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1 
Sgt GREGÓRIO 
 
 
CURSO PREPARATÓRIO CH QAO 
DISCIPLINA: HISTÓRIA / SGT GREGÓRIO 
MÓDULO I – BRASIL COLÔNIA 
 
Domínio espanhol Invasões 
Holandesas. 
 
ASSUNTO: O DOMÍNIO ESPANHOL E O 
BRASIL HOLANDÊS 
 
A UNIÃO IBÉRICA (1580 – 1640) 
Em 1578, durante a batalha contra os 
mouros marroquinos em Alcácer-Quibir, o 
rei português dom Sebastião desapareceu. 
Esse evento iniciou uma das mais 
complicadas crises sucessórias do trono 
português, tendo em vista que o jovem rei 
não teve tempo suficiente para deixar um 
descendente. Nos dois anos seguintes, o 
cardeal Dom Henrique, seu tio-avô, 
assumiu o trono português, mas logo 
morreu sem também deixar herdeiros. 
Imediatamente, Filipe II, rei da 
Espanha e neto do falecido rei português D. 
Manuel I, se candidatou a assumir a vaga 
no trono português. Para assumir o poder 
em Portugal, além de se valer do seu grau 
de parentesco com a dinastia de Avis, 
Felipe II ameaçou os portugueses com seus 
exércitos, utilizando dinheiro e força militar. 
Com isso, é estabelecida a chamada União 
Ibérica, ou União Peninsular, a união das 
Coroas de Espanha e Portugal, sob a 
centralização de um mesmo governo. 
 
Dominando Portugal, o governo 
espanhol passou a controlar também todas 
as colônias sob domínio português, 
ampliando seu império, ou seja, o território 
e as riquezas do Brasil passavam para o 
domínio espanhol. 
O imperador espanhol, durante os 60 
anos de existência da União Ibérica, 
manteve uma significativa parcela dos 
privilégios e posições ocupadas por 
comerciantes e funcionários portugueses, 
além de manter o idioma nos domínios 
portugueses. No Tratado de Tomar, 
assinado em 1581, Filipe II assegurou que 
os navios portugueses controlassem o 
comércio com a colônia, a manutenção das 
autoridades lusitanas na colônia brasileira e 
o respeito das leis e costumes brasileiros. 
 
 
 
 
A RESTAURAÇÃO 
Em 1640 ocorre a chamada 
Restauração que se refere à vitória 
Fonte: http://www.culturabrasil.org/holanda.htm 
 
2 
Sgt GREGÓRIO 
portuguesa contra a dominação espanhola, 
recuperando a autonomia portuguesa e o 
consequente fim da União Ibérica. O Duque 
de Bragança recuperava a Coroa 
portuguesa. Ao fim do conflito, a dinastia de 
Bragança, iniciada por dom João IV, 
passou a governar Portugal. 
 
 
CONSEQUÊNCIAS DA UNIÃO IBÉRICA 
PARA O BRASIL 
Mesmo preservando aspectos 
fundamentais da colonização portuguesa, a 
União Ibérica também foi responsável por 
algumas mudanças. Com a junção das 
coroas, as nações inimigas da Espanha 
passaram a ver na invasão do espaço 
colonial lusitano uma forma de prejudicar a 
Coroa espanhola. Desta maneira, no tempo 
em que a União Ibérica foi vigente, ingleses, 
holandeses e franceses atacaram e 
tentaram invadir o Brasil. 
Desse modo, alguns fatos 
relacionados com a política externa 
espanhola vão se refletir diretamente no 
Brasil, devido à União Ibérica. 
No século XVI, territórios do norte da 
Europa, entre os quais a Holanda, eram 
domínios do rei da Espanha. No entanto, 
em 1581 esses territórios conquistaram a 
independência, tornando-se a República 
das Províncias Unidas, com capital na 
cidade de Amsterdã, importante centro 
comercial europeu no período. 
Felipe II, em represália à 
Independência das Províncias Unida, 
proibiu os produtores e comerciantes de 
suas colônias de comerciar com os 
holandeses, pretendendo impor um 
bloqueio econômico, o que ficou conhecido 
como Embargo Espanhol. 
Afetando as relações comerciais 
entre Portugal e Holanda, esse bloqueio 
causou grandes prejuízos aos holandeses. 
No Brasil, eles participavam do negócio 
açucareiro, controlando as operações de 
transporte, refino e distribuição comercial do 
açúcar no mercado europeu, parte mais 
lucrativa da empresa. Participavam também 
de outras atividades produtivas no Brasil, 
como o pau-brasil, algodão e couro. 
 
