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Transtornos Depressivos e DSM-5

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Aula 02 – 03/03/21
DSM-5
DSM-5 é uma classificação de transtornos mentais (TM) e critérios associados elaborado para facilitar o estabelecimento de diagnósticos mais confiáveis;
A proposta é servir como um guia prático, funcional e flexível para organizar informações que podem auxiliar o diagnóstico preciso e o tratamento de TM;
Semiologia psicopatológica: estudo dos sinais (signo) e sintomas dos transtornos mentais;
Síndromes: os sinais e sintomas não surgem de forma aleatória. Eles aparecem em formato de clusters (aglomerados), agrupamento constante e estável de determinados sinais e sintomas
Obs: Cada patologia apresenta seu tempo, no caso da depressão no mínimo por 2 semanas, antes disso não pode haver o diagnóstico. 
Entidades nosológicas: Ter a compressão da patologia e os aspectos que envolvem a mesma.
Sintomas (forma e conteúdo): 
Forma, estrutura básica, semelhante em diversos pacientes (ideia obsessiva, alucinação...);
Conteúdo, aquilo que preenche alteração estrutural (ação da obsessão)
O paciente vai trazer o conteúdo, a descrição do que está acontecendo (ex: eu limpo minha mesa, se não vou mal na prova), devemos descobrir qual a forma, parte do diagnostico total da patologia, dessa pessoa (ex: compulsão) 
Obs: Existe uma linha muito tênue entre o normal e o patológico, quanto mais bizarro for o conteúdo mais fácil é o diagnóstico, porém o contrário também é verdadeiro.
Aula 03 – 10/03/21
Transtornos Depressivos
Palavras geralmente usadas:
ESTADO EUTIMICO = NORMALIDADE
ANEDONIA É A PERDA DA CAPACIDADE DE SENTIR PRAZER
Transtorno Depressivo Maior – TDM (Depressão)
IMPORTANTE:
* Os sintomas ocorrem quase todos os dias;
* Necessário para o diagnóstico: Necessita haver pelo menos 5 sintomas dos abaixo citados, durante o mesmo período; Duração mínima de 2 semanas; Significativa mudança em relação ao funcionamento anterior;
* Pelo menos um dos sintomas necessita ser o humor deprimido e a perda de interesse ou prazer;
* Nunca pode ter ocorrido um episodio maníaco ou hipomania, nesse caso o diagnostico correto deve ser de Transtorno Bipolar;
* Tristeza é diferente da depressão: 
 * A tristeza sempre possui um motivo. A pessoa sabe por que está triste;
 * Quem está triste costuma ter pensamentos repetitivos sobre a razão da tristeza;
 * A depressão é uma tristeza profunda e sem conteúdo. Mesmo se algo maravilhoso acontecer, como ganhar na loteria ou passar no vestibular, a pessoa continuará triste;
 
ESPECIFICADORES:
* Gravidade (leve, moderada ou grave)
* Com características psicóticas;
* Estado de remissão (parcial ou completa);
* Episodio único ou recorrente.
Ex.: Transtorno depressivo maior, episódio recorrente grave, com características psicóticas, em remissão parcial dos sintomas.
PRINCIPAIS SINTOMAS:
· Humor deprimido na maior parte do dia;
· Acentuada diminuição do interesse ou prazer em todas ou quase todas as atividades na maior parte do dia;
· Ganho ou perda de peso sem estar de dieta (alteração de 5% em um mês; 
· Insônia ou hipersonia;
· Agitação ou retardo psicomotor;
· Fadiga ou perda de energia;
· Sentimentos de inutilidade ou culpa excessiva ou inapropriada;
· Capacidade diminuída para pensar ou se concentrar, ou indecisão; 
· Pensamentos recorrentes de morte.
CAUSAS DA DEPRESSÃO:
* Fatores genéticos;
* Fatores ambientais;
* Herdabilidade;
* Alterações.
Transtorno Disruptivo da Desregulação do Humor
* Humor persistentemente irritável;
* Diagnostico feito na infância;
* Inicialmente diagnostico transitório para transtorno bipolar
Transtorno Depressivo Persistente (antiga Distimia)
* Mesmas características do TDM;
* Manifestação dos sintomas persistentes por no mínimo 2 anos (nenhum período de mais de 2 meses de eutimia)
Transtorno Disfórico Pré-menstrual
* Mesmas características do TDM;
* Ocorre na semana que antecede o primeiro dia da menstruação e se mantem até o termino;
* Alterações em vários ciclos menstruais, mais de dois ciclos já é possível diagnosticar;
* Relacionado a alterações hormonais.
Transtorno Depressivo Induzido por Substância/Medicamento
* Etiologia definida por algum medicamento especifico;
* Alguns fármacos podem induzir os sintomas depressivos além das substâncias psicoativas.
Transtorno Depressivo Devido a Outra Condição Médica
* Transtorno devido a outra patologia (obesidade, câncer...)
Outro Transtorno Depressivo Especificado
* Apresenta as características do transtorno, mas de forma subclínica (não preenche critérios de tempo ou sintomas);
* Relatado como especificador.
Outro Transtorno Depressivo Não Especificado
* Avaliador identifica as características do transtorno, mas não se sente seguro para dar o diagnóstico, isso pode ocorrer pelo contexto da avaliação (falta de informações ou evidencias).
O que difere os transtornos são os aspectos relacionados a duração, momento e/ou etiologia presumida.
Aula 04 – 17/03/21
Risco de Suicídio
O estimulo no suicídio é a dor psicológica intolerável, com proposito de buscar uma solução. Sentimento de desesperança perante a dor.
* Pessoas entre 15 e 29 anos e acima de 69 são mais vulneráveis ao suicídio;
* 3° Maior causa mundial de morte entre pessoas de 18-34 anos
* Os passos para o suicídio são:
 * Ideação 
 * Plano
 * Ação
O que fazer quando...
* Houverem pensamentos suicidas, sem planos (baixo risco):
 * Oferecer apoio emocional frente aos sentimentos suicidas;
 * Se não demonstrar melhora encaminhar para o psiquiatra;
 * Manter encontros regulares.
* Houverem pensamentos e planos suicidas (médio risco):
 * Focar nos sentimentos ambivalentes;
 * Explore alternativas ao suicídio;
 * Fazer contrato e vinculo;
 * Encaminhar ao Psiquiatra;
 * Negocie com sinceridade, explique e peça o aval do paciente para todas as medidas a serem tomadas.
* Houverem planos, meios e execução (alto risco):
 * Nunca a deixar sozinha;
 * Gentilmente remover meios;
 * Fazer um contrato e ganhar tempo;
 * Tentativas de internação voluntaria com o risco iminente, pedir a ajuda da família;
 * Internação involuntária poderá ser necessária.
Aula 05 – 24/03/21 
Transtorno Bipolar e Transtornos relacionados
Categorias Diagnosticas:
Transtorno Bipolar e Transtornos relacionados induzidos por substâncias/medicamentos;
Transtorno Bipolar e Transtornos relacionados devido a outra condição medica;
Transtorno Bipolar e Transtornos relacionados especificado;
Transtorno Bipolar e Transtornos relacionados não especificado;
Episódios:
· Episódio maníaco;
CRITÉRIO A: Um período distinto de humor anormal e persistentemente elevado, expansivo ou irritável e aumento anormal e persistente da atividade dirigida a objetivos ou da energia, com duração mínima de uma semana e presente na maior parte do dia, quase todos os dias (ou qualquer duração, se a hospitalização se fizer necessária)
· Mais falante; 
· Se acha mais criativo; 
· Mais irritável; 
· Mais expansivo; 
· Gasta energia com um determinado objeto; 
· Redução da necessidade do sono.
CRITÉRIO B: Três (ou mais) dos seguintes sintomas (quatro se o humor é apenas irritável) estão presentes em grau significativo e representam uma mudança notável do comportamento habitual:
· Autoestima inflada ou grandiosidade; 
· Redução da necessidade de sono; 
· Mais loquaz que o habitual ou pressão para continuar falando; 
· Fuga de ideias ou experiencia subjetiva de que os pensamentos estão acelerados; 
· Aumento da atividade dirigida a objetos ou agitação psicomotora; 
· Distratibilidade, atenção facilmente desviada a estímulos externos; 
· Envolvimento excessivo em atividades com elevado potencial para consequências dolorosas.
