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SIMULADO NACIONAL ENEM ME SALVA! PROVA DE CIÊNCIAS HUMANAS E SUAS TECNOLOGIAS 1ª ÁREA CADERNO ÚNICO Melhor parceiro de estudos. Me Salva! ATENÇÃO: insira as suas respostas na plataforma do Me Salva!, na página da prova de Ciências Humanas do 2º simulado de 2021, selecionando a opção Enviar Respostas. LEIA ATENTAMENTE AS INSTRUÇÕES SEGUINTES: Este CADERNO DE QUESTÕES contém 45 questões dispostas da seguinte maneira: a) Questões de número 46 a 90, relativas à área de Ciências Humanas. 1. Para cada uma das questões objetivas, são apresentadas 5 opções. Apenas uma responde corretamente à questão. 2. O tempo de realização de prova sugerido é de duas horas. 3. Lembre-se de enviar as suas respostas pela plataforma do Me Salva!, usando o QR code ao lado. 4. Se você não é um assinante do Me Salva!, você deve enviar as suas respostas até o dia 22 de agosto até às 24h, para ter seu boletim TRI. 2o SIMULADÃO 2021 C IÊ N C IA S H U M A N A S QUESTÃO 46 Enxugando o Gelo Mudanças no eixo terrestre Escassez de água Peixes com três olhos caminham saudáveis pela baía de Guanabara Naquela fase da vida em que a conjunção “tempo-é-dinheiro” É quase como um eclipse Cidadãos passeiam por jardins floridos Tendo como fundo o céu decorado por mísseis BNEGÃO; DE FREQUÊNCIA, Seletores. Enxugando o Gelo. Rio de Janeiro: Independente, 2003 (fragmento). Os versos da música apresentada utilizam da ficção científica para traçar uma crítica às sociedades humanas atuais, indi- cando que nossos padrões de consumo têm como consequ- ência o aumento A das taxas de natalidade. B do controle sobre o território. C das mudanças irreversíveis na natureza. D da busca por fontes renováveis de energia. E da oferta por trabalho no setor de serviços. QUESTÃO 47 [...] tomado pela vegetação campestre, ofuscado pelo esban- jamento de luz que chega a nossa mente, após ondular pelas coxilhas nos deparamos com os areais gaudérios, não é pos- sível dar privilégio a nenhum tipo de sensação, se faz neces- sário intersensibilizar‐se. SILVA, L. A. P. Percepções e conectividades… In: Verdum, R. et al. Paisagem: leituras, significados e transformação. Porto Alegre: Editora da UFRGS, 2012 (p. 132). A paisagem descrita pelo texto acima pode ser relacionada com qual dos biomas presentes no Brasil? A Pampa. B Mata Atlântica. C Cerrado. D Caatinga. E Pantanal. QUESTÃO 48 O ciclo da água é um ciclo biogeoquímico que garante que a água circule pelo meio físico e pelos seres vivos. [...] O vapor de água sobe para camadas mais altas da atmosfera e con- densa-se, formando nuvens, que são pequenas gotículas de água no estado líquido. [...] A água da chuva, então, retorna para a Terra, podendo seguir diferentes caminhos, como voltar para lagos e rios ou infiltrar-se no solo. SANTOS, Vanessa Sardinha dos. “Ciclo da água”; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/biologia/ciclo-agua.htm. Acesso em 21 de maio de 2021. No processo descrito acima, algumas práticas dos seres hu- manos podem interferir direta ou indiretamente, em benefício ou detrimento da natureza. Neste sentido, podemos afirmar que a expansão urbana contribui para A a preservação da morfologia original. B o aumento dos níveis de evapotranspiração. C o aumento dos processos erosivos. D a intensificação do intemperismo químico. E o aumento do horizonte de solo. QUESTÃO 49 O fenômeno da ressurgência ocorre especialmente em algu- mas regiões costeiras e se dá quando as águas frias e profun- das (em geral, com profundidades inferiores a 200 metros) so- bem para as áreas mais quentes e rasas dos oceanos. Embora seja resultado da soma de vários fatores, o deslocamento de massas de água pelos ventos é um dos principais elementos que provoca o fenômeno da ressurgência. RIBEIRO, Amarolina. Ressurgência; Info Escola. Disponível em: https://www.infoescola.com/geografia/ressurgencia/. Acesso em 24 de maio de 2021. Nos países onde o fenômeno descrito acima acontece, os os fenômenos oceânicos têm consequências inclusive na econo- mia, pois A a indústria exploratória costeira se beneficia com a mul- tiplicação de corais. B a indústria pesqueira aproveita a chegada de novos cardumes. C o turismo náutico multiplica os aluguéis de embarcações de pequeno porte. D o turismo de mergulho se insere aproveitando as águas mais limpas. E o setor primário cresce no que se refere à exploração do petróleo. 2o SIMULADÃO 2021 C IÊ N C IA S H U M A N A S QUESTÃO 50 Viver uma vida de eudaimonia não significa viver uma vida fácil. Você continua enfrentando problemas, dificuldades e desafios. A diferença é que decide encará-los de forma virtuosa como caminho para felicidade. É a satisfação de deitar a noite no tra- vesseiro e saber que você está fazendo o bem, agindo de forma correta e humana. Saber que você está fazendo o máximo para ser a melhor pessoa que pode ser. Para Aristóteles ser virtuoso significa fazer a coisa certa, na hora certa, da forma certa. O’KEEFFE, J. Aristóteles e a ética das virtudes. Diário do Centro do Mundo, 2018. Disponível em: https://www.diariodocentrodomundo.com.br/aristoteles-e-a-eti- ca-das-virtudes Acesso em: 25/05/2021. A perspectiva aristotélica assevera que a virtude: A Vincula-se à individualidade. B É pensada com vistas ao bem comum. C Está baseada na perspectiva da realpolitik. D Só existe na abnegação filosófica e no estudo da política. E Não pode ser real, pois qualquer erro do cotidiano impede sua existência. QUESTÃO 51 TEXTO I Disponível em: www.tumblr.com Acesso em: 25/05/2021. TEXTO II Se conseguem acesso ao saber, os alunos depois