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boletim-tuberculose-2021_24.03

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Boletim 
Epidemiológico
Secretaria de Vigilância em Saúde | Ministério da Saúde
Número Especial | Mar. 2021
Tuberculose | 2021
Organização e colaboração:
Artemir Coelho de Brito
Daiane Alves da Silva
Daniele Gomes Dell’Orti
Denise Arakaki 
Fernanda Dockhorn Costa Johansen
Kleydson Bonfim Andrade 
Layana Costa Alves
Lorenna Sales Rocha Fornaziere 
Nicole Menezes de Souza
Rodrigo de Macedo Couto
Tiemi Arakawa
Patricia Rodrigues Sanine
Revisão científica:
Gabriela Tavares Magnabosco
Revisão ortográfica:
Angela Gasperin Martinazzo 
Projeto gráfico:
Necom/GAB/
Diagramação:
Marcos Cleuton 
Normalização:
Editora MS/CGDI
1.Tuberculose 2.Epidemiologia 3.Vigilância
Títulos para indexação: Epidemiological Report - Tuberculosis 2021
Número Especial | Mar. 2021
©1969. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. É permitida a reprodução 
parcial ou total desta obra, desde que citada a fonte e que não seja para venda ou 
qualquer fim comercial. 
Boletim Epidemiológico de Tuberculose
Tiragem: 1ª edição – 2021 – 100 exemplares
Elaboração, distribuição e informações:
MINISTÉRIO DA SAÚDE
Secretaria de Vigilância em Saúde
Departamento de Doenças de Condições Crônicas e
Infecções Sexualmente Transmissíveis – DCCI 
Coordenação Geral de Vigilância das Doenças de Transmissão 
Respiratória de Condições Crônicas – CGDR
Coordenação Geral:
Angélica Espinosa Barbosa Miranda 
Gerson Fernando Mendes Pereira
Boletim Epidemiológico Especial
Secretaria de Vigilância em Saúde
Ministério da Saúde
MS
Secretaria de Vigilância em Saúde | Ministério da Saúde Número Especial | Mar. 2021
Tuberculose | 2021
Boletim 
Epidemiológico
Figura 1 – Coeficiente de incidência de tuberculose geral (por 100 mil hab.). Brasil, 2011 a 2020 .................... 13
Figura 2 – Percentual de casos novos de tuberculose por raça/cor. Brasil, 2011 a 2020 ...................................... 14
Figura 3 – Coeficiente de incidência de tuberculose (por 100 mil hab.). Unidade Federada, 2020 .................. 14
Figura 4 – Coeficiente de mortalidade por tuberculose (por 100 mil hab.). Brasil, 2010 a 2019 ........................ 15
Figura 5 – Coeficiente de mortalidade por tuberculose (por 100 mil hab.). Unidade Federada, 2019.............. 15
Figura 6 – Proporção de testagem para o HIV e de coinfecção TB-HIV entre os casos novos de 
tuberculose. Brasil, 2011 a 2020 ........................................................................................................................ 16
Figura 7 – Proporção de testagem para o HIV e de coinfecção TB-HIV entre os casos novos de 
tuberculose. Unidade Federada, 2020 ............................................................................................................... 16
Figura 8 – Proporção de casos novos de tuberculose confirmados por critério laboratorial. 
Brasil, 2011 a 2020 ...................................................................................................................................................17
Figura 9 – Situação de encerramento do tratamento dos casos novos de tuberculose pulmonar 
 confirmado por critério laboratorial, sensível e multidrogarresistente/resistente à 
 rifampicina. Brasil, 2019 e 2018 .......................................................................................................................... 18
Figura 10 – Proporção de casos novos de tuberculose diagnosticados em populações vulneráveis. 
Brasil, 2015 a 2020 ................................................................................................................................................ 19
Figura 11 – Casos de tuberculose drogarresistente. Unidade Federada, 2015 a 2020 ..........................................20
Figura 12 – Padrão de resistência dos casos novos de tuberculose drogarresistente. 
