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METODOLOGIA CIENTÍFICA - REGYS completo (1)

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 2 
 
 
 
 3 
 
O AUTOR 
 
Olá, estudantes. Sou o professor Regys Rodrigues da Mota. Sou bacharel 
(2007) e licenciado (2008) em Ciências Sociais e mestre em Sociologia (2011) 
pela Universidade Federal de Goiás. Durante os próximos meses, estaremos 
juntos realizando uma série de atividades acadêmicas para que possamos 
aprofundar o conhecimento sobre alguns dos temas abordados pela disciplina de 
Antropologia e Cultura oferecida pela Faculdade Araguaia. 
Vamos iniciar a disciplina de Matodologia Científica. Acompanhe cada 
unidade e leia com atenção todos os materiais. A interação e a troca de experiências 
são muito importantes para a consolidação do conhecimento, sendo assim, participe 
de forma intensiva dos fóruns propostos. 
É muito importante que você se dedique à leitura, às atividades e se 
comprometa em realizar os exercícios propostos. Lembre-se de trocar informações 
com o tutor (a) e com os colegas do curso. Tenho certeza de que juntos vamos 
alcançar o sucesso! 
Bons estudos! 
Professor Mestre Regys Rodrigues da Mota 
 
 
 
 
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação - CIP 
 
 
M917m Mota, Regys Rodrigues da 
 Metodologia científica / Regys Rodrigues da Mota – 
Goiânia: NUTEC, 2017. 
 89 p. : il. - (Educação a distância Araguaia). 
 
 Possui bibliografia. 
 
 1. Metodologia do trabalho científico. 2. Pesquisa. 3. 
Educação a distância – Metodologia. 4. Educação superior. 
I. Faculdade Araguaia. II. Título. 
ISBN: 978-85-98300-42-9 
 CDU: 
001.8(07) 
 
 
 
 Ficha catalográfica elaborada pela Bibliotecária Marta Claudino de 
Moraes CRB-1928 
 
 4 
 
FACULDADE ARAGUAIA - FARA 
1º Edição - 2017 
 
É proibida a reprodução total ou parcial desta obra, por qualquer meio e para qualquer 
fim. Obra protegida pela Lei de Direitos Autorais 
 
DIRETORIA GERAL: 
Professor Mestre Arnaldo Cardoso Freire 
DIRETORIA FINANCEIRA: 
Professora Adriana Cardoso Freire 
DIRETORIA ACADÊMICA 
Professora Ana Angélica Cardoso Freire 
DIRETORIA ADMINISTRATIVA 
Professor Hernalde Menezes 
DIRETORIA PEDAGÓGICA: 
Professora Mestra Rita de Cássia Rodrigues Del Bianco 
VICE-DIRETORIA PEDAGÓGICA 
Professor Mestre Hamilcar Pereira e Costa 
COORDENAÇÃO GERAL DO NÚCLEO DE TECNOLOGIA EM EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA 
Professor Mestre Leandro Vasconcelos Baptista 
COORDENAÇÃO GERAL DOS CURSOS TÉCNICOS 
Professor Doutor Ronaldo Rosa Júnior 
REVISÃO DE LÍNGUA PORTUGUESA 
Rafael Souza Simões 
COORDENAÇÃO E REVISÃO TÉCNICA DE PRODUÇÃO DE CONTEÚDO EM VÍDEO E WEB 
Professora Doutora Tatiana Carilly Oliveira Andrade 
DESIGN GRÁFICO E EDITORIAL 
Bruno Adan Vieira Haringl 
 
FACULDADE ARAGUAIA 
Unidade Centro – Polo de Apoio Presencial 
Endereço: Rua 18 nº 81 - Centro - Goiânia-GO, CEP: 74.030-040 
Fone: (62) 3224-8829 
Unidade Bueno 
Endereço: Av. T-10 nº 1.047, Setor Bueno - Goiânia-GO, CEP: 74.223-060 
Fone: (62) 3274-3161 
Site Institucional 
www.faculdadearaguaia.edu.br 
 
 
 
 
 
 
NÚCLEO DE TECNOLOGIA EM EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA 
Polo Goiânia: Unidade Centro 
Correio eletrônico: nutec@faculdadearaguaia.edu.br 
 
mailto:nutec@faculdadearaguaia.edu.br
 
 5 
 
SUMÁRIO 
 
Apresentação ............................................................................................................. 7 
 
UNIDADE 1: METODOLOGIA CIENTÍFICA......................................................... 8 
1.1 METOLOGIA E AS DIVERSAS FORMAS DE CONHECIMENTO ...................... 9 
1.1.1- O conhecimento do senso comum .......................................................... 10 
1.1.2- O senso comum e a propagação de informações ................................... 11 
1.1.3- O conhecimento científico ....................................................................... 13 
1.1.4- O caráter hipotético do conhecimento científico ...................................... 14 
1.1.5- O método de investigação praticado por Sócrates .................................. 15 
1.1.6- O método aristotélico ............................................................................... 16 
1.1.7- Legado grego .......................................................................................... 17 
1.2 CIÊNCIA E MÉTODO ................................................................................. 18 
1.2.1- A abordagem da ciência moderna ........................................................... 19 
Síntese da unidade ......................................................................................... 22 
Atividades 1 .................................................................................................... 23 
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 24 
 
UNIDADE 2: TIPOS DE PRODUÇÕES CIENTÍFICAS ............................................. 25 
2.1 O FICHAMENTO ................................................................................................ 25 
2.1.1 O modelo de fichamento de citações ........................................................ 27 
2.2.2 O modelo de fichamento de resumo ou conteúdo ..................................... 27 
2.2.3 O modelo de fichamento bibliográfico ...................................................... 28 
2.2 O RESUMO ........................................................................................................ 28 
2.3 A RESENHA ....................................................................................................... 30 
2.4 O RELATÓRIO TÉCNICO ........................................................................... 32 
2.4.1 O resumo técnico ..................................................................................... 32 
2.5 O PROJETO DE PESQUISA ...................................................................... 33 
2.5.1 o artigo Científico ...................................................................................... 34 
Síntese da unidade ......................................................................................... 34 
Atividades 2 .................................................................................................... 35 
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 36 
ANEXO 1 Modelo de Resumo Simples fornecido pelas coordenações do curso 
de Engenharia Civil e do curso de Engenharia Ambiental da Faculdade 
Araguaia ................................................................................................................... 37 
ANEXO 2 Modelo do Resumo Expandido fornecido pelas coordenações do 
curso de Engenharia Civil e do curso de Engenharia Ambiental da Faculdade 
Araguaia ................................................................................................................... 38 
 
UNIDADE 3: O PROJETO DE PESQUISA E O ARTIGO CIENTÍFICO ................... 42 
3.1 A ESTRUTURA DO PROJETO DE PESQUISA. ................................................ 42 
3.2 A ESTRUTURA DO ARTIGO CIENTÍFICO ........................................................ 47 
 
 6 
 
3.3 A ESCRITA CIENTÍFICA .................................................................................... 49 
3.3.1 Normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) para 
referências ......................................................................................................... 50 
3.3.2 Fazendo a referência no tópico Referências ............................................. 52 
3.3.3 Pesquisando artigos científicos e referências ........................................... 56 
Síntese da unidade ......................................................................................... 58 
Atividade 3...................................................................................................... 59 
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 61 
ANEXO 1 Modelo de capa para o projeto de pesquisa e para o artigo científico62 
ANEXO 2 Modelo de folha de rosto para o projeto de pesquisa e para o artigo 
científico................................................................................................................... 63 
ANEXO 3 Modelo do Cronograma ......................................................................... 64 
ANEXO 4 Estrutura do Artigo científico ................................................................ 66 
 
UNIDADE 4: TIPOS DE PESQUISA ......................................................................... 67 
4.1 DELINEAMENTO DA PESQUISA ...................................................................... 67 
4.2 COMO CLASSIFICAR UMA PESQUISA COM BASE NOS SEUS OBJETIVOS? 
4.2.1 Pesquisa exploratória ............................................................................ 68 
4.2.2 Pesquisa descritiva ................................................................................ 68 
4.2.3 Pesquisa explicativa .............................................................................. 69 
4.3 COMO CLASSIFICAR UMA PESQUISA COM BASE NOS PROCEDIMENTOS 
TÉCNICOS UTILIZADOS? ....................................................................................... 69 
4.3.1 Pesquisa Bibliográfica ............................................................................. 70 
4.3.2 Pesquisa Documental .............................................................................. 71 
4.3.3 Pesquisa Experimental ............................................................................ 71 
4.3.4 Pesquisa Pré-experimental ..................................................................... 71 
4.3.5 Pesquisa Ex-post-facto ............................................................................ 72 
4.3.6 Pesquisa de Levantamento (Surverys) .................................................... 72 
4.4 TÉCNICAS DE COLETA DE DADOS ......................................................... 75 
4.4.1 A observação na coleta de dados ............................................................. 75 
4.4.2 Observação simples .................................................................................. 76 
4.4.3 Observação participante ........................................................................... 78 
4.4.4 Observação sistemática ............................................................................ 79 
4.4.5 Entrevista .................................................................................................. 79 
4.4.6 Estrevista informal ..................................................................................... 81 
4.4.7 Entrevista focalizada ................................................................................. 81 
4.4.8 Entrevista por pautas ................................................................................ 81 
4.4.9 Entrevista por telefone .............................................................................. 82 
Síntese da unidade ......................................................................................... 84 
Atividade 4 ...................................................................................................... 85 
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 87 
 
 
 
 7 
 
Apresentação 
 
O objetivo desta disciplina, ministrada pela Faculdade Araguaia no Ensino 
a Distância, é capacitar os (as) acadêmicos (as) com conhecimentos fundamentais 
da Metodologia Científica, buscando a interdisciplinaridade ao tratar dos 
procedimentos que devem ser seguidos para o desenvolvimento de pesquisas 
científicas. 
Dessa forma, a intenção é trabalhar no decorrer das aulas diversos 
assuntos relacionados à produção científica. Na primeira unidade, a proposta é 
abordar sobre a teoria do conhecimento, apresentando as diferenças entre o 
senso comum e o conhecimento científico, bem como a evolução de diversos 
métodos de investigação no decorrer da história humana que contribuíram para a 
construção do que chamamos hoje de metodologia na produçãoo científica. 
Na segunda unidade, o objetivo específico é o de compreender as 
diferenças entre alguns tipos de produções didáticas/científicas, apresentando os 
elementos que caracterizam o fichamento, a resenha, o resumo simples, o 
resumo expandido, o relatório técnico e o resumo técnico, além de apresentar 
uma primeira definição do que é o projeto de pesquisa que culminará no 
desenvolvimento do artigo científico. 
A proposta da terceira unidade é analisar de forma mais aprofundada os 
elementos que caracterizam o projeto científico e o artigo científico, elementos 
estes orientados pela Associação Nrasileira de Normas Técnicas (ABNT). 
Na quarta unidade, o objetivo é o de apresentar os tipos de pesquisa, bem 
como suas especificidades. Após se ter a noção dos elementos que constituem o 
projeto de pesquisa e o artigo é possível realizar uma classificação metodológica 
a partir dos objetivos e dos procedimentos que caracterizam uma investigação 
de caráter científico. 
 
