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Tensões no solo 𝜎 = 𝑁 Á𝑟𝑒𝑎 As forças de contato entre as partículas podem variar dependendo do tipo de material. Materiais com granulometrias maiores, os considerados granulares, como areia e o silte, a transmissão de força se faz por contato direto entre as partículas. Já as argilas, por terem áreas de conto menores, a transmissão das forças pode ocorrer por meio da água quimicamente adsorvida. Trançando-se um plano horizontal no solo, são formados esforços e estes são decompostos em normais e tangenciais: Tensão Normal Tensões Geostáticas Trabalhando com um plano horizontal dentro de um solo, este plano intercepta tanto os grãos, quanto os vazios do solo. Estando o solo saturado, parte da tensão normal será transmitida aos grãos (𝜎′- tensão efetiva) e outra parte será transmitida a água (u - pressão neutra). Já as tensões cisalhantes só podem ser transmitidas pela parte sólidas, pois a água não resiste à tensão de cisalhamento. 𝜎𝑣 = 𝑃 𝐴 𝛾𝑛𝑎𝑡 = 𝑃 𝑉 𝑃 = 𝛾𝑛𝑎𝑡.𝑉 𝜎𝑣 = 𝑃 𝐴 = 𝛾𝑛𝑎𝑡.𝑉 𝐴 = 𝛾𝑛𝑎𝑡.𝐴. 𝑧 𝐴 𝜎𝑣 = 𝛾𝑛𝑎𝑡. 𝑧 Trabalhando o cálculo das tensões no maciço, as tensões iniciais são aquelas originadas pelo peso próprio deste solo. Considerando a superfície do terreno horizontal, subcamadas horizontais e pouca variação das propriedades do solo na direção horizontal, esta situação pode ser chamada de geostática. Nesta condição não existem tensões cisalhantes atuando nos planos vertical e horizontal, fazendo com que estes planos correspondam aos planos principais de tensão. Tensões Geostáticas Verticais Nas condições onde o solo é homogêneo e a superfície é horizontal, com o seu peso específico natural é possível determinar que: Sendo: Então: 𝜎 = 𝑇 Á𝑟𝑒𝑎 Tensão Tangencial 𝜎𝑣 = 𝛾𝑛𝑎𝑡. 𝑧 . cos (𝑖) 𝑢 = 𝛾𝑤ℎ𝑤 𝜎 = 𝜎′ + 𝑢 𝜎′ = 𝜎 + 𝑢 Onde: 𝜎𝑣= Tensão vertical A tensão vertical é exercida pelo próprio solo e aumenta conforme alcança maiores profundidades. Superfície inclinada i = inclinação da superfície Pressões de água no solo Quando não há fluxo de água e os vazios interconectados do solo estão saturados, está gera uma pressão chamada de pressão neutra. A pressão neutra é calculada pela coluna de água existente no solo vezes o peso específico da água. Principio das Tensões Efetivas Sendo essa uma pressão de contato grão a grão, seu cálculo seria efetivado através do somatório dos pesos de todos os grãos da estrutura dividido pelo somatório de todas as áreas de contato entre os grãos. Esse cálculo se torna difícil, mesmo por estimativa, pois, o contato intergranular é de difícil avaliação uma vez que depende de vários fatores, tais como: forma das partículas, tipos de superfícies de contatos, minerais componentes dos grãos, arrumação etc. Então: Todos os efeitos mensuráveis resultantes de variações de tensões nos solos, como compressão e resistência ao cisalhamento são devidos a variações de tensões efetivas. Assim sendo, Terzaghi estabeleceu o Princípio das Tensões Efetivas: “Se a tensão total num plano aumentar, sem que a pressão da água aumente, as forças transmitidas pelas partículas nos seus contatos se alteram, as posições relativas dos grãos mudam”. Um exemplo (muito usado) próximo à realidade do comportamento do solo é descrito pela figura a seguir: A