Brasil, 2015 a 2020 ................................................................................................................................................20
Figura 13 – Casos diagnosticados de tuberculose (A) e total de consumo de cartuchos de Teste 
Rápido Molecular para Tuberculose (TRM-TB) utilizados (B). Brasil, 2019 e 2020 ............................ 21
Lista de quadros
Quadro 1 – Descrição dos indicadores epidemiológicos e operacionais da tuberculose ...................................40
Lista de figuras
Tabela 1 – Indicadores epidemiológicos e operacionais dos casos novos de tuberculose por UF, 
regiões e Brasil, 2020 ......................................................................................................................................................... 25
Tabela 2 – Indicadores epidemiológicos e operacionais dos casos novos de tuberculose por capitais.
Brasil, 2020 .............................................................................................................................................................................26
Tabela 3 – Indicadores de mortalidade por tuberculose por UF, regiões e Brasil, 2019 ..................................................... 27 
Tabela 4 – Indicadores de mortalidade por tuberculose por capitais. Brasil, 2019 .............................................................28
Tabela 5 – Indicadores de coinfecção TB-HIV por UF, regiões e Brasil, 2020 ......................................................................... 29 
Tabela 6 – Indicadores de coinfecção TB-HIV por capitais. Brasil, 2020 ..................................................................................30
Tabela 7 – Indicadores laboratoriais e de investigação de contatos dos casos de tuberculose por UF, 
regiões e Brasil, 2020 ............................................................................................................................................................31
Tabela 8 – Indicadores laboratoriais e de investigação de contatos dos casos de tuberculose por capitais. 
Brasil, 2020 .......................................................................................................................................................................... 32
Tabela 9 – Indicadores operacionais de encerramento do tratamento dos casos novos de tuberculose por UF, 
regiões e Brasil, 2019 ........................................................................................................................................................ 33 
Tabela 10 – Indicadores operacionais de encerramento do tratamento dos casos de retratamento da 
 tuberculose por UF, regiões e Brasil, 2019 ................................................................................................................34
Tabela 11 – Indicadores operacionais de encerramento do tratamento dos casos novos de tuberculose 
por capitais. Brasil, 2019 ................................................................................................................................................. 35
Tabela 12 – Indicadores operacionais de encerramento do tratamento dos casos de retratamento de 
 tuberculose por capitais. Brasil, 2019 .........................................................................................................................36
Lista de tabelas
Sumário
Introdução .........................................................................................................................................................................11 
Panorama epidemiológico e operacional da tuberculose ....................................................................................13
Coinfecção TB-HIV .......................................................................................................................................................... 16 
Confirmação laboratorial da tuberculose .................................................................................................................17
Desfechos dos tratamentos da tuberculose ...........................................................................................................18 
Tuberculose em populações vulneráveis .................................................................................................................. 19
Tuberculose drogarresistente ...................................................................................................................................... 19
Diagnóstico da tuberculose em tempos de covid-19 ..............................................................................................21
Referências ..................................................................................................................................................................... 23
Tabelas ............................................................................................................................................................................. 24
Indicadores ...................................................................................................................................................................... 39
11
 Introdução
A tuberculose (TB) continua sendo um importante 
problema de saúde pública mundial. Estima-se que 
em 2019, no mundo, cerca de dez milhões de pessoas 
desenvolveram TB e 1,2 milhão morreram devido à 
doença. Quanto aos desfechos de tratamento, em 2018, 
o percentual de sucesso de tratamento foi de 85% entre 
os casos novos1.
Em relação ao Brasil, o país continua entre os 30 países 
de alta carga para a TB e para coinfecção TB-HIV, sendo, 
portanto, considerado prioritário para o controle da doença 
no mundo pela Organização Mundial de Saúde (OMS)1,2.
Em 2020, o Brasil registrou 66.819 casos novos de TB, 
com um coeficiente de incidência de 31,6 casos por 
100 mil habitantes. Em 2019, foram notificados cerca 
de 4,5 mil óbitos pela doença, com um coeficiente de 
mortalidade de 2,2 óbitos por 100 mil habitantes. 
Conhecer os indicadores epidemiológicos da TB é 
essencial para o planejamento de ações que visem o 
controle da doença nos diversos âmbitos. Permite, 
ainda, a identificação de necessidades e situações que 
impõem desafios ao manejo da doença, principalmente 
diante do cenário atual de enfrentamento do novo 
coronavírus, o qual agravou a situação epidemiológica 
da TB no país e no mundo. 
Nessa situação de pandemia, algumas alterações 
importantes nos indicadores epidemiológicos e 
operacionais foram observadas, tais como: redução no 
total de notificações de TB nos três níveis de atenção, 
com queda mais pronunciada na atenção terciária, e 
redução no consumo de cartuchos da rede de teste 
rápido molecular para tuberculose, em comparação 
com o ano de 2019.