 
 
 
 
 
 
 8 
 
UNIDADE 1: METODOLOGIA CIENTÍFICA 
 
 
A disciplina de Metodologia Científica está presente em praticamente todas as 
grades de aulas de todos os cursos acadêmicos, sejam cursos englobados nas 
áreas de Humanas, Biológicas ou Exatas. A partir de tal disciplina, o estudante entra 
em contato com a normatização para a produção de trabalhos científicos e com as 
técnicas de coleta e análise de dados obtidos com a realização de pesquisas. 
No entanto, outras dimensões são apresentadas. Realizar uma pesquisa é 
muito mais do que aplicar técnicas de coleta, analisar dados e escrever no final do 
processo um trabalho seguindo uma normatização pré-determinada. Para a 
confecção de um trabalho científico, é necessário primeiramente se pensar na 
postura que deve ser adotada pelo pesquisador, nas diferentes formas de ver o 
mundo, no tipo de conhecimento que almeja ser construído. 
Um pesquisador deve se fazer, o tempo todo, algumas perguntas para não 
correr o risco de que o resultado final de sua produção seja invalidado. Estou sendo 
imparcial ou parcial na condução desse estudo? Essa opinião caracteriza-se por ser 
determinista? O material produzido utiliza-se de fontes adequadas ou está bebendo 
 
 9 
 
do senso comum? É necessário que, no final das contas, eu confirme minha 
hipótese inicial de pesquisa para que o que eu fiz seja válido? 
Essas são algumas das perguntas que devem ser feitas constantemente no 
ato de se pesquisar. Ou pelo menos deveriam ser feitas. O aluno, em alguns casos, 
é colocado diretamente em contato com a técnica, com o instrumento de coleta de 
dados, com a urgência de se fazer logo “um bom Referencial Teórico”, sem antes 
estabelecer uma discussão metodológica do que é senso comum, do que é 
determinismo, do que são ou não fontes confiáveis de informações ou mesmo o que 
é um Referencial Teórico. Assim, o aluno aprende o que tem que fazer para a 
construção do trabalho científico, mas nem sempre aprende a conectar corretamente 
as partes do trabalho. 
Para compreender os diferentes componentes presentes na metodologia de 
uma pesquisa realizada na atualidade, é necessário inicialmente olhar para o 
passado e compreender as várias discussões metodológicas estabelecidas em 
diferentes períodos da história humana. 
 
1.1 AS DIVERSAS FORMAS DE CONHECIENTO 
 
Metodologia é uma palavra derivada de “método”, do latim “methodus”, cujo 
significado é “caminho ou a via para a realização de algo”. Método é o processo para 
se atingir determinado fimou para se chegar ao conhecimento. Dessa forma, 
metodologia é o campo em que se estuda os melhores métodos praticados em 
determinada área para a produção do conhecimento (LAKATOS e MARCONI, 2015). 
Assim sendo, para compreender esse campo de estudo é necessário 
compreender primeiramente os diferentes tipos de conhecimento. O ser humano é 
um ser jogado ao mundo, condenado a viver sua existência. Por ser existencial, tem 
que interpretar a si e ao mundo em que vive, atribuindo-lhes significações, criando 
intelectualmente representações significativas da realidade, representações que, por 
sua vez, são chamadas de conhecimento. 
Dependendo da forma pela qual se chega a uma determinada representação 
significativa, o conhecimento pode ser, em linhas gerais, classificado em diversos 
tipos: mítico, ordinário, artístico, filosófico, religioso, dentre outros. 
 
 10 
 
As duas formas que estão mais presentes e que mais interferem nas decisões 
da vida diária do homem são o conhecimento do senso comum e o científico. 
Ambas as formas partem da necessidade de se compreender o mundo, mas 
os caminhos que percorrem são diferentes. Não só os caminhos são diferentes, 
como os instrumentos utilizados para a produção de significados também são. Até 
mesmo quando as representações dos significados são os mesmos, o processo de 
validação e propagação de tais representações apresentam características 
particulares. 
 
1.1.1 O conhecimento do senso comum 
 
A forma mais usual utilizada para interpretar a si mesmo, o seu mundo e o 
universo como um todo, produzindo interpretações significativas, é a do senso 
comum (conhecimento ordinário, comum ou empírico). 
Essa forma de conhecimento surge como consequência da necessidade de 
resolver problemas imediatos, que aparecem na vida prática e decorrem do contato 
direto com fatos e fenômenos que vão acontecendo no dia a dia, notados 
principalmente através da percepção sensorial. Não é um conhecimento programado 
ou planejado, pois, à medida que a vida vai acontecendo, ele se desenvolve, sendo 
caracterizado por ser espontâneo e instintivo (LAKATOS e MARCONI, 2015). 
Por ser vivencial é também superficial, sem aprofundamento crítico ou 
racionalista, é um “viver sem conhecer”. Apresenta um caráter predominantemente 
 
 11 
 
utilitarista, não especificando as razões ou fundamentos teóricos que demonstram 
ou justificam o seu uso, possível correção ou confiabilidade. 
Por se basear em soluções de problemas imediatos, sem compreender ou 
conhecer as explicações a respeito do seu sucesso, o senso comum transforma-se 
em convicção, em crença, que é repassada de indivíduo para indivíduo, de 
geração para geração. 
A utilização de ervas medicinais, por exemplo, é reproduzida sem a devida 
reflexão a respeito das razões que levam a tal utilização. Sabe-se apenas que o uso 
de erva X possibilita o benefício Y, ou pelo menos se imagina que possibilita o 
benefício Y, pois nem isso pode ser confirmado, já que não existe um estudo 
rigoroso a respeito. 
O açúcar cristal, por exemplo, é utilizado para a cicatrização de ferimentos. 
Ninguém, a não ser quem tenha obtido a informação de alguma fonte científica, sabe 
dizer por que esse açúcar possui esse poder bactericida e cicatrizante. Aliás, 
baseado exclusivamente no senso comum, sequer é possível comprovar se o açúcar 
possui realmente essas capacidades. Na maioria dos casos, as pessoas conhecem 
apenas o efeito benéfico, ou mesmo reproduz o que outros falaram, instituindo uma 
tradição, um costume que é passado adiante (LAKATOS e MARCONI, 2015). 
Esse tipo de conhecimento é muito subjetivo e tem baixo poder de crítica, 
subordinado a um envolvimento afetivo e emotivo do sujeito que o elabora/reproduz. 
É incapaz de ser isento, pois baseia-se em interpretações sustentadas apenas por 
crenças pessoais e não resiste quando submetido à crítica sistemática. 
 
1.1.2. O senso comum e a propagação de informações 
Essa forma de conhecimento superficial encontra-se também na reprodução 
de informações dentro da sociedade. Discursos são constantemente reproduzidos, 
mas não são analisados. Na atualidade, onde o mundo encontra-se “conectado”, a 
quantidade de informações disponibilizadas é muito grande, mas a forma como são 
tratadas ainda é muito precária. 
Nas redes sociais, discursos são instituídos de maneira muito rápida. Uma 
notícia ganha força ao ser compartilhada, mas nem todos buscam a veracidade da 
fonte ou mesmo analisam o conteúdo do que está sendo reproduzido. Passar 
adiante uma chamada bombástica está a “um clique” de distância. Agora, analisar o 
 
 12 
 
que está sendo lido, associar com um contexto maior, refletir a respeito do que está 
sendo falado pode levar mais tempo, o que nem todos estão dispostos a “perder”. 
Diante dessa postura, o senso comum vai ganhando força, pois ele é rápido, 
exige menos crítica e é cômodo, pois encontra respaldo em uma coletividade. Seguir 
a maioria, o que todos estão falando, pode oferecer mais conforto do que, por 
exemplo, pensar por si mesmo e chegar a uma conclusão diferente por meio da 
reflexão constante (MARCONI, 2013). 
Fontes não científicas ganham força, pois não existe debate. A mídia aparece 
como uma fonte totalmente verídica e o que ela fala ganha rapidamente peso de 
verdade, pois o confronto de ideias pode não encontrar espaço para ser praticado. 
Costumes, tabus e preconceitos são estabelecidos a partir dessa ausência de 
discussão e, consequentemente, ausência de reflexão. 
De certa forma, é impossível afirmar que determinada pessoa é livre por 
completo do senso comum, pois a informação contida nesse conhecimento é mais 
imediata e fácil de ser acessada. Como dito anteriormente, remete a um 
envolvimento afetivo e emotivo do sujeito que o elabora/reproduz. 
No entanto, como será exposto mais adiante, aquilo que é tido como verdade 
só se mantém com tal status aos olhos da ciência quando é constantemente exposto 
a um método rigoroso de análise. Ciências exatas, humanas e biológicas trabalham 
com a exposição do objeto estudado à constante verificação de sua veracidade. No 
campo das ideias, essa verificação passa pelo livre debate, pela exposição de 
diferentes opiniões na tentativa de se produzir novas formas de conhecimento e não 
pela simples e mecânica reprodução do que a maioria está dizendo. 
A produção do conhecimento científico trata-se, portanto, de uma tarefa mais 
árdua, que exige concentração, disciplina, rigor metodológico e da mente aberta por 
parte do pesquisador, pois as respostas obtidas por ele dentro de uma pesquisa 
nem sempre estarão de acordo com o mundo e as informações que constituem a 
sua subjetividade, sendo necessário sempre se reinventar diante da descoberta de 
novos paradigmas, de novas técnicas, de novos conceitos e de diferentes 
perspectivas. 
 