dificilmente conseguem relacionar os diferentes campos de saber pelos quais trilharam; quando, raramente, conseguem construir uma percepção da realidade a partir destes saberes, não passam de uma percepção excessivamente fragmentada. GALLO, S. Saberes, transversalidades e poderes. Disponível em: https://territo- riosdefilosofia.wordpress.com/2014/08/29/saberes-transversalidade-e-pode- res-silvio-gallo Acesso em: 25/05/2021. A relação expressa entre os dois textos demonstra que: A A escola é insuficiente na preparação para a vida. B O professor deve ensinar a obedecer às regras consolidadas. C A visão crítica e a articulação dos saberes devem orientar a educação. D Nenhuma aula pode se eximir da relação de poder entre professor e aluno. E A educação deve priorizar o pensamento científico discipli- nar e tradicional. QUESTÃO 52 TEXTO I Disponível em: www.umsabadoqualquer.com Acesso em: 25/05/2021. TEXTO II O aspecto negativo do elenchos é marcado pela insistência de Sócrates em afirmar nada saber e pelo fato de ele próprio não responder suas próprias questões. Ele entende o conhe- cimento verdadeiro como resultado de um procedimento ri- goroso, só alcançado por aquele que responder à questão o que isto é, pois, nada se sabe sobre algo até o momento de seu esclarecimento. Por outro lado, as crenças positivas dos interlocutores não possuem justificações rigorosas, sendo mera pretensão de definição sem, no entanto, alcançarem a essência buscada. SANTOS, C. A. O Método Socrático de Investigação e a Determinação dos Tipos de Virtude no mbito da Boa Vida. Rio de Janeiro, RJ, Revista Ítaca, n.27,, 2014 [adaptado] O elenchos, método socrático, consistia em: A Investigar por meio do diálogo. B Argumentar com base na retórica. C Desestabilizar a erudição do interlocutor. D Negar a possibilidade de resolver problemas filosóficos. E Duvidar da possibilidade de atingir o conhecimento verdadeiro. 2o SIMULADÃO 2021 C IÊ N C IA S H U M A N A S QUESTÃO 53 A pólis, ou cidade-estado, era o cerne da civilização grega e seus habitantes eram chamados de politai, “cidadãos”, aque- les que vivem na pólis, embora nem todos os moradores da cidade fossem juridicamente considerados cidadãos. A vida em sociedade implicava a participação nos assuntos da cida- de,politeia, termo que significa tanto “assuntos da cidades” como “constituição” e “república”, ou seja, tudo que se referia à vida em cidade. FUNARI, Pedro Paulo. Grécia e Roma. São Paulo: Contexto, 2001. Segundo o texto, a vida em sociedade nas cidades-estado da Antiguidade Clássica tinha como característica elementar o(a) A empenho na escolha dos representantes. B atuação direta nas instâncias deliberativas. C retórica humanista nos fóruns consultivos. D igualdade de acesso à participação política. E sufrágio universal no processo eleitoral. QUESTÃO 54 É importante ressaltar que a inversão térmica é um fenômeno natural, sendo registrada também em áreas rurais e com baixo grau de industrialização. No entanto, sua intensificação e seus efeitos nocivos se devem ao lançamento de poluentes na at- mosfera, o que é muito comum nas grandes cidades. Doenças respiratórias, irritação nos olhos e intoxicações são algumas das consequências da concentração de poluentes na camada de ar próxima ao solo. FRANCISCO, Wagner de Cerqueira e. “Inversão Térmica”; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/geografia/inversao-termica.htm. Acesso em 28 de maio de 2021. O fenômeno climático apresentado pelo texto origina-se A na concentração de gases estufa na atmosfera. B na diferença de temperatura entre espaços específicos. C no resfriamento das camadas de ar mais próximas do solo. D na circulação muito acelerada de massas de ar continentais. E na formação intensa de nuvens de chuva próximas a relevos acidentados. QUESTÃO 55 Hoje, o imperativo é modificar esse padrão de desenvolvimen- to que alcançou o auge nas décadas de 1960 a 1980. É impera- tivo o uso não predatório das fabulosas riquezas naturais que a Amazônia contém e também do saber das suas populações tradicionais que possuem um secular conhecimento acumu- lado para lidar com o trópico úmido. Essa riqueza tem de ser melhor utilizada. BECKER, Bertha K. Geopolítica da Amazônia. Estudos Avançados 19 (53), 2005 (p. 72). O texto apresentado argumenta que a Amazônia foi sistema- ticamente assimilada pelo capitalismo de um modo que se impediu A a contratação de mão de obra na região. B a multiplicação de receita a curto prazo. C o máximo escoamento de recursos naturais. D a ordenação territorial e econômica por demandas externas. E o alinhamento das práticas econômicas com a preservação ambiental. QUESTÃO 56 Corra Eu vi meu pai chorando o desemprego, desespero Pra que isso, mano? Eu não quero vida de pizzaiolo, e sim ser dono da pizzaria Querem que eu me contente com nada, sem meu povo o tudo não existiria DJONGA. O menino que queria ser deus. São Paulo: CEIA, 2018 (fragmento). No fragmento da música citada, o rapper mineiro Djonga faz uma brincadeira com palavras parecidas que definem funções diferentes em um mesmo estabelecimento comercial para denunciar uma das históricas consequências do racismo na sociedade: A A segregação espacial de um povo. B A crise no setor de serviços. C As políticas de controle sobre nascimentos. D A entrega de crianças ao crime organizado. E A desigualdade quanto às oportunidades de trabalho. 