CRITÉRIO C: A perturbação do humor é suficientemente grave a ponto de causar prejuízo acentuado no funcionamento social ou profissional ou para necessitar de hospitalização a fim de prevenir dano a si mesmo ou a outras pessoas, ou existem características psicóticas;
CRITÉRIO D: O episódio não é atribuível aos efeitos fisiológicos de uma substância (droga de abuso, medicamento, outro tratamento) ou a outra condição médica.
· Episódio Hipomaníaco;
CRITÉRIOA: Um período distinto de humor anormal e persistentemente elevado, expansivo ou irritável e aumento anormal e persistente da atividade ou energia, com duração mínima de quatro dias consecutivos e presente na maior parte do dia, quase todos os dias;
CRITÉRIO B: Durante o período de perturbação do humor, aumento de energia e atividade, três (ou mais) dos seguintes sintomas (quatro se o humor é apenas irritável) persistem, representam uma mudança notável em relação ao comportamento habitual e estão presentes em grau significativo;
· Autoestima inflada ou grandiosidade; 
· Redução da necessidade de sono; 
· Mais loquaz que o habitual ou pressão para continuar falando; 
· Fuga de ideias ou experiência subjetiva de que os pensamentos estão acelerados; 
· Distratibilidade; 
· Aumento da atividade dirigida a objetivos ou agitação psicomotora; 
· Envolvimento excessivo em atividades com elevado potencial para consequências dolorosas.
CRITÉRIO C: O episódio está associado a uma mudança clara no funcionamento que não é característica do indivíduo quando assintomático;
CRITÉRIO D: A perturbação do humor e a mudança no funcionamento são observáveis por outras pessoas;
CRITÉRIO E: O episódio não é suficientemente grave a ponto de causar prejuízo acentuado no funcionamento social ou profissional ou para necessitar de hospitalização. Existindo características psicóticas, por definição, o episódio é maníaco.
· Episódio Depressivo;
CRITÉRIO A: Cinco (ou mais) dos seguintes sintomas estiveram presentes durante o mesmo período de duas semanas e representam uma mudança em relação ao funcionamento anterior; pelo menos um dos sintomas é a) humor deprimido ou b) perda de interesse ou prazer;
· Humor deprimido na maior parte do dia;
· Acentuada diminuição do interesse ou prazer em todas ou quase todas as atividades na maior parte do dia;
· Ganho ou perda de peso sem estar de dieta (alteração de 5% em um mês; 
· Insônia ou hipersonia;
· Agitação ou retardo psicomotor;
· Fadiga ou perda de energia;
· Sentimentos de inutilidade ou culpa excessiva ou inapropriada;
· Capacidade diminuída para pensar ou se concentrar, ou indecisão; 
· Pensamentos recorrentes de morte.
CRITÉRIO B: Os sintomas causam sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo no funcionamento social, profissional ou em outras áreas importantes da vida do indivíduo;
CRITÉRIO C: O episódio não é atribuível aos efeitos fisiológicos de uma substância ou a outra condição médica.
Categorias Diagnosticas
· Transtorno Bipolar Tipo I:
Para se caracterizar necessita de pelo menos um episódio maníaco durante a vida (episódio depressivo não é obrigatório).
· Transtorno Bipolar Tipo II:
Para se caracterizar necessita de pelo menos um episódio hipomaníaco e um episódio depressivo.
· Transtorno Ciclotimico:
Períodos hipomaníacos e períodos de minidepressão que duram poucos dias, seguem um curso irregular e são menos graves que os apresentados no transtorno bipolar; os períodos desses sintomas devem ocorrer por mais da metade dos dias durante um período de ≥ 2 anos.
Especificadores
· Ciclagem rápida:
Presença de pelo menos 4 EPISÓDIOS distintos de mania, hipomania ou depressão ao ANO.
· Com características mistas:
Indivíduo satisfaz simultaneamente todos os critérios para mania e episódio depressivo maior.
Diagnósticos diferencias (excludentes) e comorbidades
· Transtorno depressivo maior - TDM (excludente);
· Outros transtornos bipolares (excludente);
· Transtornos de ansiedade (comorbidade);
· Transtorno de déficit de atenção/hiperatividade (comorbidade);
· Transtornos por uso de substâncias (comorbidade);
· Transtornos de personalidade (comorbidade);
· Transtorno alimentar ao longo da vida (comorbidade).
Risco de suicídio
· 15x maior que na população geral;
· Corresponde a 1/4 de todos suicídios;
· Tentativa passada e maior tempo em episódio depressivo estão associados a tentativa de suicídio e suicídio.
Tratamento
· Farmacológico;
· Psicoeducação;
· Psicoterapia.
Aula 06 - 07/04/21 
Transtorno de Ansiedade
MEDO X ANSIEDADE
Medo: Resposta emocional a ameaça iminente real ou percebida (fuga)
Ansiedade: É a antecipação da ameaça futura (esquiva)
· Os transtornos de ansiedade diferem entre si nos tipos de objetos ou situações que induzem medo, ansiedade ou comportamento de esquiva;
· Os transtornos de ansiedade são altamente comórbidos entre si;
· Os transtornos de ansiedade se diferenciam do medo ou da ansiedade adaptativos por serem excessivos ou persistirem além de períodos apropriados ao nível de desenvolvimento;
· A diferenciação se dá pelo tipo de situações que são temidos ou evitados e pelo conteúdo dos pensamentos ou crenças associados.
DSM-5
· Transtorno de pânico;
· Transtorno de ansiedade de separação;
· Transtorno de ansiedade social (fobia social);
· Transtorno de ansiedade generalizada (TAG);
· Mutismo Seletivo;
· Fobia Especifica;
· Agorafobia.
Transtornos de ansiedade mais comuns na infância
· Transtorno de ansiedade de separação:
Medo ou ansiedade impróprios e excessivos envolvendo a separação de casa ou de figuras de apego; os sintomas de ansiedade devem estar presentes por pelo menos 4 semanas em crianças e adolescentes, e 6 meses em adultos.
· Mutismo seletivo:
Fracasso persistente para falar em situações sociais específicas nas quais existe a expectativa para tal (p. ex., na escola), apesar de falar em outras situações; a duração mínima da perturbação é um mês, sem considerar o primeiro mês de escola.
Fobia especifica:
A - Medo ou ansiedade acentuados acerca de um objeto ou situação (p. ex., voar, alturas, animais, tomar uma injeção, ver sangue);
B - O objeto ou situação fóbica quase invariavelmente provoca uma resposta imediata de medo ou ansiedade;
C - O objeto ou situação fóbica é ativamente evitado ou suportado com intensa ansiedade ou sofrimento;
D - O medo ou ansiedade é desproporcional em relação ao perigo real imposto pelo objeto ou situação específica e ao contexto sociocultural;
E - O medo, ansiedade ou esquiva é persistente, geralmente com duração mínima de seis meses;
F - O medo, ansiedade ou esquiva causa sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo no funcionamento social, profissional ou em outras áreas importantes da vida do indivíduo;
G - A perturbação não é mais bem explicada pelos sintomas de outro transtorno mental.
Transtorno de Ansiedade Social
A - Medo ou ansiedade acentuados acerca de uma ou mais situações sociais em que o indivíduo é exposto a possível avaliação por outras pessoas;
Exemplos incluem interações sociais (p. ex., manter uma conversa, encontrar pessoas que não são familiares), ser observado comendo ou bebendo e situações de desempenho diante de outros (p. ex., proferir palestras).
