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C098 - Sociologia e Antropologia Rural - Caderno Completo

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Prévia do material em texto

OBSERVAÇÕES IMPORTANTES 
 
 Este caderno tem um total de 50 (cinquenta) questões, distribuídas da seguinte forma: 
Questões de 01 a 20: Língua Portuguesa; 
Questões de 21 a 50: Conhecimentos Específicos. 
 Verifique se este caderno está completo. 
 Para cada questão são apresentadas cinco alternativas de resposta (a, b, c, d, e), sendo que o 
candidato deverá escolher apenas uma e, utilizando caneta esferográfica azul ou preta, 
preencher o círculo (bolha) correspondente no cartão-resposta. 
 As respostas das questões deverão, obrigatoriamente, ser transcritas para o cartão-
resposta, que será o único documento válido utilizado na correção eletrônica. 
 Verifique se os dados constantes no cartão-resposta estão corretos e, se contiver algum 
erro, comunique o fato imediatamente ao aplicador/fiscal. 
 O candidato terá o tempo máximo de 04 (quatro) horas para responder a todas as 
questões deste caderno e preencher o cartão-resposta. 
 NÃO HAVERÁ SUBSTITUIÇÃO, sob qualquer hipótese, deste caderno, nem do cartão-
resposta. 
 Não serão dadas explicações durante a aplicação da prova. 
 
BOA PROVA! 
 
COORDENAÇÃO PERMANENTE DE CONCURSOS PÚBLICOS 
 
 
PROVA ESCRITA DO CONCURSO PÚBLICO PARA O PROVIMENTO DO CARGO DE PROFESSOR 
EFETIVO DE ENSINO BÁSICO, TÉCNICO E TECNOLÓGICO DO INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, 
CIÊNCIA E TECNOLOGIA DA PARAÍBA 
 
Edital Nº 334/2013, de 05 de novembro de 2013 
 
 
CCAADDEERRNNOO DDEE QQUUEESSTTÕÕEESS 
 
 
» CÓDIGO 98 « 
SOCIOLOGIA E ANTROPOLOGIA RURAL 
IFPB » Concurso Público | Professor Efetivo de Ensino Básico, Técnico e Tecnológico » Edital Nº 334/2013 
Língua Portuguesa | 1 
LÍNGUA PORTUGUESA 
 
Leia o Texto I e responda às questões de 01 a 15. 
 
TEXTO I 
Sobre técnicas de torrar café e outras técnicas 
Ronaldo Correia de Brito
 
Já não existe a profissão de torradeira de café. Ninguém mais escuta falar nessas mulheres que 
trabalhavam nas casas de família, em dias agendados com bastante antecedência. As profissionais famosas 
pela qualidade do serviço nunca tinham hora livre. Cobravam caro e só atendiam freguesas antigas. Não era 
qualquer uma que sabia dar o ponto certo da torrefação, reconhecer o instante exato em que os grãos 
precisavam ser retirados do fogo. Um minuto a mais e o café ficava queimado e amargo. Um minuto a 
menos e ficava cru, com sabor travoso. “Pra tudo na vida existe um ponto certo”, diziam orgulhosas do 
ofício, mexendo as sementes no caco de barro escuro, a colher de pau dançando na mão bem treinada, o 
fogo aceso na temperatura exata. 
Muitos profissionais se especializavam na ciência de pôr um fim: os que mexiam a cocada no tacho 
de cobre, os que fabricavam o sabão caseiro de gorduras e vísceras animais, os que escaldavam a coalhada 
para o queijo prensado, os que assavam as castanhas. Nos terreiros de candomblé, onde se tocam para os 
orixás e caboclos, os iniciados sentem o instante em que a toada e o batuque alcançam o ponto de atuação, 
o transe que faz o santo descer e encarnar no seu cavalo. 
Nenhum movimento é mais complexo que o de finalizar. Nele, estão contidos o desapego e a 
separação, o sentimento de perda e morte. Sherazade contou suas histórias durante mil e uma noites, 
barganhando com o esposo e algoz Sheriar o direito de continuar vivendo e narrando. Mil noites é um 
número finito. O acréscimo de uma unidade ao numeral “mil” tornou-o infinito. Mil e uma noites se 
estendem pela eternidade. Sobrepondo narrativas, entremeando-as com novos contos, abrindo veredas de 
histórias que se bifurcam noutras, mantendo os enredos num contínuo com pausas diurnas, porém sem o 
ponto final, Sherazade adiou o término e a morte. De maneira análoga, Penélope tecia um manto sem 
nunca acabá-lo, acrescentando pontos durante o dia e desfazendo-os à noite. Também postergava o 
momento. [...] 
Uma artesã do barro de Juazeiro do Norte chora quando proponho comprar a cerâmica 
representando uma mulher com muletas, uma criança no peito, o feixe de lenha na cabeça. Conta a história 
que representou naquela peça simples, sente pena de separar-se de sua criatura. O xilogravador Gilvan 
Samico me apresenta os mais de cem estudos e as provas de autor até chegar à gravura definitiva. Olha 
para os lados e me confessa que se pudesse não venderia nenhuma das impressões. Confessa os dias de 
horror vividos até chegar ao instante em que se decide pela prova definitiva, quando o trabalho é 
considerado concluído e o criador experimenta a estranheza diante do que não mais lhe pertence. 
Que valor possui o esposo de Sherazade, comparado à narrativa que a liberta da morte? Talvez 
apenas o de ser o pretexto para o mar de histórias que a jovem narra ao longo de mil e uma noites. E o que 
se segue a esse imaginário fim? O que ocupa a milésima segunda noite, supostamente sem narrativas? Eis a 
pergunta que todos os criadores se fazem. O que se seguirá ao grande vazio? Deus descansou no sétimo dia 
após sua criação. O artista descansa, ou apenas se angustia pensando se a criatura que pôs no mundo está 
verdadeiramente pronta, no ponto exato de um grão de café torrado por uma mestra exímia? 
Afirmam que a flecha disparada pelo arqueiro zen busca sozinha o alvo. Num estado de absoluta 
concentração, arqueiro, arco, flecha e alvo se desprendem da energia do movimento e partem em busca do 
ponto exato. Anos de exercício levam ao disparo perfeito. O escritor trabalha com personagens que o 
obsedam, alguns chegando a cavalgá-lo como os santos do candomblé. Sonha os sonhos do outro, numa 
entrega do próprio inconsciente à criação. Enquanto se afoga em paixões, com a mão direita tenta manter-
se na superfície e salvar-se; com a mão esquerda anota frases sobre ruínas. Nunca possui a técnica exata de 
um arqueiro zen, nem a perícia de uma torradeira de café. Dialoga com a morte como Sherazade, mantém 
a respiração suspensa, negocia adiamentos e escreve. 
Num dia qualquer, sem que nada espere e sem compreender o que acontece à sua volta, um editor 
arranca papéis inacabados de sua mão. 
Disponível em: 
http://www.opovo.com.br/app/colunas/ronaldocorreiadebrito/2012/03/03/noticiasronaldocorreiadebrito,2794944
/sobre-tecnicas-de-torrar-cafe-e-outras-tecnicas.shtml Acesso em 12 jun. 2013. (Texto adaptado). 
IFPB » Concurso Público | Professor Efetivo de Ensino Básico, Técnico e Tecnológico » Edital Nº 334/2013 
2 | Língua Portuguesa 
1. No TEXTO I, o autor 
a) apresenta a atual situação dos artesãos no Brasil. 
b) contesta a desigual valoração para as obras de arte. 
c) argumenta em prol da necessidade de se fomentar o fazer artístico. 
d) faz analogia entre o trabalho do artesão e o processo criativo do escritor. 
e) defende o processo de construção literária como o único capaz de ser concluído. 
2. Ao afirmar que “Sobrepondo narrativas, entremeando-as com novos contos, abrindo veredas de 
histórias que se bifurcam noutras, mantendo os enredos num contínuo com pausas diurnas, porém 
sem o ponto final, Sherazade adiou o término e a morte.” (parágrafo 3), o autor do texto retrata 
a) o poder de sedução dos contos de fada. 
b) a capacidade de inventividade narrativa como possibilidade de salvação. 
c) a impossibilidade de se concluir uma produção literária em tempos modernos. 
d) a indispensável interrelação entre ficção e realidade na concepção da obra literária. 
e) a necessidade de se conhecer os clássicos da literatura, a exemplo de Mil e uma noites e a 
Odisseia. 
3. Todas as passagens a seguir se reportam à dificuldade do artista em separar-se de sua obra, 
EXCETO: 
a) “Uma artesã do barro de Juazeiro do Norte chora quando proponho comprar a cerâmica 
representando uma mulher com muletas, uma criança no peito, o feixe de lenha na cabeça.” 
(parágrafo 4) 
b) “Olha para os lados e me confessa que se pudesse não venderia nenhuma das impressões.” 
(parágrafo 4) 
c) “Confessa os dias de horror vividos até chegar ao instante em que se decide pela prova 
definitiva, quando o trabalho é considerado concluído e o criadorexperimenta a estranheza 
diante do que não mais lhe pertence.” (parágrafo 4) 
d) “Conta a história que representou naquela peça simples, sente pena de separar-se de sua criatura." 
(parágrafo 4) 
e) “O escritor trabalha com personagens que o obsedam, alguns chegando a cavalgá-lo como os 
santos do candomblé.” (parágrafo 6) 
4. A referência à técnica desenvolvida pelas torradeiras de café, apresentada no início do texto, 
a) denota a predileção do autor por técnicas artesanais, em detrimento das industriais. 
b) é uma forma de registrar o reconhecimento, por parte das novas gerações, à cultura popular. 
c) surge como uma homenagem do autor aos trabalhadores que conseguiram manter viva uma 
tradição popular. 
d) representa um exemplo da capacidade de certas técnicas rudimentares se perpetuarem ao 
longo das gerações. 
e) constitui-se ponto de partida para a discussão acerca da difícil arte de finalizar uma tarefa, tema 
retratado no decorrer do texto. 
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Língua Portuguesa | 3 
5. A finalização do processo de produção artística é retratada no texto como algo 
a) impessoal, em função das demandas comerciais. 
b) definitivo, já que registra o momento tão desejado pelo artista. 
c) angustiante e doloroso, por se tratar de uma separação entre criador e criatura. 
d) complexo, pelo fato de ser toda obra de arte o resultado de um trabalho coletivo. 
e) libertador, pois a conclusão de uma obra de arte instiga o artista a produzir sempre mais. 
6. Considerando o texto, aponte, dentre as alternativas a seguir, aquela em que as expressões 
apresentam relação sinonímica. 
a) "fabricavam" – "escaldavam" (parágrafo 2) 
b) "adiou" – "postergava" (parágrafo 3) 
c) "estendem" – "bifurcam" (parágrafo 3) 
d) "impressões" – "estranheza" (parágrafo 4) 
e) "descansa" – "angustia" (parágrafo 5) 
7. No final do texto, ao comparar o arqueiro zen ao escritor, o autor observa que 
a) o arqueiro zen, diferentemente do escritor, dificilmente atinge seu objetivo. 
b) o arqueiro zen, diferentemente do escritor, consegue, com exatidão, finalizar seu trabalho. 
c) as ações do escritor e do arqueiro zen atingem, simultaneamente, o ponto exato de finalização. 
d) o escritor, ao contrário do arqueiro zen, dedica-se com esmero ao processo de produção, antes 
de finalizar seu trabalho. 
e) o escritor e o arqueiro zen não conseguem finalizar seus trabalhos com êxito, por mais que se 
esforcem. 
8. A coesão de um texto se dá através da conexão entre vários enunciados e da relação de sentido 
existente entre eles. Em relação à coesão presente no texto, o termo destacado encontra-se 
devidamente justificado em: 
a) “Ninguém mais escuta falar nessas mulheres que trabalhavam nas casas de família, [...]” 
(parágrafo 1). O termo em destaque indica uma referência à expressão “freguesas antigas” 
(parágrafo 1). 
b) “Nele, estão contidos o desapego e a separação *...+” (parágrafo 3). O termo em destaque faz 
referência a “nenhum movimento” (parágrafo 3). 
c) “*...+ quando o trabalho é concluído e o criador experimenta a estranheza diante do que não 
mais lhe pertence.” (parágrafo 4). O conectivo “e” indica uma progressão semântica que 
acrescenta um dado novo. 
d) “*...+ a jovem narra ao longo de mil e uma noites.” (parágrafo 5). O vocábulo em destaque 
caracteriza uma referência mais específica em relação ao termo a que se refere: “Sherazade”. 
e) “*...+ alguns chegando a cavalgá-lo *...+” (parágrafo 6). O termo destacado substitui a expressão 
“santos do candomblé”. 
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4 | Língua Portuguesa 
9. Em “Nos terreiros de candomblé, onde se tocam para os orixás e caboclos, os iniciados sentem o 
instante em que a toada e o batuque alcançam o ponto *...+” (parágrafo 2), as vírgulas utilizadas 
a) evidenciam a expressão vocativa. 
b) indicam uma oração de valor comparativo. 
c) demarcam uma explicação acerca do espaço. 
d) determinam a introdução de expressão da fala do autor. 
e) marcam a opinião do autor em relação à informação anterior. 
10. Analise as proposições a seguir: 
I. As palavras “desapego” e “separação” pertencem ao mesmo campo semântico. 
II. O prefixo na palavra “infinito” exprime sentido de negação. 
III. O termo sublinhado em “O escritor trabalha com personagens que o obsedam” tem como 
referente a expressão “escritor”. 
É CORRETO o que se afirma apenas em 
a) I. b) II. c) III. d) I e II. e) I e III. 
11. O termo destacado em “Enquanto se afoga em paixões, com a mão direita tenta manter-se na 
superfície e salvar-se [...]” (parágrafo 6), pode ser substituído, sem alteração de sentido, por: 
a) Porque 
b) Para que 
c) Porquanto 
d) Contanto que 
e) Ao mesmo tempo que 
12. Os conectivos ou partículas linguísticas de ligação, além de exercer funções coesivas, manifestam 
ainda diferentes relações de sentido entre os enunciados. Aponte, dentre as alternativas a seguir, 
aquela em que a relação estabelecida pelo conectivo em destaque está CORRETAMENTE indicada 
entre parênteses. 
a) “Uma artesã do barro de Juazeiro do Norte chora quando proponho comprar a cerâmica”. – 
(Proporção). 
b) “Enquanto se afoga em paixões, com a mão direita tenta manter-se na superfície e salvar-se;” – 
(Consequência). 
c) “Dialoga com a morte como Sherazade, [...]” – (Comparação). 
d) “Olha para os lados e me confessa que se pudesse não venderia nenhuma das impressões.” – 
(Finalidade). 
e) “Num dia qualquer, sem que nada espere e sem compreender o que acontece à sua volta [...]” – 
(Adversidade). 
 