 
 
 
 13 
 
1.1.3 O conhecimento científico 
 
O conhecimento científico surge da necessidade de o homem não assumir 
uma posição meramente passiva, de testemunha dos fenômenos, sem poder de 
ação ou controle dos mesmos. Cabe ao ser humano, otimizando o uso da sua 
racionalidade, propor uma forma sistemática, metódica e crítica da sua função de 
desvelar o mundo, compreendê-lo, explicá-lo e dominá-lo. 
O que impulsiona o homem em direção à ciência é a necessidade de 
compreender a cadeia de relações que se esconde por trás das aparências 
sensíveis dos objetos, fatos ou fenômenos, captadas pela percepção sensorial e 
analisadas de forma superficial e subjetiva pelo senso comum. 
Sócrates, por volta de 469 a 399 a.C., já fazia a distinção entre um Mundo 
Sensível e um Mundo das Ideias. Para ele, o Mundo Sensível é o lugar que leva ao 
erro, leva à percepção errada das coisas, baseado apenas no que cada um vê ou 
escuta, sem procurar enxergar a essência real das coisas. É um lugar onde impera o 
preconceito, a imagem, o estereótipo, a superficialidade,o ato de ver apenas a 
fachada das coisas, o ato de julgar um livro pela capa. Por outro lado, o Mundo das 
Ideias é um lugar à parte onde só é possível se chegar por meio da constante 
reflexão, predominando a busca pelo conhecimento, pela verdade das coisas 
(MINAYO, 2004). 
 
 14 
 
Apesar da força do alcance e do comodismo do senso comum, o ser humano 
quer ir além dessa forma de ver a realidade imediatamente percebida por meio dos 
olhos e ouvidos e descobrir os princípios explicativos que servem de base para a 
compreensão da organização, classificação e ordenação da natureza em que está 
inserido. 
Através dessa particularidade, a realidade passa a ser percebida aos olhos da 
ciência não de uma forma desordenada, fragmentada, como ocorre na visão 
subjetiva do senso comum, mas sob o enfoque de um critério orientador, de um 
princípio explicativo que esclarece e proporciona a compreensão do tipo de relação 
que se estabelece entre fatos, coisas e fenômenos, unificando a visão de mundo. 
O conhecimento científico é produto resultante da investigação científica, 
investigação esta iniciada a partir do momento que se tem uma dúvida, uma 
pergunta que ainda não tem resposta ou cujo o conhecimento já existente é 
insuficiente ou inadequado para apresentar uma resposta satisfatória (LAKATOS e 
MARCONI, 2015). 
 
1.1.4 O caráter hipotético do conhecimento científico 
O conhecimento científico, assim como o senso comum, embora mais seguro 
do que esse último, também é falível. Pode o investigador, por exemplo, à luz do seu 
referencial teórico, elaborar hipóteses inadequadas, excluindo fatores significativos 
relacionados com a situação problema, não planejar corretamente o processo de 
testagem de suas hipóteses, não prever a utilização de instrumentos e técnicas de 
observação e de medida adequados, válidos ou fidedignos, não perceber provas 
contrárias ou ainda, influenciado pela sua subjetividade, que jamais é eliminada ou 
anulada, ou levado pela precipitação e por um raciocínio incorreto, extrair uma 
conclusão imprópria. 
Por se reconhecer a natureza hipotética do conhecimento científico, ele deve 
ser constantemente submetido a uma revisão crítica, tanto na consciência lógica 
interna de suas teorias, quanto na validade de seus métodos e técnicas de 
investigação (GIL, 2002). 
O que distingue essa forma de conhecimento das demais não é o assunto, o 
tema ou o problema, e sim a forma especial que adota para investigar os problemas. 
 
 15 
 
 
Como será exposto no decorrer desta disciplina, a ciência esteve presa 
durante muito tempo a uma concepção determinista/positivista do universo, 
incorporando em si o status de que “o que é científico é uma verdade absoluta”. 
Apesar de combater o dogmatismo religioso, durante o final da Idade Média e Início 
do Renascimento, o conhecimento científico, durante muito tempo, se apresentou 
com ares de dogmatismo. 
No entanto, essa concepção foi abandonada e hoje trabalha-se com a noção 
de falibilidade da própria ciência. O que é verdade hoje, amanhã pode não ser a 
partir da descoberta de novas informações, de novas técnicas de investigação. A 
resposta de hoje, amanhã pode já não mais satisfazer frente à luz de novas 
perspectivas, de novas perguntas a serem respondidas, de novos paradigmas. 
 
1.1.5 O método de investigação praticado por Sócrates 
Relatos históricos afirmam que Sócrates procurava lançar questões para 
alimentar o debate entre seus discípulos e estimular a reflexão sobre diferentes 
assuntos a respeito da vida humana. Passado o debate, os discípulos manifestavam 
as suas ideias. Após a formulação e exposição das opiniões, Sócrates procurava 
mostrar, por meio de questionamentos, a contradição no pensamento dos discípulos 
a fim de produzir um novo conhecimento a partir da reflexão. Esse movimento não 
só produzia conhecimento aos alunos como também produzia para o mestre, ao 
entrar em contato com diferentes opiniões, diferentes argumentos e perspectivas. 
 
 16 
 
A intenção não seria a de ganhar o debate, como propunham os sofistas e 
sim a de criar uma via de mão dupla de troca e produção de informações. 
Essa forma de aprendizagem perdurou entre os discípulos de Sócrates, com 
destaque para Platão. Aristóteles, discípulo de Platão, também deu continuidade a 
esse processo com algumas mudanças de perspectivas, que serão abordadas mais 
a frente nesse texto. 
Os três filósofos encaravam o ser humano como um ser do conhecimento e 
procuravam contextualizá-lo no tempo e na história. A obra “A República” de Platão 
e a obra “A política”, de Aristóteles, foram as primeiras a tratar das relações entre 
homens e a constituição de grupos de interação (sociedades) de maneira 
sistemática e separada da religião, mas não independente dos regimes políticos e 
econômicos. 
 
1.1.6 O método aristotélico 
Diferente de Sócrates, Aristóteles (384 a 322 a.C.) acreditava ser possível 
chegar ao verdadeiro conhecimento a partir da colaboração do Mundo Sensível ao 
Mundo das Ideias. Propunha um método de investigação baseado na observação e 
na dedução, ou seja, a partir do que se vê e se ouve (Mundo Sensível) é possível 
chegar à realidade das coisas por meio da reflexão e constatação de evidências 
(Mundo das Ideias). A teoria do conhecimento que se utilizava desse método ficou 
conhecida pelo nome de empirismo (LAKATOS e MARCONI, 2015). 
No empirismo, a experiência sensorial revela a existência de evidências 
concretas. A realidade pode ser analisada através de suas partes e princípios, que 
podem ser observados, para, em seguida, por meio da dedução, postular princípios 
universais, expressos na forma de juízos, encadeados logicamente entre si. 
Dessa forma, o modelo aristotélico propõe uma ciência que produz um 
conhecimento que pretende ser um fiel espelho da realidade, por estar sustentado 
no observável. 
Porém, esse modelo deve produzir também uma ciência do discurso, 
predominantemente qualitativa (que descreve a qualidade/natureza do objeto). O 
conhecimento verdadeiro deve satisfazer os critérios da justificação lógica, ou seja, 
deve ser demonstrado com argumentos que sustentam sua veracidade a partir da 
 
 17 
 
coerência lógica de suas afirmações com princípios universalmente aceitos 
(verdade sintática) (LAKATOS e MARCONI, 2015). 
A esse encadeamento lógico atribuiu-se o nome de silogismo. Consiste em 
se chegar a uma conclusão a partir da dedução obtida no momento que se apreende 
a lógica existente na conexão entre as premissas: 
 
Premissa 1: Todo homem é mortal. 
Premisse 2: João é homem. 
Conclusão: Logo, João é mortal. 
 
Assim sendo, de forma geral, o processo de investigação de um determinado 
fenômeno (método dedutivo) deveria seguir os seguintes passos: 
 
A) Primeiro, deve-se observar o fenômeno (a experiência sensorial alimenta a 
reflexão e revela a existência de evidências/premissas concretas) 
B) Registrar as partes e princípios constituintes desse fenômeno que foram 
observados (registrar evidências/premissas). 
C) Estabelecer por meio da dedução, leis universais que explicam as causas e 
os efeitos do fenômeno (conclusão). 
 
Em outras palavras, para Aristóteles, por meio de observação constante de 
algo, é possível se chegar às suas partes componentes (premissas) e, a partir da 
dedução lógica, chega-se à conclusão de uma lei universal que serve para explicar 
as causas e os efeitos do fenômeno observado. 
 
