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SECRETARIA DE SAÚDE DE PERNAMBUCO HOSPITAL AGAMENOM MAGALHÃES PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRÃO POP Nº SECRETARIA DE SAÚDE DE PERNAMBUCO HOSPITAL AGAMENON MAGALHÃES COORDENAÇÃO DO AMBULATÓRIO E MEIO DIAGNÓSTICO PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRÃO POP Nº TÍTULO: CULTURA DE LÍQUIDO CEFALORRAQUIDIANO (LCR, LÍQUOR) CONCEITO: O líquor ou líquido cefalorraquidiano (LCR) é encontrado no espaço conhecido Como espaço subaracnóideo, entre as meninges aracnoide e pia mater. A meningite é uma das infecções mais comuns do sistema nervoso central e representa uma importante emergência médica. Devido à gravidade dessas infecções, o laboratório deve estar preparado para realizar o diagnóstico de modo rápido e preciso. A cultura Do líquor e a identificação do agente etiológico é um importante auxílio para o diagnóstico. OBJETIVO: Este procedimento Operacional Padrão foi elaborado pela analista de Qualidade laboratorial e tem como produto final o processamento e interpretação da cultura de líquor( LCR). COMPETÊNCIA: Biomédico, Bioquímico e técnico em análises clínicas ou patologia. MATERIAL NECESSÁRIO: Meios: Ágar sangue de carneiro 5% (ASA) Ágar chocolate polyvitex (CHOC) Ágar chocolate polyvitex (VCAT3) Tioglicolato (TIO Reagentes / insumos: • Centrífuga; • Tubos com tampa de rosca estéril; • Lâminas de microscópio novas e limpas; • Tubo cônico estéril; •Alça bacteriológica; •Centrífuga citológica (citocentrifuga). COLETA E TRANSPORTE: A amostra deve ser coletada em tubo estéril e encaminhada ao laboratório a temperatura Ambiente o mais rápido possível. Dependendo do micro-organismo presente, um tempo superior a uma hora pode prejudicar a sua recuperação. As amostras não devem ser refrigeradas em nenhuma circunstância, pois podem inibir o crescimento de micro-organismos importantes como o S. pneumoniae e o H. influenzae. O volume mínimo recomendado para isolamento é de 1mL para bactérias e 2mL para Fungos e micobactérias. Caso seja encaminhado mais de 1 tubo para o laboratório, evitar realizar a Cultura no primeiro tubo coletado. PROCEDIMENTO: 1 - Verificar o aspecto do LCR: · Hemorrágico; · Ligeiramente turvo; · Límpido; · Purulento, turvo ou xantocrômico 2 - Se o aspecto for ligeiramente turvo, límpido ou xantocrômico, deve-se centrifugá-lo a cerca de 2.000 rpm por 15 minutos. Usar o sedimento para as análises posteriores. O sobrenadante pode ser usado para testes imunológicos, como o látex; 3. Isolamento Exame direto do LCR · Preparar esfregaço do LCR em lâmina de vidro e corá-lo pelo Gram; · A presença de diplococos Gram-positivos (DGP) com as extremidades livres lanceoladas (em formato chama de vela) ou em pequenas cadeias é sugestiva de pneumococo; · Liberar o laudo da bacterioscopia o mais rápido possível; não aguardar o resultado da cultura. Cultura do LCR · Semear aproximadamente cinco gotas do LCR em meio de ágar chocolate, de preferência em tubo (meio inclinado). Se o LCR tiver sido centrifugado, ressuspender o sedimento previamente com 0,5 mL de meio de cultura; · Incubar por 24 h a 35±2ºC em condições de 5 a 7% de CO2. Não havendo estufa com CO2 incubar em jarra com vela; · A cultura de S. pneumoniae em ágar chocolate é cinza esverdeada, com visível descoloração do meio, que se torna esverdeado na área do crescimento; · Caso não haja crescimento bacteriano após 24 h de incubação, incubar por mais um dia antes de liberar o laudo de cultura negativa. Processo manual: Incubar o frasco inoculado a 35±2ºC e examinar o meio após 12 - 18 h da semeadura e a seguir, diariamente, durante sete dias; · Os sub-cultivos devem ser executados após 12 - 18 h de incubação, novamente após 48 h e no sétimo dia, independentemente do aspecto da hemocultura. Proceder o sub-cultivo assim que se observar pequena turvação, hemólise ou qualquer outra alteração, indicativos de crescimento. Ausência de turvação ou de hemólise nem sempre está correlacionada com ausência de crescimento bacteriano; · Agitar