Visando orientar a rede de atenção para a manutenção 
das atividades de combate à TB frente à pandemia, 
a Coordenação Geral de Vigilância das Doenças de 
Transmissão Respiratória de Condições Crônicas, do 
Ministério da Saúde, desenvolveu diversas ações-alvo, 
tais como Notas Informativas com recomendações, 
materiais educativos, webinares sobre diversos temas 
e atualização das orientações para diagnóstico de TB, 
dentre outras.
Este Boletim apresenta os principais indicadores 
epidemiológicos e operacionais da TB no Brasil, 
estratificados por regiões, Unidades da Federação (UF) e 
capitais, e inclui um recorte para as situações especiais, 
como os casos de tuberculose drogarresistente (TBDR), 
TB em populações vulneráveis e em pessoas vivendo 
com HIV (PVHIV), bem como o impacto da covid-19 nas 
notificações da TB no país. 
Tuberculose 
13
Panorama epidemiológico e 
operacional da tuberculose
Embora tenha sido observada uma constante tendência 
de queda entre os anos de 2011 e 2016, o coeficiente de 
incidência de TB no país aumentou entre os anos de 2017 
e 2019. Todavia, em 2020, em momento de pandemia 
pela covid-19, observou-se uma queda acentuada da 
incidência em comparação com o ano anterior (Figura e 
Tabelas 1 e 2).
FIGURA 1 Coeficiente de incidência de tuberculose geral (por 100 mil hab.). Brasil, 2011 a 2020a
a Dados preliminares, sujeitos a alteração.
Fonte: Sistema de Informação de Agravos de Notificação/Secretarias Estaduais de Saúde/Ministério da Saúde; Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. 
37,0 35,9 35,6 34,7 34,3 34,4 36,0
37,2 37,4
31,6
0,0
5,0
10,0
15,0
20,0
25,0
30,0
35,0
40,0
45,0
2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020
In
ci
dê
nc
ia
 p
or
 1
00
 m
il 
ha
b.
Ano
14
Boletim Epidemiológico | Tuberculose Número Especial | Mar. 2021
Casos por 100 mil hab.
 9 - 30
31 - 50
51 - 65
0 500 1000km
Entre 2011 e 2020, dos casos novos de TB, 46.130 (69,0%) 
ocorreram em pessoas do sexo masculino (Tabela 1). A 
raça/cor preta/parda, ao longo do mesmo período, é a 
que apresentou a maior prevalência, variando de 60,2% 
a 66,8% dos casos novos (Figura 2). 
FIGURA 2 Percentual de casos novos de tuberculose por raça/cor. Brasil, 2011 a 2020a
a Dados preliminares, sujeitos a alteração.
casos/100 mil hab.) observados nos estados do Rio de 
Janeiro, Amazonas e Acre (Figura 3).
FIGURA 3 Coeficiente de incidência de tuberculose (por 100 mil hab.). Unidade Federada, 2020a
a Dados preliminares, sujeitos a alteração.
Na estratificação por Unidade Federada (UF), evidencia-
se uma importante heterogeneidade no país, com os 
maiores coeficientes de incidência de TB (acima de 51 
Fonte: Sistema de Informação de Agravos de Notificação/Secretarias Estaduais de Saúde/Ministério da Saúde; Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. 
37,6
31,1
60,2
66,8
2,2 2,1
0,0
10,0
20,0
30,0
40,0
50,0
60,0
70,0
80,0
2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020
%
Ano
Branca Preta/parda Amarela/indígena
Fonte: Sistema de Informação de Agravos de Notificação/Secretarias Estaduais de Saúde/Ministério da Saúde; Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. 
15
Boletim Epidemiológico | Tuberculose Número Especial | Mar. 2021
2,5 2,4 2,3 2,2 2,3 2,2 2,3 2,2 2,2 2,2 2,2
0,0
0,5
1,0
1,5
2,0
2,5
3,0
2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019
M
or
ta
lid
ad
e 
po
r 1
00
 m
il 
ha
b.
Ano
Óbitos por 100 mil hab.