1.1.7 Legado grego 
Mesmo com o domínio do Império Romano, muitos aspectos da cultura grega 
foram preservados, influenciando o mundo ocidental até a atualidade. É claro que 
mudanças ocorreram na história que resultaram em alterações na forma de se 
enxergar o ser humano, o social e o padrão de investigação a ser aplicado. A Idade 
Média, também conhecida como Idade das Trevas (séculos V a XV d.C), 
representou uma forte ruptura com o ideal grego da livre reflexão.A forte influência 
da Igreja em diferentes setores da vida social, controlando inclusive o que era 
 
 18 
 
ensinado nas escolas, condicionou também as produções culturais e científicas a 
seguirem um viés estritamente religioso. 
A livre reflexão defendida por Sócrates, Platão e Aristóteles, bem como a 
defesa da centralidade do ser humano ao se pensar no social, perdem espaço para 
um ensino estritamente religioso. Apenas com o Renascimento, retoma-se o ideal 
filosófico grego de se pensar o mundo a partir das relações humanas, causando 
mudanças nos paradigmas educacionais e metodológicos. 
O preceito sofista de que deve existir o livre debate de ideias é algo ainda em 
voga na atualidade. Mas esse debate deve estar acompanhado de conteúdo. Fazer 
ciência é também contrapor ideias. Uma metodologia de pesquisa pode prever o 
contraponto de argumentos, de conceitos e de técnicas de investigação. 
A perspectiva defendida por Sócrates de que ser humano é, antes de tudo, 
um ser do conhecimento, ainda hoje perdura, assim como a observação proposta 
por Aristóteles ainda hoje é um recurso muito importante para a realização de 
pesquisas. Mesmo concepções como o silogismo, a verdade sintática, empirismo e o 
método dedutivo dividindo espaço com outras proposições metodológicas na 
atualidade, ainda hoje alimentam o debate sobre a adequação do métodos e 
técnicas de investigação de acordo com diferentes modelos de produções 
científicas. 
 
1.2 CIÊNCIA E MÉTODO 
 
Os caminhos apontados pelos filósofos gregos influenciaram o mundo por 
mais de 2000 anos. Como dito na aula anterior, ainda hoje essa influência se faz 
presente no “fazer científico”. No entanto, a partir do século XV, muitos elementos 
constitutivos desses caminhos passaram a ser duramente atacados, frente a uma 
verdadeira revolução científica que introduziu a experimentação como nova fonte 
para a produção do conhecimento, modificando radicalmente a compreensão e 
concepção teórica de mundo, de verdade e de método (RAMOS, 2009). 
Aos poucos, a observação deixou de ser a principal fonte de produção do 
conhecimento e passou a ser um dos vários recursos para se chegar à verdade das 
coisas. A reprodução do fenômeno estudado por meio de experimentos passou a ser 
 
 19 
 
a fonte de validação do conhecimento. Se algo não pode ser reproduzido em 
condições ideais, então este algo não pode ser corroborado. 
O mesmo aconteceu com o método dedutivo proposto por Aristóteles. Nessa 
nova perspectiva, algo não pode ser tomado como verdade baseado apenas na 
dedução lógica. Deve existir uma verificação constante do fenômeno analisado e 
uma lógica maior do que a mera dedução como resposta para os problemas 
levantados pela ciência. 
Instituiu-se a necessidade de existir um rigor metodológico para a realização 
da pesquisa. Tal rigor ainda hoje se faz presente, pois sem controle, sem a vigência 
de um método de investigação previamente estabelecido, o conhecimento deixa de 
ser científico e passa a ser meramente o resultado do senso comum, ou seja, passa 
a ser resultado da subjetividade de cada pesquisador (LAKATOS e MARCONI, 
2010). 
Tornou-se necessária a uniformidade metodológica dos procedimentos 
científicos. No entanto, quais critérios deveriam ser adotados para se estabelecer 
essa uniformidade? Para Francis Bacon, o principal critério deveria ser a 
experimentação. 
 
1.2.1 A abordagem da ciência moderna 
Francis Bacon (1561-1626) 
 
 
Opondo-se à ciência grega e ao dogmatismo religioso que imperou durante 
toda a Idade Média, o filósofo e cientista Francis Bacon propôs que os preconceitos 
de ordem religiosa, filosófica e decorrentes das crenças culturais, fossem 
 
 20 
 
abandonados, pois distorciam a impediam a verdadeira visão do mundo, que deveria 
ser resultado da interpretação da natureza. 
Segundo Bacon, o empirismo proposto por Aristóteles, que até então consistia 
no modelo vigente, era muito leviano, pois ao estudar um determinado fenômeno, os 
observadores se deixavam levar pelas impressões dos sentidos, concluindo 
generalizações utilizando indevidamente a dedução, conduzindo a enganos que não 
podiam ser classificados como “fazer ciência”. 
Defendia que era necessário inventar um novo instrumento, um novo método 
de estudo que desse maior eficácia à investigação. A esse novo método, Bacon 
atribuiu o nome de interpretação da natureza, partindo do pressuposto de que a 
natureza é a mestra do homem, sendo necessário obedecê-la para dominá-la. 
Acreditava que para se fazer ciência era importante primeiramente abandonar 
os pré-conceitos (ídolos), pois impediam a correta visão das formas (leis) que 
organizavam a natureza. Segundo Bacon, a ciência fica comprometida quando o 
pesquisador parte para a análise dos dados com os olhos encobertos pelos Ídolos 
da Tribo (tendência humana de considerar apenas os casos favoráveis, 
desconsiderando aquilo que é desfavorável), Ídolos da Caverna (levar em 
consideração a sua verdade particular e generalizá-la como sendo uma verdade 
absoluta), Ídolos do Foro (considerar que o que já está dito é uma verdade 
absoluta) e os Ídolos do Teatro (fazer ciência baseado previamente em ideologias, 
mantendo a mente fechada para novas ideias) (LAKATOS e MARCONI, 2010). 
Após eliminar a influência dos ídolos, o caminho a ser percorrido pelo 
pesquisador, em seguida, deveria ser o da indução experimental, ao invés da 
dedução lógica proposta por Aristóteles. Nesse caminho, não se poderia simples 
enumerar alguns casos observados, e sim deveria levar em consideração uma 
grande gama de elementos envolvidos nos casos analisados e reproduzidos em 
condições ideais. Em outras palavras, o fazer científico passaria pela 
observação e pela reprodução do que foi observado por meio de experiências 
cientificas com a finalidade de analisar o maior número possível de 
informações. 
De forma geral, o método da interpretação da natureza, também conhecido 
como método científico, possuía as seguintes etapas: 
 
 
 21 
 
A) Experimentação: fase na qual são realizados os experimentos 
sobre o problema investigado, para poder observar e registrar 
metódica e sistematicamente todas as informações possíveis de se 
coletar. 
B) Formulação de hipóteses: após os experimentos, formulam-se 
hipóteses, na tentativa de explicar a relação causal dos fatos entre 
si. 
C) Repetição da experimentação por outros cientistas: ao se 
repetir os experimentos em outros lugares, acumula-se mais dados 
que também podem servir para a formulação de hipóteses. 
D) Repetição do experimento para a testagem das hipóteses: para 
se obter ainda mais dados e evidências. 
E) Formulação das generalizações e leis: por fim, ao se realizar 
todas as etapas anteriores, o cientista formula as leis que 
descobrir, generalizando suas explicações para todos os 
fenômenos da mesma espécie. 
 
Esse método, no entanto, não teve o mérito de atingir os objetivos a que 
Bacon se propunha. O que chamou de experimentos, destituídos de mensuração e 
controle quantitativos, não passaram de meras experiências. A Bacon deve ser 
creditado o salto de qualidade do pensamento científico moderno instituindo um 
método empirista baseado na indução experimental, mas foi Galileu Galilei que 
revolucionou a ciência de sua época. 
 
Galileu Galilei (1564 a 1642) 
 
 
 22 
 
Diferentemente do que propunha Aristóteles, que considerava ser possível 
validar a explicação de algo através da utilização de argumentos lógicos, Galileu 
acreditava que só seria possível tal validação por meio de provas construídas e 
elaboradas de forma matemática. 
O critério da verdade não mais deveria ser o da verdade sintática, e sim o da 
verdade semântica, que consiste na procura da correspondência entre o conteúdo 
dos enunciados e a evidência dos fatos por meio do método científico-
experimental. 
Apesar de se basear nessa ideia de queera necessária a realização do 
experimento para a validação científica de algo, como propunha Bacon, Galileu 
propunha a matemática e a geometria como linguagens da ciência e o teste 
quantitativo-experimental das suposições teóricas como mecanismos necessários 
para avaliar a veracidade das hipóteses e estipular a verdade científica, mudando 
radicalmente a forma de produzir e justificar o conhecimento científico. Esse método 
foi também chamado de método quantitativo experimental. 
A realidade passou a ser vista como algo geométrico e os fenômenos que 
estavam presentes nessa realidade se comportavam de acordo com relações e 
princípios quantitativos (que pode ser quantificado). Assim sendo, ao ser humano 
competiria utilizar a sua razão para teorizar e construir a interpretação matemática 
do real. Da proposição de ciência qualitativa de Aristóteles, passou-se a valorizar a 
ciência quantitativa de Galileu. 
 
Síntese da Unidade 
Tanto o senso comum quanto o conhecimento científico caracterizam-se por 
serem formados de conhecimento que apresentam especificidades que os 
diferenciam. Enquanto o senso comum se apoia na força da maioria, no sentimento, 
nos instintos, nas emoções, no dito popular, o conhecimento científico, por sua vez, 
se baseia na verdade contextualizada que é constantemente questionada. A ciência 
exige que as investigações tenham um certo rigor metodológico para que a verdade 
seja constantemente questionada, pois hoje trabalha-se com a noção de falibilidade 
da própria ciência. Sócrates, já por volta do século V a.C., defendia a necessidade 
de sempre se questionar aquilo que é tomado pela maioria como certo para mostrar 
as contradições do pensamento dessa maioria. 
 