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Língua Portuguesa | 5 
13. Por vezes, a omissão de palavras ou expressões não acarreta alteração no sentido de orações ou 
períodos, já que tal omissão pode ser depreendida do contexto. Há, dentre as alternativas a seguir, 
uma ocorrência assim caracterizada. Aponte-a. 
a) "Mil e uma noites se estendem pela eternidade". (parágrafo 3) 
b) "O que se seguirá ao grande vazio?" (parágrafo 5) 
c) "Deus descansou no sétimo dia após sua criação". (parágrafo 5) 
d) "Nunca possui a técnica exata de um arqueiro zen, [...]” (parágrafo 6) 
e) "[...] a flecha disparada pelo arqueiro zen busca sozinha o alvo". (parágrafo 6) 
14. Analise as proposições a seguir, acerca da pontuação, e assinale (V), para o que for verdadeiro, e (F), 
para o que for falso. 
( ) No trecho “De maneira análoga, Penélope tecia um manto [...]", a vírgula é utilizada para 
separar uma expressão adverbial disposta no início do período. 
( ) Em “Dialoga com a morte como Sherazade, mantém a respiração suspensa, negocia adiamentos 
e escreve.”, as vírgulas são utilizadas para separar orações coordenadas. 
( ) Em “Enquanto se afoga em paixões, com a mão direita tenta manter-se na superfície e salvar-
se; [...]”, não há razão linguístico-gramatical que justifique a presença da vírgula na sentença. 
Assim, seu uso é facultativo. 
A sequência que completa CORRETAMENTE os parênteses é 
a) V V F 
b) V F F 
c) F V F 
d) V V V 
e) F F V 
15. A regência verbal em destaque na frase “mulheres que trabalhavam nas casas de família” é a 
mesma do verbo destacado em 
a) “Anos de exercício levam ao disparo perfeito.” 
b) “Deus descansou no sétimo dia após sua criação.” 
c) “Muitos profissionais se especializavam na ciência de pôr um fim: [...]” 
d) “O xilogravador Gilvan Samico me apresenta os mais de cem estudos: [...].” 
e) “*...+ o criador experimenta a estranheza diante do que não mais lhe pertence.” 
 
 
 
 
 
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6 | Língua Portuguesa 
As questões de 16 a 18 referem-se ao TEXTO II, a seguir: 
 
TEXTO II 
Capítulo I 
 
− Muito trabalho, mestre Zé? 
−Está vasqueiro. Tenho umas encomendas de Gurinhém . Um tangerino passou por aqui e 
me encomendou esta sela e uns arreios. Estou perdendo o gosto pelo ofício. Já se foi o tempo em 
que dava gosto trabalhar numa sela. Hoje estão comprando tudo feito. E que porcarias se vendem 
por aí! Não é para me gabar. Não troco uma peça minha por muita preciosidade que vejo. Basta 
lhe dizer que seu Augusto do Oiteiro adquiriu na cidade uma sela inglesa, coisa cheia de 
arrebiques. Pois bem, aqui esteve ela para conserto. Eu fiquei me rindo quando o portador do 
Oiteiro me chegou com a sela. E disse, lá isto disse: “por que seu Augusto não manda consertar 
esta bicha na cidade?” E deu pela sela um preção. Se eu fosse pedir o que pagam na cidade, me 
chamavam de ladrão. É, mestre José Amaro sabe trabalhar, não rouba a ninguém, não faz coisa de 
carregação. Eles não querem mais os trabalhos dele. Que se danem. Aqui nesta tenda só faço o 
que quero. 
REGO, José Lins do. Fogo Morto. Record: Rio de Janeiro, 2003. 
16. Pelo disposto acima, é CORRETO afirmar sobre o Mestre José Amaro: 
a) Mostra-se insatisfeito com os resultados de seus últimos trabalhos. 
b) Prefere trabalhar para clientes de fora, pois estes valorizam seu trabalho. 
c) Orgulha-se do esmero com que desenvolve seu trabalho e da qualidade que lhe imprime. 
d) Embora se envaideça de seu ofício, preocupa-se com o fato de não poder mais executá-lo da 
melhor forma. 
e) Questiona a qualidade do trabalho de outros seleiros, mas reconhece o valor dos novos 
materiais industrializados. 
17. “É, mestre José Amaro sabe trabalhar, não rouba a ninguém, não faz coisa de carregação. Eles não 
querem mais os trabalhos dele. Que se danem. Aqui nesta tenda só faço o que quero”. A fala final 
de Mestre José Amaro revela 
a) certa resignação diante das novas demandas do mercado. 
b) revolta por desenvolver seu ofício numa região de parcas condições. 
c) a decisão de não mais confeccionar produtos para o senhor Augusto do Oiteiro. 
d) a sua disposição em manter-se fiel ao trabalho de qualidade que sempre desenvolveu. 
e) a determinação por continuar tentando convencer os vaqueiros da qualidade de suas selas. 
 
