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PERÍCIA-CONTÁBIL

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SUMÁRIO 
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................. 3 
2 O PERITO ........................................................................................................ 4 
2.1 Habilidades do perito ................................................................................. 6 
3 ASSISTENTE TÉCNICO EM PERÍCIA CONTÁBIL ......................................... 7 
4 A PERÍCIA ....................................................................................................... 9 
4.1 Tipos de perícia contábil .......................................................................... 10 
4.2 Perícia judicial ......................................................................................... 10 
4.3 Perícia semijudicial .................................................................................. 11 
4.4 Perícia extrajudicial ................................................................................. 11 
4.5 Perícia arbitral ......................................................................................... 12 
5 QUESITOS EM PERÍCIA JUDICIAL CONTÁBIL ........................................... 12 
6 LAUDO PERICIAL CONTÁBIL ...................................................................... 14 
7 PARECER PERICIAL CONTÁBIL ................................................................. 15 
8 DIFERENÇAS E SEMELHANÇAS ENTRE AUDITORIA E PERÍCIA ............ 17 
9 RESPONSABILIDADE PROFISSIONAL ....................................................... 19 
10 PLANEJAMENTO DA PERÍCIA .................................................................. 21 
10.1 Procedimentos técnicos e científicos ................................................... 23 
11 HONORÁRIOS PERICIAIS ........................................................................ 26 
12 NBC P 2 – NORMAS PROFISSIONAIS DO PERITO ................................. 27 
13 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................... 43 
 
 
 
3 
 
1 INTRODUÇÃO 
O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é semelhante 
ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável - um 
aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma 
pergunta, para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum 
é que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão 
a resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as 
perguntas poderão ser direcionadas ao protocolo de atendimento que serão 
respondidas em tempo hábil. 
Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da 
nossa disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à 
execução das avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da 
semana e a hora que lhe convier para isso. 
A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser 
seguida e prazos definidos para as atividades. 
 
Bons estudos!
 
 
 
4 
 
2 O PERITO 
Fonte: faro.edu.br 
Prado (2009) explica que perito é o especialista que orienta o Judiciário na 
resolução do conflito, este deve ter conhecimento técnico científico e competência 
para opinar, iluminando a decisão do Magistrado. Ainda conforme o autor, o perito 
deve ter características pessoais e profissionais de destaque em sua especialidade, 
e deverá expressar sua opinião por meio de um documento denominado Laudo 
Pericial, onde neste o expert manifesta sua opinião. 
Nogueira (2006) esclarece que não é exigível de nenhum magistrado o 
domínio sobre todas as áreas, diante destes casos é determinada a realização de 
perícia, onde um especialista no assunto – denominado como perito ou expert – é 
nomeado para apresentar laudo, com vistas a esclarecer a questão, em 
conformidade com o quanto consignado no caput do artigo 145 do Código de 
Processo Civil. 
 
 
 
5 
 
 
 
Art. 145. Quando a prova do fato depender de conhecimento técnico ou 
científico, o juiz será assistido por perito, segundo o disposto no art. 421. 
Antônio Lopes de Sá (2002, p. 21 apud Ramoni, Motta e Bizotto, 2015) 
corrobora com esse conceito ao enfatizar que “o perito precisa ser um profissional 
legal, cultural e intelectualmente exercer virtudes morais e éticas com total 
compromisso e verdade”. 
Conforme Ramoni, Motta e Bizotto (2015), o perito contador considerado um 
auxiliar da justiça, requer um bom equilíbrio entre a experiência técnica e prática, 
devendo agir com zelo, com princípio ético e moral. 
Moraes (2015) enfatiza que o Perito-Contador, aos olhos do juiz, é um 
especialista da matéria que envolve o assunto do litígio, sobre o qual não possui 
conhecimento técnico, e, por essa razão, goza de sua confiança para conduzir os 
procedimentos cabíveis, extraindo o máximo das informações contidas, ao avaliar 
todo o processo judicial, para que possa transmitir ao Magistrado os exatos fatos, 
advindos da lide em questão, de uma forma positivamente esclarecedora, concisa, 
clara e coerente para o bom entendimento do julgador 
Perito, trata-se de um profissional convocado pela justiça (juiz) com uma 
finalidade e objeto específicos, para dirimir dúvidas que emergem do processo – daí 
a existência de diferentes qualificações de peritos, como o perito judicial médico, 
perito judicial engenheiro, perito judicial contábil etc., porquanto cada processo pode 
exigir um determinado perito com conhecimentos específicos que o julgador, normal 
e naturalmente, não possui (PACIEVITCH, 2019 apud JOIA, 2020). 
Oliveira (2011) elucida que para o exercicio da Pericia contabil faz-se 
necessário que o perito-contador tenha conhecimentos especializados e 
experiência profissional relacionada as diversas áreas da contabilidade, que 
poderão ser aprimorados pelo Codigo do Processo Civil (CPC). 
 
 
 
6 
 
2.1 Habilidades do perito 
Nogueira (2006) elucidam que para o direito norte-americano a figura do 
perito também é similar a de um consultor, com habilidades que excedem a de um 
“auditor tradicional” , porém, com finalidade informativa, destacando-se a atuação 
na fase pré-processual, denominada como apoio ao litígio e em procedimentos 
investigativos, especialmente de fraudes e crimes financeiros. 
Campos e Cruz (2019) através de sua pesquisa, procurou verificar as 
habilidades mais relevantes para a profissão do Perito Contador na opinião dos 
Promotores de Justiça e dos Contadores. Na opinião dos Promotores de Justiça 
são: a flexibilidade técnica, comunicação escrita e habilidade investigativa. E quanto 
aos contadores, são: análise dedutiva, habilidade investigativa, resolução de 
problemas não estruturado e entrevista. 
Ainda conforme os autores, as habilidades do perito contador, encontradas 
no código de ética das normas brasileiras, no seu art. 2°, inciso I, destacam como 
dever do profissional: “exercer a profissão com zelo, diligência, honestidade e 
capacidade técnica, sempre se atentando as normas vigentes com dignidade e 
independência profissionais” (CFC, 2015 apud CAMPOS E CRUZ, 2019). 
Segundo Davis, Farrell e Ogilby (2012, p. 3 apud NEVES JUNIOR et al., 
2013), o fato de ser um contador eficaz não faz desse profissional, 
necessariamente, um perito contador eficaz. Para que se alcance essa eficácia 
como perito contador, exige-se que o profissional possua um amplo espectro de 
habilidades e conhecimentos. 
Através do levantamento de dados e pesquisas de diversos autores, Neves 
Junior et al. (2013), destacaram os principais requisitos desejáveis na visão dos 
autores pesquisados, que são os seguintes: conhecimentos técnicos na área de 
atuação; educação formal; experiência profissional; compromisso moral e ético; 
capacidade de reduzir as expectativas do julgador; ser acessível e possuir boa 
comunicação; pontualidade; confiabilidade do trabalho apresentado; habilidadesrelacionadas à pesquisa, exame, análise, síntese e fundamentação. 
 
 
 
7 
 
No que se refere ao trabalho apresentado pelo perito, estes autores 
evidenciam a necessidade de consistência do Laudo Pericial, levando em 
consideração as expectativas do Juízo quanto às questões principais por sanar no 
processo e à necessidade de ser ágil. Deve, ainda, possuir boa apresentação, ser 
bem escrito, mediante utilização de linguagem clara e objetiva, de modo que o perito 
seja capaz de demonstrar conhecimento e domínio na matéria examinada, além de 
convencer as partes envolvidas no processo de que todas as questões foram 
esclarecidas (NEVES JUNIOR et al. 2013). 
3 ASSISTENTE TÉCNICO EM PERÍCIA CONTÁBIL 
Conforme Bleil e Santin (2008), o assistente técnico é pessoa de confiança 
da parte, profissional competente, capaz de dirimir dúvidas e pontos controvertidos 
em discussão nas lides judiciais e nas perícias extrajudiciais; devendo ser bacharel 
em Ciências Contábeis, conforme inclusive tem se pronunciado a respeito o 
Conselho Federal de Contabilidade. 
Figueiredo (1999 apud BLEIL e SANTIN, 2008) nos traz que a principal 
função é de colaborar com o perito, fiscalizar sua atividade e conferir a exatidão dos 
resultados a que se chegar. Cabe ainda salientar que o assistente técnico, no 
exercício da função pericial, não é auxiliar do perito judicial. 
Gorrão (2014) esclarece que o perito indicado pelas partes, o denominado 
assistente técnico no meio jurídico, também é perito e o que lhe caracteriza são 
exatamente as mesmas qualidades, a capacidade e a expertise sobre determinado 
tema. 
Santos (2008, p. 484 apud GORRÃO, 2014) reconhece essa semelhança de 
funções ao afirmar que “os assistentes técnicos não são senão peritos indicados 
pelas partes, porquanto exercem funções idênticas às dos peritos. A distinção entre 
o perito e o assistente técnico está na nomenclatura e emerge do sujeito processual 
que o nomeia” 
Ainda conforme Gorrão (2014), o perito-contador assistente sempre será 
chamado a atuar pelas partes ou por seus assessores legais, os advogados 
 
 
 