 0,8 - 1,5
1,6 - 2,0
2,1 - 4,1
0 500 1000km
Em 2019, antes da pandemia de covid-19, foram registrados 
4.532 óbitos em decorrência da doença, o que equivale a 
um coeficiente de mortalidade de 2,2 óbitos/100 mil hab., 
o mesmo coeficiente dos dois anos anteriores. Desde 2010, 
o número anual de óbitos por TB no Brasil tem variado de 
4.400 a 4.600, e o coeficiente de mortalidade, de 2,3 a 2,2 
óbitos por 100 mil hab. (Figura 4). 
No mesmo ano, 13 UF apresentaram coeficiente de 
mortalidade por TB próximo ou superior ao coeficiente 
do país, a saber: Amazonas, Rio de Janeiro, Pernambuco, 
Rio Grande do Sul, Pará, Maranhão, Rio Grande do 
Norte, Roraima, Ceará, Acre, Alagoas, Bahia e Espírito 
Santo (Tabela 3, Figura 5). As capitais desses estados 
também apresentaram os maiores coeficientes de 
mortalidade quando comparadas às demais capitais 
do país (Tabela 4).
No Brasil, em 2020, 408 casos de TB foram notificados 
após o óbito. Cerca de metade desses casos (n = 230) 
foram notificados em duas UF: Pernambuco, com 131 
notificações, e São Paulo, com 93 (Tabela 1).
FIGURA 4 Coeficiente de mortalidade por tuberculose (por 100 mil hab.). Brasil, 2009 a 2019a
a Dados preliminares, sujeitos a alteração.
Fonte: Sistema de Informações de Mortalidade/Ministério da Saúde; Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.
FIGURA 5 Coeficiente de mortalidade por tuberculose (por 100 mil hab.). Unidade Federada, 2019a
a Dados preliminares, sujeitos a alteração.
Fonte: Sistema de Informações de Mortalidade/Ministério da Saúde; Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. 
16
Boletim Epidemiológico | Tuberculose Número Especial | Mar. 2021
FIGURA 6 Proporção de testagem para o HIV e de coinfecção TB-HIV entre os casos novos de tuberculose. Brasil, 2011 a 2020a
a Dados preliminares, sujeitos a alteração.
Coinfecção TB-HIVDe 2011 a 2019, a proporção de casos novos de TB testados 
para HIV cresceu vertiginosamente, conforme observado 
na Figura 6. Já em 2020, 76,5% dos casos novos de TB 
conheciam seu status para a infecção pelo HIV, sendo 
que 8,4% dos casos novos foram positivos (Figura 6). Acre, 
Roraima e Paraná apresentaram os maiores percentuais 
de testagem para o HIV. Paralelamente, mostraram as 
maiores proporções de coinfecção TB-HIV as UF do Distrito 
Federal, Rio Grande do Sul e Santa Catarina (Figura 7). 
Dentre as pessoas com coinfecção TB-HIV, em 2020, apenas 
45,1% realizaram terapia antirretroviral (TARV) durante o 
tratamento da TB (Tabelas 5 e 6).
FIGURA 7 Proporção de testagem para o HIV e de coinfecção TB-HIV entre os casos novos de tuberculose. Unidade Federada, 2020a
a Dados preliminares, sujeitos a alteração.
Fonte: Sistema de Informação de Agravos de Notificação/Secretarias Estaduais de Saúde/Ministério da Saúde. 
Fonte: Sistema de Informação de Agravos de Notificação/Secretarias Estaduais de Saúde/Ministério da Saúde.
65,3 67,3
71,7
75,1
79,1 80,4 81,4
82,6 82,5
76,5
9,8 9,9 10,0 10,2 10,0 9,6 9,5 9,0 8,6 8,4
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020
%
Testagem Coinfecção
17
Boletim Epidemiológico | Tuberculose Número Especial | Mar. 2021
FIGURA 8 Proporção de casos novos de tuberculose confirmados por critério laboratoriala. Brasil, 2011 a 2020b
a Confirmados por critério laboratorial: pessoas com tuberculose que apresentaram pelo menos um resultado positivo nos exames laboratoriais (baciloscopia 
de escarro, teste rápido molecular para tuberculose ou cultura de escarro). 
b Dados preliminares, sujeitos a alteração.
Fonte: Sistema de Informação de Agravos de Notificação/Secretarias Estaduais de Saúde/Ministério da Saúde. 