 
IFPB » Concurso Público | Professor Efetivo de Ensino Básico, Técnico e Tecnológico » Edital Nº 334/2013 
Língua Portuguesa | 7 
18. Atente para a seguinte passagem: “Eles não querem mais os trabalhos dele.” 
Agora, considere as seguintes afirmações acerca da expressão em destaque: 
I. Retoma um termo expresso anteriormente. 
II. Refere-se diretamente aos moradores e comerciantes da cidade. 
III. Embora não se refira a nenhum elemento textual anterior, o contexto possibilita a recuperação 
do termo referente. 
Está(ão) CORRETA(S): 
a) III apenas 
b) I e II apenas. 
c) I e III apenas. 
d) II e III apenas. 
e) I, II e III. 
19. Leia a seguir: 
I. “Declaração fundamentada em ponto de vista a respeito de um fato ou negócio.” 
II. “É o instrumento pelo qual Ministros ou outras autoridades expedem instruções sobre a 
organização e funcionamento de serviço e praticam outros atos de sua competência.” 
III. “Modalidade de comunicação entre unidades administrativas de um mesmo órgão, que podem 
estar hierarquicamente em mesmo nível ou em níveis diferentes. Trata-se, portanto, de uma 
forma de comunicação eminentemente interna.” 
As descrições dizem respeito, respectivamente, a 
a) Parecer – Portaria – Memorando . 
b) Ofício – Relatório – Parecer. 
c) Parecer – Ofício – Portaria. 
d) Memorando – Ofício – Declaração. 
e) Portaria – Requerimento – Relatório. 
20. Pela própria natureza, a redação oficial deve apresentar uma linguagem que obedeça a critérios 
específicos. Todas as características a seguir devem compor a redação oficial, EXCETO: 
a) Impessoalidade e clareza. 
b) Uso da linguagem padrão. 
c) Tratamento linguístico formal. 
d) Concisão e transparência de sentido. 
e) Presença de conotação e da criatividade do emissor. 
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8 | Código 98 « Sociologia e Antropologia Rural « Conhecimentos Específicos 
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS 
» SOCIOLOGIA E ANTROPOLOGIA RURAL | CÓDIGO 98 « 
21. A partir dos anos 1950, o Brasil passa por um processo de desenvolvimento sem precedentes, em 
que a ideia central foi a industrialização. A intenção era eliminar a defasagem do país frente às 
nações desenvolvidas. Essa doutrina desenvolvimentista estende-se ao campo, a partir dos anos 
1970, ficando conhecida como “modernização da agricultura”. Para isso, elaborou-se uma política 
voltada para a agricultura, influenciada pelo estímulo do mercado externo e para enfrentar as 
recorrentes crises do balanço de pagamentos da dívida externa brasileira (Cf. DELGADO, Nelson. G. 
O Papel e o lugar do rural no desenvolvimento nacional. Brasília: IICSA/MDA. 2009). 
Pode-se afirmar que a política voltada à modernização da agricultura no Brasil esteve apoiada em 
três pilares. Marque a alternativa que apresenta CORRETAMENTE esses três pilares. 
 
a) O crédito rural, a pesquisa agropecuária, o serviço de Extensão Rural. 
b) A reforma agrária, a previdência rural, o bolsa família. 
c) A previdência rural, a educação, a infraestrutura de transportes e estradas. 
d) A reforma agrária, o bolsa família, a pesquisa agropecuária. 
e) O crédito rural, o serviço de extensão rural, a reforma agrária. 
22. Após ler e analisar a citação a seguir (em que Émile Durkheim reflete a “instituição” como fato 
social), assinale a alternativa que completa CORRETAMENTE a afirmação. 
“(...) para compreender uma instituição, é necessário saber do que ela é feita. Sendo um todo 
complexo, formado de partes, é necessário conhecer essas partes, explicar cada uma delas 
separadamente e o modo pela qual se compõem para formar um conjunto” (DURKHEIM apud 
CASTRO, Ana Maria de; DIAS, Edmundo Fernandes. Introdução ao pensamento sociológico. 6. ed. 
Rio de Janeiro: Eldorado Tijuca, 1978, p. 75). 
 
Juntamente com o antropólogo inglês Radcliffe-Brown (grande entusiasta das teorias e do 
método durkheiminiano), o antropólogo polonês Malinowski é considerado um expoente do 
funcionalismo e do método da observação participante. Segundo sua crença funcionalista, a 
tarefa do antropólogo deve iniciar-se com 
 
a) uma síntese científica de todos os detalhes da vida social, partindo dos elementos 
macroestruturais para os microestruturais. 
b) a observação de cada detalhe da vida social, mesmo os que não aparentam ter importância e 
coerência, tentando descobrir seus significados e inter-relações. 
c) a escolha dos detalhes da vida social que – à observação do antropólogo funcionalista – 
estejam claramente coerentes entre si, já que nem todos os referidos detalhes são relevantes 
para se compreender a vida social. 
d) um rigoroso afastamento empírico do seu objeto de estudo, a fim de que – de modo 
racionalista – possa conhecer eficazmente a totalidade de seus múltiplos significados. 
e) a aceitação prévia do pressuposto de que a vida social só pode ser entendida pelo viés 
evolucionista e etnocêntrico, já que nenhuma cultura pode ser entendida por si mesma. 
 
 
IFPB » Concurso Público | Professor Efetivo de Ensino Básico, Técnico e Tecnológico » Edital Nº 334/2013 
Conhecimentos Específicos » Sociologia e Antropologia Rural » Código 98 | 9 
23. As preocupações recentes entre meio ambiente e o ser humano datam do início dos anos 1970. A 
partir desse momento, o mundo contemporâneo passou a lidar com diferentes questões 
ambientais, sejam de caráter local ou regional, sejam de caráter global, as quais impactam sobre 
toda a população do planeta. Temas como aquecimento global, poluição e resíduos e esgotamento 
dos recursos são questões ambientais que têm como característica central sua natureza híbrida 
(Cf. GIDDENS, Anthony. Sociologia. 6. ed. Porto Alegre: Penso, 2012, p. 126-144). 
Definimos as questões ambientais como questões denatureza híbrida por envolverem 
 
a) relações e interações políticas e armamentistas entre diferentes países. 
b) relações e interações capitalistas entre empresas públicas e privadas. 
c) relações e interações sociais com os fenômenos naturais não humanos. 
d) relações e interações entre os países do hemisfério norte (desenvolvidos) e do hemisfério sul 
(em desenvolvimento). 
e) relações e interações entre os fenômenos naturais e os não humanos. 
24. Leia os textos a seguir e responda ao que se pede a seguir: 
TEXTO 1 
 
"Setembro passou, com oitubro e novembro 
já tamo em dezembro. 
Meu Deus, que é de nós? 
Assim fala o pobre do seco Nordeste, 
com medo da peste, 
da fome feroz. 
 
(…) 
 
Em riba do carro se junta a famia; 
chegou o triste dia, 
já vai viajá. 
A seca terrive, que tudo devora, 
lhe bota pra fora 
da terra natá. 
 
(…) 
Chegaro em São Paulo - sem cobre, quebrado. 
O pobre, acanhado, 
percura um patrão. 
Só vê cara estranha, da mais feia gente, 
tudo é diferente, 
do caro torrão. 
 
Trabaia dois ano, três ano e mais ano, 
e sempre no prano 
de um dia inda vim. 
Mas nunca ele pode, só veve evendo, 
e assim vai sofrendo 
tormento sem fim." 
 
[A triste partida, Patativa do Assaré (fragmento)]. 
 
 
TEXTO 2 
 
“(...) A solução vislumbrada desde o início foi a imigração. Como se tratasse de ‘colonizar para o capital’ 
e não colonizar para povoar, para ocupar vazios territoriais, a introdução de núcleos de colonização 
acabou não resolvendo o problema de prover trabalhadores para as fazendas necessitadas. Tentou-se 
a parceria em fins da década de 1840, quando o Senador Vergueiro já previa para breve o fim da 
escravidão. O fracasso da parceria também foi rotundo, gerando queixas quer por parte dos 
fazendeiros quer por parte dos imigrantes. Abandonada a via da parceria, foi ficando cada vez mais 
patente a conveniência de gerar um fluxo abundante de homens pobres que se dirigisse para a 
empresa cafeeira. Pobres, pelas razões tão bem compreendidas pelo conselheiro Antônio Prado, 
conforme aponta M. Hall: ‘Prado (...) tornou (...) explícita sua posição, quando notou, com satisfação, 
que os imigrantes, cuja passagem para São Paulo era paga, eram tão pobres que nem podiam 
comprar sua própria terra, nem abrir pequenos negócios, mas, tão-somente, trabalhar nas fazendas. 
Imigrantes com dinheiro, disse francamente, são inúteis para nós’. ” (CATANI, Afrânio Mendes. O que é 
capitalismo. 8. ed. São Paulo: Editora Brasiliense, 1982, p. 102-103). 
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Os trechos em negrito nos textos 1 e 2 apresentam um problema antigo – mas ainda vivo – no 
cenário das relações trabalhistas brasileiras, principalmente para aqueles que se retiram da terra 
natal em busca de melhores condições de vida. Diante dessa realidade, analise os fatos sociais 
apresentados a seguir: 
 
I. O regime semi-escravista imposto aos trabalhadores das indústrias automobilísticas do ABC 
paulista priva-os do direito a férias e, portanto, do retorno à terra natal. 
II. O regime de escravidão em algumas fazendas de cana de açúcar no interior do Estado de São 
Paulo cria, por parte de seus donos, uma estrutura de endividamento para os trabalhadores 
recém-chegados, através de cessão de empréstimos e do monopólio de venda de mercadorias 
para consumo dos próprios trabalhadores. 
III. Os grandes latifundiários da soja no sertão nordestino, no regime de colonato e através da 
força de expansão das tecnologias de cultivo, ameaçam seus trabalhadores de demissão, caso 
não aceitem os baixos salários, forçando-os a permanecer nas colônias às margens desses 
latifúndios. 
 
