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TCC I ADEILDA

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44
CENTRO UNIVERSITÁRIO UNINTA – POLO ESPERANÇA
CURSO DE SERVIÇO SOCIAL
ADEILDA FREIRE BEZERRA
serviço social e adoção no brasil
ESPERANÇA
2021
ADEILDA FREIRE BEZERRA
serviço social e adoção no brasil
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Serviço Social do Centro Universitário INTA - UNINTA, Polo de Esperança, como requisito obrigatório para a aprovação na disciplina de TCCII.
 Profª. Drª. Maria Isabele Duarte de Souza
ESPERANÇA
2021
ESPERANÇA
2021
AGRADECIMENTOS 
	
Agradeço a Deus pai todo poderoso, por ter me permitido trilhar este caminho até aqui, por ter me dado à força necessária para seguir em frente quando eu pensava em desistir;
Aos meus pais, meus exemplos de honestidade, amor e humanidade. 
Ao meu esposo Hamilton, pelo companheirismo, compreensão e força para comigo durante toda essa trajetória. 
Aos meus filhos Luiz Miguel e Maria Luiza, pelas ausências, eles são a razão pela qual busco a mudança de vida. 
Aos amigos que sempre me apoiariam, por todo carinho e força ofertados. 
As amigas Elisangela e Vitoria Daiane por compartilhar comigo vivencias e aprendizado. 
A coordenadora Marilda da Universidade UNINTA, Polo de Esperança- PB;
Ao professore Cristiano e a supervisora Acadêmica Lúcia de Fátima e aos tutores que me guiaram e ensinaram nesta longa e difícil caminhada. 
Enfim, a todos aqueles que passaram pela minha jornada e sonharam comigo minha muito obrigada!	
	
“Adotar uma criança é dar a luz a uma esperança”.
(Aline Ignácio Pacheco)
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO	6
2. O CONTEXTO DO SERVIÇO SOCIAL....................................................................9
2.1 Intrumentalidade ..........................................................................................13
 2.2 Direito da Família...................................................................................... 19
3. O ESTATUTO E A REDE DE PROTEÇÃO A CRIANÇAS E ADOLESCENTES. ....................................................................................................................................22
3.1. Conselho Tutelar...........................................................................................23
3.2 Ministério Público, Defensora Pública e Justiça da Infância e da juventude..............................................................................................................25
4. ACOLHIMENTO INSTITUCIONAL.......................................................................28
 4.1 O Serviço Social no processo de Adoção............................................31
 4.2 Adoção...............................................................................................36
5-CONSIDERAÇÕES FINAIS..................................................................................42
REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS.........................................................................43
1- INTRODUÇÃO
O instrumento de planejamento para a construção do Trabalho de Conclusão de Curso - TCC II foi o projeto de pesquisa que descreveu o roteiro de planejamento do TCC II sobre o tema Serviço Social e Adoção no Brasil. Nele se descreve com rigor, observando as normas técnicas e diretrizes para a construção de uma pesquisa científica, apresentado a delimitação e formulação do problema, o objetivo geral e específico, que se quer alcançar com a pesquisa, a justificativa que responde o por quer do trabalho, a metodologia que diz como o trabalho será feito. O cronograma diz quando vai ser feito o custo do projeto também é apresentado. 
O desenvolvimento deste trabalho tem a finalidade de explanar sobre o processo de adoção no Brasil, na perspectiva do serviço social. Faz um recorte da questão social no processo de atuação do assistente social, bem como a instrumentalidade do serviço social. O direito da família e da criança e do adolescente e a atuação do Assistente Social no processo de adoção.
Segundo dados do Conselho Nacional de Justiça, há 617 menores com 07 anos de idade aptos para adoção, mas somente 2% dos pretendentes brasileiros estão dispostos a construir uma família com crianças nessa idade. Para crianças de 08 anos, há 305 disponíveis, a chance é ainda menor de serem adotados, somente 1% dos pretendentes estariam dispostos. As crianças acima de 09 anos, em um universo de 600 jovens contam com o interesse de 0% dos pretendentes para adoção. 
A justificativa para escolha deste tema ocorreu em razão da adoção representar um grande significado diante da sociedade, pois por meio dessa ação é possível promover uma família através de crianças e adolescentes que não chegou a conhecer o conforto de um lar, dando-lhes uma nova oportunidade para se tornarem melhores, no seio de um ambiente familiar e sadio com a finalidade de fazer essa criança se sentir integrante na família, sendo amado como filho, garantir a criança à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, o amor, à liberdade e a convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão e tudo mais que se faz necessário a um filho, tudo previsto pelo Estatuto da Criança e do Adolescente.
Sendo assim, o trabalho tem como objetivo geral analisar quais as dificuldades e também as peculiaridades de um processo para a colocação de uma criança ou de um adolescente em uma família substituta, deixando pra traz as cicatrizes de ter sido abandonada, rejeitada pela sociedade, deixada de lado pelo seu meio familiar, ganhando assim um lar sadio e apto a uma criança que necessita de carinho e proteção acima de tudo.
Diante disso o atual estudo vem responder algumas perguntas sobre o processo de adoção, na ótica do serviço social no brasil. Porque é importante a atuação do serviço social no auxílio à justiça na adoção? Como o estado mínimo pode garantir os direitos das crianças e adolescente? Como o assistente social auxilia a justiça com os instrumentais técnicos? 
	
Para responder a estas questões, a pesquisa ocorreu por meio de revisão bibliográfica, através de dados coletados em referencias como livros, estudos jurídicos, doutrinários, legislação nacional pertinente, jurisprudência e decisões relevantes. Outras fontes de pesquisa foram os bancos de dados disponibilizados por sítios eletrônicos de universidades públicas (federais, estaduais e municipais), institutos e centros de pesquisa.
Para melhor compreender o tema desenvolvido, a metodologia divide-se em quatro capítulos: 
O primeiro capitulo faz um breve contexto sobre o Serviço Social, conhecimentos teóricos, metodológicos e éticos que fundamentam a busca pela defesa e ampliação dos direitos sociais e das políticas sociais, sob a atuação do Assistente Social.
A segunda seção nos remete a instrumentalidade, que visa condição necessária para o trabalho social.
O segundo capitulo busca conhecer o Estatuto e a Rede de Proteção a Crianças e Adolescentes, juntamente com o Ministério Publico, Defensoria Pública e Justiça da Infância e juventude, a atuação do assistente social se dá com o objetivo de contextualizar e proceder à análise das condições vivenciadas por crianças e adolescentes em situação especial e o processo de adoção.
Por fim, o terceiro capitulo refere-se ao Acolhimento Institucional serviço esse que oferece acolhimento provisório para crianças e adolescentes afastados do convívio familiar. Refletindo o serviço social no processo de adoção, já que o assistente social tem um relevante papel a desenvolver, permeado de desafios à atuação profissional.
2. O CONTEXTO DO SERVIÇO SOCIAL.
O Serviço Social e seus vínculos com a Questão Social é praticamente um consenso entre os teóricos e os profissionais de Serviço Social que a Questão Socialseja o seu objeto de intervenção. Isso acontece porque os assistentes sociais surgiram para responder às manifestações da Questão Social emergente do capitalismo e da revolução industrial.
 O Assistente Social surgiu para ser o solucionador das necessidades humanas. A Questão Social comporta o conceito de necessidades Humanas, podendo ser encontrada nas diversas camadas da sociedade e nos diversos sistemas de governo e econômicos. A Questão Social não é apenas vivenciada pelos pobres e não se identifica única e exclusivamente com o sistema capitalista. A Questão Social apreendida como o conjunto das expressões das desigualdades da sociedade capitalista madura, que tem uma raiz comum à produção social é cada vez mais coletiva, o trabalho torna-se mais amplamente social, enquanto a apropriação dos seus resultados mantém-se privada, monopolizada por uma parte da sociedade. (IAMAMOTO, 2009). 
O Serviço Social tem na questão social a base de sua fundação como especialização do trabalho. O esforço profissional em tentar solucionar a Questão Social não deve ser tomado como uma tentativa de destruir a profissão e que muito menos ele deve deixar de lutar contra os problemas que surgirem sob o argumento de manter a profissão. A permanência da Questão Social não necessariamente implica que ela permaneça com as mesmas manifestações. O homem é uma conquista histórica do gênero humano, o que inclui o enriquecimento de seus sentidos; logo, também depende de sua apropriação de manifestações e exigências que possam motivar e ampliar suas capacidades de modo a se apropriar da riqueza humana. (BARROCO, 2010)
Necessidades humanas sempre existirão e, portanto, acabar com algumas manifestações existentes implica que outros desafios aparecerão, sendo os assistentes sociais chamados a responder a novas expressões. As propostas imediatas para enfrentar a questão social atualizam a articulação assistência focalizada, com o reforço do poder coercitivo do Estado em detrimento da construção do consenso necessário ao regime democrático.
 Na análise da questão social quando suas múltiplas e diferenciadas expressões são desconectadas de sua gênese comum, desconsiderando os processos sociais contraditórios, na sua dimensão de totalidade, que as criam e as transformam. A pulverização e fragmentação das questões sociais, atribuindo unilateralmente aos indivíduos singulares a responsabilidade por suas dificuldades e pela sua pobreza, isentando a sociedade de classes de sua responsabilidade na produção das desigualdades sociais. Perde-se assim a dimensão coletiva da questão social que se expressa na vida dos indivíduos singulares. (CFESS, 2012).