Confirmação laboratorial da 
tuberculose
De 2011 a 2019, observa-se uma importante ampliação 
na proporção de casos novos confirmados por critério 
laboratorial, ou seja, com pelo menos um resultado 
positivo nos exames de baciloscopia de escarro, teste 
rápido molecular para tuberculose (TRM-TB) ou cultura 
(Figura 8). Já em relação aos casos novos pulmonares, 71,9% 
desses foram registrados com confirmação laboratorial 
em 2020, sendo que 41,3% foram diagnosticados pelo TRM-
TB (Tabelas 7 e 8).
Dos casos pulmonares de retratamento de TB (n = 12.377), 
em 2020, apenas 31,7% tiveram acesso ao exame de cultura, 
embora a realização desse exame seja recomendada para 
todos os casos de retratamento de TB. Dentre aqueles 
com resultado positivo na cultura, 50,2% completaram 
o fluxograma conforme recomendado4 e tiveram acesso
ao teste de sensibilidade às drogas anti-TB. Ainda com
relação aos casos pulmonares de retratamento, 71,4%
foram diagnosticados por critério laboratorial (Tabela 7).
61,1 61,2 60,9
61,5
64,9 64,0 64,4
65,1 64,8
63,9
58,0
59,0
60,0
61,0
62,0
63,0
64,0
65,0
66,0
2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020
%
Ano
18
Boletim Epidemiológico | Tuberculose Número Especial | Mar. 2021
Desfechos dos tratamentos da 
tuberculose
A proporção de cura entre os casos novos de TB pulmonar 
com confirmação laboratorial no Brasil, em 2019, foi de 
70,1% (Figura 9). As UF do Amapá, Rondônia, Piauí, Ceará, 
Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Bahia e Espírito Santo 
apresentaram percentuais de cura de TB pulmonar abaixo 
do percentual nacional (Tabela 8). Por outro lado, o estado 
do Acre foi o que apresentou o maior percentual de cura, 
com 89,2% (Tabela 9).
Entre os casos pulmonares de retratamento de TB 
confirmados por critério laboratorial, em 2019, o percentual 
de cura foi de 51,2%, bastante abaixo do observado para 
os casos novos e do recomendado pela OMS para esse 
indicador (90%) (Tabela 10). Já entre os casos de TB 
multidrogarresistente e de resistência à rifampicina (MDR/
RR), a proporção de cura/tratamentos completos em 2018 
foi de 51,1% (Figura 9).
De forma geral, na maioria das UF, considerando os dados 
de 2019 anteriores à pandemia, houve uma tendência de 
melhora no percentual de cura quando se comparam casos 
novos de TB, casos novos de TB pulmonar e casos novos 
de TB pulmonar confirmados por critério laboratorial, 
sendo que este último indicador apresenta os maiores 
percentuais para esse desfecho (Tabela 9).
FIGURA 9 Situação de encerramento do tratamento dos casos novos de tuberculose pulmonar confirmado por critério laboratorial, 
sensívela e multidrogarresistente/resistente à rifampicina. Brasil, 2019b e 2018c
a Pulmonares com confirmação laboratorial, excluídos os encerramentos por TB drogarresistente, mudança de diagnóstico, mudança de esquema e falência. 
b Dados referentes à TB sensível. Dados preliminares, sujeitos a alteração.
c Dados referentes à TB resistente. Dados preliminares, sujeitos a alteração.
*Não avaliados: soma dos ignorados/em branco e dos casos em transferência.
Quanto ao abandono do tratamento da TB sensível, em 
2019, 12,0% dos casos novos pulmonares confirmados 
por critério laboratorial abandonaram o tratamento – 
proporção mais que duas vezes superior ao recomendado 
pela OMS para esse indicador (5,0%) (Tabela 8). Os maiores 
percentuais de abandono dos casos pulmonares por 
confirmação laboratorial, no país, foram observados nas 
capitais Porto Alegre (34,0%), Porto Velho (32,6%), Campo 
Grande (21,4%) e Aracaju (20,1%) (Tabelas 11 e 12).
Fonte: Sistema de Informação de Agravos de Notificação/Secretarias Estaduais de Saúde/Ministério da Saúde; Sistema de Informação de Tratamentos 
Especiais da Tuberculose/Ministério da Saúde.
19
Boletim Epidemiológico | Tuberculose Número Especial | Mar. 2021
FIGURA 10 Proporção de casos novos de tuberculose diagnosticados em populações vulneráveis. Brasil, 2015 a 2020a
a Dados preliminares, sujeitos a alteração.