B - O indivíduo teme agir de forma a demonstrar sintomas de ansiedade que serão avaliados negativamente;
C - As situações sociais quase sempre provocam medo ou ansiedade;
D - As situações sociais são evitadas ou suportadas com intenso medo ou ansiedade;
E - O medo ou ansiedade é desproporcional à ameaça real apresentada pela situação social e o contexto sociocultural;
F - O medo, ansiedade ou esquiva é persistente, geralmente durando mais de seis meses;
G - O medo, ansiedade ou esquiva causa sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo no funcionamento social, profissional ou em outras áreas importantes da vida do indivíduo;
H - O medo, ansiedade ou esquiva não é consequência dos efeitos fisiológicos de uma substância ou de outra condição médica;
I - O medo, ansiedade ou esquiva não é mais bem explicado pelos sintomas de outro transtorno mental;
J - Se outra condição médica está presente, o medo, ansiedade ou esquiva é claramente não relacionada ou é excessivo;
Transtorno de Pânico 
A - Ataques de pânico recorrentes e inesperados. Um ataque de pânico é um surto abrupto de medo intenso ou desconforto intenso que alcança um pico em minutos e durante o qual ocorrem quatro (ou mais) dos seguintes sintomas:
Nota: O surto abrupto pode ocorrer a partir de um estado calmo ou de um estado ansioso
Possíveis sintomas:· Taquicardia;
· Tremores;
· Sensação de tontura, instabilidade, vertigem ou desmaio;
· Sensação de falta de ar ou sufocamento;
· Dor ou desconforto torácico;
· Náusea ou desconforto abdominal;
· Parestesias (anestesia ou sensação de formigamento);
· Medo de morrer;
· Medo e perder o controle ou enlouquecer;
· Calafrios ou ondas de calor;
· Sudorese;
· Desrealização ou despersonalização (sensação de estar distanciado de si mesmo);
B - Pelo menos um dos ataques foi seguido de um mês (ou mais) de uma ou de ambas as seguintes características:
· Apreensão ou preocupação persistente acerca de ataques de pânico adicionais ou sobre suas consequências (p. ex., perder o controle, ter um ataque cardíaco, “enlouquecer”)
· Uma mudança de adaptativa significativa no comportamento relacionada aos ataques (p. ex., comportamentos que têm por finalidade evitar ter ataques de pânico, como a esquiva de exercícios ou situações desconhecidas)
C - A perturbação não é consequência dos efeitos psicológicos de uma substância ou de outra condição médica;
D - A perturbação não é melhor explicada por outro transtorno mental.
Agorafobia
A - Medo ou ansiedade marcantes acerca de duas (ou mais) das cinco situações seguintes:
· Uso de transporte público;
· Permanecer em espaços abertos;
· Permanecer em locais fechados;
· Permanecer em uma fila ou ficar em meio a uma multidão;
· Sair de casa sozinho.
B - O indivíduo tem medo ou evita essas situações devido a pensamentos de que pode ser difícil escapar ou de que o auxílio pode não estar disponível no caso de desenvolver sintomas do tipo pânico ou outros sintomas incapacitantes ou constrangedores (p. ex., medo de cair nos idosos; medo de incontinência);
C - As situações agorafóbicas quase sempre provocam medo ou ansiedade;
D - As situações agorafóbicas são ativamente evitadas, requerem a presença de uma companhia ou são suportadas com intenso medo ou ansiedade;
E - O medo ou ansiedade é desproporcional ao perigo real apresentado pelas situações agorafóbicas e ao contexto sociocultural;
F - O medo, ansiedade ou esquiva é persistente, geralmente durando mais de seis meses;
G - O medo, ansiedade ou esquiva causa sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo no funcionamento social, profissional ou em outras áreas importantes da vida do indivíduo;
H - Se outra condição médica está presente, o medo, ansiedade ou esquiva é claramente excessivo;
I - O medo, ansiedade ou esquiva não é mais bem explicado pelos sintomas de outro transtorno mental.
Transtorno de Ansiedade Generalizada
A - Ansiedade e preocupação excessivas (expectativa apreensiva), ocorrendo na maioria dos dias por pelo menos seis meses, com diversos eventos ou atividades (tais como desempenho escolar ou profissional);
B - O indivíduo considera difícil controlar a preocupação;
C - A ansiedade e a preocupação estão associadas com três (ou mais) dos seguintes seis sintomas:
· Inquietação ou sensação de estar com os nervos à flor da pele;
· Fatigabilidade;
· Dificuldade em concentrar-se ou sensações de “branco” na mente;
· Irritabilidade;
· Tensão muscular;
· Perturbação do sono (dificuldade em conciliar ou manter o sono, ou sono insatisfatório e inquieto).
D - A ansiedade, a preocupação ou os sintomas físicos causam sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo no funcionamento social, profissional ou em outras áreas importantes da vida do indivíduo;
E - A perturbação não se deve aos efeitos fisiológicos de uma substância ou a outra condição médica;
F - A perturbação não é melhor explicada por outro transtorno mental.
Aula 07 - 14/04/21 
Transtorno Obsessivo-Compulsivo e Transtornos Relacionados
· Transtorno Obsessivo-compulsivo (TOC);
· Transtorno Disforico Corporal;
· Transtorno de Acumulação;
· Tricotilomania;
· Transtorno de Escoriação;
· TOC e Transtorno Relacionado induzido por substancia/medicamento;
· TOC e Transtorno Relacionado devido a outra condição medica;
· TOC e Transtorno Relacionado Especificado;
· TOC e Transtorno Relacionado não Especificado;
TOC - Critérios Diagnósticos
A - Presença de obsessões, compulsões ou ambas:
Pensamentos, impulsos ou imagens recorrentes e persistentes que, em algum momento durante a perturbação, são experimentados como intrusivos e indesejados e que, na maioria dos indivíduos, causam acentuada ansiedade ou sofrimento;
O indivíduo tenta ignorar ou suprimir tais pensamentos, impulsos ou imagens ou neutralizá-los com algum outro pensamento ou ação;
TOC – Obsessões (características):
· Intrusivas: Difíceis de controlar pois invadem a mente contra a vontade;
· Indesejadas: Causam desconforto e referem-se a temas desagradáveis, tabus, impróprios;
· Provocam resistência: Lutar contra, tentar afastar, ignorar, suprimir, neutralizar;
· Ego-Distonicas: Seu conteúdo é negativo, desagradável ou vai contra os valores ou desejos do indivíduo.
TOC – Obsessões (conteúdo):
· Sujeira ou contaminação;
· Duvidas, incerteza;
· Simetria, exatidão ou alinhamento;
· Violento: ferir, insultar ou agredir;
· Indesejáveis ou inadequados: sexuais ou obscenas;
· Guardar, armazenar, poupar;
· Escrúpulos: pecado, culpa, certo/errado, falhar;
· Supersticioso: numero especiais, cores, datas, horários (de sorte ou azar)
TOC – Obsessões (consequências):
· Compulsões;
Comportamentos repetitivos ou atos mentais que o indivíduo se sente compelido a executar em resposta a uma obsessão ou de acordo com regras que devem ser rigidamente aplicadas; 
Os comportamentos ou os atos mentais visam prevenir ou reduzir a ansiedade ou o sofrimento ou evitar algum evento ou situação temida;
Comportamentos repetitivos (lavar as mãos, organizar, verificar) ou atos mentais (rezar, contar, repetir palavras);
Executadas em resposta a uma obsessão ou em virtude de regras que devem ser aplicadas rigidamente (“ter que”);
Sem conexão realística com o que pretendem prevenir ou claramente
Excessivas;
Manifestos (motores) ou encobertos (compulsões mentais);
O conteúdo específico das obsessões e compulsões varia entre os indivíduos.
· Evitações;
· Neutralizações;
· Hiper vigilância;
· Indecisão/Lentidão
B - As obsessões ou compulsões tomam tempo (p. ex., tomam mais de uma hora por dia) ou causam sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo no funcionamento social, profissional ou em outras áreas importantes da vida do indivíduo;
C - Os sintomas obsessivo-compulsivos não se devem aos efeitos fisiológicos de uma substância (p. ex., droga de abuso, medicamento) ou a outra condição médica;
D - A perturbação não é mais bem explicada pelos sintomas de outro transtorno mental;
TOC – Especificadores:
Indicar se as crenças relacionadas ao TOC são atualmente caracterizadas por:
· Insight bom ou razoável: o indivíduo reconhece que as crenças do TOC, definitivamente ou provavelmente, não são verdadeiras;
· Insight pobre: o indivíduo pensa que as crenças do TOC são provavelmente verdadeiras;
· Insight ausente: o indivíduo está completamente convencido de que as crenças do TOC são verdadeiras;
Especificar também se o TOC é relacionado a tiques: se o indivíduo tem uma história de um transtorno de tique crônico ao longo da vida;
Até 30% apresenta tiques associados ao TOC.
TOC – Fatores Etiológicos:
· Neurobiológicos (genética) ou cerebrais;
· Comportamentais: aprendizagens erradas;
· Cognitivos: crenças distorcidas ou erradas.