As sequelas da questão social passam a ser objeto de ações eventuais, fragmentárias, transferidas a organismos e entidades privadas e cidadãos solidários, ou objeto de pontuais iniciativas governamentais movidas por interesses clientelistas e eleitorais, impulsionando o desmonte dos direitos sociais universais. Apoia-se na autonomização das múltiplas expressões da questão social em detrimento da perspectiva de unidade. “A questão social é expressão do processo de produção e reprodução da vida social na sociedade burguesa, da totalidade histórica concreta”. (IAMAMOTO, 2009, p.114). A origem da questão social imanente à organização social capitalista, o que não elimina a necessidade de apreender as múltiplas expressões e formas concretas que assume.
A necessidade de redução de custos para o capital revela-se na figura do trabalhador polivalente, em um amplo enxugamento das empresas, com a terceirização dos serviços e a decorrente redução do quadro de pessoal, tanto na esfera privada quanto governamental. A concorrência entre os capitais estimula um acelerado desenvolvimento científico e tecnológico, que revoluciona a produção de bens e serviços. Reduz-se assim a demanda de trabalho vivo antes o trabalho passado, incorporado nos meios de produção, com elevação da composição técnica e de valor do capital.
 As intervenções estatais a serviço dos interesses privados articulados no bloco do poder, contraditoriamente, conclamam-se, sob a inspiração liberal, a necessidade de reduzir a ação do Estado ante a questão social mediante a restrição de gastos sociais, em decorrência da crise fiscal do Estado. A resultante é um amplo processo de privatização do setor público, resultado em um Estado cada vez mais submetido aos interesses econômicos e políticos dominantes no cenário internacional e nacional, renunciando a dimensões importantes da soberania da nação, em nome dos interesses do grande capital financeiro e de honrar os compromissos morais com as dívidas interna e externa. (CFESS, 2012).
O campo do Serviço Social é demarcado e tensionado pela conjunção de uma dupla dinâmica: a que decorre do confronto entre os protagonistas sócios históricos na emersão da ordem monopólica e a que se instaura quando, esbatendo mediatamente aquele confronto na estrutura sócio ocupacional, todo um caldo cultural se instrumentaliza para dar corpo às alternativas de intervenção social profissionalizadas. (NETTO, 1996). 
O assistente social, que é chamado a implementar e viabilizar direitos sociais e os meios de exercê-los, vê-se tolhido em suas ações, que dependem de recursos, condições e meios de trabalho cada vez mais escassos para operar as políticas e serviços sociais públicos. Ao lado da naturalização da sociedade ativam-se os apelos morais à solidariedade, no contra face da crescente degradação das condições de vida das grandes maiorias. As configurações assumidas pela questão social são condicionadas pela formação cultural brasileira, em seus traços de clientelismo, em que os trabalhadores foram historicamente tratados como súditos receptores de benefícios e favores e não cidadãos, portadores de direitos. Mas aquelas configurações passam também pelas suas expressões singulares presentes na vida de cada um dos indivíduos atendidos pelo assistente social. (CFESS, 2012).
É a partir da compreensão do Serviço Social enquanto trabalho e do entendimento da questão social enquanto seu objetivo de ação e fundamento histórico da profissão, que a categoria pode direcionar seus esforços para a consolidação do projeto ético-político profissional – um projeto que visa à garantia de direitos e a ampliação da cidadania, contribuindo para a construção de uma sociedade igualitária e justa. (BRAVO E MATOS, 2010, p.133).
A questão social se apresenta como um eixo central capaz de articular a gênese das expressões inerentes ao modo de produzir-se e reproduzir-se do capitalismo contemporâneo, o que envolve as mudanças no mundo do trabalho, as estratégias de seu enfrentamento articuladas pelas classes sociais e o papel do Estado nesse processo, em que se destaca a política social e os direitos sociais. Os desafios teóricos, políticos e técnico-operativos postos ao Serviço Social para seu desvelamento e inserção em processos de trabalho coletivos.
Uma intepretação da questão social como elemento constitutivo da relação entre o serviço social e a realidade, tendo como mediação as estratégias de enfrentamento adotados pelo estado e pelas classes - o que engue a política social como um elemento central - tem algumas implicações. (BEHRING e BOSCHETTI, 2008, p. 53).
Como decorrência das formas lógicas de reprodução da ordem burguesa e como modalidade sócia históricas de tratamento da questão social, o Estado passa a desenvolver um conjunto de medidas econômicas e sociais, demandando ramos de especialização e instituições que lhe sirvam de instrumento para o alcance dos fins econômicos e políticos que representa, em conjunturas sócias históricas diversas. A questão social está sendo entendida como “expressão do processo de formação e desenvolvimento da classe operária e do seu ingresso no cenário da sociedade, exigindo seu reconhecimento enquanto classe por parte do empresariado e do Estado”. Instrumentalização das pessoas é o processo pelo qual a ordem burguesa, por meio de um conjunto de inversões transforma os homens desujeitos em objetos, meios e instrumentos a serviço da valorização do capital.
 
É no estágio monopolista do capitalismo, dadas às características que lhe são peculiares, que a questão social vai se tornando objeto de intervenção sistemática e contínua do Estado. A utilidade social de uma profissão advém das necessidades sociais. Numa ordem social constituída de duas classes fundamentais tais necessidades, vinculadas ao capital e ao trabalho, são não apenas diferentes, mas antagônicas. As políticas sociais conceber que as políticas e o serviço social constituem-se nos espaços sócio ocupacionais para os assistentes sociais.
 As políticas sociais, além de sua dimensão econômico-política constituem-se também num conjunto de procedimentos técnico-operativos, cuja componente instrumental põe a necessidade dos profissionais.
A intencionalidade estatal sobre a questão social se realiza, com as características que já anotamos, fragmentando-a e parcializando a tomar a questão social como problemática configuradora de uma totalidade processual específica – é remetê-la concretamente à realização capital/trabalho. (NETTO, 1996, p.28).
O Estado passa a desenvolver um conjunto de medidas econômicas e sociais, demandando ramos de especialização e instituições que lhe sirvam de instrumento para o alcance dos fins econômicos e políticos que representa, em conjunturas sócio históricas diversas. 
É no estágio monopolista do capitalismo, dadas às características que lhe são peculiares, que a questão social vai se tornando objeto de intervenção sistemática e contínua do Estado. A utilidade social de uma profissão advém das necessidades sociais, instaura-se um espaço determinado na divisão social e técnica do trabalho para o Serviço Social, numa ordem social constituída de duas classes fundamentais vinculadas ao capital e ao trabalho, são não apenas diferentes, mas antagônicas. A utilidade social da profissão está em responder às necessidades das classes sociais, que se transformam, por meio de muitas mediações, em demandas para a profissão.
2.1 Intrumentação
As dimensões que constituem a prática profissional do assistente social foram historicamente construídas com o desenvolvimento da história do Serviço Social. Quando nos referimos ao termo dimensão para designar a intervenção do assistente social através de seu fazer profissional, estamos aplicando este termo no sentido de dar um lugar ao Serviço Social, onde ele possa buscar as suas direções, seus princípios fundamentais, sua fundamentação para concretizar as ações objetivadas durante o processo de mediação. A escolha dos instrumentos é subjetiva, pois depende da formação individual do sujeito, onde a questão dos valores é fundamental para nortear as múltiplas direções que se constituem na trajetória deste indivíduo. Esta emancipação real consiste dentro das possibilidades impostas pelo modo de produção capitalista.
As ações profissionais do assistente social envolvem aspectos ético-políticos, teórico-metodológico e a técnico-operativo que norteiam a direção social da prática cotidiana (CFESS, 2005, p.54). Estas dimensões não podem ser entendidas se consideradas separadamente, mas na unidade, não podemos anular que cada uma possui a sua particularidade. Constituindo a prática do assistente social.
O projeto ético-político foi reconhecido no Código de Ética de 1993, em uma conjuntura totalmente adversa à elaboração da Constituição de 1988. No início da década de 1990, o país aderia ao projeto neoliberal através da cartilha do Consenso de Washington, onde é previsto a diminuição do papel do Estado e o avanço do mercado. A entrada do neoliberalismo no Brasil incide diretamente na dimensão ético-política da prática profissional, pois irá instigar ações discriminatórias, pragmáticas e moralistas, voltando-se assim ao início da história do Serviço Social.
A dimensão teórico-metodológica exige do profissional de Serviço Social o conhecimento da realidade, dos instrumentos e do reconhecimento da importância de suas ações e do que elas podem causar na vida dos usuários. É preciso que o assistente social exerça a sua ação fundamentada em uma teoria social.
 No decorrer da história do Serviço Social várias foram as teorias que influenciaram a profissão. Como primeira delas, a teoria do positivismo, que exerceu influência no início da profissão e consequentemente, no agir profissional dos primeiros assistentes sociais. Como contraposição a essa teoria, temos o método crítico dialético elaborado por Marx, que tem como princípio o questionamento e a crítica ao sistema capitalista e as contradições inerentes a ele. Este método foi adotado no final do Movimento de Reconceituação, fazendo parte do projeto profissional da profissão. Existem outras teorias sociais que são utilizadas na academia servindo de embasamento para os assistentes sociais. 