Tuberculose em populações vulneráveis
No período de 2015 a 2020, observou-se um aumento 
na ocorrência de TB em populações mais vulneráveis 
ao adoecimento. A variação de casos nesse período, na 
população privada de liberdade (PPL), foi de 5.860 a 8.978; 
nos profissionais de saúde (PS), de 837 a 1.043; em imigrantes, 
de 335 a 542; e na população em situação de rua (PSR), de 
1689 a 2.071 (Figura 10). 
Fonte: Sistema de Informação de Agravos de Notificação/Secretarias Estaduais de Saúde/Ministério da Saúde. 
Tuberculose drogarresistente
Entre 2015 e 2020, foram diagnosticados 7.749 casos de 
TB drogarresistente, com uma concentração dos casos 
nas capitais (53%) (Figura 11). Desses, 69% ocorreram em 
pessoas do sexo masculino, 66% em pessoas negras e 46% 
em pessoas com idade entre 30 e 49 anos. Adicionalmente, 
observou-se que 98% desses casos apresentavam a 
forma pulmonar. Especificamente no ano de 2020, foram 
diagnosticados 913 casos de TBDR no país.
0
2000
4000
6000
8000
10000
2015 2016 2017 2018 2019 2020
N
úm
er
o 
de
 c
as
os
Ano
População privada de liberdade População em situação de rua
Imigrantes Profissionais de saúde
20
Boletim Epidemiológico | Tuberculose Número Especial | Mar. 2021
Casos de tuberculose drogarresistente
 1 - 5
 6 - 30
31 - 100
0 500 1000km
101 - 250
251 - 1230
Em relação ao padrão de resistência nesse mesmo 
período, 5.377 (69,5%) dos casos apresentaram 
resistência a rifampicina ou multirresistência, 1.731 
(22,4%) dos casos apresentaram monorresistência, 542 
(7,0%) polirresistência, e 92 (1,2%) resistência extensiva 
(Figura 12).
FIGURA 11 Casos de tuberculose drogarresistente. Unidade Federada, 2015 a 2020a
a Dados preliminares, sujeitos a alteração.
FIGURA 12 Padrão de resistência dos casos novos de tuberculose drogarresistente. Brasil, 2015 a 2020a
a Dados preliminares, sujeitos a alteração.
Fonte: Sistema de Informação de Tratamentos Especiais da Tuberculose/Ministério da Saúde. 
Fonte: Sistema de Informação de Tratamentos Especiais da Tuberculose/Ministério da Saúde. 
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Monorresistência Polirresistência
Resistência à rifampicina + mul�rresistência Resistência extensiva
21
Boletim Epidemiológico | Tuberculose Número Especial | Mar. 2021
Diagnóstico da tuberculose em 
tempos de covid-19
Em 2020, observou-se uma queda de 16% na notificação de 
casos novos de TB em comparação com 2019. Essa redução 
foi mais pronunciada a partir do mês de abril, sendo 
que em maio verificou-se a maior variação do período 
(-34%) em relação aos casos notificados. Paralelamente, 
constatou-se uma diminuição de 14% no consumo de 
cartuchos de teste rápido molecular para tuberculose 
(TRM-TB) quando comparado o ano de 2020 ao de 2019. 
No mês de maio de 2020, particularmente, a redução no 
consumo de cartuchos foi de 44% em relação ao mês de 
maio do ano anterior (Figura 13).
FIGURA 13 Casos diagnosticados de tuberculose (A) e total de consumo de cartuchos de Teste Rápido Molecular para Tuberculose (TRM-TB) 
utilizados (B). Brasil, 2019 e 2020a
a Dados atualizados em 01/2021, sujeitos a alteração.
Fonte: Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan); Rede de Teste Rápido para Tuberculose/Coordenação Geral de Vigilância das Doenças de 
Transmissão Respiratória de Condições Crônicas/DCCI/SVS/MS. 
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Mês de diagnós�co
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2019 2020
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Boletim Epidemiológico | Tuberculose Número Especial | Mar. 2021
Considerações finais
 O presente Boletim foi estruturado perante um cenário 
atípico, ou seja, a pandemia pelo novo coronavírus. 