8 
 
patronos das ações. Essa função de consultor técnico da parte que contrata o 
serviço pericial já havia sido abordada por Pinheiro Neto na apresentação da obra 
de Ornelas (2011, p. xi-xii): 
O assistente técnico é o advogado da parte em matéria técnica; posso até 
dizer que o assistente técnico é o perito particular do advogado da causa. 
[...] este é de confiança do advogado que o escolheu e, dentro do possível 
(tal como ocorre com o próprio advogado), deve procurar defender os 
legítimos interesses da parte que o contratou, dentro dos limites de suas 
qualificações profissionais. 
Assim, resta claro o fato de que a simples mudança de nome de “perito 
judicial” para “assistente técnico”, nos termos do Código de Processo Civil, não 
desnatura a função de perito dos assistentes técnicos. A indicação pela parte e não 
pelo julgador, modifica apenas a forma de autuação do profissional, sendo sua 
função de suma importância no desenrolar das perícias contábeis e dos processos 
(GORRÃO, 2014). 
O Conselho Federal de Contabilidade, através da Resolução CFC nº. 
1243/09 dispõe que: 
6. O perito-contador assistente pode, tão logo tenha conhecimento da 
perícia, manter contato com o perito-contador, pondo-se à disposição para 
o planejamento, para o fornecimento de documentos em poder da parte 
que o contratou e ainda para a execução conjunta da perícia. Uma vez 
recusada a participação, o perito-contador pode permitir ao assistente 
técnico acesso aos autos e aos elementos de prova arrecadados durante 
a perícia, indicando local e hora para exame pelo assistente técnico. 
Para Melo (2003 apud SILVA, 2011), o principal trabalho do Perito Contador 
Assistente não é elaborar um laudo divergente ou uma crítica ao laudo oficial, mas 
sim, diligenciar durante a realização da perícia no sentido de evidenciar junto ao 
Perito Oficial os aspectos de interesse ao esclarecimento da matéria fática sob uma 
ótica geral e mais especificamente sob a ótica da parte que o contratou. 
Segundo Neves Júnior e Oliveira (2012 apud OHHIRA, 2021) e Hoog (2005 
apud OHHIRA, 2021), enquanto o perito contábil é de confiança do juíz, o assistente 
técnico é facultativo, sem obrigatoriedade legal, de confiança da parte que o 
contratou, podendo negociar seus honorários livremente, não está submetido às 
 
 
 
9 
 
regras de impedimento e suspeição aplicadas ao perito, tampouco requer 
aprovação do Magistrado. 
“O ponto de vista predominante é que o assistente técnico deve ser um 
auxiliar do advogado da parte que o contratou. E, neste sentido, deve aliar-se a ele 
para que o cliente possa ver seu direito reconhecido pelo juiz que emitirá a 
sentença” (ZANNA, 2007, p. 42 apud OHHIRA, 2021). 
4 A PERÍCIA 
Conforme Oliveira (2011) a perícia contábil surgiu com o intuito de suprir a 
necessidade de verificação das informações contábeis auxiliando a promotoria 
através da formação do laudo pericial, que por sua vez, serve como elemento 
utilizado no processo decisório judicial como também administrativo. 
A perícia é uma atividade que se traduz, no âmbito judicial, como uma 
espécie de prova, e faz parte da rotina da justiça nos processos em litígio, buscando 
esclarecer fatos, onde existam controvérsias e/ou dúvidas relativas à área 
especificamente técnica que habilita o juiz a decidir o litígio (CNJ - Conselho 
Nacional de Justiça, 2013 apud MORAES, 2015). 
A Perícia Contábil, atividade própria do profissional contábil, por intermédio 
do seu parecer, é um dos documentos que instrumentaliza o processo judicial e 
auxilia o juiz na verificação e confirmação dos fatos, com a finalidade de obter um 
julgamento justo do litígio. “Seu resultado é o laudo pericial contábil que apresenta 
em seu conteúdo tudo que foi investigado durante a realização dos trabalhos bem 
como a conclusão a que chegou sobre o assunto” (SILVEIRA et al. 2013, p. 01 apud 
MORAES, 2015). 
A perícia contábil possui uma função social relevante, ao trazer, para os não 
contadores envolvidos nas demandas judiciais, informações valiosas para a solução 
de conflitos. A importância da perícia contábil justifica sua melhor conceituação, por 
ser um instrumento indispensável na verificação de fraudes e erros contábeis, pois 
realiza procedimentos, de acordo com as normas técnicas, a fim de fundamentar o 
laudo pericial (SA, 2000 apud OLIVEIRA, 2011). 
 
 
 
10 
 
4.1 Tipos de perícia contábil 
Conforme Rodrigues (2014) a classificação da perícia contábil tem sido feita 
de forma diferenciada por diversos autores. Alguns estabeleceram classificações 
mais simples e coerentes de uma perspectiva prática, enquanto outros apontam 
para segmentos maiores. Para Klein (1970, p.47 apud RODRIGUES, 2014), as 
perícias podem ser de duas naturezas, perícia extrajudicial e perícia judicial. 
Para Bohrer (2014), os tipos de perícias são quatro: perícia judicial, perícia 
semijudicial, perícia extrajudicial e perícia arbitral. Diante disso, falaremos mais 
detalhadamente sobre essas ultimas relatadas por Bohrer (perícia judicial, perícia 
semijudicial, perícia extrajudicial e perícia arbitral) na visão de diferentes autores. 
4.2 Perícia judicial 
Para Klein (1970, p.47 apud RODRIGUES, 2014) a perícia judicial é aquela 
exercida em processo judicial, em juízo, seja qual for a Vara, ou Junta. A perícia 
judicial sempre surge em litígios e é feita para dirimir dúvidas, para esclarecer as 
partes e seus procuradores e o juiz. 
“Perícia contábil judicial é a que visa servir de prova, esclarecendo o juiz 
sobre assuntos em litígios que merecem seu julgamento, objetivando fatos relativos 
ao patrimônio aziendal ou de pessoas” Sá (1997 apud PIRES, 2019). 
Bohrer (2014) define a perícia judicial como aquela realizada dentro dos 
procedimentos processuais do poder judiciário, por determinação, requerimento ou 
necessidadede seus agentes ativos e se processa segundo regras legais 
específicas. 
Conforme Martins (2018), a perícia judicial é o campo de atuação com mais 
demanda para o perito contábil no Brasil, onde o juiz nomeia o perito contador para 
elaborar o laudo contábil e as partes envolvidas contratam os seus peritos 
assistentes, para elaborarem os seus respectivos pareceres técnicos, em caso de 
divergências parciais ou totais em relação ao laudo elaborado pelo perito contador. 
 
 
 
11 
 
4.3 Perícia semijudicial 
É a perícia realizada no meio estatal, por autoridades policiais nos inquéritos, 
por autoridades parlamentares nas comissões parlamentares de inquérito ou 
especiais e por autoridades administrativo-financeiras na administração pública 
tributária ou conselhos de contribuintes. São assim classificadas já que tais 
autoridades têm algum poder jurisdicional, porém com regras legais e regimentais 
ligeiramente diferentes (ALBERTO, 2002 apud BOHRER, 2014). 
Rodrigues (2014) explica que a perícia semijudicial é aquela realizada dentro 
do aparato institucional do Estado, porém fora do Poder Judiciário, tendo como 
finalidade principal ser meio de prova dos ordenados institucionais e está voltada 
para as áreas, administrativa, tributária e policial. 
4.4 Perícia extrajudicial 
Zanna (2005 apud apud Ramoni, Motta e Bizotto, 2015) esclarece que 
“perícia extrajudicial tem por objetivo esclarecer pontos de discórdia entre pessoas 
que querem atingir o entendimento sem utilizar recursos judiciais ou arbitrais”. 
Classificação que se dá a qualquer perícia que acontece fora do âmbito do 
poder judiciário. Essa espécie de perícia trata de assuntos de pessoas físicas ou 
jurídicas, que tenham questões controversas e que dependem ou requeiram uma 
opinião técnica, emitida por um profissional de reconhecida competência, para 
sanar suas discórdias (ZANNA, 2011 apud BOHRER, 2014). A perícia extrajudicial 
tem por objetivo esclarecer pontos de discórdia entre pessoas sem utilizar recursos 
judiciais ou arbitrais (BOHRER, 2014). 
Rodrigues (2014) explica que a perícia extrajudicial, por sua vez, não envolve 
processo judicial, ela é contratada em litígio pelas partes, ou seja, acontece fora do 
âmbito do Poder Judiciário, dividida em perícia demonstrativa, discriminativa e 
comprobatória. 
 
 
 
12 
 
Costa (2017 apud PIRES, 2019) demostra que são solicitadas por entes, 
sejam pessoas jurídica ou física, para demonstrar a uma das partes quem está certo 
ou não, comum quando acontece fusão, cisão ou incorporação nas entidades. 
4.5 Perícia arbitral 
Para Alberto (2007 apud Ramoni, Motta e Bizotto, 2015) “Perícia arbitral é 
aquela realizada no juízo arbitral instância criada pela vontade das partes”. Para 
Zanna (2005, p. 54) “a perícia arbitral tem a finalidade de servir ao árbitro escolhido 
pelas partes”. É semelhante à perícia judicial e acontece em ambiente semelhante 
parecido ao da perícia extrajudicial. 
A perícia arbitral é aquela exercida sob o controle da lei de arbitragem. A 
arbitragem é um pacto de livre vontade, firmado entre duas ou mais pessoas 
capazes, para a solução de seus eventuais problemas, com a intervenção de um ou 
mais árbitros, que possuem capacidades devidamente reconhecidas e delegadas 
pelas partes, para com base nessas capacidades, decidirem os conflitos, sem a 
intervenção do Poder Judiciário, cuja sentença ou laudo arbitral tem a força de uma 
sentença judicial (BOHRER, 2014). 
Perícia arbitral é realizada no juízo arbitral, instância decisória criada pela 
vontade das partes, não sendo enquadrado em nenhuma das anteriores por suas 
características especialíssimas de atuar parcialmente como se judicial ou 
extrajudicial fosse (RODRIGUES, 2014). 
5 QUESITOS EM PERÍCIA JUDICIAL CONTÁBIL 
Conforme Oliveira (2011), quesitos são questionamentos, preparados pelas 
partes envolvidas no processo, para que o perito esclareça os fatos, ou seja, são 
perguntas de natureza técnica ou científica a serem respondidas pelo perito contábil 
(SANTOS, SCHMIDT e GOMES, 2006 apud OLIVEIRA, 2011). Os autores ainda 
explicam que essas perguntas são apreciadas pelo promotor e pelas partes com o 
objetivo de evitar investigacões impertinentes. 
 
 
 
13 
 
Ainda conforme Oliveira (2011), existem duas categorias de quesitos: os 
pertinentes e os impertinentes. Segundo Ornelas (2011, p.69 apud OLIVEIRA, 
2011) a primeira busca esclarecer as questões patrimoniais relacionadas as 
controversias fixadas nos autos do processo. Ja a segunda categoria, esta ligada a 
perguntas que buscam do perito uma opinião fora de sua capacidade legal, sendo 
alheios à controvérsia. 
Conforme o art. 470 da lei nº 13.105/2015: 
Art. 470. Incumbe ao juiz: 
I - indeferir quesitos impertinentes; 
II - formular os quesitos que entender necessários ao esclarecimento da 
causa. 
 