A dimensão técnico-operativa da prática profissional do assistente social é a que mais tem destaque na história da profissão. O período que marca a dominação da dimensão técnico-operativa foi a partir da influência das teorias norte-americanas no Brasil, datada nas décadas de 1940 a 1960. Neste período o exercício profissional era realizado através da teoria positivista de Émile Durkheim. No caso brasileiro essa prática funcionalista misturou-se com a herança católica-europeia, fazendo com que em nosso país essas teorias positivistas adquirissem um caráter moralizador e pragmático, caracterizando o problema no indivíduo através da aplicação da técnica em si de forma a educar o sujeito.
 Podemos apontar a aplicação do Serviço Social de Caso, Grupo e Comunidade. Na década de 1960, esta dimensão sofre pequenos abalos, pois encontrava-se em curso o “Movimento de Reconceituação” do Serviço Social, dividido de acordo com NETTO (2008) em três direções: perspectiva modernizadora, reatualização do conservadorismo e intenção de ruptura. 
A complexidade da questão social e seu tratamento por parte do Estado fragmentam e recortam a questão social a serem atendidas pelas políticas sociais, instituiu-se um espaço na divisão sócio técnica do trabalho para um profissional que atuasse na fase terminal da ação executiva das políticas sociais, instância em que a população vulnerável recebe e requisita direta e imediatamente respostas fragmentadas através das políticas sociais setoriais.
 É nesse sentido que as políticas sociais contribuem para a produção e reprodução material e ideológica da força de trabalho e para a reprodução ampliada do capital. Como resultado destas determinações no processo de constituição da profissão, a intencionalidade dos assistentes sociais passa a ser mediada pela própria lógica da institucionalização, pela dinâmica da instauração da profissão e pelas estruturas em que a profissão se insere.
O assistente social adquire a condição de trabalhador assalariado com todos os condicionamentos que disso decorre. Na reflexão do significado sócio histórico da instrumentalidade como condição de possibilidade do exercício profissional, é importante, resgatar a natureza e a configuração das políticas sociais que, como espaços de intervenção profissional, atribuem determinadas formas, conteúdos e dinâmicas ao exercício profissional. A razão dialética considera que os processos sociais têm em si uma objetividade, uma lógica as quais podem ser apreendidas pela via do pensamento. Considera que os processos sociais fazem parte de uma totalidade e são em si mesmo totalidades complexas compostas de múltiplas determinações. 
A razão dialética incorpora à contradição, o movimento, a negatividade, a própria totalidade e as mediações, buscando, desta forma, a lógica de constituição dos fenômenos e sua essência. A concepção de instrumentalidade do Serviço Social construída na base da racionalidade crítico-dialética, considerada como uma totalidade, resultado de múltiplas determinações histórico-sociais. 
Da relação dialética entre continuidade e rupturas, das inflexões que mobilizam a lógica racionalista do pensamento burguês moderno,irradiaram-se as possibilidades de compreensão das particularidades históricas do serviço Social – entendidas como campo de mediações, com dimensões e níveis de complexidade diferenciados, que me levou a analisar tanto as dimensões materiais constitutivas e constituintes da profissão quanto às expressões teóricas e metodológicas predominantes no Serviço Social. (GUERRA, 1999, p.17).
 O redimensionamento conceitual do acervo técnico-instrumental da profissão no sentido em que compreende a construção de sua instrumentalidade baseada em um conjunto de saberes específicos, composto tanto do desenvolvimento da competência técnico operativa, quanto da teórico-metodológica e da ética-política, vinculados ao contexto sócio histórico que o envolve. 
A instrumentalidade é uma capacidade que a profissão vai adquirindo na medida em que concretiza objetivos. Ela possibilita que os profissionais objetivem sua intencionalidade em respostas profissionais. O cotidiano profissional e o cotidiano das classes sociais que demandam a sua intervenção, modificando as condições, os meios e os instrumentos existentes, e os convertendo em condições, meios e instrumentos para o alcance dos objetivos profissionais, os assistentes sociais estão dando instrumentalidade às suas ações. A instrumentalidade é tanto condição necessária de todo trabalho social quanto categoria constitutiva, um modo de ser, de todo trabalho. 
 O processo de trabalho é compreendido como um conjunto de atividades prático-reflexivas voltadas para o alcance de finalidades, as quais dependem da existência, da adequação e da criação dos meios e das condições objetivas e subjetivas. Os homens utilizam ou transformam os meios e as condições sob as quais o trabalho se realiza para o alcance de suas finalidades. Este processo implica em domínio e controle de uma matéria natural que resulte na sua transformação. Este movimento de transformar a natureza é trabalho. Mas ao transformar a natureza, os homens transformam-se a si próprios. 
O desenvolvimento das conquistas materiais e espirituais do gênero humano, determinado fundamentalmente pelas forças produtivas e pelo domínio dos homens sobre a natureza, permite a liberação das capacidades humanas, concebidas por Marx como a riqueza humana, produto material e espiritual das conquistas produzidas pela humanidade. (BARROCO, 2010, p.29)
O que ocorre com a instrumentalidade com a qual os homens controlam a natureza e convertem os objetos naturais em meios para o alcance de suas finalidades, é que ela é transposta para as relações dos homens entre si, interferindo em nível da reprodução social. Mas isso só ocorre em condições sócias históricas determinadas. Os homens tornam-se instrumentos de outros homens.
A instrumentalidade do serviço social coloca-se não apenas como a dimensão constituinte e constitutiva da profissão mais desenvolvida, diferenciada pela prática social e histórica dos sujeitos que a realizam, mas, sobretudo, como campo de mediação no qual os padrões de racionalidade e as ações instrumentais se processam. (GUERRA, 1999, p. 38) 
Na instrumentalidade a mediação permite a passagem das ações meramente instrumentais para o exercício profissional crítico e competente. Como mediação, a instrumentalidade permite também o movimento contrário: que as referências teóricas, explicativas da lógica e da dinâmica da sociedade, possam ser remetidas à compreensão das particularidades do exercício profissional e das singularidades do cotidiano. “A instrumentalidade posta na relação dos com o objetivo do trabalho, no ato da produção, é transporta para a relação com outros homens e cria o domínio daquele que não produz sobre a produção e o respectivo produto”. (GUERRA, 1999, p. 104).
 A instrumentalidade sendo uma particularidade no campo de mediação é o espaço no qual a cultura profissional se movimenta. Da cultura profissional os assistentes sociais recolhem e na instrumentalidade constroem os indicativos teórico-práticos de intervenção imediata, o instrumental-técnico ou as metodologias de ação. Reconhecer a instrumentalidade como uma particularidade, um campo de mediações, que porta a capacidade tanto de articular estas dimensões, quanto de ser o conduto pelo qual as mesmas traduzem-se em respostas profissionais.
A instrumentalidade é uma capacidade que a profissão vai adquirindo na medida em que concretiza objetivos. Ela possibilita que os profissionais objetivem sua intencionalidade em respostas profissionais. É por meio desta capacidade, adquirida no exercício profissional, que os assistentes sociais modificam, transformam, alteram as condições objetivas e subjetivas e as relações interpessoais e sociais existentes num determinado nível da realidade social.
 Ao alterarem o cotidiano profissional e o cotidiano das classes sociais que demandam a sua intervenção, modificando as condições, os meios e os instrumentos existentes, e os convertendo em condições, meios e instrumentos para o alcance dos objetivos profissionais, os assistentes sociais estão dando instrumentalidade às suas ações. Na medida em que os profissionais utilizam, criam adequam às condições existentes, transformando-as em instrumentos para a objetivação das intencionalidades, suas ações são portadoras de instrumentalidade. 
A práxis é o conjunto das formas de objetivação dos homens num e noutro os homens realizam a sua teleologia. Toda postura teleológica encerra instrumentalidade, o que possibilita ao homem manipular e modificar as coisas a fim de atribuir-lhes propriedades verdadeiramente humanas, no intuito de converterem-nas em instrumentos para o alcance de suas finalidades. 
2.2 DIREITO DA FAMÍLIA
A família sempre esteve inserida na área de atuação do Serviço Social, sendo contemplada de maneira fragmentada, cada integrante da unidade familiar é visto de forma individualizada, descontextualizada e portador de um problema. Ao modelo da família formal, tutelada pelo Direito, acrescenta-se a concepção jurídica remodelada de uma nova família, célula essencial da civilização humana, com maior ênfase nas pessoas dos familiares do que na instituição familiar. “O direito de Família era tradicionalmente dividido em três grandes partes: O direito Matrimonial, o direito parental, o direito assistencial”. (GAMA, 2008, 39). 
O estágio contemporâneo da família, democrática, humanizada e funcionalizada ao atendimento e à promoção da dignidade das pessoas dos seus integrantes. O direito de família, voltados, na sua maioria, à tutela da pessoa humana inserida no organismo familiar, são personalíssimos e irrenunciáveis. 
A relevância da organização familiar para a sociedade é inegável, considerando que a primeira possibilitou o surgimento da segunda como agrupamento humano voltado à vida em comum, suprindo as necessidades vitais de seus integrantes. 