Os dados apresentados em 2020 demonstram um 
comportamento diferente em relação à série histórica 
da TB, com uma queda acentuada da incidência e uma 
piora de indicadores tais como aumento do abandono, 
queda das notificações e redução no consumo de 
cartuchos de TRM-TB. Todavia, não se sabe ainda como a 
pandemia pode ter influenciado na gravidade da doença, 
ou se a alteração desses indicadores seria o reflexo de 
aspectos operacionais, como sobrecarga dos sistemas de 
saúde, com impacto, sobretudo, na qualidade dos dados. 
Portanto, este Boletim é uma prévia do comportamento 
da tuberculose diante do enfrentamento da covid-19, a 
fim de servir como norteador de ações estratégicas e do 
monitoramento da doença no país. 
23
Boletim Epidemiológico | Tuberculose Número Especial | Mar. 2021
Referências
1. World Health Organization Global Tuberculosis Report 2020. Geneva: WHO; 2020 [citado em: 10 fev. 2021]. Disponível em: 
https://www.who.int/publications/i/item/9789240013131/ 
2. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Plano Nacional pelo Fim da Tuberculose como Problema 
de Saúde Pública. Brasília: Ministério da Saúde; 2017 [citado em: 15 fev. 2021]. Disponível em: https://drive.google.com/ 
file/d/0B0CE2wqdEaR-eVc5V3cyMVFPcTA/view
3. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Boletim Epidemiológico HIV/Aids 2019. Brasília: Ministério 
da Saúde; 2019 [citado em: 15 fev 2020]. Disponível em: http://www.aids.gov.br/pt-br/pub/2019/boletim-epidemiologico-
de-hivaids-2019 
4. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância das Doenças Transmissíveis. 
Manual de Recomendações para o Controle da Tuberculose no Brasil. Brasília: Ministério da Saúde; 2019 [citado em: 15 
fev 2020]. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_recomendacoes_controle_tuberculose_
brasil_2_ed.pdf
5. Brasil. Ministério da Saúde. Departamento de Informática do SUS. Sistema de Informação de Agravos de Notificação 
[Internet] [citado em: 15 fev. 2021]. Disponível em: http://datasus.saude.gov.br/
6. Brasil. Ministério da Saúde. Departamento de Informática do SUS. Sistema de Informação de Tratamentos Especiais da 
Tuberculose [Internet] [citado em: 15 fev. 2021]. Disponível em: http://sitetb.saude.gov.br/
7. Brasil. Ministério da Saúde. Departamento de Informática do SUS. Sistema de Informação sobre Mortalidade [Internet] 
[citado em: 15 fev. 2021]. Disponível em: http://datasus.saude.gov.br/sistemas-e-aplicativos/ eventos-v/sim-sistema-
de-informacoes-de-mortalidade
8. Brasil. Ministério da Saúde. Departamento de Informática do SUS. Informações de saúde (TABNET) – Demográficas 
e socioeconômicas [Internet] [citado em: 15 fev. 2021]. Disponível em: http://tabnet.datasus.gov.br/cgi/deftohtm.
exe?ibge/cnv/projpopuf.def
Tabelas 
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Boletim Epidemiológico | Tuberculose Número Especial | Mar. 2021
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Boletim Epidemiológico | Tuberculose Número Especial | Mar. 2021
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37
Boletim Epidemiológico | Tuberculose Número Especial | Mar. 2021
Indicadores 
39
Cálculo dos indicadores
Os dados deste Boletim foram extraídos em fevereiro 
de 2020. As informações sobre morbidade por TB 
foram extraídas do Sistema de Informação de Agravos 
de Notificação (Sinan)5 e do Sistema de Informação 
de Tratamentos Especiais da Tuberculose (SITE-TB)6, e 
as de mortalidade, do Sistema de Informações sobre 
Mortalidade (SIM)7. Para as estimativas populacionais, 
foram utilizados os dados do Instituto Brasileiro de 
Geografia e Estatística (IBGE)8. 
As bases de dados foram qualificadas utilizando o 
software Stata® Statistics versão 12, e os indicadores 
foram calculados com auxílio dos softwares TabWin versão 
3.6 e Microsoft Excel® versão 2017.
O detalhamento das informações de cada um dos 
indicadores epidemiológicos e operacionais da TB estão 
descritos no Quadro 1. 
40
Boletim Epidemiológico | Tuberculose Número Especial | Mar. 2021
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