2o SIMULADÃO 2021 C IÊ N C IA S H U M A N A S QUESTÃO 57 Os planos também se caracterizam por apresentar, além de grandes soluções de infraestrutura, determinados projetos de viés “social”, na tentativa de introduzir certa camada nes- sa rede de consumidores/cidadãos. [...] Por outro lado, as intervenções em áreas de assentamentos precários, basea- das no discurso de inclusão das famílias na cidade formal, acabam também excluindo uma grande parte da população dessas localidades ao levar uma valorização imobiliária se- melhante ao mercado formal do restante da cidade. AZEVEDO, L; FAULHABER, L. SMH 2016: remoções no Rio de Janeiro Olímpico. Rio de Janeiro: Mórula, 2015, p. 26. O texto acima apresenta um processo de contradição exis- tente no espaço urbano brasileiro. Para os autores, os pla- nos de urbanização em áreas periféricas podem acabar cau- sando problemas A no processo de mapeamento das cidades. B no crescimento desordenado da malha urbana. C na gestão consolidada sobre o território das cidades. D na manutenção da população de menor poder aquisitivo ali existente. E na preservação das características históricas das paisagens urbanas. QUESTÃO 58 Por meio de suas atividades e lutas cotidianas, os indivíduos e os grupos sociais criam o mundo social da cidade ao mes- mo tempo em que criam algo de comum que sirva de estru- tura em que todos possam abrigar-se. Embora esse comum culturalmente criativo não possa ser destruído pelo uso, pode ser degradado e banalizado pela utilização abusiva. As ruas congestionadas pelo tráfego tornam esse espaço públi- co particular quase inutilizável até para os motoristas, che- gando, em determinado momento, à cobrança de taxas de congestionamento e acesso, em uma tentativa de restringir o uso para que possam funcionar com mais eficiência. Esse tipo de rua não é um comum. HARVEY, David. Cidades rebeldes: do direito à cidade à revolução urbana. trad. Jéferson Camargo. São Paulo: Martins Fontes, 2014 (p. 146). Uma das demandas que temos, atualmente, como cidadãos, é a de defendermos a construção de cidades que, através de seu processo de urbanização, efetivamente A ocupem todo seu território delimitado. B possibilitem um uso verdadeiramente democrático. C sejam inteiramente acessíveis pelo sistema rodoviário. D permitam o controle sobre os fluxos de toda a população. E ofertem total cobertura através de serviços de comunicação. QUESTÃO 59 Sabemos que todo exercício da força se acompanha de um dis- curso visando a legitimar a força de quem o exerce; podemos mesmo dizer que é próprio de toda relação de força só ter toda sua força na medida em que se dissimula como tal. Em suma, falando simplesmente, o homem político é aquele que diz: “Deus está conosco”. O equivalente atual de “Deus está conosco” é “a opinião pública está conosco”. Tal é o efeito fundamental da pesquisa de opinião: constituir a ideia de que existe uma opinião pública unânime, portanto legitimar uma política e reforçar as re- lações de força que a fundamentam ou a tornam possível. BOURDIEU, P. A opinião pública não existe. Les Temps Modernes, n.318, janeiro de 1973. A discussão presente no excerto pode ser resumida pelo binômio: A Ética e estética. B Discurso e prática. C Jornalismo e religião. D Comunicação e poder. E Política e institucionalização. QUESTÃO 60 Charge do cartunista Henfil. Disponível em https://www12.senado.leg.br. Acesso em: 27 maio 2021.(adaptado) A charge, publicada em 1979, ironiza o processo de disten- são política demonstrando uma contradição entre A ineficiência das mobilizações populares e revogação do bipartidarismo. B abertura democrática e impunidade dos agentes da repressão. C engajamento de ativistas e indiferença da sociedade civil. D manutenção da censura e eleições nacionais livres. E fragilidade do regime e manutenção do aparato repressivo. 2o SIMULADÃO 2021 C IÊ N C IA S H U M A N A S QUESTÃO 61 A produção da riqueza atualmente tende a prescindir da for- ça humana de trabalho. O contraste é flagrante com o perío- do da segunda Revolução Industrial e do espetacular desen- volvimento econômico da segunda metade do século XIX na Europa e nos Estados Unidos, quando as massas pobres e deslocadas faziam parte do “exército industrial de reserva”. Atualmente tornaram-se refugo humano mesmo. Gente dis- pensável, pobres e famintos que contribuem com nada, ape- nas tiram o dinheiro do contribuinte para financiar políticas sociais que não diminuem o incômodo de vê-los “poluindo” a visão da classe média e dos ricos. FRIDMAN, L.C. Globalização e refugo humano. Revista Lua Nova, n.46, 1999. A relação entre capital e trabalho, expressa no texto, adverte que os moldes atuais do capitalismo promovem a(o): A Democratização dosmeios de produção. B Incorporação parcial e ineficaz da tecnologia. C Deslocamento dos conflitos de classes tradicionais. D Banimento dos sujeitos suprimidos das relações de produção. E Aprofundamento das políticas públicas em prol do controle social. QUESTÃO 62 São os dois pais fundadores, agindo em conjunto para pro- mover uma única e mesma inovação na teoria política: cabe à ciência a representação dos não-humanos, mas lhe é proibida qualquer possibilidade de apelo à política; cabe à política a representação dos cidadãos, mas lhe é proibida qualquer relação com os não-humanos, produzidos e mobili- zados pela ciência e pela tecnologia. Hobbes e Boyle brigam para definir os dois recursos que ainda hoje utilizamos sem pensar no assunto, e a intensidade de sua dupla batalha re- vela bem a estranheza daquilo que inventam. LATOUR, B. Jamais fomos modernos: ensaio de antropologia simétrica. São Paulo: Editora 34, 2019. A característica Moderna presente no texto diz respeito à(ao): A Menosprezo à ciência. B Valorização da política absolutista. C Incorporação de observações