A Declaração Universal dos Direitos do Homem, datado de 1948, expressamente reconheceu o vínculo estreito entre ambas, ao estatuir que: “A família é o núcleo natural e fundamental da sociedade e tem direito à proteção da sociedade e do Estado”. Quase com os mesmos dizeres, a Convenção Americana sobre Direitos Humanos assentou o seguinte: “A família é o elemento natural e fundamental da sociedade e deve ser protegido pela sociedade e polo Estado”. 
A Constituição Federal brasileira promulgada em 1988 aponta da mesma forma, a íntima relação entre família e sociedade, ao prever, em seu artigo 226, caput, a família como “base da sociedade” e com “especial proteção do Estado.” depreende-se, pois, a importância do organismo familiar para a formação e a subsistência da sociedade.
Devido à importância social do Direito de família, predominam as normas de ordem pública, como já ressaltado, o que demonstra que a intervenção do Estado no segmento do Direito de Família se baseia na busca de maior proteção e promoção às pessoas humanas no sentido de propiciar-lhes melhores condições de vida, em especial às mais novas gerações. (GAMA, 2008).
A família constitui a instância básica, na qual o sentimentode pertencimento e identidade social é desenvolvida e mantida e, também, são transmitidos os valores e condutas pessoais e sociais. Apresenta certo pluralismo de ralações interpessoais e diversidade cultural, que devem ser reconhecidas e respeitadas, em uma rede de vínculos comunitários, segundo o grupo social em que está inserido. (SIMÕES, 2009). 
A finalidade principal da família é a realização da pessoa humana, de sua dignidade, permitindo o pleno desenvolvimento da sua personalidade e de suas melhores potencialidades para uma existência digna. A família é uma estrutura psíquica onde cada integrante possui um lugar definido, independentemente de qualquer vínculo biológico. 
 A estrutura familiar é representada pelos lugares reservados para o pai, mãe e os filhos, cada qual ocupando seu espaço e devendo cumprir certas atribuições. A grande função da família atual é a de servir aos seus integrantes, de maneira harmônica e coordenada, sem que o exercício dos direitos de um integrante viole ou afaste os direitos e os interesses dos demais. A família e como formação social, deve ser garantida constitucionalmente não em razão de titularizar um interesse superior ou superindividual, mas em função da realização das exigências das pessoas humanas, como lugar onde se desenvolvem as pessoas. 
Partido do pressuposto de que Direito é um produto cultural e fruto dos anseios de certa sociedade, resulta, como óbvio, que todo instituto jurídico é criado e tem um determinado fim a cumprir, sendo a existência de sua respectiva função social independente de uma menção expressa em texto legal ou constitucional. A solidariedade significa um vínculo de sentimento racionalmente guiado, limitado e autodeterminado que compele à oferta de ajuda, apoiando-se em uma mínima similitude de certos interesses e objetivos, de forma a manter a diferença entre os parceiros na solidariedade. O modelo que resulte da cooperação solidária de ambos os pais na formação e no desenvolvimento físico, psíquico e intelectual do filho.
O princípio do melhor interesse da criança e do adolescente representa importante mudança de eixo nas relações paterno-materno-filiais, em que o filho deixa de ser considerado objeto para ser alçado a sujeito de direito, ou seja, a pessoa humana merecedora de tutela do ordenamento jurídico, mas com absoluta prioridade comparativamente aos demais integrantes da família de que ele participa. O princípio do melhor interesse da criança e do adolescente é um reflexo do caráter de proteção integral da doutrina dos direitos da criança, bem como decorre também da doutrina dos direitos humanos em geral.
Na constância da união entre os pais, não há disputa acerca da guarda de filhos menores, diante de se tratar de dever de ambos os pais, em plena igualdade de condições. A responsabilidade é conjunta, e não de apenas um dos pais, daí por que o modelo uniparental de guarda não pode mais prevalecer, ao menos com a importância que lhe foi atribuída em outros tempos. “A guarda apresenta-se como uma das modalidades legalmente previstas de colocação do menor em família substituta”. (GAMA, 2008, p. 204). 
O inciso 5º do artigo 1.584 do código Civil autoriza ao magistrado o poder de deferir à guarda da criança ou do adolescente a outra pessoa que não o pai e a mãe, quando se constatar ser prejudicial ou inconveniente a atribuição da guarda a qualquer um dos pais, hipótese em que o juiz deferirá a guarda à pessoa que revele compatibilidade com a natureza da medida, levando em conta seu grau de parentesco com a criança ou o adolescente. 
A lei nº 11.698/08 deu importante passo no rumo da democratização e humanização da guarda jurídica da criança e do adolescente e, por óbvio, deve ser iluminada pelos princípios e valores constitucionais aplicáveis às famílias, às crianças e aos adolescentes. Como se trata de questão que necessariamente envolve outras áreas do conhecimento humano em caráter multidisciplinar cada vez mais reconhecido pelo Direito, inclusive com a sensibilidade que é própria do juiz de família, o inciso 3º do artigo 1.584 do código Civil dá poderes ao juiz, através de oficio, ou requerimento do Ministério Público, determinar a realização de estudo e trabalho técnico por profissional habilitado ou, mesmo, por equipe interdisciplinar composto por psicólogo, assistente social, entre outros profissionais que podem fornecer subsídios importantes. (BRASIL, 2002). 
Assim, baseado na orientação técnico-profissional ou no trabalho desenvolvido pela equipe interdisciplinar, o juiz poderá estabelecer as atribuições pai e da mãe e os períodos de convivência na guarda compartilhada.
3. O ESTATUTO E A REDE DE PROTEÇÃO A CRIANÇAS E ADOLESCENTES.
Antes da vigência do Estatuto da Criança e Adolescente (ECA), ocorriam alguns procedimentos de sindicâncias e realizavam-se avaliações intituladas como sociais. Estas possuíam aspecto de questionário e não fazia qualquer aprofundamento ou análise das questões levantadas. Eram efetivadas por leigos, oficiais de justiça e voluntários, denominados “comissários de menores”, os quais não dotavam de qualificação técnica, para o desenvolvimento de tal função. 
O artigo 167 do Estatuto da Criança e do Adolescente explica que a autoridade judiciária, de ofício ou o requerimento das partes ou do Ministério Público, determinará a realização de estudo social ou, se possível, perícia por equipe interprofissional, decidindo sobre a concessão de guarda provisória, bem como, no caso de adoção, sobre o estágio de convivência. 
Quanto aos recursos técnico-operativos, de forma geral, além da observação direta, o profissional de serviço social realiza também entrevista individual ou coletiva, tal como, visitas domiciliares e institucionais, técnicas de apoio e reflexão conjunta, dentre outros, nos quais, os usuários que são protagonistas das ações em pauta estão inseridos. Nesse sentido, o Poder Judiciário como propulsor do processo de mudanças positivas da sociedade e na garantia de direitos às crianças e adolescentes envolvidos no instituto da adoção, determina alguns procedimentos que compreende a importância do fazer profissional do assistente social nesse processo. Junto às Varas da Infância e Juventude, a atuação do assistente social se dá com o objetivo de contextualizar e proceder à análise das condições vivenciadas por crianças e adolescentes em situação especial, com vistas a reintegrá-los, dentro do possível, ao contexto da cidadania. 
O Estatuto da Criança e do Adolescente-ECA institui os direitos fundamentais e as medidas preventivas, socioeducativas e protetivas que objetivam assegurá-los. Estabelece as linhas de ação da política de atendimento, como as políticas e programas sociais, serviços de prevenção, entidades de atendimento, medidas de proteção e organização pública. Prioriza a reinserção familiar, como medida de ressocialização, em vez da tutela de instituições estatais ou conveniadas. Define os atos infracionais, estabelece os direitos e as garantias processuais e as medidas socioeducativas, a remissão e as pertinentes aos pais ou responsáveis. Institui o conselho tutelar e a justiça de infância e juventude, seus procedimentos, a participação do Ministério Público, por meio de seus promotores e dos advogados ou defensores, nomeados pelo juiz. (SIMÕES, 2009, p.219).
3.1 CONSELHO TUTELAR
O Conselho Tutelar está previsto pelo ECA também com base no princípio constitucional da democracia participativa contido no artigo primeiro parágrafo da Constituição Federal, sendo de criação obrigatória nos municípios, (BRASIL, 1988). 
O conselho tutelar é definição como órgão municipal, vinculado administrativamente ao Poder Executivo Municipal, permanente, autônomo e não jurisdicional encarregado pela sociedade de zelar pelo cumprimento dos direitos da criança e do adolescente conforme artigo 131 do Estatuto da Criança e do Adolescente. (BRASIL, 1990). 
É um órgão de execução e não consultivo ou deliberativo tem como atribuições, grande parte de questões anteriormente afeta ao Poder Judiciário,com natureza eminentemente social. Não pertence ao Judiciário, nem exerce funções típicas deste poder. Formado por iniciativa da chefia do Poder Executivo, por meio de elaboração da lei municipal, deve ser acompanhada pela sociedade civil organizada para garantia da democracia. 