A alternativa que contempla aquele(s) fato(s) social(is) que revela(m) o referido problema das 
relações trabalhistas brasileiras é: 
 
a) I b) II c) I e II d) III e) II e III 
25. Leia com atenção as afirmações sobre o tema “desenvolvimento sustentável”. 
I. Desenvolvimento sustentável é aquele que atende às necessidades da geração atual, sem 
comprometer a capacidade das gerações futuras de atender a suas próprias necessidades. 
II. Desenvolvimento sustentável relaciona o desenvolvimento econômico com a proteção 
ambiental e tem como objetivo equalizar as desigualdades sociais globais para ajudar no 
equilíbrio entre economia e meio ambiente. 
III. A ascensão dos movimentos ambientalistas e da preocupação pública com os problemas 
ambientais já estavam presentes desde o início dos anos de 1970, com a divulgação do 
Relatório Brundtland, que tornou público o conceito de Ecodesenvolvimento. 
IV. O desenvolvimento sustentável busca criar uma base comum entre os Estados-Nações e 
conecta o movimento pelo desenvolvimento mundial com o movimento ambientalista, de um 
modo que nenhum outro projeto havia conseguido antes. 
V. O Fórum Econômico Mundial de Davos, formado pelos países mais ricos do mundo, é 
considerado o principal defensor da tese central do estudo realizado pelo Clube de Roma, 
divulgada em relatório sob o título “Os Limites do Crescimento”. 
(Cf. GIDDENS, Anthony. Sociologia. 6ª ed. Porto Alegre: Penso, 2012, p. 146-156). 
 
Está CORRETO o que se afirma apenas em 
 
a) I, II, III e IV. 
b) I, II e IV. 
c) I, II, IV e V. 
d) II, III, IV e V. 
e) II, IV e V. 
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26. Leia o texto abaixo, analise-o e responda ao que se pede a seguir: 
“De início, o homem é semelhante a um jogador, que toma nas mãos, quando se senta à mesa, 
cartas que não inventou, já que o jogo de cartas é um dado da história e da civilização. Em 
segundo lugar, cada repartição de cartas resulta de uma distribuição contingente entre os 
jogadores e se faz sem que eles o percebam. Há mãos aceitas passivamente, mas que cada 
sociedade, como cada jogador, interpreta nos termos de vários sistemas, que podem ser comuns 
ou particulares: regras de um jogo ou regras de uma tática. E é bem sabido que, com a mesma 
mão, jogadores diferentes não farão a mesma partida, se bem que não possam, constrangidos 
também pelas regras, com outra qualquer, fazer qualquer partida” (LÉVI-STRAUSS, Claude. O 
pensamento selvagem. São Paulo: Cia. Editora Nacional, 1970, p. 119). 
Corrente epistemológica de grande contribuição para o estudo da cultura, o estruturalismo teve 
Claude Lévi-Strauss como um dos seus principais nomes. Aceitando a metáfora proposta no texto 
acima (em consonância aos pressupostos teóricos do estruturalismo de Lévi-Strauss), podemos 
dizer que cada cultura representa um jogo em que diversas sociedades ajustam as regras possíveis 
às cartas recebidas, às táticas aprendidas e às jogadas dos outros jogadores. Diante disso, é 
função do cientista social: 
a) Privilegiar todo e qualquer elemento metafísico intrínseco às cartas, táticas e jogadas, porque 
nenhuma cultura possui, por si só, elementos estruturais claros à observação empírica. 
b) Suspender a análise dessas regras, pois o que possui relevância estrutural é tão somente as 
questões que transcendem as regras, as escolhas e a história das jogadas. 
c) Apreender essas regras, desconsiderando as escolhas feitas e o pressuposto histórico das 
jogadas, por si só irrelevantes. 
d) Descartar essas regras e as escolhas feitas, atendo-se estritamente ao contexto histórico das 
jogadas. 
e) Apreender essas regras, as escolhas feitas e explicar historicamente as jogadas. 
27. A Extensão Rural no Brasil foi oficialmente criada em 1948, em Minas Gerais, como um serviço 
misto (público-privado). Nos anos 1970, o serviço foi estatizado totalmente, criando-se a Empresa 
Brasileira de Assistência Técnica e Extensão Rural (EMBRATER). Sua extinção, em 1990, deixou a 
atribuição desse serviço aos estados e municípios. Nesse sentido, oserviço de Extensão Rural, 
fundamentalmente, baseou-se em uma orientação metodológica que tinha uma caracterização 
 
a) difusionista, com o objetivo de modernização da agricultura brasileira com base no avanço do 
capitalismo no campo. 
b) descentralizadora das ações, tendo como missão a implementação de programas de reforma 
agrária em todo o país, especialmente na Amazônia. 
c) participativa e dialógica, com o objetivo de educação e alfabetização das populações rurais, 
especialmente, no Nordeste brasileiro. 
d) tecnicista e pragmática, tendo como missão a produção de alimentos para o mercado interno, 
com base nos princípios da agroecologia. 
e) centrada no diálogo de saberes, tendo como objetivo a busca pelo desenvolvimento 
sustentável da agricultura familiar brasileira. 
 
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Para responder à questão 28, considere os textos que seguem – uma charge do cartunista Angeli e 
uma tabela com números da estrutura fundiária no Brasil, em 2009. Analise-os e responda ao que se 
segue: 
TEXTO 3 
 
TEXTO 4 
 
Estrutura Fundiária 
Brasil 2009 
 
 
Estratos de 
área total (ha) 
Imóveis Área Total Área média 
(em ha) N0 de imóveis Em % Em ha Em % 
Até 10 1.744.540 33,7 8.215.337 1,4 4,7 
De 10 a 25 1.316.237 25,4 21.345.232 3,7 16,2 
De 25 a 50 814.138 15,7 28.563.707 5,0 35,1 
De 50 a 100 578.783 11,2 40.096.597 7,0 69,3 
De 100 a 500 563.346 10,9 116.156.530 20,3 206,2 
De 500 a 1000 85.305 1,6 59.299.370 10,4 695,1 
De 1000 a 2000 40.046 0,8 55.269.002 9,7 1.380,1 
Mais de 2000 39.250 0,8 242.795.145 42,5 6.185,9 
TOTAL 5.181.645 100,0 571.740.919 100,0 110,3 
(Disponível em: http://www.nead.gov.br/portal/nead/nead-especial/download_orig_file?pageflip_id=8770328. 
28. Analisando a charge e os dados apresentados na tabela acima, é INCORRETO afirmar que 
a) a maior parte da área total das terras brasileiras (segundo a tabela) está concentrada nas mãos 
de poucos proprietários, apontando para o problema anunciado pela charge. 
b) o problema na estrutura fundiária do Brasil é a grande concentração da terra, o que 
caracteriza a extrema desigualdade presente na questão agrária brasileira. 
c) a quantidade de imóveis entre os que detêm menos de 25 hectares de terra revela a melhoria 
na distribuição de terras que vem se processando recentemente no Brasil, sinalizando para as 
políticas públicas de incentivo financeiro para que os produtores rurais se fixem em suas 
pequenas propriedades e para que os habitantes da zona urbana tenham suas casas próprias. 
d) os dados da tabela são sintomáticos para aqueles que defendem a reforma agrária, que, por sua 
vez, aparece como uma saída necessária para o problema exposto na charge, a saber, a grande 
concentração de terras “nas mãos” de um pequeno grupo de brasileiros, a elite latifundiária. 
e) os que detêm imóveis dentro de um estrato de mais de 2000 hectares de terra correspondem 
a menos de 1% dos que compõem a estrutura fundiária brasileira. 
http://www.nead.gov.br/portal/nead/nead-especial/download_orig_file?pageflip_id=8770328
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29. A partir de 2003, o Brasil passa a contar com uma “nova” Política Nacional de Assistência Técnica e 
Extensão Rural (PNATER). A nova PNATER, em sua missão, pressupõe uma mudança de rumos em 
relação às práticas extensionistas que marcaram a história da Extensão Rural até então. Analise a 
alternativa que apresenta o contexto em que ocorrem essas mudanças: 
a) no rumo da balança comercial e do Produto Interno Bruto (PIB) agropecuário como forma de 
barrar a alta da inflação dos produtos agrícolas e o preço das commodities. 
b) nos rumos do padrão de desenvolvimento rural, por meio do fortalecimento de políticas 
públicas de apoio à exportação de produtos agropecuários para geração de divisas. 
c) nas visões cartesiana e tecnicista que orientaram as décadas anteriores, adotando para isso 
metodologias participativas que ajudem a democratizar a relação entre agricultores e 
extensionistas. 
d) nos padrões técnicos, difundindo e persuadindo os agricultores a adotarem inovações 
tecnológicas avançadas, no sentido da produção de commodities para o mercado interno. 
e) no rumo das estratégias metodológicas, adotando o difusionismo como forma de levar 
conhecimentos e inovações dos centros nacionais de pesquisa com o objetivo de tirar a 
agricultura brasileira do atraso tecnológica e econômico. 
30. A Política Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural (PNATER), formulada em 2003, 
estabelece a adoção dos princípios da agroecologia e suas bases epistemológicas para o 
estabelecimento de estratégias de desenvolvimento rural sustentável, opostas àquelas que foram 
implementadas ao longo do século passado. Por agroecologia, entende-se: 
a) Enfoque teórico disciplinar, oriundo dos cursos das ciências agrárias, adotado pelas ciências 
sociais, que busca analisar processos produtivos e de manejos ecológicos na produção vegetal. 
b) Enfoque metodológico, oriundo das ciências sociais e adotado na agronomia, tendo como 
principal objetivo analisar Complexos Agroindustriais (CAIs) e seus processos de trabalho, 
definido como “caificação”. 
c) Enfoque teórico e metodológico que busca analisar os mecanismos usados na integração da 
agricultura e as possibilidades de aumento de renda, seja para o agricultor, seja para a 
empresa. 
d) Enfoque teórico-prático que busca a construção metodológica de uma nova agricultura com 
base na biotecnologia como forma de suporte ao avanço e desenvolvimento do agronegócio 
brasileiro. 
e) Enfoque teórico e metodológico que se utiliza das diversas disciplinas científicas e do diálogo 
com os saberes dos agricultores para analisar a atividade agrária, sob uma perspectiva 
ecológica. 
 