Múltiplos fatores dificultam a proposição de terapias específicas, bem como a previsão dos resultados dos tratamentos.
 
TOC – Acomodação Familiar:
É o processo pelo qual um ou mais membros da família apoiam ou participam dos rituais do paciente. Designa as mudanças de comportamento e das rotinas da família em razão do TOC.
Em torno de 70% dos familiares acomodam-se aos sintomas dos pacientes (Gomes et al., 2011).
TOC – Epidemiologia:
Quando o TOC não é tratado, seu curso é, em geral, crônico, frequentemente com os sintomas tendo aumentos e diminuições de intensidade;
Alguns indivíduos têm um curso episódico, e uma minoria tem um curso de deterioração;
20% de remissão espontânea em adultos e 40% quando o transtorno teveinício na infância;
Idade de início - 19,5 anos;
25% dos casos iniciam-se até os 34 anos de idade;
Início após os 35 anos é incomum, mas ocorre.
TOC – Comorbidades:
76% têm um diagnóstico de transtorno de ansiedade ao longo da vida;
63% têm um transtorno depressivo (41%) ou bipolar (22%);
50% têm pensamentos suicidas ao longo da vida;
25% têm tentativas de suicídio ao longo da vida;
Comorbidade com transtorno depressivo maior aumenta o risco de suicídio
Transtorno Dismórfico Corporal
Caracterizado por sintomas cognitivos;
Percepção de defeitos ou falhas na aparência física é caracterizado pela preocupação com a percepção de um ou mais defeitos ou falhas na aparência física que não são observáveis ou parecem apenas leves para os outros e por comportamentos repetitivos ou atos mentais em resposta às preocupações com a aparência.
Transtorno de Acumulação
Caracterizado por sintomas cognitivos;
Percepção da necessidade de guardar os pertences é caracterizado pela dificuldade persistente de descartar ou se desfazer de pertences, independentemente de seu valor real, em consequência de uma forte percepção da necessidade de conservá-los e do sofrimento associado ao seu descarte.
Tricotilomania
Caracterizado por comportamentos repetitivos focados no corpo;
Comportamento repetitivo de arrancar cabelos é caracterizada pelo comportamento recorrente de arrancar os próprios cabelos resultando em perda de cabelo e tentativas repetidas de reduzir ou parar de arrancá-los.
Transtorno de Escoriação
Caracterizado por comportamentos repetitivos focados no corpo;
Comportamento repetitivo de beliscar a própria pele é caracterizado por beliscar a própria pele de forma recorrente, resultando em lesões cutâneas, e tentativas repetidas de reduzir ou parar o comportamento de beliscá-la.
OBS: compulsão é o ato (se lavar muitas vezes para garantir limpeza) e obsessão é o pensamento que vem junto disso (se eu n me lavar por horas vou ficar com germes que irão me matar)
Aula 08 - 05/05/21 
Transtornos Relacionados a Trauma e a Estressores
Os transtornos relacionados a trauma e a estressores incluem transtornos nos quais a exposição a um evento traumático ou estressante está listada explicitamente como um critério diagnóstico
Transtorno de Estresse Pós-traumático:
· Critérios diagnósticos:
CRITERIO A: Exposição a episódio concreto ou ameaça de morte, lesão grave ou violência sexual em uma (ou mais) das seguintes formas:
· Vivenciar diretamente o evento trauamtico;
· Testemunhar pessoalmente o evento traumático ocorrido com outra pessoa;
· Saber que o evento traumático ocorreu com familiar ou amigo próximo. Nos casos de episódio concreto ou ameaça de morte envolvendo um familiar ou amigo, é preciso que o evento tenha sido violento ou acidental;
· Ser exposto de forma repetida ou extrema a detalhes aversivos do evento traumático (p.ex., socorristas que recolhem restos de corpos humanos; policiais repetidamente expostos a detalhes de abuso infantil);
Os eventos traumáticos do Critério A sofridos diretamente incluem, mas não se limitam a: 
· Exposição a guerra como combatente ou civil;
· Ameaça ou ocorrência real de agressão física (ataque físico, assalto, furto, abuso físico infantil);
· Ameaça ou ocorrência real de violência sexual (p. ex., penetração sexual forçada, penetração sexual facilitada por álcool/droga, contato sexual abusivo, abuso sexual sem contato, tráfico sexual);
· Sequestro; ser mantido refém; ataque terrorista, tortura, encarceramento como prisioneiro de guerra;
· Desastres naturais ou perpetrados pelo homem e acidentes automobilísticos graves uma doença potencialmente fatal ou uma condição clínica debilitante não são consideradas necessariamente eventos traumáticos.
CRITERIO B:
Presença de um (ou mais) dos seguintes sintomas intrusivos associados ao evento traumático, começando depois de sua ocorrência:
· Lembranças intrusivas angustiantes, recorrentes e involuntárias do evento traumático;
· Sonhos angustiantes recorrentes nos quais o conteúdo e/ou o sentimento do sonho estão relacionados ao evento traumático;
· Reações dissociativas (flashbacks) nas quais o indivíduo sente ou age como se o evento traumático estivesse ocorrendo novamente;
· Sofrimento psicológico intenso ou prolongado frente a exposição a sinais internos ou externos que simbolizam ou se assemelham a algum aspecto do evento traumático;
· Reações fisiológicas intensas a sinais internos ou externos que simbolizam ou se assemelham a algum aspecto do evento traumático;
CRITERIO C:
Evitação persistente de estímulos associados ao evento traumático, começando após a ocorrência do evento, conforme evidenciado por um ou ambos dos seguintes aspectos:
· Evitação ou esforços para evitar recordações, pensamentos ou sentimentos angustiantes associados ao evento traumático;
· Evitação ou esforços para evitar lembranças externas (pessoas, lugares, conversas, atividades, objetos, situações) que despertam recordações, pensamentos ou sentimentos angustiantes acerca de ou associados de perto ao evento traumático;
CRITERIO D:
Alterações negativas em cognições e no humor associadas ao evento traumático começando ou piorando depois da ocorrência de tal evento, conforme evidenciado por dois (ou mais) dos seguintes aspectos:
· Incapacidade de recordar algum aspecto importante do evento traumático;
· Crenças ou expectativas negativas persistentes e exageradas a respeito de si mesmo, dos outros e do mundo;
· Cognições distorcidas persistentes a respeito da causa ou das consequências do evento traumático que levam o indivíduo a culpar a si mesmo ou os outros;
· Estado emocional negativo persistente;
· Interesse ou participação bastante diminuída em atividades significativas;
· Sentimentos de distanciamento e alienação em relação aos outros;
· Incapacidade persistente de sentir emoções positivas.
CRITERIO E:
Alterações marcantes na excitação e na reatividade associadas ao evento traumático, começando ou piorando após o evento, conforme evidenciado por dois (ou mais) dos seguintes aspectos:
· Comportamento irritadiço e surtos de raiva (com pouca ou nenhuma provocação) geralmente expressos sob a forma de agressão verbal ou física em relação a pessoas e objetos;
· Comportamento imprudente ou autodestrutivo;
· Problemas de concentração;
· Respostas de sobressalto exagerada;
· Perturbação do sono (p.ex., dificuldade para iniciar ou manter o sono, ou sono agitado);
· Hipervigilancia.
CRITERIO F: Duração - A perturbação (Critérios B, C, D e E) dura mais de um mês.
CRITERIO G: Prejuízo funcional - A perturbação causa sofrimento clinicamente significativo e prejuízo social, profissional ou em outras áreas importantes da vida do indivíduo
CRITERIO H: Exclusão de outras condições - A perturbação não se deve aos efeitos fisiológicos de uma substância (p. ex., medicamento, álcool) ou a outra condição médica.
DESENVOLVIMENTO E CURSO:
· Pode ocorrer em qualquer idade;
· Os sintomas geralmente se manifestam dentro dos primeiros três meses depois do trauma;
· Pode apresentar “expressão tardia” se todos os critérios diagnósticos não forem atendidos até pelo menos seis meses depois do evento (embora a manifestação inicial e a expressão de alguns sintomas possam ser imediatas).