Os conselheiros tutelares devem ser eleitos pela própria comunidade de forma direta, embora seja admissível que a eleição se dê por intermédio de um colégio eleitoral, desde que representativo de todos os segmentos da sociedade. São atribuição do Conselho Tutelar segundo o ECA:
Art. 136. São atribuições do Conselho Tutelar:
I - Atender as crianças e adolescentes nas hipóteses previstas nos arts. 98 e 105, aplicando as medidas previstas no art. 101, I a VII;
II - Atender e aconselhar os pais ou responsável, aplicando as medidas previstas no art. 129, I a VII;
III - promover a execução de suas decisões, podendo para tanto:
a) requisitar serviços públicos nas áreas de saúde, educação, serviço social, previdência, trabalho e segurança;
b) representar junto à autoridade judiciária nos casos de descumprimento injustificado de suas deliberações.
IV - Encaminhar ao Ministério Público notícia de fato que constitua infração administrativa ou penal contra os direitos da criança ou adolescente;
V - Encaminhar à autoridade judiciária os casos de sua competência;
VI - Providenciar a medida estabelecida pela autoridade judiciária, dentre as previstas no art. 101, de I a VI, para o adolescente autor de ato infracional;
VII - expedir notificações;
VIII - requisitar certidões de nascimento e de óbito de criança ou adolescente quando necessário;
IX - Assessorar o Poder Executivo local na elaboração da proposta orçamentária para planos e programas de atendimento dos direitos da criança e do adolescente;
X - Representar, em nome da pessoa e da família, contra a violação dos direitos previstos no art. 220, § 3º, inciso II, da Constituição Federal;
XI - representar ao Ministério Público para efeito das ações de perda ou suspensão do poder familiar, após esgotadas as possibilidades de manutenção da criança ou do adolescente junto à família natural. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) 
XII - promover e incentivar, na comunidade e nos grupos profissionais, ações de divulgação e treinamento para o reconhecimento de sintomas de maus-tratos em crianças e adolescentes. (Incluído pela Lei nº 13.046, de 2014)
 Parágrafo único. Se, no exercício de suas atribuições, o Conselho Tutelar entender necessário o afastamento do convívio familiar, comunicará incontinenti o fato ao Ministério Público, prestando-lhe informações sobre os motivos de tal entendimento e as providências tomadas para a orientação, o apoio e a promoção social da família. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009). (BRASIL, 1990)
O horário de funcionamento do Conselho Tutelar deve ser entendido como uma repartição pública normal, aberto à população. No regimento interno do Conselho Tutelar prever a permanência de no mínimo dois conselheiros permanentemente na sede do órgão, com veículo e suporte administrativo necessário para os deslocamentos. 
3.2 MINISTERIO PÚBLICO, DEFENSORIA PÚBLICA E JUSTIÇA DA INFANCIA E DA JUVENTUDE.
As funções do Ministério Público previstas no artigo 201 do Estatuto da Criança Adolescente são exercidas pelo Promotor determinado pela Lei Orgânica, cabe ao Promotor da Infância e da Juventude o exercício de acordo com as disposições na Lei descrito abaixo:
Art. 201. Compete ao Ministério Público:
I - Conceder a remissão como forma de exclusão do processo;
II - Promover e acompanhar os procedimentos relativos às infrações atribuídas a adolescentes;
III - promover e acompanhar as ações de alimentos e os procedimentos de suspensão e destituição do pátrio poder, poder familiar, nomeação e remoção de tutores, curadores e guardiães, bem como oficiar em todos os demais procedimentos da competência da Justiça da Infância e da Juventude; (Expressão substituída pela Lei nº 12.010, de 2009)
IV - Promover, de ofício ou por solicitação dos interessados, a especialização e a inscrição de hipoteca legal e a prestação de contas dos tutores, curadores e quaisquer administradores de bens de crianças e adolescentes nas hipóteses do art. 98;
V - Promover o inquérito civil e a ação civil pública para a proteção dos interesses individuais, difusos ou coletivos relativos à infância e à adolescência, inclusive os definidos no art. 220, § 3º inciso II, da Constituição Federal;
VI - Instaurar procedimentos administrativos e, para instruí-los:
a) expedir notificações para colher depoimentos ou esclarecimentos e, em caso de não comparecimento injustificado, requisitar condução coercitiva, inclusive pela polícia civil ou militar;
b) requisitar informações, exames, perícias e documentos de autoridades municipais, estaduais e federais, da administração direta ou indireta, bem como promover inspeções e diligências investigatórias;
c) requisitar informações e documentos a particulares e instituições privadas;
VII - instaurar sindicâncias, requisitar diligências investigatórias e determinar a instauração de inquérito policial, para apuração de ilícitos ou infrações às normas de proteção à infância e à juventude;
VIII - zelar pelo efetivo respeito aos direitos e garantias legais assegurados às crianças e adolescentes, promovendo as medidas judiciais e extrajudiciais cabíveis;
IX - Impetrar mandado de segurança, de injunção e habeas corpus, em qualquer juízo, instância ou tribunal, na defesa dos interesses sociais e individuais indisponíveis afetos à criança e ao adolescente;
X - Representar ao juízo visando à aplicação de penalidade por infrações cometidas contra as normas de proteção à infância e à juventude, sem prejuízo da promoção da responsabilidade civil e penal do infrator, quando cabível;
XI - inspecionar as entidades públicas e particulares de atendimento e os programas de que trata esta Lei, adotando de pronto as medidas administrativas ou judiciais necessárias à remoção de irregularidades porventura verificadas;
XII - requisitar força policial, bem como a colaboração dos serviços médicos, hospitalares, educacionais e de assistência social, públicos ou privados, para o desempenho de suas atribuições.
§ 1º A legitimação do Ministério Público para as ações cíveis previstas neste artigo não impede a de terceiros, nas mesmas hipóteses, segundo dispuserem a Constituição e esta Lei.
§ 2º As atribuições constantes deste artigo não excluem outras, desde que compatíveis com a finalidade do Ministério Público.
§ 3º O representante do Ministério Público, no exercício de suas funções, terá livre acesso a todo local onde se encontre criança ou adolescente.
§ 4º O representante do Ministério Público será responsável pelo uso indevido das informações e documentos que requisitar, nas hipóteses legais de sigilo.
§ 5º Para o exercício da atribuição de que trata o inciso VIII deste artigo, poderá o representante do Ministério Público:
a) reduzir a termo as declarações do reclamante, instaurando o competente procedimento, sob sua presidência;
b) entender-se diretamente com a pessoa ou autoridade reclamada, em dia, local e horários previamente notificados ou acertados;
c) efetuar recomendações visando à melhoria dos serviços públicos e de relevância pública afetos à criança e ao adolescente, fixando prazo razoável para sua perfeita adequação. (BRASIL, 1990, art. 201).
O Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) é uma ferramenta criada para propor acordos extrajudiciais junto a esferas de Poder Público. Podendo ser usado como instrumento do Estado para as famílias em defesa da criança e adolescentes. O TAC, no que tange à criação, oferta e garantia de qualidade de serviços públicos de atendimento à população, em que ambas as partes assumem compromissos de cumprimento de objetivos e metas nessa direção. Trata-se, claramente, de um documento que funciona como um instrumento de fiscalização e controle, nesta perspectiva, uma importante ferramenta para a ampliação do papel do Estado, no quediz respeito a seu papel de assegurar direitos, quando este não o está realizando ou realizando de forma insatisfatória.
 Ao realizar Termos de Ajustamento de Conduta para famílias, observamos a tendência posta no neoliberalismo, de corroborar com a desresponsabilização do Estado pela garantia do acesso à cidadania, com o protagonismo da instituição, que deve ser tensionada para pressionar o Poder Público para fazê-lo. O TAC deixa de ser um importante instrumento do Ministério Público para a ampliação dos direitos e torna-se uma ferramenta de controle das famílias, para a garantia do bem-estar de seus membros, com possíveis repercussões penais. 
A Defensoria Pública é responsável pela orientação jurídica e a defesa dos direitos dos cidadãos que não têm recursos suficientes para custear os honorários de advogados particulares, oferecendo serviços gratuitos em todos os graus. O público alvo da Defensoria é a população com renda familiar de até três salários mínimos. Seus integrantes têm assegurada a inamovibilidade e é vedado o exercício da advocacia fora das atribuições institucionais. Suas atribuições estão previstas no artigo 134 da Constituição Federal de 1988. (BRASIL, 1988). 
O processo de implantação da Defensoria Pública nos estados e a Defensoria Pública da União, conforme já referido, é lento, sendo que muitos estados ainda recorrem a convênios com universidades e com a Ordem dos Advogados do Brasil para a prestação de assistência jurídica. 
As atribuições mencionadas pelos participantes do levantamento revelam o foco central de atendimento direto ao cidadão que procura a Defensoria Pública. Nesse contexto, tem-se também a mediação de conflitos, o encaminhamento a serviços da rede de atendimento e o planejamento e execução de projetos. No caso da Defensoria Pública da União, não tivemos dados sobre a atuação profissional no órgão. 
Podemos notar que aparece, como parte do trabalho do serviço social, a identificação das demandas e articulações com a rede social, assim como ações voltadas para a mediação, conciliação e resolução de litígios no âmbito judicial e extrajudicial. A participação em conciliações e mediação de conflitos tem crescido no âmbito do sócio jurídico, quando se depara com situações litigiosas, fazendo uso de metodologias que tem características ou princípios próprios. 