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31. O avanço considerável do nível de tecnologia dos aparatos de manejo agropecuário vem revelando 
cada vez mais claramente a lógica da eficiência produtiva, como resposta ao atual contexto de 
crescimento das populações e do consumo. Como sinal disso, as próprias políticas públicas tendem 
a privilegiar – por exemplo – um modelo industrial de agricultura, em detrimento de experiências 
de agricultura familiar, que trabalhem com alimentos orgânicos. Por trás desses privilégios, 
acentuam-se políticas de financiamento para o aumento quantitativo da produção. Para bem 
servir a essa lógica capitalista da produção global, alguns exemplos atuais podem ser citados: o uso 
vertiginoso de agrotóxicos nas culturas agrícolas; a emergência dos transgênicos; a grande 
utilização de hormônios para a aceleração do crescimento de animais de corte. Nesse sentido, as 
tecnologias exemplificadas são muito importantes para o atual discurso capitalista de produção 
porque 
 
a) produzem mais rápido, com maior poder de previsibilidade do processo produtivo, diminuindo 
os riscos e o tempo de produção, aumentando, assim, a oferta e a lucratividade. 
b) demandam um menor tempo de produção, possibilitando uma menor quantidade de oferta 
para o mercado, que privilegia a qualidade e não a quantidade produtiva. 
c) produzem mais rápido, com menos riscos de prejuízo diante de doenças/pragas e com “custo 
zero”. 
d) possibilitam uma maior qualidade dos produtos, cultivados sem agredir o meio ambiente e a 
saúde dos consumidores. 
e) melhoram a adaptação às intempéries do meio ambiente, oferecendo respostas produtivas 
agradáveis a quem visa um consumo responsável dentro da lógica da sustentabilidade 
ambiental. 
32. “Comunicaçãoou Extensão?”, livro de Paulo Freire, escrito ao final dos anos 1960, demarca um 
momento de estabelecimento de uma crítica à comunicação rural, presente nos serviços de 
Extensão Rural no Brasil, e certo consenso entre os autores paulofreireanos afirmando que a 
comunicação participativa ou horizontal é o ponto de partida para construção de qualquer política 
socioeconômica e ambiental nas organizações governamentais e não governamentais que lidam 
com os processos de desenvolvimento rural (Cf. CALLOU, Angelo. B. F. Estratégias de comunicação 
em contextos populares: implicações contemporâneas no desenvolvimento local sustentável. In: 
TAVARES, J; RAMOS, L. Assistência técnica e extensão rural: construindo o conhecimento 
agroecológico. Manuas/AM: Bagaço, 2006, p. 53-66). 
O conteúdo dessa crítica a que se refere o texto acima estava relacionado 
 
a) aos processos de comunicação da grande mídia sobre a pobreza no meio rural e sobre os 
movimentos sociais de luta por reforma agrária. 
b) às formas de comunicação como estratégia de educação popular – denominada de 
educomunicação – e suas influências políticas nos movimentos sociais rurais. 
c) aos processos de comunicação no meio rural brasileiro e sobre as novas concepções que 
enlaçam atividades agrícolas e não-agrícolas no campo, definidas como “novas ruralidades”. 
d) à teoria rogeriana em que a comunicação era uma estratégia de difusão de inovações na 
agricultura, adotada pelo serviço de Extensão Rural entre os anos 1970/1990. 
e) à abordagem rogeriana que preconizava a difusão de aparelhos de televisão, inicialmente, e 
da internet, posteriormente, como forma de levar informações e conhecimentos ao “homem 
do campo”. 
 
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33. “A imensa diversidade sociocultural do Brasil é acompanhada de uma extraordinária diversidade 
fundiária. As múltiplas sociedades indígenas, cada uma delas com suas formas próprias de inter-
relacionamentos com seus respectivos ambientes geográficos, formam um dos núcleos mais 
importantes dessa diversidade, enquanto as centenas de remanescentes das comunidades 
quilombolas, espalhadas por todo o território nacional, forma outro. (...) Ainda há as distintas 
formas fundiárias mantidas pelas comunidades de açorianos, babaçueiros, caboclos, caiçaras, 
caipiras, campeiros, jangadeiros, pantaneiros, pescadores artesanais, praieiros, sertanejos e 
varjeiros (...)” (LITTLE, P. E. Territórios sociais e povos tradicionais no Brasil: por uma antropologia 
da territorialidade. Brasília: UNB, 2002, p. 2. Série Antropologia). 
Esse grande leque de grupos humanos costuma ser identificado por “povos e comunidades 
tradicionais”. Assinale a definição que caracteriza, adequadamente, “povos e comunidades 
tradicionais”. 
 
a) Grupos culturalmente associados ao imobilismo histórico e social, diferenciando-se pelo seu 
atraso econômico e cultural, características centrais de agrupamentos humanos desprovidos 
totalmente de sistema político. 
b) Grupos culturalmente diferenciados e que se reconhecem como tais, possuindo formas 
próprias de organização social e se reproduzindo com base na utilização de conhecimentos, 
inovações e práticas gerados e transmitidos pela tradição. 
c) Grupos culturalmente diferenciados pela sua carência alimentar e pobreza econômica, 
necessitando, por conta disso, de ajuda em várias dimensões (econômica, política, cultural, 
social), mediante políticas compensatórias e práticas assistencialistas. 
d) Grupos culturalmente associados aos baixos níveis intelectuais e com pouquíssima capacidade 
organizativa, gerando, por essa condição, relações de dependência e tutela política, 
originando-se, assim, a prática do clientelismo. 
e) Grupos culturalmente diferenciados pelo uso que fazem das manifestações públicas, levando 
ao vandalismo e à depredação do patrimônio público e privado como forma de pressão e 
interesse político. 
 
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34. Ao longo da história da República do Brasil, não são pouco os casos de manifestações sociais e de 
surgimento de movimentos que, direta ou indiretamente, apresentavam questionamentos à 
estrutura fundiária em vigor. Podem-se destacar três fases distintas de organização de 
movimentos sociais que questionaram a distribuição de terras no Brasil. 
I. A primeira fase, no período da República Velha, é caracterizada pelo surgimento de vários 
movimentos de caráter messiânico que, embora não questionassem diretamente a ordem 
latifundiária, apresentavam formas organizativas baseadas na propriedade coletiva do solo. 
II. A segunda fase, compreendida entre a década de 1940 e o Golpe Militar de 1964, é 
caracterizada pelas primeiras formas de organização de massa de agricultores na luta pela 
Reforma Agrária. 
III. A terceira fase, compondo os períodos de resistência à ditadura militar e de redemocratização 
do país, caracteriza-se pela organização de movimentos sociais de luta pelos direitos 
trabalhistas e de luta pela reforma agrária. 
(Cf. TARGINO, I. A luta pela terra e os movimentos sociais rurais no 
Brasil. Raízes, v. 21, n. 01. Campina Grande, 2002, p. 148-160). 
 
Em relação a estas fases, podemos identificar, respectivamente, os seguintes movimentos sociais: 
 
a) Canudos e Contestado; Comissão Pastoral da Terra e Ligas Camponesas; Sindicalismo Rural e 
Movimento dos Trabalhadores Sem Terra. 
b) Movimento dos Trabalhadores Sem Terra e Ligas Camponesas; Canudos e Comissão Pastoral 
da Terra; Partidos Políticos e Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura. 
c) Canudos e Contestado; Sociedade Agrícola de Plantadores e Pecuaristas de Pernambuco 
(SAPPP) e Ligas Camponesas; Sindicalismo Rural e Movimento dos Trabalhadores Sem Terra. 
d) Ligas Camponesas e Contestado; Movimento dos Trabalhadores Sem Terra e Confederação 
Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (CONTAG); Comissão Pastoral da Terra e Partidos 
dos Trabalhadores. 
e) Movimento dos Trabalhadores Sem Terra e Ligas Camponesas; Confederação Nacional dos 
Trabalhadores na Agricultura (CONTAG) e Sindicalismo Rural; Sociedade Agrícola de 
Plantadores e Pecuaristas de Pernambuco (SAPPP) e Comissão Pastoral da Terra. 
 
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Para responder à questão 35, considere as citações 1 e 2 e a imagem 1 
 
CITAÇÃO 1 
 
“A ciência manipula as coisas, mas renuncia habitá-las” (MERLEAU-PONTY, Maurice. L’Oeil et 
l’esprit. Paris: Gallimard, 1979, p. 275). 
 
 
CITAÇÃO 2 
 
“Pois elas *algumas noções gerais relativas à física+ me fizeram ver que é possível chegar a 
conhecimentos muito úteis à vida, e que, em vez da filosofia especulativa ensinada nas escolas, 
pode-se encontrar uma outra, prática, pela qual, conhecendo a força e as ações do fogo, da água, 
do ar, dos astros, dos céus e de todos os outros corpos que nos cercam, tão distintamente quanto 
conhecemos os diversos ofícios de nossos artesãos, poderíamos empregá-la do mesmo modo em 
todos os usos a que se aplicam tais ofícios, e assim nos tornamos como que mestres e 
possuidores da natureza” *(DESCARTES, René. Discurso do Método. Trad. de Paulo Neves. Porto 
Alegre: L&PM, 2006, p. 101-102) – grifo nosso] 
 
IMAGEM 1 
 
 
(O homem vitruviano, Leonardo DaVinci) 
35. As citações 1 e 2 e a imagem 1 acima apontam para o modo como a racionalidade moderna 
ocidental pensou a relação entre o homem e toda a natureza ao seu redor. Considerando-se como 
o ser mais importante/central e perfeito do universo (IMAGEM 1), o homem moderno erigiu o 
ideal antropocêntrico como baluarte deseus ideais de progresso. Através da ciência, acreditava 
poder manipular toda a natureza (citação 1), possuindo-a, como seu mestre e senhor (citação 2). 
Na contramão desta lógica, vemos emergir recentemente novos paradigmas científicos que 
buscam reformular a compreensão “moderna” acerca da relação entre homem e natureza, ciência 
e sistemas vivos (organismos, sistemas sociais e ecossistemas). Fritjof Capra e Edgar Morin estão 
entre esses que militam por uma forma de racionalidade científica pautada em conceitos como 
pensamento sistêmico e ecologia profunda. Todas as alternativas a seguir trazem frases cujas 
compreensões fundamentam corretamente pelo menos um desses dois conceitos citados, EXCETO 
uma das alternativas, cuja lógica difere do que é próprio desses conceitos (em negrito). Assinale-a: 
 