figura demonstra que apesar do peso e a coluna d’água exercerem a mesma pressão na esponja, somente o peso aplicado deformará a esponja, portanto ele exerceu uma pressão efetiva e a coluna d’água foi neutra nessa ação. Capilaridade É um processo de movimentação d’água contrária à ação gravitacional (ascensão capilar). A água se eleva por entre os interstícios de pequenas dimensões deixados pelas partículas sólidas (vazios ou poros), acima do nível d’água. O nível d’água ou freático é a superfície em que atua a pressão atmosférica e, na Mecânica dos Solos, é tomada como origem do referencial, para as poro pressões, e no nível freático a poropressão é igual a zero. Os fenômenos de capilaridade estão associados diretamente à tensão superficial, sendo a que atua em toda a superfície de um líquido, como decorrência da ação da energia superficial livre. Na figura anterior, tem-se o diagrama de poro pressões, verifica-se que graças à ascensão capilar a poropressão acima do nível d’água é negativa (u < 0). O solo apresenta às vezes seus poros interligados e formando canalículos, que funcionam como tubos capilares. Assim pode-se explicar, dentro da massa, a ocorrência de zonas saturadas de solos, que estão situadas acima do nível d’água. Para melhor compreensão do fenômeno da capilaridade é possível partir da ideia de que poros, entre os grãos dos solos, formam canalículos capilares verticais. Um modelo físico disso é emergir a ponta de um tubo capilar em água. ℎ𝑐 = 0,306 𝑑 A água subirá até uma “altura de ascensão capilar”, tanto maior esta altura quanto menor o diâmetro do tubo, tal que a componente vertical da força capilar (Fc = 2.π.r.Ts) seja igual ao peso da coluna d’água suspensa. Sendo: Ts = tensão superficial da água (0,0764 g/cm); α = ângulo de contato que dependem do fluído e do sólido de contato. Portanto, para que ocorra o equilíbrio, temos que: 2π r Ts cos α = π r 2 γ w hc Nos solos como estimativa da ascensão capilar máxima (α = 0°): Onde : d= é o diâmetro dos poros. Portanto nos solos arenosos e pedregulhosos onde os poros são maiores, a altura de ascensão capilar na prática está entre 30 cm e 1m. Já nos solos siltosos e argilosos, onde os poros são menores, a altura de ascensão capilar chega a dezenas de metros. 𝜎′ = 𝜎 − (−𝑢) 𝜎′ = 𝜎 + 𝑢 A água em contato com o solo também tenderá a formar meniscos. Nos pontos de contato dos meniscos com os grãos evidentemente agirão pressões de contato, tendendo a comprimir os grãos. Estas pressões de contato (pressões neutras negativas) somam-se as tensões totais: Fazendo com que a tensão efetiva realmente atuante seja maior que a total. Esse acréscimo de tensão proporciona um acréscimo de resistência conhecido como coesão aparente, responsável, por exemplo, pela estabilidade de taludes em areia úmida. Uma vez eliminada a ação das forças capilares (saturação do solo) desaparece este ganho de resistência (coesão aparente tende a zero). 𝜎 = (𝛾𝑤 𝑥 ℎ1) + (𝛾𝑠𝑎𝑡 𝑥 ℎ2) 𝑢 = 𝛾𝑤 𝑥 ℎ𝑤 = (𝛾𝑤 𝑥 ℎ1) + (𝛾𝑤 𝑥 ℎ2) 𝜎′ = 𝜎 − 𝑢 𝜎′ = (𝛾𝑠𝑎𝑡 𝑥 ℎ2) − (𝛾𝑤 𝑥 ℎ2) 𝜎′ = ℎ2 (𝛾𝑠𝑎𝑡 − 𝛾𝑤) 𝜎′ = ℎ𝑠 𝑥 (𝛾𝑠𝑢𝑏) Solo Saturado 𝜎′ = (𝛾𝑤 𝑥 ℎ1) + (𝛾𝑠𝑎𝑡 𝑥 ℎ2 ) − (𝛾𝑤 𝑥 ℎ1) + (𝛾𝑤 𝑥 ℎ2) Como γsub = (γsat − γw) e h2 é a parcela de solo, teremos:
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