Aula 09 - 12/05/21 
Transtornos Relacionados a Substancias
Transtornos relacionados ao uso - conceitos:
Substâncias psicoativas são aquelas utilizadas para produzir alterações nas sensações, no grau de consciência ou no estado emocional, de forma intencional ou não;
Atuam no cérebro em estruturas que existem normalmente para regular as funções de humor, pensamentos e motivações;
· Uso: Consumo em geral de forma experimental, esporádica ou episódica;
· Uso nocivo: Repetidas complicações clinicas e/ou psicossociais; Ausência de tolerância e da síndrome de abstinência;
· Dependência: Consumo compulsivo, voltado para o alívio ou evitação de sintomas de abstinência; resulta em tolerância e síndrome de abstinência;
· Tolerância: Perda ou diminuição da sensibilidade aos efeitos iniciais das substâncias psicoativas.Necessidade de usar em maior quantidade para alcançar o efeito desejável;
· Abstinência: Sinais e sintomas físicos e psíquicos decorrentes da diminuição ou interrupção do uso;
· Fissura: Sentimento de desejo urgente e quase incontrolável de usar a substância - invade os pensamentos, altera o humor e provoca sensações físicas e modificação do comportamento;
· Intoxicação: Envolve perturbações de percepção, vigília, atenção, pensamento, julgamento, comportamento psicomotor e nas relações. As intoxicações breves, ou “agudas”, podem ter sinais e sintomas diferentes dos presentes nas intoxicações prolongadas, ou “crônicas”.
Todas as drogas que são consumidas em excesso têm em comum a ativação direta do sistema de recompensa do cérebro, o qual está envolvido no reforço de comportamentos e na produção de memórias.
Classificação (mecanismo de ação):
· Drogas depressoras: diminuem a velocidade do funcionamento do cérebro (atenção, concentração, capacidade intelectual...)
Ex: Alcool, sedativos, hpinoticos, lança perfume, lolo, morfina, heronia...
· Drogas estimulantes: aumentam a atividade cerebral
Ex: Cocaína, anfetaminas, nicotina, crack, anabolizantes...
Critérios:
Um padrão problemático de uso de (substância), levando a comprometimento ou sofrimento clinicamente significativos, manifestado por pelo menos dois dos seguintes critérios, ocorrendo durante um período de 12 meses:
Baixo controle:
1. (substância) é frequentemente consumida em maiores quantidades ou por um período mais longo do que o pretendido;
2. Existe um desejo persistente ou esforços malsucedidos no sentido de reduzir ou controlar o uso da substância ou na recuperação de seus efeitos;
3. Muito tempo é gasto em atividades necessárias para a obtenção de (substância), na utilização de (substância) ou na recuperação de seus efeitos;
4. Fissura ou um forte desejo ou necessidade de usar (substância);
5. Uso recorrente de (substância), resultando em fracasso em desempenhar papéis importantes no trabalho, na escola ou em casa;
6. Uso continuado de (substância), apesar de problemas sociais ou interpessoais persistentes ou recorrentes causados ou exacerbados pelos seus efeitos;
Prejuízo social:
7. Importantes atividades sociais, profissionais ou recreacionais são abandonadas ou reduzidas em virtude do uso de (substância);
8. Uso recorrente de (substância) em situações nas quais isso representa perigo para a integridade física;
9. O uso de (substância) é mantido apesar da consciência de ter um problema físico ou psicológico persistente ou recorrente que tende a ser causado ou exacerbado pela (substância).
Uso arriscado:
10. Tolerância, definida por qualquer um dos seguintes aspectos:
· Necessidade de quantidades progressivamente maiores de (substância) para alcançar a intoxicação ou o efeito desejado;
· Efeito acentuadamente menor com o uso continuado da mesma quantidade da substância.
Critérios farmacológicos:
11. Abstinência, manifestada por qualquer um dos seguintes aspectos:
· Síndrome de abstinência característica de (substância);
· A (substância) é consumida para aliviar ou evitar os sintomas.
Especificador (gravidade):
· 2 ou 3 fatores caracterizam transtorno leve;
· 4 ou 5 fatores caracterizam transtorno moderado;
· 6 ou + fatores caracterizam transtorno grave.
Aula 10 - 19/05/21 
Espectro da Esquizofrenia e outros transtornos psicóticos 
Conjunto de transtornos nos quais os indivíduos vivenciam uma percepção distorcida da realidade e um prejuízo no pensamento, no comportamento, no afeto e na motivação. É considerado uma doença mental crônica.
Sintomas positivos:
· Delírios;
Alterações do conteúdo do pensamento; Crença falsa profundamente arraigada e não compatível com a inteligência ou a herança cultural do sujeito
Podem ser definidos como: 
Somáticos: preocupações inadequadas referentes a saúde ou funcionamento dos órgãos;
Autoculpa: crença de culpa injustificada;
Infidelidade: crença de que está sendo traído, associado a ciúme patológico;
Controle: crença de que seu corpo ou ações estão sendo controlados;
· Alucinações;
Alterações da senso-percepção; percepção falsa que não corresponde aos estímulos presentes no ambiente; Auditivas e visuais são as mais comuns; ter cuidado com a origem (religiosa...) das mesmas.
· Pensamento/discurso desorganizado;
É avaliado através do discurso; pode mudar de tópico, comer palavras, fazer uma salada com as palavras, pode inventar palavras 
· Comportamento motor grosseiramente desorganizado ou anormal;
Dificuldade para realizar atividades cotidianas; já foi mais comum, mas pode acontecer comportamento catatônico, onde há redução acentuada na reatividade a estímulos externos; movimentos estereotipados repetitivos, olhar fixo, caretas, mutismo e eco na fala.
Sintomas negativos:
· Afeto restrito (expressão emocional diminuída);
Redução na expressão de emoções pelo rosto, contato visual, entonação da fala e nos movimentos
· Avolia (redução da vontade de iniciar novas atividades);
Redução em atividades motivadas, auto iniciadas e com uma finalidade
· Alogia (diminuição do discurso);
Produção diminuída do discurso
· Anedonia;
Capacidade reduzida de ter prazer resultante de estímulos positivo
· Falta de sociabilidade.
Aparente ausência de interesse em interações sociais
Critérios diagnósticos
 A - Dois (ou mais) dos itens a seguir, cada um presente por uma quantidade significativa de tempo durante um período de um mês (ou menos, se tratados com sucesso). Pelo menos um deles deve ser (1), (2) ou (3):
1. Delírios;
2. Alucinações;
3. Discurso desorganizado;
4. Comportamento grosseiramente desorganizado ou catatônico;
5. Sintomas negativos (ex.: expressão emocional diminuída ou avolia;
B - Nível de funcionamento significativamente abaixo do esperado, desde o aparecimento da perturbação
C - Sinais contínuos de perturbação persistem durante, pelo menos seis meses. Incluindo no mínimo um mês de sintomas do Critério A (fase ativa)
D - Transtorno Esquizoafetivo e transtorno depressivo ou transtorno bipolar com características psicóticas são descartados;
E - A perturbação não pode ser atribuída aos efeitos fisiológicos de uma substância ou a outra condição médica
F - Se há história de transtorno do espectro autista ou de um transtorno da comunicação iniciado na infância, o diagnóstico adicional de esquizofrenia realizado somente na presença de delírios ou alucinações, além dos demais sintomas exigidos de esquizofrenia, estão também presentes por pelo menos um mês (ou menos, se tratados com sucesso)
CAUSAS:
· Genética + ambiente;
· Complicações na gestação ou no parto e pais com idade mais avançadas são considerados fatores de risco;
RISCO DE SUICIDIO:
Cerca de 5 a 6% dos indivíduos com esquizofrenia morrem por suicídio; 20% tem pelo menos uma tentativa de suicídio; Maior % em sujeitos que fazem uso de substância; Risco maior no período após um episódio psicótico ou alta hospitalar.
OUTROS TRANSTORNOS PSICOTICOS:
· Transtorno Delirante: Somente delírios (pelo menos 1 mês) sem outros sintomas psicóticos – pode desenvolver esquizofrenia depois;
· Transtorno Psicótico: Apresentação dos sintomas psicóticos (mesmos da esquizofrenia) por um período curto de tempo (breve - 1 a 30 dias);
· Transtorno Esquizofreniforme: Apresentação dos sintomas psicóticos (mesmos da esquizofrenia) por um período curto de tempo (duração de até 6 meses) - não apresenta declínio no funcionamento, apesar de apresentar prejuízo; Remissão pode ser espontânea ou por intervenção - não é crônico;
· Transtorno Esquizoafetivo: Parecido com o TB, apresenta um quadro de esquizofrenia, mas também apresenta episódios de alterações de humor (concomitantes a episódios psicóticos).