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a) É preciso admitir a inexorabilidade de certos processos da vida, por conviverem lado a lado 
com infinitas possibilidades disponíveis. 
b) É preciso criar comunidades sustentáveis – isto é, ambientes sociais e culturais onde possamos 
satisfazer nossas necessidades e aspirações sem diminuir as chances das gerações futuras. 
c) É preciso admitir que as propriedades essenciais de um organismo, ou sistema vivo, são 
propriedades do todo, cuja inquestionável diversidade só pode ser compreendida 
holisticamente pelas vias analíticas (fragmentárias) da objetividade científica. 
d) É preciso admitir que tudo o que acontece com a Terra, acontece com todos os que nela 
habitam; ora, nenhum indivíduo humano tece a teia da vida, mas é apenas um de seus fios, de 
modo que tudo o que faça à teia, fará a si mesmo. 
e) É preciso visualizar a teia da vida como sistemas vivos (redes), interagindo à maneira de rede 
com outros sistemas (redes). A teia da vida consiste em redes dentro de redes. Na natureza, 
não há hierarquias. Há somente redes aninhadas dentro de outras redes. 
36. Historicamente, desde a Revolução Industrial, o Cooperativismo vem demonstrando grande 
capacidade da adaptação às realidades distintas, revelando-se do mesmo modo, como uma 
alternativa de inclusão dos trabalhadores ao modelo produtivo. Com o avanço da globalização, 
o cooperativismo ganha uma importância particular – alternativa ao desemprego crescente 
nos tempos atuais. Ele tem sido um eficiente mecanismo de inclusão social, permitindo a 
ligação entre o local e o global, seja no que diz respeito à produção quanto à comercialização. 
(Cf. PIRES, M. L. e S. Cooperativismo e desenvolvimento local. In: TAVARES, J; RAMOS, L. 
Assistência técnica e extensão rural: construindo o conhecimento agroecológico. Manuas: 
Bagaço, 2006, p. 85-91). 
Sobre o cooperativismo, é CORRETO afirmar: 
a) Surgiu nos Estados Unidos da América como suporte ao “sistema fordista” de produção e 
buscava organizar o exército de reserva de mão-de-obra. 
b) Foi criado nos Estados Unidos da América, no auge da “Grande Depressão”, e tinha como 
objetivo levar assistência médica e alimentar aos trabalhadores que perderam seus 
empregos. 
c) Surgiu em Rochdale, na Inglaterra, tendo como preocupação central a organização coletiva 
do consumo entre trabalhadores tecelões, evitando, assim, a compra de alimentos 
adulterados. 
d) Foi criada em Cuba, após a Revolução Comunista, sob a influência do socialismo soviético, 
e tinha como objetivo a produção de alimentos para a população da Ilha. 
e) Nasceu nas experiências do socialismo soviético, a partir da “coletivização da terra” e de 
criação das fazendas coletivas, depois levado à Inglaterra e aos Estados Unidos da América 
pelos socialistas dissidentes do regime soviético. 
 
 
 
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37. Embora não seja uma categoria recente, a agricultura familiar, atualmente, no Brasil, assume ares 
de novidade, em função de seu significado (para as políticas públicas) e abrangência (diversidade 
de atores rurais). Contudo, estudos sócio-antropológicos apontam que a agricultura familiar atual 
tem raízes históricas no campesinato brasileiro. Além do mais, diferentemente do caso europeu, o 
camponês do Brasil foi formado por distintos grupos sociais – africanos, indígenas, mestiços, 
tabeladores livres, imigrantes. Numa perspectiva ampla, o campesinato brasileiro (e das Américas) 
tem sua gênese na formação do escravo-camponês, um protocampesinato formado por um 
processo denominado de “brecha camponesa” (Cf. WELCH, C. A et all. Camponeses Brasileiros: 
leituras e interpretações clássicas. São Paulo: Editora UNESP; Brasília: NEAD, 2009, p. 29). 
 
Analise a alternativa que apresenta CORRETAMENTE o significado de “brecha camponesa”. 
 
a) Desenvolvimento de atividades agrícolas realizadas por escravos nas parcelas e no tempo livre, 
concedidos no interior das fazendas com a finalidade central de produzir alimentos. 
b) Abertura de fronteiras agrícolas em novas áreas do sertão brasileiro pelos escravos e indígenas 
para plantar cana-de-açúcar e algodão. 
c) Desenvolvimento de atividades agrícolas em espaços urbanos, realizadas desde o período 
colonial até os dias atuais, nas grandes cidades brasileiras. 
d) Desenvolvimento de atividades agrícolas realizadas por mão de obra escrava, depois por 
trabalhadores assalariados, no interior das grandes fazendas para produção de alimentos 
direcionados ao mercado externo. 
e) Abertura de espaços para a produção agrícola em bairros rurais no estado de São Paulo, 
destinados a agricultores retirantes nordestinos em razão da “Grande Seca” de 1877-1879. 
38. A realidade da agricultura familiar, sob um “novo olhar”, permite analisar a interação entre 
famílias rurais e territórios na dinâmica de reprodução social, considerando os modos de vida das 
famílias na sua integridade e não apenas seus componentes econômicos. Família rural passa a ser 
compreendida como a unidade que se reproduz em regime de economia familiar e que desenvolve 
qualquer processo biológico sobre um pedaço de terra, ‘situada’ em um território com 
determinadas características socioeconômicas, culturais e ambientais. Nesse sentido, a noção de 
agricultura familiar, para além de unidades tidas como economicamente, expressa-se basicamente 
sob quatro formas: (I) reprodução socioeconômica das famílias rurais; (II) promoção de segurança 
alimentar das próprias famílias e da sociedade; (III) manutenção do tecido social e cultural; e (IV) 
preservação dos recursos naturais e da paisagem rural (Cf. CAZELLA, A.; BONNAL, P.; MALUF, R. 
(Org.) Agricultura familiar: multifuncionalidade e desenvolvimento territorial no Brasil. Rio de 
Janeiro: Mauad X, 2009. p. 48-50). 
 
Com base no texto, pode-se dizer que o conceito implícito na definição de agricultura familiar 
acima é 
 
a) Pluriatividade. 
b) Territorialidade. 
c) Multifuncionalidade. 
d) Sustentabilidade. 
e) Reciprocidade. 
 
 
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39. Analise os dois textos a seguir: 
 
TEXTO 5 
 
“Um sistema de produção agropecuário pode ser entendido como uma unidade formada por um 
conjunto de partes que interagem entre si, gerando um funcionamento. As partes constituem a 
estrutura dos sistemas, que podem ser representados pelas infraestruturas hídricas, terra, 
animais, plantas, cercas, etc. Algumas destas estruturas se comportam como sistemas menores de 
produção e são chamadas de subsistemas, por exemplo, o subsistema de criação de bovino ou 
caprino, o subsistema do roçado ou do campo de palma forrageira. Os subsistemas estão em 
constante interatividade através da trocade matéria e energia. Na geração destes fluxos o que é 
saída de um pode ser a entrada para outro, por exemplo, o subsistema de criação pode fornecer 
energia para o roçado através da força da tração animal para preparar o solo e o roçado devolve 
para a criação o alimento na forma de grãos ou restos de cultura (palhada). A criação ainda pode 
devolver esterco para o roçado e contribuir para manter a fertilidade global do sistema” 
(NOGUEIRA, Francisco Roserlândio Botão; SIMÕES, Sara Vilar Dantas. Uma abordagem sistêmica para a 
agropecuária e a dinâmica evolutiva dos sistemas de produção no Nordeste semi-árido. Revista Caatinga 
(Mossoró), v. 22. n. 2, p. 2, abril/junho de 2009). 
 
 
TEXTO 6 
 
 
 
A charge acima (Texto 6) apresenta o grave problema do desmatamento no Brasil. Sua prática – 
principalmente para a promoção de fazendas de pecuária extensiva ou monoculturas agrícolas, 
por exemplo – contraria a abordagem sistêmica exposta no Texto 5. O texto em questão aponta 
para a realidade de que sistemas de produção não podem ser tratados como uma simples 
justaposição de objetos, já que todos interagem e evoluem conjuntamente, caso sejam articuladas 
suas potencialidades. A partir disso, todas as alternativas a seguir correspondem a problemas que 
contrariam a abordagem sistêmica anunciada no Texto 5, EXCETO uma. Assinale-a: 
 
a) A queima dos canaviais, que, além de facilitar o corte da cana-de-açúcar, fertiliza o solo, 
potencializando seus componentes vitais. 
b) O uso do modelo agroquímico-moto-mecanizado, fundamental dentro da agricultura orgânica. 
c) O uso de agrotóxicos como estratégia para preservar a vida da espécie cultivada de outros 
animais (pragas) que invadem a região do cultivo. 
d) O uso da técnica de rotação de culturas, que viabiliza o não esgotamento do solo. 
e) O uso da técnica de produção da “cama de frango” em vista da alimentação bovina, que, além 
de limpar as granjas (evitando infecções de outros frangos), enriquece a nutrição bovina e a 
qualidade do seu leite. 
 
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40. Abaixo dispomos dois quadrinhos. Analise-os: 
 
QUADRO 1 
 
 
 
QUADRO 2 
 
 
 
(NOVAES, Carlos Eduardo; RODRIGUES, Vilmar. Capitalismo para principiantes. 16. ed. São Paulo: Editora Ática, 
1988, p. 5). 
 
 
No quadro 1, temos uma referência às relações de trabalho na fase nômade dos grupos tribais 
pré-históricos. No quadro 2, temos uma referência às relações de trabalho desenvolvidas nos 
últimos séculos, pelo sistema capitalista. Cada uma dessas sociedades possui um modo 
específico de organização do trabalho. Assim sendo, assinale a alternativa que contém a 
ordem CORRETA referente ao modo de divisão do trabalho próprio do quadro 1 e do quadro 2, 
respectivamente: 
 
a) Divisão social do trabalho / Divisão do trabalho social. 
b) Divisão radical do trabalho / Divisão flexível do trabalho. 
c) Divisão corporativista do trabalho social / Divisão Cooperativista do trabalho. 
d) Divisão do trabalho social / Divisão social do trabalho. 
e) Divisão socialista do trabalho / Divisão do trabalho social. 
 