A OCUPAÇÃO DO NORDESTE 
BRASILEIRO 
Como reação ao bloqueio espanhol, 
os holandeses investiram militarmente 
contra algumas regiões pertencentes à 
União Ibérica. Dessa forma, em 1595 
pilharam a costa africana dominada pelos 
portugueses, e em 1604 a cidade de 
Salvador. 
Os holandeses criaram, em 1602, a 
Companhia das Índias Orientais, empresa 
privada encarregada de controlar o 
comércio holandês com Oriente, e em 1621 
fundaram a Companhia das Índias 
Ocidentais, que recebeu o monopólio do 
comércio com regiões da África atlântica e 
da América, incluindo o Brasil. 
Os dirigentes da Companhia das 
Índias Ocidentais planejaram a ocupação 
do nordeste brasileiro, rompendo o 
embargo espanhol na região r reativando as 
rotas comerciais entre algumas possessões 
da costa atlântica da África e da América 
com a Europa. Apoderar-se do nordeste 
brasileiro significava, para os holandeses, a 
possibilidade de manter o controle sobre os 
lucrativos negócios do açúcar e do tráfico 
negreiro. 
 
 
 
 
3 
Sgt GREGÓRIO 
INVASÕES HOLANDESAS: A GUERRA 
DO AÇÚCAR 
Além de exercer a atividade 
comercial, a Companhia das Índias 
Ocidentais também tinha autorização do 
governo holandês para organizar tropas e 
estabelecer colônias. E foi o que tentaram 
fazer no Brasil em duas investidas. 
 
 
1ª INVASÃO HOLANDESA: BAHIA (1624-
1625) 
A primeira investida ocorreu em 8 de 
maio de 1624 na Bahia, capital da colônia e 
sede do governo-geral, que serviria também 
de base naval para o ataque a galeões 
espanhóis que transportavam os metais 
preciosos de Potosi. Embora tenham 
ocupado Salvador, com um ataque que 
contava com 26 navios e 3300 homens, os 
holandeses não conseguiram permanecer 
na cidade por muito tempo. Utilizando 
táticas de guerrilha, baseada no Arraial do 
Rio Vermelho. Um reforço de tropas luso-
espanholas (A Jornada dos Vassalos) era 
preparada pelo rei espanhol. Contando com 
52 navios e cerca de 13000 homens sob o 
comando de D. Fradique de Toledo Osório, 
além do apoio, no Brasil, de guerreiros 
indígenas, as tropas luso-brasileiras 
impediram a ocupação da Bahia. Cercado 
por terra e mar, os holandeses se rederam 
em 1625. 
Com essa derrota, a Companhia das 
Índias Ocidentais teve grande prejuízo 
financeiro, compensado com o assalto a 
uma frota espanhola carregada de ouro, 
prata e outros artigos americanos, lucro que 
possibilitou à Companhia das Índias 
Ocidentais o preparo de um novo ataque ao 
Brasil. 
 
2ª INVASÃO HOLANDESA E O BRASIL 
HOLANDÊS: PERNAMBUCO (1630-1654) 
Na segunda investida, os holandeses 
armaram uma poderosa esquadra para 
invadir Pernambuco, capitania mais 
lucrativa do Brasil na época devido à 
produção açucareira. Os holandeses 
chegaram à Pernambuco em 14 de 
fevereiro de 1630 com uma frota de 56 
navios, 3500 soldados e 3780 colonos. 
O governador da capitania, Matias de 
Albuquerque, sem contar com forças 
suficientes para enfrentar a invasão dos 
holandeses, refugiou-se no interior do 
território, onde fundou o Arraial do Bom 
Jesus. O arraial tornou-se o principal foco 
da resistência contra os holandeses, e 
novamente a tática empregada foi a de 
guerrilha. 
Durante cinco anos a resistência não 
permitiu que os holandeses dominassem 
totalmente a região dos engenhos de 
açúcar. Esse quadro se modificou quando 
Domingos Fernandes Calabar, grande 
conhecedor da região, passou a ajudar os 
holandeses, atuando como guia e 
negociador para conseguir o apoio de 
grupos indígenas. 
Matias de Albuquerque desistiu do 
comando das tropas de resistência após 
sofrer uma série de derrotas para os 
holandeses. No entanto, antes de 
abandonar a luta, Albuquerque conquistou, 
em 1635, Porto Calvo (atual Alagoas), 
cidade natal de Calabar que estava sob 
domínio holandês. Nesse local, Calabar foi 
preso e enforcado sob a acusação de 
traição por ter ajudado os holandeses. 
 
