nunca sendo aceita como uma verdade, se não for provado racionalmente comprovada. Exige que o pensamento apresente suas regras de funcionamento. O filósofo justifica suas ideias provando que segue regras universais do pensamento. Entende que a contradição indica erro ou falsidade. Uma contradição acontece quando se afirma e nega algo ao mesmo tempo. Afirma que quando uma contradição aparecer numa exposição filosófica, ela deve ser considerada falsa. Recusa explicações preestabelecidas e, portanto, exige que, para cada problema, seja investigada e encontrada a solução própria exigida por ele. Tende a generalização, a só aceitar uma explicação de validade universal.
PLATÃO E O MUNDO DAS IDEIAS
Platão tentou conciliar Heráclito e Parmênides admitindo uma realidade dual ou dois mundos: um físico, imperfeito, diverso, mutante, em contínua transformação. Outro, ideal, metafísico, perfeito, uno, imutável ao qual ele chamou mundo das ideias ou das formas. Tudo que existe no mundo físico é uma cópia imperfeita do que existe no mundo das ideias.
Esse dualismo platônico repercute na justiça, na medida em que no mundo real a justiça é imperfeita, como os humanos. Só no mundo das ideias a justiça é plena ou ideal. Contudo, os humanos tanto individual quanto coletivamente devem buscar a justiça plena, condição sem a qual não acontecerá a “vida boa” ou feliz.
QUESTÔES
1. Relacione a sofística com a teoria dos quatro discursos de Aristóteles.
2. O que você compreende por maiêutica?
3. O que significa a dialética platônica em relação ao discurso sofista?
4. Para a Filosofia do Direito qual a questão central no embate entre a sofística e a filosofia socrático-platônica?
5. Que influência tem alegoria do julgamento das almas de Platão na cultura ocidental?
6. Quais as formas de governo puras e degeneradas para Platão?

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