científicas ao Estado. D Integração dos aspectos gerais da política e da ciência. E Divisão estabelecida entre assuntos da natureza e da política. QUESTÃO 63 Os novos subespaços não são igualmente capazes de ren- tabilizar uma produção. Cada combinação tem sua própria lógica e autoriza formas de ação específicas e agentes eco- nômicos e sociais específicos. Já vimos, por exemplo, que as ações hegemônicas se estabelecem e se realizam por in- termédio de objetos hegemônicos, privilegiando certas áre- as. Então, como num sistema de sistemas, o resto do espaço e o resto das ações são chamados a colaborar. SANTOS, Milton. A Natureza do Espaço. São Paulo: Edusp, 2015, p. 247. No processo descrito, a disputa por áreas mais ou menos adequadas a uma determinada produção se dá na medida em que estas áreas oferecem A instabilidade nas taxas e sistemas burocráticos de estado. B plano de metas financeiras junto ao setor bancário. C rigorosas políticas de controle do crescimento populacional. D avançado sistema jurídico com inserção no sistema industrial. E opções dinâmicas abertas à adaptação de acordo com a produção almejada. QUESTÃO 64 A produção capitalista unificou o espaço, que já não é limi- tado por sociedades externas. [...] o espaço livre da merca- doria é doravante modificado e reconstruído a todo instante. Essa sociedade que suprime a distância geográfica e reco- lhe interiormente a distância, como separação espetacular. DEBORD, Guy. A sociedade do espetáculo. trad. Estela dos Santos Abreu. Rio de Janeiro: Contraponto, 2017. As palavras de Guy Debord podem ser apropriadas à socie- dade atual na medida em que entendemos que a superação do fordismo e adoção de um regime de acumulação flexível A promove o aumento das vagas de trabalho no setor industrial. B aumenta os custos na indústria, no transporte e no consumo dos produtos. C ocorre a partir da constante inovação e diminuição das distâncias relativas. D não necessita de uma revisão da lógica industrial operante. E acontece em conjunto com um maior acúmulo nos estoques de produtos. 2o SIMULADÃO 2021 C IÊ N C IA S H U M A N A S QUESTÃO 65 TEXTO I “Apenas mostrar como realmente aconteceu” RANKE, L. História dos povos romanos e germânicos de 1494 a 1514. Leipzig, 1885, vol. 33, s. VII. TEXTO II Numa primeira abordagem, a expressão pareceu significar o objetivismo radical do autor: o historiador nem sequer re- constrói o passado, ele o apreende como realmente foi. Em consequência, qualquer interpretação fora dos documentos, qualquer explanação engajada na atualidade, será necessa- riamente uma atitude anti-científica . WEHLING, A. Em torno de Ranke: a questão da objetividade histórica. Revista de História n.46, v.93: março de 1973. Nos textos, é possível perceber que a interpretação de Leo- pold Von Ranke aborda a(o): A Defesa da objetividade científica. B Relativismo e revisionismo histórico. C Valorização do senso comum na ciência. D Condição da falibilidade humana nas pesquisas históricas. E Interpretação do pesquisador como parte do processo científico. QUESTÃO 66 Era preciso que os regentes criassem uma agenda positiva que respondesse às novas demandas, entre elas, idealizar arranjos políticos que garantissem aos novos grupos a pre- servação de seus interesses, isso sem tocar na unidade ter- ritorial e na centralização monárquica. Com tantos dados no tabuleiro, esse se transformou no período mais dinâmico do Império, ao menos no que se refere à criação de projetos políticos e de propostas de diferentes formas de governo. SCHWARCZ, Lilia Moritz; STARLING, Heloisa Maria Murgel. Brasil: uma biografia. São Paulo: Companhia das Letras, 2015. A conjuntura descrita aborda o seguinte aspecto do período regencial: A Expansão da cidadania. B Estabilidade política nacional. C Dissenso acerca da ordem institucional. D Ascensão do movimento abolicionista. E Consolidação do poder moderador. QUESTÃO 67 Vistos enquanto grupo étnico os nagôs eram na sua maioria não-muçulmanos, e sim devotos dos orixás, embora fizes- sem incursões no campo muçulmano. Por exemplo, usavam os famosos amuletos malês, considerados de grande poder protetor, e provavelmente recorriam a adivinhos malês, entre outras práticas. Ou seja, naquela fronteira em que as duas religiões se encontravam, os nagôs como um todo, malês e filhos de orixá, também se encontravam. E se encontravam como entidade étnica, como pessoas que falavam a mesma língua, tinham histórias comuns, em muitos casos haviam obedecido aos mesmos reis africanos. Essas convergências facilitaram a mobilização em 1835 para além das colunas muçulmanas. REIS, João José. Rebelião escrava no Brasil: a história do levante dos malês em 1835. São Paulo: Companhia das Letras, 2003 Em relação à Revolta dos Malês, o vínculo entre africanos de diferentes etnias e religiões, embora sob liderança muçul- mana, indica que um dos objetivos do movimento era A fundar um partido político afro-brasileiro. B promover o sincretismo religioso como forma de resistência. C alcançar direitos sociais mediante atos pacíficos. D organizar associações mutualistas entre os camponeses. E lutar contra a imposição do catolicismo. QUESTÃO 68 Considerando que o conhecimento é colonizado e que o co- lonialismo não apenas significou a imposição da autoridade ocidental sobre questões práticas, mas também a imposi- ção da autoridade ocidental sobre todos os aspectos dos saberes, línguas e culturas, não é somente uma imensa, mas também urgente tarefa descolonizar a ordem eurocêntrica do conhecimento. KILOMBA, G. Memórias da plantação: episódios de racismo cotidiano. Rio de Janeiro, RJ: Editora Cobogó, p.53, 2020 [adaptado]. A crítica presente no texto remonta à(ao): A Origem tolerante e democrática da ciência. B Assimetria de poder entre os diferentes saberes. C Permanência de ações colonialistas na África e Ásia. D Desvalorização da filosofia europeia dos séculos XIV e XV. E Impossibilidade de construção científica autônoma nas Américas. 