 
 
 
 
 
4 
Sgt GREGÓRIO 
 
 
 
O GOVERNO DE MAURÍCIODE NASSAU 
(1637-1644) 
Com o fim das lutas de resistência 
em Pernambuco, a Companhia das Índias 
Ocidentais pôde se concentrar na tarefa de 
reorganizar a administração da região 
conquistada. Os anos de confrontos haviam 
causado grande desorganização na 
produção de açúcar e um relaxamento no 
controle sobre os escravos, resultando em 
grande número de fugas. 
Por esse motivo, tanto os senhores 
de engenho quanto os holandeses queriam 
ordem e paz para poder dedicar-se à 
atividade açucareira. A Companhia das 
Índias Ocidentais enviou para o Brasil o 
conde João Maurício de Nassau Siegen, 
nomeando-o governador-geral do Brasil 
holandês. 
Chegando à Pernambuco em 1637, 
Nassau, pretendendo pacificar a região e 
governar com a colaboração dos luso-
brasileiros, com sua administração 
apresentando as seguintes características: 
 Reativação econômica – Nassau 
concedeu créditos, através da 
Companhia das Índias Ocidentais, aos 
senhores de engenho para o 
reaparelhamento das propriedades, a 
recuperação dos canaviais e a compra 
de escravos. O objetivo era reativar a 
produção açucareira. 
 Tolerância religiosa – as diversas 
religiões (catolicismo, judaísmo, 
protestantismo etc.) foram, de certo 
modo, toleradas pelo governo de 
Nassau, tendo em vista que os 
holandeses não tinham como objetivo 
expandir sua fé religiosa, o calvinismo. 
Este, no entanto, foi incentivado, 
tornando-se a religião oficial do Brasil 
holandês. 
 Reforma urbanística – Nassau investiu 
em obras de urbanização na cidade do 
Recife, com a construção de casas, 
pontes, obras sanitárias, calçamento das 
ruas e praças. Criou também a cidade 
Maurícia, hoje um bairro do Recife. 
 Estímulo à vida cultural – sob o 
patrocínio do governo de Nassau, 
Pernambuco recebeu artistas, médicos, 
astrônomos e naturalistas holandeses. 
Entre os pintores estavam Frans Post e 
Albert Eckhout, que retrataram muitas 
paisagens brasileiras. Nas ciências, o 
destaque é de George Marcgrave, que 
realizou estudos sobre a fauna e a flora 
no Brasil, e de Willen Piso, médico de 
Maurício de Nassau que pesquisou as 
doenças mais frequentes da região e as 
plantas medicinais já utilizadas pelos 
habitantes locais. 
 
Fonte: 
http://drummerman.sites.uol.com.br/ocupacao.htm 
 
5 
Sgt GREGÓRIO 
 
 
 
 
 
Maurício de Nassau ganhou prestígio 
como administrador, mas surgiram 
desentendimentos entre o governador e a 
Companhia das Índias Ocidentais. Os 
líderes da Companhia chegaram a acusá-lo 
de furtar dinheiro e quiseram limitar seus 
poderes. Nassau acusava a Companhia de 
não entender os problemas locais e de agir 
com excessiva ganância. Esses 
desentendimentos levaram à sua saída do 
cargo de governador-geral em 1644. 
 