Miguel (2009) esclarece que os quesitos são formulados pelo juiz do 
processo ou pelas partes, sendo que em geral a sua apresentação nos autos ocorre 
antes da proposta de honorários do perito. Ao magistrado compete analisar os 
quesitos formulados pelas partes para deferi-los (aprová-los), ou indeferi-los 
(reprová-los) no caso de julgá-los impertinentes. Os quesitos deferidos devem ser 
respondidos de forma clara e precisa, bem como devidamente fundamentada 
(HOOG, 2002 apud MIGUEL, 2009). As respostas devem ser concisas e completas, 
sendo que o simples “sim” ou “não” como resposta ao quesito imprime um caráter 
de “má qualidade” ao laudo pericial contábil (SÁ, 2007 apud MIGUEL, 2009). 
O artigo 469 do CPC (Código de Processo Civil) estabelece que durante as 
diligências as partes podem formular quesitos suplementares para esclarecer novos 
fatos identificados; todavia o juiz deve comunicar à parte contrária sobre os 
mesmos. 
Pires (2005) destaca que caso os quesitos não contemplem plenamente o 
objeto da perícia, o perito deve estimar o tempo necessário à busca de informações 
e documentos específicos, de modo a se alcançar plenamente a realidade e os 
limites que estes dispõem e, assim, atingir a verdade real. 
 
 
 
 
 
14 
 
6 LAUDO PERICIAL CONTÁBIL 
O laudo pericial é o parecer técnico (ou o documento) originado da aferição 
do trabalho concretizado pelo perito, muito importante na composição do processo, 
que deverá ser compreendido pelo juiz, para servir de embasamento no seu 
convencimento, na preparação da decisão judicial (FIGUEIREDO, 2003 apud 
MORAES, 2015). 
Oliveira (2011) explica que o Laudo Pericial, serve para suprir as 
insuficiências do promotor no que se refere a conhecimentos técnicos ou científicos. 
Além de proporcionar a certeza jurídica quanto as informações tratadas no conteúdo 
do laudo, de forma a serem entendidas pelo juiz e pelas partes. 
O Laudo Pericial Contábil é elaborado para servir de fundamento na decisão 
do juiz, e tem como finalidade explicar ou explicitar as questões controvertidas do 
processo ou entre as partes abarcadas na ação judicial, empregando uma técnica 
de simples entendimento, onde todos possam compreendê-lo, com a finalidade de 
comprovar por meio de procedimentos técnicos, subsídios de prova indispensáveis 
a auxiliar à solução do litígio em questão (CALDEIRA, 2002 apud MORAES, 2015). 
Ancioto, Costa e Gomes (2009 apud OLIVEIRA, 2011), explicam que é nesse 
laudo que o perito divulga, de forma clara e objetiva, os resumos do objeto da perícia 
e as suas conclusões. 
Sá (2000, p, 35) ainda comenta: 
A manifestação literal do perito sobre os fatos patrimoniais devidamente 
circunstanciados gera a peça tecnológica denominada laudo pericial 
contábil. E o julgamento ou pronunciamento, baseado nos conhecimentos 
que tem o profissional da contabilidade, em face de eventos ou fatos que 
são submetidos a sua apreciação. 
Conforme Moraes (2015) o laudo pericial, por sua vez, é uma peça do 
processo, na qual o perito contábil apresenta as suas observações e registra suasconclusões baseadas nos documentos acostados no processo sobre a matéria em 
litígio; este documento, produzido pelo profissional contábil, será avaliado pelo Juiz, 
como qualquer outra espécie de prova e de certificação. Este documento deve 
 
 
 
15 
 
apresentar-se de forma objetiva, sucinta e prática na composição do objeto da 
perícia (MOURA, 2007 apud MORAES, 2015). 
Já na concepção de Leitão Júnior et.al. (2012, p. 22 apud MORAES, 2015): 
“O trabalho do perito contábil materializa-se no laudo pericial contábil”. Por essa 
razão, o Laudo pericial contábil é elaborado por um profissional habilitado com o 
objetivo de esclarecer polêmicas em discussões judiciais (MOURA, 2007 apud 
MORAES, 2015). 
Moraes (2015) explica que o papel principal da perícia contábil judicial é 
esclarecer ao juiz as matérias que envolvem conhecimento técnico específico. 
Contudo, o laudo pericial não é uma prova incontestável, absoluta, com poder 
decisório no processo. Ou seja, a perícia contábil judicial, no âmbito da 
Contabilidade, tem a função de esclarecer, e não de decidir o processo. 
7 PARECER PERICIAL CONTÁBIL 
Conforme Miguel (2009) os termos parecer, parecer pericial ou parecer 
pericial contábil designam o trabalho desenvolvido pelo perito da parte ou assistente 
técnico. 
O parecer pericial é uma ferramenta utilizada pelo assistente técnico das 
partes envolvidas no litígio, para manifestar, de forma escrita, o que analisou no 
laudo pericial exposto pelo perito judicial (SILVEIRA et al., 2013 apud MORAES, 
2015). 
Afirma Ornelas (2007, p. 104 apud MIGUEL, 2009) que “o perito na função 
de assistente técnico é responsável pela oferta de parecer pericial contábil, ou seja, 
oferece, por meio de trabalho próprio, sua opinião técnica, crítica ou concordante, a 
respeito do laudo pericial contábil”. 
O parecer pericial é um importante instrumento técnico que colabora para o 
entendimento do magistrado na sua decisão. Neste sentido, o Art.472 do CPC 
estabelece que: 
 
 
 
 
 
16 
 
O juiz poderá dispensar prova pericial quando as partes, na inicial e na 
contestação, apresentarem sobre as questões de fato pareceres técnicos 
ou documentos elucidativos que considerar suficientes. 
A apresentação do parecer pericial deve ser feita pelo assistente técnico da 
parte acatando a composição e os prazos previstos nas Normas Brasileiras de 
Contabilidade e ainda no CPC (MORAES, 2015). 
Oliveira (2011) explica que foi através da Lei n° 8.455/92 foi criado outro tipo 
de relatório, o Parecer Contábil, ficando este na responsabilidade do assistente 
técnico. Que por sua vez, busca oferecer sua opinião técnica ou até mesmo critica 
relacionada ao laudo pericial contábil oferecido pelo perito judicial. Devendo 
obedecer algumas regras quanto a forma de apresentação desse relatório, já que o 
mesmo é anexado aos autos (ORNELAS, 2011 apud OLIVEIRA, 2011). 
De acordo com Ancioto, Costa e Gomes (2009, p.22 apud OLIVEIRA, 2011) 
quanto as formalidades que orientam os procedimentos na elaboração do Parecer 
Pericial Contábeis, é necessário a observação dos seguintes itens: 
• A finalidade do parecer pericial contábil é dar opinião fundamentada sobre 
o laudo; 
•Se preparação é exclusiva do perito-contador assistente, 
• Se houver concordância com o laudo pericial contábil, será expressa no 
parecer; 
• Não havendo concordância com algum item do laudo, este deverá ser 
transcrito na Integra no parecer, no qual o perito-contador assistente emite 
sua opinião fundamentada; 
• Os anexos deverão ser numerados, identificados e mencionados, se 
houver necessidade de incorpora-los ao parecer; 
• Será datado, rubricado, e assinado, identificando habilitação profissional; 
• Encaminhado por petição protocolada, quando judicial e arbitral, e, se 
extrajudicial por qualquer outro meio comprobatório. 
Não apenas o laudo, mas o parecer técnico também é uma peça relevante 
no processo judicial, pois expõe a opinião do assistente técnico sobre o trabalho 
realizado pelo perito nomeado (SILVA, 2004; JESUS, 2000 apud PRATES, 2018). 
Para Silva (2004 apud PRATES, 2018), embora chamado de parecer, e o 
profissional que o elabora seja o assistente técnico, o parecer técnico pode ter as 
mesmas características do laudo pericial. Para elaborá-los, o perito deve ter contato 
direto com as fontes de prova, que podem ser pessoas e/ou coisas, analisando-as 
com base em métodos técnicos e científicos e todos os outros elementos que se 
 
 
 
17 
 
façam [licitamente] necessários (BRASIL, 2015 apud PRATES, 2018), sendo que 
tais peças têm por limite os próprios objetivos da perícia deferida ou contratada 
(CFC, 2015b apud PRATES, 2018). 
8 DIFERENÇAS E SEMELHANÇAS ENTRE AUDITORIA E PERÍCIA 
Hoog e Petrenco (2001, p.85 apud COSTA et. al. 2011) destacam: “a perícia 
é a prova elucidativa dos fatos, já a auditoria é mais revisão, verificação, tende a 
ser necessidade constante repetindo-se de tempo em tempo, com menos rigores 
metodológicos, pois se utiliza a amostragem. Já a perícia repudia a amostragem 
como critério e tem caráter de eventualidade e só trabalha com o universo completo, 
onde a opinião é expressa com rigores de cem por cento de análise”. 
Conforme Peron (2014) a auditoria atua em torno do controle patrimonial de 
uma entidade. O auditor deve expressar opinião após realizar uma série de 
procedimentos. É sua função, ainda, assegurar a regularidade do conjunto 
patrimonial e financeiro em relação às práticas contábeis brasileiras. A perícia 
contábil também se volta a fatos ligados ao patrimônio. Porém, geralmente é mais 
específica, sendo a opinião do perito uma resposta aos problemas postos 
(quesitos). A perícia tem como principal ser um instrumento capaz de dar suporte 
para que alguém tome determinada decisão. Em um processo judicial, por exemplo, 
pode informar aspectos relevantes ao juiz, o qual, geralmente, não possui 
conhecimento técnico-contábil. Assim, o laudo pericial pode auxiliá-lo sobremaneira 
na tomada e fundamentação de sua decisão. 
 