o frasco para misturar seu conteúdo antes do sub-cultivo e desinfetar a superfície da tampa do frasco com álcool a 70%; · Aspirar 0,5 mL do caldo com ajuda de uma agulha/seringa; · Semear em ágar chocolate 5% e ágar sangue e preparar esfregaço para coloração de Gram; · As placas de ágar chocolate utilizados nas sub-culturas devem ser incubadas a 35±2ºC em condições de 5 - 7% CO2; · Quando houver confirmação de crescimento bacteriano, descartar o frasco de hemocultura; · Culturas negativas só devem ser confirmadas ao final de todo o período de incubação. INTERPRETAÇÃO DO EXAME: · Contagem de glóbulos brancos = > 1.200 mm3 sugere meningite bacteriana (valores menores não excluem); · Predomínio de mononucleares (< 50% de neutrófilos) sugere meningite não bacteriana ou Parcialmente tratada; · Glicose < 30 mg/100 ml sugere meningite bacteriana, por micobactérias ou fúngica; · Proteínas >150 mg/100 ml sugere meningite bacteriana; · Cloretos <110 mEq/L (Unidade que designa o número de gramas de um soluto que contém 1 ml de uma solução normal) sugere meningite por tuberculose se afastada outra etiologia bacteriana. Atualmente pouco utilizado devido a disponibilidade de testes mais específicos. · Lactato no LCR > 35 mg/100 ml é sugestivo de meningite bacteriana. RECOMENDAÇÕES: · Realizar a técnica da punção perfeita a fim de minimizar a coleta traumática e, consequentemente, o aumento do eritrócito na amostra (eritrócitos na amostra prejudicam a análise e, muitas vezes, diminuem a sensibilidade diagnóstica); · O volume da amostra coletada influencia a concentração de bimarcadores, a presença de células neoplásticas, a realização de determinados exames e uma possível repetição confirmatória desses exames. Muitas substâncias e células presentes no LCR tem gradiente de concentração craniocaudal. Se um volume pequeno é retirado, este representará somente a composição do LCR lombar / saco dural. Se uma amostra com 2 ml for comparada com outra amostra de 15 ml, esta última será muito mais fidedigna do LCR total e a análise da primeira pode promover resultados equivocados. Além disso, a sequência da amostra retirada do paciente pode influenciar a análise. Os primeiros 2 ml devem ser utilizados para a análise básica do LCR, enquanto o restante reunido e alíquota no laboratório para o restante da análise. A análise de um LCR ventricular ou um LCR suboccipital apresenta valores de referência diferentes dos de um LCR lombar. · O uso de tubos apropriados para coleta de LCR manufaturados com o material polipropileno também é um fator pré-analítico importante, pois essa substância apresenta baixo potencial de ligação com os as proteínas. Nenhum aditivo deve ser utilizado nos tubos e os mesmos devem dispor de uma rosca para melhor vedação. · Em virtude de o LCR se tratar de um material altamente contaminante, torna-se necessária a utilização dos equipamentos de proteção individual (EPIs), como avental ou jaleco longo de mangas compridas e punho retrátil, luvas descartáveis, óculos de proteção, pipetadores manuais ou automáticos e, quando for o caso, protetor facial. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: · Atas de Ciências da Saúde – ANÁLISE DO LIQUIDO CEFALORRAQUIDIANO. REVISÃO DE LITERATURA – Alberto Andrade Leite, Sérgio Ricardo Honório, Gabriela Reimão Torres, Paolo Ruggero Errante – São Paulo – 2016; · Recomendações da Sociedade Brasileira de Patologia Clínica / Medicina Laboratorial (SBPC / ML): Fatores Pré-analíticos e Interferentes em Ensaios Laboratoriais – 2018 · Análise dos valores de referência do líquido cefalorraquidiano Elaborado por: Poliana de Queiroz Araújo e Ana Cristina Cargo: Biomédica Assinatura: Data: Revisado por: Cargo: Assinatura: Data: Aprovado por: Cargo: Assinatura: Data:. Versão/Ano: Próxima Revisão: Revisão Nº: Hospital Agamenon Magalhães Estrada do Arraial, nº 2723. Casa Amarela. Recife/PE. CEP: 52051-380 Hospital Agamenon Magalhães Estrada do Arraial, nº 2723. Casa Amarela. Recife/PE. CEP: 52051-380 HA M HOSPITAL AGAMENON MAGALHÃES