Qual a diferença então? No TB identifica-se períodos eutímicos que não apresentam sintomas psicóticos No Transtorno Esquizoafetico os sintomas psicóticos permacem mesmo na eutimia
· Transtorno Psicótico Induzido por Substância/Medicamento;
· Transtorno Psicótico Devido a Outra Condição Médica;
· Catatonia Associada a Outro Transtorno Mental (Especificador de Catatonia);
· TranstornoCatatônico Devido a Outra Condição Médica;
· Catatonia Não Especificada;
· Outro Transtorno do Espectro da Esquizofrenia e Outro Transtorno
· Psicótico Especificado;
· Transtorno do Espectro da Esquizofrenia e Outro Transtorno Psicótico Não Especificado.
Aula 11 - 26/05/21 
Transtornos Alimentares
São caracterizados por uma perturbação persistente na alimentação ou no comportamento relacionado à alimentação;
Consumo ou absorção alterada de alimentos;
Comprometimento significativo à saúde física ou ao funcionamento psicossocial
Possíveis Transtornos:
· Pica;
· Transtorno de Ruminação;
· Transtorno Alimentar Restritivo/Evitativo;
· Anorexia Nervosa;
· Bulimia Nervosa;
· Transtorno de Compulsão Alimentar;
· Outro Transtorno Alimentar Especificado;
· Transtorno Alimentar Não Especificado.
Observações:
· Os critérios diagnósticos para os transtornos alimentares (TA) resultam em um esquema de classificação que é mutuamente excludente, de maneira que, durante um único episódio, apenas uma das classificações diagnósticas pode ser atribuída (*exceto Pica);
· Os TA diferem entre si em relação ao curso clínico, desfecho e necessidade de tratamento;
· Sintomas semelhantes entre TA e transtornos por uso de substâncias, como fissura e padrões de uso compulsivo; 
· Essa semelhança pode refletir o envolvimento dos mesmos sistemas neurais, incluindo os implicados no autocontrole regulatório e de recompensa. Entretanto, as contribuições relativas de fatores compartilhados e distintos no desenvolvimento de ambos permanecem insuficientemente compreendidos;
 
· A obesidade não está incluída no DSM-5 como um transtorno mental. No entanto, existem associações robustas entre obesidade e TA ou outros transtornos mentais
PICA
O nome pica vem do latim e significa pega, um pássaro do hemisfério norte conhecido por comer quase tudo o que encontra pela frente.
Critérios Diagnósticos:
A - Ingestão persistente de substâncias não nutritivas (pedra, esponja...), não alimentares, durante período mínimo de um mês;
B - A ingestão de substâncias não nutritivas, não alimentares, é inapropriada ao estágio de desenvolvimento do indivíduo;
C - O comportamento alimentar não faz parte de uma prática culturalmente aceita;
D - Se o comportamento alimentar ocorrer no contexto de outro transtorno mental ou condição médica, é suficientemente grave a ponto de necessitar de atenção clínica adicional;
TRANSTORNO DE RUMINAÇÃO
Critérios Diagnósticos:
A - Regurgitação repetida de alimento durante o período mínimo de um mês. O alimento regurgitado pode ser remastigado, novamente deglutido ou cuspido;
B - A regurgitação repetida não é atribuível a uma condição gastrintestinal ou a outra condição médica;
C - A perturbação alimentar não ocorre exclusivamente durante o curso de anorexia nervosa, bulimia nervosa, transtorno de compulsão alimentar ou transtorno alimentar restritivo/evitativo;
D - Se os sintomas ocorrem no contexto de outro transtorno mental eles são suficientemente graves para justificar atenção clínica adicional.
TRANSTORNO ALIMENTAR RESTRITIVO/EVITATIVO
Critérios Diagnósticos:
A - Uma perturbação alimentar manifestada por fracasso persistente em satisfazer as necessidades nutricionais e/ou energéticas apropriadas associada a um (ou mais) dos seguintes aspectos:
· Perda de peso significativa;
· Deficiência nutricional significativa;
· Dependência de alimentação enteral ou suplementos nutricionais orais;
· Interferência marcante no funcionamento psicossocial.
B - A perturbação não é mais bem explicada por indisponibilidade de alimento ou por uma prática culturalmente aceita;
C - A perturbação alimentar não ocorre exclusivamente durante o curso de anorexia nervosa ou bulimia nervosa, e não há evidência de perturbação na maneira como o peso ou a forma corporal é vivenciada;
D - A perturbação alimentar não é atribuível a uma condição médica concomitante ou mais bem explicada por outro transtorno mental. Quando a perturbação alimentar ocorre no contexto de uma outra condição ou transtorno, sua gravidade excede a habitualmente associada à condição ou transtorno e justifica atenção clínica adicional.
ANOREXIA NERVOSA
Critérios Diagnósticos:
A - Restrição da ingestao calórica em relação às necessidades, levando a um peso corporal significativamente baixo no contexto de idade, gênero, trajetória do desenvolvimento e saúde física;
B - Medo intenso de ganhar peso ou engordar, ou comportamento persistente que interfere no ganho de peso, mesmo estando com peso significativamente baixo;
C - Perturbação no modo como o próprio peso ou a forma corporal são vivenciados, influência indevida do peso ou da forma corporal na autoavaliação ou ausência persistente de reconhecimento da gravidade do baixo peso corporal atual:
· Purgativa
· Evitativa
Epidemiologia:
· A prevalência de 12 meses de anorexia nervosa entre jovens do sexo feminino é de aproximadamente 0,4%;
· Pouco se sabe a respeito da prevalência entre indivíduos do sexo masculino;
· Começa geralmente durante a adolescência ou na idade adulta jovem;
· Raramente inicia antes da puberdade ou depois dos 40 anos.
BULIMIA NERVOSA
Critérios Diagnósticos:
A - Episódios recorrentes de compulsão alimentar. Um episódio de compulsão alimentar é caracterizado pelos seguintes aspectos:
· A Ingestão, em um período de tempo determinado (p.ex., dentro de cada período de duas horas), de uma quantidade de alimento definitivamente maior do que a maioria dos indivíduos consumiria no mesmo período sob circunstâncias semelhantes;
· Sensação de falta de controle sobre a ingestão durante o episódio (p.ex., sentimento de não conseguir parar de comer ou controlar o que é e o quanto se está ingerindo).
B - Comportamentos compensatórios inapropriados recorrentes a fim de impedir o ganho de peso, como vômitos autoinduzidos, uso indevido de laxantes, diuréticos ou outros medicamentos, jejum ou exercício em excesso;
C - A compulsão alimentar e os comportamentos compensatórios ocorrem, em média, no mínimo uma vez por semana durante três meses;
D - A autoavaliação é indevidamente influenciada pela forma e peso corporais;
E - A perturbação não ocorre exclusivamente durante episódios de anorexia nervosa.
Epidemiologia:
· A gravidade corresponde ao número de episódios compensatórios por semana;
· A prevalência de 12 meses de bulimia nervosa entre jovens do sexo feminino é de 1 a 1,5%;
· A prevalência é maior entre adultos, o pico do transtorno se dá no fim da adolescência e início da idade adulta;
· A compulsão alimentar com frequência começa depois de um episódio de dieta para perda de peso.
TRASNTORNO DE COMPULSÃO ALIMENTAR
Critérios Diagnósticos:
A - Um episódio de compulsão alimentar é caracterizado pelos seguintes aspectos:
· Ingestão, em um período determinado, de uma quantidade de alimento definitivamente maior do que a maioria das pessoas consumiria no mesmo período sob circunstâncias semelhantes;
· Sensação de falta de controle sobre a ingestão durante o episódio.
B - Os episódios de compulsão alimentar estão associados a três (ou mais) dos seguintes aspectos:
· Comer mais rapidamente do que o normal;
· Comer até se sentir desconfortavelmente cheio;
· Comer grandes quantidades de alimento na ausência da sensação física de fome;
· Comer sozinho por vergonha do quanto se está comendo;
· Sentir-se desgostoso de si mesmo, deprimido ou muito culpado em seguida.