 
 
 
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41. Foi com o antropólogo americano Robert Redfield, ao final dos anos de 1940, que a expressão 
“sociedades camponesas” ganhou estatuto científico no interior das ciências sociais, convertendo 
o camponês como objeto de estudo pela antropologia. Usando o paradigma funcionalista, Redfield 
contribui para uma definição de camponês, ao colocar a sociedade camponesa como uma 
sociedade parcial provida de uma cultura parcial. Na década de 1970, Shanin, num trabalho de 
grande influência para os estudos sobre campesinato, retomou a noção de sociedades 
camponesas e a definiu com quatro facetas essenciais interligadas (Cf. ABRAMOVAY, R. 
Paradigmas do capitalismo agrário em questão. São Paulo: Editora Hucitec; Campinas: Editora da 
Unicamp, 1992, p. 107-109). 
 
Analise as possíveis definições de sociedade camponesa: 
 
I. A unidade familiar como unidade básica multifuncional de organização social. 
II. O trabalho na terra e normalmente com a criação de animais como principal meio de 
subsistência. 
III. Uma cultura tradicional específica e diretamente ligada ao modo de vida das pequenas 
comunidades rurais. 
IV. Uma sujeição multifuncional a poderes exteriores. 
V. O indivíduo como unidade básica unifuncional de organização social. 
VI. A pluriatividade, exclusivamente ligada à produção agrícola, como principal meio de 
subsistência. 
VII. O trabalho como elemento diferenciador entre as categorias de camponês e agricultor 
familiar. 
VIII. Uma cultura parcial e específica que permite a inserção das sociedades camponesas no mundo 
globalizado. 
 
Marque a alternativa que corresponde apenas às definições CORRETAS: 
 
a) II, III, V e VII. 
b) V, VI, VII e VIII. 
c) I, IV, VI e VIII. 
d) I, II, III e IV. 
e) II, III, V e VII 
 
 
 
 
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42. Analise as características das metodologias qualitativas apresentadas a seguir: 
 
I. Oferece um meio para gravação acurada e preservação de fontes pessoais para preencher as 
lacunas dos documentos escritos. Ela não é uma inovação moderna, mas seu emprego 
moderno representou uma resposta à crescente procura de informação e à crescente 
apreciação de onde a evidência pode ser encontrada. O que é novo é a gravação magnética, 
usada em larga escala para capturar exatos relatos literais, juntamente com sotaques, 
entonações e inflexões sem a intervenção interpretativa de estenógrafos e anotadores (Cf. 
HAGUETTE, T. M. F. Metodologias qualitativas na Sociologia. 12. ed. Petrópolis: Vozes, 2010, p. 
88). 
II. A melhor situação para participar na mente de outro ser humano é a interação face à face, 
pois tem o caráter, inquestionável, de proximidade entre pessoas. Esse tipo de interação entre 
pessoas é o elemento fundamental na pesquisa em ciências sociais. Assim, esta é uma técnica 
que permite o desenvolvimento de uma estreita relação entre as pessoas. É um modo de 
comunicação no qual determinada informação é transmitida de uma pessoa (emissor) a outra 
(receptor) [Cf. RICHARDSON, R. J. Pesquisa social: métodos e técnicas. 3. ed. São Paulo: Atlas, 
2009, p. 205]. 
III. Nesta metodologia, o pesquisador não é apenas um espectador do fato que está sendo 
estudado. Mas ele se coloca na posição e ao nível dos outros elementos humanos que 
compõem o fenômeno a ser observado. Este tipo de pesquisa é recomendado especialmente 
para estudos de grupos e comunidades, na qual o pesquisador se insere como se fosse parte 
deles. (Cf. RICHARDSON, R. J. Pesquisa social: métodos e técnicas. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2009, 
p. 261). 
 
As proposições acima estão se referindo, respectivamente, a quais metodologias qualitativas? 
 
a) História de Vida; Entrevista; e Pesquisa-ação. 
b) Estudo de Caso; Etnomedologia; e História Oral. 
c) História Oral; História de Vida; e Pesquisa-ação. 
d) Observação Participante; Etnometodologia; e História Oral. 
e) História Oral; Entrevista; e Observação Participante. 
43. Leia os textos abaixo: 
 
TEXTO 7 
 
“A mudança no conceito de tempo operada pela modernidade foi apontada por George Woodcock 
como a diferença mais gritante entre as sociedades ocidentais e orientais. Antes dessa 
diferenciação, os dias eram medidos pelo amanhecer e pelo crepúsculo, os anos em termos de 
plantar e de colher, das folhas que caem e da intensidade do frio e do calor. O tempo estava ligado 
aos processos naturaisde mudança das coisas e dos homens, e não era necessário medi-lo com 
exatidão. A ampulheta, o relógio de sol, a vela ou lâmpada, em que o resto de cera e de óleo que 
permanecia indicava as horas, davam medidas aproximadas de tempo. Na modernidade, o ciclo 
natural da vida deixa de ser a referência para se medir o tempo, que passa, cada vez mais, a ser 
calculado com exatidão matemática. O tempo como duração perde sua importância diante do 
tempo mercadoria, representado de modo exemplar pelo slogan ‘tempo é dinheiro’.” (D’ANGELO, 
Martha. Arte, política e educação em Walter Benjamin. São Paulo: Edições Loyola, 2006, p. 66-67). 
 
 
 
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TEXTO 8 
 
“Enquanto o velho paradigma está baseado em valores antropocêntricos (centralizados no ser 
humano), a ecologia profunda está alicerçada em valores ecocêntricos (centralizados na Terra). É 
uma visão de mundo que reconhece o valor inerente da vida não-humana. Todos os seres vivos 
são membros de comunidades ecológicas ligadas umas às outras numa rede de interdependências. 
Quando essa percepção ecológica profunda torna-se parte de nossa consciência cotidiana, emerge 
um sistema de ética radicalmente novo” (CAPRA, Fritjof. A teia da vida: uma nova compreensão 
científica dos sistemas vivos.Trad. de Newton R. Eichemberg. São Paulo: Cultrix, 2006, p. 28). 
 
A partir da leitura dos textos 7 e 8, analise as afirmações abaixo: 
 
I. O uso de agrotóxicos reflete uma lógica tipicamente moderna (como se expressa no Texto 7), a 
saber, a da interferência do artificial sobre o natural, pois isso garante certo domínio sobre os 
processos da natureza, evitando imprevistos. 
II. O Texto 8 sugere que superemos a visão de mundo mecanicista de Descartes, partindo para 
uma visão holística e ecológica. 
III. Uma sociedade sustentável é aquela que satisfaz a todas as suas necessidades, preservando os 
bens da natureza (Texto 8), através dos mecanismos artificiais da ciência (Texto 7), única que 
pode compreender a exatidão da natureza. 
 
Está CORRETO o que se afirma apenas em: 
 
a) I 
b) II 
c) III 
d) I e II 
e) I e III 
44. O Estatuto do Trabalhador Rural de 1963 regulamentou, pela primeira vez na história, as relações 
de trabalho no setor agrícola, ou seja, foram reconhecidos os direitos trabalhistas aos assalariados, 
fixadas as condições do exercício do trabalho agrícola e instituídas proteções especiais aos 
trabalhadores. Contudo, nesse contexto, a partir de 1960, está em pleno vigor o processo de 
expulsão dos trabalhadores residentes nas fazendas e nos engenhos: colonos, moradores, 
parceiros e pequenos arrendatários. O êxodo rural estabelecido nesse período não tem 
precedente: a expulsão sistemática dos trabalhadores – a expropriação do campesinato. 
(Cf. WANDERLEY, M. N. B. Um saber necessário: os estudos rurais no Brasil. Campinas: Editora 
Garamond, 2011. p. 45-46). 
Esse período, na história do Brasil, pode ser entendido como: 
a) Modernização da agricultura. 
b) Modernização urbano-industrial. 
c) Modernização da classe operária. 
d) Modernização da lei trabalhista. 
e) Modernização do capitalismo. 
 
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45. Leia o texto a seguir: 
“Um primeiro longo período da história humana vai de setenta milhões a setecentos milhões de 
anos atrás. Durante este período, quem vivia não percebia nenhuma mudança, se sentia sempre 
igual. Trata-se da longuíssima fase na qual o homem criou a si mesmo: aprendeu a andar ereto, a 
falar, a educar a prole. Se refletimos bem, estas são mudanças extraordinárias, todas elas 
decorrentes da compensação dos nossos defeitos. (...)Tínhamos um olfato fraco, portanto, não 
podíamos perseguir a caça farejando a terra, como fazem os animais, mas tínhamos que avistá-la: 
para isto devíamos caminhar de pé, já que a caça frequentemente fugia, desaparecendo na 
vegetação. Isto fez com que se tenham salvado somente aqueles indivíduos da nossa espécie que 
se tornaram mais aptos para caminhar eretos. Como caminhar ereto implicava passar a dispor dos 
dois membros superiores – que já não eram mais usados para caminhar –, nós liberamos e 
especializamos as mãos, usando-as para compensar um outro ponto fraco: o da nossa mandíbula. 
Não tínhamos capacidade para agarrar a presa e esquartejá-la com os dentes e, por isso, usamos 
as mãos para construir utensílios e instrumentos. (...) Em resumo, naquela época aumentamos e 
potencializamos o cérebro, aguçamos a vista e liberamos as mãos. E educamos a prole. Aí está 
outro fato extraordinário. Basta lembrar os dinossauros, cuja extinção também está associada ao 
fato de que, quando os ovos se abriam, a prole gerada já era autônoma e, portanto, não era 
educada pelos genitores. Cada dinossauro começava do zero. O dinossauro era perfeito em sua 
origem, já sabia se mover, já sabia obter alimento sozinho e, portanto, os genitores o 
abandonavam à própria sorte. O ser humano, ao contrário – e eis aqui novamente o elogio da 
imperfeição –, nasce indefeso. Se não fosse socorrido, morreria em poucas horas. Contudo, sua 
fraqueza se transforma na sua força, pois a assistência biológica que se dá ao seu desenvolvimento 
durante tanto tempo implica também a aculturação do indivíduo. (...) Somos os únicos animais 
que não recomeçam sempre do início, mas que, além das características hereditárias e do saber 
instintivo, recebem dos adultos o saber cultural” (DE MASI, Domenico. O ócio criativo. Entrevista a 
Maria Serena Palieri. 6. ed. Trad. de Léa Manzi. Rio de Janeiro: Sextante, 2000, p. 24-25). 
 