 23 
 
Aristóteles propôs como método de investigação, o chamado método 
dedutivo, em que considerava ser possível, por meio da observação constante, se 
chegar à verdade das coisas a partir de uma lógica dedutiva. Tal proposta de 
investigaçãoo perdurou durante vários séculos, até momento em que Fracis Bacon 
afirmou que a ciência não poderia ser baseada meramente na observação e na 
dedução das coisas. Para Bacon, ao se estudar um determinado fenômeno, tornava-
se necessário abandonar primeiramente os ídolos (“pré-conceitos”) e reproduzir tal 
fenômeno inúmeras vezes a fim de apreender sobre suas características, causas e 
consequências. Galileu concordava com tal proposta, mas acrescentou ainda a 
necessidade de traduzir os resultados dessas reproduções em fórmulas 
matemáticas. 
 
Atividade 1: marque o que se pede nos enunciados das questões 
 
Questão 1- Por ser um animal racional, o ser humano produz e reproduz 
determinadas formas de conhecimento que orientam e reorientam as relações 
sociais. Sobre essa relação entre o ser humano e o conhecimento, é incorreto 
afirmar que: 
A) Por ser existencial, o ser humano tem que interpretar a si e ao mundo em que 
vive, atribuindo-lhes significações. Cria intelectualmente representações 
significativas da realidade, que são chamadas de conhecimento. 
B) Dependendo da forma pela qual se chega a uma determinada representação 
significativa, o conhecimento pode ser, em linhas gerais, classificado em 
diversos tipos: mítico, ordinário, artístico, filosófico, religioso, dentre outros. 
C) As duas formas que estão mais presentes e que mais interferem nas decisões 
da vida diária do homem são o conhecimento do senso comum e o científico. 
D) Tanto o senso comum quanto o conhecimento científico partem da 
necessidade de se compreender o mundo, mas os caminhos que percorrem 
são diferentes. Não só os caminhos são diferentes, como os instrumentos 
utilizados para a produção de significados também são. 
E) Quando as representações dos significados são os mesmos para o senso 
comum e para o conhecimento científico, o processo de validação e 
 
 24 
 
propagação de tais representações apresentam características semelhantes 
para ambas as formas do conhecimento. 
 
Questão 2- De acordo com Bacon, o método utilizado para a construção do 
conhecimento científico deveria seguir uma série de passos. Não faz parte dessa 
sequência de passos a informação presente na alternativa: 
A) O primeiro passo é o da experimentação, no qual o cientista realiza 
experimentos sobre o problema investigado para poder observar e registrar 
metódica e sistematicamente todas as informações que for possível coletar. 
B) O primeiro passo é o da formulação de hipóteses para tentar explicar a 
relação causal dos fatos entre si. 
C) O terceiro passo é o da repetição da experimentação por outros cientistas. 
Após as experimentações iniciais e a formulação de hipóteses, é necessário 
fornecer os dados para outros cientistas para que eles possam reproduzir os 
experimentos, ajudando na acumulação de dados que, por sua vez, podem 
ajudar na formulação de mais hipóteses. 
D) O quarto passo é o da repetição dos experimentos para a testagem das 
hipóteses. Após as experimentações iniciais, a formulação de hipóteses e os 
experimentos realizados por outros cientistas, o investigador, munido de 
todas as informações possíveis, deve realizar novamente ainda mais 
experimentos para testar as hipóteses com o objetivo de encontrar novos 
dados e novas evidências que as corroborem ou as refutem, possibilitando a 
construção de leis gerais. 
E) O último passo é o da formulação das generalizações e leis. Ao se realizar 
todas as etapas anteriores, o cientista formula as leis que descobrir, 
generalizando suas explicações para todos os fenômenos da mesma 
espécie. 
Para responder esses questões é necessária a leitura da Unidade 1 
 
 
 
 
 
 25 
 
BIBLIOGRAFIA BÁSICA 
 
GIL, Antônio Carlos. Como Elaborar Projetos de Pesquisa. São Paulo: Editora 
Atlas, 2002. 
 
LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Marina de Andrade. Metodologia do Trabalho 
Científico. São Paulo: Atlas, 2015. 
 
BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR 
 
LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Marina de Andrade. Fundamentos de 
Metodologia Científica. São Paulo: Atlas, 2010. 
 
MARCONI, Marina De Andrade. Técnicas de Pesquisa: Planejamento e Execução 
de Pesquisas: São Paulo. Atlas. 2013. 
 
MINAYO, Maria Cecília de Souza (org.) Pesquisa Social: teoria, método e 
criatividade. 22ª edição. Petrópolis: Vozes, 2004. 
 
RAMOS, Albenides. Metodologia da Pesquisa Científica. São Paulo: Atlas, 2009. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 26 
 
UNIDADE 2: TIPOS DE PRODUÇÕES CIENTÍFICAS 
Atualmente, existem várias modalidades de produção que auxiliam o 
desenvolvimento das pesquisas científicas. Dentre essas modalidades, estão o 
fichamento, o resumo, a resenha, o projeto de pesquisa e o artigo científico. Cada 
uma dessas produções possui especificidades que serão analisadas nos tópicos a 
seguir. 
 
 
2.1 O FICHAMENTO 
 
O fichamento é o ato de registrar os estudos de um livro e/ou um texto. Essa 
modalidade de produção possibilita ao estudante a assimilação do conhecimento e a 
facilidade na execução dos trabalhos acadêmicos, ao passo que o estudante vai 
registrando os trechos principais de uma determinada obra, estabelecendo uma 
sequência que poderá ser revisitada e mais facilmente compreendida quando for 
necessário o desenvolvimento de outros tipos de trabalhos. Conceitualmente, 
existem três tipos básicos de fichamentos: o fichamento bibliográfico, o 
fichamento de resumo ou conteúdo e o fichamento de citações. 
Por não existir um modelo pronto e/ou determinado, cada instituição pode 
sugerir modelos específicos de fichamento. No entanto, o consenso é de que a 
estrutura em qualquer um desses três tipos de fichamento deve ser precedida de um 
cabeçalho, indicando o assunto e a referência da obra, isto é, a autoria, o título, o 
local de publicação, a editora e o ano da publicação. Exemplo: 
 
TELES, Maria Amélia de Almeida. Educação da mulher: a perpetuação da injustiça. 
In: ______. Breve história do feminismo no Brasil. São Paulo:brasiliense, 1993, 
 
 27 
 
Cap. 2, pp. 30 – 132.1 
 
2.1.1 O modelo de fichamento de citações. 
O fichamento de citações consiste na transcrição textual, ou seja, é a 
reprodução fiel das frases que se pretende usar como citação na redação do 
trabalho. Assim sendo, esse tipo de produção utiliza-se de citações diretas2 da obra 
que se pretende utilizar como fonte teórica para o desenvolvimento da pesquisa ou 
de outros tipos de trabalhos acadêmicos (SEVERINO, 2007). Exemplo: 
 
TELES, Maria Amélia de Almeida. Educação da mulher: a perpetuação da injustiça. 
In: ______. Breve história do feminismo no Brasil. São Paulo: brasiliense, 1993, 
Cap. 2, pp. 30 – 132. 
“uma das primeiras feministas do Brasil, Nísia Floresta Augusta, defendeu a abolição 
da escravatura, ao lado de propostas como educação e a emancipação da mulher e 
a instauração da República” (p.30) 
“na justiça brasileira, é comum os assassinos de mulheres serem absolvidos sob a 
defesa de honra” (p. 132) 
 
2.1.2 O modelo de fichamento de resumo ou conteúdo 
É uma síntese das principais ideias contidas na obra. O aluno elabora, com 
suas próprias palavras, a interpretação do que foi dito, ou seja, são feitas citações 
indiretas3 da obra que se pretende utilizar como fonte teórica para o 
desenvolvimento de uma pesquisa (SEVERINO, 2007). Exemplo: 
 
TELES, Maria Amélia de Almeida. Educação da mulher: a perpetuação da injustiça. 
In: ______. Breve história do feminismo no Brasil. São Paulo: brasiliense, 1993, 
Cap. 2, pp. 30 – 132. 
O trabalho da autora baseia-se em análise de textos e na própria vivência nos 
movimentos feministas, como relato de uma prática. 
A autora divide seu texto em fases históricas compreendidas entre Brasil Colônia 
 
1 As normas para se fazer a referencia de uma obra serão detalhadas na Unidade 3 desta apostila. 
2 Os elementos que caracterizam a citação direta será detalhado na unidade 3 desta apostila. 
3 Os elementos que caracterizam a citação indireta serão detalhados na Unidade 3 desta apostila. 
 
 28 
 
(1500 – 1822), até os anos de 1975 em que foi considerado o Ano Internacional da 
Mulher. 
A autora trabalha ainda assuntos como mulheres da periferia de São Paulo, a luta 
por creches, violência, participação em greves, saúde e sexualidade. 
 
2.1.3 O modelo de fichamento bibliográfico. 
É a descrição, com comentários dos tópicos abordados em uma obra inteira 
ou parte dela. Diferentemente do fichamento de resumo, em que trechos de uma 
obra são transcritos de acordo com as palavras de quem está transcrevendo, nesse 
caso são feitos comentários que buscam criar um contexto entre os trechos 
analisados (SEVERINO, 2007). Exemplo: 
 
TELES, Maria Amélia de Almeida. Breve história do feminismo no Brasil. São 
Paulo: brasiliense, 1993. 
A obra insere-se no campo da história e da antropologia social. A autora utiliza-se de 
fontes secundárias colhidas por meio de livros, revistas e depoimentos. Assim 
sendo, a abordagem caracteriza por ser descritiva e analítica, envolvendo os 
aspectos históricos da condição feminina no Brasil a partir do ano de 1500. A autora 
descreve em linhas gerais todo as lutas e conquistas da mulher tentando criar um 
panorama abrangente do processo de luta feminista por direitos iguais entre homens 
e mulheres. 
 