2o SIMULADÃO 2021 C IÊ N C IA S H U M A N A S QUESTÃO 69 Lamento Sertanejo Por ser de lá Do sertão, lá do cerrado Lá do interior do mato Da caatinga do roçado. Eu quase não saio Eu quase não tenho amigos Eu quase que não consigo Ficar na cidade sem viver contrariado. GIL, Gilberto; DOMINGUINHOS. In: Refazenda. Rio de Janeiro: Phillips Recors, 1975 (fragmento). A letra da música apresentada tem como inspiração o fenômeno A dos fluxos migratórios. B do aumento populacional. C do envelhecimento da população. D do aumento do número de mortes. E do crescimento no número de filhos por família. QUESTÃO 70 As mudanças sociais do processo civilizador não ocorrem através de atos violentos ou crises políticas. Não se fazem por revoluções intercaladas entre tempos estáveis de calma- ria, nem tampoucopor indivíduos isolados ou movimentos coletivos. E não é por acaso que Elias, em “O Processo Civi- lizador”, se debruça não apenas sobre teorias sociológicas e filosóficas, mas principalmente sobre manuais de com- portamentos, livros de literatura e poesia. A partir dessas referências, o sociólogo investiga os costumes e os modos de falar, os hábitos de higiene, de vestir-se e de portar-se à mesa, as normas pelas quais uma criança deveria ser edu- cada em determinada época e, até mesmo, a rotina de um cavaleiro medieval. COSTA, A. O.; ENDO, P. C. Corpo, transmissão e processo civilizador: Sigmund Freud e Norbert Elias. Trivium vol.6 no.2 Rio de Janeiro jul./dez. 2014. De acordo com o texto, as normas sociais são fruto de: A Violência e conflitos bélicos. B Ausência de comando régio. C Processos históricos que elaboram condutas morais. D Manuais de filosofia, psicologia e documentos oficiais. E Discursos oficiais de representantes do Estado e do poder instituído. QUESTÃO 71 Doravante todo cristão podia esperar ser salvo, mas com a condição de sofrer depois da morte castigos reparadores cuja duração e intensidade dependiam, de um lado, de seus méritos pessoais (suas boas e más ações e seu arrependi- mento no momento da morte) e, de outro lado, dos sufrágios (missas, preces e esmolas) de que seus parentes e amigos lançavam mão para sua salvação. Na falta deles, o morto podia aparecer a um parente ou amigo para reclamar-lhe os sufrágios de que tinha a maior necessidade e pedir- lhe que cumprisse em seu lugar as obras pias necessárias à sua sal- vação. Preocupada em afiançar e organizar a solidariedade dos vivos e dos mortos, a Igreja deu então ampla repercus- são aos relatos de fantasmas. SCHMITT, J.-C. Os vivos e os mortos na sociedade medieval. São Paulo: Cia. das Letras, 1999. A compreensão da Igreja Medieval em relação aos mortos visava A exaltar conceitos do politeísmo greco-romano. B deter expressões de antigas crenças pagãs. C valorizar as crenças populares. D fortalecer as práticas mediúnicas. E extinguir os rituais de sepultamento. QUESTÃO 72 Angela Davis foi ovacionada ao dizer que considera o movi- mento das mulheres negras o mais importante do Brasil hoje “na busca por liberdade”. Antes de Salvador, num encontro internacional sobre feminismo negro e decolonial em Ca- choeira, ela já havia defendido o poder de transformação da mobilização: “Quando a mulher negra se movimenta, toda a estrutura da sociedade se movimenta com ela, porque tudo é desestabilizado a partir da base da pirâmide social onde se encontram as mulheres negras. El País, disponível em: https://brasil.elpais.com/brasil/2017/07/27/politi- ca/1501114503_610956.html Acesso em 26/05/2021. A noção de “mudança” presente no texto pressupõe: A Imposição de legislações segregacionistas. B Aprofundamento da cisão social por gênero e raça. C Pioneirismo dos agentes do Estado na transformação social. D Extinção de cargos públicos ao universo feminino não- -branco. E Alteração das relações de poder a partir do caráter revolucionário. 2o SIMULADÃO 2021 C IÊ N C IA S H U M A N A S QUESTÃO 73 Na medida em que a competitividade tornou-se a força mo- triz do capitalismo contemporâneo, a fluidez passou a ser um elemento indispensável para atuação do capital finan- ceiro e das empresas transnacionais em escala mundial, através da remoção dos entraves inerentes à soberania dos Estados-Nação. Neste contexto, produzem-se as inte- grações supranacionais em escala regional, precisamente quando o discurso livre-cambista torna-se dominante. Sob certa perspectiva, as integrações representam uma forma protecionista ampliada do plano nacional ao regional, como forma de resistência coletiva de alguns Estados contra os efeitos da concorrência global. Este seria, sobretudo, o caso da União Européia. VIZENTINI, Paulo Fagundes. O mundo pós-guerra fria: globalização, guerra ao terror e multipolarização. Porto Alegre: Leitura XXI, 2005. De acordo com o texto, juntamente com o processo de glo- balização, aceleraram-se as tendências a A ampliação dos complexos industriais bélicos. B formação de blocos econômicos regionais. C consolidação do estado de bem-estar social. D desarticulação das agências de inteligência estatal. E desestabilização das empresas multinacionais. QUESTÃO 74 Vivemos uma realidade econômica desfavorável. Equivo- cadamente, em vez de aumentarmos os investimentos em Ciência e Tecnologia, como