 
 
18 
 
Morais (2005, p.75 apud COSTA et. al. 2011) apresentou, através do quadro abaixo, 
os pontos mais importantes das diferenças encontradas entre perícia e auditoria: 
Fonte: MORAIS, A. C.; FRANÇA, J. A. (2000, p. 61,63), apud COSTA, C. B.; MARTINS, V. F.; 
NETO, E. B. M. (2011, p. 9). 
 “As semelhanças e diferenças existentes entre perícia e auditoria 
proporcionam uma visão da distinção e utilidade de ambas. Auditoria não deve ser 
utilizada como se fosse perícia e perícia não deve ser utilizada como se fosse 
auditoria”. (MORAIS, 2005, p.76 apud COSTA et. al. 2011) 
 
 
 
 
19 
 
9 RESPONSABILIDADE PROFISSIONAL 
 
Conforme DAL-FRÉ (2013), o perito contador precisa ter consciência dos 
seus deveres e um caráter essencialmente próprio. Este profissional necessita ser 
ético, e não somente ter ética, pois ele deve ser consciente quanto a atender as 
regras e as normas exigidas, visto que a finalidade da perícia contábil é a 
demonstração da veracidade de situações, coisas ou fatos. O perito é responsável 
por seus atos nos aspectos civil, penal, ético e profissional, decorrendo de acordo 
com a relevância a qual as consequências do seu trabalho podem gerar. 
O perito deve conhecer suas responsabilidades sociais, éticas, profissionais 
e legais, às quais está sujeito no momento em que aceita o encargo para execução 
de perícias contábeis judiciais e extrajudiciais, inclusive arbitral (CFC, 2015 apud 
MAIATO, 2020) 
O termo responsabilidade refere-se à obrigação do perito-contador e do 
perito contador assistente em respeitar os princípios da moral, da ética e do direito, 
atuando com lealdade, idoneidade e honestidade no desempenho de suas 
atividades, sob pena de responder civil, criminal, ética e profissionalmente por seus 
atos (NBC PP 01 apud BOHRER, 2014). 
Ainda conforme Bohrer (2014), a responsabilidade ética do perito-contador 
decorre da necessidadede cumprir os princípios éticos, em especial aqueles 
estabelecidos no CEPC (Código de Ética Profissional do Contador) e na NBC PP 
01 (Normas Brasileiras de Contabilidade - Perito Contábil). Assim como o perito-
contador tem responsabilidade ética, o mesmo tem responsabilidades civil e penal 
a serem observadas. O CPC (CPC - Código de Processo Civil) em seu art. 147 rege 
que: 
Ao perito que, por dolo ou culpa, prestar informações inverídicas, 
responderá pelos prejuízos que causar à parte, ficará inabilitado por 2 
(dois) anos a funcionar em outras perícias e incorrerá na sanção que a lei 
penal estabelecer. 
De acordo com o Código Penal (BRASIL, 2001 apud TRINDADE, 2017) a 
responsabilidade do profissional contábil é: moral (valores pessoais); social (bem-
 
 
 
20 
 
estar coletivo); ética (o bem da corporação); civil (direito individual, indenização por 
dano); penal (ordem pública); e, filosófica (notória sabedoria, transcendem o 
conhecimento contábil). O Código Penal Brasileiro prevê ao contador, mesmo que 
no papel de perito judicial, multa e penalização em forma de reclusão na hipótese 
de este ocasionar dano a alguém ou à sociedade (BRASIL, 2001 apud TRINDADE, 
2017): 
Art. 342 - Fazer afirmação falsa, negar ou calar a verdade como 
testemunha, perito, contador, tradutor ou intérprete em processo judicial 
ou administrativo, inquérito policial ou em juízo arbitral: Pena - reclusão, de 
1 (um) a 3 (três) anos, e multa. § 1 As penas aumentam-se de um sexto a 
um terço, se o crime é praticado mediante suborno ou se cometido com o 
fim de obter prova destinada a produzir efeito em processo penal, ou em 
processo civil em que for parte entidade da administração pública direta ou 
indireta. § 2 O fato deixa de ser punível se, antes da sentença no processo 
em que ocorreu o ilícito, o agente se retrata ou declara a verdade. 
Em sequência expõe (BRASIL, 2001 apud TRINDADE, 2017): 
Art. 343 - Dar, oferecer ou prometer dinheiro ou qualquer outra vantagem 
a testemunha, perito, contador, tradutor ou intérprete, para fazer afirmação 
falsa, negar ou calar a verdade em depoimento, perícia, cálculos, tradução 
ou interpretação: Pena – reclusão, de três a quatro anos e multa. Parágrafo 
único. As penas aumentam-se de um sexto a um terço, se o crime for 
cometido com o fim de obter prova destinada a produzir efeito em processo 
penal ou em processo civil em que for parte entidade da administração 
pública direta ou indireta. 
A legislação civil determina responsabilidades e penalidades para o 
profissional que exerce a função de perito contador, consistem em multa, 
indenização e inabilitação. A legislação penal estabelece penas de multa, detenção 
e reclusão para os profissionais que exercem a atividade pericial que vierem a 
descumprir as normas legais (CFC, 2015 apud MAIATO, 2020). 
 
 
 
 
 
21 
 
10 PLANEJAMENTO DA PERÍCIA 
Fonte: br.depositphotos.com 
Conforme elucida Bohrer (2014) o planejamento, de acordo com a norma, é 
a etapa do trabalho pericial que antecede as diligências, pesquisas, cálculos e 
respostas aos quesitos, na qual o perito-contador estabelece os procedimentos 
gerais dos exames a serem executados no âmbito judicial e/ou extrajudicial para o 
qual foi nomeado, indicado ou contratado. 
O planejamento tem como objetivos: 
a) conhecer o objeto da perícia, a fim de permitir a adoção de 
procedimentos que conduzam à revelação da verdade, a qual subsidiará o 
juízo, o árbitro ou o interessado a tomar a decisão a respeito da lide; 
b) definir a natureza, a oportunidade e a extensão dos exames a serem 
realizados, em consonância com o objeto da perícia, os termos constantes 
da nomeação, dos quesitos ou da proposta de honorários oferecida pelo 
perito-contador; 
c) estabelecer condições para que o trabalho seja cumprido no prazo 
estabelecido; 
 
 
 
 
 
22 
 
d) identificar potenciais problemas e riscos que possam vir a ocorrer no 
andamento da perícia; 
e) identificar fatos que possam vir a ser importantes para a solução da 
demanda de forma que não passem despercebidos ou não recebam 
atenção necessária; 
f) identificar a legislação aplicável ao objeto da perícia; 
g) estabelecer como ocorrerá a divisão das tarefas entre os membros da 
equipe de trabalho, sempre que o perito-contador necessitar de auxiliares; 
h) facilitar a execução e a revisão dos trabalhos (NBC TP 01 - item 33 apud 
BOHRER, 2014); 
Quando um profissional é nomeado pelo juiz para desempenhar o papel de 
perito judicial, deve elaborar um planejamento e determinar o objetivo a ser 
esclarecido, utilizando as técnicas científicas e as habilidades técnicas exigidas pela 
Justiça (PEREIRA e FERREIRA, 2015). 
O planejamento pericial visa conhecer o objeto e a finalidade da perícia por 
meio da leitura rigorosa dos autos, com o intuito de extrair as informações 
necessárias e cabíveis à execução da perícia, bem como a tomada de decisão 
quanto ao que se pede na sentença (MULLER, 2017 apud MAIATO, 2020). 
Ademais, elencam-se como etapas do planejamento da perícia contábil a 
definição da natureza, oportunidade e extensão dos procedimentos a serem 
aplicados, condições de trabalho, identificar possíveis problemas e riscos nos autos 
e fatos mais relevantes, legislação aplicada e buscar meios que facilitem a execução 
e revisão dos trabalhos (MULLER, 2017 apud MAIATO, 2020). 
Segundo as Normas da NBC T 13 – da Perícia Contábil: 13.2.1.5 – “quando 
do planejamento dos trabalhos deve ser realizada a estimativa dos honorários de 
forma fundamentada, considerando os custos e a justa remuneração do contador”. 
Ainda conforme Maiato (2020), percebe-se a necessidade do planejamento 
e dos procedimentos para fundamentar o início do seu trabalho, para buscar o 
conhecimento do objeto e da finalidade da perícia e fundamentar as conclusões 
levantadas pelo laudo pericial. 
 
 
 
 
 
 
 
 
23 
 
10.1 Procedimentos técnicos e científicos 
Sarmento (2000) cita as NBC-T-13 (Normas Brasileira de Contabilidade), as 
mesmas descrevem os procedimentos de perícia contábil e estes visam 
fundamentar o laudo e abrangem, segundo a natureza e complexidade da matéria, 
 são: exame, vistoria, indagação, investigação, arbitramento, avaliação e 
certificação. 
 Maiato (2020) explica que a NBC PP 01 estabelece procedimentos inerentes 
à atividade do contador na condição de perito. Já a NBC TP 01, estabelece regras 
e procedimentos técnicos a serem observados pelo perito contador quanto à 
elaboração da perícia contábil nos âmbitos judiciais, extrajudiciais e arbitrais, por 
meio de exames, vistorias, indagações, investigação, arbitramento, avaliação e 
certificação (CFC, 2015). 
Conforme Alexandrino (2014), considera-se como procedimento: o exame, a 
vistoria, a indagação, a investigação, o arbitramento, a mensuração, a avaliação e 
a certificação. 
A Resolução do CFC 1.243/09 estabelece que: 
O exame é a análise de livros, registros das transações e documentos. 
A vistoria é a diligência que objetiva a verificação e a constatação de 
situação, coisa ou fato, de forma circunstancial. 
A indagação é a busca de informações mediante entrevista com 
conhecedores do objeto ou de fato relacionadas à perícia. 
A investigação é a pesquisa que busca trazer ao laudo pericial contábil 
ou parecer pericial contábil o que está oculto por quaisquer circunstâncias. 
O arbitramento é a determinação de valores ou a solução de controvérsia 
por critério técnico-científico. 
A mensuração é o ato de qualificação e quantificação física de coisas, 
bens, direitos e obrigações. 
A avaliação é o ato de estabelecer o valor de coisas, bens, direitos, 
obrigações, despesas e receitas. 
A certificação é o ato de atestar a informação trazida ao laudo pericial 
contábil pelo perito-contador, conferindo-lhe caráter de autenticidade pela 
fé pública atribuída a este profissional. 
Diante disso, um planejamento conduz a inicialização das informações para 
obter êxito profissionale estabelecer os procedimentos técnicos necessários com 
as entidades, e por meios desses procedimentos é feito uma vistoria nas instalações 
 