A EXPULSÃO DOS HOLANDESES 
Quando Portugal reconquistou sua 
independência, em 1640, acabando com o 
domínio espanhol, os portugueses 
negociaram um acordo de paz de dez anos 
com os holandeses (trégua de dez anos – 
1641-1651), que ainda ocupavam a 
capitania de Pernambucana. Esse acordo, 
entretanto, seria rompido antes do prazo 
estipulado. 
Com a saída de Nassau do Brasil, 
em 1644, a administração holandesa 
intensificou a busca de lucros. Os dirigentes 
da Companhia das Índias Ocidentais 
passaram a pressionar os senhores de 
engenho para aumentar a produção de 
açúcar, pagassem mais impostos e 
liquidassem as dívidas atrasadas. 
Ameaçavam confiscar os engenhos de 
seus proprietários, caso as exigências não 
fossem cumpridas. Além disso, limitaram a 
tolerância religiosa, proibindo os católicos 
de praticar livremente sua religião. 
 
INSURREIÇÃO PERNAMBUCANA (1645-
1654) 
Reagindo a essas pressões, grupos 
de luso-brasileiros iniciaram, em 1645, uma 
luta pela expulsão dos holandeses, 
conhecida como Insurreição 
Pernambucana. Diversos setores da 
colônia, como senhores de engenho, 
grupos de indígenas e africanos uniram-se 
momentaneamente para combater os 
holandeses. 
Entre as principais lideranças 
estavam o senhor de engenho João 
Fernandes Vieira, o negro Henrique Dias, o 
índio Antônio Felipe Camarão, e André 
Vidal de Negreiros. 
Várias batalhas foram travadas, 
como as Batalhas dos Guararapes (em 
1648 e 1649), com vitórias dos luso-
brasileiros. A Companhia das Índias 
Ocidentais não estava em condições de 
enviar reforços militares ao Brasil, devido às 
Guerras de Navegação entre a Holanda e a 
Inglaterra, e pelo envolvimento dos 
holandeses na Guerra dos Trinta Anos 
(1618-1648) na Europa. Os holandeses no 
Brasil tentavam se manter com seus 
próprios recursos. Depois de sucessivas 
derrotas, os holandeses renderam-se em 
1654, na Campina da Taborda. 
A rendição holandesa só se 
consolidou, entretanto, com acordos 
posteriores, assinados entre Portugal e 
Holanda, que buscaram estabelecer a paz 
definitiva, como a Paz de Haia de 1661. 
Quadro encomendado por Mauríco de Nassau - 
Frans Post 
Fonte: 
http://www.disketenha.com/pernambuco.htm 
 
6 
Sgt GREGÓRIO 
Pelo último acordo, de 1669, Portugal, em 
troca do nordeste brasileiro (e de 
possessões na África), comprometeu-se a 
pagar aos holandeses uma elevada 
indenização em dinheiro, equivalente ao 
preço de 63 toneladas de ouro. 
 
 
CONSEQUÊNCIAS DA UNIÃO IBÉRICA 
Durante o período da dominação 
espanhola, Portugal, que dependia em 
grande medida do comércio colonial, 
acabou perdendo parte de suas colônias 
para os holandeses, franceses e ingleses. 
Isso, somado a todas as guerras que teve 
de enfrentar contra espanhóis e holandeses 
e à queda dos preços do açúcar no 
mercado internacional, conduziu o país a 
uma grave crise econômica. 
Procurando solucionar os problemas 
econômicos, o governo português recorreu 
aos ingleses e assinou diversos tratados, a 
fim de dinamizar de imediato a economia 
portuguesa, principalmente por meio de 
empréstimos. Além disso, adotou uma 
política rigorosa em relação ao Brasil, uma 
das poucas colônias que ainda lhe 
restavam. 
 
 
TRATADOS ECONÔMICOS ENTRE 
PORTUGAL E INGLATERRA 
Pelos tratados assinados com a 
Inglaterra, os soberanos portugueses 
receberiam proteção político-militar, e os 
comerciantes portugueses poderiam 
comprar produtos manufaturados ingleses 
em troca de vantagens na exploração 
colonial concedidas aos ingleses. 
Entre esses tratados, destaca-se o 
de Methuen, de 1703 (também conhecido 
como Tratado dos Panos e Vinhos), pelo 
qual o rei de Portugal se comprometia a 
admitir em seu reino os tecidos de lã 
fabricados na Inglaterra, que, em troca, 
compraria os vinhos portugueses. 
Na época, a assinatura desse tratado 
satisfez aos interesses de grupos 
econômicos de ambos os lados, mas suas 
consequências foram desastrosas para 
Portugal: contribuiu para a estagnação 
industrial portuguesa e levou à canalização 
de parte do ouro brasileiro para a Inglaterra. 
 