2.2 O RESUMO 
 
Outro tipo de producão científica é o resumo. Ele consiste em uma síntese de 
textos (de toda uma obra ou de um único capítulo). Não consiste em uma síntese de 
palavras de um texto, e sim por ser um trabalho de “extração de ideias”, em que 
aquele que extrai, as escreve com suas próprias palavras. De uma maneira geral, 
deve ressaltar o objetivo da pesquisa, o método adotado, os resultados e as 
conclusões (ABNT, NBR 6028:2003). 
A ordem e a extensão destes itens dependem do tipo de resumo, já que ele 
pode ser informativo, indicativo ou crítico. O informativo tem por finalidade informar 
o leitor acerca dos principais pontos destacados em um texto, dando a ideia geral da 
 
 29 
 
obra. Por sua vez, o indicativo apresenta apenas os pontos mais relevantes do 
texto não dando uma ideia geral da obra. 
Por fim, o crítico permite que aquele que está resumindo emita opiniões a 
respeito do texto resumido, realizando uma análise particular da obra. Assim sendo, 
o resumo crítico recebe muitas vezes o nome de resenha crítica. 
Quanto à extensão, o resumo pode ser simples ou expandido. De uma 
maneira geral, a estrutura do simples4 é caracterizada por: 
 
- Fonte: 12, Times New Roman, espaçamento entrelinhas simples. 
- Título em negrito (sem caixa alta) e centralizado. 
- Devem conter os nomes dos autores na forma de citação e centralizado. 
- Não fazer citação de autores no corpo do resumo, pois trata-se de uma 

comunicação rápida e já de cunho científico. 
- Número mínimo de palavras 250 e máximo 500. 
- Fazer em parágrafo único, sem utilização de espaçamento no início. 
- Palavras-chave: número de 03, não sendo pertencente ao título do trabalho. 
 
- Não deve ser precedido de referência, exceto se este vier inserido no 
documento. 
- Deve ser composto de uma sequência de frases concisas, afirmativas e não 
uma enumeração de tópicos. Recomenda-se o uso de parágrafo único. 
- Deve usar o verbo na voz ativa e na terceira pessoa do singular. 
- As palavras-chave devem figurar logo abaixo do resumo, antecedida da 

expressão palavras-chave, separadas e finalizadas por ponto. 
- Não devem contar com símbolos e contrações como: fórmulas, equações, 
que não sejam absolutamente necessários; quando seu uso for indispensável, 

defini-los na primeira vez que aparecerem. 
 
 Já no resumo expandido5 é preciso que: 
- Exista a divisão dos tópicos Resumo, Introdução, Metodologia, Resultados e 
Discussões, Conclusão e Referências. 
- A redação científica seja clara e direta, não deixando margens a 
 
4 Ver modelo de resumo simples no Anexo 1 desta Unidade. 
5 Ver modelo de resumo expandido no Anexo 2 desta Unidade. 
 
 30 
 
interpretações diferentes do que se deseja comunicar. 
- Sejam evitadas as expressões vulgares, coloquiais e ambíguas.
a. 
Recomenda-se, na linguagem científica, que se use a terceira pessoa do 
singular e voz passiva. Devem ser evitadas as expressões taxativas, 
utilizando-se afirmações ou negações que sejam consequências do raciocínio 
ou de inferências lógicas dos dados 
analisados. 
- Os parágrafos sejam curtos, característica esta recomendável em uma 
redação científica. 
 
Quanto a formatação do resumo expandido, este deve ser redigido com fonte 
Arial com tamanho 12 para texto, tamanho 11 para citações longas e tamanho 10 
para notas de rodapé e para o tópico “Resumo” dentro do resumo expandido. As 
folhas devem apresentar margem esquerda e superior de 3 centímetros, enquanto a 
margem direita e inferior é de 2 centímetros. 
Todo texto deve ser digitado com espaço 1,5 nas entrelinhas, sendo que a 
primeira linha de cada parágrafo deve ter 1,25 centímetros, as citações longas, as 
notas e os resumos devem ser digitados em espaço
simples nas entrelinhas. 
A numeração é colocada a partir da primeira folha da parte textual, em 
algarismos arábicos, no canto superior direito da folha, a 2 cm da borda superior, 
ficando o último algarismo a 2 cm da borda direita da folha. De uma maneira geral, 
os resumos expandidos devem ter no máximo 5 páginas, incluído as referências. 
Para melhor compreender a estrutura do resumo simples e do resumo 
expandido, leia os Anexos 1 e 2 ao final desta unidade, detalhando os elementos 
que caracterizam a estrutura de ambos os tipos de produções. 
 
2.3 A RESENHA 
 
A resenha tem como principal característica, o fato de ser um breve texto, 
como se fosse um resumo, mas que é feito comentando o trabalho realizado. A 
resenha precisa ter uma ótima qualidadeem seu conteúdo e é preciso dominar 
muito bem as normas da ABNT para que ela fique padronizada. 
 
 31 
 
Todo o texto da resenha deve ser feito de forma uniforme, não podendo 
conter subdivisões e na primeira folha deverá constar a referência bibliográfica da 
obra que está sendo comentada. 
Ao final da resenha, vem o nome, a titulação acadêmica e também a filiação 
institucional do resenhista. Em uma resenha, é sempre bom evitar a citação de 
outras obras. 
A Resenha Resumo, também conhecida como Resenha Informativa, como 
o próprio nome indica, é aquela onde se faz um resumo do conteúdo, seja do livro, 
de um capítulo, filme, peça teatral, espetáculo etc. Neste tipo, o resenhista nunca 
deverá fazer qualquer tipo de crítica ou sequer julgamentos de valor. A Resenha 
Resumo é apenas um informativo, pois o objetivo dela é simplesmente o de 
informar. 
Já a Resenha Crítica tem não só o resumo da obra, como também irá fazer 
uma avaliação sobre a mesma, trazendo uma crítica e podendo oferecer ao leitor, os 
aspectos positivos e negativos segundo o seu ponto de vista. A Resenha Crítica é 
um texto informativo, mas que também traz a opinião do resenhista e por essa razão 
também pode ser classificada como do tipo crítico-informativo (SEVERINO, 2007). 
Na grande maioria das vezes, a Resenha é feita para divulgar algum material 
cultural, seja um livro, filme, peça teatral, entre outros e quase sempre é veiculada 
através de jornais, revistas e agora também pela internet. 
A sequência lógica para elaboração da resenha consiste em: 
 
1º Informe os dados bibliográficos a respeito da obra que está sendo resenhada; 
2º Lembre-se da sinopse do livro resenhado; 
3º Resuma em 3 a 5 parágrafos; 
4º Faça uma análise crítica, expressando suas opiniões, podendo até fazer 
comparações; 
5º Faça a recomendação ou não da obra resenhada, podendo especificar se é 
uma leitura indicada para crianças, jovens, adultos, estudantes etc.; 
6º Identifique o autor do conteúdo resenhado; 
7º Assine sua resenha e lembre-se de informar as referências feitas na sua 
resenha, caso as tenha feito. 
 
 32 
 
Importante lembrar que a crítica deve ser dirigida às ideias e posições do 
autor e não a sua pessoa. O autor/pensador e suas concepções são criticados e não 
o ser humano. É permitido relacionar a obra analisada com outros trabalhos do autor 
fazendo uma contextualização teórica/conceitual, temporal e cultural, mas que não 
deve levar em consideração a vida particular do ser humano que elaborou o texto a 
ser resenhado (SEVERINO, 2007). 
 
2.4 O RELATÓRIO TÉCNICO 
 
Na vida acadêmica, o pesquisador pode ter que apresentar um relatório 
técnico a respeito do andamento ou da conclusão de uma pesquisa. Esse tipo de 
relatório técnico visa historiar o desenvolvimento de um projeto, apresentando os 
caminhos percorridos, as atividades realizadas e os resultados obtidos (parciais ou 
finais) sem necessariamente ter que conter análises e reflexões a respeito de todo o 
processo em questão. 
Os passos para a elaboração de um relatório técnico são: 
 
1º- Retomar os objetivos do próprio projeto; 
2º- Descrever as atividades realizadas a partir de tais objetivos; 
3º- Apresentar os resultados obtidos; 
4º indicar a programação das próximas etapas da pesquisa. 
 
O quarto passo só é necessário se houver realmente uma continuidade na 
pesquisa. No caso dessa continuidade ser necessária, o autor do relatório precisa 
detalhar e discriminar as várias atividades ainda a serem realizadas. É permitido 
anexar ainda, ao final do relatório, os produtos parciais da pesquisa (transcrições de 
entrevistas, dados tabulados, capítulos já elaborados, etc.) (SEVERINO, 2007). 
 
2.4.1 O resumo técnico 
O resumo técnico consiste na apresentação concisa do conteúdo de um 
trabalho de cunho científico, tendo como finalidade passar ao leitor uma ideia 
completa do teor do documento analisado, fornecendo dados bibliográficos do 
documento, as informações relacionadas ao texto para o leitor formar um primeira 
 
 33 
 
opinião e a justificativa para que motive o leitor a ir atrás da leitura da obra na sua 
íntegra (SEVERINO, 2007). 
O resumo técnico deve responder, portanto: 
 
1º- qual a natureza do trabalho analisado? 
2º- qual foi o objeto pesquisado? 
3º- o que se pretendeu demonstrar com a pesquisa? 
4º- quais foram as referências teóricas em que a pesquisa se baseou? 
5º- quais foram os procedimentos metodológicos e técnicos-operacionais 
adotados na pesquisa? 
6º- quais foram os resultados obtidos a partir dos objetivos da pesquisa? 
 
O resumo desse tipo deve ser estruturado em um único parágrafo, entre 200 
e 250 palavras, não devendo conter opiniões, observações avaliativas ou 
desdobramentos explicativos. Deve iniciar com a referenciação bibliográfica do 
documento a ser resumido e encerrar com até 5 palavras-chave. 
 