 
 
24 
 
da organização empresarial do nível de pequeno porte fazendo uma investigação 
através de notas fiscais e documentações (SANTOS, 2018). 
Pires (2005), elucida que as questões técnicas cabíveis ao Perito contábil 
são: 
 Consulta bibliográfica das questões técnicas formuladas, propiciando a 
apresentação de conteúdo científico. 
 Pesquisa e leitura de livros técnicos e pesquisa sobre leis voltada 
exclusivamente para subsidiar as questões técnicas contábeis. 
 Na produção da prova pericial contábil, deve-se debruçar sobre a matéria 
fática do objeto da causa e traçar os caminhos técnicos e científicos a 
serem percorridos para o descobrimento da verdade. 
 Leitura atenta dos quesitos formulados. 
 Analisar os quesitos ofertados e confrontá-los. 
 Entrar na questão técnica, a partir das respostas aos quesitos oferecidos, 
ou, na ausência destes, terá de organizá-la de forma criativa e 
tecnicamente competente. 
Pires (2005) ainda aborda, de forma breve, os principais procedimentos 
técnicos adotados e indicar alguns limites quanto à responsabilidade do perito 
contábil no desenvolvimento de seu trabalho técnico. São estes: 
 Quesitos. São as questões técnicas objeto da lide que se apresentam 
desenvolvidas a partir de perguntas formuladas pelo magistrado, pelas 
partes ou por uma das partes apenas. 
 Respostas. O perito contábil deve observar atentamente os aspectos 
dos atributos indicados em tópico anterior. As respostas devem seguir-
se aos quesitos. Por uma questão hierárquica, são oferecidas, 
preliminarmente, as respostas aos quesitos formulados pelo 
magistrado e, em seguida, as respostas aos quesitos oferecidos pelas 
partes, pela ordem de juntada das mesmas aos autos do processo. 
 Conclusão. A conclusão do laudo pericial deve considerar as 
situações de quantificação de valor quando o tipo de procedimento 
processual exigir, como nos casos de apuração de haveres; de 
 
 
 
25 
 
liquidação de sentença, inclusive em processos trabalhistas; de 
dissoluções societárias; de avaliação patrimonial; e de apuração de 
saldo devedor em contratos de mútuo. Entretanto, na existência de 
interpretação de aspectos legais e contratuais sujeitos ao contraditório 
formado pelas partes na discussão judicial, a elaboração de 
alternativas deve ser apresentada, com os critérios que cada parte 
entende pertinente, seja na identificação de valores ou pedindo para 
se reportar às respostas dos quesitos. Admite, também, que apresente 
apenas aspectos qualitativos, sem resultar em quantificação de 
valores. 
 Assinatura do perito. Embora possa parecer exagero a indicação 
expressa da exigência da assinatura do laudo, a firma dada pelo perito 
do juízo perfaz, para as partes e terceiros, a certeza jurídica da 
responsabilidade daquelas informações técnicas apresentadas, 
podendo imputar ao seu subscritor as penalidades da lei quanto à 
inverdade e falsa perícia. 
 Anexos. ”Ilustram” as respostas, para evitar que se tornem prolixas ou, 
então, reforçam a opinião. Deve fazer-se de forma parcimoniosa; 
nunca no sentido de “inchar” o laudo contábil, admitindo-se a juntada 
de apenas alguns exemplares de vários documentos. Primeiro, porque 
o perito contábil tem a presunção de fé pública; segundo, porque o 
excesso de juntada, em especial de documentos, estará 
transformando a prova pericial em prova documental. Nesta parte do 
laudo é que se apresentam as planilhas explicativas dos valores 
indicados pelo perito no corpo do laudo. 
 Pareceres (se houver). Pareceres de outros especialistas ou de 
notáveis podem ser requeridos para efeito de reforço da opinião do 
perito ou, até, para suplementá-la, e nesse caso ficam apensos ao 
laudo. 
 
 
 
 
 
26 
 
11 HONORÁRIOS PERICIAIS 
Conforme Pires (2005) para se promover uma adequada proposta de 
honorários, é imperioso que se avalie a extensão do trabalho. Cada profissional tem 
seus limites de tempo e capacidade de execução. Pelo mesmo serviço, pode 
comportar preços diferentes, dependendo da aptidão do profissional. 
Gorrão (2014) explica que os honorários do perito-contador assistente são 
de livre negociação entre as partes, conforme relatam diversos autores (ALBERTO 
FILHO, 2011; ORNELAS, 2011; ZANNA, 2007; ALBERTO, 2012 apud GORRÃO, 
2014). Estes devem ser estimados, nos termos da NBC PP 01 (CFC, 2009c), 
levando-se em consideração o “número de horas para a realização do trabalho, por 
etapa e por qualificação dos profissionais (auxiliares, assistentes, seniores, etc.) ”. 
Segundo Neves Júnior e Oliveira (2012 apud OHHIRA, 2021) e Hoog (2005 
apud OHHIRA, 2021), enquanto o perito contábil é de confiança do juiz, o assistente 
técnico é facultativo, sem obrigatoriedade legal, de confiança da parte que o 
contratou, podendo negociar seus honorários livremente, não está submetido às 
regras de impedimento e suspeição aplicadas ao perito, tampouco requer 
aprovação do Magistrado. 
Ainda conforme Pires (2005) pesam muito para a remuneração a 
“importância” e a “responsabilidade” que envolvem uma perícia. Tarefas como 
determinações de fundo de comércio imaterial são de refinado conhecimento 
contábil e trabalhos que envolvem pesquisas em contas correntes de muitos anos 
e movimentos bancários são extensos e demandam muito tempo. 
Existem, ainda, tarefas cuja previsão se torna muito difícil quantificar os 
honorários, situação em que o perito deve prever e justificar a possibilidade de uma 
revisão ou retificação (PIRES, 2005). 
Quanto à questão da correção monetária, o perito tem pleno direito, visto que 
é acatado judicialmente, com decisões de Tribunais. Também a revisão do preço 
tem o reconhecimento judicial, desde que justificada de forma detalhada, 
consistente e o prazo seja superior a um ano (PIRES, 2005). 
 
 
 
 
27 
 
12 NBC P 2 – NORMAS PROFISSIONAIS DO PERITO 
Vasconcelos, Frabi e Castro (2011) explicam que a NBC P 2 trata das normas 
profissionais do perito contábil, ou seja, dos direitos e deveres do profissional quanto 
a: competência técnico-profissional, independência, impedimento, honorários, 
sigilo, responsabilidade e zelo bem como utilização de trabalho de especialista e 
educação continuada. Estas, NORMAS PROFISSIONAIS DO PERITO, determina 
que Perito é o Contador regularmente registrado em Conselho Regional de 
Contabilidade, que exerce a atividade pericial de forma pessoal, devendo ser 
profundo conhecedor, por suas qualidades e experiência, da matéria periciada. 
As Normas Profissionais do perito contabil são: NBC PP 01 (R1) e NBC PP 02 
NBC PP 01 (R1): 
“ OBJETIVO 1. Esta Norma estabelece diretrizes inerentes à atuação do 
contador na condição de perito. CONCEITO 2. Perito é o contador detentor de 
conhecimento técnico e científico, regularmente registrado em Conselho Regional 
de Contabilidade e no Cadastro Nacional dos Peritos Contábeis, que exerce a 
atividade pericial de forma pessoal ou por meio de órgão técnico ou científico, com 
as seguintes denominações: (a) perito do juízo é o contador nomeado pelo poder 
judiciário para exercício da perícia contábil; (b) perito arbitral é o contador nomeado 
em arbitragem para exercício da perícia contábil; (c) perito oficial é o contador 
investido na função por lei e pertencente a órgão especial do Estado; (d) assistente 
técnico é o contador ou órgão técnico ou científico indicado e contratado pela parte 
em perícias contábeis. ALCANCE 3. Essa Norma aplica-se aos contadores que 
exercem a função pericial. 4. Aplica-se ao perito a NBC PG 01 – Código de Ética 
Profissional do Contador, a NBC PG 100 – Cumprimento do Código, dos Princípios 
Fundamentais e da Estrutura Conceitual e a NBC PG 300 – Contadores que 
Prestam Serviços (Contadores Externos) e a NBC PG 12 – Educação Profissional 
Continuadanaqueles aspectos não abordados por esta Norma. HABILITAÇÃO 
PROFISSIONAL 5. O perito deve comprovar sua habilitação por intermédio de 
Certidão de Regularidade Profissional emitida pelos Conselhos Regionais de 
Contabilidade ou do Cadastro Nacional de Peritos Contábeis do CFC. O perito pode 
 
 
 
28 
 
anexá-las no primeiro ato de sua manifestação e na apresentação do laudo ou 
parecer. 6. A indicação ou a contratação de assistente técnico ocorre quando a parte 
ou a contratante desejar ser assistida por contador, ou comprovar algo que dependa 
de conhecimento técnico-científico, razão pela qual o profissional só deve aceitar o 
encargo se reconhecer estar capacitado com conhecimento, discernimento e 
independência para a realização do trabalho. IMPEDIMENTOS PROFISSIONAIS 7. 
Impedimentos profissionais são situações fáticas ou circunstanciais que 
impossibilitam o perito de exercer, regularmente, suas funções ou realizar atividade 
pericial em processo judicial ou extrajudicial, inclusive arbitral. Os itens previstos 
nesta Norma explicitam os conflitos de interesse motivadores dos impedimentos a 
que está sujeito o perito nos termos da legislação vigente. 8. Caso o perito não 
possa exercer suas atividades com isenção, é fator determinante que ele se declare 
impedido, após nomeado ou indicado, quando ocorrerem as situações previstas 
nesta Norma. 9. Quando nomeado, o perito deve dirigir petição, no prazo legal, 
justificando a escusa ou o motivo do impedimento. 10. Quando indicado nos autos 
pela parte e não aceitando o encargo, o assistente técnico deve comunicar a ela 
sua recusa, devidamente justificada por escrito, facultado o envio de cópia à 
autoridade competente. 11. O assistente técnico deve declarar-se impedido quando, 
após contratado, verificar a ocorrência de situações que venham suscitar 
impedimento em função da sua imparcialidade ou independência e, dessa maneira, 
comprometer o resultado do seu trabalho. SUSPEIÇÃO E IMPEDIMENTO LEGAL 
12. O perito nomeado deve se declarar suspeito ou impedido quando não puder 
exercer suas atividades, observadas as disposições legais. 13. O perito deve 
declarar-se suspeito quando, após nomeado ou contratado, verificar a ocorrência 
de situações que venham suscitar suspeição em função da sua imparcialidade ou 
independência e, dessa maneira, comprometer o resultado do seu trabalho em 
relação à decisão. 14. Os casos de suspeição e impedimento a que está sujeito o 
perito nomeado são os seguintes: (a) ser amigo íntimo de qualquer das partes; (b) 
ser inimigo capital de qualquer das partes; (c) ser devedor ou credor em mora de 
qualquer das partes, dos seus cônjuges, de parentes destes em linha reta ou em 
linha colateral até o terceiro grau ou entidades das quais esses façam parte de seu 
 