 
 
DECADÊNCIA ECONÔMICA 
Mergulhado na crise econômica, o 
governo português buscou explorar ao 
máximo as riquezas do Brasil, com 
destaque para o açúcar. Porém, os 
holandeses, expulsos do Brasil, levaram 
mudas de cana-de-açúcar para as Antilhas 
e passaram a produzir, eles próprios o 
açúcar, acabando com o monopólio 
brasileiro. 
Essa concorrência provocou a queda 
de 50% nos preços do açúcar brasileiro nos 
mercados internacionais entre 1650 e 1700. 
A empresa açucareira nordestina entrou, 
então, em declínio, passando por um 
período de readaptação, em busca de 
aprimoramentos técnicos tanto no sistema 
de produção como na mão-de-obra. Apesar 
do esforços, foi somente no final do século 
XVIII que o açúcar brasileiro recuperou 
parte da importância que tinha antes no 
comércio mundial do produto. 
 
 
GUERRA DOS MASCATES (1710) 
Devido à queda do preço do açúcar 
brasileiro no mercado europeu, causada 
pela concorrência do açúcar antilhano, os 
 
7 
Sgt GREGÓRIO 
ricos senhores de engenho de Olinda,principal cidade de Pernambuco na época, 
viram-se arruinados. Começaram, então, a 
pedir empréstimos aos comerciantes do 
povoado do Recife, que cobravam juros 
bastante elevados. 
Isso fez com que os senhores de 
engenho (em geral, luso-brasileiros) 
ficassem cada vez mais endividados, 
enquanto os comerciantes de Recife (em 
geral, portugueses) enriqueciam. Por isso, 
foram surgindo hostilidades entre eles. 
Os comerciantes portugueses, 
inclusive importantes atacadistas, eram 
conhecidos como mascates. Convencido de 
sua relevância social, esse grupo pediu ao 
rei de Portugal, D. João V, que seu povoado 
fosse elevado à categoria de vila. Queriam, 
dessa forma, que Recife fosse 
independente de Olinda e, assim, não ter 
que pagar-lhe impostos ou submeter-se às 
suas ordens. O pedido foi atendido pelo rei 
de Portugal. 
Não aceitando a decisão real, os 
senhores de engenho organizaram uma 
rebelião e invadiram Recife. Sem condições 
de resistir, os comerciantes mais ricos 
fugiram para não ser capturados. Esse 
confronto ficou conhecido como Guerra dos 
Mascates. 
Em 1711, o governo português 
interveio na região, reprimindo duramente 
os revoltosos. Porém, decretou ao mesmo 
tempo a anistia das dívidas dos senhores 
de engenho junto aos comerciantes de 
Recife. Os principais líderes foram presos, 
tiveram seus bens confiscados e 
condenados ao exílio. Os mascates 
reassumiram suas posições, e Recife 
tornou-se a capital de Pernambuco. 
 
 
 
 
OUTRAS INVASÕES ESTRANGEIRAS 
 Franceses 
 França Equinocial (1612-1615) 
- O Maranhão ainda não havia sido 
colonizado pelos portugueses; 
- Missão chefiada por Daniel de La Touche, 
com autorização da Coroa francesa; 
- Fundaram o forte de São Luís, com apoio 
de grupos indígenas locais; 
- Foram expulsos por luso-brasileiros de 
Pernambuco, chefiados por Jerônimo de 
Albuquerque e Diogo Campos, e depois 
reforçados por tropas de Alexandre Moura; 
 Ataques corsários na cidade do Rio de 
Janeiro no início do século XVIII. 
 Tentativas de invasão em vários pontos 
da costa nordestina. 
 Ingleses 
 Ataques piratas e corsários às cidades 
de Santos, Salvador e Recife. 
- 1583 – ataque à Santos, sendo derrotados 
por naus espanholas que realizaram o 
contra-ataque; 
- 1587 – saques e pilhagens em Salvador, 
principalmente na região de Itaparica; 
- 1591 – ataque e saque em Santos na 
noite de Natal. Depois Santos foi atacada 
mais uma vez, este último fracassou; 
- 1595 – ataque a Recife e roubo de grande 
quantidade de açúcar. 
 