2.5 O PROJETO DE PESQUISA 
 
O projeto de pesquisa6 é a sistematização de uma pesquisa que ainda será 
realizada. Ele conta com a sistematização de uma pergunta a ser respondida, com o 
apontamento dos motivos que revelam a importância de se desenvolver tal estudo, 
com os objetivos a serem perseguidos para se responder a pergunta de pesquisa, 
com os procedimentos e técnicas a serem adotados para a realização de tais 
objetivos e com a discussão teórica/conceitual a respeito da temática da 
investigação (SEVERINO, 2007). 
Como a pesquisa ainda será realizada, o projeto não visa trazer respostas e 
sim levantar questionamentos. É o passo inicial de uma investigação que será 
encerrado com o desenvolvimento de um artigo científico ou de uma monografia 
(BARROS e LEHFELD, 2004). 
 
 
6 Os elementos que caracterizam o projeto de pesquisa serão detalhados na Unidade 3 desta 
apostila. 
 
 34 
 
2.5.1 Artigo Científico 
De acordo com a ABNT NBR 2022:2003, há três tipos de artigos para 
publicação em periódicos: 
 
- O artigo científico: parte de uma publicação periódica com autoria declarada, 
que apresenta e discute ideias, métodos, técnicas, processos e resultados 
nas diversas áreas do conhecimento; 
- O artigo de revisão: é parte de uma publicação periódica que resume, 
analisa e discute informações já publicadas; 
- O artigo original: é parte da uma publicação periódica que apresenta temas 
ou abordagens originais; 
 
Como ressaltado, o artigo científico é destinado para ser publicado em 
revistas e periódicos científicos, mas pode ser adotado como modalidade de 
produção para a conclusão de curso superior, pós-graduação lato sensu e stricto 
sensu, como é o caso da Faculdade Araguaia. Sua finalidade é registrar e divulgar 
resultados de novos estudos sobre diversas temáticas de interesse teórico/científico. 
Para fazer este registro, o artigo7 deve destacar os objetivos, a 
fundamentação teórica e a metodologia adotada na pesquisa, seguindo com a 
análise dos dados coletados no decorrer da investigação e as conclusões 
resultantes de tal análise e finalizando com o registro das referencias bibliográficas e 
documentais. 
 
Síntese da unidade 
Existem vários tipos de produções textuais que auxiliam no desenvolvimento 
das pesquisas científicas, sendo elas o fichamento, o resumo, a resenha e o 
relatório técnico. Existem ainda o projeto de pesquisa e o artigo científico que 
consistem em relatórios essenciais para a condução de uma investigação cientítica. 
Ao passo que o fichamento visa registrar trechos dos estudos de uma obra 
que servirá para o desenvolvimento de uma pesquisa, o resumo visa sintetizar a 
obra ou parte dela em si. A resenha, por sua vez, visa ser um texto que comenta 
uma determinada obra em questão, não sendo apenas um exercício de sínteses. 
 
7 Os elementos que caracterizam o artigo científico serão detalhados na Unidade 3 desta apostila.35 
 
O relatório técnico caracteriza-se por ser a descrição dos objetivos, 
procedimentos e conclusões de uma atividade, sem a necessidade que exista uma 
extensa reflexão teórico/metodológica a respeito do processo que está sendo 
descrito. 
O projeto de pesquisa já consiste no passo inicial de uma pesquisa científica 
onde são estabelecidos uma pergunta e os passos a serem seguidos para 
responder a tal pergunta. Por fim, o artigo científico consiste em uma modalidade de 
relatório final obtido com a conclusão de uma pesquisa. 
 
Atividade 2: Fórum de discussão 
 
Para uma melhor compreensão das diferenças entre alguns tipos de produções 
científicas, procure no fórum de discussões distinguir as diferenças entre o resumo 
informativo, o resumo indicativo e a resenha crítica. (Máximo de 15 linhas) 
 
Para a participação no fórum, é necessária a leitura da Unidade 2 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 36 
 
BIBLIOGRAFIA BÁSICA 
 
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6022:2003 Informação 
e documentação: artigo em publicação periódica científica impressa – Apresentação. 
Rio de Janeiro, 2003. 
 
______. NBR 6028:2003 Informação e documentação: Resumo – Apresentação. Rio 
de Janeiro, 2003. 
 
SEVERINO, Antônio Joaquim. Metodologia do Trabalho Científico. São Paulo: 
Cortez Editora, 2007. 
 
BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR 
 
BARROS, Aidil de Jesus Paes de; LEHFELD, Neide Aparecida de Souza. Projeto 
de Pesquisa: propostas metodológicas. 22ª edição. Petrópolis: Vozes, 2004. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 37 
 
ANEXO 1. Modelo de Resumo Simples fornecido pelas coordenações do curso de 
Engenharia Civil e do curso de Engenharia Ambiental da Faculdade Araguaia 
 
RESUMO 
Educação para a tolerância e o respeito às diferenças 
Sobrenome, Nome completo8; Sobrenome, Nome completo; Sobrenome, Nome do 
orientador9. 
 
O trabalho proposto parte de uma revisão bibliográfica e de estudos realizados na disciplina 
Educação e trabalho do curso de pedagogia. Buscou-se compreender que a educação 
reconhecida como o lugar da reflexão, das construções dos conhecimentos e promoção de 
cultura, a formação superior para a autonomia e emancipação dos sujeitos parece perder 
seu sentido, impondo a necessidade da reflexão sobre o tipo de ser humano que se 
pretende formar. Na nossa sociedade moderna capitalista, o principio de toda destruição é a 
propriedade privada, pois, a competitividade para alcançar condições mais civilizatórias, ou 
seja, conquistar o mercado pelo consumo exige dos indivíduos aquilo que foi necessário ser 
reprimido inicialmente: a violência, a agressividade, o ódio, a paixão. 
 
Palavras-chave: educação; sociedade; cultura. 
 
 
 
 
 
 
 
8 Acadêmica do curso de Engenharia Ambiental – Xo Período – Faculdade Araguaia. e-mail: 
xxx@xxxx.xxx 
 
9 Professor Orientador Xo Período – Curso de Engenharia Ambiental - Faculdade Araguaia. e-mail: 
xxx@xxxx.xxx 
 
mailto:xxx@xxxx.xxx
 
 38 
 
ANEXO 2. Modelo do Resumo Expandido fornecido pelas coordenações do curso de 
Engenharia Civil e do curso de Engenharia Ambiental da Faculdade Araguaia 
 
TÍTULO 
(TÍTULO EM ARIAL 12, CENTRALIZADO, NEGRITO E MAIÚSCULAS) 
OBSERVAÇÕES: A escolha do título de um resumo expandido requer bastante cuidado por 
parte do seu autor, pois ele objetiva, principalmente, atrair o leitor. Nesse sentido, ele tem de 
ser revestido de muita atenção e, assim, dentre todos os títulos propostos provisoriamente, 
o pesquisador escolherá aquele que melhor se identificar com o conteúdo. Para tanto, ele 
precisa ser criativo, não muito extenso e realmente instigar a curiosidade do leitor. Além 
disso, é pertinente que o escritor não se esqueça que o título não pode conter construções 
com sequência de sujeito, verbo e complemento. 
 
Autor(es) 
SOBRENOME, Nome do Autor 10; SOBRENOME, Nome do autor11 
OBSERVAÇÕES: Em um resumo expandido o nome completo do(s) autor(es) apresenta-se 
logo abaixo do título e à direita. É preciso que se utilize um número ou, então, asterisco logo 
após o nome do autor, ou dos autores quando a produção não for individual. Essa 
providência faz-se necessária para que o autor ou autores sejam identificados no rodapé da 
primeira página. Tal identificação possibilita que o leitor saiba quem é ou quem são os 
autores do resumo expandido. Deve conter a formação profissional ou outro curso ou, ainda, 
a atividade do autor, porém, desde que haja ligação com o tema do resumo expandido. 
Além disso, se necessário, inserir a instituição onde o autor exerce suas atividades. 
RESUMO 
OBSERVAÇÕES: Deve ser elaborado em fonte Arial 10 justificados, em parágrafo único, 
sem recuos, com espaço entrelinhas simples, com o título em negrito. Deve conter no 
 
10 Formação ou titulação do autor, instituição de ensino (abreviatura do nome da instituição), cidade, 
Estado, e-mail, sendo que estes devem estar em ordem alfabética do primeiro nome e por extenso, o 
nome do apresentador deverá estar em negrito, respeitando a ordem alfabética. 
 
11 Formação ou titulação do autor, instituição de ensino (abreviatura do nome da instituição), cidade, 
Estado, e-mail, sendo que estes devem estar em ordem alfabética do primeiro nome e por extenso, o 
nome do apresentador deverá estar em negrito, respeitando a ordem alfabética. 
 
 39 
 
máximo de 150 palavras. 
O resumo, cujas normas são definidas pela Associação Brasileira de Normas Técnicas - 
ABNT na NBR 6028 (2003c) consiste na condensação de um texto mantendo suas ideias 
fundamentais. Nesse sentido, o leitor deve permanecer fiel às ideias do autor. Isso não 
significa que ele irá tão somente transcrevê-las, pelo contrário, ele precisa, com as palavras 
do seu próprio vocabulário, expressar a mensagem transmitida pelo autor. Em suma, trata-
se de expor, em geral em um único bloco, as ideias principais contidas no texto. 
No tocante à linguagem, a NBR 6028 (2003c) sugere que o autor utilize, preferencialmente, 
a terceira pessoa do singular e, ainda, mantenha o verbo na voz ativa. Quanto a extensão, 
recomenda que os resumo expandidos científicos devem conter até 250 (duzentos e 
cinquenta) palavras. 
 
Palavras-chave: No máximo 3 (três) palavras-chave. 
OBSERVAÇÕES: As palavras-chaves, como o próprio nome já revela, consistem nos 
termos fundamentais que irão exprimir a essência do assunto tratado no resumo expandido, 
e, obrigatoriamente, eles devem aparecer após o resumo, sendo precedidos da expressão 
Palavras-chave. Recomenda-se que o autor, no máximo, exponha uma relação de 3 (três) 
palavras. 
 