Observa-se que é reduzido o número de assistentes sociais na Defensoria Pública, o que certamente acompanha o estágio ainda incipiente de sua estruturação no país, já que não conta com defensorias em todas as comarcas e ainda luta por recursos para sua estruturação e incorporação nas estruturas dos estados. 
Em termos de desafios para a categoria nesse espaço, pode-se apontar, ainda que de modo preliminar, a ampliação da inserção do assistente social e a prospecção de atribuições coerentes com o compromisso ético-político de assegurar o acesso à justiça como garantidora da integralidade da proteção social, de modo a problematizar o recurso a metodologias e práticas que podem reiterar abordagens restritas. É garantido o acesso de toda criança ou adolescente à Defensoria Pública, conforme o artigo 141 parágrafos primeiro do ECA, a assistência judiciária gratuita será prestada aos que dela necessitarem, através de defensor público. (BRASIL, 1990).
O ECA prevê a possibilidade de criação pelos estados e Distrito Federal de varas exclusivas e especializadas da infância e da juventude no artigo 145, dando cumprimento à doutrina da proteção integral, com prioridade absoluta. 
O Juiz da Infância e da Juventude, com a competência definida no ECA, é indicado na Lei de Organização Judiciária de cada estado. O Juiz da Infância e da Juventude, como os demais, só atua processualmente. Por força do disposto no artigo 93 da Constituição Federal todas as decisões proferidas no âmbito da Justiça da Infância e Juventude devem ser fundamentadas. A competência do artigo 147, incisos I e II do ECA diz respeito à aplicação das medidas de proteção face a presença de situação de risco na forma do artigo 98 do ECA. 
A execução das medidas, sejam elas de cunho unicamente protetivo ou socioeducativo, pode ser delegada, através de carta precatória. Há deprecação dos atos para a autoridade competente, Juiz ou Conselho Tutelar, do local onde residem os pais ou responsável ou para o local onde está sediada a entidade que abriga a criança ou adolescente, onde este irá cumprir a Medida Socioeducativa de semiliberdade ou internação. 
4- ACOLHIMENTO INSTITUCIONAL.
A proteção de sua integridade física e psicológica for detectada a necessidade do afastamento da criança e do adolescente da família de origem pela autoridade competente, os mesmos deverão ser atendidos em serviços que ofereçam cuidados e condições favoráveis ao seu desenvolvimento saudável, devendo-se trabalhar no sentido de viabilizar a reintegração à família de origem ou, na sua impossibilidade, o encaminhamento para família substituta. Tais serviços podem ser ofertados em casa lar e abrigo institucional em acordo Tipificação Nacional de Serviços Sócioassistenciais. (BRASIL, 2009)
A organização dos diferentes serviços de acolhimento tem como objetivo responder de forma mais adequada às demandas da população infanto-juvenil. A partir da análise da situação familiar, do perfil de cada criança ou adolescente e de seu processo de desenvolvimento, deve-se indicar qual serviço poderá responder de forma mais efetiva às suas necessidades. 
O órgão gestor da Política de Assistência Social, em parceria com demais atores da rede local e do Sistema de Garantia de Direitos, deve desenvolver estratégias para o aprimoramento constante da oferta do atendimento a crianças e adolescentes, visando a melhor adequação às características das demandas locais. A implantação de serviços de acolhimento deve basear-se em um diagnóstico local que busque identificar a existência ou não de demanda por tais serviços no município e quais serviços são mais adequados para seu atendimento. 
O serviço que oferece acolhimento provisório para crianças e adolescentes afastados do convívio familiar por meio de medida protetiva de abrigo em função de abandono ou cujas famílias ou responsáveis encontrem-se temporariamente impossibilitados de cumprir sua função de cuidado e proteção, até que seja viabilizado o retorno ao convívio com a família de origem ou, na sua impossibilidade, encaminhamento para família substituta. Observando o artigo 101 do ECA:
Art. 101. Verificada qualquer das hipóteses previstas no art. 98, a autoridade competente poderá determinar, dentre outras, as seguintes medidas:
I - Encaminhamento aos pais ou responsável, mediante termo de responsabilidade;
II - orientação, apoio E acompanhamento temporários;
III - matrícula e frequência obrigatórias em estabelecimento oficial de ensino fundamental;
IV - Inclusão em serviços e programas oficiais ou comunitários de proteção, apoio e promoção da família, da criança e do adolescente; (Redação dada pela Lei nº 13.257, de 2016).
V - Requisição de tratamento médico, psicológico ou psiquiátrico, em regime hospitalar ou ambulatorial;
VI - Inclusão em programa oficial ou comunitário de auxílio, orientação e tratamento a alcoólatras e toxicômanos; 
VII - acolhimento institucional; (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009).
VIII - inclusão em programa de acolhimento familiar; (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009).
IX - Colocação em família substituta. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)
§ 1º O acolhimento institucional e o acolhimento familiar são medidas provisórias e excepcionais, utilizáveis como forma de transição para reintegração familiar ou, não sendo esta possível, para colocação em família substituta, não implicando privação de liberdade. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009).
§ 2º Sem prejuízo da tomada de medidas emergenciais para proteção de vítimas de violência ou abuso sexual e das providências a que alude o art. 130 desta Lei, o afastamento da criança ou adolescente do convívio familiar é de competência exclusiva da autoridadejudiciária e importará na deflagração, a pedido do Ministério Público ou de quem tenha legítimo interesse, de procedimento judicial contencioso, no qual se garanta aos pais ou ao responsável legal o exercício do contraditório e da ampla defesa. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009).
§ 3º Crianças e adolescentes somente poderão ser encaminhados às instituições que executam programas de acolhimento institucional, governamentais ou não, por meio de uma Guia de Acolhimento, expedida pela autoridade judiciária, na qual obrigatoriamente constará, dentre outros: (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009).
I - Sua identificação e a qualificação completa de seus pais ou de seu responsável, se conhecidos; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009). 
II - O endereço de residência dos pais ou do responsável, com pontos de referência; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009).
III - os nomes de parentes ou de terceiros interessados em tê-los sob sua guarda; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009).
IV - Os motivos da retirada ou da não reintegração ao convívio familiar. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009). 
O serviço de acolhimento institucional deve ter aspecto semelhante ao de uma residência e estar inserido na comunidade, em áreas residenciais, oferecendo ambiente acolhedor e condições institucionais para o atendimento com padrões de dignidade. Deve também ofertar atendimento personalizado e em pequenos grupos e favorecer o convívio familiar e comunitário das crianças e adolescentes atendidos, bem como a utilização dos equipamentos e serviços disponíveis na comunidade local. 
A atenção especializada, quando necessária, deverá ser assegurada por meio da articulação com a rede de serviços, a qual poderá contribuir, inclusive, para capacitação específica dos cuidadores. O atendimento especializado, quando houver e se justificar pela possibilidade de atenção diferenciada a vulnerabilidades específicas, não deve prejudicar a convivência de crianças e adolescentes com vínculos de parentesco, nem se constituir motivo de discriminação ou segregação. 
Desta forma, a organização da rede local de serviços de acolhimento deverá garantir que toda criança ou adolescente que necessite de acolhimento receberá atendimento e que haverá diversificação dos serviços ofertados, bem como articulação entre as políticas públicas, de modo a proporcionar respostas efetivas às diferentes demandas dos usuários. 
Não devem ser instaladas placas indicativas da natureza institucional do equipamento, também devendo ser evitadas nomenclaturas que remetam à aspectos negativos, estigmatizando e despotencializando as crianças adolescentes. (BRASIL, 2009).
4.1 O SERVIÇO SOCIAL NO PROCESSO DE ADOÇÃO.
No contexto da adoção, os profissionais de serviço social atuam como auxiliares, cuja função suprema está em assessorar os juízes de direito, subsidiando-o na ótica relativa aos fenômenos econômicos e socioculturais que envolvem as relações do sujeito participante de litígio na sociedade e na família. Atua com base na observância dos princípios fundamentais resguardados pela Lei nº 8.662/93 que regulamenta a profissão do disposto no Código de Ética do Assistente Social, resolução 273/93 do CFESS e nos princípios resguardados no Estatuto da Criança e do Adolescente. É por meio de relatório e laudos sociais que se compõem os autos. 
O principal objetivo dos serviços auxiliares referidos no Estatuto da Criança e do Adolescente, na seção III, dos serviços auxiliares nos artigos 150 e 151, destaca a importância destes serviços, composto por equipe Inter profissional, cujo objetivo primordial é assessorar a justiça da Infância e da Juventude.
Art. 150. Cabe ao Poder Judiciário, na elaboração de sua proposta orçamentária, prever recursos para manutenção de equipe Inter profissional, destinada a assessorar a Justiça da Infância e da Juventude.
Art. 151. Compete à equipe Inter profissional dentre outras atribuições que lhe forem reservadas pela legislação local, fornecerem subsídios por escrito, mediante laudos, ou verbalmente, na audiência, e bem assim desenvolver trabalhos de aconselhamento, orientação, encaminhamento, prevenção e outros, tudo sob a imediata subordinação à autoridade judiciária, assegurada a livre manifestação do ponto de vista técnico. (BRASIL, 1990, art.150 e 151).