 
 
 
8 
Sgt GREGÓRIO 
EXERCÍCIOS EM SALA 
 
01. (FATEC) Em relação ao período da 
ocupação holandesa no Nordeste brasileiro, 
afirma-se: 
I. A invasão deveu-se aos interesses dos 
comerciantes holandeses pelo açúcar 
produzido na região, interesses esses que 
foram prejudicados devido à União Ibérica 
(1580-1640). 
II. Foi, também, uma consequência dos 
conflitos econômicos e políticos que 
envolviam as relações entre os chamados 
Países Baixos e o Império espanhol. 
III. As medidas econômicas de Nassau 
garantiam os lucros da Companhia das 
Índias Ocidentais e os lucros dos senhores 
de engenho, já que aumentaram a 
produção do açúcar. 
IV. A política adotada por Nassau para 
assentar os holandeses na Bahia acabou 
por deflagrar sua derrota e o fim da 
ocupação holandesa, graças à resistência 
dos índios e portugueses expulsos das 
terras que ocupavam. 
São verdadeiras as proposições: 
a) I e II. 
b) I, II e III. 
c) II, III e IV. 
d) I, III e IV; 
e) II e IV. 
 
02. (FGV) A administração de Maurício de 
Nassau sobre parte do Nordeste do Brasil, 
no século XVII, caracterizou-se 
a) por uma forte intolerância religiosa, 
representada, principalmente, por meio do 
confisco das propriedades dos judeus e dos 
católicos. 
b) pela proteção às pequenas e médias 
propriedades rurais, o que contribuiu para o 
aumento da produção de açúcar e tabaco 
em Pernambuco. 
c) por uma ocupação territorial limitada a 
Pernambuco, em função da proteção militar 
efetuada por Portugal nas suas colônias 
africanas. 
d) por inúmeras vantagens econômicas aos 
colonos e pela ausência de tolerância 
religiosa, representada pela imposição do 
calvinismo. 
e) pela atenção aos proprietários luso-
brasileiros, que foram beneficiados com 
créditos para a recuperação dos engenhos 
e a compra de escravos. 
 
03. (PUC) As invasões holandesas no 
Brasil, no século XVII, estavam 
relacionadas à necessidade de os Países 
Baixos manterem e ampliarem sua 
hegemonia no comércio do açúcar na 
Europa, que havia sido interrompido 
a) pela política de monopólio comercial da 
Coroa Portuguesa, reafirmada em 
represália à mobilização anticolonial dos 
grandes proprietários de terra. 
b) pelos interesses ingleses que 
dominavam o comércio entre o Brasil e 
Portugal. 
c) pela política pombalina, que objetivava 
desenvolver o beneficiamento do açúcar na 
própria colônia, com apoio dos ingleses. 
d) pelos interesses comerciais dos 
franceses, que estavam presentes no 
Maranhão, em relação ao açúcar. 
e) pela Guerra de Independência dos 
Países Baixos contra a Espanha, e seus 
consequentes reflexos na colônia 
portuguesa, devido à União Ibérica. 
 
 
9 
Sgt GREGÓRIO 
04. (PUC) Em 1640, com o fim da União 
Ibérica, Portugal se defronta com vários 
problemas e desafios para administrar o 
Brasil Colonial e desenvolver a sua 
economia. Entre esses problemas, NÃO 
pode ser arrolada 
a) a expulsão dos holandeses da região 
açucareira do Nordeste. 
b) a destruição do Quilombo de Palmares, 
que desafiava a ordem escravista. 
c) a escassez de metais preciosos e a 
queda dos preços do açúcar. 
d) a expulsão dos jesuítas que dificultavam 
a escravização dos indígenas no estado do 
Grão-Pará. 
e) a reorganização administrativa da colônia 
e de sua defesa. 
 