instrumento para superarmos a crise, os investimentos têm sido cortados. Universidades e centros de pesquisas tentam dar continuidade aos seus pro- jetos. Apesar disso, muitos foram interrompidos. ROITMAN, Isaac. Jornal da USP, 2020. Disponível em: https://jornal.usp.br/?p=297959 No texto, o pesquisador apresenta um problema que acarre- ta em mudanças na demografia do país na medida em que esta situação pode provocar A uma explosão na imigração de refugiados. B a intensificação de migrações de transumância. C uma aceleração dos fluxos intermunicipais diários. D uma perda de capital humano intelectualmente qualificado. E o deslocamento de populações urbanas em direção ao meio rural. QUESTÃO 75 TEXTO I Grande propriedade rural em Pernambuco no fim do Império. CASTRO, Luiz Joaquim de Oliveira. O Brazil: ilustrado com gravuras. Rio de Janeiro: Lombaerts, 1896. Disponível em: https://www2.senado.leg.br/bdsf/. Acesso em: 26 maio. 2021 TEXTO II De acordo com a Lei de Terras de 1850, a única maneira de se adquirir terra era comprando-a do governo, o qual atuaria como mediador entre o domínio público e o provável proprietário. A relação pessoal que anteriormente existia entre o rei e o preten- dente transformou-se numa relação impessoal entre o Estado e o pretendente. Em vez de ser uma dádiva pessoal concedida pelo rei segundo as qualidades pessoais do indivíduo, a terra podia ser obtida por qualquer pessoa com capital suficiente. COSTA, Emília Viotti da. Da monarquia à república: momentos decisivos. São Paulo: Fundação Editora da UNESP, 1999. A relação entre os textos indica que a Lei Terras de 1850, promulgada durante o segundo reinado, teve como conse- quência a A ampliação da distribuição de renda. B redefinição das fronteiras nacionais. C reconhecimento dos territórios indígenas. D manutenção da estrutura fundiária. E expansão da mecanização agrícola. 2o SIMULADÃO 2021 C IÊ N C IA S H U M A N A S QUESTÃO 76 As forças americanas destacadas no nordeste da Síria rece- beram ordens para deixar o país, retirando de fato a proteção aos combatentes curdos contra uma ofensiva turca. Quando perguntado na segunda-feira sobre as reações dos soldados americanos no terreno que expressaram decepção e ver- gonha por abandonar seus aliados curdos na luta contra o grupo jihadista Estado Islâmico (EI), o secretário do Exército americano Ryan McCarthy respondeu: ‘precisamos de tem- po para explicar aos soldados a complexidade da situação’. ESTADO DE MINAS. Os curdos, aliados circunstanciais para os EUA. 15/10/2019. A falta de uma política linear no comportamento dos Esta- dos Unidos da América em relação aos conflitos ocorridos no Oriente Médio pode ser explicada por A disputas internas à Organização do Tratado do Atlântico Norte. B problemas na infraestrutura de bases locais. C mudanças no cenário político a nível mundial. D descobertas de diferentes fontes de recursos energéticos. E alterações nas políticas financeiras de grandes investidores. QUESTÃO 77 Mapa Mundi: Fuso Horário Fonte: dayspedia.com No dia 10 de Novembro de 2018 a Seleção Brasileira de Rugby viveu um dia histórico ao receber, pela primeira vez, a seleção da Nova Zelândia, uma das maiores potências do mundo no es- porte. Às 19 horas daquele sábado, pelo horário de Brasília, os Tupis (Brasil) enfrentaram os All Blacks Maori (Nova Zelândia). Considerando que ambos os países estavam em horário de ve- rão, o torcedor neozelandês teve queligar sua televisão, pela hora local de seu país, para poder acompanhar o jogo de sua seleção às A 10h de sábado. B 11h de sábado. C 08h de domingo. D 09h de domingo. E 10h de domingo. QUESTÃO 78 Quando veio a crise externa de 1929, o Brasil se defrontava com uma séria crise de superprodução cafeeira. Com as tur- bulências do período vieram a queda do preço internacional do café, a redução da receita cambial, que chegou a 62% entre 1929 e 1933, e a suspensão dos investimentos externos. LEOPOLDI, M.A.P. A economia política do primeiro governo Vargas (1930-1945): a política econômica em tempos de turbulência. In: FERREIRA, J; DELGADO, L.A.N (organizadores).O Brasil Republicano, vol. 2. Rio de Janeiro: Editora Civili- zação Brasileira, 2007. No âmbito do Estado brasileiro, as medidas de superação do quadro econômico descrito, a partir da década de 1930, incen- tivaram o(a) A processo de industrialização interna. B importação de insumos agrícolas. C financiamento da agricultura familiar. D atração de empresas estrangeiras. E qualificação da mão de obra. QUESTÃO 79 Outro fator que perdura até nossos dias é que o medo dos es- cravistas da ‘rebelião negra’ se transforma e é substituído pela definição do negro como ‘inimigo da ordem’. Sendo a ‘ordem’ percebida já no seu sentido moderno de significar decoro, respeito à propriedade e segurança. Vem daí, portanto, o uso sistemático da polícia como forma de intimidação, repressão e humilhação dos setores mais pobres da população. SOUZA, J. A elite do atraso: da escravidão à lava jato. Rio de Janeiro, RJ: Leya, 2017. Qual é a característica predominante no texto que se propõe a explicar a origem da violência policial no Brasil? A Ausência de segurança. B Existência de ideologia única. C Substituição da ordem pública pela liberdade. D Prevalência do aspecto democrático do Estado. E Caráter histórico de perseguição a grupos específicos. 