 Assessorar, mediante o fornecimento de subsídios por escrito, através de laudos ou parecer social, bem como desenvolver trabalhos de aconselhamento, orientação e encaminhamento. Instrumentos necessários para o destino final do processo. 
Vale ressalta, também, a relevância do Estudo Social e da Perícia Social no âmbito do judiciário. Por ser o primeiro um processo metodológico específico do serviço social, especificamente nos aspectos socioeconômicos e culturais que pode ser utilizado nas diversificadas áreas da intervenção do Serviço social como instrumento fundamental na atuação do profissional no sistema judiciário. 
Por meio de uma fundamentação rigorosa, teórica, ética e técnica, pautada no projeto da profissão, fazem-se necessária a utilização do instrumento supra para a garantia e ampliação de direitos dos sujeitos usuários dos serviços e do sistema de justiça. Enquanto que a Perícia Social no contexto desse sistema refere-se a uma avaliação, exame ou vistoria, que dependendo da solicitação ou determinação exige um parecer técnico ou científico de uma demarcada área do conhecimento e contribua com a convicção do juiz para a tomada de decisão. 
Quando solicitado a um profissional de Serviço Social, o instrumento é denominado de perícia social. Por se tratar de estudo e parecer cuja finalidade é subsidiar uma decisão judicial, realizada por meio do estudo social, implica na elaboração de um laudo e emissão de um parecer. 
O parecer social diz respeito a esclarecimentos e análises, com base em conhecimento específico do serviço social, a uma questão ou questões relacionadas a decisões a serem tomadas. Trata-se de exposição e manifestação sucinta, enfocando-se objetivos do trabalho solicitado e apresentado; a análise da situação, referenciadas em fundamentos teóricos, éticos e técnicos, inerente ao serviço social. (CFESS, 2005, p.54).
A prática profissional do Assistente Social judicial pode também ser baseada no Estudo de Caso e pressupõe a elaboração de Estudo Social, que envolve os procedimentos técnicos abaixo relacionados. Sobre a análise dos autos para o conhecimento dos fatos inerentes à problemática analisada e a determinação judicial, pode-se estabelecer visitas domiciliares orientadas pelo problema em pauta e pelas hipóteses de trabalho, momento em que as pessoas são observadas em seus contextos familiares, quando o profissional privilegia a análise de comportamento, interações do local e de suas circunstâncias, além de observar as condições de moradia e de acolhimento, estrutura e funcionamento doméstico. 
É necessária a realização de entrevistas com as partes processuais, são aplicadas com a finalidade de se inteirar da verdade de cada um dos envolvidos e esclarecer outras questões pertinentes ao Serviço Social. 
Atendimento em grupo dos envolvidos, quando o caso demandar visitas institucionais, também são orientados pelo problema em pauta e pelas hipóteses de trabalho, cujo objetivo se condiciona ao objeto e à função da frente de atuação na qual o profissional está inserido. 
A elaboração de relatório é a etapa final do trabalho, onde o técnico, de acordo com o objetivo do estudo, expõe suas conclusões sobre a problemática analisada, emitindo um parecer visando sempre ao melhor interesse das crianças e adolescentes.
 O melhor interesse da criança e do adolescente se relaciona à dimensão afetivo-antropológica do cuidado, atuando simultaneamente como atitude de preocupação e inquietação pela criança e do adolescente na forma de preocupação, mas também como atitude de desvelo, solicitude, afeição e amor na forma de enternecimento e afeto pela criança. Assim, o vetor unilateral ou compartilhado tem como base o princípio do melhor interesseda criança e do adolescente. (GAMA, 2008).
O profissional de serviço social transcende a mera constatação acerca do contexto familiar dos envolvidos no processo de adoção. É pertinente considerar que o papel do assistente social no âmbito judiciário, especialmente no contexto da adoção, ocupa um espaço peculiar e significativo, haja vista ser esse profissional na sua ação propositiva, um agente multiplicador de ideias. 
O papel do assistente social no processo judicial nunca será de testemunha, pois se trata de informações de outra natureza. A resolução nº 559/09 do CFESS, veda a assistentes sociais prestarem depoimentos judiciais na condição de testemunha. (CFESS, 2009). Portanto, reinterpretar os quesitos formulados para o perito social, para além de uma importância técnica, possui uma forte dimensão ética. Esclarecer qual é o papel do serviço social, e não sucumbir a determinações por vezes sem fundamentação. É tarefa do assistente social que atua como perito mobilize o seu poder profissional, calcado no seu saber técnico especializado, para julgar prejudicada a avaliação de algum quesito que fira as competências, atribuições ou a ética profissional. 
O posicionamento técnico tem a potência de influir na tomada de decisão, quando criar conhecimentos sobre a realidade com estabelecemos de compromissos éticos e políticos. O estudo social é, historicamente, a maior demanda de atribuição ao assistente social no sociojurídico. 
A Lei de Regulamentação da Profissão de Assistente Social (8.662/1993), em seu artigo 5º, estabelece quais são suas atribuições privativas e, no item IV, consta: realizar vistorias, perícias técnicas, laudos periciais, informações e pareceres sobre a matéria de Serviço Social. (BRASIL, 2009). 
O estudo social constar o parecer do profissional, na medida em que não se limita a conhecer e analisar a situação social, mas opinar sobre ela, a partir do que cabe ao serviço social, considerando suas habilidades, competências, autonomia técnica e a ética profissional. Conforme a Resolução CFESS nº 557/2009, o parecer pressupõe a devida e necessária competência técnica, teórico-metodológica autonomia e compromisso ético. E, como ação privativa, mesmo na atuação em equipes multiprofissionais, no parecer social, o assistente social “deve destacar a sua área de conhecimento separadamente, delimitar o âmbito de sua atuação, seu objeto, instrumentos utilizados, análise social e outros componentes que devem estar contemplados na opinião técnica”. (CFESS, 2009).
O estudo social objetivava a construção de um conhecimento sobre os possíveis desajustamentos do indivíduo, de modo a explicá-lo e propor um tratamento social que visava a restabelecer a ordem e a harmonia entre indivíduo e meio social. 
Os assistentes sociais são frequentemente acionados a realizarem estudo social a partir de objetivos postos pelas instituições. No estudo social o assistente social avalie aspectos e condutas individuais, emitindo opiniões que definem rumos da vida do sujeito em tela, tendo como foco a individualidade e as relações que estabelecem no campo interpessoal e institucional, pouco sendo requisitado à problematização das situações, a partir de uma leitura de totalidade. Na verdade, coloca-se a serviço da vigilância e do disciplinamento de comportamentos, corroborando para a culpabilização e julgamentos morais. 
A perícia social pode ser considerada como um processo através do qual o assistente social realiza o exame de situações sociais com a finalidade de emitir um parecer sobre a mesma. A perícia realizada pela assistente social pode produzir uma verdade sobre determinada realidade social, envolvendo indivíduos, grupos, instituições, populações. Contudo, a opinião profissional deve estar orientada para apontar em que medida uma intervenção do poder Judiciário pode potencializar o acesso desses sujeitos a seus direitos, a depender dos elementos que compõem aquele contexto histórico, aquele momento em os espaços sócio-ocupacionais e o exercício profissional que a perícia foi realizada. 
Essa é uma observação importante para quem atua como perito social, diante de uma expectativa criada por uma concepção positivista de justiça, de direito e de conhecimento técnico-científico.
 A importância da competência teórico-metodológica do assistente social, nesse momento, é de fundamental relevância. Analisar criticamente o que se pede para que o profissional responda é essencial para a construção da resposta a ser formulada pelo perito. Alguns quesitos são perguntas que se referem às facticidades, com as quais o assistente social não pode fazer afirmações pela própria condição de não testemunha, conforme prevê o Código de Ética Profissional e a Resolução CFESS nº 559/09. As legislações profissionais acima referenciadas afirmam que é vedado ao assistente social prestar informações ao Poder Judiciário sobre fatos de que tenha tomado conhecimento no exercício profissional, em razão da necessidade de se resguardar o sigilo profissional. Cabe ao assistente social prestar informações de natureza técnica, isto é, suas avaliações e conclusões mediante a perícia realizada. 
4.2 ADOÇÃO
Normatizada na lei 12.010/09, a adoção pode ser considerada como o ato de conceder uma filiação civil de alguém a uma ou duas pessoas. Os filhos, independentemente de sua origem, de relação do casamento ou adotados, terão os mesmos direitos e qualificações, sendo proibidas quaisquer designações discriminatórias a respeito da filiação, nos termos do artigo 277, parágrafos 6º da Constituição Federal. (BRASIL, 1988). Deve-se ressaltar que se trata de medida excepcional e irrevogável de colocação de criança ou adolescente em família substituta, sendo utilizada quando esgotadas todas as possibilidades de manutenção de criança ou adolescente em sua família natural ou extensa, na forma do art. 25 do Estatuto da Criança e do Adolescente. “A adoção será deferida quando apresentar reais vantagens para o adotando e fundar-se em motivos legítimos”. (BRASIL, 1990, art. 43). 