C - Sofrimento marcante em virtude da compulsão alimentar;
D - Os episódios de compulsão alimentar ocorrem, em média, ao menos uma vez por semana durante três meses;
E - A compulsão alimentar não está associada ao uso recorrente de comportamento compensatório inapropriado como na bulimia nervosa e não ocorre exclusivamente durante o curso de bulimia nervosa ou anorexia nervosa.
ORTOREXIA 
· Obsessão por alimentos saudáveis;
· Busca constante por uma dieta saudável;
· Preocupação a escolha dos alimentos (leitura de rótulos).
VIGOREXIA
No DSM é descrito como Transtorno Dimórfico Corporal – Dismorfia muscular 
· Insatisfação com a imagem corporal;
· Busca pelo corpo perfeito;· Prática exacerbada de exercícios físicos.
Aula 12 - 02/06/21 
Disfunções Sexuais e Disforia de Gênero 
DISFUNÇÕES SEXUAIS
Se caracterizam por uma perturbação clinicamente significativa na capacidade de uma pessoa responder sexualmente ou experimentar prazer sexual;
O mesmo individuo pode apresentar diversas disfunções sexuais ao mesmo tempo;
Se as dificuldades sexuais são resultado de uma estimulação sexual inadequada, não se aplica o diagnóstico, mas o tratamento pode ser indicado.
Subtipos:
· Ao longo da vida: sempre apresentou as dificuldades;
· Adquirido: não tinha e passou a ter;
· Generalizado: quase todas as situações;
· Situacional: situações especificas.
· Fatores que podem indicar etiologia e/ou contribuir para o tratamento
· Fatores relacionados ao parceiro;
· Fatores associados ao relacionamento;
· Fatores relacionados a vulnerabilidade individual;
· Comorbidade psiquiátrica ou estressores;
· Fatores culturais ou religiosos;
· Fatores médicos relevantes para o prognostico, curso ou tratamento.
DISFORIA DE GÊNERO
A área que envolve sexo e gênero é altamente controversa e resultou em uma proliferação de termos cujos significados variam... Os termos sexo e sexual referem-se aos indicadores biológicos de masculino e feminino... Os transtornos do desenvolvimento sexual indicam condições de desvios somáticos inatos do trato reprodutivo em relação a norma e/ou discrepância entre os indicadores biológicos de masculino e feminino.
· Gênero: refere-se ao papel desempenhado na sociedade e/ou a identificação como masculino ou feminino;
· Designação de gênero: refere-se a designação inicial como homem ou mulher (gênero de nascimento);
· Redesignação de gênero: denota uma alteração oficial (e geralmente legal) de gênero;
· Identidade de gênero: refere-se a identificação de um individuo como homem, mulher ou alguma categoria diferente;
· Disforia de gênero: refere-se ao descontentamento afetivo e/ou cognitivo de um indivíduo com gênero designado, embora seja definida mais especificamente quando utilizada como categoria diagnostica;
· Transgênero: refere-se ao amplo espectro de indivíduos que se identificam com um gênero diferente do gênero de nascimento;
· Transsexual: indica um individuo que busca ou passa por uma transição social de masculino para feminino ou vise e versa, o que em muitos casos (mas não em todos) envolve também uma transição somática por tratamento hormonal e cirurgia genital.
Para o DSM-5 a Disforia de gênero refere-se ao sofrimento que pode acompanhar a incongruência entre o gênero experimentado ou expresso e o gênero designado de uma pessoa. Embora essa incongruência não cause conforto em todos indivíduos, muitos acabam sofrendo se as intervenções físicas desejadas por meio de hormônios e/ou de cirurgia não estão disponíveis. 
Disforia de gênero em crianças
Critérios Diagnósticos:
A – Incongruência acentuada entre o gênero experimentado/expresso e o gênero designado de uma pessoa, com duração de pelo menos 6 meses, manifestando pelo menos 6 dos seguintes critérios, sendo obrigatoriamente um deles o primeiro.
· Forte desejo de pertencer ao outro gênero ou insistência de que um gênero é o outro (ou algum gênero alternativo diferente do designado);
· Em meninos (gênero designado), uma forte preferência por crossdressing (travestismo) ou simulação de trajes femininos; em meninas (gênero designado), uma forte preferência por vestir somente roupas tipicamente masculinas e uma forte resistência a vestir roupas tipicamente femininas;
· Forte preferencia por papeis transgêneros em brincadeiras de faz de conta e fantasias;
· Forte preferência por brinquedos, jogos ou atividades tipicamente usadas ou preferidas pelo outro gênero;
· Forte preferencia por brincar com pares do outro gênero;
· Em meninos (gênero designado), forte rejeição de brinquedos, jogos e atividades tipicamente masculinos e forte evitação de brincadeiras agressivas e competitivas. Em meninas (gênero designado) idem;
· Forte desgosto com a própria anatomia sexual;
· Desejo intenso por características sexuais primarias e/ou secundarias compatíveis com o gênero experimentado;
B – A condição esta associada a sofrimento clinicamente significativo ou a prejuízo no funcionamento social, acadêmico ou em outras áreas importantes da vida do indivíduo.
Aula 13 - 09/06/21 
Transtornos da Personalidade - TP 
Definição:
É um padrão persistente de experiência interna e comportamento que se desvia acentuadamente das expectativas da cultura do indivíduo, começa na adolescência ou no início da fase adulta, é estável ao longo do tempo e leva a sofrimento ou prejuízo.
Cluster A:
Considerados esquisito e excêntricos.
· TP paranóide;
· TP esquizóide;
· TP esquizotípica.
Cluster B:
Dramáticos, emotivos ou erráticos.
· TP antissocial;
· TP borderline;
· TP histriônica;
· TP narcisista.
Cluster C:
Ansiosos ou medrosos.
· TP evitativa;
· TP dependente;
· TP obsessivo-compulsivo.
CRITERIOS DIAGNÓSTICOS GERAIS:
A - Um padrão persistente de experiência interna e comportamento que se desvia acentuadamente das expectativas da cultura do indivíduo. Esse padrão manifesta-se em duas (ou mais) das seguintes áreas:
· Cognição (formas de perceber e interpretar a si mesmo, outras pessoas e eventos);
· Afetividade (variação, intensidade, labilidade e adequação da resposta emocional);
· Funcionamento interpessoal;
· Controle de impulsos.
B - O padrão persistente é inflexível e abrange uma faixa ampla de situações pessoais e sociais;
C - O padrão persistente provoca sofrimento clinicamente significativo e prejuízo no funcionamento social, profissional ou em outras áreas importantes da vida do indivíduo;
D - O padrão é estável e de longa duração, e seu surgimento ocorre pelo menos a partir da adolescência ou do início da fase adulta;
E - O padrão persistente não é mais bem explicado como uma manifestação ou consequência de outro transtorno mental;
F - O padrão persistente não é atribuível aos efeitos fisiológicos de uma substância ou a outra condição médica.
· Outro transtorno da personalidade especificado e transtorno da personalidade não especificado são categorias utilizadas para duas situações: 
· O padrão da personalidade do indivíduo atende aos critérios gerais para um transtorno de personalidade, estando presentes traços de vários transtornos da personalidade distintos, mas os critérios para qualquer um desses transtornos específicos não são preenchidos; 
· O padrão da personalidade do indivíduo atende aos critérios gerais para um transtorno de personalidade, mas considera-se que ele tenha um transtorno da personalidade que não faz parte da classificação do DSM-5 (p. ex., transtorno da personalidade passivo-agressiva)
GRUPO A
Transtorno da Personalidade Paranoide é um padrão de desconfiança e de suspeita tamanhas que as motivações dos outros são interpretadas como malévolas:
· Suspeita, sem embasamento suficiente, de estar sendo explorado, maltratado ou enganado por outros;
· Preocupa-se com dúvidas injustificadas acerca da lealdade ou da confiabilidade de amigos e sócios;
· Reluta em confiar nos outros devido a medo infundado de que as informações serão usadas maldosamente contra si;
· Percebe significados ocultos humilhantes ou ameaçadores em comentários; 
· Guarda rancores de forma persistente (não perdoa insultos, injúrias ou desprezo);
· Percebe ataques a seu caráter ou reputação que não são percebidos pelos outros e reage com raiva ou contra-ataca rapidamente; 
· Tem suspeitas recorrentes e injustificadas acerca da fidelidade do cônjuge ou parceiro sexual.