2o SIMULADÃO 2021 C IÊ N C IA S H U M A N A S QUESTÃO 80 O pão de queijo em si não é Patrimônio Imaterial pelo Iphan. E sim os seus padrões de preparo artesanal. Leia-se o uso do queijo minas curado ralado, com a possibilidade de vir da re- gião da Serra da Canastra, que é registrado como Patrimônio Cultural e Imaterial Brasileiro. “Mas quando se fala de pão de queijo, sua grande importância é ele ser referência imediata de um lugar e trazer nele uma memória afetiva, assim como a tapioca remete ao litoral do Nordeste e o tacacá à região ama- zônica”, comenta o antropólogo e pesquisador Raul Lody, ao reforçar a ideia da denominação de origem, que agrega valor a uma determinada região. Folha de Pernambuco: Disponível em: https://www.folhape.com.br/sabores/ conheca-os-alimentos-considerados-patrimonio-historico/158585/ Acesso em 26/05/2021. O elemento do preparo alimentar citado que o reconhece como Patrimônio Cultural é: A Consumo restrito aos grupos sociais abastados. B Aspecto histórico-cultural de um determinado povo ou região. C Presença constante na alta gastronomia europeia e norte-americana. D Imposição de padrões gastronômicos baseados nos costumes regionais. E Relação entre a categorização do alimento e as estruturas políticas vigentes. QUESTÃO 81 Como Aristóteles e Tomás de Aquino, Galileu está convencido de que o conhecimento humano deve firmar-se na experiên- cia; mas, diversamente daqueles filósofos que partem da ex- periência para transcendê-la e para construir uma metafísica geral e especial, Galileu fica no âmbito da experiência; Galileu estuda o mundo não para conhecê-lo metafisicamente, isto é, para colher as essências imutáveis das coisas, mas fisica- mente, isto é, para colher os fenômenos e suas leis. Tais leis, julga Galileu, são as leis matemáticas. PADOVANI, H.; CASTAGNOLA, L. História da Filosofia. São Paulo, SP: Edições Melhoramentos, 1961. A inovação científica exposta no texto refere-se à: A Criação de métodos experimentais. B Produção de um saber transversalizado. C Valorização da religiosidade institucional. D Retomada do pensamento aristotélico e tomista. E Distinção da realização científica com a praticidade da vida. QUESTÃO 82 Mapa de bombas reportadas na Faixa de Gaza e entorno em 13/05/2021 Fonte: israelpalestine.liveumap.com No mapa acima, em azul são identificadas as bombas jogadas pelo exército israelense; em vermelho, as jogadas pelo grupo Hamas. Estes dois atores citados estão envolvidos em uma disputa cujo objetivo diz respeito A à gestão sobre o espaço. B à imposição de uma política religiosa única. C aos direitos sobre as fontes de energia locais. D ao controle sobre patrimônio histórico material. E à gestão sobre os portos e meios de transporte marítimo. 2o SIMULADÃO 2021 C IÊ N C IA S H U M A N A S QUESTÃO 83 Tudo se transformou lentamente, e a cozinha, permite avaliar como se deu a passagem vagarosa de uma forma a outra, de um costume a outro, ao encontrarmos casas com duas cozi- nhas: a “limpa” dentro de casa e a “suja” ainda do lado de fora, onde se cozinhavam os doces por várias horas, e se procediam a tarefas mais pesadas e menos higiênicas. Muitas explicações foram dadas para o estabelecimento das cozinhas externas, em especial aquelas ligadas ao fator climático e a indesejável pre- sença do fogão dentro de casa, o que não sucedia na Europa, quando o fogo ou o local onde se encontrava o fogão servia de espaço de aconchego e era em torno dele que a família se reunia. No Brasil, sempre que possível, os fogões e jiraus foram levados para fora e deixados a cargo das escravas, mesmo nas regiões mais frias, como no Sul do país. ALGRANTI, Leila Mezan. Famílias e vida doméstica. In História da vida privada: cotidiano e vida privada na América portuguesa. São Paulo: Companhia das Letras, 1997. A característica arquitetônica do período colonial, descrita no texto, pode ser entendida como uma forma de A expansão do conforto doméstico. B ampliação da área externa. C valorização da culinária regional. D integração social em ambiente amplo de convivência. E divisão de espaços entre senhores e escravizados. QUESTÃO 84 As urnas funerárias da cultura marajoara trazem em geral a figura humana em destaque, mas sempre associada com ani- mais como a cobra, o escorpião, o urubu-rei, o jacaré ou o la- garto, entre outros. Além disso, a figura humana é predominan- temente feminina, quando o sexo pode ser identificado, o que pode indicar que a matrilinearidade era a maneira organizativa do parentesco. Um dos exemplos mais conhecidos é uma urna que congrega características da ave (coruja) e do gênero femi- nino representado pela vagina e útero, às vezes grávido. SCHAAN, Denise P. A Arte da Cerâmica Marajoara: encontros entre o passado e o presente. Revista Habitus (UCG, Impresso), v. 5, n.1, p. 99-117, 2008. Nesse trecho, a autora considera a possibilidade da arte ma- rajoara ter sido uma forma de representação do seguinte as- pecto cultural: A Crença em divindades antropozoomórficas. B Sacrifício de animais em rituais sagrados. C Valorização da vida como direito elementar. D Linhagem familiar de descendência materna. E Sensibilidade estética dos grupos paleoíndios. QUESTÃO 85 Se mantém a noção de que a natureza das coisas guarda re- lação com a realização da sua finalidade, a qual, por sua vez, coincide com o seu bem, segundo a teleológica de Aristóteles, a cidade representa a causa final do núcleo familiar, primeiro modelo de sociedade natural, que não se impõe senão para assegurar a felicidade humana, tornando-se o bem comum, nesta perspectiva, o fundamento do modelo clássico de políti- ca, que vigora no período Antigo e Medieval. ROSA, L. C. M. Do bem comum da visão platônico-aristotélica à lógica hobbesiana do contrato social (da ordem mecânica da matéria à ordem final da vontade). Aurora, Marília, v. 7, p. 