A adoção de criança e de adolescente reger-se-á segundo o disposto no ECA artigo 39, parágrafo 1, A adoção é medida excepcional e irrevogável, à qual se deve recorrer apenas quando esgotados os recursos de manutenção da criança ou adolescente na família natural ou extensa. (BRASIL, 1990). 
Podem adotar os maiores de dezoito anos, independentemente do estado civil e desde que tenha dezesseis anos de diferença do adotando, que deve contar com, no máximo, dezoito anos à data do pedido. A adoção atribui a condição de filho ao adotado, com os mesmos direitos e deveres, inclusive sucessórios, desligando-o de qualquer vínculo com pais e parentes, salvo os impedimentos legais. Artigo 41 do ECA:
Art. 41. A adoção atribui a condição de filho ao adotado, com os mesmos direitos e deveres, inclusive sucessórios, desligando-o de qualquer vínculo com pais e parentes, salvo os impedimentos matrimoniais.
§ 1º Se um dos cônjuges ou concubinas adota o filho do outro, mantêm-se os vínculos de filiação entre o adotado e o cônjuge ou concubina do adotante e os respectivos parentes.
§ 2º É recíproco o direito sucessório entre o adotado, seus descendentes, o adotante, seus ascendentes, descendentes e colaterais até o 4º grau, observada a ordem de vocação hereditária. (BRASIL, 1990, art.41)
 
O desligamento dos vínculos com a família natural e extensa não ocorre nas hipóteses de adoção unilateral, que ocorre quando um dos cônjuges ou concubinas adota o filho do outro. A adoção unilateral do filho do cônjuge ou do companheiro, sem rompimento do parentesco já existente, quando o marido que adota o filho de sua esposa, fruto de relacionamento anterior ao casamento, passa a ser pai com fundamento na origem civil, ao passo que a mulher continua sendo mãe jurídica com fundamento da origem natural, da consanguinidade. (GAMA, 2008). 
Mantêm-se os vínculos de filiação entre o adotado e o cônjuge ou concubina do adotante e os respectivos parentes. A adoção pode dar-se de forma singular ou conjunta.Será conjunta desde que os adotantes sejam casados civilmente ou mantenham união estável, comprovada a estabilidade da família.
Para a adoção, exige-se o consentimento dos pais ou do representante legal do adotando, sendo dispensado em relação à criança ou adolescente cujos pais sejam desconhecidos ou tenham sido destituídos do poder familiar. Em se tratando de adotando maior de doze anos de idade, será também necessário o seu consentimento. “A morte dos adotantes não restabelece o poder familiar dos pais naturais” (BRASIL, 1990, art. 49). 
 Para efetivação do processo de adoção, exige-se o estágio de convivência que pode ser definido como um tempo de convívio para proporcionar um conhecimento mútuo e estabelecer laços de afinidade e afetividade entre adotando e adotantes. O estágio de convivência deve ser acompanhado pela equipe interdisciplinar ou Inter profissional, permitindo que a família e a criança sejam observadas durante esse estágio de vida comum. 
Artigo 50 parágrafos 3º e 4º, ECA:
§ 3º A inscrição de postulantes à adoção será precedida de um período de preparação psicossocial e jurídica, orientado pela equipe técnica da Justiça da Infância e da Juventude, preferencialmente com apoio dos técnicos responsáveis pela execução da política municipal de garantia do direito à convivência familiar. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009). 
§ 4º Sempre que possível e recomendável, a preparação referida no § 3º deste artigo incluirá o contato com crianças e adolescentes em acolhimento familiar ou institucional em condições de serem adotados, a ser realizado sob a orientação, supervisão e avaliação da equipe técnica da Justiça da Infância e da Juventude, com apoio dos técnicos responsáveis pelo programa de acolhimento e pela execução da política municipal de garantia do direito à convivência familiar. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009). (BRASIL, 1990, art. 50)
 O estágio de convivência é mais uma forma de proteção aos adotando, buscando assegurar a convivência harmônica e o estabelecimento dos vínculos de afinidade e afetividade. Os adotantes também, uma vez que, o tempo de convívio serve para adaptação de uma nova realidade de vida. 
O prazo para o estágio de convivência não é determinado na lei. O juiz determinará a realização de estudo social ou, se for o caso, de perícia social, decidindo sobre a adoção, sobre o estágio de convivência. Após parecer do Ministério Público, decidirá sobre o pedido. A concessão da guarda ou da tutela dependerá de assinatura de termo de compromisso, pelo responsável conforme artigo 32 do ECA e a da adoção é formalizada por sentença de acordo com o artigo 47. (GAMA, 2008) 
Será diante do caso concreto que o juiz determinará o tempo que será levado em consideração para estágio de convivência, levando em conta as peculiaridades da situação, sempre acompanhado da equipe Inter profissional que deverá emitir relatório sobre o caso. 
O juiz constatar que o adotando já está sob a tutela ou a guarda legal do adotante durante tempo suficiente para que seja possível avaliar a convivência da constituição do vínculo, o cumprimento do estágio poderá ser dispensado de acordo com o artigo 46, parágrafo primeiro do ECA. (BRASIL, 1990) O princípio do melhor interesse da criança, bem como, o da proteção integral, fazendo-nos considerar que, mesmo que a guarda não seja legal, o vínculo de afetividade e afinidade já podem ter sido estabelecidos e o adotando já encontrar-se em perfeita adaptação à família. Neste caso, cabe ao juiz analisar, juntamente com a equipe Inter profissional, as peculiaridades do caso e resolver de forma que traga vantagens para o adotando e sua efetiva proteção. 
O Cadastro Nacional de adoção é uma ferramenta criada para auxiliar juízes das varas da infância e da juventude na condução dos procedimentos de adoção. O cadastro tem por objetivo agilizar os processos de adoção por meio do mapeamento de informações unificadas, esse sistema fica hospedado nos servidores do Conselho Nacional de Justiça. Os interessados devem apresentar uma série de documentos pessoais, atestados médicos, comprovantes de renda e submeter-se a uma entrevista com o corpo técnico da Vara da Infância e Juventude e cumprir as exigências e orientação aos interessados na adoção. 
O procedimento de adoção depende de uma verificação prévia dos requisitos formais e materiais do pretendente à adoção. Este deve requerer previamente sua habilitação, seguida de entrevistas com o psicólogo e o assistente social e visitas domiciliares, os quais emitem um laudo sobre o habitante e o perfil do adotando desejado, seguido de um parecer do Ministério Público. (SIMÕES, 2009).
O membro do Ministério Público se manifesta a respeito de todo e qualquer pedido, podendo postular diligências e até impugnar o pedido, após sobrevindo decisão judicial. O processo de habilitação à adoção termina após seu deferimento, permite-se a inserção dos pretendentes no cadastro nacional. Se houver a disponibilidade de criança ou adolescente no perfil do pretendente, terá início o processo de adoção, não há direito líquido e certo para a pessoa constar na lista de pretendentes à adoção. 
A adoção inicia com um processo judicial com um pedido de habilitação para o cadastro nacional de adoção. Na hipótese da criança ou adolescente ainda estarem sob o poder familiar dos pais, estes deverão concordar com a adoção. Dessa forma, eles serão ouvidos pela autoridade judiciária e pelo membro do Ministério Público desde que, previamente, tenham sido orientados por equipe multidisciplinar, esclarecidos e advertidos acerca da importância do ato e da irrevogabilidade da adoção conforme o artigo 166 do ECA:
Art. 166. Se os pais forem falecidos, tiverem sido destituídos ou suspensos do poder familiar, ou houverem aderido expressamente ao pedido de colocação em família substituta, este poderá ser formulado diretamente em cartório, em petição assinada pelos próprios requerentes, dispensada a assistência de advogado. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) 
§ 1º Na hipótese de concordância dos pais, esses serão ouvidos pela autoridade judiciária e pelo representante do Ministério Público, tomando-se por termo as declarações. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) 
§ 2º O consentimento dos titulares do poder familiar será precedido de orientações e esclarecimentos prestados pela equipe Inter profissional da Justiça da Infância e da Juventude, em especial, no caso de adoção, sobre a irrevogabilidade da medida. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)
§ 3º O consentimento dos titulares do poder familiar será colhido pela autoridade judiciária competente em audiência, presente o Ministério Público, garantida a livre manifestação de vontade e esgotados os esforços para manutenção da criança ou do adolescente na família natural ou extensa. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)
§ 4º O consentimento prestado por escrito não terá validade se não for ratificado na audiência a que se refere o § 3º deste artigo. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)
§ 5º O consentimento é retratável até a data da publicação da sentença constitutiva da adoção. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)
§ 6º O consentimento somente terá valor se for dado após o nascimento da criança. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)
§ 7º A família substituta receberá a devida orientação por intermédio de equipe técnica Inter profissional a serviço do Poder Judiciário, preferencialmente com apoio dos técnicos responsáveis pela execução da política municipal de garantia do direito à convivência familiar. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009). (BRASIL, 1990, art.166).
 O vínculo de adoção constitui-se por sentença judicial que será inscrita no registro civil mediante mandato do qual não se fornecerá certidão. A inscrição consignará o nome dos adotantes como pais, bem como o nome dos seus ascendentes. O registro original do adotado será cancelado e a pedido do adotante, o novo registro poderá ser lavrado no Cartório do Registro Civil do município de sua residência.

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