Transtorno da personalidade esquizóide é um padrão de distanciamento das relações sociais e uma faixa restrita de expressão emocional.
· Não deseja nem desfruta de relações íntimas, inclusive ser parte de uma família;
· Quase sempre opta por atividades solitárias;
· Manifesta pouco ou nenhum interesse em ter experiências sexuais com outra pessoa;
· Tem prazer em poucas atividades, por vezes em nenhuma;
· Não tem amigos próximos ou confidentes que não sejam os familiares de primeiro grau;· Mostra-se indiferente ao elogio ou à crítica de outros;
· Demonstra frieza emocional, distanciamento ou embotamento afetivo.
Transtorno da personalidade esquizotípica é um padrão de desconforto agudo nas relações íntimas, distorções cognitivas ou perceptivas (ilusões somáticas) e excentricidades do comportamento.
· Ideias de referência (excluindo delírios de referência); 
· Crenças estranhas ou pensamento mágico que influenciam o comportamento e são inconsistentes com as normas subculturais (p. ex., superstições, telepatia ou “sexto sentido”, em crianças e adolescentes, fantasias ou preocupações bizarras); 
· Experiências perceptivas incomuns, incluindo ilusões corporais; 
· Pensamento e discurso estranhos (p.ex.,vago, metafórico, excessivamente elaborado ou estereotipado); 
· Desconfiança ou ideação paranoide;
· Afeto inadequado; 
· Comportamento ou aparência estranha, excêntrica ou peculiar;
· Ausência de amigos próximos ou confidentes que não sejam parentes de primeiro grau; 
· Ansiedade social excessiva que não diminui com o convívio e que tende a estar associada mais a temores paranoides do que a julgamentos negativos sobre si mesmo.
GRUPO B:
Transtorno da personalidade antissocial é um padrão de desrespeito e violação dos direitos dos outro que ocorre desde os 15 anos de idade.
· Fracasso em ajustar-se às normas sociais relativas a comportamentos legais, conforme indicado pela repetição de atos que constituem motivos de detenção; Tendência à falsidade, conforme indicado por mentiras repetidas, uso de nomes falsos ou de trapaça para ganho ou prazer pessoal; 
· Impulsividade ou fracasso em fazer planos para o futuro; 
· Irritabilidade e agressividade, conforme indicado por repetidas lutas corporais ou agressões físicas; 
· Descaso pela segurança de si ou de outros; 
· Irresponsabilidade reiterada, conforme indicado por falha repetida em manter uma conduta consistente no trabalho ou honrar obrigações financeiras; Ausência de remorso, conforme indicado pela indiferença ou racionalização em relação a ter ferido, maltratado ou roubado outras pessoas.
OBS: O individuo deve ter ao menos 18 anos de idade e haver evidencias de transtorno de conduta com surgimento anterior aos 15 anos de idade.
Transtorno da personalidade borderline é um padrão de instabilidade nas relações interpessoais, na autoimagem e nos afetos, com impulsividade acentuada.
· Esforços desesperados para evitar abandono real ou imaginado; 
· Um padrão de relacionamentos interpessoais instáveis e intensos caracterizado pela alternância entre extremos de idealização e desvalorização; 
· Perturbação da identidade;
· Impulsividade em pelo menos duas áreas potencialmente autodestrutivas (p. ex., gastos, sexo, abuso de substância, direção irresponsável); 
· Recorrência de comportamento, gestos ou ameaças suicidas ou de comportamento auto-mutilante; 
· Instabilidade afetiva de vida a uma acentuada reatividade de humor;
· Sentimentos crônicos de vazio; 
· Raiva intensa e inapropriada ou dificuldade em controlá-la.
Transtorno da personalidade histriônica é um padrão de emocionalidade e busca de atenção em excesso.
· Desconforto em situações em que não é o centro das atenções; 
· A interação com os outros é frequentemente caracterizada por comportamento sexualmente sedutor inadequado ou provocativo;
· Exibe mudanças rápidas e expressão superficial das emoções; 
· Usa reiteradamente a aparência física para atrair a atenção para si;
· Tem um estilo de discurso que é excessivamente impressionista e carente de detalhes; 
· Mostra auto dramatização, teatralidade e expressão exagerada das emoções; 
· É sugestionável (influenciável); 
· Considera as relações pessoais mais íntimas do que na realidade são.
Transtorno da personalidade narcisista é um padrão de grandiosidade, necessidade de admiração e falta de empatia.
· Tem uma sensação grandiosa da própria importância; 
· É preocupado com fantasias de sucesso ilimitado, poder, brilho, beleza ou amor ideal; 
· Acredita ser “especial” e único e que pode ser somente compreendido por, ou associado a, outras pessoas (ou instituições) especiais ou com condição elevada; 
· Demanda admiração excessiva; 
· Apresenta um sentimento de possuir direitos; 
· Carece de empatia: 
· Reluta em reconhecer ou identificar-se com os sentimentos e as necessidades dos outros; 
· É frequentemente invejoso em relação aos outros ou acredita que os outros o invejam; 
· Demonstra comportamentos ou atitudes arrogantes e insolentes.
GRUPO C
Transtorno da personalidade evitativa é um padrão de inibição social, sentimentos de inadequação e hipersensibilidade a avaliação negativa.
· Evita atividades profissionais que envolvam contato interpessoal significativo por medo de crítica, desaprovação ou rejeição; 
· Não se dispõe a envolver-se com pessoas, a menos que tenha certeza de que será recebido de forma positiva;
· Mostra-se reservado em relacionamentos íntimos devido a medo de passar vergonha ou de ser ridicularizado; 
· Preocupa-se com críticas ou rejeição em situações sociais; 
· Inibe-se em situações interpessoais novas em razão de sentimentos de inadequação; 
· Vê a si mesmo como socialmente incapaz, sem atrativos pessoais ou inferior aos outros; 
· Reluta de forma incomum em assumir riscos pessoais ou se envolver em quaisquer novas atividades, pois estas podem ser constrangedoras.
Transtorno da personalidade dependente é um padrão de comportamento submisso e apegado relacionado a uma necessidade de ser cuidado.
· Tem dificuldades em tomar decisões cotidianas sem uma quantidade excessiva de conselhos e reasseguramento de outros;
· Precisa que outros assumam responsabilidade pela maior parte das principais áreas de sua vida; 
· Tem dificuldades em manifestar desacordo com outros devido a medo de perder apoio ou aprovação; 
· Apresenta dificuldade em iniciar projetos ou fazer coisas por conta própria; 
· Vai a extremos para obter carinho e apoio de outros, a ponto de voluntariar-se para fazer coisas desagradáveis.
· Sente-se desconfortável ou desamparado quando sozinho devido a temores exagerados de ser incapaz de cuidar de si mesmo;
· Busca com urgência outro relacionamento como fonte de cuidado e amparo logo após o término de um relacionamento íntimo;
· Tem preocupações irreais com medos de ser abandonado à própria sorte.
Transtorno da personalidade obsessivo-compulsiva é um padrão de preocupação com ordem, perfeccionismo e controle.
· É tão preocupado com detalhes, regras, listas, ordem, organização ou horários aponto de o objetivo principal da atividade ser perdido;
· Demonstra perfeccionismo que interfere na conclusão de tarefas; 
· É excessivamente dedicado ao trabalho e à produtividade em detrimento de atividades de lazer e amizades; 
· É excessivamente consciencioso, escrupuloso e inflexível quanto a assuntos de moralidade, ética ou valores; 
· Reluta em delegar tarefas ou trabalhar com outras pessoas a menos que elas se submetam à sua forma exata de fazer as coisas; 
· Adota um estilo miserável de gastos em relação a si e a outros; 
· o dinheiro é visto como algo a ser acumulado para futuras catástrofes;
· Exibe rigidez e teimosia.
EPIDEMIOLOGIA:
As pessoas podem apresentar transtornos da personalidade de diferentes grupos ao mesmo tempo;
· 5,7% transtornos do Grupo A;
· 1,5% transtornos do Grupo B;
· 6,0% transtornos do Grupo C;
· 9,1% transtorno da personalidade de grupos diferentes concomitantes.

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