81-102, 2013. A visão de política e sociedade expressa no excerto está em conformidade com: A O princípioda finalidade justificando o método. B A necessidade do contrato social para formação do Estado. C O pensamento matemático e a formação de uma filosofia da imanência. D A perspectiva de moralidade universalista e categórica, proposta por Kant. E O objetivo final de uma vida virtuosa e a busca pela felicidade (eudaimonia). QUESTÃO 86 TEXTO I Esta preocupação dos trovadores ibéricos em tentar alcançar o ponto de vista feminino é significativa para o nosso rastrea- mento da pluralidade interna ao cancioneiro galego-português. A diversidade como que se estende aqui também para o universo feminino. Alguns autores, talvez exagerando o aspecto misógino da sociedade medieval, freqüentemente objetam que neste caso estamos longe de um ponto de vista autenticamente feminino, já que o que se tem são homens que procuram expressar os senti- mentos que eles mesmos acreditam que as mulheres teriam. O ponto de vista da mulher estaria, assim, bastante comprometido. BARROS, J.D. A antropofagia trovadoresca: o trovadorismo galêgo-português nos séculos XIII e XIV e sua assimilação de influências externas e internas à Península Ibérica. Rev. Letras, n.28, v.1/2, 2006. TEXTO II O subalterno não pode falar. Não há valor algum atribuído à ‘mulher’ como um item respeitoso nas listas de prioridades globais. A representação não definhou. A mulher intelectual como uma intelectual tem uma tarefa circunscrita que ela não deve rejeitar como um floreio. SPIVAK, G. C. Pode o subalterno falar? Belo Horizonte, MG: Editora UFMG, 2010. A prerrogativa que é sustentada nos dois textos admite a(o): A Validação do discurso feminino. B Progressão do tratamento romântico. C Pluralidade de gêneros e identidades na filosofia. D Possibilidade de alteração dos padrões normativos sem dificuldades. E Permanência da inferiorização feminina ao longo dos séculos. 2o SIMULADÃO 2021 C IÊ N C IA S H U M A N A S QUESTÃO 87 Queres saber qual é a vida mais longa? Aquela que tem seu fim na sabedoria. Chegar a esse ponto é atingir o fim mais longín- quo e também mais elevado. Assim, o homem pode celebrar audaciosamente, prestar homenagem aos deuses e, dentre os deuses, a ele próprio, fazendo com que a natureza agradeça- -lhe pelo que é, pois devolve a ela uma vida melhor que a rece- bida. Estabeleceu o tipo ideal do homem de bem, demonstrou sua qualidade e sua magnitude. SÊNECA, L. Aprendendo a viver: cartas a Lucílio. Porto Alegre, RS: L&PM, 2010. A avaliação do que seria uma vida longeva proposta no texto está relacionada com: A Erudição e sabedoria. B Finalidade e brevidade. C Cronologia e intensidade. D Austeridade e perspicácia. E Religiosidade e abnegação. QUESTÃO 88 TEXTO I Os limites de minha linguagem significam os limites de meu mundo. WITTGENSTEIN, L. Tractatus Logico-philosophicus. Trad. Luiz H. Lopes dos Santos, São Paulo,SP: Edusp: 1993. TEXTO II Um homem que possui a linguagem possui, por conseguinte, o mundo expresso por essa linguagem e implicado por ela. Pode-se ver aonde queremos chegar: existe no domínio da linguagem uma potência extraordinária. FANON, F. Pele negra, máscaras brancas. São Paulo, SP: Ubu Editora, 2020. O conceito de linguagem empregado em ambos os textos per- mite a compreensão de que ela é fundamental na construção do(a): A Aspecto narrativo do texto. B Estrutura social e dominação material. C Racionalidade filosófica e abstração semântica. D Leitura semiótica de textos filosóficos de origem latina. E Limite estrutural e determinante da linguística ocidental. QUESTÃO 89 Se no plano da política externa uma monarquia encravada bem dentro do continente americano gerava desconfianças, mesmo internamente era também preciso criar uma identida- de. (...) Em 1838, tendo como modelo o Institut Historique, fun- dado em Paris em 1834 por vários intelectuais, entre eles dois conhecidos do Brasil - Monglave e Debret -, forma-se o Insti- tuto Histórico e Geográfico Brasileiro (o IHGB), congregando a elite econômica e literária carioca. SCHWARCZ, Lilia Moritz. As barbas do Imperador - D. Pedro II um monarca nos trópicos. São Paulo: Companhia das Letras, 1998. A fundação da instituição aludida no texto pretendia A criar uma historiografia brasileira. B exaltar as sedições regionais. C propagar o ideário republicano. D promover a alfabetização básica. E incentivar a importação de obras de arte. QUESTÃO 90 Para Ailton Krenak, a relação dos indígenas com a natureza traz uma reflexão sobre o conceito de ancestralidade. “As pes- soas costumam vincular ancestralidade a uma cultura, a um povo. Mas a ancestralidade é uma condição. Tudo que já exis- tiu tem ancestral. Uma pedra tem ancestral, uma árvore tem ancestral”, afirma o ambientalista, filósofo e escritor mineiro. “A experiência que temos vivido nos últimos tempos traz uma suspensão de sentidos que nos enrijece. As pessoas se es- quecem que têm história, no sentido biológico. Afinal, existe um DNA comum que criou a vida na Terra e que continuou com a gente”, explica. Mostra de Culturas Indígenas traz debate com Ailton Krenak. Disponível em: https://prefeitura.pbh.gov.br/noticias/mostra-de- culturas-indigenas-traz-debate-com-ailton-krenak Acesso em 27/05/2021. O conceito de ancestralidade empregado pelo filósofo dialoga com a: A Elaboração narrativa. B Cultura local e indígena. C Noção de antropocentrismo. D Valorização das culturas americanas, indígenas e asiáticas. E Produção de saberes e experiências consolidadas no tempo e espaço.
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