INÍCIO DO TEXTO 
OBSERVAÇÕES: O corpo principal do trabalho deverá ser dividido em Introdução, Material 
e Métodos, Resultados, Discussão, Conclusão e Referências. O título de cada uma das 
seções deverá estar centralizado e escrito em caixa alta. Subseções, quando houver, 
deverão ter seus títulos alinhados à margem esquerda e escritos em minúsculas. 
Os relatos deverão basear-se nas técnicas mais avançadas e apropriadas à pesquisa. 
Quando apropriado, deverá ser atestado que a pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética e 
Biossegurança da Instituição. 
As equações deverão ser editadas utilizando software compatível com o editor de texto. 
 
 
INTRODUÇÃO 
OBSERVAÇÕES: A introdução deve conter uma referência ao assunto a ser desenvolvido 
 
 40 
 
no resumo expandido, bem como as linhas gerais que serão desenvolvidas no corpo do 
mesmo. Tal seção não admitirá subdivisões. A Introdução deverá conter o(s) objetivo(s) do 
estudo apresentado. 
 
METODOLOGIA 
OBSERVAÇÕES: Devem conter, de forma resumida e clara, informações suficientes para 
explicar os procedimentos realizados e permitir que o estudo seja repetido por outros 
pesquisadores. Técnicas padronizadas bastam ser referenciadas.será explicitado o tipo de 
estudo, local, população(caso for pesquisa de campo), período, técnica e análise dos dados. 
 
RESULTADOS E DISCUSSÃO 
OBSERVAÇÕES: Devem indicar uma descrição concisa sobre as informações descobertas, 
com o mínimo julgamento pessoal. Não repetir no texto todos os dados contidos em tabelas 
e figuras. Números (dígitos) devem estar separados de unidades por um espaço. Deve 
limitar-se ao significado dos resultados e relacioná-los às informações existentes, 
preferencialmente, mais recentes. Somente citações indispensáveis devem ser incluídas. 
Deve ser dada ênfase sobre novas informações. Novas hipóteses devem ser claramente 
identificadas. Conclusões devem ser suportadas por fatos ou dados. Subdivisões são 
possíveis. 
 
CONCLUSÃO 
OBSERVAÇÕES: A conclusão é o elemento textual que finaliza toda a argumentação. 
Nesse momento o autor expõe as suas deduções e/ou inferências, buscando fazer uma 
ligação com os argumentos expostos no texto. Trata-se de uma retomada dos conceitos 
apresentados tanto na introdução como no desenvolvimento, mas não uma repetição. Enfim, 
a conclusão procura destacar os resultados obtidos na pesquisa. 
 
 
REFERÊNCIAS 
SOBRENOME, Nome. Título da obra em negrito: subtítulo sem negrito. Cidade: Editora, 
Ano. 
 
 41 
 
SOBRENOME, Nome. Título da obra em negrito. Cidade: Editora, Ano. 
OBSERVAÇÕES: As referências bibliográficas, obrigatoriamente, fazem parte dos 
elementos pós- textuais. Elas devem ser apresentadas em ordem alfabética e seguirem 
rigorosamente a NBR 6023c da ABNT. Poderão conter referências de internet desde que 
seguidas as normas da ABNT. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 42 
 
UNIDADE 3: O PROJETO DE PESQUISA E O ARTIGO CIENTÍFICO 
 
Para a finalização de um curso superior, as instituições educacionais pedem 
para os alunos desenvolverem, como trabalhos de conclusão de curso, um projeto 
de pesquisa seguido de um artigo científico ou de uma monografia. Como a 
Faculdade Araguaia trabalha com a produção de artigo científico, essa será a 
modalidade tratada na apostila. 
 
3.1 A ESTRUTURA DO PROJETO DE PESQUISA 
 
O projeto de pesquisa é uma sistematização de uma pesquisa que ainda será 
realizada e deve estar embasado em estudos preliminaries. Ele serve muito mais 
para o próprio autor do estudo sistematizar para si mesmo os passos que serão 
percorridos na investigacão, estabelecendo uma sequência lógica de coleta e 
análise de dados, na tentativa de responder uma determinada pergunta de pesquisa 
(SEVERINO, 2007). 
O graduando precisa buscar a questão que pretende investigar na literatura já 
existente, levantando conceitos que fundamentem teoricamente sua proposta de 
investigacão. Em seguida, deve estabelecer os passos e procedimentos a serem 
adotados para tentar responder a questão levantada. Vale lembrar que a resposta 
da questão não será obtida no projedo em si, e sim no desenvolvimento da 
pesquisa, com os resultados produzidos sendo divulgados no artigo científico. 
Segundo Gil (2002), você deve indicar no projeto: 
- O que será pesquisado; 
- O motivo de pesquisado: 
- Para quem será pesquisado; 
- Onde será pesquisado; 
- A maneira como será pesquisado; 
- Quanto será pesquisado: 
- Quando será pesquisado; 
- Quem será pesquisado; 
 
A indicação dessas informacões ocorre em tópicos específicos. Assim sendo, 
 
 43 
 
fazem parte da estrutura do projeto os seguintes elementos: 
QUADRO 1: ESTRUTURA DO PROJETO DE PESQUISA 
ESTRUTURA DO PROJETO CONTEÚDO 
Capa Ver modelo de capa no Anexo 1 desta 
Unidade 
Folha de rosto Ver modelo de folha de rosto no Anexo 
1 desta Unidade 
Sumário (1 lauda) 
Listas de tabelas e figuras (1 lauda) 
1 Tema e Problema (até 2 laudas) É nesta parte que você indica quem e 
o que serão pesquisados; 
2 Justificativa (até 3 laudas) É nesta parte que você apresenta o 
porquê tal temática/problemática será 
investigada; 
3 Objetivos (1 lauda): Geral e 
Específicos 
É nesta parte que você especifica os 
passos que serão realizados para 
conduzir sua investigação; 
4 Referencial Teórico (mínimo de 4 
laudas) 
É nesta parte que você trata dos 
conceitos que demonstram que sua 
temática tem uma sólida 
fundamentação teórica que permite 
você conduzir sua investigacão 
científica; 
5 Metodologia (mínimo de 2 laudas) É nesta parte em que você indica 
como será investigado, por meio de 
quais procedimentos e técnicas será 
investigado, onde, quanto e quando 
será realizada a investigação; 
6 Cronograma (1 lauda) É nesta parte que você indica quando 
ocorrerão cada uma das etapas da sua 
pesquisa; 
Referências 
Fonte: elaborado pelo próprio autor. 
O projeto deve ser impresso em folha A4, respeitando as seguintes margens: 
o Superior: 3 cm 
o Inferior 2 cm 
o Esquerda 3 cm 
o Direita 2 cm 
 
 
 44 
 
As laudas devem ser numeradas a partir do sumário, sendo o número 
colocado no alto de cada lauda, à direita (canto superior direito), sempre a 2 
centímetros da borda da folha e da primeira linha do texto. Os parágrafos iniciam-se 
a 1,25 centímetros de distância da margem esquerda e o texto deve estar na fonte 
Times New Roman ou Arial, com tamanho 12, espaçamento entre linhas de 1,5 
centímetros e alinhamento justificado. 
No tópico intitulado de Tema e Problema, em 2 ou 3 parágrafos é 
apresentado exatamente o que se vai pesquisar. Um dos parágrafos deve ser 
redigido em forma de pergunta. Essa pergunta é o problema de pesquisa e será o 
elemento que irá nortear a investigação (no projeto e, consequentemente, no artigo), 
pois a pesquisa tentará responder tal pergunta. Os outros dois parágrafos situam o 
leitor a respeito do tema em torno desse problema de pesquisa. O projeto pode 
apresentar mais de uma pergunta, desde que estejam relacionadas com o tema a 
ser investigado. 
Algo comum que acontece (mas que não deve acontecer) é a indicação de 
uma resposta já na própria pergunta. Esse tipo de situação passa impressão ao 
leitor que a pesquisa está fechada em torno do objetivo de confirmar aquele ponto 
de vista indicado na pergunta, desconsiderando elementos que indiquem outras 
respostas.
Exemplo de resposta já presente na pergunta formulada: 
 
- Por que os trabalhadores de call center são desmotivados? 
 
Esse exemplo já indica que o investigador considera que os trabalhadores de 
call center são desmotivados. No entanto, e se durante a investigacão for constatado 
que os trabalhadores não são desmotivados ou que apenas uma porcentagem 
pequena apresenta desmotivação? 
Tendo o exemplo por base, o pesquisador deveria primeiramente investigar o 
nível de motivação dos trabalhadores de call center conversando com eles em 
entrevistas/aplicações de questionários. Em um segundo momento, analisaria os 
fatores que interferem na motivação daqueles envolvidos na profissão. 
A pergunta de pesquisa deve deixar espaço para encontrar qualquer tipo de 
resposta. O investigador normalmente indica uma hipótese no seu trabalho, mas 
isso não quer dizer que tal hipótese deve ser a todo custo confirmada. Uma resposta 
 
 45 
 
contrária à hipótese também se configura como resposta de pesquisa. Exemplos de 
perguntas de pesquisa redigidas de maneira correta: 
- Como é feito o descarte de resíduos na construção de edifícios em 
Goiânia? 
- Quais as principais patologias que podem afetar a construção de edifícios? 
- Quais as principais técnicas de reaproveitamento dos resíduos podem ser 
aplicadas na construcão de edifícios? 
- Quais fatores podem interfeir na motivação de um trabalhador de Call 
Center? 
- Quais os possíveis benefícios que a Lei Complementar 123/2006 concede 
as Micro e Pequenas Empresas na participação de licitações públicas? 
- Qual o papel do planejamento estratégico para a contabilidade gerencial 
de pequenas empresas? 
- Quais os tipos de conflitos podem acontecer na administração

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