 
 
29 
 
quadro societário ou de direção; (d) ser herdeiro presuntivo ou donatário de alguma 
das partes ou dos seus cônjuges; (e) ser parceiro, empregador ou empregado de 
uma das partes; (f) aconselhar, de alguma forma, parte envolvida no litígio acerca 
do objeto da discussão; e (g) houver qualquer interesse no julgamento da causa em 
favor de uma das partes. 15. O perito pode ainda declarar-se suspeito por motivo 
de foro íntimo. RESPONSABILIDADE 16. O perito deve conhecer as 
responsabilidades sociais, éticas, profissionais e legais às quais está sujeito no 
momento em que aceita o encargo para a execução de perícias contábeis judiciais 
e extrajudiciais, inclusive arbitral. 17. O termo “responsabilidade” refere-se à 
obrigação do perito em respeitar os princípios da ética e do direito, atuando com 
lealdade, idoneidade e honestidade no desempenho de suas atividades, sob pena 
de responder civil, criminal, ética e profissionalmente por seus atos. 18. Ciente do 
livre exercício profissional, deve o perito nomeado, sempre que possível e não 
houver prejuízo aos seus compromissos profissionais e às suas finanças pessoais, 
em colaboração com o Poder Judiciário, aceitar o encargo confiado ou escusar-se 
do encargo, no prazo legal, apresentando suas razões. 19. O perito nomeado, no 
desempenho de suas funções, deve propugnar pela imparcialidade, dispensando 
igualdade de tratamento às partes e, especialmente, aos assistentes técnicos. Não 
se considera parcialidade, entre outros, os seguintes: (a) atender às partes ou a 
assistentes técnicos, desde que se assegure igualdade de oportunidades; ou (b) 
fazer uso de trabalho técnico-científico anteriormente publicado pelo perito 
nomeado que verse sobre matéria em discussão. Responsabilidade civil e penal 20. 
A legislação civil determina responsabilidades e penalidades para o profissional que 
exerce a função de perito, as quais consistem em multa, indenização e inabilitação. 
21. A legislação penal estabelece penas de multa e reclusão para os profissionais 
que exercem a atividade pericial que descumprirem as normas legais. ZELO 
PROFISSIONAL 22. O termo “zelo”, para o perito, refere-se ao cuidado que ele deve 
dispensar na execução de suas tarefas, em relação à sua conduta, documentos, 
prazos, tratamento dispensado às autoridades, aos integrantes da lide e aos demais 
profissionais, de forma que sua pessoa seja respeitada, seu trabalho levado a bom 
termo e, consequentemente, o laudo pericial contábil e o parecer pericial-contábil 
 
 
 
30 
 
sejam dignos de fé pública. 23. O zelo profissional do perito na realização dos 
trabalhos periciais compreende: (a) cumprir os prazos fixados pelo juiz em perícia 
judicial e nos termos contratados em perícia extrajudicial, inclusive arbitral; (b) 
comunicar ao juízo, antes do início da perícia, caso o prazo estipulado no despacho 
judicial para entrega do laudo pericial seja incompatível com a extensão do trabalho, 
sugerindo o prazo que entenda adequado; (c) assumir a responsabilidade pessoal 
por todas as informações prestadas em matéria objeto da perícia, os quesitos 
respondidos, os procedimentos adotados, as diligências realizadas, os valores 
apurados e as conclusões apresentadas no laudo pericial contábil e no parecer 
pericial contábil; (d) prestar os esclarecimentos determinados pela autoridade 
competente, respeitados os prazos legais ou contratuais; (e) propugnar pela 
celeridade processual, valendo-se dos meios que garantam eficiência, segurança, 
publicidade dos atos periciais, economicidade, o contraditório e a ampla defesa; (f) 
ser prudente, no limite dos aspectos técnico-científicos, e atento às consequências 
advindas dos seus atos; (g) ser receptivo aos argumentos e críticas, podendo 
ratificar ou retificar o posicionamento anterior. 24. A transparência e o respeito 
recíprocos entre o perito nomeado e os assistentes técnicos pressupõem 
tratamento impessoal, restringindo os trabalhos, exclusivamente, ao conteúdo 
técnico-científico. 25. O perito é responsável pelo trabalho de sua equipe técnica. 
26. Quando não for possível concluir o laudo pericial contábil no prazo fixado pela 
autoridade competente, deve o perito nomeado requerer a sua dilação antes de 
vencido aquele, apresentando os motivos que ensejaram a solicitação. 27. Na 
perícia extrajudicial, o perito deve estipular os prazos necessários para a execução 
dos trabalhos e a descrição dos serviços a executar na proposta de trabalho e 
honorários, e posteriormente, no contrato de prestação de serviços firmado com o 
contratante. 28. A realização de diligências, para a busca de elementos de provas, 
quando necessária, deve ser comunicada aos assistentes técnicos com 
antecedência legal. UTILIZAÇÃO DE TRABALHO DE ESPECIALISTA 29. 
Tratando-se de perícia que abranja mais de uma área de conhecimento 
especializado, o perito deve comunicar ao juízo. PLANO DE TRABALHO E 
HONORÁRIOS 30. Na elaboração do plano de trabalho e respectiva proposta de 
 
 
 
31 
 
honorários, o perito deve considerar, entre outros fatores: a relevância, o vulto, o 
risco, a responsabilidade, a complexidadeoperacional, o pessoal técnico, o prazo 
estabelecido e a forma de recebimento. Elaboração de proposta 31. O perito deve 
elaborar a proposta de honorários, quando possível, descrevendo o plano de 
trabalho de forma a atender ao objeto da perícia, considerando as várias etapas do 
trabalho pericial até o término da instrução ou homologação do laudo. 32. O perito 
pode ressalvar que as despesas com viagens, hospedagens, transporte, 
alimentação e outras despesas não estão inclusas na proposta de honorários e 
devem ser objeto de ressarcimento. 33. O assistente técnico deve, 
obrigatoriamente, celebrar contrato de prestação de serviços com o seu cliente, 
observando as normas estabelecidas pelo Conselho Federal de Contabilidade. 
Quesitos suplementares/complementares 34. O perito deve ressaltar, em sua 
proposta de honorários, que esta não contempla os honorários relativos a quesitos 
suplementares/complementares. Quando haja necessidade de complementação de 
honorários, devem-se observar os mesmos critérios adotados para a elaboração da 
proposta inicial. Levantamento dos honorários 35. O perito nomeado pode requerer 
a liberação de até 50% dos honorários depositados, quando julgar necessário para 
o custeio antes do início dos trabalhos, sendo defeso o perito receber honorários 
diretamente dos litigantes ou de seus procuradores ou prepostos, salvo disposição 
em contrário determinada pela autoridade competente. Devolução de honorários 36. 
Quando a perícia for considerada inconclusiva ou ineficiente, ou quando substituído, 
pode a autoridade competente determinar a redução ou devolução do valor dos 
honorários já recebidos. Execução de honorários periciais 37. Os honorários 
periciais fixados ou arbitrados e não quitados podem ser executados, judicialmente, 
pelo perito em conformidade com os dispositivos do Código de Processo Civil. 
ESCLARECIMENTOS 38. O perito deve prestar esclarecimentos sobre o conteúdo 
do laudo pericial contábil ou do parecer pericial contábil, em atendimento à 
determinação da autoridade competente. 39. Se o pedido de esclarecimentos tratar 
de matéria nova, alheia ao conteúdo do laudo pericial, se caracteriza quesito 
suplementar. TERMOS OFENSIVOS 40. Palavras e termos ofensivos: o perito que 
se sentir ofendido por expressões injuriosas, de forma escrita ou verbal, pode tomar 
 
 
 
32 
 
as seguintes providências: (a) sendo a ofensa escrita ou verbal, por qualquer das 
partes, peritos ou advogados, o perito ofendido pode requerer da autoridade 
competente que mande riscar os termos ofensivos dos autos ou cassada a palavra; 
(b) as providências adotadas, na forma prevista na alínea (a), não impedem outras 
medidas de ordem administrativa, civil ou criminal; (c) quando a perícia ocorrer no 
âmbito extrajudicial e houver ofensas entre peritos contábeis, o fato pode ser 
comunicado pelo ofendido ao Conselho Regional de Contabilidade para as 
providências cabíveis, independente de outras medidas de ordem administrativa, 
civil ou criminal. VIGÊNCIA Esta Norma entra em vigor na data de sua publicação 
e revoga a NBC PP 01, publicada no DOU, Seção 1, de 19/3/2015. ” (NORMA 
BRASILEIRA DE CONTABILIDADE, NBC PP 01 (R1) ) 
 