Analise as afirmações a seguir, conforme as ideias do texto lido acima: 
 
I. A cultura é – por excelência – a expressão de um modo de vida compartilhado por uma 
coletividade, que, não obstante, é legado às gerações posteriores, conservando a identidade 
espiritual que marca tal coletividade e as conquistas que ela alcançou durante o tempo, no seu 
desafio de adaptação à natureza e de se desenvolver através dela. 
II. A educação da prole se constitui como um instrumento totalmente dispensável à socialização 
dos ganhos culturais, pois não garante somente a sobrevivência, mas também o 
desenvolvimento da coletividade na história. 
III. A força do ser humano está na capacidade que tem de não só habitar o mundo, mas de 
também informar aos seus descendentes sobre os progressos alcançados na arte de habitá-lo. 
 
Em relação às ideias do texto, está CORRETO o que se afirma em 
 
a) I apenas. 
b) I e II apenas. 
c) I e III apenas. 
d) II e III apenas. 
e) I, II e III 
 
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46. O Estatuto do Trabalhador Rural de 1963, ao regulamentar as relações de trabalho no setor 
agrícola, autorizou a organização dos sindicatos rurais. Com isso foi possível a luta legítima dos 
trabalhadores assalariados rurais, seja pela via jurídica, seja pela via das greves e mobilizações. 
Nesse processo, teve especial destaque a liderança da CONTAG (Cf. WANDERLEY, M. N. B. Um 
saber necessário: os estudos rurais no Brasil. Campinas: Garamond, 2011, p. 57-59). 
Esse estatuto apresenta o papel que o sindicalismo rural vai exercer no direito aos trabalhadores 
rurais, a partir daquele período (década de 1960). Aponte, entre as alternativas abaixo, aquela que 
apresenta a maneira como vai se organizar a estrutura do sindicalismo rural no Brasil, desde sua 
base: 
 
a) Associações Comunitárias; Conselhos Municipais; e Ministério do Desenvolvimento Agrário. 
b) Sindicatos de Trabalhadores Rurais; Federações Estaduais de Sindicatos Rurais; eConfederação 
Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (CONTAG). 
c) Associações Comunitárias; Conselhos Municipais; e Conferências Estaduais. 
d) Sindicato de Trabalhadores Rurais; Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura 
(CONTAG); e Movimento dos Trabalhadores Sem Terra. 
e) Conselhos Municipais; Sindicato de Trabalhadores Rurais; e Associações Comunitárias. 
47. Analise o quadrinho a seguir – do cartunista Henfil – e responda à pergunta que se segue: 
QUADRO 3 
 
 
A ideia apresentada no quadrinho (quadro 3) parte de um problema típico da região semiárida do 
Nordeste, a escassez de chuvas, para assim nos interrogar sobre as reais dificuldades que 
emperram a reversão desse cenário. Para além de ser um problema apenas natural, o quadrinho 
anuncia uma dimensão político-econômica para a questão da escassez de chuvas, como vemos no 
uso de termos que denotam privilégio e concentração de renda, elementos típicos de uma elite 
que lucra com o baixo índice pluviométrico dessa região. Diante disso, qual das alternativas abaixo 
apresenta um problema de caráter político-econômico típico ao contexto anunciado pelo 
quadrinho, que emperra o desenvolvimento das potencialidades do semiárido? 
 
a) Aristocracia cooperativista. 
b) Sindicalismo agrário. 
c) Sistema de colonato. 
d) Programas de agricultura familiar. 
e) Indústria da seca. 
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48. A seguir é exposta uma história hipotética. Leia-a: 
Certo dia, um pastor recebe uma missão de seus superiores: pregar o evangelho junto aos 
selvagens da Amazônia brasileira. Preparando-se durante dias para o contato com os selvagens, 
pensou que seria interessante comprar e distribuir presentes (espelhos, perfumes, pentes etc.) 
para os que ali encontrasse, iniciando – assim – de modo generoso sua missão catequética. Para 
si, comprou apenas um moderno relógio digital, que, para além da função básica de situá-lo no 
tempo, fornecia várias outras funcionalidades: acendia luzes (que poderiam servir de lanterna), 
servia de alarme, calculadora, cronômetro etc. Chegando ao Brasil, dirigiu-se a uma tribo situada 
no interior da floresta amazônica. Ali começou a distribuir seus presentes e sua doutrinação. 
Algum tempo depois, fez-se amigo de um índio de pouca idade, que o acompanhava a todos os 
locais de pregação, mostrando-se sempre admirado de muitas coisas que via, especialmente do 
barulhento, colorido e estranho objeto que o pastor carregava no pulso e consultava com 
frequência. Certo dia, afinal, derrotado por insistentes súplicas, o pastor deu seu relógio ao 
jovem índio. Dias depois, uma surpresa assaltou o pastor: seguindo o índio que o chamava para 
ver o seu trabalho, olhou para o galho superior de uma árvore altíssima para onde apontava o 
índio, extasiado; ali viu um belo ornamento de penas e contas multicoloridas, tendo no centro o 
relógio. O índio desejava que o pastor compartilhasse a alegria da beleza transmitida por aquele 
novo objeto. Quase indistinguível em meio às penas e contas e, ainda por cima, suspenso a 
vários metros de altura, o relógio, agora pequeno e sem nenhuma função, fitava o sorriso 
amarelo no rosto do pastor. O relógio se fora. Alguns meses depois, o pastor retorna a sua casa. 
Ao fazê-lo, logo preparou um relatório aos seus superiores. Precisava entregá-lo, prestando 
contas de sua missão. Terminado o relatório, preparou um texto para ser comunicado aos seus 
colegas num congresso sobre evangelização, cujo tema era: "A catequese e os selvagens". Na 
manhã do congresso, revisou o texto, levantou-se da cadeira, deu uma olhada no relógio novo 
em seu pulso: era quinze para as dez. Hora de ir. Como que procurando uma inspiração de 
última hora, examinou detalhadamente as paredes do seu escritório. Nelas havia cocares, arcos, 
flechas, bordunas, e até um belo tacape formavam uma bela decoração. Aquele ambiente, 
rústico e sóbrio, trazia-lhe estranhas lembranças. Já ultrapassando a soleira da porta, sorriu para 
si mesmo e pensando, disse: “Engraçado o que aquele índio foi fazer com o meu relógio”. 
 
No choque de culturas exposto na história, os personagens de cada uma delas agiram do mesmo 
modo: privilegiaram ambos as funções estéticas, decorativas de objetos que, na cultura do 
"outro", desempenhavam funções principalmente técnicas. Na Antropologia, essa postura de 
julgamento do valor da cultura do “outro”, nos termos da cultura do grupo do “eu”, é 
identificada como: 
 
a) Antropocentrismo. 
b) Dialética. 
c) Funcionalismo. 
d) Etnocentrismo. 
e) Narcisismo. 
 
 
 
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49. Nos últimos anos, quando se fala de desenvolvimento social rural, emerge, paralelamente, o tema 
da exclusão social no meio rural. Segundo Ivaldo Gehlen, “uma estratégia que está sendo 
apropriada para burlar a exclusão social, no meio rural, é a incorporação de recursos tecnológicos 
de baixo custo, por meio de ações associativas ou comunitárias que otimizam os ganhos, através 
da compra e venda em comum, da pressão para barganhar melhores preços ou para a criação de 
sistemas condominiais de coleta e transporte e, em alguns casos, industrialização dos produtos” 
(GEHLEN, I. Políticas públicas e desenvolvimento social rural. Revista São Paulo em Perspectiva. v. 
18. n. 2, São Paulo, 2004). 
Contudo, esta estratégia somente pode ter sucesso se 
a) estiver ancorada em políticas públicas de apoio financeiro e técnico, de qualificação 
profissional e de infra-estrutura. 
b) os ministérios da agricultura e da fazenda estiverem articulados com o da educação, a fim de 
possibilitar que os trabalhadores rurais possam se adaptar à alta tecnologia, potencializando 
seus lucros com o comércio exportador. 
c) houver um investimento apenas infra-estrutural no campo, já que todos são capazes de 
desenvolver qualquer funções no meio rural. 
d) houver uma verticalização decisória dos planos de investimento por parte do poder público, já 
que a iniciativa comunitária é apenas consequência das condições de trabalho fornecidas pelo 
Estado. 
e) as organizações locais de caráter informal formalizarem suas atividades, burocratizando-se, 
seguindo a lógica do desenvolvimento promovido pelo mercado globalizado, que não acredita 
em progresso florescido de atividade “caseira”. 
50. Alexander Chayanov foi um dos principais autores a desenvolver uma reflexão sobre a lógica da 
economia camponesa, contrapondo-se às teses marxistas do desaparecimento do campesinato. 
Seu empreendimento teórico foi monumental, tendo em vista não só repudiar as teses marxistas, 
mas também não fazer uma adesão à economia neoclássica. Daí a importância de sua obra – 
Teoria dos sistemas Econômicos Não Capitalistas –, destacando-se, entre os sistemas não 
econômicos, a economia camponesa (Cf. ABRAMOVAY, R. Paradigmas do capitalismo agrário em 
questão. São Paulo: Editora Hucitec; Campinas: Editora da Unicamp, 1992, p.51-61). Quais são os 
princípios da economia do campesinato, segundo Chayanov? 
a) O balanço entre consumo e trabalho, ou seja, o volume de mercadorias produzidas pelos 
camponeses depende diretamente do número de consumidores que eles terão como clientes. 
b) O balanço entre trabalho e consumo, ou seja, como numa empresa capitalista, a atividade 
familiar camponesa busca a maximização do lucro, por meio da contratação de mão de obra 
externa. 
c) O balanço entre trabalho e consumo, ou seja, o volume da atividade familiar camponesa 
depende inteiramente do número de consumidores e de maneira alguma do número de 
trabalhadores. 
d) O balanço entre trabalho e consumo, ou seja, como numa empresa capitalista, num 
empreendimento camponês,

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