05. (UFPE) União Ibérica durou 60 anos e 
teve influência na colonização portuguesa 
do Brasil. Durante o período da união entre 
Portugal e Espanha, o Brasil: 
a) atingiu o auge da sua produção 
açucareira com ajuda de capitais 
espanhóis. 
b) foi invadido pela Holanda, interessada na 
produção do açúcar. 
c) conviveu com muitas rebeliões dos 
colonos contra o domínio espanhol. 
d) registrou conflitos entre suas capitanias, 
insatisfeitas com a instabilidade econômica. 
e) conseguiu ficar mais livre da pressão dos 
colonizadores europeus. 
 
 
 
06. (EsFCEx-2003) Analise as afirmativas 
abaixo sobre as Invasões Holandesas no 
Brasil: 
I- Enquanto Portugal teve soberania, foi 
bom parceiro comercial da Holanda. 
II- Além do açúcar do Brasil, a 
Companhia das Índias Ocidentais visava, 
também, as minas de prata do México e do 
Perú. 
III- A tática das guerrilhas no Brasil se 
iniciou na Bahia. 
IV- Com a Insurreição Pernambucana os 
brasileiros não conseguiram expulsar os 
holandeses. 
Com base na análise, pode-se afirmar que: 
a) somente a I está correta. 
b) somente a II e a IV estão corretas. 
c) somente a III e a IV estão corretas. 
d) a I, a II e a III estão corretas. 
e) todas estão corretas. 
 
07. (EsSA-2010) As batalhas dos 
Guararapes (1648 e 1649) marcaram a 
vitória da Insurreição Pernambucana, que 
levou à expulsão do território brasileiro os 
invasores 
 
a) ingleses. 
b) franceses. 
c) holandeses. 
d) portugueses. 
e) espanhóis. 
 
 
 
 
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Sgt GREGÓRIO 
08. (UFPE) Em relação às consequências 
do domínio espanhol sobre Portugal, que 
durou 60 anos - de 1580 a 1640 - analise as 
proposições a seguir: 
1) A França, inimiga da Espanha, ocupou 
Pernambuco, área de atuação dos 
portugueses; 
2) As relações comerciais dos portugueses 
com a Ásia sofreram grandes perdas; 
3) Portugal, para enfrentar a crise, tornou-
se dependente da Holanda, assinando com 
esta o tratado da Paz de Holanda; 
4) A marinha portuguesa foi quase 
aniquilada e Portugal subordinou-se à 
Inglaterra assinando com esta nação vários 
tratados; 
5) Portugal centralizou a administração 
coloniale estabeleceu monopólios na 
economia. 
Estão corretas: 
a) 2, 3 e 4. 
b) 3, 4 e 5. 
c) 1, 2 e 3. 
d) 2, 4 e 5. 
e) 1, 3 e 5. 
 
09. (UFMG) O interesse dos holandeses em 
ocupar áreas no Brasil está relacionado 
com: 
a) a conquista territorial de pontos 
estratégicos visando quebrar o monopólio 
da rota da prata. 
b) as barreiras impostas pela Espanha à 
participação flamenga no comércio 
açucareiro. 
c) os contratos comerciais preferenciais 
firmados entre Portugal e Inglaterra. 
d) as solicitações dos senhores-de-
engenho, insatisfeitos como o 
supermonopólio metropolitano. 
e) a instalação de técnicas mais avançadas, 
visando à elevação da produtividade. 
 
10. (Mackenzie-SP) Durante a União 
Ibérica, Portugal foi envolvido em sérios 
conflitos com outras nações europeias. Tais 
fatos trouxeram como consequências para 
o Brasil Colônia: 
a) as invasões holandesas no Nordeste e o 
declínio da economia açucareira após a 
expulsão dos invasores. 
b) o fortalecimento político e militar de 
Portugal e colônias, devido ao apoio 
espanhol. 
c) a redução do território colonial e o 
fracasso da expansão bandeirante para 
além de Tordesilhas. 
d) a total transformação das estruturas 
administrativas e a extinção das Câmaras 
Municipais. 
e) o crescimento do mercado exportador em 
virtude da paz internacional e das alianças 
entre Espanha, Holanda e Inglaterra.

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