NBC PP 02: 
“ Conceituação e objetivos 1. O Exame de Qualificação Técnica (EQT) para 
perito contábil tem por objetivo aferir o nível de conhecimento e a competência 
técnico-profissional necessários ao contador que pretende atuar na atividade de 
perícia contábil. 2. O EQT para perito contábil será implementado pela aplicação de 
prova escrita, conforme definido nesta norma. 3. A aprovação na prova de 
Qualificação Técnica para perito contábil assegura ao contador o registro no 
Cadastro Nacional de Peritos Contábeis (CNPC) do Conselho Federal de 
Contabilidade (CFC). Administração 2 4. O EQT para perito contábil é administrado 
pela Comissão Administradora de Exame (CAE) formada por membros que sejam 
contadores, com experiência em Perícia Contábil, indicados pelo CFC. 5. Os 
membros da CAE, entre eles o coordenador, são nomeados pelo presidente do 
CFC, pelo período de 2 (dois) anos, podendo ser reconduzidos. 6. A CAE deve se 
reunir, no mínimo, duas vezes ao ano, em data, hora e local definidos pelo seu 
coordenador, sujeita à autorização do presidente do CFC. 7. São atribuições da 
CAE: (a) estabelecer as condições, o formato e o conteúdo do EQT que será 
realizado; (b) dirimir dúvidas a respeito do EQT para perito contábil e resolver 
situações não previstas nesta norma, submetendo-as à Vice-Presidência de 
Desenvolvimento Profissional; (c) zelar pela confidencialidade do Exame, pelos 
 
 
 
33 
 
seus resultados e por outras informações relacionadas; (d) emitir relatório após a 
conclusão de cada Exame, a ser encaminhado para a VicePresidência de 
Desenvolvimento Profissional, contendo, no mínimo: relação dos inscritos, relação 
dos aprovados e notas obtidas por cada participante; e (e) decidir, em primeira 
instância administrativa, sobre os recursos apresentados pelos candidatos ao EQT. 
Estrutura, controle e aplicação 8. Cabe à Vice-Presidência de Desenvolvimento 
Profissional, em conjunto com a CAE: (a) elaborar o edital, administrar e coordenar 
a aplicação do Exame (EQT) em todas as suas etapas; (b) emitir e publicar, no 
Diário Oficial da União, relatório contendo o nome e o registro no CRC dos 
candidatos aprovados no EQT para perito contábil, até 75 (setenta e cinco) dias 
após a sua realização; e (c) encaminhar ao plenário os assuntos que dependam da 
sua deliberação e/ou aprovação. Forma e conteúdo das provas 9. A prova será 
escrita, contemplando questões para respostas objetivas e questões para respostas 
dissertativas. 10. A prova será aplicada nas Unidades da Federação em que 
existirem inscritos, em locais a serem divulgados pelo CFC e pelos Conselhos 
Regionais de Contabilidade (CRCs). 11. Na prova de Qualificação Técnica Geral 
para perito contábil, são exigidos conhecimentos do contador nas seguintes áreas: 
(a) Legislação Profissional; (b) Ética Profissional; (c) Normas Brasileiras de 
Contabilidade, Técnicas e Profissionais, editadas pelo Conselho Federal de 
Contabilidade, inerentes à perícia; (d) Legislação Processual Civil aplicada à 
perícia; e 3 (e) Língua Portuguesa e Redação; (f) Direito Constitucional, Civil e 
Processual Civil afetos à legislação profissional, à prova pericial e ao perito. 12. O 
CFC, por intermédio da Vice-Presidência de Desenvolvimento Profissional, deve 
providenciar a divulgação em seu portal na internet dos conteúdos programáticos 
que serão exigidos na prova, com a antecedência mínima de 60 (sessenta) dias em 
relação à data da aplicação da prova. Aprovação e periodicidade 13. O candidato 
será aprovado se obtiver, no mínimo, 60% (sessenta por cento) dos pontos das 
questões objetivas e 60% (sessenta por cento) dos pontos das questões 
dissertativas previstos na prova. 14. A prova deve ser aplicada, pelo menos, uma 
vez por ano, em data e hora fixadas no edital. Certidão de aprovação 15. O CFC 
disponibilizará, em seu portal na internet, a Certidão de Aprovação no Exame aos 
 
 
 
34 
 
candidatos aprovados, a partir da data de publicação do resultado final no Diário 
Oficial da União, que terá validade de um ano. Recursos 16. O candidato inscrito no 
Exame pode interpor recurso sobre o teor das provas e/ou sobre o resultado final 
publicado pelo CFC, sem efeito suspensivo, dentro dos prazos e instâncias 
definidos em edital. Impedimentos: preparação de candidatos e participação 17. O 
CFC e os CRCs, seus conselheiros efetivos e suplentes, seus funcionários, seus 
delegados, seus representantes, os integrantes de suas Comissões e de Grupos de 
Trabalho de Perícia e os integrantes da CAE não podem oferecer ou apoiar, a 
qualquer título, cursos preparatórios para os candidatos ao EQT para perito contábil 
ou deles participar, a qualquer título ou função, exceto na condição de aluno. 18.Os 
membros efetivos da CAE não podem se submeter ao EQT para perito contábil de 
que trata esta norma, no período em que estiverem nessa condição. 19. O 
descumprimento do disposto no item anterior caracteriza infração de natureza ética, 
sujeitando-se o infrator às penalidades previstas no Código de Ética Profissional do 
Contador. Divulgação 20. O CFC desenvolverá campanha no sentido de esclarecer 
e divulgar o EQT para perito contábil, com a colaboração dos CRCs nas suas 
jurisdições. Banco de questões 21. A CAE pode solicitar, por intermédio da Vice-
Presidência de Desenvolvimento Profissional, a entidades de renomado 
conhecimento técnico, sugestões de questões para a composição do 4 banco de 
questões a ser utilizado para a elaboração das provas para o EQT para perito 
contábil. Disposições finais 22. O CFC adotará as providências necessárias ao 
atendimento do disposto na presente norma, competindo ao seu Plenário interpretá-
la quando se fizer necessário. Vigência Esta norma entra em vigor na data de sua 
publicação, produzindo efeitos a partir de 1º de janeiro de 2017. (NORMA 
BRASILEIRA DE CONTABILIDADE, NBC PP 02)” 
 
A Norma Técnica de perícia contabil é: NBC TP – de Perícia a mesma 
estabelece: 
“ OBJETIVO 1. Esta Norma estabelece diretrizes e procedimentos técnico-
científicos a serem observados pelo perito, quando da realização de perícia contábil, 
no âmbito judicial e extrajudicial. CONCEITO 2. A perícia contábil é o conjunto de 
 
 
 
35 
 
procedimentos técnico-científicos destinados a levar à instância decisória 
elementos de prova necessários a subsidiar a justa solução do litígio ou constatação 
de fato, mediante laudo pericial contábil e/ou parecer pericial contábil, em 
conformidade com as normas jurídicas e profissionais e com a legislação específica 
no que for pertinente. 3. O laudo pericial contábil e o parecer pericial contábil têm 
por limite o objeto da perícia deferida ou contratada. 4. A perícia contábil é de 
competência exclusiva de contador em situação regular em Conselho Regional de 
Contabilidade. 5. A perícia judicial é exercida sob a tutela do Poder Judiciário. A 
perícia extrajudicial é exercida no âmbito arbitral, estatal ou voluntária. A perícia 
arbitral é exercida sob o controle da lei de arbitragem e pelos regulamentos das 
Câmaras de Arbitragem. Perícias oficial e estatal são executadas sob o controle de 
órgãos de Estado. Perícia voluntária é contratada, espontaneamente, pelo 
interessado ou de comum acordo entre as partes. PLANEJAMENTO 6. O 
planejamento da perícia é a etapa do trabalho pericial, na qual o perito estabelece 
as diretrizes e a metodologia a serem aplicadas. Objetivos 7. Os objetivos do 
planejamento da perícia são: (a) conhecer o objeto e a finalidade da perícia para 
permitir a escolha de diretrizes e procedimentos a serem adotados para a 
elaboração do trabalho pericial; (b) desenvolver plano de trabalho onde são 
especificadas as diretrizes e procedimentos a serem adotados na perícia; (c) 
estabelecer condições para que o plano de trabalho seja cumprido no prazo 
estabelecido; (d) identificar potenciais problemas e riscos que possam vir a ocorrer 
no andamento da perícia; (e) identificar fatos importantes para a solução da 
demanda, de forma que não passem despercebidos ou não recebam a atenção 
necessária; (f) identificar a legislação aplicável ao objeto da perícia; (g) estabelecer 
como ocorrerá a divisão das tarefas entre os membros da equipe de trabalho, 
sempre que o perito necessitar de auxiliares. Desenvolvimento 8. Elaborado o plano 
de trabalho pericial, o perito pode convidar os assistentes técnicos para uma reunião 
de trabalho, presencial ou por meio eletrônico, para dar conhecimento do 
planejamento da execução do trabalho pericial. 9. Ao identificar na etapa de 
elaboração do planejamento, as diligências necessárias desde que não haja 
preclusão de prova documental, é necessário considerar a legislação aplicável, 
 
 
 
36 
 
documentos, registros, livros contábeis, fiscais e societários, laudos e pareceres já 
realizados e outras informações pertinentes para determinar a natureza do trabalho 
a ser executado. 10. O planejamento deve ser realizado pelo perito nomeado ainda 
que o trabalho venha a ser realizado de forma conjunta. 11. O planejamento da 
perícia deve ser mantido por qualquer meio de registro que facilite o entendimento 
dos procedimentos a serem aplicados e sirva de orientação adequada à execução 
do trabalho. 12. O planejamento deve ser revisado e atualizado sempre que fatos 
novos surjam no decorrer da perícia. Equipe técnica 13. Quando a perícia exigir o 
trabalho de terceiros (equipe de apoio, trabalho de especialistas ou profissionais de 
outras áreas de conhecimento), o planejamento deve prever a orientação e a 
supervisão do perito nomeado, que responde pelos trabalhos por eles executados. 
Cronograma 14. O perito nomeado deve considerar que o planejamento tem início 
antes da elaboração da proposta de honorários, para apresentá-la à autoridade 
competente ou ao contratante, há necessidade de se especificarem as etapas do 
trabalho a serem realizadas salvo as que possam surgir quando da execução do 
trabalho pericial. 15. O plano de trabalho deve evidenciar todas as etapas 
necessárias à execução da perícia, como: diligências, deslocamentos, trabalho de 
terceiros, pesquisas, cálculos, planilhas, respostas aos quesitos, reuniões com os 
assistentes técnicos, prazo para apresentação do laudo pericial contábil ou 
oferecimento do parecer pericial contábil. TERMOS E ATAS 16. Termo de diligência 
é o instrumento por meio do qual o perito cumpre a determinação legal ou 
administrativa e solicita que sejam colocados à disposição livros, documentos, 
coisas, dados e informações necessárias à elaboração do laudo pericial contábil ou 
parecer pericial contábil. 17. O termo de diligência serve para formalizar e 
comprovar o trabalho de campo; deve ser redigido pelo perito nomeado; e ser 
encaminhado ao diligenciado. 18. O perito deve observar os prazos a que está 
obrigado por força de determinação legal e, dessa forma, definir o prazo para o 
cumprimento da solicitação pelo diligenciado. 19. Caso ocorra a negativa da entrega 
dos elementos de prova formalmente requeridos, o perito deve se reportar 
diretamente a quem o nomeou, contratou ou indicou, narrando os fatos e solicitando 
as providências cabíveis. Estrutura do termo de diligência 20. O termo deve conter 
 
 
 
37 
 
os seguintes itens: (a) identificação do diligenciado; (b) identificação das partes ou 
dos interessados e, em se tratando de perícia judicial ou arbitral, o número do 
processo ou procedimento, o tipo e o juízo em que tramita; (c) identificação 
profissional do perito; (d) indicação de que está sendo elaborado nos termos desta 
Norma; (e) indicação detalhada dos documentos, coisas, dados e informações, 
consignando as datas e/ou períodos abrangidos, podendo identificar o quesito a que 
se refere; (f) indicação do prazo e do local para a exibição dos elementos indicados 
na alínea anterior; (g) local, data e assinatura. Atas 21. Tudo quanto é debatido e 
deliberado nas reuniões realizadas pelo perito pode ser lavrado em ata, a qual será 
assinada pelos presentes, que receberão uma via da mesma, e uma das vias deve 
ser juntada com o laudo. EXECUÇÃO 22. Ao ser intimado para dar início aos 
trabalhos periciais, o perito nomeado deve comunicar às partes e aos assistentes 
técnicos: a data e o local de início da produção da prova pericial contábil, exceto se 
fixados pelo juízo, juízo arbitral ou autoridade administrativa: (a) caso não haja, nos 
autos, dados suficientes para a localização dos assistentes técnicos, a comunicação 
deve ser feita aos advogados das partes e, caso estes também não tenham 
informado endereço nas suas petições, a comunicação deve ser feita diretamente 
às partes e/ou ao Juízo, juízo arbitral ouautoridade administrativa; (b) assim que 
formalizada sua contratação, pode o assistente técnico manter contato com o perito, 
colocando-se à disposição para cooperar do desenvolvimento do trabalho pericial; 
(c) o perito nomeado deve assegurar aos assistentes técnicos o acesso aos autos 
e aos elementos de prova arrecadados durante a perícia, indicando local, data e 
hora para exame deles; (d) os assistentes técnicos têm o dever inalienável de 
colaborar para a revelação da verdade e comportar-se de acordo com a boa-fé e 
com a equidade, além de cooperar entre si e com o perito nomeado, para que se 
obtenha um resultado da perícia em tempo razoável; (e) os assistentes técnicos 
podem entregar ao perito nomeado cópia do seu parecer prévio, planilhas ou 
memórias de cálculo, informações e demonstrações que possam esclarecer ou 
auxiliar o trabalho a ser desenvolvido pelo perito nomeado, assegurado o acesso 
ao outro assistente. 23. O assistente técnico pode, logo após a sua contratação, 
manter contato com o advogado da parte que o contratou, requerendo dossiê 
 
 
 
38 
 
completo do processo para conhecimento dos fatos e melhor acompanhamento dos 
atos processuais no que for pertinente à perícia. 24. O perito, enquanto estiver de 
posse do processo ou de documentos, deve zelar por sua guarda e segurança e ser 
diligente. 25. Para a execução da perícia contábil, o perito deve ater-se ao objeto e 
ao lapso temporal da perícia a ser realizada. 26. Mediante termo de diligência, o 
perito deve solicitar, por escrito, todos os documentos e informações relacionados 
ao objeto da perícia, fixando o prazo para entrega. 27. A eventual recusa no 
atendimento aos elementos solicitados nas diligências ou qualquer dificuldade na 
execução do trabalho pericial devem ser comunicadas ao juízo, com a devida 
comprovação ou justificativa, em se tratando de perícia judicial; ao juiz arbitral ou à 
parte contratante, no caso de perícia extrajudicial. 28. O perito pode utilizar os meios 
que lhe são facultados pela legislação e as normas concernentes ao exercício de 
sua função, com vistas a instruir o laudo pericial contábil ou o parecer pericial 
contábil com as peças que julgar necessárias. 29. O perito deve manter registro dos 
locais e datas das diligências, nome das pessoas que o atender, livros e 
documentos ou coisas vistoriadas, examinadas ou arrecadadas, dados e 
particularidades de interesse da perícia, rubricando a documentação examinada, 
quando julgar necessário e possível, juntando o elemento de prova original, cópia 
ou certidão. 30. A execução da perícia, quando incluir a utilização de equipe técnica, 
deve ser realizada sob a orientação e supervisão do perito, que assume a 
responsabilidade pelos trabalhos. 31. O perito deve especificar os elementos 
relevantes que serviram de suporte à conclusão formalizada no laudo pericial 
contábil e no parecer pericial contábil. Procedimentos 32. Os procedimentos 
periciais contábeis visam fundamentar o laudo pericial contábil e o parecer pericial 
contábil e abrangem, total ou parcialmente, segundo a natureza e a complexidade 
da matéria, exame, vistoria, indagação, investigação, arbitramento, mensuração, 
avaliação, certificação e testabilidade. Esses procedimentos são assim definidos: 
(a) exame é a análise de livros, registros de transações e documentos; (b) vistoria 
é a diligência que objetiva a verificação e a constatação de situação, coisa ou fato, 
de forma circunstancial; (c) indagação é a busca de informações mediante 
entrevista com conhecedores do objeto ou de fato relacionado à perícia; (d) 
 
 
 
39 
 
investigação é a pesquisa que busca constatar o que está oculto por quaisquer 
circunstâncias; (e) arbitramento é a determinação de valores, quantidades ou a 
solução de controvérsia por critério técnico-científico; (f) mensuração é o ato de 
qualificação e quantificação física de coisas, bens, direitos e obrigações; (g) 
avaliação é o ato de estabelecer o valor de coisas, bens, direitos, obrigações, 
despesas e receitas; (h) certificação é o ato de atestar a informação obtida na 
formação da prova pericial; (i) testabilidade é a verificação dos elementos probantes 
juntados aos autos e o confronto com as premissas estabelecidas. LAUDO 
PERICIAL CONTÁBIL E PARECER PERICIAL CONTÁBIL 33. Concluídos os 
trabalhos periciais, o perito nomeado deve apresentar laudo pericial contábil, e o 
assistente técnico pode oferecer seu parecer pericial contábil, obedecendo aos 
respectivos prazos legais e/ou contratuais. 34. O perito nomeado, depois de 
protocolado o laudo, pode fornecer cópia aos assistentes técnicos. 35. O assistente 
técnico não pode validar o laudo pericial quando o documento tiver sido elaborado 
por leigo ou profissional de outra área, devendo, neste caso, oferecer o parecer 
pericial contábil sobre a matéria periciada. 36. O laudo pericial contábil e o parecer 
pericial contábil devem ser elaborados somente por contador ou pessoa jurídica, se 
a lei assim permitir, que estejam devidamente registrados e habilitados. A 
habilitação é comprovada por intermédio da Certidão de Regularidade Profissional 
emitida por Conselho Regional de Contabilidade ou do Cadastro Nacional de Peritos 
Contábeis do Conselho Federal de Contabilidade. 37. O laudo pericial contábil e o 
parecer pericial contábil são documentos escritos, que devem registrar, de forma 
abrangente, o conteúdo da perícia e particularizar os aspectos e as minudências 
que envolvam o seu objeto e as buscas de elementos de prova necessários para a 
conclusão do seu trabalho. 38. Os peritos devem consignar, no final do laudo pericial 
contábil ou do parecer pericial contábil, de forma clara e precisa, as suas 
conclusões. Apresentação do laudo pericial contábil e do parecer pericial contábil 
39. O laudo e o parecer são, respectivamente, orientados e conduzidos pelo perito 
nomeado e pelo assistente técnico, que devem adotar padrão próprio, respeitada a 
estrutura prevista nas disposições legais, administrativas e nesta Norma. 40. A 
linguagem adotada pelo perito deve ser clara, concisa, evitando o prolixo e a 
 
 
 
40 
 
tergiversação, possibilitando aos julgadores e às partes o devido conhecimento da 
prova técnica e interpretação dos resultados obtidos. As respostas aos quesitos 
devem ser objetivas, completas e não lacônicas. Os termos técnicos devem ser 
inseridos no laudo e no parecer, de modo a se obter uma redação que qualifique o 
trabalho pericial, respeitadas as Normas Brasileiras de Contabilidade. 41. Tratando-
se de termos técnicos atinentes à Ciência Contábil, devem ser acrescidos dos seus 
respectivos conceitos doutrinários, sentido e alcance contabilístico de cada um dos 
termos técnicos, além de esclarecimentos adicionais ou em notas de rodapé. É 
recomendada a utilização daqueles termos já consagrados pela literatura contábil. 
42. O perito deve elaborar o laudo e o parecer, utilizando-se do vernáculo, sendo 
admitidas apenas palavras ou expressões idiomáticas de outras línguas de uso 
comum nos tribunais judiciais ou extrajudiciais. 43. O laudo e o parecer devem 
contemplar o resultado final alcançado por meio de elementos de prova inclusos 
nos autos ou arrecadados em diligências que o perito tenha efetuado, por intermédio 
de peças contábeis e quaisquer outros documentos, tipos e formas. Terminologia 
44. Forma circunstanciada: é a redação pormenorizada e efetuada com cautela em 
relação aos procedimentos e aos resultados obtidos no trabalho pericial. Síntese do 
objeto da perícia: definir de forma clara o propósito ou a finalidade da perícia. 45. 
Resumo dos autos: o relato ou a transcrição sucinta, de forma que resulte em leitura 
compreensiva dos fatos relatados sobre as questões básicas, que resultaram na 
nomeação ou na contratação do perito. 46. Diligência: (a) lato sensu: todos os atos 
adotados pelo perito, inclusive, comunicações às partes e seus assistentes,

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